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Anatomia e Imunologia da Pele

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Isabela Santos – Med Resumos 
 
 
Pele 
▪ É o maior órgão do corpo humano. 
▪ É responsável pelo revestimento do organismo e por manter a homeostasia. 
▪ Protege o corpo de agentes nocivos (físicos, químicos ou biológicos). 
▪ Modula a temperatura corporal e sintetiza a vitamina D. 
Camadas 
▪ Epiderme: mais superficial, fina, não contém vasos sanguíneos. Se divide em uma camada mais externa (estrato 
córneo) com célula queratinizadas mortas e a mais interna (estrato basal) que possui melanina e queratina. 
▪ Derme: rica em tecido conjuntivo, fibras colágeno, fibras elásticas e reticulares, se alojam nos vasos, nervos e 
anexos (folículos pilosos e glândulas). 
▪ Subcutâneo: está situado abaixo da derme, constituída de células adiposas e representa uma reserva energética 
importante para o organismo. 
Anexos cutâneos 
▪ Glândulas sebáceas: fica situada ao redor dos folículos pilosos. 
▪ Glândulas sudoríparas: presente em todo o corpo devido a sua influência no equilíbrio da temperatura corporal. 
▪ Unhas: recobrem a falange distal, são constituídas de queratina dura e estão fixadas no leito ungueal. 
Imunologia 
▪ A pele é a principal barreira do corpo contra agressões físicas e microrganismos patogênicos. 
▪ A pele cria um ambiente único no qual interage com as células imunes induzindo a resposta imunológica. 
▪ As células dendríticas da derme e os queratinócitos da epiderme são eficientes na detecção na captura e 
apresentação de antígenos às células T. 
▪ Queratinócitos presentes na epiderme detectam antígenos e produzem peptídeos antimicrobianos e mediadores 
inflamatórios que ativam células dendríticas. 
Exame clínico – PELE 
▪ Condições básicas para o exame da pele são: iluminação adequada, desnudamento das partes a serem 
examinadas. 
▪ São investigados os seguintes elementos: coloração, continuidade ou integridade, umidade, textura, espessura, 
temperatura, elasticidade e mobilidade, turgor, sensibilidade e lesões elementares. 
Coloração 
▪ Consiste em registrar a cor da pele no momento da identificação do paciente. 
▪ Indivíduos de cor branca e nos pardos-claros observa-se coloração levemente rosada, que é o aspecto normal em 
condições de higidez. 
▪ O róseo-claro ocorre em virtude da circulação do sangue pela rede capilar cutânea e pode sofrer variações 
fisiológicas. 
▪ Existe uma dificuldade em avaliar distúrbios de coloração em pessoas de pele escura. 
Palidez 
▪ Atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. 
▪ A palidez deve ser pesquisada em toda extensão da superfície cutânea e em regiões palmoplantares. 
▪ Em pardos e negros é possível identificar palidez nas palmas das mãos e plantas dos pés. 
 
Isabela Santos – Med Resumos 
▪ Palidez generalizada: em toda a pele, a causa consiste na diminuição das hemácias circulantes nas 
microcirculações cutânea e subcutânea. Pode ser devido a uma vasoconstrição generalizada ou redução real das 
hemácias (anemia). 
▪ Palidez localizada: áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a isquemia a causa principal. 
Vermelhidão 
▪ Generalizada: pode ser observada em pacientes febris, expostos ao sol ou com psoríase. 
▪ Localizada: fenômeno vasomotor, a exemplo a ruborização do rosto por emoção. 
▪ A vermelhidão é um dos quatro sinais cardinais do processo inflamatório: dor, calor, rubor e tumor. 
Cianose 
▪ Cor azulada da pele e das mucosas. 
▪ Se manifesta quando a hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 g/100mλ 
▪ A cianose deve ser pesquisada no rosto, ao redor dos lábios, ponta do nariz, lobos das orelhas, extremidades das 
mãos e dos pés. 
▪ Generalizada: observada em toda pele. 
▪ Localizada: apenas alguns segmentos corporais adquirem coloração anormal. 
▪ Pode ser leve, moderada e intensa. 
Icterícia 
▪ Coloração amarelada da pele, mucosas visíveis e esclera, resultante de acúmulo de bilirrubina no sangue. 
▪ Se diferencia de outras condições em que a pele, mas não as mucosas ficam amareladas. 
▪ Principais causas: hepatites. 
Albinismo 
▪ Coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa da melanina. 
▪ Pode afetar os olhos, pele e os pelos. 
Dermatografismo 
▪ É uma urticária factícia. 
▪ Detectada quando ela é levemente atritada com a unha ou objeto, aparece uma linha vermelha elevada que 
permanece por 4 a 5 minutos e trata-se de uma reação vasomotora. 
Fenômeno de Raynaud 
▪ Alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em 
modificações da coloração. 
▪ Inicia com palidez, em seguida cianose e por fim vermelhidão. 
▪ É um fenômeno vasomotor. 
Continuidade ou integridade 
▪ A perda de continuidade da pele ocorre na erosão ou exulceração, ulceração ou fissura. 
Umidade 
▪ Inicia-se pela inspeção, por meio das polpas digitais e da palma da mão. 
▪ Pela sensação tátil, é possível avaliar a umidade da pele. 
▪ Normal: indivíduos hígidos. 
▪ Seca: pessoas idosas, dermatopatias (esclerodermia) e desidratação. 
▪ Aumentada ou sudorenta: indivíduos normais, associada a febre ou mulheres na menopausa. 
 
