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4. Hem����si�: ➔ O que é: É o conjunto de mecanismos bioquímicos que tem como função: Dar fluidez ao sangue nos vasos e na coagulação sanguínea. Forma coágulo quando há uma hemorragia, por meio de eventos mecânicos e bioquímicos pois que essa Reparar o coágulo; A hemorragia é reparada, ocorre a dissolução do coágulo. Na fisiologia dos vasos, inibe a aderência dos leucócitos e plaquetas, evitando a formação de trombos. Quando há uma lesão, o colágeno presente nos vasos fica exposto e isso faz com que estimule a coagulação. A hemostasia é composta por três processos que são interligados: - Hemostasia primária: Quando ocorre a lesão o vaso faz vasoconstrição local, diminuído fluxo e permeabilidade vascular. A plaquetas agem formando adesão e agregação plaquetária formando tampão plaquetário inicial para cessar a hemorragia. Para que ocorra a agregação e a adesão é necessário a presença de fator de Von Willebrand. Essa glicoproteína que se une ao colágeno subendotelial e liberam aminas vasoativas (serotoninas, catecolaminas, adrenalina e outras) que promovem a vasoconstrição local que libera ADP e resulta na agregação plaquetária. ● Cinética plaquetária: ➢ Megacariocitopoiese: É o processo de formação das plaquetas. A formação ocorre na medula óssea, a partir da célula pluripotencial que sofre diversas diferenciações. Quando forma o megacariócito (célula madura) ainda ocorrem diferenciações no núcleo denominado de endomitose. ➢ Trombopoiese: É processo de formação e liberação das plaquetas pela ação da trombopoetina, produzida no fígado e nos rins. A liberação das plaquetas ocorre por causa de lesão nos pseudópodes do megacariócito, liberando as plaquetas controladas pela trombopoetina e eritropoetina. Do total de plaquetas circulantes no organismos, 70% das plaquetas estão circulando nos vasos e 30% estão no baço, que armazena plaquetas. A vida média das plaquetas dura entre 5 a 11 dias e depois são removidas pelo sistema monócito-fagócitico através dos macrofagos no baço e no figado. A contagem plaquetária é equilibrada pelo consumo, destruição e produção de plaquetas pelo organismo. - Hemostasia secundária: É estimulada pela hemostasia primária, posterior aos fatores de coagulação da hemostasia primária, permite que as reações em cascata da coagulação sejam feitas e forme uma coágulo de fibrina a partir do fibrinogênio, dando estabilidade ao coágulo. ● Fatores da coagulação: É formada por: ➢ Fibrinogênio(I) ➢ Protrombina(II) ➢ Cálcio(Ca+) ➢ Fatores enzimáticos: VII, IX, X, XII, XIII, HMWK(fator de fitzgerald) e PK(fator de fletcher) ● Cascata da coagulação: É um conjunto mecanismo complexo de reações para formação de fibrina a partir do fibrinogênio. É composta três vias: ➢ Intrínseca: Ativada pelo contato do sangue com o colágeno da parede vascular lesionada com ativação do fator XII, que ativa o fator XI e sequencialmente, ativa o fator IX que com o cálcio de do FP3 (fator plaquetário) e finalmente a ativação do VIII. ➢ Extrínseca: É ativada a partir da lesão deixando o sangue exposto a tromboplastina tecidual ativando o fator VII. ➢ Comum: O fator VIII junto com VII, fosfolipídeos plaquetário e cálcio, forma a via comum ativando o fator X. Esse fator converte a protrombina (II) em trombina e que converte o fibrinogênio em fibrina e tem como resultado final a fibrina polimerizada que forma o coágulo sanguíneo. O fator XIII tem função de dar estabilidade a essa fibrina polimerizada. A cascata de coagulação precisa da vitamina K é essencial para a ativação de alguns fatores de coagulação, como os fatores: IX, VII, X e o fator II Esses fatores de coagulação são sintetizados no fígado e atual recorrente de ativação. - Hemostasia terciária ou fibrinólise: Processo onde a fibrina é degradada enzimaticamente desfazendo o coágulo formado na hemostasia secundária e formando o produto de degradação da fibrina. A hemostasia terciária em 3 etapas: Formação dos ativadores do plasminogênio; transformação do plasminogênio em plasmina; Lise da fibrina pela ação da plasmina, formando os produtos da degradação da