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PROCESSO PENAL II - Dos atos de comunicação do proc

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PROCESSO PENAL II 
DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO DO PROCESSO 
COMUNICAÇÃO DO PROCESSO: 
 SUJEITOS: No processo intervêm três sujeitos (juiz, ofendido e réu) e duas partes 
(acusador e acusado). 
 PRINCÍPIOS: A comunicação dos atos processuais está a serviço da eficácia do 
contraditório (primeiro momento, da informação) e do direito de defesa. E princípio da 
publicidade, atos processuais estatais devem ser públicos. 
 ELEMENTO SUBJETIVO DETERMINANTE DO OBJETO: o acusado (suspeito ou indicado) 
 Não existe contraditório com o juiz, mas contraditório assegurado pelo juiz. 
 
1. CITAÇÃO (art. 351 a 369): comunicação ao réu da existência de uma acusação, assegurando 
o contraditório (informação), para com isso criar as condições necessárias para eficácia do 
direito de defesa pessoal e técnica. 
 Objetivo: comunicar que o processo existe e chamar o réu para comparecer. 
 Defeito na citação gera prejuízo na defesa 
o A falha na comunicação processual viola o princípio do contraditório e conduz a 
nulidade absoluta (defeito pode ser sanável ou insanável a qualquer momento) 
 PRAZO DE 10 DIAS (art. 396) para responder 
 
A citação é feita através de mandado, cumprido por oficial de justiça, com os requisitos 
previstos nos arts. 352 e 357. Se residir em local diverso, será por carta precatória (arts. 353 e 
354) ou rogatória (arts. 368 e 369). 
 ART. 222, 1°: a expedição de precatória não suspende o curso do processo 
o Não impede o julgamento 
 
Citação do réu preso: além da requisição para condução do preso, feita para o diretor do 
estabelecimento, é necessária a citação pessoal do réu. É nula a citação feita por edital de réu 
preso na mesma unidade (Súmula 351 do STF). 
 
TIPOS DE CITAÇÃO: 
1.1. Citação real (PESSOAL): feita por mandado, cumprido por meio de oficial de justiça, que 
comunica ao réu, pessoalmente, e esse assina. 
 PRAZO DE 10 DIAS (ART. 396) para responder 
 Aqui eu tenho certeza que o processo existe, pois independente do réu aparecer ou não, o 
processo continua. 
 Citação deprecada: feita por carta precatória para outra comarca é citação real 
 Citação rogatória (art. 783 a 786): citação real a outro pais 
 Citado pessoalmente e não compareceu (art. 396-A, 2° e 367): o processo continua e você 
não será mais intimado, será indicado uma defesa técnica (Defensor) 
o Porém pode se manifestar a entrar no processo a qualquer momento (sem ato formal) 
 
1.2. Citação ficta (POR EDITAL): realizada através de edital e somente pode ser utilizada 
quando esgotadas todas as possibilidades de realizar-se a citação real. 
 É publicada no fórum e no diário da justiça (baixa eficiência) 
 PRAZO DE 15 DIAS (ART. 361 c/c 396, único) para comparecer pessoalmente ao cartório 
ou através de defensor constituído. 
o APÓS COMPARECER ABRE-SE OUTRO PRAZO DE 10 DIAS PARA RESPONDER 
 Não comparecer, aplicasse o art. 366, processo fica suspenso até ele ser encontrado, logo 
citado para apresentar resposta e seguir com o curso do processo 
 
 
1.3. Citação com hora certa (art. 362 CPP), tem seus requisitos legais previstos nos arts. 227 a 
229 do CPC. Feita a citação com hora certa, será nomeado defensor dativo (mesmas 
consequências da pessoal, processo segue) 
 Tanto o próprio réu, quanto outra pessoa, podem receber, desde que tenha um vínculo 
com o mesmo (análise casuística) 
 Crítica: risco de ressuscitar a possibilidade de processo sem conhecimento do acusado. 
o O réu pode provar que não tinha como receber essa citação. 
o Preciso de um aval pra dizer que o réu não recebeu desse terceiro. 
 Sugestão: após a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, fazer citação por 
edital e, se persistir a inatividade, aplicar o art. 366. 
 
