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Redes de Alianças Estratégicas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Lino Caetano Ibanhe Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica • Introdução • Os Humanos Nômades • Grupos Humanos Estabelecidos em Lugares Fixos • Civilizações Hidráulicas • Estratégias Sociais • Diversidade • As Grandes Viagens • Rainha das Estratégias • Estratégia De Guerra • Variações das Estratégias Comerciais e de Guerras • Pensamento Sistêmico e Intenção Estratégica • Panoramas de Mercados de Atuação Industrial · A origem das alianças estratégicas; · A organização dos diversos povos antigos em grupos sociais; · A influência dos inventos humanos nas intenções e elaboração. · Estratégias. OBJETIVO DE APRENDIZADO Esta nossa Unidade de estudo, tenho certeza, será muito esclarecedora em vários aspectos históricos e práticos de nossas vidas. Assim, é de fundamental importância que prestemos toda atenção aos materiais de leitura contidos na Unidade, bem como tudo que for sugerido para pesquisa e leitura extras. Hoje, o acesso a materiais de pesquisas, sejam eles dados históricos antigos de qualquer natureza, sejam fatos atuais ocorridos com pessoas ou entidades, é muito fácil. Por isso peço, meus caros(as) alunos(as), que pesquisem, leiam e se informem. Só o que você sabe é seu! ORIENTAÇÕES Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica Contextualização Hoje, quando estamos no conforto dos nossos lares, dentro dos nossos escritórios de trabalho ou de shoppings nos finais de semana nos divertindo, não imaginamos ou não sabemos por quais processos evolutivos a Humanidade teve de passar para chegarmos até aqui. O que vemos? O que temos de informação sobre nossos ancestrais? Fonte : iStock/Getty Images Neste estágio de evolução que vemos, o que estão fazendo? O que fizeram e o que irão fazer depois da cena que estamos vendo? Todos esses questionamentos servirão de diretriz, de caminho, digamos assim, para o estudo desta Unidade. A formação de estratégias, bem como suas intenções ao serem criadas, elaboradas e usadas por nós, humanos, devem-se ao fato de a Humanidade evoluir em vários quesitos: complexidade, vontades, valores, tecnologia e estrutura social. O que houve com a Humanidade entre a primeira e a segunda imagem? Quais estratégias de sobrevivência, comercial ou social eram aplicadas ou usadas num momento e em outro? Assim, convidamos vocês para um mergulho, para tentarmos descobrir. 6 7 Introdução Hoje, quando assistimos a um programa que mostra a savana africana e seus milhares de animais selvagens lutando pela sobrevivência, não imaginamos que nós, humanos, já nos comportamos dessa mesma maneira, simplesmente para nos mantermos vivos. Quando nós nos vemos hoje em dia, vivendo como vivemos, cercados de conforto, das inúmeras tecnologias disponíveis, incluídos ou não numa certa hierarquia social, não pensamos ou até mesmo deletamos que, no fundo da mais pura razão e lógica, Não Passamos Também De Animais. Hoje, civilizados e domesticados, mas animais. Nesta Unidade, estudaremos em parte a evolução sociocultural da Humanidade e com isso entraremos de fato nos estudos das intenções de Estratégia, que nada mais são do que entendimento dos métodos e procedimentos que a Humanidade teve de desenvolver e aplicar no seu cotidiano, ou seja, no seu dia a dia, para continuar sobrevivendo. Os Humanos Nômades Coletores e Caçadores Vocês sabiam que se considerarmos o tempo de evolução do Planeta Terra num período de 24 horas, os humanos apareceram somente no último segundo do último minuto da última hora? Ou seja, somos A Coisa mais nova que existe no Planeta. Usei a palavra coisa somente no sentido literal, porque somos a única raça de animal com consciência e inteligência que existe. Assim, para não perdemos muito tempo estudando a origem da vida na Terra ou a Teoria da Evolução, desenvolvida por Charles Darwin, vamos começar nossos estudos a partir do ponto em que a Humanidade começou a se organizar em grupos de coletores e caçadores. Neste ponto da evolução humana, os homens que habitavam esse período viviam realmente como animais, apesar de que, como dissemos em nossa Introdução, quando assistimos a um programa documentário de animais selvagens na África, como bandos de leões, por exemplo, não nos lembramos de que nós, humanos fazíamos exatamente o que os leões ainda hoje fazem. Mas do que estamos falando exatamente? A Estratégia De Sobrevivência dos leões é seguir os animais que migram em busca de alimento. Nos períodos de seca, em determinadas regiões da África, 7 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica milhares e milhares de animais como, por exemplo, gnus, gazelas e búfalos começam uma jornada em busca de lugares com pastos verdes. Só para ilustrar, isso também é uma Estratégia De Sobrevivência dos animais herbívoros. Qual o procedimento estratégico que os leões adotam? Começam a seguir estes animais, e por serem eles, os leões, animais carnívoros, en- contram uma rica fonte de alimentos e, principalmente, uma fonte mais fácil de caça. Pense neste ditado popular: Todas as manhãs a gazela tem de correr para não ser comida pelo leão. Mas também, todas as manhãs, o leão tem de correr para caçar a gazela, porque se não ele morrerá de fome. Agora pense também para qual dos dois animais o alimento está mais fácil? Para a gazela, que tem de fugir do leão, mortal para ela, mas cujo alimento, a grama, está ali parada? Ou para o leão, que tem de correr muito para conseguir capturar uma gazela? Podemos traçar um paralelo para nossas vidas também com este pensamento e pensarmos qual Estratégia De Sobrevivência usaremos ou já usamos em nossas vidas. Ex pl or Tivemos de explicar com esse exemplo para nos posicionarmos e melhorar o entendimento sobre os humanos nômades coletores e caçadores. Há mais ou menos 12.000-10.000 anos atrás, os humanos não organizados em grupos sociais com hierarquias definidas eram como bandos de leões, nos quais o mais forte era o líder. E o termo nômade remete a quê? Nômade quer dizer grupo itinerante, ou seja, ficavam andando de lugar em lugar atrás de vegetais para coletar (coletores) e de animais para caçar (caçadores). Há 12.000-10.000 anos atrás, a Humanidade ainda não praticava a Agricultura e ainda não havia domesticado animais; por essa razão é que saíam vagando e andando de região em região à procura de alimentos. E quando chegavam a um lugar onde encontravam o que coletar e o que caçar, ali se fixavam em moradias temporárias, que eram as cavernas (lembram-se da imagem no início de nossa unidade?) e assim coletavam, caçavam e comiam tudo que podiam no momento, não deixando ou armazenando nada para depois, pois ainda também não tinham esse conhecimento. Importante! Você sabia que a Natureza desenvolveu uma Estratégia De Sobrevivência para o corpo chamada Metabolismo? O objetivo dessa estratégia é manter reservas em forma de gordura para o corpo humano, para quando não tivermos o que comer (ver em Wikipédia – Metabolismo). Você Sabia? 8 9 Grupos Humanos Estabelecidos em Lugares Fixos Entre 8.000-6.500 anos atrás, começamos a ter conhecimento de grupos humanos que iniciaram a formação de povoados. Poucos grupos humanos começaram a se fixar em determinadas regiões do Planeta, principalmente onde havia água. Dessa forma, os primeiros registros de grupos humanos organizados em socieda- des, que chamamos de Civilização, foram encontrados no Oriente Médio Próximo. Iniciou-se aí o domínio das técnicas de Agricultura e, assim, os grupos deixaram de ser nômades e coletores e se fixaram em regiões nas quais era possível aplicar essas novas técnicas. A primeira região do mundo para onde esses grupos migraram foi a Mesopotâ- mia, por um único e simples fator: a região era abundante em água. Sem água, não há agricultura,não há criação de animais e, portanto, não há vida. Mapa antigo da Mesopotâmia – delta entre os rios Tigre e Eufrates Fonte: Wikimedia Commons Para sermos mais exatos e precisos, estes povoados se iniciaram na região entre os rios Tigre e Eufrates. E isso não foi à toa, pois, como dissemos, a vida precisa de água. A Mesopotâmia é hoje onde se localiza o Iraque e a Síria. E ainda na pré-História, diversos grupos que antes eram nômades migraram para esta região; primeiro em busca de água e, com o passar do tempo, foram se organizando socialmente e iniciaram o desenvolvimento de várias técnicas de agricultura e criação de animais. 