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Sondas, Drenos e Cateter - Resumo

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Sondas, Drenos e Cateteres – Crédito Digital
SONDA:
Sonda é um tubo que tem como função o acesso a algum canal do organismo com a finalidade de introdução ou retirada de substâncias no tratamento de determinada doença. É também um instrumento para ser introduzido em um canal ou em uma cavidade para fins propedêuticos —determinar a presença de estenose, corpo estranho ou outra situação mórbida. A sonda pode ser fina e flexível, de maneira que explore ou dilate o canal, ou rígida, normalmente com a extremidade pontiaguda com a finalidade de separar tecidos de dissecação.
Cateter: Usado quando a finalidade é a introdução do dispositivo em um vaso sanguíneo. 
Sonda: Usado quando a introdução do dispositivo ocorre através de um orifício orgânico natural. Ex: Sonda Nasogástrica
SONDAGEM GASTROINTESTINAL: 
A utilização de dispositivos se dá por via nasal, oral ou através da parede abdominal com a finalidade de retirada de conteúdo ou objeto estranho, administração de medicações ou substâncias nutricionais para o paciente. As sondas têm comprimentos diferentes, dependendo do uso.
Principais Funções possíveis para intubação gastrointestinal: 
· Descompressão do estômago, visando à remoção de gás e líquido.
· Administração de medicamentos e alimentação.
· Realização de irrigação do estômago (com água ou outros líquidos) para a remoção de toxinas ingeridas
· Hemostasia de determinada região do trato gastrointestinal mediante compressão local.
· Diagnóstico de distúrbios do sistema digestório.
· Aspiração de conteúdo gástrico para análise.
Principais tipos de sondas e os cuidados intrínsecos a cada um deles.
Sonda Nasogástrica: - Localizado no Estômago
As sondas nasogástricas são amplamente utilizadas para funções emergenciais como descompressão, aspiração ou lavagem. Seu local de ancoragem é a região gástrica. As sondas também podem ser inseridas através da cavidade oral, porém isso só é viável nas situações em que o paciente tenha seu nível de consciência deprimido — já que o procedimento causa desconforto — e em situações de suspeita de fratura de base de crânio.
É proibida a introdução de sondas por via nasal na suspeita ou confirmação de fratura de base de crânio!
Sonda Levin - sonda nasogástrica mais utilizada 
A sonda Levin é um tubo feito de plástico ou borracha, transparente, com cerca de 125cm de comprimento, lúmen único e vários calibres diferentes (os menores calibres são utilizados em neonatologia e pediatria).
Possui funções importantes para o tratamento em situações emergenciais e em unidades de tratamento intensivo (UTI). Também pode ser utilizada em situações operatórias, por períodos de até quatro semanas.
As funções atribuíveis a esse modelo de sonda gástrica são:
· Descompressão gástrica (remoção de líquidos e gases)
· Lavagem gástrica para remoção de toxinas. (intoxicação)
· Aspiração de material gástrico.
· Administração de alimentos e medicamentos
Veja os materiais necessários para sondagem gástrica:
· Bandeja * Fita indicativa de pH gástrico
· EPIs * Papel toalha
· Seringa de 20 ml * Sonda Levin
· Ampola de água destilada * Gaze
· Estetoscópio *Fixador de sonda
· Saco Plástico para descarte de resíduos
Instalação da Sonda Levin:
· Informar o paciente sobre o procedimento
· Posiciona-lo em Fowler alta: 30 a 45 graus
· Inspecionar as narinas para reconhecer sujidades ou presença de desvio de septo (nesse caso, optar pelo uso da outra narina)
· Manter a cabeça do paciente fletida em relação ao tórax (encostar o mento no tórax)
· Necessário mensurar o comprimento da sonda a ser introduzida no paciente para que fique corretamente posicionada no estômago.
· Distância da extremidade do nariz (ponta do nariz) até o lobo da orelha e do lobo da orelha até o processo xifoide – deve-se adicionar mais 15 cm à posição da sonda nasogástrica)
· Após a medida, marcar na sonda o ponto máximo de inserção com uma caneta ou fita adesiva. 