fibrina(PDFs). PDFs são fragmentos do coágulo na circulação; Na hemostasia terciária ainda ocorre a reparação do vaso. É ativada coagulação, com função de dar equilíbrio fisiológico, onde a plasmina atua degradando a fibrina e desfazendo o coágulo formado. ➔ Função das plaquetas na hemostasia: - Manutenção da hemostasia por meio da interação com as células endoteliais; - Mantém a integridade vascular; - Faz adesão, agregação e liberação plaquetária - Faz reação de liberação: promove a agregação de agrupamentos plaquetários para deter a hemorragia. ➔ Vaso Sanguíneo: Quando uma vaso é lesado, a exposição do o colágeno subendotelial, ativa os mecanismos hemostáticos, em sequencialmente ocorre adesão e agregação plaquetária e começa a ação do sistema intrínseco da coagulação por ativação do fator XII. Além disso, as células endoteliais são ricas em tromboplastina que ativam o sistema extrínseco de coagulação. A desordem vascular pode ocorrer por alguns fatores: - deficiência de colágeno ou extensa lesão vascular - congênitas: são raros os casos - Adquiridas: que pode ser por uma reação inflamatória para combater algum microorganismo, deficiência imune, trauma ou neoplasias(tumores). ➔ Testes laboratoriais mais usados para desordens hemostáticas: A avaliação para as desordens hemostáticas depende: - História clínica: sangramentos, trauma e cirurgia e levar em consideração a idade, raça, sexo e terapia com drogas. - Exame físico: Algum tipo de hemorragia. ➔ Contagem de Plaquetas: É uma contagem que pode ser automática ou em um hemocitômetro e que avalia de forma quantitativa as plaquetas. Para essa avaliação, de acordo com os valores de cada espécie, os resultados podem ser definidos de duas formas: - Trombocitose: valores acima do normal. - Trombocitopenia: valores abaixo do normal. Para essa avaliação a amostra deve ser coletada de forma não traumática, porque o trauma pode causar a ativação plaquetária com formação de agregados que podem diminuir o número de plaquetas e afetar o resultado da contagem. O indicado é a amostra estar em EDTA. A contagem é normalmente estimada pela observação no esfregaço sanguíneo com objetiva de 100x e contar no mínimo 10 campos e fazer uma média. O resultado da contagem de plaquetas é feito pelo número de plaquetas: - 10 a 20 plaquetas/campo = normal - 4 a 10 plaquetas/campo = trombocitopenia - Menos que 4 plaquetas/campo = severa trombocitopenia - 1 plaqueta/campo = 15.000 a 20.000 plaquetas/µL Além da análise quantitativa, é feita avaliação da morfologia das plaquetas, e é observada a presença de macroplaquetas ou agregados plaquetários. Essa observação da morfologia influência sobre a contagem e função plaquetária e essas informações devem ser descritas no laudo. - Valores normais de plaquetas/µL: ➢ Canino: 200.000 a 500.000 ➢ Felino: 200.000 a 500.000 ➢ Equino: 100.000 a 600.000 ➢ Bovino: 200.000 a 800.000 ➢ Suíno: 300.000 a 600.000 ➔ Avaliação de Medula Óssea: É importante para investigar, principalmente, a causa da trombocitopenia(persistente), trombocitose e pancitopenia. Nessa avaliação é avaliado os megacariócitos na medula óssea pelo seu número por espícula e maturação. O número normal de megacariócitos de um cão, em campo de pequeno aumento, é de um a três. Já na avaliação do estágio de maturação, é considerado três grupos de células: megacarioblastos,pró-megacariócitos e megacariócitos. - Exemplo: Em um cão normal, cerca de 70 a 84% da série megacariocítica são células maduras e 16 a 30% imaturas. Quando os megacariócitos estão presentes, os possíveis mecanismos da trombocitopenia são: destruição ou consumo de plaquetas. Quando megacariócitos estiverem ausentes ou com maturação anormal, os prováveis mecanismos são: produção diminuída ou destruição de megacariócitos. ➔ Tempo de coagulação ativado (TCa): Monitora a coagulação sanguínea com o uso de anticoagulantes. Essa avaliação é indicadapara casos de trombocitopenia e trombocitose, com o objetivo de investigar a causa do aumento e diminuição de trombos. A avaliação da medula óssea é contra indicada nos casos de coagulopatias severas. ➔ Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa): Avaliamos