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Incontinência Urinária

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1 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Objetivos: 
1. Entender Incontinência Urinária (Tipos, 
causas, etiologia, diagnóstico e quadro 
clínico). 
2. Compreender as consequências da 
Incontinência Urinária nos Idosos. 
3. Conhecer os tipos de Iatrogenia 
medicamentosa, psicológica e cirúrgica 
nos idosos e as condutas a serem 
seguidas. 
 
ENTENDER INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
(TIPOS, CAUSAS, ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO 
E QUADRO CLÍNICO) 
 
Introdução: 
A manutenção da continência depende da 
integridade anatômica do trato urinário inferior 
e do seu controle neurológico; depende também 
da cognição, da mobilidade, da destreza manual, 
de fatores ambientais e da ausência de 
comorbidades que afetem os mecanismos da 
continência. Para a compreensão dos fatores 
envolvidos nesse processo, é necessário que se 
conheça a anatomia do trato urinário inferior e a 
fisiologia da micção. 
A bexiga funciona como reservatório para 
armazenamento e eliminação periódica da 
urina. Para que essas funções ocorram 
adequadamente, é necessário que a 
musculatura lisa vesical (detrusor) relaxe e 
haja aumento coordenado do tônus 
esfincteriano uretral durante a fase de 
enchimento da bexiga e o oposto durante a 
micção. A coordenação das atividades da 
bexiga e do esfíncter uretral envolve 
complexa interação entre os sistemas 
nervosos central e periférico e os fatores 
regulatórios locais, e é mediada por vários 
neurotransmissores. As propriedades 
miogênicas e viscoelásticas da bexiga e da 
uretra também são muito importantes para 
manutenção da função adequada de 
reservatório da bexiga. 
A) Anatomia e Histologia do Sistema 
Urinário: 
A bexiga é um órgão muscular oco, 
revestido internamente por epitélio transicional 
denominado urotélio. Externamente ao urotélio 
encontram-se a lâmina própria e as camadas 
muscular lisa e adventícia. Lâmina própria é 
uma camada bem desenvolvida , ricamente 
vascularizada, formada basicamente de tecido 
conectivo com abundância de fibras elásticas. A 
camada muscular própria da bexiga (músculo 
detrusor) é constituída por fibras musculares 
lisas que formam feixes sem orientação 
definida, ramificam-se e reúnem-se 
livremente, mudando de orientação e de 
profundidade na parede da bexiga e 
entrelaçando-se com outros feixes. 
 
 
2 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Esse arranjo sob a forma de malha 
complexa, sem formar camadas distintas, 
permite que o detrusor possa contrair-se 
harmonicamente, comprimindo a urina em 
direção à uretra proximal durante a micção. 
O detrusor pode ser dividido em duas 
porções com base nas diferenças regionais 
de sua inervação simpática: 
1) A porção localizada acima dos 
orifícios ureterais, denominada corpo vesical, 
que compreende sua maior parte. 
2) A base que incorpora o trígono e o colo 
vesical. 
Feixes musculares do detrusor são 
formados por células musculares lisas que se 
organizam em fascículos separados uns dos 
outros, de forma incompleta, por septos de 
interstício compostos por fibras elásticas e 
colágenas e raros fibroblastos. Por sua vez, 
feixes detrusores são revestidos por fibras 
elásticas e colágenas, vasos sanguíneos e 
terminações nervosas. 
Acredita-se que a presença de fibras 
elásticas e colágenas revestindo os feixes 
musculares talvez seja responsável pela 
manutenção da arquitetura da parede vesical e 
por suas propriedades viscoelásticas, 
permitindo seu enchimento sem elevação da 
pressão vesical. Em nível celular, cada célula 
muscular lisa é separada das outras por fibras 
colágenas. 
As camadas da bexiga também se dividem 
assim: 
• Camada Mucosa: é formada mais interna 
formada por tecido que pode esticar: 
(bexiga vazia = enrugada / bexiga cheia = 
lisa). 
 
 
3 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
• Camada Muscular (Músculo Detrusor): 
Liso e Involuntário, é formado por três 
camadas – interna, externa e 
intermediária. 
• Camada serosa: camada externa 
parcialmente envolvida de peritônio. 
 
B) Fisiologia da micção normal: 
 
Como a maior parte das funções do trato 
urinário inferior relaciona- se com contração ou 
relaxamento de sua musculatura lisa, é 
importante rever o mecanismo pelo qual isso 
ocorre. Várias etapas do metabolismo celular 
relacionam-se com geração de força na 
musculatura lisa do TUI . Potencialmente, cada 
uma delas pode ser alterada em diferentes 
condições patológicas e contribuir para 
causar anormalidades contráteis da bexiga. 
Da mesma forma , todas são alvos potenciais de 
tratamento farmacológico. 
Durante a fase de armazenamento sinais 
eferentes estimula a contração dos esfíncteres, 
e o detrusor se mantem, relaxado para que 
possamos receber a urina e a armazená-la. 
Conforme a bexiga se expande pela 
quantidade de urina armazenada, os receptores 
sensoriais serão estimulados e esta informação 
sensorial será direcionada ao SNC e 
interpretada como vontade de urinar. A partir 
disso, inicia-se a fase de esvaziamento. 
Os sinais eferentes que estavam sendo 
enviados aos esfíncteres são inibidos, e essa 
inibição gera o relaxamento dos esfíncteres. Os 
sinais eferentes passam a ser enviados ao 
detrusor, solicitando sua contração. 
A contração do detrusor, associada ao 
relaxamento do esfíncter, faz com que a urina 
seja expulsa da bexiga. 
Após a fase de esvaziamento, os esfíncteres 
passam a ser estimulados por sinais eferentes 
solicitando a contração e a contração do 
detrusor é sanada 
 
SAIBA MAIS! 
A musculatura vesico- uretral tem papel fundamental na função de 
armazenamento e esvazia mento vesical. 
As contrações voluntárias dos músculos abdominais auxiliam a expulsão da 
urina, pelo aumento da pressão intra-abdominal. 
A micção pode ser iniciada mesmo com a bexiga quase vazia. 
A primeira sensação de vontade de urinar, nos adultos, é sentida quando há 
cerca de 150 ml de urina na bexiga. 
A sensação máxima ocorre aos 400 ml. 
 
 
4 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
ARMAZENAMENTO ESVAZIAMENTO 
- Inicia-se a pós cada micção, 
através da complacência vesical, 
garantindo a acomodação vesical. 
- Controlado pelos sistemas 
simpático e somático. 
- O sistema simpático relaxa o 
detrusor (receptores 
adrenérgicos) e mantém o tônus 
do esfíncter liso da uretra 
(receptores adrenérgicos). 
- O sistema somático mantém o 
tônus do esfíncter estriado da 
uretra. 
- Durante a fase de enchimento 
a pressão vesical (PV) é mais 
baixa e a pressão uretral (PU) é 
mais alta 
- É um sistema automático 
- Armazenamento de volumes 
crescentes provoca uma 
diminuição da pressão intra-
abdominal 
- Se há um aumento da pressão 
intra-abdominal e deficiência na 
musculatura (ocorre 
incontinência) 
- Fechamento uretral = repouso 
, aumento da pressão abdominal. 
- Ausências de contrações 
involuntárias do musculo 
detrusor. 
 
O que é necessário para um bom 
enchimento: 
 
1) Volume adequado. 
2) Boa Elasticidade. 
3) Boa Complacência. 
4) A pressão deve variar pouco a 
pouco com o aumento de 
volume de urina. (ou seja – se a 
pressão aumenta demais a 
complacência está 
comprometida, a bexiga fica 
dura, não fica receptiva). 
5) Estabilidade – não pode haver 
contrações involuntárias do 
detrusor. 
6) Tônus Esfincteriano normal – 
com resposta ideal aos 
esforços físicos – resistente ao 
aumento da pressão intra-
abdominal 
7) Sensibilidade 
- Relaxamento do assoalho 
pélvico e esfíncter externo da 
uretra, ativação do SNC sobre o 
SNA parassimpático, que 
provoca a contração do detrusor 
e relaxamento da uretra. 
- Esta fase écontrolada pelo 
parassimpático. 
- Ocorre uma inversão do 
gradiente de pressão, o detrusor 
se contraí e eleva a PV e o 
relaxamento dos esfíncteres liso 
e estriado faz desaparecer a PU 
é a micção 
Comando voluntario: 
→ A função do controle 
voluntário é dependente de um 
bom controle VÉSICO-
ESFINCTERIANO. 
→ Fatores que influenciam no 
controle vésico-esfincteriano. 
 
O que é necessário para um bom 
esvaziamento: 
 
1) Contração coordenada do 
detrusor com o relaxamento do 
esfíncter externo ao mesmo 
tempo. 
 
 
➢ Enchimento - Coordenação entre: 
 
Musculatura lisa da bexiga ( Músculo Detrusor) relaxa. 
 
