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1 Oncologia para Concursos de Enfermagem Fernanda Coelho Oncologia • Doença heterogênea • 2012 – OMS publicou a Classificação para Tumores da Mama – 4ª edição, na qual reconheceu mais de 20 subtipos • Maioria dos casos (80%) carcinoma ductal invasivo. • Multifatorial: fatores biológicos, endócrinos, vida reprodutiva, estilo de vida. Câncer de Mama 2 Câncer de Mama- fatores de risco • História familiar de câncer de mama (especialmente diagnosticado antes de 50 anos de idade) • Alta densidade do tecido mamário (razão entre tecido glandular e gorduroso) • Consumo de álcool • Obesidade pós-menopausa • Sedentarismo • Exposição a radiação ionizante • Idade acima de 50 anos • Nuliparidade ou primeiro filho após os 30 anos • Menarca precoce M • Menopausa tardia • Uso de contraceptivos hormonais Câncer de Mama- fatores de risco • São consideradas mulheres de alto risco para desenvolvimento de câncer de mama aquelas com: • História familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade. • História familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária. • História familiar de câncer de mama masculino. • Diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. 3 Prevenção • Primária (evitar surgimento da doença, baseada em redução da exposição aos fatores de risco. Reduz a incidência) • Alimentação saudável, com manutenção do peso corporal • Prática de atividade física regular (redução do risco entre 20% e 40%) • Aleitamento materno Prevenção • Secundária – Detecção precoce • Baseia-se em medidas para identificar o câncer no início do curso da doença, quando há melhor prognóstico. • Diferencia-se da prevenção primária por não tratar de reduzir fatores de risco. • Não reduz a incidência, mas atua reduzindo a mortalidade e a morbidade durante o tratamento. Rastreamento (screening) Diagnóstico precoce 4 Rastreamento • Exame de pessoas assintomática com objetivo de identificar doenças em sua fase pré- clínica. • Só deve ser recomendado após eficácia comprovada por meio de estudos • Balanço entre riscos e benefícios favorável; especificidade adequada • Deve ser capaz de, no mínimo, diminuir a mortalidade pela doença em estudos controlados. Outros resultados esperados são o melhor prognóstico e tratamento mais efetivo, com menor morbidade • Possibilidade de falsos-positivos, demandando realização de testes confirmatórios, muitas vezes invasivos • Risco de sobrediagnóstico e sobretratamento. • Fundamental estimar o benefício líquido! 5 Rastreamento Rastreamento 6 • Os principais riscos envolvidos no rastreamento mamográfico são: Resultados falso-positivos (probabilidade de 20% a 60% após dez episódios de rastreamento) Indução de câncer de mama pela radiação e morte por cânceres radioinduzidos – risco maior em mulheres mais jovens Sobrediagnóstico e sobretratamento (aumento de procedimentos diagnósticos, cirurgias conservadoras, mastectomias e radioterapia) – magnitude difícil de avaliar devido à dificuldade de identificar as vítimas. Diagnóstico precoce • Identificação o mais precocemente possível em indivíduos sintomáticos. Maioria dos casos é identificada por meio de sinais e sintomas (até 75%) • Mundialmente, prega-se o tripé “população alerta para os sinais e sintomas, profissionais capacitados para avaliação dos casos suspeitos e sistema de saúde preparado para garantir assistência em toda linha de cuidado” • Intervenções para diagnóstico precoce elencadas pelas Diretrizes para Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil são: 1) Estratégias de conscientização 2) Identificação de sinais e sintomas 3) Confirmação diagnóstica em um único serviço 7 1) Estratégia de Conscientização Brest awareness – estar consciente das alterações normais da mama ao longo do ciclo menstrual e das diferentes fases da vida, bem como dos sinais e sintomas de câncer de mama Estimula-se que cada mulher conheça seu corpo, observe alterações e eventualmente realize a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal. Difere do AEM, pois não há uma técnica padronizada nem periodicidade fixa. Capacitação dos profissionais e estruturação da atenção primária para atender mulheres com sinais e sintomas suspeitos 8 2) Identificação de sinais e sintomas na atenção primária Anamnese criteriosa e exame clínico das mamas Diagnóstico depende ainda da realização de testes diagnósticos complementares Na atenção primária, o objetivo é a correta classificação de risco de câncer e encaminhamento da paciente, sem promover encaminhamento excessivo (falso-positivo) ou a retenção da paciente na atenção primária com solicitação de exames complementares (piora do prognóstico). Atendimentos devem ser regulados por prioridade. Pacientes com sinais e sintomas classificados como urgente são de atendimento prioritário Espaço nas agendas para encaixe de mulheres e homens com sintomas mamários sinais e sintomas suspeitos 9 3) Confirmação diagnóstica em um único serviço Agilidade entre surgimento