· Realizar lubrificação da sonda e então introduzi-la até a demarcação realizada previamente
· Realizar a confirmação de posicionamento da sonda na região gástrica e à fixação com fixador próprio ou fita adesiva – para evitar retirada acidental
OBS: Solicitar ao paciente que auxilie no processo de introdução da sonda através da deglutição dela.
Necessário confirmar o posicionamento da sonda na região gástrica para impedir que a sonda seja posicionada no pulmão, podendo causar broncoaspiração. 
Métodos de confirmação do posicionamento da Sonda: 
· Aspiração de conteúdo gástrico com uma seringa de 20ml e mensuração do pH (= ou < 6).
· Avaliação visual da coloração do líquido aspirado (normalmente um tom esverdeado).
· Administração de 20ml de ar pela sonda e ausculta do quadrante superior esquerdo com um estetoscópio para identificar o ruído de ar no estômago (som de borbulho).
Outras Sondas gástricas: 
· Sonda Sengstaken-Blakemore: de triplo lúmen, utilizada para hemostasia de varizes esofágicas perfuradas.
· Sonda Salem: radiopaca, de duplo lúmen, para evitar o refluxo do conteúdo gástrico.
Sondas Enterais: - localizado no Intestino
Seu principal objetivo é infundir dietas. 
Sonda Enteral Dobbhoff – sonda enteral mais utilizada 
Material em silicone com demarcações radiopacas, duplo lúmen, um fio guia em aço (para facilitar sua introdução) e uma ogiva distal com pesos de tungstênio (facilitam a migração da sonda para o posicionamento correto).
A sonda Dobbhoff tem um comprimento de aproximadamente 170cm e calibre menor que o das sondas gástricas, já que sua função é a nutrição do paciente.
Instalação da sonda enteral:
· Informar o paciente sobre o procedimento
· Posiciona-lo em Fowler alta: 30 a 45 graus
· Inspecionar as narinas para reconhecer sujidades ou presença de desvio de septo (nesse caso, optar pelo uso da outra narina)
· Manter a cabeça do paciente fletida em relação ao tórax (encostar o mento no tórax)
· Após a medição, realizar lubrificação da sonda (com lidocaína gel) e então introduzi-la até a demarcação realizada previamente
· Realizar a confirmação de posicionamento da sonda na região gástrica e à fixação com fixador próprio ou fita adesiva – para evitar retirada acidental
· Executar a retirada do fio guia e encaminhar o paciente para realização de um raio x. 
OBS: Solicitar ao paciente que auxilie no processo de introdução da sonda através da deglutição, como se estivesse bebendo água. 
A sonda enteral deve migrar para sua posição de destino (primeira porção duodenal) e que, após a passagem, ficará inicialmente no estômago. É necessário posicionar o paciente em decúbito lateral direito para facilitar essa migração que ocorrerá de forma completa em cerca de 24h. 
Métodos de confirmação do posicionamento da Sonda: 
· Raio X – padrão 
Sondas de gastrostomia (GEP) e jejunostomia (JEP)
Normalmente indicadas quando a dieta enteral é necessária por tempo prolongado ou de forma permanente. Essas sondas são introduzidas diretamente no segmento abdominal do paciente através de um ato cirúrgico (enfermagem não faz a instalação e sim os cuidados relacionados a manutenção da sondagem).
Cuidados:
Mesmos cuidados da Sonda Entereal:
· manter sua permeabilidade
· controle da localização pelo teste de verificação do pH
· fixação adequada
· manutenção da pele ao redor da sonda limpa e seca
Complicações de sondagens gastrointestinais (SNG, SNE, GEP e JEP):
· Obstrução do lúmen do dispositivo – Evitada com a lavagem da sonda com água destilada após administração de qualquer substância ou após aspiração de conteúdo. 
· Broncoaspiração - Evitada com o posicionamento adequado do paciente no leito (manter cabeceira elevada, na posição de Fowler) e a interrupção da dieta enteralquando for realizar algum procedimento que necessite baixar a cabeceira do paciente.