Isabela Santos – Med Resumos 
Textura 
▪ É avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea. 
▪ Normal: em condições normais. 
▪ Lisa ou fina: pessoas idosas ou em indivíduos com hipertireoidismo. 
▪ Áspera: indivíduos expostos às intempéries e que realizam atividades rudes. 
▪ Enrugada: pessoas idosas e após emagrecimento rápido. 
Espessura 
▪ Avalia a espessura da pele, faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o indicador. 
▪ Pinçam-se apenas a epiderme e derme. Locais: antebraço, tórax e abdome. 
▪ Atrófica: translucidez que possibilita a visualização da rede venosa superficial. 
▪ Hipertrófica ou espessa: indivíduos que trabalham expostos ao sol. 
Temperatura 
▪ Avaliação da temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando-se 
com o lado homólogo de cada segmento examinado. 
▪ Normal. 
▪ Aumentada, 
▪ Diminuída. 
Elasticidade e mobilidade 
▪ Devem ser analisadas e interpretadas simultaneamente. 
▪ Elasticidade é a propriedade do tegumento cutâneo em se estender quando tracionado, deve ser avaliada através 
da prega cutânea. 
▪ Elasticidade normal: indivíduos hígidos. 
▪ Aumento ou hiperelástica: semelhante a borracha. Lembre da síndrome de Ehlers-Danlos. 
▪ Diminuição ou hipoelasticidade: volta vagarosamente ao local. 
▪ Mobilidade é a capacidade de se movimentar sobre os planos profundos, deve ser avaliada com a palma da mão 
deslizando sobre a superfície para os lados, tentando deslizar sobre as estruturas. 
▪ Mobilidade normal: mobilidade adequada com relação as estruturas profundas. 
▪ Diminuída ou ausente: não consegue deslizar a pele sobre as estruturas vizinhas. 
▪ Aumentada: pele das pessoas idosas e síndrome de Ehlers-Danlos. 
Turgor 
▪ Avalia-se pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que abranja o tecido subcutâneo. 
▪ Normal: sensação de pele suculenta que ao ser solta, se desfaz rapidamente. 
▪ Diminuído: sensação de pele murcha e lento esvaziamento de prega. 
Sensibilidade 
▪ Dolorosa tocando-se a pele com um material pontiagudo. 
▪ Tátil friccionando o local. 
▪ Térmica utilizando temperaturas frias e quentes. 
Lesões Elementares 
▪ Causadas por modificações decorrentes de processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, 
alterações metabólicas ou congênitas. 
▪ Primárias: ocorrem na pele que previamente não havia lesões. 
▪ Secundárias: decorrente de alterações nas lesões primárias, a exemplo uma cicatriz. 
 
Isabela Santos – Med Resumos 
▪ Para a avaliação de lesões elementares, empregam-se a palpação e inspeção. 
Classificação das lesões elementares 
▪ Alterações de cor. 
▪ Elevações edematosas. 
▪ Formações sólidas. 
▪ Coleções líquidas. 
▪ Alterações da espessura. 
▪ Perda e reparações teciduais. 
Alterações de cor 
▪ Mancha ou mácula corresponde à área circunscritade coloração diferente da pele normal, no mesmo plano do 
tegumento e sem alterações na superfície. 
▪ As manchas ou máculas podem ser pigmentares: vasculares, hemorrágicas e depósitos de pigmentos. 
Pigmentares 
▪ Decorrem de alterações do pigmento melânico. 
▪ Hipocrômicas: diminuição de melanina. 
▪ Acrômicas: ausência de melanina, observada no vitiligo e albinismo. 
▪ Hipercrômicas: aumento de pigmento melânico, a exemplo o Melasma. 
 
A. Hipocrômica e B. Acrômica 
Vasculares 
▪ Decorrem de distúrbios da microcirculação da pele. 
▪ Podem ser transitórias ou permanentes. 
▪ Desaparecem após compressão ou digitopressão. 
▪ Transitória: eritema e cianose. 
▪ Permanente: telangiectasia (dilatação permanente do calibre de pequenos vasos) e angioma (aumento do número 
de vasos). 
Hemorrágicas 
▪ Não desaparecem pela compressão, por se tratar de sangue extravasado. 
▪ Petéquias: puntiformes e com até 1cm de diâmetro. 
▪ Víbices: formam uma linha. 
▪ Equimoses: são em placas e maiores do que 1cm de diâmetro. 
▪ A coloração das manchas hemorrágicas varia de vermelho-arroxeada a amarela. 
▪ 48H são avermelhadas. 
 
Isabela Santos – Med Resumos 
▪ 48 a 96h tornam-se arroxeadas. 
▪ Depois se tornam azuladas, amareladas e depois volta a coloração normal. 
 
