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INCONTINÊNCIA URINÁRIA

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• O armazenamento e o esvaziamento da 
bexiga dependem de complexa interação entre o encéfalo, a medula espinal, a 
bexiga, a uretra e o assoalho pélvico (AP).
• A bexiga é um órgão complexo, cuja função é relativamente simples: 
armazenar urina, sem dor e sem perda, bem como eliminar urina de maneira 
voluntária, completa, indolor e sem esforço para isso, é preciso que a bexiga 
tenha sustentação anatômica e função neurofisiológica normal.
• É mantido por uma combinação 
de fatores intrínsecos e extrínsecos os fatores extrínsecos incluem os 
músculos levantadores do ânus, a fáscia parietal da pelve e suas fixações às 
paredes laterais da pelve e à uretra essa estrutura forma uma rede sob a 
uretra, que se tensiona em resposta à elevação da pressão intra-abdominal, o 
que possibilita o fechamento da uretra contra uma base de sustentação posterior. 
• A deficiência desse mecanismo de sustentação, seja por desprendimento 
da fáscia parietal da pelve de seus pontos normais de fixação, enfraquecimento 
da sustentação muscular ou uma combinação desses dois processos isso 
pode gerar a perda da sustentação normal e a hipermobilidade anatômica da 
uretra e do colo vesical em muitas mulheres, essa perda de sustentação é 
suficiente para impedir o fechamento durante períodos de aumento da pressão 
intra-abdominal, com consequente IUE, entretanto, muitas mulheres 
permanecem continentes apesar da perda da sustentação uretral. 
• Os fatores intrínsecos que contribuem para o fechamento uretral incluem 
a ação dos músculos estriado e liso da parede uretral e vasos sanguíneos 
associados, a congestão vascular do plexo venoso da submucosa, a coaptação 
epitelial das pregas do revestimento uretral, a elasticidade uretral e o tônus da 
uretra mediado por receptores alfa-adrenérgicos do sistema nervoso simpático 
(SNS).
• O fechamento uretral eficaz é mantido pela interação entre a sustentação 
uretral extrínseca e a integridade uretral intrínseca, cada uma delas influenciada 
por vários fatores (tônus e força muscular, inervação, integridade fascial, 
elasticidade uretral, coaptação das pregas uroteliais, vascularização uretral). 
• Trata-se de uma bolsa de músculo liso que armazena urina e 
se contrai para expeli-la sob controle voluntário é um sistema de baixa 
pressão que se expande para acomodar volumes crescentes de urina sem 
elevação considerável da pressão essa função parece ser mediada 
principalmente pelo SNS durante o enchimento vesical, há um aumento 
associado da resistência à saída de urina. 
• O músculo vesical (detrusor) deve permanecer inativo durante o 
enchimento da bexiga, sem contrações involuntárias quando esse 
enchimento alcança determinado volume, a repleção é registrada por receptores 
de tensão-estiramento, que enviam sinais ao encéfalo para iniciar o reflexo de 
micção, controlado por mecanismos corticais, dependendo das circunstâncias 
sociais e da integridade do sistema nervoso da paciente. 
• A micção normal ocorre por relaxamento voluntário do AP e da uretra, 
acompanhada de contração contínua do músculo detrusor, que leva ao 
esvaziamento vesical completo.
• A inervação do sistema urinário inferior tem três origens: 1- 
simpática, 3- parassimpática do sistema nervoso autônomo e 3- neurônios do 
sistema nervoso somático (esfíncter externo da uretra). 
• O sistema nervoso autônomo é constituído de todas as vias eferentes com 
sinapses ganglionares situadas fora do sistema nervoso central (SNC) o SNS 
controla o armazenamento vesical, e o sistema nervoso parassimpático (SNP) 
controla o esvaziamento da bexiga o sistema nervoso somático tem função 
apenas periférica no controle neurológico das vias urinárias inferiores mediante 
inervação do AP e do esfíncter externo da uretra.
