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Exames preventivos da saúde da Letícia C. MED16 IC TEÓRICA 4ºPERIODO Câncer de mama o câncer de mama, resulta de uma proliferação incontrolável de celulas anormais, que surgem em função de alterações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos o cânce O câncer de mama é que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Em 4 das 5 regiões brasileiras, é o tipo mais comum entre as mulheres, sem considerar os tumores da pele não melanoma, exceto na região norte, onde o câncer de colo do útero ocupa a primeira posição Magnitude: A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico. O cancer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Fatores de risco idade menarca precoce Menopausa tardia Primeira gravides após os 30 anos Nuliparidade (nunca pariu) Exposição à radiação Uso de contraceptivos hormonais Terapia de reposição Hormonal (+5 anos) Obesidade e sobrepeso após a menopausa Ingestão regular de álcool Sedentarismo História familiar Grupos populacionais com risco muito elevado para o desenvolvimento do câncer de mama: Mulheres com histórico familiar de, pelo menos, um parente de 1° grau(mãe, irmã ou filha) com diganóstico de CA de mama, abaixo dos 50 anos de idade. Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária. Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino. Mulheres com gianóstico histopatológico de lesão mamária proliferatica com atipia neoplasia lobular in situ. Autoexame de mamas É realizado para avaliar sinais e sintomas referidos por pacientes a fim de realizar o diagnóstico diferencial entre alterações suspeitas de câncer e aquelas relacionadas a condições benignas. É uma oportunidade para o profissional de saúde informar a população feminina sobre o câncer da mama, sinas de alerta, fatores de risco, detecção precoce e a composição e variabilidade da mama normal. Manifestações clínicas: Mais comum: aparecimento de nódulo fixo, geralmente indolor e irregular. Podem ser tumores de consistencia branda, globosos e bem definidos. secreção mamilar eritema mamário (coloração avermelhada da pele da mama) edema cutâneo semelhante à casca de laranja. Retração cutânea, dor ou inversão no mamilo. descamação ou ulceração do mamilo. linfonodos palpáveis na axila. A orientação atual é que a mulher faça a observação e a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem necessidade de uma técnica específica, valorizando –se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. Exame clínico das mamas: O ECM é parte integrante da investigação de lesões suspeitas de câncer de mama e complementa a política de alerta à saúde das mamas como método de diagnóstico precoce. ECM com resultados alterados: Devem ser avaliados e, em caso de suspeição, encaminhados para investigação diagnostica em um serviço de referência para o diagnostico do câncer de mama. Metodos de imagem: .Palpação das cadeias ganglionares axilares e das cadeias supra claviculares Diagnóstico: exame clínico exame de imagem analise histopatológica o diagnóstico do câncer de mama deve estar ancorado em um tripé: 1. 2. 3. Detecção precoce: A recomendação no Brasil, é que a mamografia seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Essa é também a rotina adotada na maior parte dos países que implantaram o rastreamento do câncer de mama e tiveram impacto na redução da mortalidade por essa doença Os métodos de imagem são indicados em situações de rastreamento e em situações diagnósticas. A mamografia. A ultrassonografia A ressonância magnética. Tem como finalidade detectar precocemente o câncer de mama, para permitir tratamento menos radical, melhorar a qualidade de vida, reduzir as taxas de mortalidade e morbidade e reduzir gastos no tratamento. Os métodos diagnósticos que podem ser utilizados são : 1. 2. 3. Em países que implantaram programas efetivos de rastreamento, a mortalidade por esta neoplasia vem apresentando redução. É o único exame utilizado para rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por CA de mama, sendo por isso o exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de mama no Brasil. Benefícios da mamografia de rastreamento: Incluem a possibilidade de encontrar o câncer no início e ter um tratamento menos agressivo, assim como menor chance de morrer da doença, em função do tratamento oportuno Rastreamento com mamografia: É a estratégia de saúde pública adotada onde a incidência e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. LEI Nº 11.664, DE 29 DE ABRIL DE 2008 Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. LEI Nº-13.522, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2017- Altera a Lei nº 11.664, de 29 de abril de 2008, para estabelecer que serão desenvolvidas estratégias intersetoriais específicas para mulheres com dificuldade de acesso às ações de saúde relativas a prevenção, detecção, tratamento e controle dos cânceres do colo uterino e de mama Lei 13.980 de 2020 Garante o