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A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade

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POLÍTICAS 
PÚBLICAS E 
EDUCAÇÃO
Pablo Rodrigo Bes
A concepção de políticas 
públicas educacionais 
na atualidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os contextos históricos, econômicos, políticos e culturais 
da elaboração e da implementação de políticas educacionais.
  Questionar o processo nacional de elaboração de políticas públicas 
no bojo da mundialização da política e da internacionalização da 
economia.
  Diferenciar as mudanças das relações entre educação e Estado: polí-
ticas públicas para os diferentes níveis de ensino.
Introdução
Para que seja realizada a gestão nacional, devem ser considerados os 
aspectos sociais, históricos, econômicos, políticos e culturais que con-
figuram o Brasil enquanto nação. Em todas as áreas, precisam existir 
ações organizadas, que são chamadas de políticas públicas. Na área 
da educação escolar, não é diferente. São necessárias muitas políticas 
públicas que abranjam os níveis da educação (básica e superior) e suas 
particularidades. Na atualidade, essas políticas costumam acompanhar 
tendências internacionais, relacionadas à busca pelo acesso universal à 
educação escolar e por melhores padrões de qualidade educacional.
Neste capítulo, você vai estudar os contextos de elaboração e im-
plementação das políticas públicas educacionais no Brasil. Também 
vai analisar como a mundialização da política e a internacionalização 
da economia contribuem para o processo nacional de elaboração de 
políticas públicas. Além disso, vai verificar as mudanças nas relações entre 
o Estado e a educação a partir das políticas públicas para os diferentes 
níveis educacionais.
Elaboração e implementação de políticas 
públicas educacionais
Para começar a estudar as políticas públicas educacionais, você precisa entender 
que uma política pública é uma ação realizada pelo Estado para cumprir suas 
atribuições perante a sociedade. Ou seja, uma política pública tem fi nalidade 
pública, coletiva. Dessa forma, dentro de uma lógica de administração ou 
gestão da União, são criadas ações, planos ou programas que possam conduzir 
as mais variadas áreas que estruturam e organizam o País. Uma dessas áreas é 
a da educação. Souza (2003, p. 13) defi ne as políticas públicas como sendo um
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em 
ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, 
propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e/ou entender por que e como 
as ações tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente). Em 
outras palavras, o processo de formulação de política pública é aquele através 
do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que 
produzirão os resultados ou as mudanças desejadas no mundo real.
Como você pode perceber, as políticas públicas se alinham com os movimentos 
realizados pelos governos para conduzir suas nações no rumo planejado, devendo 
ser acompanhadas, monitoradas e corrigidas quando necessário. Essas políticas 
públicas, quando relacionadas ao campo da educação, costumam ser entendidas 
de forma mais restritiva, uma vez que as políticas públicas educacionais regulam 
e orientam os sistemas de ensino, instituindo a educação. Para entender como os 
sistemas de ensino brasileiros são organizados, regulados e orientados a partir 
de políticas públicas educacionais, você precisa considerar alguns aspectos 
determinantes para a elaboração e a implementação dessas políticas, como:
  históricos;
  econômicos;
  políticos;
  culturais.
O contexto histórico tem sido determinante na implantação de políticas 
públicas educacionais, uma vez que a educação costuma ser reivindicada para 
atender às demandas de cada época histórica. Dessa forma, no início do século 
XX, por exemplo, o Brasil estava em busca da substituição do seu modelo 
agrário por um modelo de industrialização e urbanização. Nesse cenário, as 
políticas educacionais voltam-se para a formação de mão de obra minimamente 
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade2
qualificada para fornecer operários para as fábricas. Essas ações são reforçadas 
a partir das ideias do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, de 1932, e da 
própria Constituição de 1934, que coloca a prioridade e a obrigatoriedade no 
ensino primário a todos. Devido à necessidade de apoiar a expansão industrial 
e a crescente urbanização e de erradicar o analfabetismo que assolava mais 
da metade do público adulto na época, foram criadas as primeiras campanhas 
voltadas para a alfabetização desse público.
Você pode considerar que o período anterior à Constituição de 1988 “[...] 
se estruturou a partir de questões relativas a um modelo brasileiro de desen-
volvimento. O debate se fazia sobre os impactos redistributivos das ações 
governamentais e do tipo de racionalidade que orientava o projeto de moder-
nização [...]” (LEMES, 2016, p. 1619). Após o processo de redemocratização 
brasileiro, com a Constituição de 1988, o contexto histórico se altera e as 
políticas educacionais também acompanham essa mudança. Assim, entram em 
voga os conceitos de cidadania, democracia, inclusão, entre outros, inaugurando 
uma nova agenda relativa às “[...] questões sobre organização institucional, 
em termos de: descentralização, participação, transparência e redefinição da 
relação público-privado nas políticas [...]” (LEMES, 2016, p. 1619).
