Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULAS 1 E 2 : INTRODUÇÃO À PATOLOGIA CONCEITOS DE SAÚDE + LESÃO, ADAPTAÇÃO E MORTE CELULAR DISCIPLINA : PATOLOGIA PROFA. MSC. ELISABETE QUEIRÓZ CALDEIRA NEVES PATOLOGIA – DEFINIÇÃO ■ O termo “patologia” vem do GREGO “pathos” (que significa “doença”) e“logia (que significa estudo ou ciência); ■ A patologia é responsável pelo estudo das doenças na sua mais ampla acepção, nomeadamente os processos anormais de causas conhecidas ou desconhecidas. DETERMINANTES DO PROCESSO SAÚDE E DOENÇA SAÚDE DOENÇA DOENÇAS E SUAS CAUSAS Alterações Morfológicas e/ou Moleculares Teciduais Alterações Funcionais Manifestações Subjetivas (sintomas) e Objetivas (sinais) SINAIS E SINTOMAS ■ SINAIS características físicas/clínicas, de determinadas enfermidades, que são visíveis ao investigador; ■ SINTOMAS queixas apresentadas pelo paciente, das referidas doenças. TERMOS IMPORTANTES EM PATOLOGIA ■ Etiologia estudo das causas das doenças; ■ Patogênese estudo do mecanismo; ■ Anatomia Patológica estudo das alterações morfológicas dos tecidos; ■ Fisiopatologia alteração funcional dos órgãos afetados; ■ Propedêutica e Semiologia estudo dos sinais e sintomas para diagnóstico. PATOLOGIA GERAL - Estuda os aspectos semelhantes à diversas doenças. PATOLOGIA SISTÊMICA - Estuda doenças de um determinado órgão ou sistema específico. ASPECTOS CRONOLÓGICOS DE UMA DOENÇA Causas Período de Incubação (Sem manifestações) Período Podrômico (Sinais e Sintomas Inespecíficos) Períodos de Estado (Sinais e Sintomas) EvoluçãoCronificação CURA C/ sequela; S/ sequela Complicações PATOGENIA E ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS ■ Sequência de eventos que ocorrem em resposta orgânica ao agente etiológico. Ex.: TB Início – multiplicação do BK nos alvéolos; 1 à 2 semanas – ativação do sistema imune promoção da eliminação da doença; Progressão – lesão tecidual; Reparo; Cura; ■ Alterações Morfológicas referem-se às alterações estruturais nas células e tecidos que caracterizam as doenças e que levam ao diagnóstico; Ex.: Necrose (TB) Não apresenta delimitação estrutural, foi destruída, liquefeita SIGNIFICADO CLÍNICO ■ Características dos sinais e sintomas, apresentados individualmente no decorrer da doença alterações de funcionalidade; Ex.: TB - Tosse com secreção, febre ao entardecer, sudorese noturna, perda de apetite. Cuidado com o significado clínico semelhante, em condições avançadas da doença. COMO SURGEM AS DOENÇAS INFLAMAÇÃO Ex.: Doenças Auto-imunes (LES) Lesões Celulares • Letais – morte celular; • Não Letais – sendo possível o retorno da normalidade celular, após cessar a agressão (podem modificar as células, seu metabolismo e mecanismo anabólico) Inflamação • Lesão completa que envolve todos os componentes teciduais Alterações Intersticiais • Modificações da substância fundamental amorfa, e das fibras elásticas, colágeno e reticulares que podem sofrer alterações ou depósitos de substâncias Distúrbios da circulação • Agressões que geram aumento, redução ou cessação do fluxo sanguíneo, hemorragias, coagulação sanguínea, acúmulo de substância nos vasos e no interstício Alterações da Inervação • Agressões que atingem o tecido nervoso HOMEOSTASIA