Aumento do tônus do esfíncter uretral (liso e estriado) 
 
O aumento constante do tônus do esfíncter estriado no 
enchimento vesical é chamado de reflexo de guarda é 
mediado via pudendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
O que precisa para o bom esvaziamento: 
 
Contração coordenada do detrusor 
 
Relaxamento do esfíncter externo 
 
Gera micção com fluxo, baixa pressão e RPM 
 desprezível (não pode > 50ml) 
 
Como funciona o esvaziamento: 
Bexiga enche 
 
Aumenta pressão intravesical 
 
Comprime receptores na parede da bexiga 
 
Deflagra o desejo miccional 
CPM 
Centro Pontino da Micção 
(Ponte) 
Coordena a micção 
 
 
C) Como ocorre o Controle Voluntário normal 
da micção: ( Níveis de coordenação do SN) 
 
1) Do Córtex a Ponte: 
- Inibitória na maior parte do tempo. 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE ENTENDER O LOCAL E 
TIPO DA LESÃO PARA ENTENDER A 
ALTERAÇÃO MICCIONAL. 
 
 
6 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
- Relaxamento vesical na fase de enchimento + 
Controle Voluntário da micção. 
2) Da Ponte ao Centro Sacral da micção: 
- Faz sinergismo vésico-esfincteriano 
3) Da medula a bexiga: 
- Faz o ato reflexo da micção 
 
Ou seja, o controle voluntário ocorre assim: 
 
Reflexos Somáticos e Autonômicos 
 
Enviam Impulsos Inibitórios e Facilitadores 
 
Comandam os Centros Corticais Superiores 
 
➢ CPM: Centro Pontino da Micção: 
• Responsável pelo sinergismo vesico-
esfincteriano. 
• É a coordenação entre contração e 
relaxamento esfincteriano. 
• Se conecta com o centro medula da 
micção (S2-S4). 
• Controlado por centros superiores 
(Tratos descendentes cefaloespinais). 
• Fibras do trato espinoecefálico levam 
informações aos centros superiores. 
• Inervação sensitiva (aferente). 
• Do trato urinário inferior para medula, daí 
sobe informações pelo trato 
espinocefálico. 
 
➢ Detrusor: 
• Inervação do plexo pélvico. 
• Ramificações parassimpáticas de S2 a S4 
(estimulação) 
• Fibras simpáticas de T10 a L2 (inibitórias) 
pelo plexo hipogástrico. 
 
➢ Esfíncter Externo: 
• Inervação Somática 
• Originada no núcleo ONUF, que se 
localiza no corno anterior de um ou mais 
segmentos da medula espinal sacral (S2 
– S4) – via nervos pudendos. 
 
O QUE É INCONTINÊNCIA URINÁRIA: 
Incontinência urinária é a perda 
involuntária da urina pela uretra. O distúrbio é 
mais frequente no sexo feminino e pode 
manifestar-se tanto na quinta ou sexta década 
de vida quanto em mulheres mais jovens. 
Atribui-se essa prevalência ao fato de a mulher 
apresentar, além da uretra, duas falhas naturais 
no assoalho pélvico: o hiato vaginal e o hiato 
retal. Isso faz com que as estruturas musculares 
que dão sustentação aos órgãos pélvicos e 
produzem a contração da uretra para evitar a 
perda urinária e o músculo que forma um 
 
 
7 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
pequeno anel em volta da uretra, sejam mais 
frágeis nas mulheres. 
(https://bvsms.saude.gov.br/incontinencia-urinaria/ ). 
É um sério problema de saúde que afeta 
milhões de pessoas e pode ocorrer em qualquer 
idade, tendendo a manifestar-se mais 
frequentemente com o aumentar da idade, 
principalmente, nas mulheres, na 
perimenopausa. 
(https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad19.pdf ) 
A Sociedade Internacional de 
Incontinência define incontinência urinária como 
a condição na qual a perda involuntária de urina 
é um problema social ou higiênico e é 
objetivamente demonstrada. A incontinência 
urinária é muitas vezes erroneamente 
interpretada como parte natural do 
envelhecimento. Alterações que comprometem 
o convívio social como vergonha, depressão e 
isolamento, frequentemente fazem parte do 
quadro clínico, causando grande transtorno aos 
pacientes e familiares. 
(https://www.scielo.br/j/acb/a/JqVGTGKvG7Xp6JPfMqnvJ6q/?lang=
pt ) 
A prevalência da incontinência urinária no 
idoso varia de 8 a 34% segundo o critério ou 
método de avaliação. A principais causas são: 
alterações teciduais da senilidade que 
comprometem o trato urinário inferior e o 
assoalho pélvico, do sistema nervoso central e 
periférico, alterações hormonais como a 
menopausa, poliúria noturna, alterações 
psicológicas, hiperplasia prostática benigna, 
doenças concomitantes e efeitos colaterais de 
medicamentos. 
A incontinência pode ser transitória ou 
permanente. Além da anamnese cuidadosa para 
caracterização das perdas urinárias, a busca de 
causas associadas ou concomitantes e o diário 
miccional, recorre-se com frequência a exames 
especializados como a urodinâmica. 
O diagnóstico preciso é importante para o 
manejo adequado que pode requerer apenas 
medidas conservadoras baseadas em 
orientações e mudanças de hábitos, como o uso 
de medicamentos, ou então métodos invasivos 
que incluem procedimentos cirúrgicos 
específicos. 
 
TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA: 
A incontinência urinária é classificada em 
noctúria, transitória (reversível) e estabelecida 
(persistente). Esta última é subdividida em 
incontinência de urgência, de esforço, de 
transbordamento (hiperfluxo) e mista. 
a) Noctúria: 
É a necessidade de levantar-se da cama mais 
de uma vez, com o intuito de urinar, após ter ido 
deitar-se com a expectativa de só se levantar 
pela manhã (definição mais aceita), produção de 
https://bvsms.saude.gov.br/incontinencia-urinaria/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad19.pdf
https://www.scielo.br/j/acb/a/JqVGTGKvG7Xp6JPfMqnvJ6q/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/acb/a/JqVGTGKvG7Xp6JPfMqnvJ6q/?lang=pt
 
 
8 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
urina, no período noturno, maior que 0,9 
ml/min10 e produção de urina noturna superior 
a 33% da produção diurna. 
- Prevalência de noctúria: na população adulta 
é de cerca de 10% quando considerados os 
indivíduos acima de 20 anos, aumentando para 
16% a partir da quarta década, 26 a 66% a partir 
da quinta década e chegando a 55% nos 
homens com mais de 70 anos de idade. Apesar 
da alta prevalência em indivíduos idosos, 63% 
dos homens e 59 % das mulheres não procuram 
auxílio médico 
- Causas: As principais são a diminuição da 
capacidade vesical e/ou o aumento na produção 
de urina no período noturno. A noctúria pode 
também estar associada a outros sintomas do 
trato urinário inferior, a distúrbios do sono ou 
relacionar-se ao tempo em que o paciente 
permanece na cama 
Causas da diminuição da capacidade vesical 
usual são: diminuição da complacência vesical, 
hiperatividade detrusora e envelhecimento. As 
principais causas de poliúria são: diabetes 
insipidus ou mellitus - produzem mais urina nos 
períodos diurno e noturno -, insuficiência 
cardíaca congestiva, hipoalbuminemia, 
insuficiência venosa e doenças renais. O 
aumento da produção de vasopressina, que é 
observado em algumas pessoas com mais de 
65 anos de idade, pode também aumentar a 
produção de urina noturna. 
- Tratamento: Existem dois tipos: 
• Conservador: 
i. Listar as medicações que o paciente faz 
uso, na tentativa de detectar alguma que 
contribua para a noctúria, daí substituí-la 
ou alterar a posologia. 
ii. Nos pacientes com edema periférico e 
insuficiência cardíaca congestiva, os 
líquidos acumulam-senos membros 
inferiores e são reabsorvidos à noite. 
Devemos promover a redistribuirão do 
volume durante o dia através do uso de 
meias elásticas e da elevação dos 
membros inferiores no final da manhã e 
no final da tarde. Dessa forma, o líquido 
será reabsorvido de maneira uniforme 
 
 
9 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
durante o dia, diminuindo a produção de 
urina no período noturno. 
iii. A ingestão hídrica deverá ser 
monitorizada, não permitindo ingestão 
hídrica 3 horas antes do paciente se 
deitar. 
• Medicamentoso: 
i. O emprego da desmopressina, de 
diuréticos, de alfa-bloqueadores e a 
terapia de reposição hormonal nas 
mulheres são as opções farmacológicas 
mais utilizadas. 
- Diagnóstico: A noctúria, por si, não sugere 
nenhum diagnóstico específico. A história 
clínica e o diário miccional do paciente são 
fundamentais para direcionar a investigação e o 
tratamento. 
 