Os aspectos econômicos também afetam diretamente a elaboração e a 
implementação das políticas públicas. Como os recursos são escassos, cabe ao 
gestor público planejar como serão financiadas as ações e os programas edu-
cacionais. Muitas vezes, é necessário fazer escolhas em termos de focalização 
para o setor educacional. Como a educação tem sido associada diretamente ao 
desenvolvimento econômico das nações, ela se reveste de importância, uma 
vez que as políticas públicas educacionais podem ser compreendidas como 
investimentos de caráter prospectivo no país.
A partir da década de 1990, o Brasil, acompanhando a tendência mundial 
da globalização e do neoliberalismo como sistema de governo hegemônico, 
participou da Conferência Mundial da Educação para Todos, em Jontiem, na 
Tailândia, o que demonstra a sua preocupação em modernizar seu sistema 
educacional. A Declaração de Jomtien, de 1990, reforça a ideia de investimento 
na educação básica, buscando a sobrevivência, o desenvolvimento pleno das 
capacidades, vida e trabalho dignos, melhoria na qualidade de vida, possibili-
dade de tomar decisões informadas e possibilidade de continuar aprendendo.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) or-
ganiza e promove a educação básica e superior. Na década de 1990, surgem 
também os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que visam a orientar a 
formulação dos currículos brasileiros extensivos a todas as escolas do sistema 
educacional brasileiro.
3A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
O contexto político se faz presente nas políticas públicas como um todo e, 
da mesma forma, nas políticas públicas educacionais. Afinal, elas envolvem os 
embates entre os posicionamentos ideológicos que compõem os movimentos 
políticos presentes no País. Para analisar o contexto político mundial, você 
precisa conhecer os conceitos de liberalismo, estado de bem-estar social 
(welfare state) e neoliberalismo. Veja o Quadro 1, a seguir.
Corrente Principais ideias Ação do estado
Liberalismo Herdeiro do pensamento 
iluminista do século XVIII. 
Defende o capitalismo. Seu 
fundador é Adam Smith, 
baseando-se em suas ideias 
de que o mercado deveria 
regular as ações sociais.
Não intervém na economia. 
Deve somente harmonizar 
os interesses individuais 
para buscar o bem-estar da 
coletividade.
Estado de 
bem-estar 
social
Surge após a Segunda 
Guerra Mundial, associado 
à ideia de que o desenvol-
vimento está intimamente 
relacionado aos processos 
de industrialização e aos 
problemas sociaisque eles 
ocasionam.
É o Estado assistencial, que 
garante padrões mínimos de 
educação, habitação, saúde, 
renda, seguridade social, entre 
outros, a todos os cidadãos. 
O foco do Estado não está na 
intervenção econômica, e sim 
nas condições sociais. O ob-
jetivo é assegurar a qualidade 
de vida da população.
Neoliberalismo Conjunto de ideias políticas e 
econômicas capitalistas que 
defendem a não participa-
ção do Estado na economia, 
entendendo que a partir 
da liberdade no comércio 
haverá o crescimento econô-
mico e social de um país.
Mínima participação do 
Estado na economia, agindo 
indiretamente a partir 
de agências reguladoras. 
Privatizações de empresas 
estatais e circulação de capi-
tais internacionais. Ênfase na 
globalização.
Quadro 1. Liberalismo, estado de bem-estar social e neoliberalismo
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade4
A colisão entre as ideias liberais e progressistas esteve muito presente na 
educação brasileira. Ela produziu teorias pedagógicas e inspirou normas e 
legislações para a organização do sistema de ensino nacional. Ao analisar o 
contexto político e econômico brasileiro na atualidade, Lemes (2016, p. 1623) 
assevera que
Hoje o Brasil vive um momento de grande dificuldade econômica e políti-
ca, salvo análise com maior profundidade de argumentação, por conta dos 
conflitos políticos institucionais, partidários e programáticos, originários 
nas matrizes cognitivas e normativas existentes no âmbito da sociedade bra-
sileira e da estrutura partidária que compõe o poder político. Essa situação 
notadamente fragilizou esse poder político nos diferentes níveis da estrutura 
federalizada do país, afetando de maneira significativa a interlocução local 
enquanto instrumentos de regulação nesse segmento.
Você deve notar que o contexto político vai muito além das questões po-
lítico-partidárias, pois também envolve os movimentos sociais organizados 
na luta por direitos comuns. Nas políticas educacionais, há vários exemplos 
dessa ordem, como os grupos organizados com o objetivo de construir políticas 
públicas educacionais inclusivas (negros, índios, pessoas com deficiência) em 
ambos os níveis da educação: básica e superior.