de sintomas e confirmação do diagnóstico impacta no prognóstico. Atrasos afetam a sobrevida devido à progressão da doença. Sobrevida menor relacionada a longos atrasos (mais de três meses entre o início dos sintomas e o tratamento) Proposta de clínicas para realização de exames diagnósticos (imagem, citologia e biópsia) em uma única etapa (one stop clinics) em centro de referência Diagnóstico • Citológico – punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Sucção de material do tumor sólido por meio de agulha fina. Necessita profissional experiente. • Histológico – biópsia (várias técnicas a depender do tamanho do tumor e indicação do profissional) • Anatomopatológico – por congelamento (conhecimento imediato do resultado) e por parafina (exame mais detalhado, indispensável para diagnóstico definitivo) 10 Exames complementares • Considerando-se as metástases mais comuns – pulmão, pleura, ossos, fígado e cérebro (raramente assintomáticas) – os exames complementares normalmente compreendem: Provas de função hepática => aumento isolado da fosfatase alcalina pode indicar metástases ósseas ou hepáticas Radiografia de tórax => pesquisa de metástases pleurais, pulmonares e em linfonodos mediastínicos Cintilografia óssea => detecta alterações ósseas precocemente e permite avaliação de todo o esqueleto. Em caso de tumores de mama, deve ser solicitada se lesão maior que 2 cm, se queixa de dor óssea ou fosfatase alcalina elevada. Ultrassom abdominal => pesquisa de metástases Estadiamento Sistema TNM de Classificação de Tumores Malignos. • Tem como base a avaliação da dimensão do tumor primário (representada pela letra T), • A extensão de sua disseminação para os linfonodos regionais (representada pela letra N) • E a presença, ou não, de metástase à distância (representada pela letra M) 11 Estadiamento Sistema TNM de Classificação de Tumores Malignos. • Cada categoria do estadiamento clínico apresenta diversas subcategorias: • Para o tumor primitivo, vão de T1 a T4; • Para o acometimento linfático, de N0 a N3; • Para as metástases, de M0 a M1 – “sendo que alguns tumores não preenchem obrigatoriamente todas as categorias T ou N” Estadiamento Sistema TNM de Classificação de Tumores Malignos. A combinação das diversas subcategorias do TNM (letra e números) determina os estádios clínicos, que variam de I a IV, na maioria dos casos, havendo caso de tumor, como o de testículo, que tem sua classificação máxima no estádio III, ou seja, não tem o estádio IV. O estadiamento clínico também representa, portanto, a linguagem de que o oncologista dispõe para definir condutas e trocar conhecimentos a partir dos dados do exame físico e de exames complementarespertinentes ao caso. 12 Estadiamento *qq = qualquer; Fonte: INCA, 2004 Mama – Estadiamento *qq = qualquer; Fonte: INCA, 2004 13 Achados mamográficos • Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS), publicado pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) e traduzido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia. • Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 e prevê recomendações de conduta Oncologia Fonte: Brasil, 2013 14 BI-RADS e condutas • BI-RADS® 1 e 2 devem ser orientadas para acompanhamento de rotina, na atenção primária, de acordo com a faixa etária • BI-RADS® 3 devem permanecer em acompanhamento por três anos, com repetição do exame a cada seis meses no primeiro ano e anual nos dois anos seguintes. Devem ser acompanhadas pelo especialista, preferencialmente na unidade de atenção secundária. • Uma vez confirmada a estabilidade da lesão, as mulheres deverão retornar para o acompanhamento na unidade de atenção primária de acordo com a faixa etária. Oncologia BI-RADS e condutas • O estudo histopatológico das lesões BI-RADS® 3 está indicado nas situações em que houver impossibilidade de manter o acompanhamento, quando a lesão for encontrada em concomitância com lesão suspeita ou altamente suspeita homo ou contralateral, ou em mulheres com indicação precisa para terapia de reposição hormonal. • As mulheres com resultado BI-RADS® 4 ou 5 deverão ser encaminhadas para a unidade de referência secundária para investigação por exame histopatológico da lesão, preferencialmente por meio de PAG orientada por método de imagem. Uma vez confirmada a malignidade, deverão ser encaminhadas para a unidade de referência terciária para início do tratamento. Oncologia 15 BI-RADS e condutas • Mulheres com resultado BI-RADS® 0 deverão ser submetidas a novos exames de imagem para reclassificação da lesão e deliberação da conduta conforme categoria final. • O resultado Categoria 6 é pouco provável na Atenção Primária à Saúde pois a mulher com diagnóstico de câncer já deve estar inserida em unidade terciária para tratamento. Oncologia (FUNCAB – 2015) Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast Imaging Reporting and Data System (BI- RADS®). Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 para descrever os achados do exame e prevê recomendações de conduta. Quando o resultado colocado na categoria BIRADS 1, significa que é um exame: a) negativo. b) com achado provavelmente benigno. c) incompleto d) com malignidade já comprovada. e) com achado suspeito. 16 (Instituto AOCP – 2014) Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast Imaging Reporting and Data System (BIRADS), publicado pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) e traduzido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia. Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 para descrever os achados do exame e prevê recomendações de conduta. O BIRADS categoria 0 recomenda a conduta de: a) avaliação adicional com incidências e manobras; correlação com outros métodos de imagem; comparação com mamografia feita no ano anterior. b) correlação com outros métodos de imagem; avaliação por exame de cito ou histopatológico; encaminhamento para referência de média complexidade. (Instituto AOCP – 2014) c) rotina de rastreamento conforme a faixa etária ou prosseguimento da investigação, se o Exame Clínico das Mamas for alterado. d) avaliação por exame de cito ou histopatológico; controle radiológico bianual. e) terapêutica específica em Unidade de Tratamento de Câncer. 17 Tratamento • Cirurgia • Radioterapia • Reconstrução da mama LOCAL • Quimioterapia • Hormonioterapia • Terapia biológica SISTÊMICO Tratamento Cirúrgico • Indicação dos diferentes tipos de cirurgia depende do estadiamento e do tipo histológico. Conservadora – ressecção de segmento da mama com margens alargadas (setorectomia, tumorectomia alargada e quadrantectomia) e de linfonodos. Não-conservadora – mastectomia (pode envolver a retirada de músculos peitorais, linfonodos axilares, reconstrução imediata, a depender da avaliação da equipe). 18 Tratamento Cirúrgico • No carcinoma ductal in situ recomenda-se: Segmentectomia seguida de radioterapia para os tumores menores que 2cm e margens cirúrgicas livres. Mastectomia simples para tumores onde não é possível a obtenção de margens cirúrgicas livres pela sua extensão ou multicentricidade. Mastectomia simples com linfadenectomia de nível 1 ou dissecção de linfonodo sentinela nos casos de comedoconecrose ou alto grau histológico. Tratamento Cirúrgico • Pré-requisitos para indicação de cirurgia conservadora: Mamografia prévia Diâmetro tumoral inferior a 3cm, levando em consideração a proporção do tumor e da mama, bem como a localização. Ausência de comprometimento da pele. Tumor único. Margens cirúrgicas livres. Facilidade de acesso ao sistema de saúde para seguimento. 19 Tratamento Cirúrgico • Nos carcinomas invasores com: Diâmetro menor que 3cm recomenda-se a cirurgia conservadora com linfadenectomia axilar completa e avaliação das margens cirúrgicas. Se comprometidas, realizar reexcisão. Região axilar sem comprometimento clínico, realizar linfadenectomia seletiva pela técnica do linfonodo sentinela, quando disponível. Diâmetro maior ou igual a 3cm, com ou sem quimioterapia neoadjuvante, recomenda-se mastectomia radical modificada Radioterapia • Utilizada para destruir células remanescentes após cirurgia ou diminuir o tamanho do tumor antes do ato cirúrgico. • Após cirurgias conservadoras, deve ser aplicada em toda a mama da paciente, independente do tipo histológico, idade, uso de quimioterapia e hormonioterapia, ou margens cirúrgicas livres. 20 Radioterapia • Após mastectomia, está indicada caso: Tumores com diâmetro maior ou igual a 5cm Pele comprometida pelo tumor Dissecção inadequada da axila Margem comprometida Quatro ou mais linfonodos comprometidos (não há consenso entre 1 e 3 linfonodos) Quimioterapia e hormonioterapia • A terapia adjuvante sistêmica segue o tratamento cirúrgico e deve se basear no risco de recorrência da doença • A terapêutica endócrina é uma forma de tratamento de neoplasias malignas sensíveis a hormônios. Manipulação de hormônios com objetivo de evitar recorrência da doença. • Indicação depende do perfil imunoistoquímico do tumor – é imprescindível existência de receptores hormonais (progesterona e estrogênio) 21 Quimioterapia e hormonioterapia TMX= Tamoxifeno; Fonte INCA,2004. Quimioterapia e hormonioterapia TMX= Tamoxifeno; CMF = ciclofosfamida, metotrexato fluorouracilFonte INCA,2004. 22 Quimioterapia e hormonioterapia • No Estádio III (não operável), fica recomendado uso de antracíclico até 6 ciclos ou CMF • Na impossibilidade da quimioterapia, a hormonioterapia deve ser instituída como tratamento neoadjuvante. 