CELULAR TRANSIÇÃO PARA DANO E MORTE CELULAR ■ CÉLULA EM HOMEOSTASE Estresse Excessivo ou Agente Nocivo Danos Celulares (PTN, MEMBRANA E/OU MITOCÔNDRIA) Lesão Celular Reversível • Nos estágios iniciais de lesão ou formas leves, as alterações morfológicas e funcionais, são reversíveis, sendo retirado o estímulo nocivo. Lesão Celular Irreversível • Persistência do dano, a lesão torna-se irreversível, e passando o tempo, a célula, não consegue se recuperar e morre. MORTE CELULAR APOPTOSE NECROSEMORTE CELULAR perda irreversível das atividades integradas das células com consequente incapacidade da manutenção de seus mecanismos homeostáticos, podendo ser por APOPTOSE OU NECROSE. APOPTOSE Apoptose via de morte celular, onde a célula se suicida enzimas que degradam seu DNA, proteínas nucleares e citoplasmáticas. CAUSAS : • Danos irreversíveis ao DNA e proteínas; • Induzida por Linfócitos T citotóxicos. • CARACTERÍSTICAS : • Fisiológica ou Patológica; • Não induz à inflamação; • Não ocorre perda da integridade das membranas; • Formação de orpos apoptóticos. APOPTOSE APOPTOSE DE CAUDA DE GIRINO APOPTOSE – MECANISMO INTRACELULAR DESTRUIÇÃO MITOCONDRIAL Apaf Apaf: fator apoptótico Caspases intracelulares Lise de organelas Apoptose APOPTOSE – MECANISMO EXTRACELULAR Apoptose APOPTOSE NECROSE NECROSE morte celular com perda da integridade da membrana e extravasamento dos conteúdos celulares dissolução das células. CAUSAS : • Redução de energia por obstrução (Isquemia); • ERO’S; • Hipóxia; • Toxinas; • Reações Imunes; • Infecções; • Acúmulo de gorduras; CARACTERÍSTICAS : • Patológica; • Induz à inflamação; • Perda da integridade das membranas. NECROSE CELULAR ■ Aspectos morfológicos que não têm retorno: – Formação de bolhas nas membranas celulares; – Tumefação mitocondrial; CRISTÓLISE (ROMPIMENTO MITOCONDRIAL); – Núcleo com: ■ PICNOSE ■ CARIORREXE ■ CARIÓLISE NECROSE CELULAR NECROSE POR COAGULAÇÃO; NECROSE POR LIQUEFAÇÃO; NECROSE GORDUROSA; NECROSE CASEOSA; NECROSE FIBRINÓIDE. TIPOS DE NECROSE NECROSE POR COAGULAÇÃO ■ Infarto e obstruções vasculares. ■ Características: – Citoplasma acidificado; – Alteração de núcleo: ■ PICNOSE: Núcleo com acúmulo de cromatina; ■ CARIORREXE: fragmentação nuclear no citoplasma; ■ CARIÓLISE: destruição nuclear. – Tecido necrótico central pode permanecer no local isquemiado por anos. OBSTRUÇÃO VASCULAR ISQUEMIA TECIDUAL HIPÓXIA / ANÓXIA PCO2 [ATP) INTRACELULAR ATIVIDADE Na+ K+ ATPase ACÚMULO Na+ - H2O INTRACELULAR TUMEFAÇÃO HIDRÓPICA PICNOSE CARIORREXE CARIÓLISE LESÃO CELULAR (ROMPIMENTO DA MEMBRANA PLASMÁTICA) NECROSE NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO ISQUEMIA NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR COAGULAÇÃO CATETERISMO - ANGIOPLASTIA NECROSE POR COAGULAÇÃO TIPOS DE GANGRENA: - GANGRENA ÚMIDA: - Infecção bacteriana tecidual; - Formação de edemas (bolhas): aspecto úmido; - Ocorre em: - queimaduras severas; - congelamentos; - Ferimentos; - Diabéticos. - Deve ser tratada imediatamente: risco de sepse. NECROSE POR COAGULAÇÃO TIPOS DE GANGRENA: - GANGRENA SECA: - Pele seca e enrugada; - Alteração da coração; - Ocorre em: - Insuficiência vascular (venosa); - Evolução lenta. NECROSE POR COAGULAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO ■ Infecção bacteriana. ■ Características: – Morte rápida e dissolução tecidual a partir de infecções (bacteriana); – Presença de PMN: hidroxilases digerem a célula; – Formação de abscesso; – No cérebro: acompanha liquefação por enzimas lisossômicas até cisto. INFECÇÃO BACTERIANA AÇÃO DE MACRÓFAGOS FAGOCITOSE DAS BACTÉRIAS SÍNTESE DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS VASODILATAÇÃO LOCAL QUIMIOTAXIA DE NEUTRÓFILOS (PMN) NEUTROFILIA MORTE DE BACTÉRIAS E NEUTRÓFILOS ABSCESSO: •BACTÉRIAS VIVAS; •BACTÉRIAS MORTAS; •PMN VIVOS; •PMN MORTOS. NECROSE NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE POR LIQUEFAÇÃO NECROSE GORDUROSA ■ Traumas / Pancreatite. ■ Características: – Presença de Triacilgliceróis (TAG); – Enzimas digestórias ativas nos espaços extracelulares: lise pancreática; – Mecanismos: ■ Fosfolipases / proteases digerem adipócitos liberando TAG; ■ Lipase pancreática hidrolisa TAG formando ácidos graxos livres ; ■ Precipitação dos ácidos graxos livres pela uniãoao cálcio. LESÃO DAS BIOMEMBRANAS CELULARES LIBERAÇÃO DE FOSFOLIPÍDIOS DE MEMBRANA AÇÃO DE FOSFOLIPASES LIBERAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS LIVRES (AGL) LIGAÇÃO ENTRE AGL + CÁLCIO PRECIPITAÇÃO INTRACELULAR LISE CELULAR NECROSE NECROSE GORDUROSA NECROSE GORDUROSA NECROSE GORDUROSA NECROSE CASEOSA ■ Tuberculose. ■ Características – Células mononucleares mediando reação inflamatória contra micobactéria; – Presença de granuloma; – Presença de restos celulares: aspecto caseoso ao tecido. INFECÇÃO BACTERIANA (BACILO) ENTRADA EM ALVÉOLOS PULMONARES AÇÃO DE MACRÓFAGOS FAGOCITOSE DO BACILO FORMAÇÃO DE FAGOSSOMO INIBIÇÃO DA FORMAÇÃO DE FAGOLISOSSOMOS PROLIFERAÇÃO DE BACILOS LESÃO DE LISOSSOMOS AÇÃO CITOTÓXICA DE NADPH OXIDASE CAVITAÇÕES CASEOSAS (NECROSE) NECROSE CASEOSA NECROSE CASEOSA PULMÃO COM ASPECTO MACROSCÓPICO EM MASSA DE QUEIJO CÉLULAS NECRÓTICAS, ACIDÓFILAS, CONTENDO NÚCLEOS PICNÓTICOS; NA PERFIFERIA, CÉLULAS COM NÚCLEOS EM CARIORREXE NECROSE CASEOSA NECROSE FIBRINÓIDE ■ Necrose na parede vascular: – Presença de substância fibrinóide (fibrinas); – Presença de neutrófilos; – Presença de anticorpos (imunocomplexos). NECROSE FIBRINÓIDE ■ Necrose na parede vascular NECROSE ■ EVOLUÇÃO: 1. REGENERAÇÃO: ■ RESTOS CELULARES SÃO REABSORVIDOS; ■ FATORES DE CRESCIMENTO SÃO LIBERADOS POR: – CÉLULAS VIZINHAS À LESÃO; – LEUCÓCITOS. 2. MULTIPLICAÇÃO DAS CÉLULAS DO PARÊNQUIMA; 3. LESÃO PEQUENA PODE SER REGENERÁVEL. NECROSE ■ EVOLUÇÃO: 1. CICATRIZAÇÃO: ■ PROLIFERAÇÃO FIBROBLÁSTICA; ■ SUBSTITUIÇÃO DO PARÊNQUIMA NECRÓTICO POR TECIDO CONJUNTIVO FIBROSO. 2. LIBERAÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS: ■ PROSTAGLANDINAS; ■ BRADICININA; ■ LEUCOTRIENOS; ■ EICOSANÓIDES. 3. VASODILATAÇÃO E EXSUDAÇÃO CELULAR; 4. REABSORÇÃO DE RESTOS CELULARES. NECROSE ■ EVOLUÇÃO: 1. GRANULAÇÃO: ■ QUANDO A ÁREA É MUITO GRANDE E NÃO SE TEM REABSORÇÃO DE MATERIAL NECRÓTICO; ■ FORMAÇÃO DE PSEUDO-CISTOS; ■ MACRÓFAGOS AO REDOR (CIRCUNSCREVEM) DA ÁREA NECROSADA; ■ FORMAÇÃO DE CÁPSULA; ■ PODE FORMAR CISTO (GERALMENTE EM CAUSA INFECCIOSA); ■ PODE FORMAR CALCIFICAÇÕES EM ZONAS NECRÓTICAS. DIFERENÇAS ENTRE APOPTOSE E NECROSE
Compartilhar