Os aspectos culturais se encontram implícitos nas políticas públicas educa-
cionais. Eles podem retratar a cultura hegemônica da sociedade, representando 
o poder de algum grupo específico que, a partir de sua articulação, consegue 
impor seu modelo educacional. Por outro lado, podem envolver o entendimento 
de que todas as culturas são importantes e devem ser contempladas em busca 
de equidade e justiça social. 
Pode-se dizer que o Brasil, anteriormente à Constituição de 1988, repro-
duziu uma ideia de cultura eurocêntrica (branca, heterossexual, masculina 
e cristã). Após o período de democratização brasileira, começam a ser 
discutidas as primeiras políticas em busca do reconhecimento cultural de 
alguns grupos historicamente segregados. Então, as políticas educacio-
nais começam a envolver ao menos os conceitos de multiculturalismo e 
diversidade cultural.
5A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
A construção de uma política pública costuma seguir algumas fases específicas, como 
você pode ver a seguir e na Figura 1:
  formação da agenda;
  formulação da política;
  processo de tomada de decisão;
  implementação da política;
  avaliação da política.
Essas fases são essenciais para que a política atinja suas finalidades e traga realmente 
o bem público à coletividade que a demanda.
Figura 1. As políticas públicas possuem um ciclo próprio para que sejam constituídas.
Fonte: Adaptada de Minas Gerais (2013).
Internacionalização da economia, 
mundialização da política e políticas públicas 
educacionais
Nas décadas de 1980 e 1990, o mundo passou por grandes transforma-
ções nos aspectos econômicos, políticos, sociais, tecnológicos e culturais. 
Tais transformações confi guraram um novo modo de pensar e viver. Essas 
mudanças normalmente são denominadas mundialização, globalização, 
sociedade da informação, sociedade do conhecimento, pós-modernidade, 
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade6
capitalismo tardio, etc. Elas afetam diretamente a forma como o mundo 
passa a perceber a educação, infl uenciando diretamente as políticas públicas 
educacionais brasileiras.
Embora o fenômeno da globalização pareça recente, suas raízes remontam 
a épocas anteriores às décadas de 1980 e 1990, uma vez que acompanham 
a própria evolução do capitalismo. Para conhecer as etapas do capitalismo, 
observe o Quadro 2, a seguir.
Fonte: Adaptado de Libâneo, Oliveira e Toschi (2012).
Capitalismo 
concorrencial
Ocorre no século XVIII e se estende até o início do 
século XIX, época da Primeira Revolução Industrial 
e do liberalismo clássico.
Capitalismo 
monopolista ou 
imperialismo
Ocorre do século XIX até o início do século 
XX. Nessa época, houve a Segunda Revolução 
Industrial, a formação de monopólios 
econômicos, o liberalismo, o socialismo, o 
fascismo e o nazismo.
Capitalismo 
monopolista de Estado
Ocorre no século XX, após a Segunda Guerra Mundial. 
Há o estado de bem-estar social e o social-liberalismo.
Capitalismo 
concorrencial global
Ocorre do século XX, das décadas de 1980 e 1990, até 
o século XXI. Época da Terceira Revolução Industrial, 
com a ascensão do neoliberalismo de mercado.
Quadro 2. Evolução do capitalismo
A fase atual, de acordo com o Quadro 2, é a da concorrência global. Ela 
é marcada pela Terceira Revolução Industrial, caracterizada principalmente 
pelas inovações tecnológicas que propiciaram grandes avanços nas comu-
nicações e no compartilhamento de informações em rede. Fazem parte dos 
inventos da Terceira Revolução Industrial os satélites, os computadores 
pessoais, a internet, os jogos eletrônicos e demais aparelhos que integram 
a tecnologia digital, como smartphones, tablets, GPS, entre outros. Essa 
revolução permitiu o fenômeno da compressão espaço-tempo, que é uma 
característica pós-moderna.
7A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
A compressão espaço-tempo é vista como um fenômeno que planifica o mundo. 
Ou seja, hoje se pode falar em tempo real com qualquer lugar do planeta, sem haver 
deslocamento no espaço, por exemplo. Antes da tecnologia de comunicação digital, 
você teria que se deslocar durante certo tempo, percorrer as distâncias físicas existentes 
para conseguir executar determinadas ações.
De acordo com Aranha (2004, p. 234), “No âmbito dos negócios, essas faci-
lidades desencadeiam a globalização da economia. O fortalecimento das multi-
nacionais, por sua vez, paulatinamente enfraquece a capacidade de os Estados 
nacionais interferirem na gestão dos negócios [...]”. Com a globalização, os Estados 
veem-se obrigados a diminuir suas regulações. Isso permite que o capitalismo se 
expanda e possa projetar-se ao seu máximo, buscando construir sua aldeia global.