· Traumas Locais - Podem ser evitados realizando a técnica correta de instalação e a fixação correta do dispositivo (SNG e SNE), evitando o tracionamento e possível deslocamento de curativos (GEP e JEP).
SONDAS VESICAIS: 
Para paciente com distúrbios urológicos que impeçam a eliminação natural a diurese (xixi). Usadas na drenagem artificial e podem ser introduzidas através da uretra para que alcancem a bexiga ou ser diretamente inseridas na bexiga, ureter ou pelve renal. Utilizadas nas seguintes indicações:
· Alívio na retenção urinária em razão de obstrução do trato urinário.
· Auxílio na drenagem de diurese em situações pós-operatórias urológicas ou em outras cirurgias.
· Monitorização do débito urinário para acompanhamento de balanço hídrico de pacientes críticos.
· Esvaziamento vesical em pacientes com quadros de disfunção da bexiga neurogênica ou retenção urinária.
· Tratamento de lesões por pressão estágios 3 e 4, de forma que não ocorra extravasamento de urina nas regiões em esquema terapêutico.
· Coleta de materiais para exames laboratoriais em situações especiais (doenças que impeçam o controle de esfíncter).
As sondas vesicais podem ser subdivididas em: sonda vesical de alívio e sonda vesical de demora
Sonda vesical de alívio (SVA) – SONDA URETRAL
A sonda não fica permanentemente inserida na uretra do paciente (intermitente). Confeccionado em plástico, possui um único lúmen com calibres em French (1Fr= 0.33mm) variados. A numeração menor é utilizada em neonatal e pediatria e as maiores numerações em pacientes adultos, ocorrendo também variações de acordo com o sexo do paciente.
É utilizada para realizar o alívio em situações de retenção urinária — que causa desconforto suprapúbico e ocorrência de bexigoma (aumento de volume da bexiga com urina) — ou em caso de coleta de material para exames em que o paciente não é cooperativo.
A técnica de inserção da SVA deve ser estéril para que não ocorra um risco de infecção. 
Instalação de sonda vesical de alívio (SVA):
· Informação ao paciente sobre o procedimento
· Instalação de biombo para preservação da intimidade e a realização da higiene íntima.
· Abertura dos campos com disposição dos materiais e preenchimento das cubas redondas com solução antisséptica (clorexidina tópica ou degermante. Lembre-se de desprezar o primeiro jato).
· Colocação da luva estéril.
· Formação de pequenos envelopes com a gaze estéril com o auxílio das pinças (embeba-as na solução antisséptica).
· Realização de antissepsia local com movimentos únicos.
· Cobertura com o campo estéril do órgão genital.
· Se homem, introdução de 20ml de gel anestésico na uretra, pressionando levemente a glande para evitar seu extravasamento.
· Se mulher, lubrificação da sonda com gel anestésico.
· Introdução da sonda (o pênis deve estar retificado, quando o paciente é homem; na mulher, os grandes lábios devem ser afastados com o dedo indicador e o polegar da mão dominante para visualização do orifício uretral).
· Confirmação do retorno da urina (neste momento, uma comadre deve ser posicionada próxima ao ponto de drenagem e devem ser realizadas compressões suaves na região hipogástrica a fim de ocorrer um esvaziamento vesical completo).
· Ao término do fluxo urinário, retirada da sonda de forma suave e secagem da região com as gazes.
· Arrumação do leito do paciente, com descarte dos materiais utilizados e da urina drenada em local adequado.
· Checagem da prescrição médica e anotação do procedimento realizado no prontuário com informações sobre o volume, o aspecto e a coloração da urina.
· Assinatura e carimbo no prontuário.
Esse procedimento proporcionará alívio da retenção urinária do paciente. Muitas vezes também é indicada a coleta de material para exame de urina (avaliação de infecção do trato urinário). 
Sondagem vesical de demora (SVD):
Necessária quando o período de permanência do controle de urina for prolongado, como nos seguintes casos:
· Retenção urinária ou obstruções vesicais.