• A estimulação dos receptores a aumenta o tônus uretral e, assim, 
promove o fechamento, enquanto os bloqueadores dos receptores 
alfaadrenérgicos têm o efeito oposto (SNS) o SNP controla a função motora 
vesical – contração e esvaziamento da bexiga. 
• A acetilcolina é o principal neurotransmissor usado na contração da 
musculatura vesical, praticamente todos os fármacos usados para controlar a 
hiperatividade do músculo detrusor têm propriedades anticolinérgicas. 
• O armazenamento e o esvaziamento da bexiga exigem a interação do 
SNS e do SNP A modulação dessas atividades parece ser influenciada por 
diversos neurotransmissores não adrenérgicos, não colinérgicos e por 
neuropeptídios, que fazem o ajuste preciso do sistema em vários níveis de 
facilitação e inibição na medula espinal, bem como em áreas superiores do SNC. 
• A micção é desencadeada pelo sistema nervoso periférico, sob 
o controle do SNC. 
• A medula espinal e os centros superiores do sistema nervoso têm padrões 
complexos de inibição e facilitação o centro facilitador mais importante acima 
da medula espinal é a substância cinzenta pontino-mesencefálo do tronco 
encefálico, muitas vezes denominada centro de micção pontino, que atua como 
a via comum final para todos os neurônios motores vesicais. 
• O cerebelo é um importante centro de coordenação do relaxamento do 
AP e da frequência, força e amplitude das contrações do detrusor, havendo 
várias interconexões entre o cerebelo e os centros reflexos do tronco encefálico. 
• O córtex cerebral e as estruturas relacionadas exercem influências 
inibitórias sobre o reflexo da micção assim, o córtex superior exerce 
influências facilitadoras que liberam a inibição, possibilitando que o centro de 
micção pontino anterior envie impulsos eferentes pelas vias complexas da 
medula espinal, na qual uma contração reflexa no centro sacral da micção 
ocasiona uma contração do músculo detrusor que causa o esvaziamento vesical. 
• O sistema urinário inferior normal é aquele em que a bexiga e a uretra 
armazenam urina sem dor até surgirem ocasião e local socialmente aceitáveis, 
quando há micção coordenada e completa os distúrbios das vias urinárias 
inferiores incluem problemas do armazenamento (como incontinência urinária), 
do esvaziamento (como hesitação e retenção urinária) e da sensibilidade (como 
urgência ou dor). 
• Definida como a perda involuntária de 
urina pelo indivíduo alguns só consideram incontinência se houver queixa por 
parte do paciente, o que é um grande problema diagnóstico já que nem todo 
paciente se sente à vontade para relatar perda urinária ao médico, e também por 
ser um problema que acomete com muita frequência idosos, que nem sempre 
são lúcidos. 
• Acomete aproximadamente 30% das mulheres acima de 55 anos e traz 
consequências importantes para o paciente como úlceras de decúbito, infecção 
urinária recorrente podendo levar a sepses, além de problemas psicológicos 
como baixa de autoestima, isolamento social e/ou sexual e depressão. 
• A incontinência urinária é comum em mulheres e, geralmente, tratada com 
êxito por meio de diversas condutas cirúrgicas e não cirúrgicas a incontinência 
urinária de esforço (IUE) ocorre quando há elevação da pressão abdominal 
(como ao tossir, correr ou levantar peso), e seu tratamento pode empregar 
exercícios musculares pélvicos, dispositivos vaginais, mudanças do estilo de 
vida e cirurgia a incontinência urinária de urgência (IUU) é uma sensação 
súbita de urgência (como no trajeto até o banheiro ou ao se lavar as mãos), e 
seu tratamento pode ser feito com fisioterapia, medicamentos, modificações do 
estilo de vida e neuromodulação. A dor de origem vesical ainda é um desafio e 
um distúrbio mal compreendido. 