Além disso, hoje ocorre o processo de expansão e consolidação do neolibe-
ralismo, que representa a racionalidade dominante no mundo atual. Seguindo 
as lógicas neoliberais, a educação, assim como todas as demais áreas, deve 
ser regulada pelo mercado, ou seja, todas as estruturas são convertidas em 
empresas, inclusive as escolas. Num cenário neoliberal, cabe ao Estado so-
mente amparar aqueles que se encontram muito marginalizados e vulneráveis. 
Também é responsabilidade dele fazer com que todos desenvolvam suas 
competências e habilidades para viver em sociedade e consigam ter renda, 
consumir e, assim, ter “qualidade de vida”.
As características do capitalismo concorrencial global podem ser resumidas 
da seguinte forma (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 84):
  Estado mínimo e economia de mercado, desregulamentação e 
privatização;
  acumulação flexível do capital, da produção, do trabalho e do mercado;
  sistema financeiro autônomo dos Estados nacionais;
  mudanças técnico-científicas aceleradas;
  ordem econômica determinadapelas corporações mundiais, pelas 
transnacionais, pelas instituições financeiras internacionais e pelos 
países centrais;
  globalização/integração da produção, do capital, dos mercados e do 
trabalho.
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade8
Como você pode perceber, a expansão do capitalismo como sistema 
econômico e do neoliberalismo como sistema de governo é impulsionada 
a partir do fenômeno da globalização, trazendo consequências para todas 
as áreas, se fazendo presentes em todas as políticas públicas, inclusive nas 
educacionais. Dessa forma, “[...] a globalização não é um conceito científico, 
mas sim uma ideologia resultante da crise estrutural do capitalismo [...]” 
(LEHER, 1998, p. 117).
Hoje, muitas instituições internacionais, financeiras ou não, se encon-
tram atreladas a programas e ações do Ministério da Educação. É o caso 
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(UNESCO) e da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econô-
mico (OCDE). A partir disso, você pode ter uma noção mais aproximada 
das transformações globais que procuram universalizar e homogeneizar as 
culturas das nações.
Você pode considerar para análise a educação básica e suas políticas 
de avaliação. Você vai notar que, ao lado das medições promovidas pelo 
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que procura medir a 
proficiência dos alunos, tem sido utilizado o Programme for International 
Student Assessment (Pisa). Ele é uma avaliação trianual internacional 
coordenada pela OCDE com o objetivo de produzir indicadores voltados 
[...] para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, de 
modo a subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. A avaliação procura 
verificar até que ponto as escolas de cada país participante estão preparando 
seus jovens para exercer o papel de cidadãos na sociedade contemporânea 
[...] (BRASIL, 2018).
Pode-se dizer que, ao aplicar suas avaliações aos países-membros e 
àqueles que desejam se inserir entre eles, como é o caso do Brasil, os orga-
nismos internacionais perseguem a construção de uma identidade de sujeito 
cidadão contemporâneo, logo, alinhado com os preceitos globais, com as 
ideias neoliberais e típicas de uma sociedade capitalista e de hiperconsumo.
Outro ponto importante que merece destaque ao se analisar a educação 
frente à mundialização da política (neoliberalismo) e à internacionalização 
da economia (globalização) são os pressupostos estabelecidos na Conferência 
Mundial Educação para Todos, realizada em 1990. O relatório elaborado pela 
Conferência, intitulado Educação: um tesouro a descobrir, impactou o mundo 
todo ao propor os seus famosos pilares da educação (Figura 2).
9A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
Figura 2. Os pilares do conhecimento do relatório Educa-
ção: um tesouro a descobrir.
Fonte: adaptada de Delors (2003).
Entendendo que a educação para o século XXI deveria ser revista para acom-
panhar as mudanças advindas da nova realidade global, o relatório constrói as 
bases pelas quais a educação assumiria seu caráter mundial. Segundo o relatório,
Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada 
quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É 
antes necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da 
vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros 
conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança (DELORS, 2003, p. 89).