a hemostasia secundária, principalmente a via intrínseca e comum. Detecta deficiência dos fatores VIII, IX, XI e XII e substâncias pró-trombóticas(pré-calicreína e cininogênio). - Valores normais de TTPa (segundos): ➢ Cão: 6 - 16 ➢ Gato: 9 - 20 ➢ Equino: 27 – 45 ➢ Bovino: 20 – 35 É importante que a coleta não seja traumática, por causa da contaminação com tromboplastina tecidual que pode prolongar o resultado do teste pela ativação do sistema extrínseco. Esperam-se valores de TTPa prolongados em hemofílicos, deficiência de fatores XII, coagulação intravascular disseminada (CID), venenos cumarínicos e doença de Von Willebrand (dependendo da severidade). ➔ Tempo de protrombina (TP): Avalia o tempo de conversão da protrombina em trombina. Avaliamos a hemostasia secundária, principalmente a via extrínseca e comum. Não é usado muito nos coagulogramas. - Valores normais de TP (segundos): ➢ Cão: 6,4 – 7,4 ➢ Gato: 7 – 11,5 ➢ Equino: 9,5 – 11,5 ➢ Bovino: 25,5 – 28,2 Essa avaliação é usada para monitorar pacientes que tenham alguma alteração na coagulação. ➔ Produtos de degradação da fibrina (PDFs): É formado pela ação da plasmina sobre o fibrinogênio e a fibrina resultando nos produtos de degradação da fibrina (PDF), que indicam excessiva fibrinólise. Para o diagnóstico de PDFs, é usado o método de aglutinação em látex por kits comerciais. Valores normais de PDF (µg/mL): Cão: < 40 Gato: < 8 Equino: < 16. O resultado é que os valores de PDFs estejam aumentados. ➔ Fibrinogênio: É uma proteína de coagulação (fator I da coagulação) produzida pelo fígado. Também é denominada proteína de fase aguda por agir rapidamente em resposta a processos inflamatórios. A amostra de sangue deve ser coletada com EDTA 10%. O método consiste no aquecimento do plasma a 56- 58°C por 3 minutos e posterior centrifugação. O resultado é a leitura das proteínas plasmáticas totais por refratometria e posteriormente a leitura do plasma com o fibrinogênio precipitado. - Valores normais de fibrinogênio (g/L): ➢ Cão: 1 – 5 ➢ Gato: 0,5 – 3 ➢ Cavalo: 1 – 4 ➢ Bovinos: 2 – 7 ➔ Distúrbios da coagulação: A avaliação das plaquetas é realizada em dois níveis: - Desordens plaquetárias quantitativas: É feita a contagem de plaquetas. A trombocitopenia (número reduzido de plaquetas) é a anormalidade mais comum das plaquetas. ➢ Trombocitose: É o aumento do número de plaquetas acima do valor de referência para a espécie. Pode ser reativa ou primária: Reativa: doença crônica, deficiência de ferro, hiperadrenocorticismo, neoplasias, desordens no trato digestivo e endócrinas. Transitória: mobilização esplênica ou pulmonar (exercício). Trombocitose maligna: leucemia granulocítica, megacariocítica. ➢ Trombocitopenia: É a diminuição do número de plaquetas abaixo do valor de referência. São cinco os mecanismos que podem levar a uma trombocitopenia: Produção diminuída de plaquetas Destruição de plaquetas Consumo de plaquetas Sequestro ou distribuição anormal de plaquetas Perda de plaqueta - Desordens plaquetárias qualitativas: Trombocitopatia: É a falha no mecanismo de aderência, agregação (plaqueta/plaqueta) ou uma falha na liberação de constituintes intracelulares ou qualquer combinação destes fatores. Elas são divididas em: ➢ Trombocitopatias congênitas: Doença de von willebrand: Causado pelo fator de von willebrand. Há três tipos da doença: 1. Tipo 1: É a forma mais comum, afeta dobermans e a causa pé multímeros normais, mais diminuídos 2. Tipo 2: Comum em Porter alemão e é causada por multímeros com defeito de função. 