• A etiologia da incontinência urinária é multifatorial, podendo 
ser causada por doenças do trato urinário baixo como anomalias estruturais, 
desordens da função muscular, do sistema nervoso ou do controle psicológico, 
como também por uma gama de fatores externos por isso, o diagnóstico 
correto do tipo de incontinência, assim como o reconhecimento do fator ou 
fatores etiológicos envolvidos, constituem achave do sucesso para o tratamento 
eficaz da incontinência urinária. 
• Inicialmente é importante afastar as perdas urinárias devidas a processos 
inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos. 
• A bexiga é um órgão impar do corpo humano, desempenha duas funções 
antagônicas: Na primeira fase, a de enchimento ou de armazenamento da urina, 
nos permite o convívio social, não permitindo as perdas ou escapes; e 
posteriormente, e na segunda fase sob nosso comando e controle voluntário, 
esvazia o seu conteúdo, voltando novamente a acumular urina. 
• Pode ser ocasionado por alguns mecanismos 
distintos como: Incompetência de fechamento do esfíncter uretral 
incontinência urinária enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico 
com hipermobilidade do colo vesical/uretral obstrução uretral com 
incompetência do músculo detrusor instabilidade do detrusor (contrações 
involuntárias não inibidas). 
• 
• Incontinência de Urgência: Incapacidade de reter a urina até o local 
adequado para micção após a sensação de desejo miccional é a forma que 
mais acomete idosos e é muito frequentemente acompanhada de noctúria e 
dificuldade de locomoção pelo paciente. 
• É a perda involuntária de urina acompanhada, ou imediatamente 
precedida, de urgência as mulheres podem ter outros problemas 
relacionados, como urgência, noctúria (acordar uma ou mais vezes durante a 
noite para urinar) e aumento da frequência diurna. 
• Quando a mulher procura tratamento, costuma descrever uma 
necessidade impertinente, incômoda e persistente de urinar, que desvia a 
atenção de outras atividades com frequência, a paciente se queixa de 
polaciúria quando há uma alteração do próprio padrão miccional. 
• Incontinência de Esforço: A incontinência de esforço (IUE) ou de estresse 
ocorre durante períodos de aumento da pressão intra-abdominal (p. ex., espirros, 
tosse ou exercício) quando a pressão intravesical supera a pressão que o 
mecanismo de fechamento uretral é capaz de suportar. 
• É o tipo mais comum de incontinência urinária em mulheres, sobretudo 
em jovens, sendo mais provável de ocorrer em mulheres ativas dados do 
tratado: de 144 atletas universitárias, 27% queixaram-se de IUE durante a prática 
de esportes, as atividades mais associadas à perda de urina foram o salto, 
exercícios associados à aterrissagem de alto impacto e à corrida. 
• A IUE é uma patologia interessante, pois os mesmos sintomas têm efeitos 
variados em diferentes mulheres o melhor método de análise do distúrbio é 
um modelo biocomportamental que avalia a interação de três variáveis: 1- a força 
biológica do mecanismo esfincteriano uretral; 2- o nível de estresse físico 
imposto ao mecanismo de fechamento; e 3- as expectativas da mulher em 
relação ao controle urinário a modificação de qualquer um desses fatores 
pode influenciar a condição clínica da paciente. 
• A limitação das atividades pode eliminar o problema de incontinência, mas 
tem um custo para a qualidade de vida, muitas pacientes abandonam 
determinadas atividades físicas (p. ex., corrida, dança, ginástica aeróbica) 
quando apresentam IUE outras mulheres aprendem a lidar com a IUE e 
adotam, durante as atividades físicas, novas posturas corporais, que impedem a 
perda de urina ou fortalecem os músculos pélvicos para compensar o aumento 
do esforço. 
• Em qualquer caso, a interação desses três fatores biopsicossociais admite 
várias estratégias para o tratamento da IUE a intervenção cirúrgica é somente 
uma dessas estratégias, que trata apenas da competência biológica do 
mecanismo esfincteriano, sem abordar nenhum dos outros fatores que 
interagem para causar o problema clínico. 