9 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica Com o desenvolvimento cada vez mais acelerado das técnicas de agricultura e com isso a chegada de cada vez mais indivíduos para se fixarem na área, foi necessário o início da adoção da estratégia de começarem o desenvolvimento de técnicas de construção. Deram início, então, à construção de obras de irrigação (muros de contenção, canais, valas, diques) trazendo água dos dois rios da região, para incrementar cada vez mais e aumentar a eficiência da produção de alimentos e da criação dos animais, alguns já domesticados. Campo de cultura de povos antigos Fonte: iStock/Getty Images Pastor de ovelhas povos antigos Fonte: iStock/Getty Images 10 11 Civilizações Hidráulicas A Necessidade do Controle das Águas – Estratégia Tecnológica Com o passar dos séculos, cada vez mais a Humanidade percebeu que o controle e a exploração dos recursos naturais traria o fornecimento de quase tudo que fosse necessário para sua sobrevivência e prosperidade. Importante! A expressão civilizações hidráulicas se refere às civilizações antigas da Mesopotâmia e do Egito e está relacionada ao sistema concebido por Karl August Wittfogel da hipótese causal hidráulica e do modo de produção asiático, que é baseado na teoria marxista. Essa hipótese explicaria a organização social e econômica dessas civilizações com base em sua dependência econômica dos rios que as margeavam, o Tigre e o Eufrates para a Mesopotâmia, e o Nilo para o Egito. Para Wittfogel, trabalhos de irrigação eram necessários para conter e administrar as cheias sazonais desses rios, tornando as terras próprias para a agricultura, e sua complexidade explicaria um estado de servidão da imensa maioria da população. Para controlar e administrar esse trabalho do povo, bem como a distribuição dos excedentes agrícolas, seria necessário, por sua vez, uma forte centralização de governo. Essa centralização, o despotismo oriental, teria se dado a princípio em torno dos templos, e depois dos palácios reais. Zigurate de Ur (reconstruído), construção grandiosa que representaria o “poder despótico oriental”. Fonte: Wikimedia Commons Válida a princípio para as civilizações mesopotâmica e egípcia, essa teoria também foi usada para explicar outras sociedades que cresceram em torno de grandes rios, como a China, com os rios Amarelo e Yang-Tsé, e a Índia, com os rios Indo e Ganges. A teoria da hipótese causal hidráulica de Wittfogel apareceu em 1957, no livro Oriental Despotism: A Comparative Study of Total Power, e até hoje aparece nos manuais didáticos de história como o fator que explica o desenvolvimento das sociedades antigas do Oriente Médio Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Civilizações_Hidráulicas Importante! E assim, por meio do controle dos recursos naturais, principalmente a água, esses povos se desenvolveram muito rápido, surgindo a necessidade de outras organizações e também de novas Estratégias Sociais. 11 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica Estratégias Sociais A Organização dos Grupos por Classes e Hierarquia Social Para que os Estados – e será como passaremos a chamar os grupos a partir de agora – conseguissem construir e manter a infraestrutura que já então se fazia necessária para a manutenção das cidades, eles começaram a desenvolver e formar políticas e regras, tornando-se Estados Centralizadores com exércitos (militares), capazes de organizar e comandar os homens, forçando-os a trabalhos de construção e manutenção dos sistemas de irrigação, e também a trabalhos nas lavouras. Estas Estratégias Sociais foram responsáveis, e porque não dizer que ainda hoje são, pela sobrevivência de todas as cidades recém-formadas e, por consequência, de todos os integrantes/cidadãos, bem como pela manutenção de uma elite política que era dona do poder e das terras. Diversidade Aparecimento das diferentes características entre os Povos Como visto, os diversos grupos humanos, fixando-se em diversos lugares ao redor da Terra, promoveram o aparecimento de diversos Estados e cada Estado, por sua vez, criou e desenvolveu características, valores, técnicas e produtos próprios e particulares a cada um. E podemos dizer, ainda, que a somatória disso tudo criou as diversas culturas que hoje vemos ao redor do mundo. Essa diversidade, essas diferentes culturas entre os vários grupos humanos, dos Estados foi o gatilho que disparou o início de uma grande mudança de comportamento dos humanos ao redor do globo terrestre. Antes das formações dos aglomerados humanos – as cidades – todos tinham coisas muito parecidas. Eram nômades, colhiam e caçavam e tinham quase as mesmas ferramentas. Com o aparecimento das cidades, cada uma delas passou a apresentar características particulares de construção, de produtos agrícolas, animais domesticados e organização social. Isso se deve, principalmente, porque cada cidade adquiria as características e desenvolvia os produtos do meio onde estava. Por exemplo, uma cidade nascida numa região desértica, não tinha como criar animais de altas altitudes. Outro fator muito, mas muito importante nesse contexto de desenvolvimento social e das estratégias, foi a domesticação de animais. 12 13 Com isso, temos o primeiro grande salto da humanidade: o início dos grandes deslocamentos, das grandes viagens e das transposições das grandes distâncias, graças à domesticação dos cavalos. Isso mesmo! Foi graças aos cavalos que a Humanidade começou sua grande aventura de descobrimentos, de conhecer o novo e, principalmente, de interagir com vários outros Estados. As Grandes Viagens Conhecimento do Novo, do Diferente – Estratégias Comerciais e/ ou Estratégias de Guerra Você que está acompanhando esta aula, tente se colocar no lugar do cidadão de umas das cidades antigas às quais nos referimos. Até um determinado momento, você só comia o que era cultivado nas redondezas; somente os tipos de carnes dos animais que eram criados na sua cidade, e se vestia só com os tipos de tecidos e cores, se é que haviam cores, que a sua cidade conseguia produzir. Um belo dia, você e alguns amigos têm, pela primeira vez, acesso a um maravilhoso cavalo, que os leva para outras paragens. E nessas outras paragens, o que vocês veem? Novas comidas, novos sabores, outros tipos de casas e de construções, outros sabores de carnes e tecidos, nunca vistos antes e, ao primeiro toque, você não acredita que aquilo poderia acariciar seu corpo inteiro. E daí vem a pergunta que você e seus amigos fazem: como eles conseguem estas coisas? Onde e como conseguiram criar estes animais de carne tão tenra e saborosa? E esta tal de seda, que tecido é este? É conseguido por meio de um bicho, de uma larva de borboleta? E esta fruta de sabor tão doce e delicado, onde está esta árvore? Já pensou que mesmo hoje em dia, quando temos todas as facilidades de transportes e de conseguir quase tudo do mundo inteiro, nós sentimos vontade de ter, de comer e de consumir determinados itens que às vezes não estão ao nosso alcance? Imagine naquela época! Você e seus amigos viajaram dois meses a cavalo para chegar à nova cidade e lá se deslumbraram com tudo aquilo de novo e de gostoso. Imagine voltarem para sua cidade e nunca mais desfrutarem daquilo, porque na sua cidade natal não tem nada daquilo. Assim, você tem uma brilhanteideia: oferece trocar um determinado alimento que vocês mesmos trouxeram para se alimentar durante a viagem por alguns pedaços do maravilhoso tecido que tanto os encantou. Sem saber, você acabou de criar a Estratégia Comercial. Naquele tempo ainda não havia moeda ou dinheiro e o que você fez, a troca, chamamos de Escambo, que é a prática de fazer trocas com o que você produz e tem sobrando, trocando com outro que tem um exclusivo produto que ele produz e também tem sobra. Esta prática de Estratégia Comercial durou muitos séculos durante a Antiguidade e também criou uma necessidade ou uma vontade cada vez maior no ser humano de empreender grandes viagens para adquirir novos bens e produtos. Ex pl or 13 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica É conhecida pelo nome de Escambo a prática ancestral de se realizar uma troca comercial sem o envolvimento de moeda ou objeto que se passe por esta, e sem equivalência de valor. É a forma original e mais básica que o ser humano tem de realizar trocas, geralmente realizadas com o excedente de cada comunidade. Assim, o habitante de uma vila pesqueira, quando obtivesse peixe em demasia, teria o desejo natural de trocar o seu excedente para ter uma variação em sua dieta. Logo, o pescador procuraria alguém que, por exemplo, fosse agricultor e tivesse plantado algum gênero alimentício em excesso. Havia, ainda, a necessidade dos dois entrarem em acordo, ou seja, de haver a coincidência dos dois personagens desejarem aquilo que o outro participante na troca tivesse para oferecer. Logo, caso os interesses não convergissem, a troca ia por água abaixo. Fonte: http://www.infoescola.com/economia/escambo/ – por Emerson Santiago Ex pl or Rainha das Estratégias Estratégia de Guerra Pois é, meu caro(a) aluno(a). Você, na aldeia estrangeira, fez o escambo com o que você tinha sobrando com algumas peças de seda. Chegando à sua aldeia, todos ficaram maravilhados com a maciez do novo tecido e perguntaram onde você tinha conseguido. Após sua explicação de como adquiriu tal riqueza, um grupo decidiu que também queria para suas famílias o produto tão delicado e raro. Mas não tinham nada para dar em troca. Então, decidiram partir para a tal cidade ou aldeia a fim de pegarem à força a seda dos moradores. Para isso, pensaram que seria melhor antes terem algumas informações, as quais perguntaram para você: • Quantas pessoas têm na cidade?; • Eles dominam as técnicas de fundição do ferro?; • Como eles são fisicamente: são altos ou baixos, são fortes?; • A população é constituída de um número maior de homens, de mulheres ou crianças? Com isso em mãos, este grupo da sua cidade criou uma Estratégia de Guerra para invadirem a cidade estrangeira e tomarem à força o estoque de seda. E o que fizeram com essas informações? Bom, a cidade tem um número menor de habitantes do que a nossa. Vimos que o biótipo da população masculina é estatura baixa e um tanto raquítico (fraco) e não vimos nenhum ferreiro fabricando algum tipo de arma como lanças, machados ou flechas. 14 15 Tendo isso em mãos, os seus conterrâneos criaram uma Estratégia de Guerra na qual foi considerado que não seria necessário levar mais que um determinado número de homens para não gastar com comida e nem com cavalos e que também não precisariam levar os seus mais fortes e pesados escudos para se defenderem, já que não haveria resistência com armas pesadas e que com isso, ou seja, com menos peso, poderiam chegar mais rápido ao destino e principalmente fugir mais rápido com o produto do ataque, a seda. Vamos pensar!!! Podemos afirmar que o que descrevemos acima foi uma Estratégia de Guerra para um Ataque? Sim, houve um planejamento e uma intenção estratégica para que fosse feito um ataque, uma pilhagem ou um saque. O grupo tomou de outro o que não lhe pertencia. Imagem de guerra antiga grega Fonte: Wikimedia Commons Estratégia De Guerra Defesa Vamos continuar pensando!!! Bom, o grupo da minha cidade conseguiu, até com certa facilidade, a seda, o produto que não produzíamos, mas queríamos ter. Mas a cidade estrangeira também ficou sabendo que criamos nossos carneiros e eles não. Lembre-se de que em sua viagem à cidade estrangeira foi com um pedaço de carne de carneiro que você fez o escambo. O que impede que um grupo daquela cidade venha até a sua e também roube seus carneiros? 