3. Tipo 3: Comum em Scottish terrier e é a forma mais severa e pode ser causada por motivos diferentes, como Falha na agregação(trombopatia, trombastenia canina e trombopatia basset hound) e por agregação plaquetária diminuída(síndrome de Chediak-Higashi) ➢ Trombocitopatias adquiridas: Ocorrem pode diversos fatores, está associada a defeitos de ativação, aderência, agregação e reação de liberação por causa de substâncias anormais do plasma. Doenças relacionadas: Doença renal com uremia: diminui a aderência no endotélio do vaso. Coagulação intravascular disseminadas: diminui a aderência no endotélio do vaso e diminui a agregação plaquetária. Disproteinemias ou mieloma múltiplo: diminui a aderência no endotélio do vaso por afetar membrana da plaqueta. Anti-inflamatórios não esteroidais: inibição das plaquetas. Dependendo do fármaco, essa inibição pode ser reversível ou irreversível. As desordens hemostáticas podem ser avaliadas no exame clínico pelos tipos de sangramentos. Hemorragias superficiais: (petéquias e equimoses) sinalizam alterações na hemostasia primária. Diagnósticos que podem ser usados nessas suspeitas: Contagem de plaquetas e tempo de sangramento na mucosa oral. Hemorragias, hematomas e hemartrose: sinalizam alteração na hemostasia secundária ou nos fatores de coagulação - Mecanismos que podem levar a uma trombocitopenia 1. Produção diminuída de plaquetas: megacariócitos estão diminuídos e é indicado uma avaliação de medula óssea para diagnóstico diferencial. Principais causas: Mieloptise: Células neoplásicas e mielofibrose Fármacos: Quimioterapia, excesso de estrogênio, antibióticos crônicos de doenças rickettsiais como erlichiose Redução seletiva de plaquetas: Produção defeituosa de trombopoetina, hereditariedade ou congenicidade. 2. Destruição de plaquetas: megacariócitos estão aumentados. Principais causas: Infecção: Tumores: Imuno-mediada ou auto-imune: Fármacos: 3. Consumo de plaquetas: megacariócitos estão aumentados. 4. Sequestro ou distribuição anormal de plaquetas: megacariócitos estão aumentados na medula óssea. Causas: Esplenomegalia, hepatomegalia, hipotermia, endotoxemia e neoplasia. 5. Perda de plaquetas: megacariócitos estão aumentados na medula óssea. Causas: Perda massiva de sangue e transfusão incompatível. ➔ Coagulopatias: - Coagulopatias hereditárias: São relacionadas a problemas de seleção genética. Sempre suspeitar em animais jovens, apresentando diátese hemorrágica. Hemofilia A: Ocorre por perda do fator VIII na via transplacentária, animais jovens e machos são mais afetados, ocorre sangramento severo, diagnóstico que podem ser feitos é o tempo de sangramento(normal), TP, TTPa e tratamento é feito transfusão de sangue fresca ou crioprecipitado. Doença de von Willebrand: é a mais comum das coagulopatias, causada por fator VIII não se estabilizar os meios de diagnóstico são tempo de sangramento(prolongado), TP, TTPa Hemofilia B: Alteração no fator IX, afeta cães e gatos machos e meios de diagnóstico são TP(normal), TTPa(prolongado) Deficiência de fator VII: Afeta o sistema extrínseco, afeta cães da raça beagles e outras raças e os meios de diagnóstico são TP(prolongado), TTPa(normal). Deficiência de fator XII: Afeta o sistema intrínseco, afeta cães da raça poodles, Pointer Alemão, Shar Pei, gatos e outras raças e os meios de diagnóstico são TP(normal), TTPa (prolongado). Deficiência de fator XI:Afeta o sistema intrínseco, afeta cães e cabras e os meios de diagnóstico são TP(normal), TTPa(prolongado). Deficiência de fator X: Afeta o sistema comum, afeta cães da raça Cocker Spaniel e Jack Russel Terrier e os meios de diagnóstico são TP(prolongado), TTPa(prolongado) - Coagulopatias adquiridas: Deficiência de vitamina K: Afeta fatores II, VII IX e X que precisam da vitamina K, pode resultar em doença hepática e os meios de diagnóstico são TP(prolongado), TTPa(prolongado) Doença hepática: Causada pela meia vida do fator de VII ser mais curto. Para diagnóstico são feito testes de função hepática, biópsia, punção com agulha fina Afeta o sistema extrínseco, TP(prolongado), TTPa(prolongado) Coagulação intravascular: disseminada (CID): Distúrbio que ocorre trombose intravascular difusa, é característicade doença secundária, os PDFs como são anticoagulantes auxiliam o quadro de defeito hemostático. Entre as causas estão: ativação do sistema intrínseco, viremia, endotoxemia, aumento da tromboplastina tecidual, trauma, necrose, hemólise intravascular. Meios de diagnóstico são TP(prolongado), TTPa/TCa(prolongado), PDF(aumentado), Contagem de plaquetas (diminuída), Tempo de sangramento(prolongado) Fibrinogenio(diminuido e a presença de fragmentos de eritrócitos.
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