Dessa forma, são necessárias adequações curriculares para esse novo 
modelo de educação que se instala a partir da Conferência de Jomtien. Além 
disso, há a impulsão da educação permanente, ou seja, da educação que se 
estende ao longo de toda a vida. Hoje, essa noção impõe a necessidade da 
constante busca por aprimoramento e aperfeiçoamento de competências. Afinal, 
uma das características desses tempos globalizados é justamente a grande 
valorização das competências intelectuais desenvolvidas pelas pessoas, que 
as qualificam para o mercado de trabalho e permitem que possam concorrer 
às vagas de emprego existentes. Logo, uma educação formal de qualidade 
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade10
produz vantagens na hora de inserir-se no mercado de trabalho ofertando sua 
mão de obra. Esse fator, porém, eleva ainda mais a desigualdade e a dispari-
dade existente entre a formação escolar de alguns alunos que, devido à rede 
de ensino de que participam, podem ter uma educação de menor qualidade.
Essas preocupações em busca de equidade e de um nivelamento curricular 
mínimo entre as redes públicas e particulares de ensino têm feito parte das políticas 
públicas educacionais recentes. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
pode ser citada como exemplo dessa busca na educação básica. Para acesso ao 
ensino superior, pode-se citar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que 
propiciou a inserção de jovens das camadas mais populares nas universidades 
públicas a partir da criação de cotas para alunos formados nas escolas públicas.
Visite o site do Ministério da Educação, navegue em seus 
programas e ações voltados à organização do sistema 
educacional brasileiro e assista ao vídeo “MEC quer avaliar a 
efetividade das políticas públicas”. Confira no link a seguir.
https://goo.gl/my2anr
As relações entre educação e Estado 
e as políticas públicas para os diferentes 
níveis de ensino
As políticas educacionais brasileiras podem ser divididas, para efeito didático, 
entre aquelas existentes antes da década de 1990 e as posteriores. Afi nal, a 
Constituição Federal de 1988 e, mais especifi camente, a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional, de 1996, fazem parte da reforma do Estado 
nacional em busca da redemocratização, da cidadania e do acompanhamento 
das mudanças internacionais advindas da globalização e do neoliberalismo.
A Primeira República, que começa com a queda da monarquia, em 1889, 
também conhecida como República Velha ou República dos Coronéis, estende-
-se até o final do segundo governo de Getúlio Vargas, em 1945. Nesse período, 
muitos acontecimentos importantes ocorreram no mundo, como a Primeira 
Guerra Mundial (1914–1918), a Revolução Russa de 1917 e a quebra da Bolsa de 
Nova Iorque, em 1929. Naturalmente, esses episódios afetaram também o Brasil.
11A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
A educação nacional, nesse período, tem como principal movimento o Mani-
festo dos Pioneiros da Educação Nova, que “[...] defende a educação obrigatória, 
pública, gratuita e leiga como um dever do Estado, a ser implantada em âmbito 
nacional. Critica o sistema dual, que destina uma escola para os ricos e outra para 
os pobres, reivindicando a escola básica única [...]” (ARANHA, 2004, p. 198). 
Esse manifesto, assinado por 26 educadores influentes da época, foi importante 
por manifestar a importância e a urgência da criação de um sistema educacional 
organizado para o Brasil e, também, para que o acesso à educação escolar se 
estendesse a todos, não somente à elite. Houve algumas reformas durante o período 
da Primeira República, como a Reforma Francisco Campos no ensino universi-
tário e os decretos que estabelecem e estruturam o ensino secundário. Porém, há 
críticas em relação “[...] ao total descaso pela educação fundamental. Além disso, 
a formação de professores não se consolida de fato [...]” (ARANHA, 2004, p. 201).
A Segunda República tem início após a Segunda Guerra Mundial (1939–
1945), em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas, e se estende até o golpe 
militar de 1964. É um período conhecido pelo populismo e que dá continuidade 
à substituição do modelo econômico agroexportador pelo nacional-desenvol-
vimentista. Existe forte interferência do governo na economia, com a criação 
de vários grupos empresariais, como a Petrobrás. O Brasil vivencia a “[...] 
invasão econômica e cultural americana, e no governo Juscelino Kubitschek 
(1956–1971)as indústrias multinacionais (por exemplo, a automobilística) 
entram definitivamente no Brasil [...]” (ARANHA, 2004, p. 195). Nesse período 
da história brasileira, ocorre a retomada do Estado de Direito, com governos 
eleitos pelo povo e movidos pela esperança de um progresso acelerado. Porém, 
começam a ocorrer mudanças no modelo econômico, pois o desenvolvimen-
tismo vê-se em contradição com a entrada das multinacionais.
É nesse cenário que ocorre a discussão da primeira Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, de 1961. Porém, não ocorreram avanços significativos 
para a educação, uma vez que nas décadas de 1950 e 1960 mais da metade dos 
brasileiros continuava analfabeta, faltavam escolas em número suficiente para 
atender à demanda e a educação continuava refletindo os interesses das classes 
dominantes. Na década de 1960, destacam-se os movimentos de educação 
popular, sobretudo na figura de Paulo Freire, que atuava junto à população 
adulta vulnerável procurando, por meio de suas técnicas filosóficas, fazer com 
que seus alunos desenvolvessem a criticidade e elaborassem novas leituras 
de mundo. Esses movimentos, entretanto, foram interrompidos pela ascensão 
dos militares ao poder em 1964.