· Mensuração urinária em pacientes críticos.
· Pacientes pré e pós-operatórios em cirurgias urológicas.
· Grandes volumes de infusão e uso de diuréticos.
· Lesões por pressão sacrais com incontinências.
A SVD é realizada com o uso da sonda Foley, um dispositivo fabricado em látex ou silicone, de comprimentos variados, com duas ou três vias, e diferentes calibres (cateter vesical em mulheres: 14 a 16Fr; cateter vesical em homens: 18 a 20Fr), em sistema fechado, ou seja, essa sonda deve ser conectada a uma bolsa coletora para minimizar o risco de infecção do trato urinário.
A cada dia de permanência com o cateter de demora soma-se 5-10% de risco de probabilidade de aquisição de infecção de trato urinário (ITU). A proporção de infecção no cateter intermitente é inferior, sendo 3,1% na presença de cateter vesical e 1,4% na ausência de cateter vesical de demora.
A retirada deve ser imediata depois de superados os motivos de indicação de seu uso.
Instalação de Sonsa Vesical de Demora (SVD): 
· Informação ao paciente sobre o procedimento
· Instalação de biombo para preservação da intimidade e a realização da higiene íntima.
· Realização de técnica estéril para impedir contaminação da sonda Foley
· Realize a abertura do material de cateterismo sobre o leito, entre as pernas do paciente (ou em mesa de mayo), deixando uma das pontas próxima à região glútea.
· Realize a abertura de todo material estéril que será utilizado (SVD, cuba, agulha (40 x 12) e seringa (compatível com o volume a ser introduzido no balonete da SVD) e com técnica estéril sobre o campo. No caso de sondagem masculina, deve ser acrescentada uma seringa para administração de lidocaína na uretra do paciente e bolsa coletora de sistema fechado.
· Dispense a clorexidina tópica na cuba estéril, desprezando o primeiro jato.
· Abra as ampolas de água destilada (serão utilizadas para inflar o balonete da sonda).
·  Faça o calçamento das luvas estéreis, em técnica correta.
· Realize a abertura do invólucro da SVD e execute a testagem do balonete e a válvula da sonda utilizando seringa de 10 ml e ar, no volume recomendado, conforme o número da sonda.
· O passo seguinte depois da constatação de funcionamento adequado do balonete, será a conexão da sonda à bolsa coletora de diurese em sistema fechado
· Realize a aspiração da lidocaína gel a 2% na seringa (15 a 20 ml) com a ajuda de um técnico de enfermagem (paciente masculino),
· Faça antissepsia do meato até a base do pênis, realizando a troca da gaze estéril em cada etapa (paciente masculino); ou com auxílio de pinça Pean e gazes estéreis, iniciando pelo meato, orifício vaginal, pequenos lábios e grandes lábios, com movimentos unidirecionais da região superior para a parte inferior da vulva, trocando a gaze (paciente feminino).
· Posicione o pênis perpendicularmente ao corpo do paciente, introduza o bico da seringa no meato urinário e injete o lubrificante anestésico lentamente.
· Afaste os grandes lábios com o dedo indicador e o polegar da mão dominante, para visualizar o orifício uretral.
·  Faça a lubrificação da sonda Foley utilizando gazes como meio.
· Introduza a sonda Foley no meato urinário (7,5cm em mulheres; 15 a 20cm em homens) ou até observar a drenagem de urina.
· Execute o preenchimento do cuff da sonda vesical de demora, utilizando a seringa previamente cheia de água destilada — o volume está impresso na via distal da sonda utilizada para insuflar o balão.
· Fixe a sonda na região suprapúbica com adesivo hipoalergênico (paciente masculino) ou na face interna da coxa (paciente feminino).
· Retire as luvas estéreis.
· Prenda o coletor na parte inferior do leito (devidamente rotulado) para que ele fique abaixo da altura da bexiga do paciente, facilitando assim a drenagem por gravidade.
· Posicione o paciente de forma confortável.
· Recolha o material da unidade do paciente.
·  Encaminhe o material permanente e o resíduo para o expurgo.