• Incontinência mista: As mulheres com incontinência mista têm sintomas 
de IUE e IUU é mais provável as mulheres jovens terem apenas IUE, 
enquanto nas mulheres idosas há predomínio de incontinência mista e IUU 
em uma revisão de 15 estudos populacionais de mulheres de todas as idades 
com incontinência urinária, uma média de 49% (variação de 24 a 75%) tinha IUE, 
21% (variação de 7 a 49%) tinham IUU, e 29% (variação de 11 a 61%) tinham 
incontinência urinária mista. 
• Transbordamento: Perda urinária por excesso ao volume máximo de 
capacidade da bexiga. Isso pode ocorrer por dissinergia entre a musculatura do 
detrusor e o esfíncter uretral levando a obstrução uretral ou por perda da 
propriocepção vesical acomete mais homens que mulheres e tem relação a 
quadros neurológicos como a bexiga neurogênica. 
• Incontinência funcional e transitória: É mais comum em mulheres idosas 
e refere-se à incontinência causada por fatores não relacionados com o 
mecanismo fisiológico da micção muitas vezes, uma mulher que não 
consegue chegar a tempo ao banheiro pode tornar-se incontinente a 
incontinência funcional pode estar relacionada com fatores como diminuição da 
mobilidade, dor musculoesquelética ou dificuldade visual. 
• Os fatores que causam incontinência urinária transitória são, como indica 
o nome, distúrbios clinicamente reversíveis esses fatores são: delirium, 
infecção, uretrite e vaginite atróficas, causas farmacológicas e psicológicas, 
excessiva produção de urina, restrição da mobilidade e impactação fecal 
esses fatores justificam uma avaliação clínica completa como parte do exame de 
qualquer paciente com incontinência urinária. 
• Incontinência extrauretral: Embora a maioria dos casos de incontinência 
urinária represente perda de urina indesejada através da uretra (incontinência 
transuretral), a perda de urina também pode ocorrer por “aberturas” anormais, 
criadas por anomalias congênitas ou algum traumatismo as causas 
congênitas de incontinência urinária não são comuns, e o diagnóstico costuma 
ser fácil. 
• Os casos mais extremos são originados por extrofia vesical, nos quais há 
ausência congênita da parede anteroinferior do abdome e da porção anterior da 
bexiga, com abertura de toda a bexiga diretamente para o exterior esses 
casos são diagnosticados por ocasião do nascimento. Antes do advento da 
cirurgia moderna de reconstrução, esses lactentes geralmente morriam muito 
cedo por sepse. 
• O ureter ectópico, uma anomalia congênita sutil que causa perda urinária 
extrauretral, costuma ser detectado no início da vida, embora às vezes escape 
à detecção até a adolescência ou o início da vida adulta. 
• A causa mais comum de fístula vesicovaginal no mundo é a obstrução ao 
parto vaginal isso ocorria nos países ocidentais há 150 anos, mas os avanços 
dos serviços obstétricos básicos e a intervenção obstétrica avançada 
praticamente eliminaram esse problema nos países desenvolvidos a 
obstrução ao trabalho de parto ocorre em áreas rurais, em que as meninas 
costumam casar-se jovens (às vezes, com apenas 9 ou 10 anos de idade), o 
transporte é precário e o acesso aos serviços médicos é limitado entra outros 
problemas nesses casos, como o abandono da família, rejeição do bebê, entre 
outros problemas sociais e também culturais (machismo). 
• A maioria dos dados sobre fatores de 
risco para incontinência urinária provém de estudos clínicos ou estudos 
transversais que usam o modelo de levantamento de casos alguns fatores de 
risco foram estudados com mais rigor que outros por isso, as informações 
disponíveis são limitadas em sua aplicabilidade geral, e não se pode concluir a 
causalidade a partir delas. 