15 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica Nada os impede. Mas se em sua cidade foi pensada uma estratégia de guerra de ataque, agora sua cidade pensará, também, em uma estratégia de guerra, só que de Defesa. E o que uma cidade que tem de se defender tem de pensar: • Proteger a cidade, cercando-a com um muro ou cerca; • Desenvolver algumas ferramentas para serem usadas como armas; • Treinar um grupo seleto de homens para práticas bélicas, formando um exército. Bom, acho que com isso podemos dizer que formamos o conceito da origem da Estratégia e da Intenção de Estratégia e vimos o nascer das Estratégias Comerciais e das Estratégias de Guerra. Variações das Estratégias Comerciais e de Guerras Com o passar dos anos e com o aparecimento de diversas outras tecnologias e equipamentos, a Humanidade foi moldando suas estratégias de como conseguir o que era necessário ou nem tanto necessário assim, mas pelo simples fato de ter ou de tomar o que pertence ao outro. Para nos aprofundarmos no Estudo do Ambiente Estratégico Empresarial, foi de fundamental importância este breve estudo sobre a história das estratégias, pois agora nossa compreensão dos mais variados ambientes de competição que veremos daqui para frente será muito facilitada. E por que temos tantas variantes, mesmo nos primórdios das estratégias? Porque desde o início, já tivemos muitos fatores interferindo nelas. Importante! Homem montado a cavalo sem cela Fo nt e: W iki m ed ia Co m m on s Homem montado a cavalo com indumentária completa Importante! 16 17 Observem as duas imagens. Imaginem-se montados nas duas situações e que estão indo para uma batalha. Em qual das duas vocês se sentiriam mais confiantes ou mais protegidos. Provavelmente na imagem da direita? Por quê? Como podemos ver, o cavaleiro da direita tem mais equipamentos incorporados à sua indumentária, sendo o mais importante deles o Estribo. Esse acessório, que hoje achamos ser de tão pouca importância, era utilizado somente por algumas tribos na Antiguidade, tribos estas estabelecidas em regiões de clima quente da Índia, nas quais não era necessário aquecer os pés, e o estribo somente apoiava os dedões dos pés. Porém, como já vimos, os homens começaram a se deslocar em larga escala e este acessório, o estribo, passou a ser conhecido em toda a Ásia primeiro, e quando passou a ser utilizado em regiões mais frias, nas quais se aquecer é primordial, o estribo foi alargado para que coubessem os pés inteiros, juntamente com o calçado. E o que o estribo tem de tão espetacular? Ele permite que o cavaleiro fique equilibrado em cima do cavalo e isso deixa o cavaleiro livre e com toda a estabilidade para manusear todos os outros equipamentos e, principalmente, as suas armas. Citamos como exemplos de Estratégia bem sucedida a dos mongóis, habitantes da Mongólia, país vizinho à China e de clima frio. Eles, os mongóis, foram um dos primeiros povos a desenvolverem os estribos, que comportavam os pés protegidos para o frio e 500 anos antes de Cristo já tinham dominado o que é hoje o território chinês. Pensamento Sistêmico e Intenção Estratégica Quais lições podemos tirar e aplicar no meio empresarial, Besta antiga Fonte: Wikimedia Commons para que muitas empresas que atuam nos mais diversos setores e mercados não venham a perder suas participações de mercado ou até mesmo de morrer, fechar suas portas? A China, após ficar alguns séculos dominada pelos mongóis, retomou todo o seu território. Como? Investiram em pesquisas e tecnologia e inventaram, talvez, ou podemosdizer, certamente, os dois maiores artefatos já feitos pelo homem, depois da roda e do fogo: 17 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica A Besta veio primeiro e teve um menor impacto, mas nem por isso teve menos importância. O tiro de uma besta era infinitamente mais certeiro do que qualquer arqueiro poderia executar a sua época. E o mais impressionante e importante foi que os chineses desenvolveram técnicas de manutenção nas quais havia uma produção em série para peças de reposição e as bestas foram montadas com uma simplicidade tal que os próprios guerreiros nos campos de batalha executavam a manutenção e as trocas das peças danificadas. Canhão Fonte: Wikimedia Commons Bom, logo depois disso veio a Pólvora. Este sim, o invento que é considerado o grande divisor de águas que mudou para sempre as relações entre os povos, entre os Estados e países. Todas as estratégias da época, sejam elas de ataque, de defesa, sejam simplesmente diplomáticas ou comerciais, foram revistas, frente ao poder e liderança que a pólvora dava a quem detinha o seu conhecimento e seu uso. Isso porque os projéteis disparados pela explosão da pólvora perfuravam qualquer armadura que na época protegia os guerreiros contra as flechas, que eram as únicas armas de longo alcance que usavam. 18 19 Panoramas de Mercados de Atuação Industrial Defi nição da Estratégia Então, o que podemos trazer para o mundo empresarial do que aprendemos até agora? Tudo, não é! Para continuarmos nossos estudos, pedimos que analisem as empresas operadoras de telefonia e comunicações, bem comuns no nosso cotidiano. Vamos imaginar que uma delas instale uma ANTENA PÓLVORA, ou seja, uma antena que, por exemplo, tenha uma área de cobertura quatro vezes maior que as suas concorrentes. Vamos considerar alguns benefícios que esta nova antena traz para a empresa que a instalou: 1. Menor custo de manutenção de sua rede de transmissão de sinais; 2. Equipe menor, pois menos antenas, menos pessoal operacional; 3. Maior qualidade do sinal, do serviço oferecido; 4. Maior capitação de clientes; 5. Aumento da participação de mercado; 6. Consequência: maior receita e maior lucro; 7. Estabilidade momentânea. Pois bem, a estratégia dessa empresa foi investir em tecnologia e sair na frente de seus concorrentes e, com isso, por um período, terá a liderança de mercado. Mas dissemos que terá uma estabilidade momentânea e por um período, porque este movimento no jogo empresarial, digamos assim, forçará os concorrentes a repensarem suas estratégias mercadológicas e de tecnologia e, certamente, em um espaço de tempo não muito longo, lançarão um contra-ataque. 19 UNIDADE Estudos de Estratégia e Intenção Estratégica Material Complementar A seguir, listamos quatro fontes de materiais para consulta que irão auxiliar no aprofundamento de conhecimento: Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Herbert Spencer cunhou a frase, “sobrevivência do mais apto”. https://goo.gl/GS0k0n O Aparecimento dos primeiros povoados da Humanidade. https://goo.gl/Cxw7aA O metabolismo do corpo humano https://goo.gl/Q1aBQA O surgimento do comércio/escambo. http://goo.gl/6zNnk8 20 21 Referências GONÇALVES, Ana Teresa Marques. Os Conteúdos de História Antiga nos Livros Didáticos Brasileiros. Rio de Janeiro: Hélade, 2001. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. PETRILLO, Marino. Decisões estratégicas de sobrevivência: FIA Fundação Instituto de Administração: 2010 SANTOS, G. Origem da Sociedade. Curso de Direito UNIFEOB, Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJcMAI/origem-sociedade>. Acesso em: 12 jan. 2016 21 Redes de Alianças Estratégicas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Lino Caetano Ibanhe Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial • Introdução • Intenção Estratégica: ferramenta fundamental na concepção estratégica Organizacional • Indicadores De Performance Organizacionais: Dentro Dos Planos Pré- Estabelecidos • Ideologia Central Organizacional: Missão, Valores e Visão • Planejamento estratégico: seu papel e sua importância • Definição estratégica – escolha de mercados, de produtos e de consumidores · Estratégia Empresarial – ferramenta fundamental; · Objetivo principal das empresas: visão, valores e missão; · O papel central do Planejamento Estratégico; · Estratégias no nível do negócio das corporações: qual mercado, qual produto, qual público alvo . OBJETIVO DE APRENDIZADO Em nossa Unidade de estudo, veremos o quanto é importante para as grandes corporações, hoje em dia, saberem de fato o que produzirão, o que venderão, onde e para quem. Disso depende a sua própria sobrevivência dentro dos mercados mundiais, cada vez mais competitivos. E veremos também que a estratégia, o planejamento estratégico é que trará as informações e dará a direção que a organização terá de seguir. Acessem os materiais de pesquisas, dando ênfase a pesquisas de produtos variados, que usamos no nosso dia a dia, para com isso termos uma noção do que acontece no mundo das grandes organizações, que está mais perto de nós do que imaginamos. Por isso, peço a vocês que pesquisem, leiam e se informem. ORIENTAÇÕES Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial Contextualização Como verão no decorrer desta Unidade, estudaremos as intenções e formações estratégicas. Assim, pedimos que, para essa continuidade dos nossos estudos, vocês não se esqueçam do que vimos, ou seja, os primórdios, as origens das Estratégias. Lembremos dos nossos dois cavaleiros. Um sem estribo e outro com estribo e outros equipamentos, e vamos tentar imaginar as dificuldades que cada um teria quando fosse para uma batalha. Com isso em mente, temos a certeza de que cada um dos