Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exercício do Conhecimento 1. Pergunta 1 0,2/0,2 A História Cultural sofreu influências antropológicas em suas formas de se escrever e problematizar a história. Uma das obras que traduz essa perspectiva é a de Robert Darnton. Leia abaixo um excerto referente a esse processo: “[...] os antropólogos descobriram que as melhores vias de acesso, numa tentativa para penetrar uma cultura estranha, podem ser aquelas em que ela parece mais opaca. Quando se percebe que não se está entendendo alguma coisa – uma piada, um provérbio, uma cerimônia – particularmente significativa para os nativos, existe a possibilidade de se descobrir onde captar um sistema estranho de significação, a fim de decifrá-lo. (DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p.106). Sobre a historiografia desse período é possível dizer: Ocultar opções de resposta 1. A ideia antropológica que influenciou o trabalho historiográfico foi a de tradução completa sobre uma cultura, ao se fazer a análise dela. 2. Culturas distintas passaram a serem analisadas sob o viés antropológico, atento aos detalhes e baseado em uma análise de práticas e representações que davam sentido aos grupos Resposta correta 3. A interação entre duas culturas para a análise na História Cultural é recíproca, com comunicação constante, o que permite o entendimento sobre os detalhes que dão sentido a elas. 4. A História Cultural como prática historiográfica evidenciou a alteridade ao incentivar a análise de uma sociedade ou grupo social mais profundamente em relação às suas práticas. 5. Ampliação do recorte temporal, deixando de lado os detalhes junto às inspirações interdisciplinares foram os procedimentos comuns à historiografia a partir dos anos de 1970. Comentários Cap 06. O viés antropológico, a princípio de influência de Geertz, permitiu que a discussão historiográfica passasse a entender que culturas distintas fossem analisadas em seus detalhes, àqueles que dão sentido às práticas e representações cotidianas. 2. Pergunta 2 0,2/0,2 A citação abaixo refere-se aos estudos da História Ambiental. Leia-a com atenção: “As reflexões sobre a relação homem-natureza datam de muitos séculos. No mundo ocidental, o conceito de natureza é discutido ao menos desde a Antiguidade, com ênfase sobre os elementos que a definem em relação à cultura, bem como sobre sua influência na vida humana. Contudo, a noção de que a ação antrópica não apenas interfere no equilíbrio do mundo natural, mas é capaz de, no limite, levar à extinção da própria espécie humana e mesmo à destruição do planeta é essencialmente moderna. Segundo José Augusto Pádua, processos macro-históricos como a expansão colonial europeia, a institucionalização da ciência enquanto saber privilegiado acerca do mundo e a emergência de uma “sensibilidade ecológica”, influenciada pelo trabalho de naturalistas e pela valorização romântica da natureza, motivaram reflexões filosóficas, científicas e políticas relativas aos impactos da ação humana sobre o mundo natural. (GONÇALVES, Aline. Os ‘últimos refúgios’ de natureza primitiva: as reservas biológicas e a militância ambiental de Augusto Ruschi (1940- 1970). HALAC, Guarapuava, v. 7, n. 1, 2017, p.58-72). Com base nas ideias da historiadora Aline Gonçalves é correto afirmar: Ocultar opções de resposta 1. O ser humano interferiu na natureza por saber que seus recursos são inesgotáveis. 2. A História Ambiental evidencia os marcos naturais como os específicos a serem estudados. 3. A História Ambiental tem por objetivo analisar o determinismo biológico nas relações humanas. 4. A História Ambiental tem por objetivo expor uma sensibilidade ecológica de reflexão filosófica. 5. O período antropoceno expôs a necessidade de entender as relações humanas com as naturais. Resposta correta Comentários Cap 05. A História Ambiental traz à tona questões relativas às ações humanas sob a natureza, as quais sempre existiram, no entanto, apenas nos últimos séculos o domínio exercido sob a natureza fez com que as ciências tomassem consciência de que os recursos nem sempre são renováveis e que a constante exploração poderia levar à própria extinção humana. 