A ditadura militar instaura mudanças radicais na área da educação, como 
a relacionada à representação estudantil. A União Nacional dos Estudantes 
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade12
(UNE) é considerada fora da lei pelo seu caráter subversivo. Os grêmios 
estudantis são transformados em centros cívicos sob o comando do profes-
sor de educação moral e cívica, disciplina que se torna “[...] obrigatória nas 
escolas em todos os graus e modalidade de ensino [...]” (ARANHA, 2004, 
p. 211). Nessa época do regime militar, a educação reproduz uma tendência 
tecnicista, procurando alinhar a educação com o conceito de capital humano 
internacional. Destacam-se também os acordos MEC–USAID, ou seja, do 
Ministério da Educação e Cultura brasileiro (MEC) com a United States 
Agency for International Development (USAID), agência norte-americana 
que fornece assistência técnica e financeira para a reforma educacional. Tal 
acordo foi proposto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1971. Clark, 
Nascimento e Silva (2006, p. 128) comentam que
Para os países centrais, que implementavam a expansão do capitalismo, 
os investimentos na área de educação dos países periféricos tinham por 
objetivo expandir mercados, introduzindo novos hábitos de consumo nas 
camadas mais altas da população e, ao mesmo tempo, criar, através do 
ensino, mão de obra de baixo nível. Dessa forma, a dependência cultural é, 
ao mesmo tempo, fator e instrumento de reforço da dependência política e 
da dependência econômica.
Você pode perceber que as questões educacionais acabam sendo atreladas 
aos aspectos políticos e econômicos que envolvem as nações. As décadas de 
1960 e 1970 foram marcadas pela expansão do capitalismo e pela busca de 
hegemonia norte-americana. Nesse período, tiveram início os processos de 
mundialização das grandes corporações, o que necessitava de mão de obra e 
de consumidores em potencial.
Segundo Minto (2016), Theodore W. Schultz, professor do departamento de economia 
da Universidade de Chicago, é considerado o principal formulador da ideia de capital 
humano. Ela surgiu da preocupação em explicar os ganhos de produtividade gerados 
pelo “fator humano” na produção. A conclusão de tais esforços redundou na concepção 
de que o trabalho humano, quando qualificado por meio da educação, era um dos mais 
importantes meios para a ampliação da produtividade econômica e, portanto, das taxas 
de lucro do capital. Aplicada ao campo educacional, a ideia de capital humano gerou 
toda uma concepção tecnicista sobre o ensino e sobre a organização da educação, o 
que acabou por mistificar seus reais objetivos.
13A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
Ao estabelecer esses acordos, o Brasil transfere à USAID todo o poder para 
gerir aspectos em todos os níveis da educação escolar nacional. Nos anos 1980, 
o País viveu um período de enfraquecimento e contestação do regime militar. 
Assim, se iniciou a busca pela redemocratização nacional, que se consolidou em 
1985, com a eleição de Tancredo Neves. Tancredo foi eleito de forma indireta, 
uma vez que as campanhas populares por Diretas Já não obtiveram sucesso, 
sendo rejeitadas pelo Congresso Nacional da época. Tancredo Neves concorreu 
com Paulo Maluf e foi eleito com 480 votos contra 180 de Maluf. Porém, nunca 
chegou a assumir a presidência da República, pois adoeceu e acabou falecendo 
vítima de complicações intestinais ocasionadas por uma diverticulite. Diante 
disso, assumiu a presidência o vice-presidente, José Sarney.
Para complementar seus estudos sobre os fatos internacionais e nacionais que ocorre-
ram da década de 1980 até os dias atuais e que afetaram a educação brasileira, assista 
à palestra do professor Demerval Saviani intitulada “A política educacional brasileira 
após a ditadura militar até os dias atuais”, disponível no link a seguir.
https://goo.gl/1Jn3kc
O Estado e a educação após a Constituição 
Federal de 1988
A educação foi amplamente discutida na assembleia constituinte instalada 
em 1987, que produziu a Constituição Federal de 1988, em vigência até o 
momento. Os objetivos que eram propostos como pilares já na LDB de 1971 
se incorporaram ao texto constitucional, uma vez que este afi rma, em seu 
artigo 205, que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao 
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania 
e sua qualifi cação para o trabalho”.