cavaleiros teve de considerar ou pensar em estratégias distintas e diferentes. E, como veremos, o mesmo acontece com as empresas, que são obrigadas a adotar uma estratégia a ser seguida, e isso é um assunto que tem muito conteúdo. Fonte: Wikimedia Commons 6 7 Introdução Voltemos às nossas imagens e considerações sobre os nossos dois cavaleiros. Um sem estribo e quase sem equipamento e o outro com estribo e todo equipado. As estratégias que cada um terá de pensar e adotar serão e terão de ser completamente diferentes. Para o cavaleiro com menos equipamentos, vamos considerar os seguintes aspectos para a sua PREPARAÇÃO: a) O seu equipamento teve menor custo, mas tem menos recursos; b) Seu tempo de preparação foi menor; c) Mesmo não tendo equilíbrio, ele é mais leve e, assim, é mais ágil; d) Sendo mais leve, seu cavalo se cansa menos. Agora vamos considerar os aspectos dele DURANTE a batalha: a) A manutenção do seu equipamento é mais barata; b) Ele estará disponível antes para as batalhas; c) Consegue atacar com mais velocidade e fugir também; porém, está com menos proteções; d) Seu cavalo come menos e precisa de menos tempo de descanso. Bom, agora considerem os mesmos aspectos para o cavaleiro que está muito bem equipado. Podemos acreditar que acontecerá o seguinte, durante a PREPARAÇÃO: a) Seu equipamento custou muito mais caro, mas tem muito mais recursos; b) Seu tempo de preparação foi maior e mais bem elaborado; c) Está muito estável no cavalo e está pesado, mas muito mais protegido; d) A velocidade de deslocamento é menor. E também DURANTE a batalha nosso cavaleiro equipado terá algumas desvantagens: a) Seus comandantes gastaram muito mais para equipar o exército; b) Demorarão mais tempo na organização da batalha, mas com melhores estratégias; c) A menor agilidade é compensada com a melhor proteção e mais equipamentos; d) As estratégias adotadas devem considerar que os cavalos têm menor velocidade. 7 UNIDADE Intençãoe a Construção das Estratégias Empresarial E para as empresas, a visualização desses aspectos e fatores é exatamente a mesma. Quando temos a intenção de montar uma estratégia para qualquer finalidade empresarial ou comercial, teremos de, fundamentalmente, estudar, montar e aplicar esta ferramenta de fundamental importância no ambiente organizacional. Intenção Estratégica: ferramenta fundamental na concepção estratégica Organizacional Aqui vamos fundamentar e mostrar para todos o que há de mais verdadeiro e fundamental no que diz respeito à elaboração e construção da Intenção Estratégica, reforçando o conceito e a real necessidade de colocar esta ferramenta no lugar de destaque que ela merece e em que precisa de fato estar. Queremos dizer que esta ferramenta é o alicerce, a base que todos deveriam racionalmente considerar e usar para qualquer elaboração e modelagem estratégica organizacional e ter o entendimento de que a utilização desta ferramenta será a via condutora e o principal agente de melhoria de performance. A Intenção Estratégica é a pedra fundamental na elaboração e parametrização das estratégias organizacionais. Dela deriva, como estudaremos a fundo mais a frente, A Ideologia Central das Empresas: Missão, Valores e Visão e quais serão nossas metas, objetivos, posicionamentos, escolhas e projeções. A partir da estratégia definida, dela também derivam e se originam as políticas e diretrizes, os desenhos dos processos e todo o dimensionamento dos recursos físicos, sejam eles industriais, sejam administrativos. A elaboração e o uso desta ferramenta deve induzir à criação e ao desenvolvimento das competências organizacionais, que mostrará as reais necessidades de todos os recursos. Ela sinalizará para os stakeholders e para o mercado as reais perspectivas de geração de valores e de sustentabilidade da organização. Em inglês, stake significa interesse, participação, risco. Holder significa aquele que possui. Assim, stakeholder também significa parte interessada ou interveniente. É uma palavra em inglês, muito utilizada nas áreas de comunicação, administração e tecnologia da informação, cujo objetivo é designar as pessoas e grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes interessadas www.significados.com.br/stakeholder Ex pl or Mas em muitas situações, o que vemos é um descaso ou até mesmo um desconhecimento da importância e da profundidade de seu significado, do seu papel, no escopo da formulação estratégica e, sem isso, ocorrem equívocos administrativos e, portanto, a quebra da confiança e descrença da estratégia nas organizações. 8 9 Geralmente, vemos dentro das grandes organizações, que há uma real vontade de se fazer valer os conceitos da Ideologia Central das Empresas: Missão, Valores e Visão e de realmente se alcançar o sucesso da organização dos mais variados aspectos e do enfoque dos acionistas, dos clientes, dos funcionários, Market-share (participação de mercado), benchmark (modelo de negócio). Mas, na verdade, o número de empresas que realmente conseguem traduzir com eficácia as intenções estratégicas é pequeno. Indicadores De Performance Organizacionais: Dentro Dos Planos Pré-Estabelecidos Talvez o que mais se ouça no meio empresarial é que o conceito de Intenção Estratégica seja um conceito abstrato, por se tratar de um conceito de difícil aplicação. Assim, no que consiste o conceito Intenção Estratégica? Como podemos medir, ou seja, definir quais seriam os indicadores para nos mostrar se a organização está atingindo seus objetivos, aqueles para os quais foi criada? Como medi-los? O maior desafio é transformar as intenções em gestos e atitudes para atingirmos os objetivos. A definição de quais seriam os melhores indicadores necessários para mostrar aos stakeholders, ao mercado ou para a alta administração é um assunto que gasta muito tempo dentro de qualquer organização. E o principal objetivo destes indicadores seria mostrar e medir o quanto a organização está dentro do trilho que foi traçado. Aqui, chamamos todos para uma reflexão: a intenção e o objetivo principal da criação de uma organização é um propósito único, que é a obtenção de lucros e dividendos, baseados no montante de capital que foi aplicado. E assim, nós nos deparamos com um grande desafio, que é inspirar um grupo de pessoas a se voltarem para um objetivo comum, fazer os investidores aplicarem seu capital, fazer com que muitos funcionários vislumbrem o que a organização tem por meta e objetivo. Devemos e teremos como mostrar a todos esses grupos que estamos no caminho certo, que os riscos estão minimizados e que nossa estratégia estava correta e está sendo devidamente seguida. 9 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial Ideologia Central Organizacional: Missão, Valores e Visão Toda vez que alguém se predispõe a desenvolver um projeto, seja ele da natureza que for, tem de estar ciente de que estes projetos exigem o uso e a aplicação das melhores práticas, planejamento e gestão de projetos e, obrigatoriamente, deve incluir as pessoas, os recursos físicos e financeiros, objetivo claro, qualidade etc. Mas no mundo dos negócios, temos um fator que precede, que vem primeiro, antes de tudo isso, que é o foco de nosso estudo: a Estratégia. Ao pensarmos em estratégia, logo nos vem a mente quais são nossos objetivos estratégicos e quais as etapas de planejamento e gestão de execução da estratégia que devemos incluir e considerar. Vamos listar em forma de tópicos, para melhorar nosso aprendizado: 1. Preparação, revisão e divulgação; 2. Implantação e execução do projeto; 3. Integração e desdobramento; 4. Automação; 5. Acompanhamento. Estes tópicos são de fundamental importância, porque servem como um guia, um roteiro para determinar o sucesso do projeto. Assim, a intenção estratégica é fundamental, pois dentro dela está a Ideologia Central da empresa: missão, valores e visão. Missão: Por que existimos? Onde estamos? · quem somos? · para que propósito a organização existe? · que valor nossa empresa oferece para a sociedade? · qual é a nossa identidade? · para quem existimos? · onde estamos agora? Visão: para onde queremos ir todos juntos? · qual é o sonho mais ambicioso de nossa organização? · qual é a nossa visão de futuro? · o que queremos alcançar em longo prazo? · para onde nós vamos a partir de onde estamos? 10 11 Valores: que crenças (princípios) orientarão nosso comportamento? Estratégia: como chegaremos lá? · como seremos diferentes ao criar valor? · como atingiremos nossa Visão a partir de nossa Missão? [...] nossas pesquisas mostraram que um elemento fundamental para o funcionamento perfeito de uma empresa visionária é uma ideologia central – valores centrais e um objetivo além de simplesmente ganhar dinheiro – que oriente e inspire as pessoas em toda a organização e permanece praticamente inalterado durante muito tempo [...] (COLLINS; PORRAS, 1995, p. 56) Ex pl or Defi nições Missão A missão da organização é uma declaração concisa, com foco interno, da razão de ser da organização, do propósito básico para o qual as suas atividades são direcionadas e dos valores que orientam as atividades dos colaboradores. A missão também deve descrever como a organização espera competir no mercado e fornecer valor aos seus clientes (ROBERT S. KAPLAN). Assim, a missão expressa: · a razão de ser da organização; · a vocação (chamamento), ou seja, o chamado da alma da empresa; · o porquê de ela existir e para que ela existe. A missão busca satisfazer demandas por energia, abrigo, comunicação, alimentação, transporte, entretenimento, saúde etc. Visão A visão da organização é uma declaração concisa que define as metas em médio e longo prazos da empresa. A visão deve representar a percepção externa – ser orientada para o mercado e deve expressar, geralmente em termos motivadores ou visionários, comoa organização quer ser percebida no mundo. Uma visão bem articulada, bem divulgada e utilizada corretamente no exercício da liderança gera impactos positivos e reais no desempenho das organizações, e muito contribui para criar um senso de urgência de que se precisa para envolver e mobilizar as pessoas na execução da estratégia. A visão, quando é eficiente, é palpável, necessária, viável, precisa e legível para todos. A visão indica o que a empresa gostaria de se tornar e como gostaria de ser reconhecida pelo mercado e sempre ser superior à sua posição atual (ROBERT S. KAPLAN). 