· Higienize as mãos.
· Cheque a prescrição médica e anote o procedimentorealizado, registrando no prontuário do paciente o volume, o aspecto e a coloração da urina. Assine e carimbe.
Após a execução do procedimento e a liberação do fluxo urinário, o débito urinário poderá ser mensurado de forma precisa, fazendo com que o controle de dados sobre o volume líquido do paciente possa ser informado para melhor regime terapêutico.
DRENOS
Dispositivos que visam ao escoamento de líquidos presentes no interior de tecidos ou cavidades (regiões de feridas infectadas ou não), com o objetivo de impedir o acúmulo de líquidos nessas regiões ou estimular a cicatrização de feridas de forma terapêutica.
Seu posicionamento será próximo à incisão cirúrgica (no caso de drenos pós-cirúrgicos) ou em cavidades para drenagem de exsudato ou ar eventualmente acumulados nesses locais.
Os drenos podem ser confeccionados em diferentes tipos de materiais, formatos e tamanhos.
Classificação dos Drenos: 
Podem ser classificados de acordo com sua formatação: 
· Laminares — Apresentam composição mais macia, para maior maleabilidade; possuem paredes finas e delgadas, geralmente feitos de látex. Seu calibre está dimensionado em centímetros e pode variar entre 1 e 3cm. Os drenos laminares são indicados para drenagem da cavidade peritoneal de líquidos espessos e viscosos.
· Tubulares — São drenos menos flexíveis do que os laminares, independentemente da matéria-prima de que sejam feitos. Essa rigidez característica impede a aderência de suas paredes internas, causada pela compressão dos tecidos nos quais eles estão inseridos. Seu calibre está dimensionado em French (sistema de escala francesa), em que 1 French equivale a 0,33mm, ou seja, quanto maior a numeração, maior o calibre.
Os drenos tubulares estão indicados para drenagem de secreções mais volumosas em posições mais profundas do que as localizações de drenos laminares e têm ainda como característica a presença de orifícios em suas extremidades para potencializar a captação de fluidos.
Podem ser classificados de acordo com a forma de captação dos fluidos corporais: 
· Sistema aberto — Neste perfil de captação, a extremidade externa do dreno é mantida aberta, ou seja, não há interligação de circuitos, e ela é apenas ocluída com curativo, seja com gaze e esparadrapo ou com uma bolsa de Karaya. 
· Sistema fechado — Neste perfil de captação, a extremidade externa do dreno é conectada diretamente a uma bolsa coletora. Dessa forma, ocorre uma maior proteção das cavidades onde estão inseridos os drenos, reduzindo os riscos de infecção.
Esses sistemas podem ter uma ação de drenagem passiva (a drenagem ocorre de acordo com as diferentes pressões entre o meio interno e o externo, a gravidade e a capilaridade) ou ativa (a drenagem ocorre a partir de um mecanismo de sucção, em que uma pressão negativa é gerada por uma formação de vácuo da bolsa coletora ou do sistema de vácuo hospitalar — este sistema requer ações de manutenção especial).
Os tipos de drenagem dependem de três princípios fundamentais:
Capilaridade — As secreções são drenadas através da superfície externa do dreno, não ocorrendo passagem de fluidos pelo lúmen do dreno.
Gravidade — A drenagem ocorrerá pela gravidade devido ao posicionamento do sistema coletor abaixo do nível do dreno.
Sucção — Os fluidos são drenados a partir da formação de um sistema de pressão negativa produzida por vácuos, normalmente indicados em circunstâncias em que se prevê um acúmulo de líquidos acentuado ou por utilização por tempo prolongado.
Tipos de Drenos: 
A escolha do dreno cabe a equipe médica, ao enfermeiro cabe conhecer o dreno utilizado e os cuidados necessários em cada uso. 
Os drenos são utilizados com frequência em procedimentos cirúrgicos (durante e pós). Entre os drenos cirúrgicos, destacam-se o dreno de Penrose, dreno Jackson Pratt, o Hemovac e o dreno de tórax. 
