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Direito das Sucessões - Conceitos e Tipos

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DIREITO CIVIL - SUCESSÕES
DIREITO DAS SUCESSOES – art. 1.784 a 2.027
EDUARDA MOURA
Sucessões causa mortis, é a transferência da titularidade de quem está morto para vivo, (jamais de morto para outro morto) é alguém que tinha um patrimônio, que tenha relação jurídica. Sucessão causa mortis pressupostos, pessoas que vão receber os patrimônios devem estar vivas. Quando não tem como comprovar quem faleceu primeiro em causa mortis. Direito das sucessões, é a regulamentação do modo que ocorre a relação jurídica em razão do óbito do seu títular. O dono do patrimônio morreu.
Para Paulo Nader diz que o direito de sucessões é aparte do direito estabelece normas sobre a transmissão causa mortis de acerto patrimonial
Para Maria Helena Diniz diz que é o direito por meio do qual alguém recolhe os bens da herança.
TIPOS DE SUCESSÕES
Sucessão legitima- quando a sucessão é feita, conforme a lei é aquela que é regulamentada exclusivamente pela lei. (quando morreu e não deixou testamento).
Herdeiro legítimo: é quem a lei diz que é herdeiro: descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro, e os colaterais até o 4º grau (irmãos, sobrinhos, tios e primos). Então se uma pessoa falece sem deixar testamento, divide-se a herança entre os herdeiros legítimos, seguindo a ordem de preferência acima.
Herdeiro necessário: descendentes, ascendentes e cônjuge ou companheiro. É aquele que, necessariamente, terá que receber parte da herança.
Sem herdeiros: Se tiver herdeiro necessário, poderá dispor sobre até 50% do patrimônio, caso não tenha, dispõe de 100% de seus bens.
Sucessão testamentária – é a transmissão da herança por meio do testamento, como sendo um ato de disposição de última vontade por meio de testamentaria, legado ou Codicilo (disposição de última vontade de pequena monta). 
Sucessão mista – é a transmissão de parte dos bens segundo a lei e de parte segundo o testamento. Ex.: Gugu.
Meação: É o direito adquirido em vida em razão do regime de bens durante o casamento. A legítima é a parte que pertence ao direito. O cônjuge recebe de forma direta a meação, a herança é diretamente para os filhos, se não tiver filhos será para os pais. A meação é diretamente para o cônjuge. O patrimônio total pode ser feito da meação que é total, mas da herança pode deixar para os herdeiros necessários (pai e filhos, e ultimo caso, linha colateral)
NÃO PODE DEIXAR HERANÇA PARA AMANTE
SUJEITOS DA SUCESSÃO: A pessoa que morre, deixando o patrimônio é chamado de sujeito ativo da sucessão e o de cujos ou autor da herança. Pessoas que sucedem ao autor da herança são chamados sujeitos passivos ou sucessores. 
ESPÉCIES DE SUCESSORES: Quando os sucessores recebem o patrimônio por integrarem o rol determinado na lei são também os herdeiros legítimos Entre os herdeiros legítimos há os que possuem presença; Quando os sucessores recebem o patrimônio em razão da instituição em testamento eles são chamados de herdeiros testamentários, por meio daqueles que recebem uma quota, parte ideal da herança ou legatários quando recebem um bem ou direito específico. 
MORTE PRESUMIDA: Ocorre quando não há um corpo morto e presente. Ocorre pelo evento de morte, que pode ser real ou presumida, sendo essa última pode ser de dois tipos:
Morte presumida sem declaração de ausência.
Morte presumida com declaração de ausência.
O artigo 7º pode ser declarada a morte de forma presumida, sem decretação de ausência.
Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
A morte presumida com declaração de ausência é quando alguém desaparece do domicílio sem deixar notícias, não é uma provável morte, mas a princípio apenas um desaparecimento, no entanto, se com o tempo a pessoa não voltar, aumenta a chance de morte. Tem-se então a não notícia e a não presença, se o tempo passar e não voltar, declara-se a morte. A morte presumida sem declaração de ausência é a situação em que não há um corpo MORTO, mas se tem a notícia da pessoa e uma probabilidade alta de morte. 
O prazo com ausência é de 1 ano (quando a pessoa desaparece) e mais 3 anos de forma provisória. Entra no prazo de 10 anos após a abertura do processo. Se a pessoa é declarada morta, os bens podem ser compartilhados como os herdeiros, entretanto, os bens não podem ser vendidos, após os 10 anos.
1º Fase: Declaração de ausência – artigos 22 a 25 > preocupação com a pessoa que está ausente.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1 o  Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2 o  Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3 o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
1- É realizado um requerimento de declaração de ausência, que pode ser feito por qualquer interessado ou pelo Ministério Público.
2- O juiz declara a ausência e nomeia um curador.
3- O curador pode ser o cônjuge, pais ou descendentes mais próximos.
4- Abre edital de 2 em 2 meses convocando o ausente.
5- Entrega dos bens ao curador. 
01 ano ou 03 anos se deixou representante, cessa a curadoria se comparece a certeza de morte ou sucessão provisória.
2º Fase: Sucessão provisória – artigos 26 a 36 > começa a preocupação com herdeiros
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1 o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2 o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediantepenhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1 o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2 o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
1- É requerida pelo cônjuge/ herdeiros / quem tem direito / credores ou Ministério Público se jacente. 
2- A sentença produz efeitos em 180 dias, com o trânsito em julgado abre-se o testamento e os bens são entregues com PROVISORIEDADE E GARANTIA DE RESTITUIÇÃO.
3- Os herdeiros necessários estão dispensados!
4- Art. 33: Herdeiro necessário fica com frutos e os demais devem capitalizar 50%.