23 TMX= Tamoxifeno; CMF= ciclofosfamida, metotrexato e fluorouracil; FAC=fluorouracil, adriamicina e ciclofosfamidaFonte INCA,2004. Câncer de Mama- Seguimento • Após tratamento adjuvante, deve-se proceder à história, exame físico, mamografia e exame ginecológico. • Não há indicação de realização de hemograma, bioquímica, radiografia de tórax, ultrassonografia abdominal ou trans-vaginal, cintilografia óssea e marcadores tumorais na ausência de sintomas ou indicações clínicas que justifiquem sua solicitação 24 Fonte INCA,2004. SISMAMA • Sistema de Informação do Câncer de Mama • Fornecimento dos dados informatizados dos procedimentos relacionados ao rastreamento e a confirmação diagnóstica do câncer de mama • Desenvolvido pelo INCA e pelo DATASUS para apoiar o desenvolvimento de ações mais eficazes para controle da doença, seja em prevenção, vigilância ou assistência a partir de um mapeamento da doença em todo o país. 25 SISMAMA • Instituído pela Portaria nº 779 de 31 de dezembro de 2008, da Secretariade Atenção a Saúde, e entrou em vigor em junho de 2009 • Formulários padrão: solicitação de mamografia, resultado de mamografia, requisição de exame citopatológico e requisição de exame histopatológico Programa de Qualidade em Mamografia • INCA, 2006 em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e Anvisa • Avaliar o desempenho dos serviços que realizam mamografia, com base em critérios e parâmetros referentes à qualidade da estrutura, do processo, dos resultados, da imagem clínica e do laudo. • • Portaria nº 2.898 do Gabinete do Ministro (GM), de novembro de 2013 • Abrangência nacional e se aplica a todos os estabelecimentos de saúde públicos e privados que realizam mamografia e que sejam vinculados ou não ao SUS. 26 Linha de Cuidado (FGV-2015) Com base nas disposições do Ministério da Saúde a respeito do câncer de mama, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) Recomenda-se que mulheres entre 50 e 69 anos realizem mamografia uma vez por ano. ( ) Primeira gravidez após os 30 anos ou não ter tido filhos constituem fatores de risco para o câncer de mama. ( ) As mulheres cujas parentas de primeiro grau (mãe ou irmãs) tiverem sido acometidas por câncer de mama antes dos 50 anos apresentam maior risco de desenvolver a doença. 27 As afirmativas são, respectivamente, a) V, F e F. b) F, V e V. c) V, F e V. d) F, V e F. e) V, V e F. (FUNCAB – 2014) São fatores de risco para o câncer de mama, EXCETO: a) Menarca precoce b) Menopausa tardia c) Primeira gravidez após os 30 anos d) Multiparidade 28 (CESPE – 2010) Em relação ao câncer de mama, julgue o item a seguir. O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer entre as mulheres. ( ) Certo ( ) Errado (CESPE – 2010) Em relação ao câncer de mama, julgue o item a seguir. A idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta.. ( ) Certo ( ) Errado 29 (CESPE – 2010) Em relação ao câncer de mama, julgue o item a seguir: Os fatores de risco relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca tardia, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos de idade, anticoncepcionais orais, menopausa precoce e terapia de reposição hormonal) estão bem estabelecidos em relação ao desenvolvimento do câncer de mama. ( ) Certo ( ) Errado (CESPE – 2010) Em relação ao câncer de mama, julgue o item a seguir: A amamentação, a prática de atividade física e a alimentação saudável, com a manutenção do peso corporal, estão associadas a um menor risco de desenvolvimento do câncer de mama. ( ) Certo ( ) Errado 30 (CESPE – 2013) Em relação à saúde da mulher no Brasil, julgue o item a seguir: O tipo de câncer mais incidente na população feminina é o câncer de mama. O Instituto Nacional de Câncer recomenda que o rastreamento desse câncer seja realizado em todas as mulheres com idade entre cinquenta e sessenta e nove anos, mediante o exame anual clínico das mamas e a realização de mamografia a cada dois anos. ( ) Certo ( ) Errado (IBFC – 2015) Considerando o câncer de mama, analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. ( ) É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma. Responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. ( )O câncer de mama é considerado uma doença exclusivamente feminina, pois não acomete os homens 31 (IBFC – 2015) ( ) É relativamente raro antes dos 35 anos, e acima desta idade sua incidência cresce progressivamente,especialmente após os 50 anos. ( ) A amamentação é considerada um fator protetor. a) F,F,V,V. b) V,V,V,V. c) V,F,V,V. d) F,V,V,F. (AOCP – 2015) Assinale a alternativa correta sobre a populaçãoalvo e a periodicidade dos exames no rastreamento de câncer de mama, respectivamente, conforme recomendações do Ministério da Saúde. a) Em mulheres de 40 a 49 anos / Exame clínico das mamas anual e mamografia a cada 2 anos. b) Em mulheres de 50 a 69 anos / Exame clínico das mamas anual e mamografia a cada 4 anos. 32 (AOCP – 2015) c) Em mulheres de 35 anos ou mais com risco elevado / Exame Clínico das Mamas e mamografia anual. d) Em mulheres de 35 anos ou mais com risco elevado / Autoexame mensal das mamas e mamografia anual. e) Em mulheres de 40 a 49 anos / Exame clínico das mamas anual e, se houver alteração, realizar mamografia. Rastreamento 33 Câncer do Colo do Útero • Para o ano de 2016, no Brasil, são esperados 16.340 casos novos de câncer do colo do útero, com um risco estimado de 15,85 casos a cada 100 mil mulheres • Previsão mundial de 527 mil novos casos em 2016, sendo o quarto mais incidente. • Taxa de incidência vem diminuindo nas últimas 3 décadas em países em processo de transição socioeconômica, como resultado de programas de prevenção. 