3. Pergunta 3 0,2/0,2 A citação abaixo refere-se a um projeto educacional desenvolvido em nível acadêmico com alunos de Licenciatura em História: [...] o mapa tem como objetivo imaginar a cidade de Porto Alegre no contexto da ditadura civil-militar brasileira, aproximando esse tema do cotidiano dos/as estudantes, que por vezes transitam pela capital sem saber das diversas histórias que perpassam este espaço urbano. Portanto é fundamental conhecer a nossa cidade para imaginá-la nesse período histórico e no presente, nas marcas e locais de disputa e ressignificações que podem ser vistos nas ruas, prédios e monumentos. O mapa se constitui, ainda, em um recurso importante no auxílio aos professores e professoras para tratar de um tema sensível, bem como para o conhecimento dos/as estudantes sobre o patrimônio, a história e a memória da cidade de Porto Alegre (CARNEIRO, Anita Natividade. Caminhos da Ditadura em Porto Alegre: Ensino de História através da tecnologia digital. Anais do X ENCONTRO NACIONAL PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA E XXIII JORNADA DE ENSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO. Faculdade de Educação da UFRGS. Porto Alegre: FACED UFGRS, 2018. p. 929-936. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/lhiste/anais- perspectivas-do-ensino-de-historia/>. Acesso em: 21 maio 2020). Com essas considerações e a luz do capítulo 10 de seu material é correto afirmar que: Ocultar opções de resposta 1. Projetos que envolvem cartografia digital colaboram com o uso de novos suportes de fonte e para o próprio lugar da disciplina histórica; Resposta correta 2. Projetos como esse somente devem ser pensados ou analisados em contextos que proporcionem internet banda larga. 3. Projetos como esses, de cartografia digital, colaboram pouco com o debate público sobre temas sensíveis como o exposto acima; 4. A cartografia digital é uma possibilidade de representação de patrimônios imateriais a partir de lugares do próprio cotidiano; 5. Usos do passado é tema exclusivamente pertinente para a disciplina acadêmica; Comentários O exemplo de projeto envolvendo cartografia digital, como o exposto nesse exercício, tem por interesse demonstrar o uso de novas fontes que envolvem tecnologia, ao tempo em que se debate a função da disciplina histórica em um contexto de discussão sobre usos do passado e próprio lugar da disciplina histórica. Esse tipo de análise proporciona difusão do pensamento histórico com elementos do próprio cotidiano. A referência para a reflexão do tema se encontra de maneira diluída em todo o capítulo 10. 4. Pergunta 4 0/0,2 Os modernos estudos históricos se iniciam com Leopold von Ranke, e desde sua época historiadores invocaram seu nome e textos para justificar sua abordagem ao estudo do passado. GILBERT, Felix. What Ranke meant. The American Scholar Vol. 56, No. 3 (Summer 1987), p. 393 (tradução nossa). Assinale, das afirmativas a seguir, aquela que apresenta uma característica ampliada por Ranke para os estudos científicos de história: Ocultar opções de resposta 1. Incorreta: A negação da ideia de verdade absoluta e a promoção do relativismo histórico. 2. A valorização da narrativa ficcional de forma a prender a atenção dos leitores. 3. A utilização de documentos como base para a construção do conhecimento histórico. Resposta correta 4. A valorização do conceito de cultura e a redução da política nos estudos históricos. 5. A redução da importância dos Estados Nacionais nas narrativas históricas. Comentários Cap 02. Segundo o livro da disciplina: “Este foi um dos fundadores da Escola Histórica Alemã e da Crítica Documental, segundo a qual documentos eram provas inquestionáveis.Um dos elementos centrais com o qual colaboraram foi dar centralidade à fonte, à documentação, defendendo que a fonte teria um contexto e uma metodologia.” 5. Pergunta 5 0,2/0,2 Atente ao excerto abaixo: “Peço aos historiadores, quando vão ao trabalho, que não o façam como se fossem de encontro a Magendie: Magendie, mestre de Claude Bernard, precursor da fisiologia, que sentia tanto prazer em deambular, com as mãos nos bolsos, através de fatos raros e curiosos e, como o trapeiro – assim dizia ele –, através dos objetos. Eu lhes peço para ir ao trabalho como Claude Bernard, com uma boa hipótese em mente. E que jamais se comportem alegremente como colecionadores de fatos, como antes, quando bancavam os caçadores de fatos às margens do Sena. Que nos deem uma História, não uma História automática, mas, sim, problemática”. (FEBVRE, Lucien. Face ao Vento: manifesto dos novos Annales. In: NOVAIS, F.; SILVA, R. (Org.). Nova história em perspectiva. São Paulo: Cosac & Naify, 2011, p. 84 [original, 1946]. A respeito das afirmações de Lucien Febvre escolha a alternativa correta: I - Trata-se de uma crítica aos Metódicos, para os quais a história já teria uma versão para os acontecimentos antes de sua análise. II - Trata-se da defesa de uma história linear, cronológica e factual. III - Trata-se de questionar e levantar hipóteses antes de iniciar a pesquisa, a fim de ampliar as possibilidades de análise. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Estão corretas as alternativas I e III Resposta correta 2. Estão corretas as alternativas I e II 3. Está correta a alternativa II. 4. Estão corretas as alternativas I, II e III 5. Estão corretas as alternativas II e III Comentários Cap 02. Lucien Febvre, tal como Marc Bloc, representa a geração formada pelos Metódicos, mas também crítica deles. Nesse sentido, a problematização e crítica das fontes, bem como questionar as hipóteses possíveis de análise de um tema são algumas das propostas da Escolas dos Annales para evitar uma história política, cronológica, linear e factual. 1. Pergunta 1 0/0,2 Escrevendo no século XIX, Leopold von Ranke, grande expoente do historicismo alemão, assim afirmou sobre a objetividade do historiador: Eu gostaria de apagar, de alguma forma, o meu eu e deixar somente as coisas falarem e fazer aparecer as forças poderosas que, surgidas e intensificadas, dirigiram-se uma contra a outra em uma luta sangrenta e terrível, mas que traziam em si a solução dos problemas mais essenciais do mundo europeu. In. LORIGA, Sabina. O eu do historiador. História da historiografia. Ouro Preto, n. 10, dez. 2012, p. 249. Por que, para o pensamento histórico da atualidade, os desejos de objetividade, expressos por Ranke, não são considerados possíveis de serem atingidos nos textos históricos? Ocultar opções de resposta 1. Porque tanto para Ranke quanto para o historicismo alemão, a história não era uma narrativa a partir de documentos, mas uma elaboração ficcional fundada em antigos mitos. 2. Porque historiadores não conseguem “apagar o seu eu”, pois suas pesquisas e preocupações estarão sempre relacionadas ao contexto histórico e social em que vivem. Resposta correta 3. Porque não existe verdade em história, mas apenas a coleção de opiniões elencadas por historiadores sobre temas complexos, especialmente aqueles socialmente controversos. 4. Porque os historiadores, a partir de meados do século XX, não mais se ocupam em estudar “lutas sangrentas e terríveis”, mas sim fenômenos culturais de média e longa durações. 5. Incorreta: Porque, após as mudanças propostas pela Escola de Annales, as fontes históricas se tornaram múltiplas, impossibilitando a obtenção de opiniões ponderadas em história. Comentários Cap 01. Segundo o livro da disciplina: “Portanto, para a construção da narrativa é preciso ter a premissa de que a produção de conhecimento não é externa ao seu meio. Porém, para que a construção do conhecimento histórico e, consequentemente, o trabalho do historiador, é preciso que haja metodologias e procedimentos, para que o conhecimento histórico supere a mera especulação.” 2. Pergunta 2 0,2/0,2 Leia com atenção um trecho de “Perguntas de um Operário que Lê”, do dramaturgo alemão Bertold Brecht. Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída, Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China, para onde foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? BRECHT, Bertold. Perguntas de um Operário que Lê. Disponível em https://www.recantodasletras.com.br/poesias-patrioticas/3265594. Acesso em 25 ago. 2020. Uma das características do pensamento histórico a partir de meados do século XX e que apresenta questões semelhantes àquelas presentes no texto de Brecht, é: Ocultar opções de resposta 1. O ressurgimento de pesquisas históricas sobre a Antiguidade oriental. 2. A recuperação da vida e experiência de pessoas comuns do passado. Resposta correta 3. A manutenção de situações de servidão no mundo contemporâneo. 4. A valorização do papel dos grandes líderes no desenvolvimento histórico. 5. A valorização dos princípios teóricos da arqueologia para a história. Comentários Cap 04. Segundo o livro da disciplina: “É na inquietação causada por essas perguntas que historiadores traçaram novas práticas de pesquisa a partir de meados do XX. O objetivo: encontrar histórias de vida de pessoas comuns, envolvidas nos acontecimentos históricos”. 