• Apesar disso, há alguns indícios de que a idade, a gravidez, o parto, a 
obesidade, o comprometimento funcional e o comprometimento cognitivo estão 
associados a maiores taxas de incontinência ou sua maior intensidade. 
• Na maioria dos estudos, há elevada associação entre paridade e 
incontinência urinária em jovens. 
• Em estudos de mulheres a partir de 60 anos, a paridade não é mais um 
fator de risco independente para incontinência a razão disso não está bem 
esclarecida, mas pode ser porque as alterações do músculo, do nervo, do tecido 
conjuntivo e dafunção hormonal decorrentes do envelhecimento fazem outras 
mulheres “alcançarem” aquelas que desenvolveram incontinência mais jovens 
em razão de traumatismo no parto. 
• É possível que distúrbios mais comuns em mulheres idosas sejam 
responsáveis por uma maior proporção do risco de incontinência à medida que 
as mulheres envelhecem. 
• A obesidade merece menção especial por seu papel na produção ou 
exacerbação da IUE. 
• É um deslocamento da bexiga fora de sua localização 
natural (pélvis) portanto, é uma hérnia da bexiga. Na maioria dos casos, a 
bexiga migra para o órgão genital feminino e isso é chamado de prolapso órgão 
genital feminino anterior. 
• Classificação: 1º grau: Até a parte superior da vagina – a bexiga cai 
apenas um pouco no órgão genital feminino; 2º grau: Até o introito vaginal - mais 
severo, a bexiga afundou no órgão genital feminino o suficiente para alcançar a 
abertura do mesmo; 3º grau: além do introito vaginal - mais avançado, a bexiga 
se projeta através da abertura do órgão genital feminino. 
• Prolapso – é a queda ou saída de um órgão de sua 
posição normal. Apical - terminado em ápice é o prolapso de um órgão pélvico, 
qualquer projeção descendente do útero ou da parede vaginal anterior ou 
posterior ou apical para dentro do espaço potencial da vagina (sintomático x 
assintomático) alguns tipos: cistocele: a bexiga urinária aparece na face 
anterior da parede vaginal retocele: o reto (o segmento final do intestino 
grosso ao chegar ao ânus) desce sobre a face vaginal posterior prolapso 
uterino: o útero desce, aparecendo primeiro o colo e depois o corpo uterino 
enterocele: as asas intestinais herniadas através do fundo posterior da vagina 
prolapso da cúpula vaginal: observa-se em mulheres que foram submetidas a 
uma cirurgia para extirpação do útero (histerectomia). A vagina, que é um saco 
cego, dá a volta como se invertesse a sua posição, de dentro para fora. 
• Anamnese completa de todas as 
pacientes incontinentes, com revisão de sintomas, história clínica geral, revisão 
de intervenções cirúrgicas passadas e medicamentos atuais é preciso 
identificar os sintomas que mais incomodam a mulher – a frequência da 
incontinência, a quantidade de urina perdida, o que provoca a perda, o que alivia 
ou agrava o problema e que tratamentos ela fez no passado (se fez algum) a 
história clínica geral pode revelar doenças sistêmicas que tenham relação direta 
com a incontinência urinária, como diabetes melito (que provoca diurese 
osmótica se não houver controle adequado da glicose), insuficiência vascular 
(capaz de causar incontinência à noite quando o edema periférico é mobilizado 
para o sistema vascular, com aumento da diurese), doença pulmonar crônica 
(que pode levar à IUE por tosse crônica) ou uma grande variedade de distúrbios 
neurológicos que podem afetar o eixo neurourológico em qualquer ponto desde 
o córtex cerebral até o sistema nervoso periférico. 
• Avaliação da qualidade de vida: Os médicos devem perguntar às 
mulheres como os efeitos específicos da incontinência afetam suas vidas e o 
grau de perturbação causado algumas podem ficar completamente satisfeitas 
se puderem assistir a um filme sem correr para o banheiro, mesmo havendo 
perda de urina em outros momentos outras podem ficar satisfeitas apenas se 
houver 100% de controle além disso, essa abordagem é importante porque 
muitas vezes a IU causa transtorno, vergonha para as pacientes. 