 
A. Petéquias B. Víbices C. Equimoses 
Deposição pigmentar 
▪ Decorrentes principalmente de deposição de bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico e tatuagens. 
Formações sólidas 
▪ Variam entre pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades, gomas e vegetações. 
Pápulas 
▪ Elevações sólidas da pele, com até 1cm de diâmetro, superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente 
percebidas. 
▪ Um exemplo de lesões papulares: picada de inseto. 
 
Tubérculos 
▪ Elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 1cm, situadas na derme. 
▪ Pode ter consistência mole ou firme. 
▪ Normalmente desenvolvem cicatriz. 
Nódulos 
▪ Formações sólidas localizadas na hipoderme, mais perceptíveis pela palpação do que pela inspeção. 
▪ Sua consistência pode ser firme, elástica ou mole. 
 
 
Isabela Santos – Med Resumos 
Vegetações 
▪ Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor. 
▪ Sua consistência é mole e pode se apresentar agrupada em maior ou menor quantidade. 
▪ Surge pela hipertrofia de algumas papilas dérmicas. 
▪ Verrucosa: seca, ocorre aumento da camada córnea. 
▪ Condilomatosa: úmida, camada córnea normal ou diminuída, ocorre nas mucosas e dobras. 
Coleções líquidas 
▪ Possuem conteúdo líquido em seu interior e podem ser classificadas em vesículas, bolhas, pústula, abscesso e 
hematoma. 
Vesícula 
▪ Elevação circunscrita da pele que contém líquido em seu interior com diâmetro limitado a 1cm. 
Bolha 
▪ Elevação da pele contendo substância líquida em seu interior, se diferencia da vesícula por ser maior que 1cm. 
▪ Pode ser encontrada nas queimaduras. 
▪ Podem ter conteúdo claro, turvo amarelado ou vermelho-escuro. 
Pústula 
▪ Vesícula de conteúdo purulento, surge na varicela, herpes-zoster e queimaduras. 
▪ Normalmente aparecem em situações de inflamação. 
Abscessos 
▪ Coleção purulenta, proeminente, circunscrita, com proporção variável, flutuante e de localização dermo-
hipodérmico ou subcutânea. 
▪ Quando há sinais inflamatórios são abscessos quentes. 
▪ Ausência de sinais flogísticos caracteriza abscessos frios. 
Hematoma 
▪ Formação circunscrita, de tamanho variado, decorrente de derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes. 
Exames para manchas 
▪ Vitropressão: usado em lesões vermelhas, utiliza-se um vidro para comprimir a lesão. Se a mancha sumir, o sinal é 
positivo e diz que a origem é vascular, caso não desapareça, é de origem dermatológica. 
▪ Sinal de Nikolski: pressiona a lesão com o dedo ou um objeto rombo, se houver deslocamento parcial ou total da 
epiderme, o sinal é positivo. 
▪ Sinal de Zilleri: é utilizado para identificar lesões fúngicas, é positivo quando ao mexer na lesão, sai um pó 
branco. 
▪ Sinal do orvalho sangrante: é complementar a vitropressão e nesse é utilizado um objeto pontiagudo, se 
sangrar a vascularização é superficial e se não sangrar é profunda. 
Fototipo 
▪ É classificado de acordo com a escala de Flitzpatrick. 
▪ A pele é dividida em 6 fototipos cutâneos que variam de acordo com a quantidade de melanina, capacidade de se 
bronzear e queimar quando se expõe ao sol. 
 
 
Isabela Santos – Med Resumos 
Fototipo 1 
▪ Extremamente branca. 
▪ Pele clara e com sardas. 
▪ Nunca se bronzeia, sempre se queima. 
▪ Extremamente sensível a radiação solar. 
▪ Protetor solar 70. 
Fototipo 2 
▪ Branca. 
▪ Pele sensível ao sol, mas se bronzeia lentamente. 
▪ Protetor solar 60. 
Fototipo 3 
▪ Morena clara. 
▪ A sensibilidade existe, mas a pele consegue se bronzear com certa facilidade. 
▪ Sensibilidade normal ao sol. 
▪ Protetor solar 50. 
Fototipo 4 
▪ Média 
▪ Mais resistente aos impactos dos raios UV. 
▪ Bronzeia facilmente, queima muito pouco. 
▪ Sensibilidade normal ao sol. 
▪ Protetor solar 40. 
Fototipo 5 
▪ Morena escura 
▪ Raramente se queimam e bronzeia facilmente. 
▪ Sensibilidade pouca quanto ao sol. 
▪ Protetor solar 30. 
Fototipo 6 
▪ Negra 
▪ Completamente pigmentada, possui uma proteção natural aos raios solares. 
▪ Possui fibras colágeno mais resistentes. 
▪ Raramente queima e sempre bronzeia. 
▪ Minimamente sensível ao sol. 
▪ Protetor solar 20. 
Cabelo 
▪ Analisado quanto a sua implantação, distribuição, quantidade, coloração, consistência, espessura e brilho.

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