11 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial Importante! Diferenças entre Missão e Visão • A visão é o que se almeja ou sonha para o negócio; enquanto a missão o identifica; • A visão diz para onde vamos; a missão diz onde estamos; • A visão é o passaporte para o futuro; enquanto a missão é a carteira de identidade da empresa; • A missão dá energia para a empresa; enquanto a visão dá rumo a ela; • A visão é inspiradora; enquanto a missão é motivadora. Importante! Valores Ao longo de nossa jornada dentro da organização, quais serão nossas atitudes e comportamentos? Isso seria, para nós, o conjunto de conceitos, filosofias e crenças gerais que a organização respeita e emprega e não é pelo único e simples motivo de ganhar dinheiro; esse conjunto está acima das práticas cotidianas. São os ideais eternos, que são a diretriz e a inspiração para todos que vieram para perpetuar a organização. São as atitudes e princípios dos quais a organização não está disposta a abrir mão, como a honestidade e a ética. Os valores correspondem aos atributos e às virtudes da empresa, como a prática da transparência, respeito à diversidade, cultura para a qualidade ou respeito ao meio-ambiente. Ex pl or Os valores são os princípios que estabelecem como vamos nos comportar, como trabalhamos e como fazemos negócios na empresa. Eles devem ser identificados no DNA da empresa (NEI GRANDO). Missão: a alma da organização Organizar e definir o conceito da missão da empresa não seria apenas um processo de criação, mas um processo de revelação, porque só assim conseguimos de fato enxergar a alma da organização e com isso conseguiremos dar sentido ao total engajamento dos colaboradores. A cada revisão que seja feita na missão, estaremos somente nos ajustando, pois sua essência deve permanecer intacta ao longo dos anos. Para surtir efeito, a missão deve ser vivida pela organização. Dentro do processo de elaboração da missão, temos de considerar: · qual a razão de ser da empresa? · qual é o papel da empresa na sociedade? · qual é a natureza do negócio da empresa? 12 13 · qual a necessidade da sociedade que a empresa pretende atender? A seguir, alguns exemplos de missões de empresas e organizações conhecidas do grande público: · Cirque du Soleil: invocar o imaginário, estimular os sentidos e despertar a emoção das pessoas ao redor do mundo; · Google: organizar as informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e úteis; · Nespresso: proporcionar o café perfeito; · Nike: experimentar a emoção da competição, da vitória e de vencer adversários; · Sony: experimentar a satisfação de progredir e aplicar a tecnologia em benefício da população; · 3M: resolver problemas não solucionados de forma inovadora. Baseado nos exemplos citados de missões, podemos afi rmar que, no geral, as grandes organizações estão preocupadas com o bem estar da sociedade? Pesquisem mais para que tenhamos maiores informações a respeito dessas organizações. Pedimos que observem a missão da 3M. Vocês acham que hoje, depois de mais de 100 anos de existência, este grande grupo atingiu e segue sua missão? Pesquisem junto à Wikipedia e Google, assim terão as respostas também para a missão da Google para a questão anterior. Ex pl or Planejamento estratégico: seu papel e sua importância As grandes empresas e organizações são, na verdade, um conjunto de estratégias de produção de bens e de serviços, mesmo que até agora e mais adiante não tratemos de todos os itens que de fato compõem este estudo. Mas não nos esqueçamos de que nem por isso são fatores de menor importância. A estrutura que se tem de ter para a criação das estratégias empresariais é moldada sob certa racionalidade, ou seja, para funcionar, devemos considerar: estrutura, tecnologia e teoria: · estrutura: é conjunto de papéis e de relações entre os membros; · tecnologia: é o conjunto vigente de normas e práticas consolidadas por meio das quais as coisas são feitas e os resultados conseguidos; · teoria: é o conjunto de regras conhecidas e divulgadas segundo as quais a realidade interna e externa é interpretada e tratada (SCHON, 1971). 13 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial Prezado público, antes de entrarmos no próximo tópico, pedimos que sigam nossa sugestão de aprofundamento sobre os primeiro estudiosos da Administração – Taylor e Fayol, disponível em: http://goo.gl/P5WvB e em http://goo.gl/Hk0joA Ex pl or Acima, indicamos apenas dois exemplos de consultas; explorem mais e leiam tudo que puderem sobre estes dois Pais da Administração. Planejamento estratégico: histórico e surgimento O estudo do aparecimento do processo de Planejamento Estratégico nas organizações atuais requer que se discuta seu surgimento, sua evolução e seu aperfeiçoamento. O Planejamento Estratégico acompanha a evolução da Teoria da Administração e da Teoria das Organizações. Conforme nos deparamos com a História do pensamento administrativo, a Administração Científica, com Taylor, conduziu os administradores a planejarem atividades de forma a alcançar o máximo de produtividade. Fayol, outro clássico pioneiro da Administração, enfatiza o planejamento, ao afirmar que administrar é prever, planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Também foi Fayol quem estabeleceu os primeiros conceitos de administração planejada, ao afirmar que o “plano de ação” é, ao mesmo tempo, o resultado desejado, a linha de ação a ser tomada, as etapas a atravessar e suplantar e o método a ser usado. Mais recentemente, na década de 1970, o Planejamento Estratégico foi trazido para o Brasil, restringindo sua aplicação mais ao meio empresarial e a algumas grandes empresas estatais. Na primeira metade década de 1980, surge a crítica ao Planejamento Estratégico. Executivos se desiludiram com os resultados obtidos de sua aplicação, iniciando o desmonte do staff de planejamento de muitas organizações. Mas, já em meados dos anos 1980, ocorreu uma reavaliação do conceito estratégico, voltando a ser reutilizado. Esta volta se deu devido a muitas mudanças descontínuas que requeriam novas formas de gestão para fazer frente às ameaças e oportunidades (maior número de concorrentes, abertura da economia brasileira) (Revista de Negócios. v. 1, n. 4, jul./set., 1996) Mudando para sobreviver e o mudar é parte integrante da estratégia As grandes mudanças organizacionais são uma parte importante da estratégia, sendo que muito frequentemente é a própria estratégia. Dentro das organizações, as decisões estratégicas são muito complexas e assim 14 15 todos devem tomar muitos cuidados antes de as tomarem ou até mesmo de decidir tomar outro rumo ou adotar um novo objetivo. Toda a análise necessária deve seguir um rígido processo por parte dos executivos, pois isso pode colocar em risco todo o planejamento e até mesmo a alma da organização, a sua missão. Portanto, o Planejamento Estratégico pode ser considerado um processo em contínua e adaptativa evolução, por meio do qual as organizações definem sua missão, objetivos e metas, é neste momento em que elas também selecionam suas estratégias e os meio para atingir os objetivos. É um processo gerencial, um roteiro que cada executivo envolvido pode e deve seguir para com isso obter um nível de otimização nas relações da empresa com o meio no qualestá inserida. Alguns estudiosos ainda dizem que o Planejamento Estratégico é uma ferramenta de vital importância, que ajuda a organização a lidar melhor com as circunstâncias mutantes do ambiente (MEYER). Nas últimas duas décadas, o que vocês acham que aconteceu com o mercado de telefonia e com o automobilístico, por exemplo. Há 20 anos, quantos players (produtores/fornecedores) havia e quantos temos hoje em dia? Pesquisem a respeito desses dois mercados e, assim, nossa compreensão do tópico a seguir será muito melhorada. Ex pl or Ambiente Hostil/Mercado Hostil X Planejamento Estratégico O Planejamento Estratégico permite às organizações ficarem mais preparadas e fortes frente às ameaças de um mundo cada vez mais hostil. Por isso, o planejamento estratégico mostra a todos dentro das organizações que seus esforços precisam convergir para um denominador comum, por meio da unificação das ideias e dos entendimentos de todos os envolvidos, da alma, da missão, dos objetivos gerais e específicos, das estratégias, das políticas, dos projetos e dos programas organizacionais. O planejamento estratégico sempre deve ser considerado um exercício de aproximação com o futuro, pré-defi nindo e antevendo com razoável certeza o que se deseja realizar nesse futuro, seja em médio ou em longo prazo. 