34 Câncer do Colo do Útero • Colo do útero apresenta uma parte interna (canal cervical ou endocérvice) e uma externa (ectocérvice) • Endocérvice => camáda única de células cilíndricas produtoras de muco • Ectocérvice => epitélio escamoso estratificado • Entre os dois epitélios, encontra-se a junção escamocolunar (JEC). • A JEC pode estar tanto na endo, quanto na ectocérvice, a depender da situação hormonal na mulher 35 • Durante a fase reprodutiva da mulher (menacme), a JEC situa- se no nível do orifício externo ou fora dele – ectopia ou eversão. • Epitélio colunar, em contato com o ambiente da vagina se adapta por meio de metaplasia, dando origem a um novo epitélio (escamoso) entre os dois originais, chamado de terceira mucosa ou zona de transformação. • Na zona de transformação se localizam mais de 90% das lesões precursoras ou malignas do colo do útero 36 • Baseado no origem do epitélio comprometido, há duas categorias principais de carcinomas invasores do colo do útero: Carcinoma epidermoide (80% dos casos), que acomete o epitélio escamoso Adenocarcinoma, tipo mais raro, que acomete o epitélio glandular Câncer do Colo do Útero e o HPV • Principal fator de risco é a infecção pelo HPV. • Presença do HPV na quase totalidade dos casos de carcinomas cervicais uterinos é a maior causa específica já relatada para um câncer em humanos. • Há entre 12 e 18 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos. • Entre os HPVs de alto risco oncológico, os mais comuns são HPV16 e HPV18, estando presentes em 70% dos casos de câncer do colo uterino 37 • A infecção pelo HPV é fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. • Na maioria das vezes e lesão pelo HPV é transitória e regride espontaneamente entre seis meses e dois anos após a exposição. • Em lesões persistentes e causadas por tipos oncogênicos do vírus, pode ocorrer desenvolvimento de lesões precursoras, cuja identificação e tratamento adequado possibilita a prevenção da progressão para carcinoma invasivo Outros fatores de risco Idade => mulheres abaixo de 30 anos, apresentam maior tendência de regressão das lesões por HPV; acima desta idade, a persistência é mais frequente Tabagismo => risco cresce proporcionalmente ao número de cigarros consumidos por dia Alterações da imunidade => HIV ou outras causas Início precoce das atividades sexuais, multiplicidade de parceiros Parceiro sexual masculino com múltiplas parceiras Infecções genitais de repetição 38 Manifestações Clínicas • Infecções pelo HPV, na maioria das vezes, é assintomática, com lesões subclínicas (inaparentes) visíveis apenas após aplicação de reagentes, como ácido acético e solução e por meio de técnicas de magnificação (colposcopia) • Lesões clínicas podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas, planasou exofíticas, sendo conhecidas como condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo. • Localizações mais comuns são vulva, períneo, região perianal, vagina e o colo do útero. Menos comumente, podem estar em áreas extragenitais (conjuntiva, mucosa nasal, oral ou laríngea) Manifestações Clínicas • Lesões precursoras são assintomáticas, podendo ser detectadas por meio da realização periódica do exame citopatológico e confirmadas por colposcopia e exame histopatológico. • No estágio invasor, os principais sintomas são sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço), leucorreia e dor pélvica, podendo estar associados a queixas urinárias e intestinais em casos mais avançados. • Ao exame especular, observa-se sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. O toque vaginal demonstra alteração de forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes. 39 Prevenção • Primária – relaciona-se com a diminuição do risco de contágio pelo HPV • O uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e escroto. • 2014 – vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos de idade. Protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero • A vacinação não elimina a necessidade de prevenção secundária por meio do rastreamento, pois não fornece proteção para 30% dos casos, ocasionados por outros tipos virais oncogênicos. Prevenção • Prevenção secundária – detecção precoce Rastreamento Diagnóstico precoce • Segundo a OMS, com o rastreamento organizado, com uma cobertura da população- alvo de, no mínimo, 80% e a garantia de diagnóstico e tratamento adequados dos casos alterados, é possível reduzir, em média, de 60 a 90% a incidência do câncer cervical invasivo. 