b) Incontinência transitória ou reversível: 
A incontinência urinária transitória é 
caracterizada pela perda involuntária de urina na 
ausência de disfunção do trato urinário inferior. 
É provocada por eventos clínicos agudos, 
potencialmente reversíveis. Esse tipo de 
incontinência tem sido referido como 
“incontinência relacionada a situações 
potencialmente reversíveis”. 
Ou seja, a incontinência urinária transitória 
é caracterizada pela perda involuntária de 
urina, precipitada por insulto psicológico, 
medicamentoso ou orgânico, que cessa ou 
melhora após o controle do fator 
desencadeante. 
Muitas causas de incontinência urinária em 
idosos têm origem em locais fora do trato 
urinário inferior. O risco de incontinência 
urinária transitória aumenta se ocorrerem, 
somadas às mudanças fisiológicas do trato 
urinário inferior, alterações patológicas como 
infeções, ingestão hídrica excessiva, 
constipação intestinal crônica, depressão e 
dificuldade para locomoção. 
- Prevalência: Apesar da escassez de dados, 
acredita-se que a incontinência urinária 
 
 
10 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
transitória seja responsável por 35% dos casos 
de incontinência urinária em asilos de idosos, 
podendo corresponder a 50% dos casos de 
incontinência em pacientes idosos 
hospitalizados nos Estados Unidos. 
- Diagnóstico: A investigação da incontinência 
urinária transitória baseia-se na avaliação crítica 
da anamnese e do diário miccional. 
Pacientes em retenção urinária que 
apresentam perda de urina por 
transbordamento (incontinência paradoxal) 
podem ter como fator desencadeante o 
emprego de medicações anticolinérgicas na 
presença de obstrução infra vesical ou 
hipocontractilidade do músculo detrusor. 
Já o aparecimento ou o agravamento da 
urge-incontinência podem decorrer do uso de 
diuréticos de alça ou da ingestão excessiva de 
líquidos por pacientes já portadores de 
hiperatividade vesical. 
Causas: Constipação intestinal – fecaloma, 
Medicamentos, Infecção, Vaginite atrófica, 
Distúrbios psicológicos, Dificuldade de 
locomoção, Ingestão de líquidos em excesso. 
-Tratamento: As estratégias para o tratamento 
da incontinência urinária transitória visam 
reconhecer e tratar as causas reversíveis, 
reduzir as doses e/ou suspender medicamentos 
envolvidos, recuperar a mobilidade e 
providenciar modificações ambientais que 
facilitem o acesso do indivíduo à toalete. 
c) Incontinência Estabelecida: 
A incontinência estabelecida refere-se à 
variedade não causada por comorbidades 
clínicas ou efeito colateral de medicamentos, 
que persiste ao longo do tempo (persiste por 
pelo menos 3 meses). 
Relaciona-se aos seguintes mecanismos 
fisiopatológicos: 
1. Hiperatividade ou hipoatividade do 
detrusor 
2. Alteração da pressão uretral 
3. Obstrução da saída vesical e distúrbios 
funcionais. 
A incontinência estabelecida é classificada, 
de acordo com a sintomatologia clínica, em: 
1. Urgência 
2. Esforço 
3. Transbordamento (hiperfluxo) 
4. Funcional 
5. Mista. 
 
O termo “bexiga hiperativa” refere-se aos sintomas clínicos de 
polaciúria, urgência miccional, noctúria e urge-incontinência, baseada 
exclusivamente nas queixas clínicas dos pacientes, não dependendo 
dos achados urodinâmicos. 
 
 
 
 
 
11 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
1. Incontinência Urinária de urgência: 
 A incontinência de urgência ou urge-
incontinência é a mais comum em pacientes 
idosos de ambos os sexos. 
Caracteriza-se clinicamente por intenso 
desejo de urinar (urgência), seguido da perda 
involuntária de volume de urina, que pode ser 
de moderado a grande. 
Necessita da confirmação urodinâmica da 
presença de contrações vesicais involuntárias. 
Contrações vesicais involuntárias são os 
principais fatores determinantes de urge-
incontinência. 
Fisiopatologia: Contrações não inibidas da 
bexiga, referidas como hiperatividade do 
detrusor, condição que, geralmente, ocorre na 
presença de função contrátil normal. 
Idosos fragilizados, entretanto, podem 
apresentar incontinência na presença de 
detrusor hiperativo, mas hipocontrátil, 
caracterizando-se a denominada “hiperatividade 
do detrusor com redução da contratilidade”. 
Essa condição se manifesta, clinicamente, com 
urgência, frequência, jato urinário fraco e 
grande volume residual, sintomas que se 
confundem com aqueles provocados por 
obstrução mecânica do fluxo urinário. O 
diagnóstico diferencial é obtido com base na 
urodinâmica. 
 
➢ Tipos de mecanismos e a fisiopatologia: 
 
i. Bexiga instável: relaciona-se à 
demonstração objetiva de contrações 
involuntárias vesicais, que podem ser 
espontâneas ou ocorrer em resposta a 
estímulos provocativos nas fases de 
enchimento e armazenamento, durante a 
cistometria. As contrações devem ser 
acompanhadas de vontade de urinar. 
ii. Instabilidade detrusora: é reservado para 
os pacientes que apresentam contrações 
involuntárias documentadas na avaliação 
urodinâmica e que não apresentam 
doença neurológica associada. 
iii. Hiperreflexia: Na presença de fator 
neurológico desencadeante, devemos usar 
o termo hiperreflexia do músculo 
detrusor. Muitas vezes, nos pacientes 
idosos, não é possível a distinção entre 
hiperreflexia e instabilidade detrusora. 
Dependendo da intensidade das contrações 
involuntárias e da integridade dos 
mecanismos de continência a perda involuntária 
de urina pode ocorrer, sendo chamada de urge-
incontinência. 
A urge-incontinência é a causa mais 
frequente de incontinência urinária 
permanente nos pacientes idosos. A 
hiperatividade detrusora pode ocorrer quando a 
força de contração da musculatura vesical está 
preservada ou quando está diminuída. Apesar 
 
 
12 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
de as duas situações poderem levar à 
incontinência, os mecanismos envolvidos são 
diferentes. 
A hiperatividade detrusora associada à 
hipocontractilidade vesical pode levar à urge-
incontinência e ao aparecimento de outros 
sintomas relacionados à obstrução urinária, à 
incontinência urinária de esforço ou à 
incontinência por transbordamento. 
Ao nos depararmos com pacientes idosos 
que apresentam resíduo pós-miccional elevado, 
é obrigatório fazermos a avaliação da força de 
contração detrusora para que possamos 
diferenciar obstrução infravesical de 
hipocontractilidade do músculo detrusor. 
Nessa situação especial, o diagnóstico de 
certeza é obtido através da avaliação 
urodinâmica. 
A hiperatividade detrusora também está 
presente nos pacientes portadores de obstrução 
infravesical, 32% dos homens com obstrução do 
trato urinário baixo decorrente de hiperplasia 
prostática benigna, estenose de uretra ou 
neoplasia prostática apresentam hiperatividade 
detrusora. 
Mulheres podem também apresentar 
quadros de obstrução associados à 
hiperatividade. Nesses casos, os principais 
fatores desencadeastes são os prolapsos 
genitais ou causas iatrogênicascirúrgicas. 
Fatores irritativos locais como tumores 
vesicais, litíase urinária, divertículos e infeções 
do trato urinário podem também levar à 
hiperatividade detrusora, com consequente 
urge-incontinência. Nesses casos, acredita-se 
que os impulsos nervosos direcionados ao 
sistema nervoso central, gerados pela 
hipersensibilidade dos receptores sensitivos do 
trato urinário, causam desequilíbrio entre os 
estímulos inibitórios, desencadeando a 
contração vesical. 
- Tratamentos: Existem dois tipos: 
• Conservador: Consiste na mudança dos 
hábitos de ingestão hídrica, na realização 
de fisioterapia do assoalho pélvico, na 
eletroestimulação e no "biofeedback". 
• Medicamentoso: É baseado na utilização 
de drogas anticolinérgicas. 
 
 
 
 
13 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
2. Incontinência por bexiga hiperativa: 
A bexiga hiperativa é uma síndrome 
caracterizada por urgência urinária com ou 
sem incontinência, em geral acompanhada 
de frequência e noctúria. 
- Causas: Pode ocorrer em consequência de 
doenças neurológicas tais como esclerose 
múltipla, doença de Parkinson, AVC e demência, 
mas em muitos casos o seu mecanismo 
fisiopatológico permanece desconhecido 
 
3. Incontinência Urinária de esforço: 
A incontinência urinária induzida pelo 
estresse é uma das causas mais comuns de 
perda involuntária de urina nos pacientes idosos 
do sexo feminino, pacientes idosos do sexo 
masculino raramente apresentam incontinência 
urinária de esforço. 
- Causas: É causada, na mulher, por 
deslocamento da uretra de sua posição 
anatômica durante esforços (hipermotilidade 
uretral) ou por deficiência esfincteriana 
intrínseca, decorrente de trauma cirúrgico; no 
homem, ocorre por deficiência esfincteriana, 
consequência de lesão causada por 
prostatectomia radical. Hipermotilidade uretral 
decorrente da fraqueza do assoalho pélvico ou 
consequente a procedimentos cirúrgicos, 
deficiência esfincteriana intrínseca também é 
frequentemente observada e está geralmente 
associada à desnervação do assoalho pélvico, à 
radioterapia prévia, à diminuição dos níveis 
estrogênicos e a procedimentos cirúrgicos. 
A instabilidade uretral, que consiste no 
relaxamento esfincteriano na ausência de 
contração vesical, é uma causa rara de 
incontinência urinária de esforço e de difícil 
diagnóstico. 
- Fisiopatologia: Aumentos na pressão intra-
abdominal superam a pressão de fechamento 
esfincteriano, na ausência de contrações 
vesicais. 
- Tratamento: O tratamento da incontinência 
urinária de esforço depende da causa base, das 
condições clínicas do paciente e da expectativa 
em relação aos resultados. Atualmente existem 
3 formas de abordagem terapêutica: 
• Tratamento farmacológico; 
• Tratamento conservador comportamental 
e fisioterápico; 
• Tratamento cirúrgico; 
A forma de tratamento deve ser decidida 
correlacionando-se os dados da avaliação 
clínica e dos achados urodinâmicos, quando 
estes estiverem disponíveis. As modalidades 
terapêuticas citadas acima não são 
obrigatoriamente utilizadas individualmente. A 
combinação de diferentes estratégias muitas 
vezes proporciona resultados melhores, com 
menor agressão ao paciente. 
 