• O exame físico da paciente com incontinência deve concentrar-se em 
afecções clínicas gerais que possam afetar o sistema urinário inferior e em 
problemas relacionados com a incontinência urinária esses distúrbios incluem 
insuficiência cardiovascular, doença pulmonar, processos neurológicos ocultos 
(p. ex., esclerose múltipla, AVC, doença de Parkinson e anomalias da coluna 
vertebral e da região lombar), massas abdominais e mobilidade. 
• É usado por alguns clínicos para avaliar a mobilidade da parede anterior 
da vagina com a manobra de Valsalva. 
• Diário miccional: O quadro de frequência/volume vesical (muitas vezes 
denominado “diário miccional”) é inestimável na avaliação de pacientes com 
incontinência urinária é um registro das micções que a paciente mantém 
durante vários dias, as pacientes são instruídas a anotar o horário de cada 
micção no quadro e a medir a quantidade de urina eliminada deve registrar o 
horário dos episódios de incontinência, bem como as atividades específicas 
associadas à perda de urina o quadro de frequência/volume contém 
informações vitais sobre a função vesical não fornecidas por estudos 
urodinâmicos formais: débito urinário de 24 h, número total de micções diárias, 
número de micções noturnas, volume médio eliminado e capacidade vesical 
funcional (maior volume eliminado na vida diária normal) com essas 
informações, o clínico pode confirmar queixas de polaciúria com dados objetivos 
e verificar se parte do problema da paciente é um aumento (ou uma diminuição) 
anormal do débito urinário. 
• O exame da urina por teste com fita e por microscopia 
é necessário para que se excluam infecção, hematúria e anormalidades 
metabólicas não é possível diagnosticar hematúria com base nos resultados 
do teste com fita; é obrigatória a confirmação por exame microscópico se 
houver comprovação de infecção urinária no exame microscópico ou cultura, é 
razoável verificar se os sintomas urinários melhoraram com o tratamento da 
infecção. 
• O esvaziamento incompleto da bexiga 
pode causar incontinência pacientes com grande volume de urina residual 
pós-miccional (RPM) têm diminuição da capacidade vesical funcional em função 
do “espaço morto” na bexiga ocupado pela urina retida. 
• Esse acúmulo de urina estagnada também é uma fonte frequente de 
infecções urinárias, porque a principal defesa da bexiga contra infecção é o 
esvaziamento frequente e quase completo. 
• Um grande RPM contribui para a incontinência urinária de duas maneiras: 
em caso de distensão excessiva da bexiga, aumentos da pressão intra-
abdominal podem forçar a passagem da urina pelo esfíncter uretral, causando 
IUE (às vezes denominada “incontinência por transbordamento” no caso de 
grande RPM); em alguns casos, é possível a hiperdistensão vesical provocar 
contração não inibida do músculo detrusor, levando à perda esses distúrbios 
podem coexistir, complicando ainda mais o problema o RPM pode ser 
avaliado por cateterismo direto ou ultrassonografia (US). 
• As pacientes devem ser 
examinadas com a bexiga cheia, sobretudo se houver suspeita de IUE, sendo 
comprovada quando sair urina da uretra ao tossir caso não seja observada 
perda de urina com a mulher em decúbito dorsal, ela deve ficar de pé, com os 
pés afastados na largura dos ombros, e tossir várias vezes. 
• A pesagem de absorventes menstruais ou 
urinários antes e após atividade é outro método objetivo de calcular a perda de 
urina os testes do absorvente são muito usados em pesquisas com pacientes 
para que se avalie a eficácia do tratamento, mas raras vezes são adotados na 
prática clínica. 