Dreno de Penrose 
Dreno laminar em sistema aberto e passivo (capilaridade) e tem sua composição em látex. A indicação de uso é pós-cirúrgico em que ocorre possível acúmulo de fluidos locais, contaminados ou não. Sua maior vantagem está ligada à facilidade em se moldar às vísceras, reduzindo possíveis danos. Pode permanecer por longo período sob risco mínimo de reação inflamatória. Por ser feito de látex, não possui toxicidade.
Facilidade na manipulação e remoção, é muito utilizado em sistemas de drenagens peritoneais e em regiões com fluidos espessos e viscosos. 
O dreno de Penrose tem como ponto de atenção a maior susceptibilidade à formação de fibrina local, motivo pelo qual exige cuidados específicos.
· Cuidados de Enfermagem: 
O dispositivo deve ser protegida com gaze e esparadrapo e, em algumas situações especiais (grande volume drenado), pode ser utilizada uma bolsa de Karaya. A troca do curativo deve ser realizada sempre que for observado saturação da cobertura local, para reduzir o período de contato entre a secreção drenada e a pele do paciente.
É de extrema importância a limpeza da área do curativo com solução fisiológica, fixando o dreno de Penrose em sua posição com a utilização de uma pinça ou gaze. Logo após a limpeza da pele e da ferida, deve ser utilizada uma substância antisséptica sobre a pele, seguida do uso do medicamento tópico indicado.
Realizar o tracionamento do dispositivo a cada 12h a fim de evitar a oclusão do seu lúmen. Após o tracionamento, a superfície excedente do dreno deve ser cortada e o curativo realizado de forma subsequente.
Toda manipulação deve ser realizada de forma estéril com o seguinte material: bandeja; pacote de curativo completo; pacote de tesoura de pontos; pacote de gazes; frasco com antisséptico; esparadrapo ou micropore; cuba rim; SF 0,9%.
Dreno com reservatório de Jackson Pratt (JP)
É um dreno em tubo, em sistema de sucção fechado, que tem a finalidade de remover os líquidos que se acumulam em tecidos e cavidades após cirurgia ou em locais com presença de infecção local.
Dreno com reservatório de Jackson Pratt tem sua composição em elastômero de silicone, o que confere maior flexibilização e maciez. Sua indicação está normalmente ligada aos seguintes procedimentos cirúrgicos: neurocirurgia, cirurgia plástica, cirurgia da face e pescoço, mastectomia, cirurgia obstétrica/ginecológica geral ou laparoscópica. 
· Cuidados de Enfermagem: Cuidados com objetivo de evitar infecção no local cirúrgico. 
Deve-se observar o posicionamento do tubo do dreno, a manutenção da pressão negativa do coletor e a mensuração do volume drenado.
São necessárias inspeção e troca diária do curativo, observação da pele ao redor do óstio de inserção do dreno e do aspecto do fluido drenado e execução de uma boa fixação. A limpeza da região de inserção do dreno deve ser executada com solução fisiológica 0,9% e técnica estéril.
O bom funcionamento do dreno JP está diretamente ligado ao vácuo produzido no reservatório em pera — essa pressão negativa é realizada pelo profissional de enfermagem com sua compressão. Lembre-se que, antes da abertura do coletor, para a retirada do material drenado e sua subsequente higienização e produção de vácuo, o tubo deve ser clampeado e, tão logo esteja fechado o coletor, deve ocorrer a liberação do fluxo do tubo.
Toda manipulação deve ser realizada de modo estéril com o seguinte material: bandeja; pacote de curativo completo; pacote de tesoura de pontos; pacote de gazes; frasco com antisséptico; esparadrapo ou micropore; cuba rim; SF 0,9%; frasco graduado.
Dreno Hemovac/Portovac – reservatório em sanfona 
Trata-se de um dreno confeccionado em silicone ou polietileno no formato de tubo em sistema fechado que funciona com uma bomba de sucção em sua extremidade externa, capaz de reservar um volume de até 500 ml. Exige cuidados de enfermagem similares ao dreno JP: retirada e mensuração de líquido drenado.