Para cumprir os objetivos constitucionais propostos para a educação e 
ainda contemplar as exigências internacionais que buscavam a satisfação das 
necessidades básicas de aprendizagem, a universalização do acesso e a melhoria 
da qualidade da educação, o Brasil entrou numa nova fase em suas políticas 
educacionais contemporâneas. Destas, muitas se dedicam à organização e à 
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade14
normatização curricular; outras, ao planejamento geral do sistema educacional, 
ou ainda à avaliação e ao financiamento da educação. A seguir, você pode ver 
algumas das políticas educacionais contemporâneas:
  Parâmetros Curriculares Nacionais;
  LDB de 1996;
  Planos Nacionais de Educação 2001–2010 e 2014–2024;
  Referenciais Curriculares Nacionais;
  Base Nacional Comum Curricular;
  políticas de avaliação;
  políticas de financiamento.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais começaram a ser elaborados pelo 
Ministério da Educação em 1995 e foram concluídos em 1997. Eles focam nas 
quatro primeiras séries do ensino fundamental da época. Assim, se constituem 
como referências para a equipe pedagógica das escolas para que elaborem os 
seus currículos e o projeto pedagógico das instituições, não sendo de caráter 
obrigatório e normativo. Durante o processo de elaboração dos PCNs, foi 
homologada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, 
que organiza o sistema educacional brasileiro na atualidade. Os PCNs foram 
organizados a partir de áreas de conhecimento, apresentando objetivos para 
elas, seguidos da apresentação dos blocos de conteúdos e critérios de avaliação 
e finalizando com as “[...] orientações didáticas, que são subsídios à reflexão 
sobre como ensinar [...]” (BRASIL, 1996, documento on-line).
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas que possuem 
caráter obrigatório para a educação básica, visando a orientar a forma como 
o currículo das escolas é planejado em todo o sistema educacional brasileiro. 
Fixadas pelo Conselho Nacional de Educação, procuram atender ao que de-
termina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A LBD afirma, 
em seu artigo 9º, inciso IV, ser de incumbência da União “[...] estabelecer, em 
colaboração com os Estados,Distrito Federal e os Municípios, competências 
e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, 
que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos de modo a assegurar 
a formação básica comum [...]” (BRASIL, 1996, documento on-line).
Seguindo na busca pela normatização curricular e visando à construção 
comum dos conhecimentos nas escolas do sistema educacional brasileiro, foi 
elaborada a Base Nacional Comum Curricular, que se propõe, segundo as 
suas palavras introdutórias, a ser “[...] um documento de caráter normativo 
que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais 
15A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades 
da Educação Básica [...]” (BRASIL, 2017, p. 9). Ou seja, ela norteia aquilo 
que será desenvolvido curricularmente, aquilo que será ensinado aos alunos 
na educação básica. A Base Nacional Comum Curricular, de caráter norma-
tivo para a educação escolar, vem ao encontro do que é requerido no Plano 
Nacional de Educação (2014–2024) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais 
da Educação Básica.
O Plano Nacional de Educação (2014–2024), de caráter decenal, com a 
Emenda Constitucional nº 59/2009, deixou de ser uma disposição transitória da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, passando a ser uma exigência 
constitucional. Esse importante instrumento articula o Sistema Nacional de 
Educação, apresentando inclusive o percentual do Produto Interno Bruto 
(PIB) para o financiamento de suas ações em busca do atendimento das suas 
20 metas. Essas metas envolvem a garantia do direito à educação básica de 
qualidade, a redução das desigualdades e a valorização da diversidade, dos 
profissionais da educação e da educação superior.
As políticas de avaliação são importantes para que o Ministério da Educação 
possa monitorar, analisar e avaliar suas políticas educacionais. Para que se possa 
medir com maior eficiência o rendimento escolar, deve-se levar em conta três es-
feras de avaliação: a da aprendizagem dos estudantes, a das instituições de ensino 
e a do próprio sistema escolar. Essas esferas são perseguidas pelo Ministério da 
Educação a partir das ações do Sistema de Avaliação da Educação Básica. Esse 
sistema inclui: a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a Prova Brasil, 
o Exame Nacional do Ensino Médio e o Exame Nacional para Certificação de 
Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA), bem como o Exame Nacional 
da Avaliação do Estudante (ENADE) para o ensino superior. Ao comentar sobre 
a importância da avaliação, o Ministério da Educação destaca que
[...] o desafio não está somente em desenvolver metodologias de avaliação para 
a educação básica e para o ensino médio em particular, mas como se podem 
tornar coerentes objetivos e metodologias. Afinal de contas, a avaliação do 
desempenho do aluno contribui para a política educacional constituindo-se 
em um componente da avaliação dos sistemas de ensino (BRASIL, 2018).