15 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial Definição estratégica – escolha de mercados, de produtos e de consumidores Depois de termos visto a importância de elaborar corretamente as estratégias dentro das organizações, estudaremos agora como devemos escolher assertivamente quais são nossos alvos e como seremos competitivos dentro dos mercados em que atuaremos. Quadro 1: Estratégias de competição Vantagem Estratégica Exclusividade percebida pelo consumidor Posição de baixo custo No âmbito de toda a Indústria Diferenciação Liderança no custo total Apenas em um segmento particular Foco Liderança no Custo Total Este tipo de estratégia consiste em fazer com que, basicamente, a organização tenha um grande volume de venda, ou seja, uma economia de escala, uma produção de escala bastante volumosa. E com isso, o VALOR que os consumidores irão perceber desta organização é que serão geralmente produtos ou serviços com preços acessíveis. O valor percebido pela sociedade de um determinado bem ou serviço não se resume à apenas seu valor de compra, mas sim a toda a imagem e entendimento que todos têm a respeito dele, conceito este que será estudado posteriormente. Características requeridas pela Liderança no Custo Total: · conseguir os menores custos de produção e distribuição na Indústria como um todo para obter maior rentabilidade; · praticar preços equivalentes ou mais baixos que os dos concorrentes e oferecer Produtos com qualidade aceitável. · capacitações requeridas: · investimento e acesso ao capital necessário (geralmente parque fabril grande); · boa capacidade de Engenharia de Processo; · supervisão intensa de mão de obra; · produtos projetados para facilitar a fabricação (agilidade e baixos custos); · sistema de distribuição com baixo custo; 16 17 · riscos implícitos no modelo: · mudança tecnológica, anulando investimento ou aprendizados anteriores; · aprendizado de baixo custo por novas empresas entrantes ou por seguidores; · incapacidade de ver a mudança necessária no produto ou no seu marketing em virtude da atenção colocada no custo (miopia); · inflação de custos afetando o diferencial de custo. Liderança na Diferenciação Na Liderança pela Diferenciação, podemos afirmar que o VALOR percebido pelo público alvo será principalmente o diferente, o novo, o exclusivo, o melhor. Com isso, o custo de aquisição não será o fator determinante para a compra do produto ou serviço, e sim sua qualidade ou sua exclusividade. Características requeridas pela Liderança na Diferenciação: · atingir desempenho superior (singular) em alguma área importante de benefício ao cliente (serviços, qualidade, tecnologia, estilo), abordando todo o mercado; · obtenção de rentabilidade via preço-prêmio, tendo custos similares aos dos concorrentes. · capacitações requeridas: · grande habilidade em marketing; · boa capacidade em Engenharia de Produto; · capacidade criativa elevada; · grande capacidade em pesquisa básica; · reputação da empresa como líder em qualidade ou tecnologia. · riscos implícitos no modelo: · o diferencial de custos entre os concorrentes com produtos de baixo custo torna-se muito grande, para que se consiga manter lealdade à marca; · necessidade ou desejos dos compradores em relação ao fator de diferenciação diminui; · imitação, reduzindo a diferenciação percebida pelos consumidores. O problema do meio termo: falta de estratégia defi nida Como vimos nos modelos de Estratégias Competitivas, a definição de uma ou de outra facilita e conduz a organização para um objetivo comum e bem definido. Agora, imaginem uma organização perdida, sem foco, sem saber que mercado atacar. Esta indefinição levará a organização a: 17 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial · por não ter uma estratégia bem definida, ter o pior desempenho (indefinição estratégica); · estar “em crise existencial”, procurando ser superiores em todas as dimensões estratégicas, e acabando não sendo boa em nenhuma dimensão específica. Motivos: · as estratégias genéricas são alternativas que exigem meios diferentes ou até incompatíveis de organização; · uma empresa indefinida é um conjunto conflitante de arranjos e sistemas internos de motivação. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: A seguir, indicamos outros materiais que enriquecerão muito nossos conhecimentos sobre o assunto Estratégias. Sites Taylor e Fayol http://www.coladaweb.com/administracao/taylor-e-fayol A Arte da Guerra https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Arte_da_Guerra Estrutura Básica de um Sistema de Custeamento http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/sistemacustos.htm Livros A Arte da Guerra Sun Tzun 19 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresarial Referências EnPAD. Intenção estratégica: um resgate e uma reflexão acerca desta ferramenta organizacional. Salvador, BA, 2006 De Deus, C. Princípios da Administração, Taylor e Fayol. Artigos de Adminstração, 2014 Disponível em: http://www.celsodedeus.com.br/artigos/administracao/315- principios-da-administracao-taylor-e-fayol. Acesso em 08 jan. 2016. Luzio, F. Fazendo a Estratégia Acontecer. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010 Kaplan, R. S. ; Norton, D. P. Mapas Estratégicos. 1. ed. Brasil: Elsevier, 2004 Barbero, E. Marketing: conceito e evolução. 1. ed. São Paulo: .FIA Fundação Instituto de Administração, 2009 Collins, J. ; Porras J. Práticas bem sucedidas de empresas visionárias. 1. ed. São Paulo: Rocco, 1995 20 Redes de Alianças Estratégicas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Lino Caetano Ibanhe Revisão Textual: Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais • Análise e Pesquisa de Mercado: Estratégia de Minimização de Riscos • Estratégia Comercial e de Vendas • Produto: a Escolha Definitiva a Principal para o Desenvolvimento das Estratégias • Estratégia Tecnológica de Produção: A Configuração Produtiva do Empreendimento · Estratégia Empresarial – qual será nosso mercado alvo; · Qual produto oferecer a este mercado alvo; · O que será necessário para a produção – configuração produtiva. OBJETIVO DE APRENDIZADO Após termos estudado a importância e o papel do Planejamento Estratégico, bem como a importância da missão, da visão e dos valores da organização e também a importância da escolha de qual estratégia seria a mais adequada para atingir as metas pré-determinadas (Diferenciação e Liderança no Custo Total), esta Unidade será dedicada às análises que se fazem necessáriaspara a escolha do mercado, do público alvo, do produto e da estratégia de configuração produtiva. ORIENTAÇÕES Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Contextualização Como vimos, a Intenção Estratégica é de fundamental importância para que uma organização que queira atuar em um determinado mercado, com um determinado produto, saiba exatamente o que fazer em termos de estruturas, custos, ações e estratégias, para que não fique fora da Missão e da Visão que foram traçadas e determinadas pelos investidores e executivos da organização. 6 7 Análise e Pesquisa de Mercado: Estratégia de Minimização de Riscos Todo novo empreendimento que qualquer organização ou indústria tem a intenção de iniciar implica riscos e incertezas. Assim, em que devemos nos basear e nos fundamentar para a tomada de decisão? Não são tão recentes as pesquisas de mercado e planos de Marketing dos quais as grandes organizações lançam mão para tentar minimizar esses riscos e diminuir seus custos de implantação. A definição de um Plano Estratégico é fundamental para que as organizações sigam e atinjam sua Missão e Visão e cumpram os papéis de seus Valores, sendo esses fatores, como vimos, a ALMA das organizações. Dentro desse conceito, a análise e a pesquisa mercadológica se fazem necessárias e de fundamental importância, pois sem isso talvez as organização nem consigam estabelecer sua Estratégia Organizacional e se o fizerem, certamente, ficarão faltando componentes que distorcerão os valores, as análises e até mesmo o desempenho corporativo. Com isso, a análise e a pesquisa de mercado são duas ferramentas que auxiliarão as tomadas de decisões para os planos futuros e devem ser aplicadas e consideradas somente quando tivermos certeza de que seus resultados contribuirão para diminuir e minimizar os riscos nas tomadas de decisões. Fonte: Divulgação Fonte: iStock/Getty Images 7 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Análise e Escolha de Mercado: Analisando e Trabalhando com as Informações Toda e qualquer análise e pesquisa mercadológica nos trará um nível de informações bastante grande, um volumoso pacote de informações cujas entrelinhas todo e qualquer empreendedor tem por obrigação analisar e considerar. Essa análise deve considerar qual é o seu plano ou o seu objetivo, pois somente assim o empreendedor conseguirá diminuir os seus riscos e achar novos caminhos e oportunidades, facilitando em muito o seu caminho para alcançar os objetivos pré-estabelecidos. E outro fator de fundamental importância que temos a salientar é que de nada adianta gastar esforços e recursos em pesquisa e análise de mercado se de fato o empreendedor estiver disposto a mudar suas ideias e concepções iniciais a respeito do que tinha previamente imaginado ou estabelecido para seu projeto. A análise e a pesquisa de mercado fornecem ferramentas e dados que muito contribuirão para melhorar e aprimorar as estratégias previamente imaginadas. Pesquisa Mercadológica: Ferramenta de Conhecimento Estratégico Para que serve uma Pesquisa Mercadológica? No que ela nos é útil? Essa ferramenta de conhecimento estratégico nos mostra e nos faz tomar ciência de alguns fatores que são absolutamente necessários para qualquer organização que pretenda iniciar um novo projeto para atuar em uma área que até então é uma área a ser desbravada. Assim, a Pesquisa Mercadológica deve mostrar: 1. Perfil da clientela · características quantitativas: mostra quantos clientes será possível atingir, qual o potencial futuro deste mercado, qual será a participação da organização neste mercado, quantos e quais serão os seus concorrentes; · características qualitativas: renda do meu público alvo, escolaridade, estilo de vida, hábitos de consumo, características comportamentais; 2. Perfil dos concorrentes: quem são os seus concorrentes, como se compor- tam, onde se localizam, qual são suas estratégias de fornecimento e de preços; 3. Perfil dos fornecedores: quais serão seus fornecedores, onde estão localizados (logística de entregas), qualidade e custos das matérias primas desses fornecedores, qualidade e custos de serviços que por ventura serão necessários para a organização. 