acesso à ultrassonografia mamária pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de permitir o diagnóstico precoce do câncer de mama para ajudar a combater a doença. Pela nova norma jurídica, o SUS é obrigado a realizar ultrassonografia mamária em mulheres jovens com elevado risco de câncer de mama ou que não possam ser expostas à radiação, e em mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos de idade ou com alta densidade mamária. A indicação do exame dependerá de avaliação do médico assistente. População-alvo e periodicidade dos exames no rastreamento de câncer de mama: Mulheres de 40 a 49 anos: ECM anual e, se alterado, mamografia. Mulheres de 50 a 69 anos: ECM anual e mamografia a cada dois anos Mulheres de 35 anos ou mais com risco elevado: ECM e mamografia anual. Confirmação diagnóstica: Só é feita, por meio da biópsia. Técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. •O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico Atenção no SUS: Tratamento do CA mama Muitos avanços vêm ocorrendo, e o tratamento depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases, o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. A rede assistencial do SUS para o tratamento do câncer de mama. O cuidado integral inclui ações de prevenção, detecção precoce, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos que devem ser oferecidos de acordo com a necessidade e no tempo correto, permitindo o estabelecimento de uma linha de cuidado. Câncer de colo uterino • As células subcilíndricas, de reserva, por meio de metaplasia se transformam em células mais adaptadas (escamosas), dando origem a um novo epitélio, situado entre os epitélios originais, chamado de terceira mucosa ou zona de transformação. É na zona de transformação que se localizam mais de 90% das lesões precursoras ou malignas do colo do útero. Junção escamocolunar (JEC) Do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (exame de Papanicolaou), que deve ser oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-serealizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais. Rastreamento População- alvo O inicio da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Recomendações prévias: Não estar menstruada, Não submeter-se a exames intravaginais, Evitar relações sexuais nas 24 horas que antecedem o exame, Deve se evitar por 48 horas antes da coleta, lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais, pois essas substancias recobrem os elementos celulares dificultando a avaliação microscópica, prejudicando a qualidade da amostra. O primeiro passo é o adequado preenchimento do formulário de requisição do exame citopatológico com letra legível e com todas as informações referentes aos dados pessoais e da Unidade de Saúde corretos. O procedimento de coleta propriamente dito deve ser realizado na ectocérvice e na endocérvice, usando a espátula de Ayres e a escovinha tipo Campos da Paz. Exame de papanicolau Coloque as luvas descartáveis; Inicie a inspeção dos órgãos genitais externos; Materiais para a realização do exame papanicolau Espéculo Vaginal; Campo Estéril; Espátula de Madeira; Escovinha; Swab; Lâmina; Frasco; Fixador; Foco de Luz; Biombo 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Procedimento de coleta Lavar as mãos com água e sabão e seca-las com papel-toalha Colocar a mulher na posição ginecológica adequada, Cubra-a com o lençol. Posicione o foco de luz. Colocar o espéculo, de tamanho adequado. Não se deve usar lubrificantes; Introduzir o espéculo suavemente, em posição vertical e ligeiramente inclinado, Observe as características do conteúdo e das paredes vaginais e do colo do útero; Na coleta da ectocérvice utilize a espátula de Ayre, do lado que apresenta reentrância; Para a coleta na endocérvice, utilize a escova endocervical com movimento de 360º; Procedimento de coleta solicite que ela troque de roupa, Informe sobre a possibilidade de um pequeno sangramento, Enfatize a importância do retorno para o resultado, conforme rotina da UBS. Após a coleta, a fixação deste material na lâmina deve ser imediata. • É fundamental não esquecer que esta lâmina e a caixa ( ou frasco) devem estar corretamente identificados, da mesma forma que o formulário de requisição de exames já preenchido, todos a lápis grafite. • Encaminhamento do material para análise Abertura da vagina por espéculo; Coleta de secreções na ectocérvice (espátula); Coleta de células na endocérvice (escovinha); Exame histológico e patológico das células e secreções. PAPANICOLAU O esfregaço deve ser imediatamente fixado para evitar o dessecamento do material. Na fixação com álcool a 96%, a lamina deve ser colocada dentro do frasco com álcool suficiente para que todo o esfregaço seja coberto. Na fixação com spray borrifa-se a lâmina, que deve estar em posição horizontal, a uma distância de 20 cm. Estenda o material sobre a lâmina de maneira delicada para a obtenção de um esfregaço uniformemente distribuido, fino e sem