• Podem ser divididos em exames de curta duração, geralmente realizados 
em condições padronizadas no consultório, e de longa duração, os quais 
costumam ser feitos em casa durante 24 a 48 h de modo geral, são feitos com 
a bexiga sintomaticamente cheia ou com a instilação de determinado volume de 
soro fisiológico na bexiga antes que se inicie a série de exercícios. 
• Para avaliar a função miccional, o exame 
urodinâmico geralmente começa com a urofluxometria, um estudo em que há 
representação do volume de urina eliminado em relação ao tempo. O tempo de 
fluxo, a vazão máxima e o tempo para alcançar o fluxo máximo geralmente 
aumentam com a elevação do volume eliminado. 
• A cistometria é realizada para avaliar 
a função vesical e uretral durante o enchimento vesical a cistometria simples 
(canal simples) é realizada quando se medeapenas a pressão vesical durante o 
enchimento como a bexiga é um órgão intra-abdominal, a pressão registrada 
na bexiga é uma combinação de várias outras pressões, sobretudo a pressão 
criada pela atividade do próprio músculo detrusor e a pressão exercida sobre a 
bexiga pelo peso do conteúdo intra-abdominal adjacente (p. ex., útero, intestino, 
esforço ou exercício) por isso, a técnica de cistometria complexa (também 
denominada multicanal ou subtraída) é usada para tentar se aproximar da 
pressão real exercida na bexiga pela atividade isolada do músculo detrusor. 
• Vários exames da função uretral, 
entre eles perfil pressórico uretral, pressão de perda urinária durante manobra 
de Valsalva e avaliação fluoroscópica e cistoscópica do colo vesical, são usados 
na tentativa de guiar o tratamento em mulheres com IUE. 
• Acredita-se que aquelas com função uretral inadequada – evidenciada por 
baixas pressões de perda durante manobra de Valsalva, baixas pressões 
máximas de fechamento uretral ou visualização de colo vesical aberto – correm 
maior risco de fracasso do tratamento com uretropexia retropúbica tradicional. 
• Em geral, os exames urodinâmicos 
são concluídos com um estudo miccional com instrumentos (também conhecido 
como estudo de pressão-fluxo ou cistometrograma miccional), no qual se faz a 
medida simultânea das pressões vesical, abdominal e uretral durante o 
esvaziamento vesical vários estudos identificaram a micção com a manobra 
de Valsalva, o baixo fluxo e as altas pressões pré-operatórias do detrusor 
durante a micção como fatores de risco para disfunção miccional pós-operatória; 
no entanto, os achados costumam ser contraditórios. 
• Ainda não foi estabelecido o papel dos exames 
de imagem no estudo da incontinência urinária feminina os pesquisadores 
estão avaliando os possíveis papéis da USG, fluoroscopia, neuroimagem 
funcional e ressonância magnética (RM) esses exames, embora não devam 
fazer parte da rotina, são úteis em alguns casos, exemplo: se os sintomas como 
disúria, gotejamento pós-miccional e dispareunia ou no exame sugerir divertículo 
uretral, a RM é o exame de escolha. 
• A função neuromuscular do AP 
depende da integridade do sistema nervoso pode haver lesão em qualquer 
parte desses nervos, desde a parte ventral da medula até a junção 
neuromuscular o exame neurofisiológico do AP emprega técnicas aplicadas 
aos nervos e músculos esqueléticos de outras partes do corpo para documentar 
a integridade neuromuscular ou sinais de lesão esses exames não fazem 
parte da rotina da avaliação clínica da maioria das mulheres com incontinência. 
• O tratamento da incontinência 
urinária pode ser ou cirúrgico ou não a conduta baseia-se nos achados 
clínicos e no grau de desconforto da paciente, que deve ser completamente 
informada sobre os riscos e o resultado esperado. 