 
14 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
4. Incontinência Urinária por 
transbordamento (hiperfluxo) ou 
esvaziamento vesical inadequado: 
A perda involuntária de urina pode estar 
associada à incapacidade de esvaziar 
completamente a bexiga. 
- Causas: As principais causas de esvaziamento 
vesical incompleto são a acontractilidade e a 
hipocontractilidade da musculatura detrusora, 
assim como a obstrução ao fluxo urinário. 
O déficit contráctil da musculatura detrusora e a 
obstrução ao fluxo urinário podem estar 
presentes isoladamente ou em conjunto. Em 
situações extremas, a hiperdistenção vesical 
faz com que ocorra incontinência urinária por 
transbordamento, também chamada de 
incontinência paradoxal. 
O termo “incontinência por 
transbordamento ou de hiperfluxo” é utilizado 
para descrever o quadro de gotejamento ou 
perda contínua de urina, associada a 
esvaziamento vesical incompleto, jato urinário 
fraco, esforço miccional, intermitência, 
hesitação, frequência e noctúria. 
Nos pacientes idosos do sexo masculino 
a principal causa de esvaziamento vesical 
deficiente é a hiperplasia benigna da próstata 
e, menos frequentemente, o adenocarcinoma 
prostático e as estenoses da uretra. 
A ocorrência de obstrução em mulheres 
é menos frequente que nos homens e, 
decorrem da presença de grandes prolapsos 
genitais ou de complicações das cirurgias para 
a correção de incontinência urinária. Em ambos 
os sexos a constipação intestinal, o efeito 
colateral de drogas como as anticolinérgicas e 
algumas neuropatias (principalmente a 
diabética) são causas frequentes de 
incontinência relacionada ao esvaziamento 
vesical deficiente. 
- Diagnóstico: baseia-se no diário miccional, na 
história clínica e nos achados urodinâmicos. 
- Fisiopatologia: é provocada por dois 
mecanismos distintos: hipocontractilidade do 
detrusor e obstrução da saída vesical. 
- Tratamento: O tratamento é direcionado à 
causa base, podendo ser simplesmente a 
interrupção de alguma droga que o paciente 
esteja utilizando, ou procedimentos cirúrgicos 
que visem a desobstrução do fluxo urinário. 
Tratamento Incontinência de esforço na mulher: 
Os tratamentos mais eficazes para a 
incontinência de esforço na mulher são a 
fisioterapia do soalho pélvico e as intervenções 
cirúrgicas. As indicações e a eficácia dos 
exercícios para o soalho pélvico foram 
abordadas anteriormente. A cirurgia, de uma 
maneira geral, oferece índices de cura elevados, 
inclusive em mulheres idosas; conceitualmente, 
 
 
15 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
consiste nos seguintes procedimentos: 
colpossuspensão de Burch; instalação de faixas 
pubovaginais de suporte (slings); injeção 
periuretral de colágeno; prótese esfincteriana. 
Tratamento Incontinência de esforço no 
homem: 
Muitos pacientes submetidos a prostatectomia 
radical apresentam incontinência de esforço no 
pós-operatório, quadro que se resolve 
espontaneamente em 6 a 12 meses, na maioria 
dos casos. Quando a incontinência persiste, são 
indicados esfíncteres artificiais e (slings 
suburetrais, associados à fisioterapia do soalho 
pélvico. 
O tratamento da incontinência por 
transbordamento, tanto no homem quanto na 
mulher, depende do mecanismo etiológico 
(obstrução mecânica do fluxo urinário ou 
hipoatividade do detrusor). Pode incluir 
intervenção cirúrgica, intervenção clínica ou 
ambos. Portadores de obstrução do fluxo 
urinário serão encaminhados para avaliação 
cirúrgica. Os não selecionados para cirurgia 
podem ser tratados, clinicamente, com 
antagonistas alfa-adrenérgicos. Para portadores 
de hipoatividade do detrusor de origem 
idiopática ou neurogênica são indicados: 
estimulação sacral, redução ou supressão de 
medicamentos anticolinérgicos e de beta-
agonistas, tratamento da impactação fecal e 
cateterização vesical intermitente, em número 
suficiente para manter um volume vesical 
menor do que 500 ml. Se volumes maiores 
forem registrados, deve-se aumentar o número 
de cateterizações. 
 
5. Incontinência Mista: 
Esta modalidade refere-se à coexistência 
de mais de um tipo de incontinência em um 
mesmo paciente. É a variedade de 
incontinência mais frequente na mulher. O 
suposto mecanismo fisiopatológico envolve a 
associação de hiperatividade do detrusor com 
redução da função esfincteriana. 
 
6. Incontinência Urinária Funcional: 
Trata-se da incontinência que acomete 
pacientes sem comprometimento dos 
mecanismos controladores da micção. Deve-se 
à incapacidade desses pacientes para alcançar 
a toalete a tempo de evitar a perda de urina, seja 
por limitações físicas, transtornos psíquicos, 
déficit cognitivo, hostilidadeou limitações 
ambientais (iluminação inadequada, banheiros e 
urinóis de difícil acesso). Pacientes idosos 
hospitalizados, não prontamente atendidos pelo 
corpo de enfermagem ou por cuidador durante 
o desejo de urinar, podem tornar-se, com o 
tempo, funcionalmente incontinentes 
- Tratamento: Os pacientes com incontinência 
funcional são tratados com medidas ambientais 
 
 
16 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
e comportamentais, associadas a reabilitação 
física, controle dos distúrbios psiquiátricos e 
apoio social. 
 
IMPORTANTE! 
 
 Avaliação clínica: 
A história, o exame físico e o exame de 
urina são suficientes como guia inicial para o 
diagnóstico e tratamento da maioria dos 
pacientes portadores de incontinência; portanto, 
devem ser realizados em todos os pacientes 
idosos incontinentes. 
 Anamnese: 
O relato da história da função vesical deve 
ser dirigido, já que grande parte dos pacientes 
não menciona perda de urina espontaneamente. 
Devem-se contemplar os seguintes 
componentes: 
• Início, curso e características da 
incontinência; a frequência e o volume 
das perdas, os sintomas associados 
(urgência, esforço, frequência, noctúria, 
polaciúria, esforço, hesitação) 
• Fatores precipitantes (medicamentos, 
bebidas cafeinadas, álcool, atividade 
física, tosse, riso) 
• Função intestinal (constipação intestinal, 
fecaloma) 
• Doenças neurológicas (doença de 
Parkinson, demência, neuropatias) 
• Doenças que provocam expansão de 
volume intravascular (insuficiência 
cardíaca, insuficiência venosa) 
• Quantidade de líquido ingerida 
• Cirurgia do aparelho geniturinário, 
cirurgias pélvicas, dilatações uretrais, 
radiações, infecções recorrentes do trato 
urinário 
• Lista de medicamentos. 
 Exame Físico: 
No exame físico devem ser enfatizados os 
seguintes aspectos: 
• Extremidades inferiores: mobilidade 
articular, edema 
• Aparelho cardiovascular (sinais de 
insuficiência cardíaca congestiva [ICC]) 
• Abdome: massas, dolorimento, distensão 
vesical 
• Exame retal: massas; impactação fecal; 
consistência, simetria e tamanho 
estimado da próstata 
• Exame neurológico detalhado, com 
ênfase na integridade das vias sacrais 
 