40 Recomendações Recomendações - Rastreamento 41 • Note que: • Não se observou impacto significativo na mortalidade, com início do rastreamento antes de 25 anos de idade. • Rastreio precoce aumenta o diagnóstico de lesões que regrediriam espontaneamente e, consequentemente, o número de procedimentos diagnósticos (colposcopias) • Observa-se aumento da morbidade obstétrica e neonatal, como parto prematuro. Portanto deve-se reduzir as intervenções no colo do útero em mulheres jovens, tendo em vista que a maioria delas não tem prole definida. • A oferta de exames pelo SUS atualmente seria suficiente para cobertura de toda a população alvo, porém observa-se grande repetição de exames em intervalo menor que o recomendado. Em gestantes, seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres; a procura ao serviço de saúde para pré-natal deve sempre ser considerada uma oportunidade para o rastreio (A). Em mulheres pós-menopausa, seguir recomendações de periodicidade para as demais mulheres. Mulheres submetidas a histerectomia total por lesões benignas, sem história de lesões de alto grau e podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais 42 Em caso de histerectomia por lesão precursoras ou câncer, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada Não há indicação de rastreamento em mulheres sem história de atividade sexual. Em mulheres imunossuprimidas (infecção por HIV, uso crônico de corticosteroides, em tratamento de câncer ou imunossuprimidas por transplante de órgão sólido), após início da atividade sexual, devem realizar rastreamento semestral no primeiro ano e, se normais, manter exame anual enquanto o fator de imunossupressão se mantiver. (CESPE – 2010) Com relação às ações relacionadas à prevenção ao câncer cérvico- uterino, julgue os itens que se seguem. Consideram-se fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero: infecção causada pelo papilomavírus (HPV), início precoce das atividades sexuais, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo, parceiro sexual masculino com múltiplas parceiras, e infecções genitais de repetição. ( ) Certo ( ) Errado 43 (AOCP – 2015) Dentre as neoplasias malignas, o câncer do colo do útero está entre as que mais acometem as mulheres, sendo que grande parte das lesões precursoras ou malignas do colo do útero se originam: a) no corpo do útero. b) na parede vaginal. c) na zona de transformação. d) em cistos de naboth. e) no endométrio. (AOCP – 2014) Sobre o câncer de colo de útero, assinale a alternativa correta: a) Cistos de Naboth são afecções ginecológicas, muitas vezes relacionados à metaplasia decorrente da injúria cervical causada pelo HPV. b) A parte externa do colo do útero, chamada de ectocérvice, é revestida por um tecido de várias camadas de células cilíndricas produtoras de muco: o epitélio colunar simples 44 c) As lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau representam as lesões verdadeiramente precursoras do câncer do colo do útero. d) A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à realização do exame de citopatologia oncótica. e) Para fins de rastreamento, o exame citopatológico deve ser iniciado aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. (UFBA – 2014) O câncer do colo do útero ainda é um grande problema de saúde pública no Brasil, sendo a citopatologia o exame considerado de rastreamento desse tipo de câncer e de suas lesões precursoras ( ) Certo ( ) Errado 45 BIO-RIO – 2015 Na atenção à saúde da mulher, no que diz respeito à Linha de Cuidado do Câncer do Colo do Útero, avalie se a diretriz “Prevenção e detecção precoce” visa: I - Fortalecer e ampliar o acesso às informações sobre o câncer do colo do útero para todas as mulheres,ressaltando que o câncer do colo do útero é prevenível pela detecção e pelo tratamento das lesões precursor as que antecedem, em muitos anos, o câncer. II – Estruturar os serviços de saúde para rastrear todas as mulheres de 25 a 64 anos a cada três anos, além de atender todas as mulheres que apresentam sinais de alerta. III – Acompanhar e tratar todas as mulheres positivas, segundo as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. IV – Garantir que todas as mulheres iniciem seu tratamento o mais breve possível. Assinale a alternativa correta: a) apenas as afirmativas I e II estão corretas. b) apenas as afirmativas I e III estão corretas. c) apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. d) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. e) as afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 46 (AOCP – 2015) Sobre o rastreio de lesões precursoras do câncer do colo do útero, segundo recomendações do Ministério da Saúde, é INCORRETO afirmar que: a) o câncer do colo do útero inicia-se a partir de uma lesão precursora, curável na quase totalidade dos casos. b) as mulheres que desenvolvem infecção persistente por HPV do tipo 16 têm cerca de 5% de risco de desenvolverem NIC III ou lesão mais grave em três anos e 20% de risco em dez anos. c) o intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual. d) o início da coleta deve ser aos 15 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. e) há vários fatos indicando que, direta ou indiretamente, o rastreamento em mulheres com menos de 25 anos não têm impacto na redução da incidência e/ou mortalidade por câncer do colo do útero. 