• As intervenções no estilo de vida 
reduzem a ocorrência da IUE em muitas mulheres mudanças posturais (como 
cruzar as pernas durante períodos de aumento da pressão intra-abdominal) 
costumam evitar a IUE há algumas evidências de que a redução do consumo 
de cafeína melhora a continência; no entanto, o consumo de líquidos 
aparentemente tem pequeno papel na patogenia da incontinência embora o 
risco de incontinência seja maior em fumantes, não há dados sobre a resolução 
da incontinência com o abandono do tabagismo. 
• Evidências médicas de ensaios clínicos randomizados 
bem delineados mostram que os exercícios supervisionados da musculatura do 
AP (exercícios de Kegel) são um tratamento eficaz na IUE é essencial a 
mulher fazer os exercícios de maneira correta, regular e durante o tempo 
necessário com base nos exercícios dos músculos esqueléticos de outras 
partes do cor.po, muitos fisioterapeutas recomendam sessões 3 a 4 
vezes/semana, com três séries de oito a dez contrações prolongadas. 
• O 
treinamento vesical baseia-se na modificação da função vesical por mudança 
dos hábitos miccionais a terapia comportamental concentra-se na melhora do 
controle voluntário, e não da função vesical o principal componente do 
treinamento vesical é a micção programada a principal técnica de treinamento 
comportamental é o treinamento da musculatura do AP, o domínio das 
contrações voluntárias da musculatura do AP ajuda a fortalecer a via de saída 
(reduz a perda de urina) e a inibir as contrações do detrusor. 
• Existem dispositivos vaginais 
(pessários) e obturadores uretrais usados no tratamento da IUE obturadores 
uretrais são tampões estéreis introduzidos na uretra pela paciente e retirados 
antes da micção, sendo depois introduzido um novo obturador estéril esses 
obturadores são apropriados para mulheres com IUE relativamente pura, sem 
história de infecções urinárias recorrentes e sem contraindicações graves à 
bacteriúria. 
• O Estudo Urodinâmico é ferramenta fundamental para a 
diferenciação entre os tipos de incontinência e o estadiamento. 
• Os tratamentos disponíveis variam segundo a etiopatologia e a gravidade 
do quadro versus a condição clínica geral do paciente e o nível de incômodo. 
• A principal vantagem deste teste é a definição entre a urgeincontinência, 
a incontinência genuína de esforço causada por incompetência do esfíncter 
uretral e a causada por hipermobilidade vesical. 
• Avaliação neurológica e mental costumam ser necessárias em pacientes 
com sinais de acometimento motor, confusão mental ou quadros uretrais 
obstrutivos. 
• Exercícios fisioterápicos de Kergel são indicados como 
adjuvantes aos demais tipos de intervenção assim como orientações sobre 
micção frequente e programada. 
• Mudanças da rotina de ingestão fluida ajudam a minimizar problemas 
como noctúria e necessidade de uso de fraldas. 
• A reposição estrogênica tópica melhora significativamente a atrofia de 
mucosa uretral e vaginal melhorando, portanto, as perdas mínimas por 
diminuição do tônus. 
• As drogas anticolinérgicas como a oxibutinina, assim como os alfa-
agonistas e os inibidores da 5-alfa-redutase podem ser usados nos casos de 
instabilidade do detrusor e nos casos de dissinergia. Quando o caso é muito 
grave e acomete pacientes jovens, a cirurgia de miotomia do detrusor pode trazer 
benefícios. 
• Para os casos de incompetência do esfíncter uretral tem-se usado, com 
muito sucesso, a injeção de compostos químicos cimentificantes na submucosa 
uretral ou mesmo a inserção de esfíncteres artificiais, ambos por via 
cistoscópica. 
• Se a causa é a hipermobilidade vesical as cirurgias de sustentação do 
colo vesical têm altos índices de cura e baixa recidiva, especialmente o sling 
transobturatório. Se a paciente apresenta contraindicação à abordagem cirúrgica 
pelo quadro clínico geral comprometido ou risco cirúrgico muito elevado, os 
pessários são a opção de escolha.

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