 
17 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
(sensibilidade perineal, tônus do esfíncter 
anal, reflexo bulbo cavernoso), na 
sensibilidade e nos reflexos dos 
membros inferiores (patelares, Babinski) 
• Avaliação cognitiva e funcional 
• Avaliação para depressão. 
 Exames Complementares: 
- Exames laboratoriais: 
• Urinálise e urinocultura devem ser 
realizados em todos os portadores de 
incontinência. Para pacientes 
selecionados, indicam-se: dosagem de 
eletrólitos, de ureia, de creatinina, de 
cálcio e glicemia (insuficiência renal, 
síndromes poliúricas); além de citologia 
urinária, avaliação ginecológica e 
urológica. 
- Testes clínicos: 
• Teste do estresse: É indicado para 
mulheres que apresentam sintomas que 
sugiram incontinência de esforço ou 
mista. Realiza-se do seguinte modo: 
pede-se à paciente para se levantar, para 
relaxar e tossir vigorosamente uma única 
vez, observando se ocorre perda 
instantânea ou retardada de urina pela 
uretra. Perda instantânea sugere 
incontinência de esforço; perda 
retardada, especialmente se volumosa e 
difícil de ser controlada, sugere 
hiperatividade do detrusor induzida pela 
tosse. Um absorvente (papel ou outro 
material) deve ser colocado no nível do 
períneo. 
• Medida do volume residual pós-
miccional: A medida do volume residual 
pós-miccional pode ser obtida por 
cateterização ou ultrassom. É indicado 
nas seguintes situações: para homens 
com urgência urinária, antes de se iniciar 
medicação anticolinérgica; para mulheres 
submetidas a cirurgia anti-incontinência 
que apresentam recorrência da 
incontinência; para pacientes que não 
respondem a tratamento empírico com 
anticolinérgicos; para pacientes com 
infecções urinárias recidivantes; para 
portadores de hipoatividade do detrusor 
ou de obstrução do fluxo urinário; para 
pacientes com episódios recorrentes de 
retenção urinária; e para pacientes 
portadores de neuropatia periférica. 
• Teste urodinâmico: Embora seja 
considerado o padrão-ouro para o estudo 
fisiológico da incontinência, o teste 
urodinâmico não deve ser indicado como 
rotina, pois além de não ser essencial 
para o diagnóstico, é invasivo e 
dispendioso. Sua indicação, entretanto, é 
fundamental quando terapêutica invasiva 
é planejada. 
 
 
18 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
 
Caderno de Atenção Básica: 
 
Causas: As causas de incontinência urinária na 
pessoa idosa podem ser divididas em agudas 
(temporárias) e crônicas. 
A) Causas Agudas – devem ser descartadas 
antes de se realizar qualquer outra 
intervenção: 
• Endócrinas - hiperglicemia, hiperpotassemia, 
diabetes, vaginite atrófica. A hipotrofia dos 
tecidos periuretrais e vaginais ocorre em 
mulheres após a menopausa e implica em 
adelgaçamento epitelial com perda do selo 
mucoso da uretra, irritação local, mucosa 
vaginal friável, com petéquias e eritema. A 
incontinência é caracterizada por urgência e 
disúria. 
• Psicológicas - depressão (quando severa, 
pode levar a pessoa a não se importar com 
perda urinária ou reduzir a iniciativa de chegar 
ao banheiro) ideias delirantes. 
• Farmacológicas - Efeitos adversos 
tratamentos medicamentosos. Os principais 
fármacos ou substâncias que podem causar 
Incontinência são: diuréticos, anticolinérgicos, 
antidepressivos, antipsicóticos, hipnóticos-
sedativos, narcóticos, agonista alfa-
adrenérgico, antagonista alfa-adrenérgico, 
bloqueadores de cálcio, cafeína e álcool. 
• Infecciosas - Infecção do trato urinário (ITU) 
sintomática é uma importante causa transitória 
de incontinência urinária, uma vez que os 
sintomas de urgência miccional e disúria podem 
ser intensos a ponto de não permitir a chegada 
ao banheiro a tempo; 
• Neurológicas: 
- Doença vascular cerebral, doença de 
Parkinson, hidrocefalia normotensa. 
- Delirium - deve ser identificado, 
principalmente pela eventual morbimortalidade 
de sua causa de base. Uma vez revertida essa 
causa, tanto o delirium como a incontinência 
precipitada normalmente se resolvem. 
• Redução da consciência – perda da 
capacidade voluntária de contração 
esfincteriana. 
• Redução da mobilidade - pode impedir a 
pessoa de acessar o banheiro a tempo e pode 
ser causada por fatores físicos (limitação ao 
leito ou cadeira de rodas) ou dificuldades de 
deambulação, por neuropatia diabética ou 
osteoartrose, má acuidade visual etc. 
• Excesso de débito urinário - pode ocorrer em 
condições como hiperglicemia e hipercalcemia 
e com o uso de diuréticos, inclusive cafeína e 
álcool. 
• Obstipação Intestinal - impactação fecal 
(fecaloma) que pode levar a incontinência 
urinária e fecal e deve-se fazer suspeita em caso 
 
 
19 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
da coexistência de ambas as condições. O 
mecanismo pode envolver o estímulo mecânico 
de receptores opióides ou da uretra e bexiga. A 
remoção do fecaloma resolve ambas as 
condições. 
B) Causas Crônicas: Podem ser divididas 
em quatro grupos, cujos sintomas e 
causas mais frequentes podem ser assim 
resumidos: 
 
Diagnóstico: 
Quando a pessoa idosa relata perda 
involuntária de urina, isso deve ser 
minuciosamente investigado. As perguntas a 
seguir auxiliam na investigação da história 
clínica: 
 
 
A construção de um Diário Miccional 
também auxilia a avaliação da IU. Incluir 
histórico de constipação intestinal, uso de 
enemas ou laxantes. 
 
 
20 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
O exame físico consiste em uma avaliação 
abdominal, genital, pélvica (mulher), retal e 
neurológica. 
Tratamento: 
O processo diagnóstico pode identificar 
claramente o tipo e causa da incontinência.Todos os fatores que possam precipitar 
uma incontinência transitória devem ser 
avaliados e manejados. 
Medidas gerais devem fazer parte da 
orientação de todas as pessoas com 
incontinência e incluem: 
• Evitar ingestão de grandes quantidades 
de líquidos quando não houver disponibilidade 
de banheiros acessíveis. 
• Evitar alimentos como cafeína e bebidas 
alcoólicas. 
• Tratar adequadamente quadros de 
obstipação intestinal crônica. 
No caso de não haver um diagnóstico 
claro quanto à origem da incontinência urinária, 
pode-se utilizar o seguinte algoritmo de 
tratamento: 
 
 
 
 
As principais ações terapêuticas 
indicadas nas incontinências urinárias agudas 
podem ser assim resumidas: 
As ações de intervenção para a 
incontinência urinária crônica têm um amplo 
 
 
21 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
espectro, e ainda que a maioria delas exija a 
participação de especialistas no assunto, o 
profissional de saúde da atenção primária deve 
conhecê-las. Elas estão resumidas no quadro a 
seguir: 
 
Medidas não farmacológicas: 
 A utilização de algumas medidas não 
farmacológicas contribuem para o melhor 
controle da IU. São elas: 
1. Adaptação e manipulação ambiental – 
facilitando acesso e uso do banheiro ou uso de 
coletores (urinol, papagaio ou comadre) à beira 
do leito. 
2. Terapias de comportamento: 
2.1 Exercícios de musculatura pélvica e 
treinamento vesical. 
2.2 treinamento do hábito e a micção 
programada. 
Fortalecimento do assoalho pélvico: 
Tem por objetivo aumentar a força e o 
volume dos músculos do assoalho pélvico, a 
partir de uma avaliação prévia. Inclui os 
exercícios de Kegel, os cones vaginais, o 
biofeedack e a estimulação elétrica. São 
indicadas, somente, após diagnóstico e devem 
ser orientadas ou acompanhadas por 
profissionais treinados. Pela sua fácil aplicação 
e eficiência os exercícios de Kegel serão melhor 
descritos: 
• Exercícios de Kegel: podem ser 
realizados em qualquer lugar, sentada, em pé ou 
deitada. Primeiro, a pessoa deve identificar onde 
se localizam os seus músculos pélvicos. Uma 
maneira de fazê-lo é começar a urinar e então 
tentar prender a urina. Se conseguir pelo menos 
diminuir o jato de urina, é porque está usando 
os músculos corretos. A pessoa não deve 
contrair os músculos das nádegas ou os 
músculos abdominais. Para um treinamento de 
força eficaz, recomenda-se de 8 a 12 contrações 
lentas e próximas da força máxima, com 
período de manutenção da contração de pelo 
menos 6 segundos, em três séries, 3 a 4 vezes 
por semana. 
• Cones vaginais: consiste na introdução 
vaginal de cones com diferentes pesos. Para 
retê-los é necessário a contração da 
musculatura do assoalho pélvico. Fáceis de 
executar e de baixo custo. 
• A Eletroestimulação e o Biofeedback: 
são técnicas que também podem ser utilizadas 
com bons resultados, embora necessitem de 
 
 
22 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
profissionais especializados e aparelhos 
especiais, disponíveis em centros 
especializados. Além do fortalecimento do 
assoalho pélvico, outras medidas preventivas 
também podem ser adotadas tais como: 
• Eliminação ou diminuição do uso de 
álcool ou café em demasia. 
• Diminuição do uso de cigarros. 
• Uso adequado de medicações como 
diuréticos, beta-bloqueadores, 
antiespasmódicos, antidepressivos, anti-
histamínicos e medicamentos para tosse/gripe. 
Medidas farmacológicas: 
Em todas as pessoas nos quais se inicia 
o tratamento medicamentoso, deve-se observar 
o surgimento dos seguintes efeitos secundários 
relacionados aos fármacos: 
- Oxibutinina e Tolterodina: 
• Retenção aguda de urina. 
• Constipação. 
• Deterioração da cognição. 
• Xerostomia (redução da saliva) 
- Terazocina: 
• Hipotensão. 
A pessoa deve de ser avaliada após duas 
semanas do início de alguma intervenção, e 
deve ser orientada a comparecer imediatamente 
em caso de retenção aguda de urina ou 
qualquer outra intercorrência. Se o tratamento 
for eficiente, os intervalos entre as consultas 
dependerão das outras doenças apresentadas. 
Se a incontinência urinária for o único problema, 
o seguimento deve ser feito a cada 4 a 6 meses, 
em caso de boa resposta terapêutica. 
 