3. Pergunta 3 0/0,2 Leia o excerto de texto do historiador Pierre Nora baixo: “O lugar de memória supõe, para início de jogo, a justaposição de duas ordens de realidades: uma realidade tangível e apreensível, às vezes material, às vezes menos, inscrita no espaço, no tempo, na linguagem, na tradição, e uma realidade puramente simbólica, portadora de uma história. A noção é feita para englobar ao mesmo tempo os objetos físicos e os objetos simbólicos, com base em que eles tenham ‘qualquer coisa’ em comum. [...] Cabe aos historiadores analisar essa ‘qualquer coisa’, de desmontar-lhe o mecanismo, de estabelecer-lhe os estratos, de distinguir-lhe as sedimentações e correntes, de isolar-lhe o núcleo duro, de denunciar-lhe as falsas semelhanças e as ilusões de ótica, de colocá-la na luz, de dizer-lhe o não dito. [...] Lugar de memória, então: toda unidade significativa, de ordem material ou ideal, que a vontade dos homens ou o trabalho do tempo converteu em elemento simbólico do patrimônio memorial de uma comunidade qualquer. (NORA, Pierre. Les lieux de mémoire. Paris: Quarto Gallimard, 1997. v.2, 2226). Com base em seu conceito de “lugares de memória” escolha a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Incorreta: Lugares de memória são espaços simbólicos e com patrimônios imateriais 2. A função do historiador em sua prática de pesquisa é apresentar os lugares de memória. 3. A vontade de memória deve ser desconstruída pelos historiadores por seu aspecto imagético. 4. Lugares de Memória são válidos se terem como bases fontes e pesquisa. 5. Os vínculos entre o simbólico e o material formam o objeto do historiador Resposta correta Comentários Cap 03. A função do Historiador no que diz respeito a um lugar de memória é compreender as relações entre os objetos materiais, simbólicos e o próprio espaço, com o objetivo de debater sobre a memória ali inserida em detrimento da crítica histórica. Isso se dá a fim de legitimar um discurso historiográfico dinâmico e democrático. 4. Pergunta 4 0,2/0,2 A História Cultural sofreu influências antropológicas em suas formas de se escrever e problematizar ahistória. Uma das obras que traduz essa perspectiva é a de Robert Darnton. Leia abaixo um excerto referente a esse processo: “[...] os antropólogos descobriram que as melhores vias de acesso, numa tentativa para penetrar uma cultura estranha, podem ser aquelas em que ela parece mais opaca. Quando se percebe que não se está entendendo alguma coisa – uma piada, um provérbio, uma cerimônia – particularmente significativa para os nativos, existe a possibilidade de se descobrir onde captar um sistema estranho de significação, a fim de decifrá-lo. (DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p.106). Sobre a historiografia desse período é possível dizer: Ocultar opções de resposta 1. A ideia antropológica que influenciou o trabalho historiográfico foi a de tradução completa sobre uma cultura, ao se fazer a análise dela. 2. Culturas distintas passaram a serem analisadas sob o viés antropológico, atento aos detalhes e baseado em uma análise de práticas e representações que davam sentido aos grupos Resposta correta 3. A interação entre duas culturas para a análise na História Cultural é recíproca, com comunicação constante, o que permite o entendimento sobre os detalhes que dão sentido a elas. 4. Ampliação do recorte temporal, deixando de lado os detalhes junto às inspirações interdisciplinares foram os procedimentos comuns à historiografia a partir dos anos de 1970. 5. A História Cultural como prática historiográfica evidenciou a alteridade ao incentivar a análise de uma sociedade ou grupo social mais profundamente em relação às suas práticas. Comentários Cap 06. O viés antropológico, a princípio de influência de Geertz, permitiu que a discussão historiográfica passasse a entender que culturas distintas fossem analisadas em seus detalhes, àqueles que dão sentido às práticas e representações cotidianas. 5. Pergunta 5 0,2/0,2 Os modernos estudos históricos se iniciam com Leopold von Ranke, e desde sua época historiadores invocaram seu nome e textos para justificar sua abordagem ao estudo do passado. GILBERT, Felix. What Ranke meant. The American Scholar Vol. 56, No. 3 (Summer 1987), p. 393 (tradução nossa). Assinale, das afirmativas a seguir, aquela que apresenta uma característica ampliada por Ranke para os estudos científicos de história: Ocultar opções de resposta 1. A redução da importância dos Estados Nacionais nas narrativas históricas. 2. A valorização da narrativa ficcional de forma a prender a atenção dos leitores. 3. A negação da ideia de verdade absoluta e a promoção do relativismo histórico. 4. A utilização de documentos como base para a construção do conhecimento histórico. Resposta correta 5. A valorização do conceito de cultura e a redução da política nos estudos históricos. Comentários Cap 02. Segundo o livro da disciplina: “Este foi um dos fundadores da Escola Histórica Alemã e da Crítica Documental, segundo a qual documentos eram provas inquestionáveis. Um dos elementos centrais com o qual colaboraram foi dar centralidade à fonte, à documentação, defendendo que a fonte teria um contexto e uma metodologia.”
Compartilhar