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Paulo Freire 
Pedagogia da Anatomia 
 
Paulo Freire deixa implícita a sua ideia de que “todo conhecimento é 
inacabado”. 
 
Todo conhecimento é um processo que se desenvolve continuamente 
incorporando novos elementos, jamais deixando de questionar, sobretudo a 
si mesmo. 
 
Para Paulo Freire, o próprio ser humano é um projeto inconcluso. 
 
A humanidade, a história e a cultura estão sempre em desenvolvimento. 
Existem muitas coisas a serem descobertas e inventadas. 
 
Nós ainda estamos tentando entender o que somos, através das mais 
diversas linguagens, ciência, arte, religiões, inteligência, intuição, sensibilidade. 
 
Na perspectiva freiriana, se nós participamos da humanidade, com a nossa 
inteligência e a nossa sensibilidade, relacionando nossos conhecimentos com 
o mundo, é assim que nos humanizamos. 
 
Se nos adaptarmos ao mundo, sem questionar, sem refletir, perderemos a 
oportunidade de nos humanizar. 
 
A noção de consciência ingênua, ou consciência mágica e a conquista da 
consciência crítica pela educação é um dos princípios fundamentais da 
pedagogia da autonomia. 
 
Consciência mágica – é aquela que atribui um poder superior ao 
conhecimento, às coisas e às relações, de modo que a pessoa se sente 
necessariamente dominada e subjugada por uma força que ela não se sente 
capaz de compreender, e muito menos, de interferir. Por isso, a pessoa 
simplesmente se rende a alguma autoridade que se apresenta detentora do 
saber, como se o conhecimento fosse uma propriedade inabalável, restando 
a pessoa somente aceitar e se adaptar, submetendo-se a um modelo de 
ensino autocrático e desumanizador. 
 
“Se ele falou que é, é porque é.” 
 
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo.” 
 
Consciência crítica – é aquela que se interessa pela investigação, é aquela 
que busca compreender como se entrelaçam os mais variados fatores que 
compõem o conhecimento e a realidade. Parte do princípio que a cultura, a 
história, o conhecimento são produtos humanos que se transformam 
sempre, a partir de nossa ação no mundo. 
 
Para Paulo Freire, os conhecimentos escolares e a realidade concreta 
devem estar vinculados em uma dinâmica. 
 
Nessa relação baseada no diálogo, aprender com o mundo é uma relação em 
que nós ouvimos o mundo e ensinamos com o mundo. 
 
Paulo Freire critica o modelo escolar regido pela ideologia do mercado, que 
para ele está focado em treinar educandos para que se tornem pessoas 
adaptadas as regras, restringindo as suas possibilidades. 
 
O autor também fala sobre uma pedagogia ética, em relação ao educador. 
 
Para Paulo Freire, não existe neutralidade na educação, toda educação é 
política. 
Uma educação que se diz neutra é carregada de ideologia. 
 
Projeto político-pedagógico da escola – toda escola tem, muitas vezes, uma 
coisa no papel e outra coisa na prática. 
 
O que a escola está ensinando? Para que? Por quê? Qual a finalidade? Qual o 
sentido de estudar isso e não aquilo? 
 
Todo projeto político-pedagógico de uma escola vem carregado de uma 
determinada visão de mundo, e, portanto, de uma escolha política que 
privilegia determinado conjunto de saberes , e que expressa determinado 
conjunto de crenças e valores. 
 
Quando a escola é democrática, os gestores, educadores, educandos e sua 
família participam ativamente da redação e publicação do projeto político-
pedagógico. 
 
A escola e o educador devem ter consciência de que todo observador 
constrói a sua visão de mundo a partir de um ponto de vista, e esse ponto 
de vista não induz o observador ao erro (não necessariamente) 
 
O rigor ético do educador deve condenar o cinismo, os preconceitos. 
Condenar quem emite falso testemunho para que sua opinião ou conceito 
possa induzir alguém. 
 
Ética que não confunde pureza com puritanismo. 
 
Moralismo – “perversão da ética”. 
 
A única forma de defender a ética na sala de aula é pelo exemplo. 
 
O educador deve fortalecer a criatividade dos estudantes e incentivar os 
questionamentos.