NOTÍCIA IMPORTANTE: 
A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta quarta-
feira (22) o projeto de lei (PL) 694/2022, que institui a 
Semana Nacional para Prevenção e Tratamento da 
Incontinência Urinária e o Dia Nacional da Incontinência 
Urinária. Do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), a 
proposta recebeu parecer favorável do relator, senador 
Eduardo Gomes (PL-TO). O texto segue para a Câmara 
dos Deputados, se não houver recurso para votação em 
Plenário. 
Pelo projeto, o Dia Nacional da Incontinência Urinária 
será celebrado em 14 de março (mesma data do dia 
internacional) e a Semana Nacional para Prevenção e 
Tratamento da Incontinência Urinária, de 14 a 21 de 
março. Para Nelsinho Trad, é preciso conscientizar a 
população sobre essa patologia e alertar para seu 
diagnóstico, os tratamentos apropriados e os impactos 
na vida dos afetados. 
“De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de 
Urologia, cerca de 35% das mulheres com mais de 40 
anos e após a menopausa lidam com o problema. Na 
população brasileira, incluindo homens e mulheres, 
estima-se que 5% sofram de incontinência”, explica Trad 
na justificação do projeto. 
Fonte: Agência Senado 
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/152365
 
 
23 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
CONSEQUÊNCIAS DA INCONTINÊNCIA 
URINÁRIA NOS IDOSOS. 
• Lesões perineais; 
• Quedas e fraturas; 
• Úlceras de pressão; 
• Prejuízo do sono; 
• Infecções urinárias; 
• Isolamento social; 
• Depressão; 
• Conotação de maus hábitos de higiene; 
• Mal-estar; 
• Perda da autoestima; 
• Constrangimento - A cada 3 pessoas que 
sofrem de incontinência urinaria, apenas 
uma não se sente constrangida em falar 
sobre o assunto com familiares, amigos 
ou com profissionais médicos; 
• Consequências: sociais, psicológicas, 
ocupacionais, domésticas, sexuais; 
• Restrições de atividades; 
• Demora a procurar ajuda; 
• Sentimentos de ansiedade, receio, 
preocupação, baixa autoestima, 
frustração; 
• Autoexclusão do convívio social; 
• Sentimento de impotência; 
• Desconforto e constrangimento; 
• Perdas materiais; 
• Vergonha; 
• Demora na procura de ajuda profissional; 
• Relacionam com a velhice ou ao processo 
fisiológico da idade; 
 
TIPOS DE IATROGENIA MEDICAMENTOSA, 
PSICOLÓGICA E CIRÚRGICA NOS IDOSOS E AS 
CONDUTAS A SEREM SEGUIDAS. 
 
O que é Iatrogenia ? 
A iatrogenia consiste em um estado de 
doença, efeitos adversos ou alterações 
patológicas causados ou resultantes de um 
tratamento de saúde correto e realizado dentro 
do recomendável, que são previsíveis, 
esperados ou inesperados, controláveis ou não, 
e algumas vezes inevitáveis. 
“Iatrogenia é o mal que vem da tentativa 
de salvação”. Destarte, podemos inferir desse 
conceito que, para o autor, caso ocorra algum 
mal durante o tratamento de um paciente, e 
desde que este tenha origem em uma tentativa 
de salvação, estaremos diante de uma situação 
caracterizada como iatrogenia. 
 
 
24 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
 Iatrogenia é uma “síndrome não punível, 
caracterizada por um dano inculpável, no corpo 
ou na saúde do paciente, consequentemente de 
uma aplicação terapêutica, isenta de 
responsabilidade profissional” 
“A iatrogenia, expressão usada para 
indicar o dano que é causado pelo médico, ou 
seja, o prejuízo provocado por ato médico em 
pessoas sadias ou doentes, cujos transtornos 
são imprevisíveis e inesperados.” Segundo esse 
autor, tais danos estão amparados na limitação 
do conhecimento científico e na possibilidade de 
efeitos adversos, não esperados, no caso 
concreto. 
“A iatrogenia (termo que vem do gregoiatros-médico e gignesthai – 
origem/nascer/gênesis) refere-se a alterações 
patológicas provocadas no paciente idoso pela 
má prática médica.” Segundo Wuani (2001)há 
diferentes tipos de ação médica que constituem 
agressões ao paciente. 
(https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2391.pdf ) 
Iatrogenia pode ser dividido em duas 
vertentes, a saber: a latu sensu e a stricto 
sensu. 
Na vertente latu sensu, o conceito de 
iatrogenia engloba todo e qualquer dano 
causado, pelo médico, ao paciente, 
independente de culpa do profissional da 
medicina. 
Por outro lado, a vertente stricto 
sensu caracteriza como iatrogenia apenas os 
danos causados, pelos médicos, ao paciente 
decorrente de fatores estranho a atuação do 
médico. Para esta vertente, o profissional da 
medicina procedeu corretamente, de forma 
precisa e de acordo com as normas e princípios 
ditados pela ciência médica. Este é o 
entendimento que vem sendo adotado pela 
maioria dos tribunais brasileiros. 
Iatrogenia ≠ Erro Médico 
Importante : 
Não trata a ciência médica de obrigação 
de resultado, ou seja, de cura absoluta da 
doença, mas sim de prestação de serviço com 
a máxima diligência e prudência possíveis, 
utilizando-se da melhor técnica compatível com 
o local e tempo do atendimento, em busca da 
cura, por isso tratar-se de obrigação de meio. 
Mesmo tendo sido o profissional da 
saúde altamente diligente com seu paciente, 
empregando-lhe a melhor técnica no 
tratamento, assim como as melhores 
medicações, existe o risco de o paciente sofrer 
alguma alteração de cunho patológico e, 
consequentemente, um resultado negativo em 
seu tratamento. Circunstâncias como essa 
podem caracterizar a chamada iatrogenia. 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2391.pdf
 
 
25 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Contudo, tais efeitos não 
necessariamente são ruins, podendo, inclusive, 
ser bons. 
São os exemplos mais comuns de fontes 
de iatrogenia as interações medicamentosas, os 
efeitos adversos de medicamentos, a utilização 
indiscriminada de antibióticos (o que leva à 
resistência das bactérias), quimioterapias e 
radioterapias (queda capilar, anemia, náuseas 
etc.), infecções, dentre outros. 
Um exemplo mais prático para fins de 
compreensão é a necessária retirada de parte 
do estômago com a finalidade de extirpação de 
um tumor. Embora tratar-se de uma lesão essa 
remoção parcial do estômago, ela é lícita e 
permitida, pois necessária para a tentativa de 
cura. 
A iatrogenia, portanto, não acarreta a 
responsabilidade civil do profissional da saúde, 
eis que decorrente de um agir tecnicamente 
correto. Nesse caso, além da intenção benéfica 
do profissional para a tentativa de cura do 
paciente, há um proceder preciso e correto, de 
acordo com as normas e princípios ditados pela 
ciência de sua área profissional. 
➢ Erro Médico = este, sim, gerador da 
responsabilidade civil do profissional pelos 
danos dele decorrentes. O erro médico advém 
de conduta ou omissão negligente (descuido, 
desleixo), imprudente (sem precaução, 
imponderado) ou imperita (inabilidade ou 
desconhecimento técnico) do profissional, da 
qual resultou um dano ao paciente. 
Considerando, portanto, que não se trata a 
medicina de uma ciência exata e que 
circunstâncias danosas e algumas vezes alheias 
à capacidade cognitiva humana podem surgir, 
imprescindível que, na hipótese de se buscar a 
responsabilização daquele que ministrou o 
tratamento, faça-se uma investigação minuciosa 
e profunda de sua conduta, uma vez que nem 
sempre uma consequência danosa decorre de 
um erro médico. 
 
Erro médico x Iatrogenia (CFM) 
 
Poderá haver dano na relação médico-
paciente sem caracterizar erro médico. No 
estudo da iatrogenia (iatros = médico, genos = 
geração), ou seja, no “estudo das alterações 
patológicas provocadas no paciente por 
tratamento de qualquer tipo”, as lesões 
previsíveis e esperadas, decorrentes do próprio 
procedimento, como as cicatrizes cirúrgicas, as 
amputações de membros gangrenados e a 
retirada de órgãos internos afetados por 
neoplasia, por exemplo, são legitimadas pelo 
próprio exercício regular da profissão médica, 
no qual a lesão seria a única forma de intervir 
para a cura ou melhora do paciente. 
 