O extensor deve se manter clampeado durante o processo e, após a retirada, deve-se realizar compressão do reservatório para que ocorra a pressão negativa do circuito.
Dreno de tórax
Utilizado para o pós-operatório das cirurgias torácicas ou cardíacas, posicionado em região pleural ou mediastinalao final do procedimento cirúrgico. Trata-se de um tubo produzido em polietileno que é introduzido na cavidade, geralmente com mais de uma abertura na extremidade.
Há um tubo extensor no qual ocorre a conexão do dreno ao frasco coletor de polietileno rígido com um suporte na base.
O dreno de tórax possui uma particularidade: a necessidade da presença de um selo de água no frasco reservatório, cujo volume deve corresponder a 500ml de água destilada (aproximadamente 2,5cm). Esse “selo d’água” impede que ocorra o refluxo de ar para dentro da cavidade torácica e cause um pneumotórax no paciente.
· Cuidados de Enfermagem: 
-Fazer curativo no sítio do dreno (parede torácica) a cada 12 ou 24h ou sempre que necessário;
-Atentar para os locais de conexão, para que não ocorra nenhuma possibilidade de entrada de ar no sistema;
- Mensurar o fluido drenado a cada 12h ou 24h ou conforme indicação médica, (descontar o volume do selo d’água).
Por exemplo, se foi drenado 200ml de sangue, isso significa que no frasco contém 700ml (500ml de selo d’água + 200ml de sangue);
- Realizar a troca da água destilada do selo d’água (esta troca deve ser realizada a cada 12h, sendo necessário o clampeamento do tubo extensor antes da abertura do frasco reservatório; é importante também fazer a demarcação do limite do selo com uma fita ou um esparadrapo para identificação de onde termina o selo d’água e inicia a secreção drenada).
Outros drenos que são utilizados em situações específicas:
· Dreno de Kehr, em procedimentos em vias biliares;
· Dreno de Pigtail, em pós-operatório de nefrostomia;
· Dreno de Abramson, em procedimentos abdominais com drenagem de grandes volumes.
CATETERES VENOSOS
Os dispositivos venosos para coleta de material sanguíneo em exames laboratoriais ou em infusão de medicações .
Os cateteres venosos podem ter inserções periféricas (procedimento realizado pela equipe de enfermagem) ou centrais (procedimento realizado pela equipe médica), totalmente implantados ou semi-implantados. O tipo de cateter a ser utilizado depende da terapia à qual o paciente é submetido.
Através dos dispositivos vasculares é possível realizar uma série de condutas em saúde, tais como:
· Administração de fluidos, nutrientes, medicações, hemoderivados
· Monitorização hemodinâmica
· Hemodiálise
· Nutrição parenteral
· Quimioterapia
· Procedimentos diagnósticos (coleta de material para exames, infusão de contraste etc.)
Cateteres venosos periféricos: 
São dispositivos vasculares de curta duração, mais utilizados para inserção em acessos vasculares venosos nos membros superiores, usualmente em emergências, quando é necessária uma ação imediata com terapia intravascular (fácil inserção). Nessas situações, é indicada a utilização de cateteres de maior calibre, preferencialmente utilizados em par.
· Cateteres agulhados (Scalp): confeccionados em aço inoxidável, não flexíveis, com diferentes calibres, cuja utilização está ligada às terapias infusionais de curta duração e baixo volume, não sendo indicado período de permanência. Normalmente, são utilizados em situações em que a infusão será realizada in bolus, ou seja, em esquema terapêutico farmacológico de dose única. Podem também ser utilizados em coletas de material sanguíneo para exames laboratoriais.
Os dispositivos agulhados se apresentam em numeração ímpar, variando de 19g (mais calibrosos); 21g e 23g (calibres médios); 25g e 27g (calibres menores)
· Cateteres sobre agulha (Jelco): possuem uma agulha recoberta por dispositivo siliconado (que fica inserido no acesso vascular venoso do paciente). São ideais para punções venosas com previsão de terapia infusional por tempo prolongado. A Anvisa indica em seu manual Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde (2017) que rotineiramente o cateter periférico não seja trocado em um período inferior a 96h.