47 (2015 – UMA Concursos) Sobre o câncer de colo de útero assinale a alternativa incorreta: a) A adoção das vacinas antiHPV elimina a necessidade da prevenção secundária por meio do rastreamento, pois as mesmas oferecem proteção para 98% dos casos de câncer do colo do útero causados por outros tipos virais oncogênicos. b) O uso de preservativos (camisinha) durante a relaçãosexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, a região perineal, a perianal e a bolsa escrotal. c) As lesões precursoras do câncer do colo do útero são assintomáticas, podendo ser detectadas por meio da realização periódica do exame citopatológico e confirmadas pela colposcopia e exame histopatológico. d) Atualmente há duas vacinas aprovadas e comercialmente disponíveis no Brasil: a bivalente, que protege contra os tipos oncogênicos 16 e 18, e a quadrivalente, que protege contra os tipos não oncogênicos 6 e 11 e os tipos oncogênicos 16 e 18. Nomenclatura Citológica no Brasil • A nomenclatura dos exames Citopatológicos utilizada no Brasil é baseada no Sistema Bethesda (2001) e para os Histopatológicos é utilizada a nomenclatura de Richart (1965,1967) • O câncer do colo do útero é precedido por uma longa fase (aproximadamente 10 anos) de doença pré-invasiva, denominada de Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC). • A NIC é categorizada em graus I, II e III, dependendo da proporção da espessura do epitélio que apresenta células maduras e diferenciadas. 48 • NIC II e III apresentam maior proporção de células indirefenciadas e, devido à sua maior probabilidade de evoluir para o câncer se deixadas sem tratamento, são consideradas seus reais precursores • Potencial de regressão de NIC I é maior (62% e 70%) quando comparada às NIC II e NIC III (45% a 55%) em um período de 11 a 43 meses. • Caso não haja intervenção, a lesão pode estagnar, regredir ou evoluir para carcinoma in situ. Nessa fase, é possível alcançar a cura completa pela remoção do tecido anormal, pois as células ainda estão confinadas à membrana basal. Se não tratados, 20-30% dos casos evoluirão para carcinoma invasor. • Alterações celulares classificadas como NIC I: Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) • Alterações celulares classificadas como NIC II e III: Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL); adenocarcinoma in situ é NIC III. • As alterações celulares que não podem ser classificadas como neoplasia intra-epitelial cervical (NIC), mas merecem uma investigação melhor, são classificadas como: Atipias de células escamosas de significado indeterminado (Atypical squamous cells of undetermined significance ASC-US ou ASC-H) ou Atipias de células glandulares de significado indeterminado (Atypical glandular cells of undetermined significance AGC-US ou ASC-H) 49 Recordatório da nomenclatura citopatológica no Brasil Fonte: Brasil, 2013 Recomendações iniciais após citopatológico alterado Fonte: Brasil, 2013 50 Fonte: Brasil, 2013 • Lesão Intraepitelial de Baixo Grau – low-grade squamouss intraepithelial lesion (LSIL) • As condutas internacionalmente preconizadas para abordagem inicial de pacientes com diagnóstico de LISL variam entre encaminhamento imediato para colposcopia e a repetição de citologia em intervalos variáveis, com encaminhamento para colposcopia caso se mantenha a atipia. • O encaminhamento direto para colposcopia desconsidera o conceito vigente de que a LSIL representa a manifestação citológica da infecção causada pelo HPV, altamente prevalente e com potencial para regressão especialmente em mulheres abaixo de 30 anos • A compreensão da história natural da infecção pelo HPV embasa o adiamento da investigação, evitando sobrediagnóstico e sobretratamento. 51 • Lesão Intraepitelial de Baixo Grau – low-grade squamouss intraepithelial lesion (LSIL) • Mulheres com diagnóstico de LSIL devem repetir o exame citológico em seis meses na unidade primária. Processos infecciosos devem ser tratados antes dessa nova coleta. • Se duas citologias forem negativas, a paciente deve retornar ao rastreio trienal. Caso qualquer citologia subsequente seja positiva, a paciente deverá ser encaminhada à unidade de referência para colposcopia. • Gestantes com exame citológico sugestivo de LSIL deverão ser abordadas como as demais mulheres. • Com 30 semanas ou mais, só deverão ser encaminhadas para colposcopia 3 meses após o parto. • Só serão submetidas a biópsia se houver alterações colposcópicas sugestivas de invasão • Após a menopausa, em função da falta de estrogênio, pode haver alterações citológicas que sugiram LSIL. A segunda coleta deve ser precedida de tratamento da colpite atrófica. • Mulheres imunossuprimidas devem ser encaminhadas diretamente para colposcopia. 