 
26 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
A lesão previsível, mas inesperada, 
decorrente do risco de qualquer procedimento, 
como a anafilaxia determinada por um 
anestésico, que caracteriza uma reação 
idiossincrásica e, portanto, individual, própria do 
paciente, podendo, inclusive, provocar o óbito, 
não poderá ser imputada a erro médico. Cabe 
diferenciar, sobremaneira, erro médico do 
resultado incontrolável que decorre de “situação 
incontornável, de curso inexorável e próprio da 
evolução do caso, quando a ciência e a 
competência profissional ainda não dispõem de 
solução”. Exemplo marcante é a alta letalidade 
nas septicemias, mesmo e apesar da utilização 
dos recursos médicos mais evoluídos e nos 
centros mais desenvolvidos. 
 
Iatrogenia x Educação Médica 
( https://www.scielo.br/j/rbem/a/TBkvps84VJnYt49HNh9Df6p/ ) 
 
A iatrogenia consiste num dano, material 
ou psíquico, causado ao paciente pelo médico. 
Todo profissional possui um potencial 
iatrogênico, e tal aspecto depende não somente 
da capacidade técnica, como também da relação 
médico-paciente estabelecida. 
A formação médica possui papel 
fundamental na constituição de sujeitos menos 
propensos a cometerem iatrogenias. 
Entretanto, o significado mais aceito é o 
de que iatrogenia consiste num resultado 
negativo da prática médica. 
Nesse sentido, um médico, ainda que 
disponha dos melhores recursos tecnológicos 
diagnósticos e terapêuticos, é passível de 
cometer iatrogenias. Michael Balint reformulou 
este conceito ao afirmar que todo médico é, em 
graus variáveis, iatrogênico, de modo que ele 
deve sempre considerar esse aspecto quando 
trata seu paciente. Outros autores enfatizam que 
o fato de os médicos lidarem com riscos os 
torna sujeitos a cometer iatrogenias. 
 
Iatrogenia como consequência de diagnóstico 
por apresentação atípica: 
(jaleco.com.br) 
 
Iatrogenia = Consequências provocadas no 
paciente idoso por apresentação atípica de uma 
doença. 
 
Apresentação Atípica Diagnóstico Incorreto Terapêutica Equivocada 
 
Iatrogenia 
A própria iatrogenia como se manifestar como doença atípica, gerando 
diagnóstico incorreto 
Mais prevalente em idoso porque: 
Presença de muitas morbidades Polifarmácia Várias Especialidades 
 
 
https://www.scielo.br/j/rbem/a/TBkvps84VJnYt49HNh9Df6p/
 
 
27 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Situações que favorecem a ocorrência de 
iatrogenias: 
 
A) Quanto ao Modelo Biomédico: na prática 
clínica ocidental - uma visão fragmentada do 
paciente. O médico perde, assim, a 
sensibilidade de enxergar esse paciente 
como um todo biopsicossocial (sujeito na 
sua integralidade), tratando apenas dos 
sintomas aparentes, como se o paciente 
fosse uma máquina que necessitasse de 
ajustes, um quebra-cabeça. A prática clínica 
ocidental está baseada apenas nas doenças, 
com a crescente desvalorização da escuta. 
 
B) No Âmbito da Relação Médico-Paciente: O 
futuro médico deve compreender que o 
paciente, pela condição em que se encontra, 
idealiza muito a figura do médico (como um 
demiurgo). O indivíduo que demanda 
cuidados traz ao encontro com o médico 
uma série de expectativas e fantasias 
quanto à figura deste e quanto ao 
desenvolvimento da consulta. Tais fatores, 
conforme veremos adiante, poderão 
contribuir para a ocorrência de iatrogenias. 
Um bom exemplo é o da medicina de 
urgência, onde por vezes o paciente está 
tão debilitado, que a relação é porsi só 
assimétrica. Este paciente pouco participa 
da relação (paciente passivo, submisso), e 
o profissional assume uma posição de 
superioridade, sem consultar o paciente 
para qualquer procedimento. Quando a 
paciente “desperta” para a situação, mesmo 
sabendo que determinados procedimentos 
eram cruciais naquele momento, pois 
visavam sua sobrevivência, pode ser difícil 
admiti-la. É o caso dos pacientes vítimas de 
traumatismos que tiveram de ser 
submetidos a uma traqueotomia, por 
exemplo. 
O paciente crônico, que percorre vários 
profissionais a fim de obter um diagnóstico 
"seguro" para a sua enfermidade ou uma 
"segunda opinião", costuma não estabelecer 
vínculos afetivos com o médico, o que pode 
contribuir para o estabelecimento de 
situações iatrogênicas. 
O mesmo ocorre em ocasiões nas quais 
médico e paciente procuram não se 
envolver emocionalmente. Predomina a 
linguagem técnica, a frieza. 
Outro exemplo de iatrogênese é a situação 
provocada pelo uso da anamnese dirigida, 
que camufla a hostilidade do médico. 
Situações nas quais, por outro lado, o 
envolvimento do médico com seu paciente 
se torna muito intenso, a ponto de 
enfraquecer os limites entre os egos de 
ambos, favorecem a geração de respostas 
emocionais no médico, como 
luta/submissão, indiferença ou ainda 
excesso de dedicação ao paciente. Pode-se 
dizer que existe aqui um desequilíbrio nos 
 
 
28 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
fenômenos de 
transferência/contratransferência, que se 
tornam patológicos. A relação passa então a 
ser assimétrica, com repercussões 
negativas na pessoa do paciente e na 
própria identidade médica. Este fenômeno é 
conhecido como indução iatrogênica. 
Exemplificando, temos aquele paciente 
que insiste com o médico em realizar uma 
cirurgia absolutamente desnecessária e 
arriscada. Conflitos neuróticos do médico 
podem se manifestar como iatrogenias, 
sendo eles a insegurança (manifestada pelo 
excesso de pedidos de exames 
complementares), o narcisismo (o paciente 
é tratado com desdém), o sadismo 
inconsciente (conforme ocorre com os 
pacientes submetidos a sucessivos exames 
invasivos) e, por fim, os conflitos inerentes 
às diferentes especialidades, como o 
pediatra, que pode induzir à hipocondria em 
virtude dos cuidados excessivos que 
prescreve ao paciente. 
A sensibilidade diagnóstica, sobrepujada 
pelos excessivos pedidos de exames 
complementares, pode favorecer o 
estabelecimento de diagnóstico equivocado, 
com o consequente tratamento de uma 
enfermidade que o paciente não possui. 
A linguagem não-verbal influencia 
sobremaneira a conduta terapêutica e é 
percebida pelo paciente: gestos, linguajar, 
trajes, disposição dos móveis, cor das 
paredes do consultório etc. 
 Más condições de trabalho, queixa 
freqüente entre professores e médicos: o 
profissional trabalha mais tempo por dia, em 
diferentes locais, atendendo uma 
quantidade crescente de pacientes, em 
consultas rápidas. Além disso, as condições 
físicas do estabelecimento podem 
influenciar a conduta do profissional. 
O prontuário médico que deveria ser o 
melhor "parceiro" do médico acaba sendo 
preenchido de maneira inadequada, 
incompleta, não sendo registradas ali 
informações relevantes acerca das 
características do paciente e do seu 
processo de adoecer. A inexatidão dos 
dados contidos no prontuário, bem como a 
maneira como este é preenchido (a 
caligrafia incompreensível, por exemplo) 
favorecem a iatrogênese. 
 
A justificativa já consagrada de que o 
médico é humano como qualquer outro 
profissional e, portanto, tem as mesmas 
possibilidades de cometer falhas, embora 
seja pertinente, ainda não recebe o devido 
respaldo social. Como dito anteriormente, o 
fato de o paciente idealizar o médico não 
permite que ele tolere falhas justamente 
daquele que "deve ser capaz de curar e 
salvar vidas". 
 
 
 
29 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Exemplo: 
 
Como exemplo, podemos citar o caso de 
uma paciente que, após ter sido submetida 
a uma cirurgia plástica reparadora nos 
seios, não foi totalmente esclarecida acerca 
dos cuidados que deveria manter no pós-
operatório (evitar dirigir, movimentar-se, 
etc.). Ocorreram complicações com os 
pontos da cirurgia, de tal forma que 
surgiram cicatrizes que não mais 
desapareceram. Não satisfeita com os 
resultados, decidiu processar judicialmente 
o médico por erro médico. O processo 
arrastou-se por anos e não houve acordos. 
As perdas foram significativas para ambos, 
seja no âmbito do estresse, tempo 
desperdiçado com inúmeras audiências e 
até mesmo gastos financeiros relacionados 
às custas judiciais e advocatícias. 
 