8 9 A análise dos dados e informações que descrevemos acima, na verdade, servem para tomadas de decisões e a definição das estratégias para as duas pontas da nossa organização: · Estratégia Comercial e de Vendas; · Estratégia de Materiais (Supply Chain – Cadeia de Materiais). Estratégia Comercial e de Vendas As Estratégias Comerciais e de Vendas são as atividades e procedimentos de saída, são os OUTPUTS das organizações. Somente com uma análise criteriosa e detalhada das pesquisas é que se consegue estabelecer as metas e estratégias que deverão ser seguidas. Mas que fatores são estes que tanto impactam os OUTPUTS das organizações? Sem a devida consideração e perfeito dimensionamento deles, o novo empreen- dimento poderá estar determinado ao fracasso mesmo antes de seu nascimento. A seguir, relacionamos os de maior destaque: · Tamanho do mercado: qual é a meta de vendas (quantidade) que se intenciona atingir e dentro de qual prazo (dimensionamento do mercado); · Avaliação dos produtos: como estão indo os produtos no mercado, estão atendendo as expectativas dos clientes para as quais foram criados, os clientes estão de fato percebendo o valor do produto, estão satisfeitos; · Política de preços: os preços praticados estão de acordo com os valores percebidos por seus clientes, vendas são perdidas por preços superiores aos dos seus concorrentes ou a organização está ganhando participação de mercado. Estratégia de Materiais (Cadeia de Materiais – Supply Chain) As Estratégias de Materiais e Supply Chain são as atividades e procedimentos de entradas das organizações, são os INPUTS. Quando vimos acima os fatores que compõem os INPUTS organizacionais, vimos que o primeiro fator é que mercado e que tamanho de mercado queremos atingir. Pois bem. Só esse fator já é determinante para que todos os INPUTS sejam estabelecidos e parametrizados. Podemos, certamente, fazer esta afirmação pelo simples fato de que o ta- manho do mercado em que queremos atuar definirá toda a estrutura física do novo empreendimento. Imaginem uma organização que mesmo antes de definir seus parâmetros de mercado adquira uma planta fabril com o triplo da capacidade de produção que conseguirá vender em seu novo mercado. Isso acarretaria um enorme custo fixo desnecessário, que tornaria o projeto inviável em termos de custos, por exemplo. 9 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Assim, a seguir também relacionamos os principais fatores que impactam os INPUTS dentro das organizações: 1. Estrutura física: de acordo com a meta traçada do tamanho de mercado a ser atingido, a organização fará o dimensionamento de toda a planta do novo empreendimento, pois disso depende e isso determinará a capacidade produtiva do empreendimento. Um superdimensionamento causará, como já vimos, custos fixos desnecessários e um subdimensionamento implicará que possa haver incapacidade de a organização abastecer futuramente o mercado alvo de suas metas; 2. Tecnologia a ser empregada: esse é outro fator que deve deter um estudo mais profundo por parte dos executivos. A escolha da tecnologia leva à escolha correta de qual tipo de equipamentos devem sem adquiridos para a produção. Alta tecnologia implica altos custos de aquisição e de manutenção e, claro, maior eficiência produtiva; 3. Aquisição de materiais/compras: a definição da localização da nova planta implica análise minuciosa que deve levar em conta a localização dos respectivos fornecedores das matérias primas que serão consumidas. Um projeto pode ser inviabilizado por custos de reabastecimentos, altos custos de fretes e até mesmo a falta de diversos materiais, fazendo parara produção; 4. Contratação de mão de obra: outro fator de suma importância dentro de um novo empreendimento é a alocação da força de trabalho. Definido o mercado e o produto, saberemos quem temos de ter ao nosso lado para a produção dos bens. Se esta força de trabalho não for encontrada numa distância razoável do empreendimento, isso também pode inviabilizá-lo. A organização pode ter custos elevados de homem/hora, alta rotatividade da força de trabalho e queda da qualidade dos produtos. Acuracidade (Exatidão) de Custos: Estratégia de Liderança no Custo Total Vamos aqui fazer um chamado a todos os estudantes para que notem que, apesar de estarmos usando acima os termos Estratégia de Materiais ou Estratégia Comercial e de Vendas, não devemos nos esquecer de que ainda estamos dentro da Análise e Pesquisa de Mercado. É que dentro desta análise temos subestratégias que se faz necessário mencionar e estudar, pois afirmamos que os dados da Análise e Pesquisa de Mercado são os alicerces da construção das futuras estratégias que serão traçadas e adotadas pela organização. E por que o destaque que aqui damos aos custos e sua exatidão? Porque cada vez mais todos os mercados estão mais competitivos e qualquer diferença que as organizações consigam à frente de seus concorrentes, hoje em dia, pode ser o grande diferencial para sair na frente e conseguir uma maior fatia de mercado. 10 11 Mesmo que não estejamos falando exclusivamente da Estratégia de Liderança no Custo Total, hoje todas as organizações, sem exceção, precisam de uma ESTRUTURA DE CUSTOS, tanto de custos fixos, como de todos os custos variáveis, muito enxuta, ou seja, os custos de qualquer natureza precisam ser os menores possíveis e todos muito bem calculados e acompanhados de muito perto pela administração. Podemos afirmar isso, pois cada vez mais as grandes organizações não têm muita margem para mexer em preços ou em outro qualquer componente do produto. E como a globalização dos últimos tempos diminuiu as distâncias e as diferenças de um mercado para outro onde estas mesmas organizações atuam, a maioria dos produtos ficaram muito parecidos entre si, tanto em termos de características físicas como de preços, e assim o que se busca para ter um diferencial competitivo é a diminuição das estruturas de custos e, porque não, as estratégias de custos. Produto: A Escolha Definitiva a Principal para o Desenvolvimento das Estratégias Fonte: adaptado do iStock/Getty Images Chamamos a todos para analisar a imagem de cada produto acima. Vamos agora tentar enumerar o que cada um deles demanda para ser produzido. Como será a estrutura fabril de um deles e as máquinas que os produzem? O que será necessário para que as organizações os entreguem nos mercados consumidores? Será que cada um deles tem muitos concorrentes que disputam clientes de igual para igual? Façamos algumas considerações de cada um dos produtos. 11 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Doritos · Público alvo: jovens; · Mercados de atuação: geograficamente, geralmente em grandes centros; · Divulgação: plano de marketing agressivo e sempre presente; · Política de preço: valor sempre acessível, para ter volume grande de venda; · Logística de entregas: deve ser muito bem estudada, pois o produto é leve e volumoso. Pasta dente · Público alvo: todas as idades e para todos da família; · Mercados de atuação: não há, em princípio, restrição geográfica para atuação; · Divulgação: plano de marketing agressivo e sempre presente (muitos concorrentes); · Política de preço: valor sempre acessível, para ter volume grande de venda; · Logística de entregas: facilitada, pode ser por meio de distribuidores – produto mais compacto. Mencionamos estes dois produtos e estas implicações em suas negociações e distribuições só para termos como exemplo o que cada produto exige das organizações quando estas decidem operar em seus mercados. Cada um dos produtos exige de suas organizações estratégias específicas para que todos os OUTPUTS e INPUTS transcorram com fluidez natural, pois os dois produtos são produtos de grande volume de negociação. Esses produtos é o que chamamos de PRODUTOS DE CONSUMO. CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DE CONSUMO Produtos de conveniência Produtos de compra comparada Compra frequente e imediata · Baixo preço · Muitos lugares para compra Incluem: · produtos de consumo geral · produtos de compra por impulso · produtos de emergência Compra com menor frequência · Busca de informações sobre o produto · Poucos lugares para a compra Comparáveis por: · adequação e qualidade · preço e estilo TV, celular, máquina de lavar roupa Produtos de uso especial Produtos não procurados Esforço adicional para compra · Características únicas · Identificação da marca · Poucos locais disponíveis para compra Carros Lançamentos e inovações · Produtos que os consumidores não têm · Conhecimento ou não pensam a respeito · Requerem muita propaganda e esforço de venda pessoal Plano de Aposentadoria, Cafeteira Nespresso 12 13 No quadro acima, temos uma classificação clássica dos produtos de consumo. Na verdade, todos os produtos são de consumo, mas cada grupo possui características distintas, como podemos ver: maior ou menor volume, maior ou menor frequência de compras, e assim por diante. Sugerimos que pesquisem online como é produção dos nossos dois exemplos de produtos: o Doritos e a pasta de dentes. Vejam como são as características de cada fábrica, as diferentes matérias primas, os maquinários e a estocagem. A seguir, damos dois exemplos de sites, mas as possibilidades são inúmeras. Explorem!!! http://goo.gl/24l9j8 Ex pl or Características e Classificação dos Produtos A grande maioria dos mercados e das pessoas acha que os produtos são exclusivamente BENS TANGÍVEIS, ou seja, materiais, palpáveis. Mas na verdade os produtos são muito mais que somente tangíveis. O produto é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Entre os bens comercializados estão bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias (KOTLER; KELLER, 2006). Níveis de Produtos: A Hierarquia de valor para o cliente Desde que se tenha definido qual produto uma organização ofertará no mercado, esta precisa ter em mente cinco níveis de produto. Os níveis de produtos servem para agregar mais valor para os clientes. E são os cinco níveis que constituem a Hierarquia de Valor. Quanto mais valor o seu cliente perceber sobre o seu produto, mais interesse ele terá nele. Vamos exemplificar o que estamos falando. Primeiro nível · Benefício central – o serviço ou o benefício central que o cliente está realmente comprando; · O comprador de uma Furadeira está comprando FUROS. Segundo nível · Produto básico – para cumprir o benefício central, o produto ou serviço tem de ter as características básicas para tal; · A furadeira, para fazer FUROS, precisa ter mandril para fixação da broca e um motor para fazê-la girar. 