Os cateteres não agulhados se apresentam em numeração par, variando de 14g (maiores e mais calibrosos, diminuindo de calibre conforme vai aumentando sua numeração) até 24g (pequenos e de menor calibre).
A punção venosa periférica deve ser evitada em articulações. Em pacientes adultos, as veias de escolha devem ser as das superfícies dorsal e ventral do antebraço, enquanto em pediatria deve ser considerado o uso das veias da mão, do antebraço e braço. Em crianças menores de 3 anos, pode-se optar pelo uso das veias da cabeça ou as veias do pé (em crianças que não deambulam).
Indicação para o preparo da pele: 
· Realizar fricção com solução a base de álcool com gliconato de clorexidina > 0,5%, iodopovidona – PVP-I alcoólico 10% ou álcool 70%. O tempo de aplicação da clorexidina é de 30 segundos, realizada por meio de movimentos de vaivém; já o tempo de aplicação do PVPI é de 1,5 a 2,0 minutos, com movimentos circulares (de dentro para fora).
·  Aguarde a secagem espontânea do antisséptico antes de proceder à punção.
· A remoção dos pelos, quando necessária, deve ser realizada com tricotomizador elétrico ou tesouras. Não utilize lâmina de barbear, pois aumenta o risco de infecção
· Limitar, no máximo, a duas tentativas de punção periférica por profissional e, no máximo, quatro profissionais. Múltiplas tentativas de punção causam dor, atrasam o início do tratamento, comprometem o vaso, aumentam custos e o risco de complicações. Pacientes com dificuldade de acesso requerem avaliação minuciosa multidisciplinar para discussão das opções apropriadas 
Cateteres venosos centrais: 
São dispositivos implantados pelos médicos em veias centrais (jugulares internas, femorais ou subclávias) com indicação para pacientes em casos críticos.
As indicações primárias para a realização desse procedimento são:
· Impossibilidade de punção de veias periféricas
· Monitoria hemodinâmica
· Introdução de cateter de marca-passo cardíaco ou Swan Ganz
· Administração de soluções hipertônicas ou irritantes (Nutrição Parenteral Total, NPT)
· Suporte para infusão rápida de fluidos durante reanimação
· Hemodiálise
Os calibres dos cateteres venosos centrais variam, porém os mais utilizados são os de 5 French, 7 French, 8 a 11 French, lembrando que quanto maior o French mais calibroso o cateter.
Cabe à equipe de enfermagem realizar os cuidados relativos à separação do material para o procedimento e os cuidados referentes ao sítio de inserção, como a troca do curativo, a manutenção da permeabilidade, além das soluções que serão utilizadas na terapia.
Existe um cateter central que pode ser instalado pela enfermagem, o cateter central de inserção periférica (PICC). Trata-se de um cateter inserido em acesso periférico (veias cefálica, basílica ou braquial), porém o posicionamento do seu ponto distal é em uma veia central (veia cava superior).
Cateter venoso central totalmente implantado (Port-A-Cath)
Trata-se de um cateter inserido cirurgicamente abaixo da pele formando um túnel, onde é confeccionada uma bolsa em região subcutânea (“port”) com membrana autosselante.
Este dispositivo pode ser acessado por agulha inserida através da pele e normalmente é implantado nas veias jugular ou subclávia. O acesso ao dispositivo subcutâneo se dá através de um tipo especial de agulha.
Sua indicação é para a administração de medicamentos e coleta de sangue, principalmente em pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico. É indicado por possuir vantagens em relação aos acessos vasculares periféricos, por sua durabilidade extensa – pode chegar a 2000 utilizações de sítio, incorrendo em menor taxa de infecções e quantitativo de punções periféricas.
Além do menor risco de complicações como flebites e infiltrações, proporciona mais conforto durante a terapia medicamentosa. Trata-se de um dispositivo amplamente utilizado em quimioterapias em pacientes oncológicos.

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