52 • Lesão Intraepitelial de Alto Grau – High-grade squamouss intraepithelial lesion (HSIL) • É consenso que as lesões pré-invasivas devem ser tratadas para impedir sua progressão para carcinoma invasor. • Estratégia ver-e-tratar: realização do diagnóstico e tratamento em uma única visita, em nível ambulatorial, por meio de exérese da zona de transição (EZT), sob visão colposcópica e anestesia local • Menor perda de seguimento, ansiedade, custo e biópsias desnecessárias • A desvantagem é o potencial para tratamento desnecessários, minimizada seguindo as recomendações (exame citológico com diagnóstico de HSIL e colposcopia com lesões sugestivas de NIC I e NIC II). • Todas as mulheres com diagnóstico de lesão de alto grau devem ser encaminhadas para colposcopia em até 3 meses após o resultado. • A repetição da citologia é inaceitável como conduta inicial. 53 Estadiamento • As lesões invasivas são as que ultrapassam os limites da membrana basal e evoluem para órgãos e estruturas: Próximas como vagina, paramétrio, linfonodos pélvicos e mucosa da bexiga e reto; Distantes como pulmões, fígado, ossos e linfonodos • O estadiamento é feito conforme a classificação da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) e é baseado nos achados clínicos, em vez dos cirúrgicos • Segundo a UICC, ele permite que apenas os seguintes exames sejam utilizados para determinação do estádio: Palpação Inspeção Colposcopia Curetagem endocervical Histeroscopia Cistoscopia Proctoscopia Urografia intravenosa Raio X do pulmão e esqueleto Conização cervical 54 Estádios FIGO • Estádio I • Carcinoma localizado ao colo. • Subdividido em: IA (IA1, IA2) => carcinoma invasor, cujo diagnóstico é microscópico. IB (IB1, IB2) => lesão limitada ao colo clinicamente visível ou maior que IA. 55 • Estádio II • Carcinoma com invasão para além do útero, mas não atingindo a parede pélvica ou o terço inferior da vagina • Subdividido em: IIA (IIA1, IIA2) => Sem invasão dos paramétrios IIB => Com invasão dos paramétrios • Estádio III • Carcinoma com extensão para a parede pélvica e/ou envolvimento do terço inferior da vagina e/ou hidronefrose e rim não funcionando • Subdividido em: IIIA => 1/3 inferior da vagina, sem envolvimento da parede pélvica IIIB => Extensão para a parede pélvica e/ou hidronefrose e/ou rim não funcionando 56 • Estádio IV • Extensão para além da pelve ou envolvimento (confirmado por biópsia) da mucosa da bexiga ou reto • Subdividido em: IVA => envolvimento de órgãos adjacentes. IVB => envolvimento de órgãos à distância. Tratamento • É indicado com base no estadiamento tumoral, tipo histológico, idade da paciente, condição clínica, desejo de procriar e recursos disponíveis. • Os procedimentos variam desde os mais conservadores, com retirada das lesões, até tratamentos radicais e complexos. • Cirurgia, radioterapia, quimioterapia e associação destes tratamentos. 57 Estadiamento (FIGO) e tratamento (INCA) Fonte: INCA,2008 Fonte: INCA,2008 58 Fonte: INCA,2008 Fonte: INCA,2008 59 • Conização do útero: • Remoção da zona de transformação e parte do canal endocervical. • Bisturi convencional ou por eletrocirurgia, • Diagnóstico e tratamento de lesões pré-invasivas, suspeitadas por exame citopatológico prévio ou diagnosticada por biópsia, quando não se pode afastar doença endocervical (quando a junção escamocolunar estiver localizada a mais de 1 cm no canal endocervical ou quando a zonade transformação não é completamente vista) • Procedimento geralmente ambulatorial • Anestesia local. 60 • Exérese da Zona de Transformação • Retirada da zona de transformação por meio de cirurgia de alta frequência. • Realizada sob anestesia local, sob visão colposcópica em nível ambulatorial • Recomendada para tratamento de lesões pré- invasivas diagnosticadas por biópsia ou como parte do método ver-e-tratar, quando a zona de transformação está completamente visível e situada na ectocérvice. 61 Seguimento • Pacientes submetidas à histerectomia total tipos I e II Revisão semestral nos dois primeiros anos. Revisão anual até cinco anos. Caso não haja recidiva, alta. • Pacientes submetidas à radioterapia Revisão após quatro meses. Revisão semestral até dois anos. Revisão anual até cinco anos. Caso não haja recidiva ou intercorrências relacionadas ao tratamento após cinco anos, alta. Complicações • Relacionadas à progressão da doença: fístulas, linfedema de MMII, compressão das vias urinárias e intestinais • Relacionadas ao tratamento cirúrgico: são mais frequentes na cirurgia de Wherteim Meigs (histerectomia total, salpingooforectomia bilateral e linfadenectomia). • A principal complicação é a bexiga neurogênica, causada pela manipulação da inervação dos ureteres e bexiga. Pode haver fístulas, infecção. • Peritonite e hemorragia são menos frequentes. 62 Complicações • Relacionadas à quimioterapia: nefrotoxicidade, mielotoxicidade, neurotoxicidade e toxicidade gastrointestinal • Em radioterapia • Efeitos agudos atingem pele, mucosas, reto e aparelho geniturinário; • Efeitos tardios afetam o retossigmoide, bexiga, ureter e uretra, útero, ovário, e vagina, gerando disfunção sexual e mais raramente as complicações acometem ossos e sangue. Obrigada! Oncologia Oncologia para Concursos de Enfermagem Fernanda Coelho
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