13 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Terceiro nível · Produto esperado: série de atributos e condições que os compradores normalmente esperam ao comprar um determinado produto; · O comprador da Furadeira espera que ela fure; portanto, a broca tem de fixar, não pode sofrer com choques elétricos e o motor tem de ter potên- cia suficiente. Quarto nível · Produto ampliado: é o produto que excede as expectativas dos clientes; · A furadeira tem regulagem da velocidade de giro da broca e inverte a rotação do motor. Observação: o que geralmente acontece é que as características extras dos produtos ampliados, geralmente, em médio prazo, tornam-se características comuns ao produto.Ex pl or Quinto nível · Produto potencial: produto que agregou outros valores além de sua função primeira, tornando-se referência de Mercado. · Furadeira equipadacom luz de led para iluminar os trabalhos e acessórios que permitem que ela se torne parafusadeira. Estratégia Tecnológica de Produção: A Configuração Produtiva do Empreendimento Dentro desta unidade, até este momento, vimos praticamente tudo que seria necessário definir e tomar a decisão em termos do que faremos, do que se trata o nosso objetivo, ou seja, o que vamos vender e colocar no mercado. Agora, precisamos materializar este projeto. Os dados e as informações até agora são uma grande massa compilada de dados, que é a matriz do empreendimento. Quando dizemos materializar, queremos dizer que partiremos agora para a construção física do projeto. Construiremos o prédio da fábrica, instalaremos os equipamentos de produção, dimensionaremos nossa equipe de mão de obra e nossa frota de caminhões. Porque agora, de fato, iniciaremos a produzir o produto em si. Tudo que vimos era com relação ao nosso mercado alvo, público alvo, o que venderíamos e como entregaríamos. O que faremos agora será colocar em prática e tornar real todos os estudos que o projeto demandou. 14 15 Fontes: Wikimedia Commons Observem a imagem acima. Alguém pode adivinhar do que se trata ou qual é este produto? Trata-se da linha de produção da Ford Motors Company, que foi fundada há mais de 100 anos nos Estados Unidos. Por incrível que pareça, o início da vida da Ford Motors foi muito difícil e a empresa quase foi à falência. Mas seu principal acionista, Henry Ford, adaptou e melhorou muito uma ideia que já era aplicada à sua época: a linha de produção dinâmica. O que o Henry Ford conseguiu com esta manobra é considerado até os dias de hoje o marco zero e o molde de tudo que se seguiu depois, ou seja, hoje as tecnologias são outras, mas os moldes e o conceito fundamental continuam sendo o de 100 anos atrás. O produto que saía desta linha de produção era o carro Ford Modelo T, que para sua época era um produto à frente de seu tempo. Tinha mais tecnologia, era mais rápido e custava menos. Tudo isso foi possível porque a Economia de escala que a linha de produção trouxe para o produto foi absurda. Primeiro os engenheiros desenvolveram peças que serviam em diversos produtos e no início os carros eram montados em células de trabalho, ou seja, um grupo de funcionários montava o carro inteiro, do início ao fim. Com a implantação da linha de produção dinâmica, a montagem era feita em cima das esteiras. Graças à dinamização da montagem, a fábrica passou a produzir 10 vezes mais carros no mesmo espaço de tempo e isso permitiu que, com a economia de escala, o custo caísse e, por consequência, o preço de venda. Aqui, vale pedir a todos que aprofundemos nossos estudos. A seguir, indicamos um dos muitos sites que contam e mostram a história da famosa linha de produção do Ford Modelo T. Leiam a história e vejam as imagens da Ford e depois pesquisem e vejam as linhas de montagens das modernas fábricas de carros dos dias de hoje. Claro que as tecnologias são outras, mas, por exemplo, observem os sistemas via esteiras: http://goo.gl/4mdK02 Ex pl or 15 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Configuração Produtiva do Empreendimento Prezados(a) alunos(as), depois dessa pequena demonstração que demos do que foi a linha de produção da Ford, podemos dizer que de fato houve uma configuração produtiva voltada para o produto, que era o Modelo T? Sim, podemos afirmar sem a menor sombra de dúvidas. Na verdade, podemos até dar outro nome, uma denominação mais atual. A Ford tinha uma Engenharia de Produto atuando fortemente dentro da fábrica para que a companhia atingisse o seu objetivo: disponibilizar carros baratos e confiáveis para seus clientes. A Engenharia de Produtos dentro das grandes organizações tem um papel fundamental na montagem e definição do empreendimento. Todas as etapas que vimos de definição de mercados e de produtos, bem como e, principalmente, as características dos produtos, a Engenharia de Produto tem de estar presente em todas elas. De nada adianta, por exemplo, um arquiteto desenhar um projeto espetacular de ponte se não há material disponível para sua construção. É aí que entram os engenheiros e fazem os cálculos de projeto e viabilizam a construção da ponte. Dentro das organizações, acontece a mesma coisa. Desde que se inicia um novo projeto para um novo produto, depois de posta a nova ideia do produto, entra a Engenharia de Produtos e se inicia o seu desenvolvimento, que tem de, obrigatoriamente, obedecer às etapas a seguir 1. Materiais A lista de materiais que serão empregados na produção do produto é a primeira preocupação que deve ocupar os responsáveis pelo projeto: · quais são os materiais e a qualidade que será exigida; · quais serão os fornecedores; · qual a localização desses mesmos fornecedores; · quais seriam as possíveis opções em caso de desabastecimento. Exemplo Salgadinho Doritos: a principal matéria prima é o milho. De quem compraremos, quanto custaria, a que distância estão esses fornecedores. O material para as embalagens é fácil de conseguir neste local, os fornecedores atenderiam à qualidade de impressão que precisamos. 2. Roteiro de produção As máquinas que são necessárias para a produção a fim de que haja de fato uma otimização, para que tenhamos uma economia de escala suficiente para diminuir nossos custos fixos e variáveis e a qualidade e preço previamente estipulados no anteprojeto: 16 17 · quais máquinas precisamos comprar; · qual o custo destas máquinas; · onde se localizam os fornecedores das máquinas, serão importadas, como serão as manutenções que se farão necessárias no futuro; · peças de reposição serão de fácil reabastecimento no mercado; · a capacidade produtiva do maquinário atenderá a projeção do novo empreendimento. Exemplo Salgadinho Doritos: máquina de cozimento do milho, máquina empacotadora na embalagem primária (solda do saco plástico e balança). 3. Acessórios auxiliares para a produção Aqui devemos considerar os custos de instalação de cada maquinário. Todo equipamento industrial requer uma instalação auxiliar para que comece a produzir: · caldeira geradora de vapor para a máquina de cozimento; · compressor de ar para linhas de produção; · subestações e painéis de energia elétrica. Exemplo Salgadinhos Doritos: a máquina de cozimento precisa receber vapor e água quente, as unidades de empacotamento necessitam de ar comprimido para se movimentarem. 4. Estocagem de materiais Um dos principais problemas que geralmente são esquecidos em um projeto e configuração produtiva são os espaços para os estoques, tanto de matérias primas como de produtos acabados. É de suma importância que saibamos o quanto precisamos ter em nossos estoques a mão e disponíveis, os materiais essenciais à nossa produção; e também os produtos prontos que serão entregues aos nossos clientes: · tamanho do galpão para estoque de matéria prima e produtos prontos; · local e espaço adequado para receber os caminhões para carga e descarga; · quantidade de empilhadeiras necessárias para a movimentação de todas as cargas; · layout (disposição) adequada para que todas as movimentações fluam a contento. 17 UNIDADE Intenção e a Construção das Estratégias Empresariais Exemplo Salgadinhos Doritos: sabendo de quanto é a produção diária, sabemos quanto tem de ser o nosso estoque de grãos de milho, o quanto iremos consumir e assim sabemos qual o espaço necessário para a estocagem. Dentro deste exemplo, ainda da estocagem dos Doritos, como vocês pensam que deva ser o estoque de produtos prontos? Considerando que os pacotes de salgadinhos são leves e volumosos, isso porque não queremos entregar aos nossos clientes os Doritos todos moídos. Assim, como acham que devemos pensar para dimensionarmos esses espaços de estocagem? Ex pl or 5. Logística de entregas Este item, mesmo não estando dentro do processo produtivo, deve ser comentado devido a ser
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