As políticas de financiamento são as responsáveis pelo repasse de recursos 
para que a educação possa ser implementada e atenda aos objetivos do sistema 
educacional brasileiro. Dentro da organização da educação nacional, há “[...] o 
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal 
criada pela Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada pelo Decreto-
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade16
-Lei nº 872, de 15 de setembro de 1969, [que] é responsável pela execução de 
políticas educacionais do Ministério da Educação” (BRASIL, 2018).
O FNDE possui atualmente três políticas principais: o Fundo de Finan-
ciamento Estudantil (FIES), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e o 
Salário-Educação. Por meio dessas políticas de financiamento da educação, os 
recursos financeiros necessários às instituições do sistema de ensino brasileiro 
proporcionam que elas persigam suas metas em busca de uma educação de 
qualidade para todos os estudantes.
No Quadro 3, a seguir, você pode ver algumas das políticas públicas educa-
cionais contemporâneas que estudou aqui. Elas estão divididas entre educação 
básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e ensino superior.
Educação 
básica
Alfabetização e qualidade no ensino
Programa Mais Alfabetização
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
Novo Mais Educação
Ensino Médio Inovador
Parlamento Juvenil do Mercosul
ProInfância
Saúde na Escola
Atleta na Escola
Formação continuada de professores
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
Proinfantil
Plano Nacional de Formação de Professores na Educação 
Básica (Parfor)
Proinfo Integrado
e-Proinfo
Pró-letramento
Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (GESTAR II)
Rede Nacional de Formação Continuada de Professores
Livros e materiais para escolas, estudantes e professores
Programa Nacional do Material e do Livro Didático (PNLD)
Quadro 3. Políticas públicas educacionais contemporâneas por nível de educação
(Continua)
17A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
Educação 
básica
Tecnologia a serviço da educação básica
TV Escola
Portal do Professor
Salto para o Futuro
Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE)
Domínio Público
Guia de Tecnologias
Apoio à gestão escolar
Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE)
Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais (PRADIME)
Escola de Gestores da Educação Básica
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares
Infraestrutura
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
Plano de Ações Articuladas
Educação Infantil e Quadras Poliesportivas
Proinfo
Caminho da Escola
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)
Programa Nacional de Alimentação Escolar
Avaliações da aprendizagem
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)
Sistema de Avaliação da Educação Básica
Prova Brasil
Provinha Brasil
Prêmios e competições
Olimpíada Brasileira de Matemática para as Escolas Públicas 
(OBMEP)
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP)
Prêmio Professores do Brasil
Ensino 
superior
Avaliação, regulação e supervisão da educação superior
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)
Cadastro de Instituições e Cursos da Educação Superior (e-MEC)
Supervisão de Cursos da Educação Superior
Cartilha da Qualidade da Educação Superior
Quadro 3. Políticas públicas educacionais contemporâneas por nível de educação
(Continuação)
(Continua)
A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade18
Como você pode perceber, existem muitas políticas públicas educacionais 
na atualidade que, por meio da coordenação do Ministério da Educação, se 
voltam ao atendimento dos níveis da educação (básico e superior) e de todas 
as modalidades educacionais existentes no sistema de educação brasileiro. 
Fonte: Adaptado de Brasil (2018).
Ensino 
superior
Reestruturação e expansão das universidades federais
Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades 
Federais (Reuni)
Programa de Educação Tutorial (PET)
Programa de Apoio à Extensão Universitária (Proext)
Acessibilidade na Educação Superior (Programa Incluir)
Programa Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior 
(Promisaes)
Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES)
Credenciamento de Fundações de Apoio
Programa Mais Cultura nas Universidades
Bolsas e financiamentos
Idiomas sem fronteiras
Programa IES-MEC/BNDES
Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento 
das Instituições de Ensino Superior (Proies)
Programa Universidade Para Todos (ProUni)
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
Programa Bolsa Permanência
Gestão e expansão para educação em saúde
Programa Mais Médicos
Projeto Mais Médicos para o Brasil
Residências em saúde
Hospitais universitários
Programas e convênios internacionais
Certificado de Proficiênciaem Língua Portuguesa para 
Estrangeiros (Celpe-bras)
Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G)
Programa de Mobilidade Acadêmica Regional em Cursos 
Acreditados (Marca)
Quadro 3. Políticas públicas educacionais contemporâneas por nível de educação
(Continuação)
19A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade
Assim, existe o empenho do governo em planejar, dirigir, organizar e controlar 
as áreas pertinentes à educação, buscando a melhoria dos índices educacionais 
para acompanhar as tendências internacionais de países desenvolvidos e atingir 
as finalidades da educação escolar brasileira.
ARANHA, M. L. A. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
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