 
Inatividade do réu: (AUSENCIA E NÃO COMPARECIMENTO) 
 Inatividade Processual real – Ausência: gera a situação de ausência, onde o réu foi 
devidamente citado, mas não apresentou resposta à acusação, aplica-se o art. 367 c/c o 
art. 396-A, § 2º. 
o Na ausência, réu foi encontrado e citado pessoalmente, mas depois não oferece 
resposta à acusação (ou não comparece na instrução) de forma injustificada. Decreta-
se revelia, e o processo continua com seu defensor constituído ou dativo sem que o 
réu seja novamente comunicado dos demais atos do processo. Estar presente no 
processo é um direito do réu, nunca um dever (exceto no caso de liberdade provisória 
em que foi imposta essa condição). 
 Imprescindibilidade da defesa técnica, art. 261 (por isso deve nomear defensor) 
 Réu revel: ele recebeu a citação e teve a oportunidade de se defender, mas não 
compareceu 
 
 Inatividade Processual Ficta – Não Comparecimento: Nesse caso, fracassaram todas as 
tentativas de citação real, não se encontrando o acusado, que é citado por edital e não 
comparece, aplica-se o art. 366, suspendendo o processo e a prescrição. 
o Posição do STF: é constitucional a suspensão indefinida do processo e da prescrição. 
o Posição do STJ: Súmula 415 considerando que a prescrição fica suspensa tomando 
como critério a pena máxima cominada, depois volta a fluir. 
 
Obs: Determinada a suspensão do processo e da prescrição, pode ser decretada a prisão 
preventiva, desde que presentes os requisitos autorizadores e a necessidade da medida (ART. 
312 E 313). 
o 312: Fumus commissi delictu; periculum libertatis e a pena for superior a 4 anos. 
Não é uma nova hipótese de prisão preventiva e tampouco existe prisão cautelar obrigatória. 
A produção antecipada de provas é uma medida excepcional, pois coloca em risco o 
contraditório e o direito de defesa, ver Súmula 455 do STJ. 
"A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve 
ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo." 
 
 
2. NOTIFICAÇÃO E INTIMAÇÃO 
Notificação (atos futuros): é a comunicação da existência de uma acusação, gerando uma 
chance de oferecimento de defesa. 
 
Intimação: é a comunicação de determinado ato processual feita ao acusado, testemunha ou 
pessoa que deva tomar conhecimento do ato. 
 Qualquer caso, para qualquer pessoa e de qualquer ato. 
 
3. CONTAGEM DE PRAZO (art. 798): são contínuos e peremptórios, começando a correr da 
data do ato e não da juntada aos autos do mandado (Súmula 710 do STF). 
 Prazos processuais se prorrogam quando terminarem em dias não úteis, ao contrário dos 
prazos decadenciais que não se prorrogam (como acontece com o direito de queixa ou 
representação). 
 
4. ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO (art. 268 e 273): É uma parte contingente, secundária. 
 Legitimidade: art. 268 c/c o art. 31. 
 Interesse: predominantemente econômico, mas há quem admita que recorra para buscar 
aumento de pena. Pode recorrer para buscar aumento do valor indenizatório. 
 Corréu: não pode ser assistente, risco de tumulto e manipulação processual, art. 270. 
 
Ingressa no processo após ter sido recebida a denúncia, no estado em que o feito se encontra 
(art. 269), não podendo pedir repetição de atos já realizados, e até o trânsito em julgado. Pode 
propor meios de provas e participar de vários atos do processo (art. 271). Poderá recorrer, mas 
deve-se atentar para a situação de estar ou não habilitado nos autos. 
 
Pode o assistente arrolar testemunhas? Entendemos que não, pois ingressa após o 
recebimento da denúncia, portanto, a via está preclusa. Tampouco se pode invocar o art. 209, 
pois além de inconstitucional, foi tacitamente revogado pelo art. 3º-A do CPP (infelizmente 
suspenso pela liminar do Min. FUX). 
4.1. Assistente habilitado: está no processo, é parte secundária, será intimado das decisões e 
poderá recorrer em sentido estrito ou apelar no mesmo prazo das demais partes, ou seja, em 
5 dias. 
4.2. Assistente não habilitado: não se habilitou, não está no processo e, por isso, não é 
intimado dos atos e decisões. Vem apenas para recorrer (art. 598, parágrafo único). Terá o 
prazo de 15 dias para interpor o recursoem sentido estrito ou apelação. Contagem do prazo: 
Súmula 448 do STF.

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