Tipos de Iatrogenia: 
 
➢ Iatrogênia medicamentosa: 
polimedicação com seus efeitos 
colaterais, tema desse artigo; 
➢ Iatrogênia pela palavra: relação 
médico/paciente que deve resgatar os 
atributos do médico como intuição, 
empatia, humildade, capacidade de 
comunicação e resiliência; 
➢ Iatrogênia cirúrgica: todo ato cirúrgico 
constitui uma agressão pois faz-se o uso 
de anestesia e produtos químicos; 
➢ Iatrogênia por raios ionizantes: seu uso 
pode produzir transtornos somáticos e 
genéticos por causa das radiações; 
➢ Iatrogênia instrumental: uso da 
tecnologia como arma diagnóstica e 
terapêutica que implica em cuidados do 
médico que deve ter consciência moral e 
científica do instrumento tecnológico que 
vai usar, além de ter uma justificativa 
clínica para qualquer uso técnico evitando 
que ele seja aplicado visando lucro, 
prestígio ou poder. 
 
Geralmente os tipos de iatrogênia se 
resumem em dois: 
 
➢ O primeiro é a iatrogênia de ação, de 
corrente da ação médica. Essa ação vai 
desde a relação com o paciente 
passando pelo diagnóstico, terapia e 
prevenção; 
➢ O segundo é a iatrogênia de omissão, 
relacionada à falta de ação do médico 
quer no diagnóstico quer no 
tratamento, prejudicando a saúde do 
paciente que além de perder a 
autoestima perde a confiança no 
médico. 
 
 
 
30 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Causas da doença Iatrogênica: 
As causas da iatrogenia são múltiplas, as 
reações adversas são as causas mais 
frequentes de doença iatrogênica prevenível. 
Essas reações adversas estão implicadas 
em 5 a 17% dos internamentos em hospitais, 
sendo que a polimedicação aumenta os riscos 
dessas reações adversas. 
Muitas alterações medicamentosas são 
realizadas em internamentos hospitalares e em 
consultas exteriores hospitalares. 
As reações adversas ocorrem, na maioria 
das vezes, devido a subdosagem utilizada por 
idosos. Um estudo descritivo de Vasconcelos et 
al (2005), feito com 125 idosos de Fortaleza 
(CE), detectou-se que 28,8% desses idosos 
utilizam subdosagem, 76,9% tomam de 1 a 4 
comprimidos/dia e 44,29% sentem efeitos 
colaterais. 
Rozenfeld (2003, p. 723) afirma que o uso 
de múltiplos medicamentos ou uso de dois ou 
mais fármacos com a mesma atividade e o 
treinamento inadequado da equipe de saúde 
favorecem o aparecimento de efeitos adversos 
e das interações medicamentosas em idosos. 
Iatrogenia Medicamentosa: 
 
O atendimento humanizado da equipe de 
saúde à população idosa deve ser resgatado, 
pois é direito do idoso com ser humano ter 
sua dignidade mantida, ter respeitadas suas 
necessidades e o alívio da dor pelo uso 
correto dos medicamentos, evitando a 
iatrogênia medicamentosa. 
 
Sinal ou sintoma de instalação subsequente ao 
início de um novo medicamento = suspeitar de 
causa farmacológica. 
 
Surgimento agudo/subagudo de: 
 
• Confusão Mental 
• Declínio Funcional 
• Déficit Cognitivo Suspeitar de efeito 
• Distúrbios Comportamentais adverso de medicamento 
• Sintomas Depressivos 
• Tontura 
• Alteração de Marcha e EquilíbrioPrincipalmente de início 
• Quedas Repetidas recente ou reajuste de dose 
• Incontinência Urinária e/ou fecal 
• Síndrome Extrapiramidal 
 
Pesquisa: 
Recente estudo realizado no Reino Unido, pela Universidade de Manchester, 
publicado agora no dia 17 de julho na revista British Medical Journal, analisou dados de mais de 
330.000 pacientes provenientes de todo o mundo. O estudo demonstrou que 12% destes 
pacientes sofreram iatrogenias consideradas graves, as quais causaram incapacidade 
permanente ou até morte do paciente. Quase metade destes incidentes estavam relacionados 
com medicamentos e condutas terapêuticas e aproximadamente um quarto com 
procedimentos cirúrgicos. Destes, 6% dos casos foram considerados evitáveis pelos 
pesquisadores. 
As especialidades médicas complexas são as que mais produzem iatrogenias 
evitáveis. Assim, especialidades médicas cirúrgicas e a medicina de emergência são as que 
apresentam maior risco, sendo que a maior parte dos casos de iatrogenia evitáveis relacionou-
se com o centro cirúrgico e unidades de tratamento intensivo (UTIs) e a menor foi registrada na 
obstetrícia, sem diferenças entre as diversas regiões do mundo. Pacientes crianças e idosos 
foram os mais afetados. 
“Suscita graves preocupações sobre a segurança dos sistemas de saúde”, mas 
lembram que as iatrogenias nem sempre são comunicadas, que não há consenso sobre se um 
erro pode ou não ser considerado evitável e que especialidades como psiquiatria e medicina de 
família, por serem praticadas fora do ambiente hospitalar também podem ter níveis de iatrogenia 
evitáveis que não são mensurados. 
Nos idosos, a iatrogenia é associada a vários agravos à saúde como: quedas, 
déficits cognitivos, depressão, desnutrição, infecções resistentes, imobilidade, déficits de 
audição e visão, tonturas e morte prematura. 
https://www.bmj.com/content/366/bmj.l4611
 
 
31 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
Condutas para prevenção da Iatrogenia: 
A) Importância da educação médica: 
O futuro médico precisa ser mais bem 
informado, e a educação médica lhe fornecerá 
instrumentos para refinar sua sensibilidade 
social e desenvolver responsabilidade pessoal e 
profissional, objetivando, igualmente, enfatizar o 
aperfeiçoamento do médico, entendido aqui 
como melhor tecnificação e especialização. Isso 
favorece o aumento dos acertos e a diminuição 
de falhas iatrogênicas. 
Deve-se priorizar o resgate de um ensino 
médico pautado na busca da integralidade, em 
que o aluno possa lidar com diferentes 
profissionais de saúde, isolando-se menos e 
aprendendo com eles as suas formas de 
atuação, introjetando ademais o fato de que o 
trabalho em equipe é importante para o 
estabelecimento da integralidade. 
Adotando uma posição de humildade, o 
futuro médico se equivoca menos, pois possui 
discernimento suficiente para questionar e 
trabalhar em equipe numa perspectiva 
integradora. O aluno deve compreender e 
respeitar o paciente como pessoa, identificando 
os reais fatores que o levaram a buscar os 
serviços médicos. 
Os professores de disciplinas como 
Psicologia Médica, Semiologia, Introdução à 
Prática Médica, Deontologia, Ética Médica e 
demais cadeiras clínicas e cirúrgicas devem 
abordar a questão, contribuindo para que o 
futuro médico possa, ainda em seus primeiros 
contatos com os pacientes, assimilar uma visão 
biopsicossocial destes, aprimorando-se dessa 
forma a relação estudante-paciente. 
B) Recomendações para a prática clínica: 
Uma maneira de minimizar esse erro 
diagnóstico causado pelas apresentações 
atípicas das doenças em idosos é fazer uma 
avaliação considerando os seguintes passos : 
• Abordagem baseada em problemas e não 
em diagnósticos, permitindo, dessa 
forma, levantar para um problema várias 
etiologias. Caso a anamnese inclua 
queixas relacionadas com o nível de 
consciência e/ou à cognição é necessário 
colher a história também com familiares 
e cuidadores e, se possível, consultar 
documentos médicos anteriores 
• O exame físico deve ser criterioso e 
focado nos problemas. A avaliação do 
paciente deve incluir uma observação 
cuidadosa sobre o seu comportamento, 
flutuações no nível de consciência, 
inquietação, ansiedade, desconforto, 
sinais indiretos de dor, incontinência, 
sinais de negligência e maus-tratos, 
dispneia, taquipneia, alterações da 
marcha e equilíbrio, fadiga, dentre outros. 
Muitas vezes, a repetição do exame 
 
 
32 
III Período – Módulo 3 – Medicina - Tutoria 
permite identificar flutuações no quadro 
clínico que são importantes para o 
diagnóstico correto 
• A análise crítica das informações 
prévias, além de ser importante para 
determinar se estamos frente a uma 
apresentação atípica, permite, também, 
determinar a urgência ou não do quadro 
clínico. O uso de protocolos e de 
algoritmos é útil por permitir a 
comparação de resultados, detectando 
pequenas alterações que, de outro modo, 
passariam despercebidas, assim como 
permite intervenções passo a passo. 
Entretanto, é bom ter em mente que o 
pleomorfismo das apresentações das 
doenças nos idosos pode ser tão amplo 
que impossibilite a sua abordagem em 
protocolos 
• Deve-se ter em mente que um sintoma 
ou grupo de sintomas resulta de várias 
doenças e de múltiplos fatores e que as 
Síndromes Geriátricas e sinais e sintomas 
inespecíficos podem ser a apresentação 
de qualquer doença em idosos 
• Fazer o inventário dos medicamentos em 
uso, bem como das mudanças de 
posologia e retiradas recentes 
• Realizar sempre a avaliação geriátrica 
ampla (AGA), também conhecida por 
avaliação geriátrica global ou avaliação 
multidimensional do idoso, englobando 
os aspectos físicos, cognitivos, 
funcionais, psicológicos e sociais

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