destruição celular. A amostra deve ser disposta no sentido transversal, na metade superior da lâmina, próxima da região fosca, previamente identificada com as inicias e o nº de registro da mulher Fechar o especulo não totalmente, evitando beliscar a mulher, Retire o espéculo delicadamente, inclinando levemente para cima, Retire as luvas; Auxilie a mulher a descer da mesa; elementos celulares representativos do local onde se situa a quase totalidade dos cânceres de colo de útero. (MARTIN–HIRSCH et al. 2010.) Gestantes têm o mesmo risco que não gestantes de apresentarem câncer do colo do útero ou seus precursores. O achado destas lesões durante o ciclo grávido puerperal reflete a oportunidade do rasteio durante o pré-natal. • Recomenda-se seguir as orientações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres, sendo que a procura ao serviço de saúde para realização de pré –natal deve ser considerada uma oportunidade para o rastreio. Mulheres portadoras do vírus HIV ou imunodeprimidas, o exame deve ser realizado logo após o início da atividade sexual, com periodicidade anual após dois exames normais consecutivos realizados com intervalo semestral. Observação: não devem ser incluídas no rastreamento mulheres sem história de atividade sexual ou submetidas a histerectomia total, por outras razões que não o câncer do colo do útero. Adequabilidade da amostra Material acelular ou hipocelular (- de 10% do esfregaço). Leitura prejudicada (+ de 75% do esfregaço) por presença de sangue, piócitos, contaminantes externos e superposição celular. Na atual nomenclatura citológica brasileira, a amostra é definida como satisfatória ou insatisfatória. Amostra insatisfatória para avaliação: 1. 2. Amostra satisfatória para avaliação: • Amostra que apresente células em quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que sua observação permita uma conclusão diagnóstica. Na amostra podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero: Células escamosas. Células glandulares (não inclui o epitélio endometrial). Células metaplásicas. A presença de células metaplasicas ou células endocervicais, representativas da junção escamocolunar (JEC), tem sido considerada como indicador da qualidade da coleta, pelo fato de essa coleta objetivar a obtenção de Situações especiais COLPOSCOPIA Colposcópio - Abertura da vagina por espéculo; Permite visualizar a ecto e a endocérvice Aumenta de 10 a 40 vezes do tamanho normal- Permite verificar alterações microscópicas; Pode ser feito com segurança, mesmo se a mulher estiver grávida. O QUE É CÂNCER? É o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. FATORES DE RISCO CA DO COLO DO ÚTERO Infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente 16 e o 18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais; Iniciação sexual precoce; Multiplicidade de parceiros sexuais; Múltiplas gestações; Pouco hábito de higiene Tabagismo- risco aumentado proporcional ao numero de cigarros fumados no dia, e o inicio em idade precoce; Genética Imunossupressão; Uso de contraceptivos orais. Idade (a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais frequente); HPV Os tipos mais comuns de HPV e responsáveis por quase a totalidade das doenças associadas a ele são os tipos 6, 11, 16 e 18. O HPV6 e o HPV11 são considerados de baixo risco para causar tumores, mas responsáveis pela maioria dos casos de verrugas genitais e anais; já o HPV16 e o HPV18 são de alto risco. O HPV é um vírus altamente transmissível, que se aloja tanto na mucosa quanto na pele da região genital, por isso o preservativo, apesar de evitar muitas transmissões do HPV e prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis, nem sempre evita a contaminação pelo vírus. Para combater sua disseminação deve-se vacinar a população não contaminada VACINAS CONTRA HPV Vacina quadrivalente, confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18; e a vacina bivalente, que confere proteção contra HPV 16 e 18. O MS, em 2014, iniciou a implementação no SUS a vacinação gratuita contra o HPV em meninas de 9 a 13 anos de idade, com a vacina quadrivalente. Esta faixa etária foi escolhida por ser a que apresenta maior benefício pela grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais. Em 2017, as meninas de 14 anostambém foram incluídas. Além disso, o esquema vacinal do SUS foi ampliado para meninos de 11 a 14 anos PROMOÇÃO DE SAÚDE A melhora do acesso aos serviços de saúde, Melhoria da informação, Articulação intersetorial, com setores público e sociedade civil organizada, O controle do tabagismo também pode ajudar a minimizar o risco de câncer do colo de útero, A melhor forma de combater sua disseminação é vacinar a população não contaminada. CÂNCER DO COLO DO ÚTERO Leve (NIC I); Moderada (NIC II); Acentuada (NIC III). NIC III afeta mais de 2/3 da espessura epitelial • Carcinoma in-situ já é o câncer do colo uterino Carcinoma invasivo Metástases Há casos de regressão espontânea de lesão (NIC I e NIC II)