5- Se voltar, recebe só o original se a ausência foi voluntária!
3º Fase: Sucessão definitiva – artigos 37 a 39 > declaração de morte
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
Por meio da certeza da morte ou 10 anos APÓS OS 180 DIAS, quando o ausente contava com 80 anos de idade e já transcorreram 05 anos do desaparecimento. Caso a pessoa que desaparece deixa um procurador, esse prazo passa de 10 anos para 3 anos, se a pessoa tinha mais de 80 anos, o prazo reduz para 5. Antes da sucessão não tem morte, apenas após a abertura da sucessão, para o juiz declarar ausente, depois à morte e após a disponibilidade. Antes da sucessão definitiva, o de cujus voltar, é devolvido os bens, e os frutos da herança como estão.
Os prazos de 10 anos, só começam a contar após o decurso do prazo de 180 dias! Não é logo após a sentença. Decorridos os 10 anos, será aberta a sucessão definitiva, posse provisória se transforma em uma propriedade resolúvel, ou seja, que se resolve em virtude de um acontecimento futuro – que seria volta do desaparecido.
Súmula 331 do STF – é legítima a incidência de imposto de transmissão “causa mortis” no inventário por morte presumida.
Fins de transplantes – Lei n. 9.434/97 – diagnóstico de morte encefálica constatada por dois médicos não participantes da remoção dos órgãos. Na doação de órgãos post mortem, só é possível dispor dos órgãos. Não pode escolher o beneficiário.
Concessão de benefício previdenciário em consequência de desaparecimento do segurado em desastre, acidente ou catástrofe independe de morte presumida – Lei n. 8.213/91, artigo 78, §1º. Não é necessário procedimento judicial para essa finalidade.
Desaparecimento entre 02/09/61 e 05/10/88 – morte presumida – Lei n. 9.140/95. Essa lei trabalha questões ocorridas durante o período do regime militar. Ela determina que são mortos presumidos os desaparecidos entre 02/09/61 e 05/10/88. A partir de 1988 tivemos o início do regime democrático. A lei trata de desaparecidos políticos, cujos corpos nunca foram encontrados. Será declarada, pela via judicial, a morte presumida dessas pessoas.
Art. 77 da Lei de Registros Públicos – sepultamento somente com certidão de óbito – atestado de óbito por médico ou duas testemunhas que presenciaram ou verificaram a morte. Lembre-se que pessoas cujas mortes foram violentas não podem ter o corpo cremado.
COMORIÊNCIA
É a morte simultânea, trata-se quando as pessoas da mesma família morrem em um único evento, na mesma condição de tempo, não precisa ser no mesmo lugar, mas mesmo a quilômetros de distância uma da outra diante da mesma causa da morte. Deste modo só é apenas relevante para fins de direito sucessório, porque os comorientes não serão herdeiros entre si.
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
LUGAR DA SUCESSÃO
É o lugar em que a pessoa morava antes da morte, para determinar a competência do juízo que pode ser responsável para impetrar o inventário. Fixa a competência onde processa e julga o inventário do falecido. Quem não tem domicilio certo, vai para a regra que o lugar da sucessão é onde estão os bens e aquele é o juízo. Pode acontecer ter vários domicílios ou bens em vários lugares.
Usa-se a regra da prevenção, é aquela onde o processo é distribuído primeiro. É o juiz prevente, quando houver o duplo domicilio e não tem residência fixa, vale quem iniciar o processo primeiro. Quando a pessoa tem domicilio no exterior, e o inventario tem que ser feito no Brasil, é colocado com o último domicílio que considera onde a pessoa residiu. 
O inventário será processado no Brasil quando houver bens imóveis situados no país. Se há bens imóveis em vários países, cada país faz o seu processo de inventário. Bens estrangeiros que estão situados no Brasil, se julga conforme a lei estrangeira, caso haja o Inventário de pessoas domiciliadas no Brasil, brasileiro. Pessoas situadas no exterior, e bens no Brasil, caso tenha filhos estrangeiros. 
Tempo da lei: Qual lei aplica diante da morte, caso surja outras leis durante o andamento do processo? É em relação à época em que se verificou a morte do titular, é chamado o princípio de sazin. Caso o testamento seja feito antes do código civil que posteriormente esteja vigente.
Ex.: o cara fez o testamento em 1999, e hoje o testamento será válido? Sim, as questões que dizem a respeito ao rito e procedimento é verificada pela lei do momento em que foi feito, de acordo com a lei da época, ou seja, questões formais são o ato formalmente.
A formalidade só podeser exigida com a lei vigente, porque foi feito segundo a formalidade da época, o que pode mudar é a regra de divisão da herança, o que valia antes, hoje pode não ser aplicada, pois é uma regra de direito material, A LEI SOBREPÕE A VONTADE DO TESTAMENTO, caso a lei mude. 
Haverá abertura das sucessões quando o sujeito morre, ocorrendo a juntada do patrimônio dele, podendo ser formado por um ativo (bens deixados) e pelo passivo (dividas que serão abatidas com o patrimônio ativo). As dívidas não ultrapassam as forças da herança, ou seja se após a morte, seja deixado apenas dívidas, não há o que seja partilhado entre seus herdeiros, no entanto os mesmos não tem obrigações de quitar essas dívidas. 
A lei que rege a sucessão é a lei vigente na data da morte do indivíduo, as regras processuais são feitas pelo código processual vigente, no entanto a regra da partilha dos bens são por meio da data da morte do autor por se tratar de herança material. 
Obs.: As regras de processo nada têm a ver com as regras de partilha. As regras de processo vão ser aplicadas quando o processo começar.

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