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POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO Pablo Rodrigo Bes A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os contextos históricos, econômicos, políticos e culturais da elaboração e da implementação de políticas educacionais. Questionar o processo nacional de elaboração de políticas públicas no bojo da mundialização da política e da internacionalização da economia. Diferenciar as mudanças das relações entre educação e Estado: polí- ticas públicas para os diferentes níveis de ensino. Introdução Para que seja realizada a gestão nacional, devem ser considerados os aspectos sociais, históricos, econômicos, políticos e culturais que con- figuram o Brasil enquanto nação. Em todas as áreas, precisam existir ações organizadas, que são chamadas de políticas públicas. Na área da educação escolar, não é diferente. São necessárias muitas políticas públicas que abranjam os níveis da educação (básica e superior) e suas particularidades. Na atualidade, essas políticas costumam acompanhar tendências internacionais, relacionadas à busca pelo acesso universal à educação escolar e por melhores padrões de qualidade educacional. Neste capítulo, você vai estudar os contextos de elaboração e im- plementação das políticas públicas educacionais no Brasil. Também vai analisar como a mundialização da política e a internacionalização da economia contribuem para o processo nacional de elaboração de políticas públicas. Além disso, vai verificar as mudanças nas relações entre o Estado e a educação a partir das políticas públicas para os diferentes níveis educacionais. Elaboração e implementação de políticas públicas educacionais Para começar a estudar as políticas públicas educacionais, você precisa entender que uma política pública é uma ação realizada pelo Estado para cumprir suas atribuições perante a sociedade. Ou seja, uma política pública tem fi nalidade pública, coletiva. Dessa forma, dentro de uma lógica de administração ou gestão da União, são criadas ações, planos ou programas que possam conduzir as mais variadas áreas que estruturam e organizam o País. Uma dessas áreas é a da educação. Souza (2003, p. 13) defi ne as políticas públicas como sendo um Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e/ou entender por que e como as ações tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente). Em outras palavras, o processo de formulação de política pública é aquele através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e ações, que produzirão os resultados ou as mudanças desejadas no mundo real. Como você pode perceber, as políticas públicas se alinham com os movimentos realizados pelos governos para conduzir suas nações no rumo planejado, devendo ser acompanhadas, monitoradas e corrigidas quando necessário. Essas políticas públicas, quando relacionadas ao campo da educação, costumam ser entendidas de forma mais restritiva, uma vez que as políticas públicas educacionais regulam e orientam os sistemas de ensino, instituindo a educação. Para entender como os sistemas de ensino brasileiros são organizados, regulados e orientados a partir de políticas públicas educacionais, você precisa considerar alguns aspectos determinantes para a elaboração e a implementação dessas políticas, como: históricos; econômicos; políticos; culturais. O contexto histórico tem sido determinante na implantação de políticas públicas educacionais, uma vez que a educação costuma ser reivindicada para atender às demandas de cada época histórica. Dessa forma, no início do século XX, por exemplo, o Brasil estava em busca da substituição do seu modelo agrário por um modelo de industrialização e urbanização. Nesse cenário, as políticas educacionais voltam-se para a formação de mão de obra minimamente A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade2 qualificada para fornecer operários para as fábricas. Essas ações são reforçadas a partir das ideias do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, de 1932, e da própria Constituição de 1934, que coloca a prioridade e a obrigatoriedade no ensino primário a todos. Devido à necessidade de apoiar a expansão industrial e a crescente urbanização e de erradicar o analfabetismo que assolava mais da metade do público adulto na época, foram criadas as primeiras campanhas voltadas para a alfabetização desse público. Você pode considerar que o período anterior à Constituição de 1988 “[...] se estruturou a partir de questões relativas a um modelo brasileiro de desen- volvimento. O debate se fazia sobre os impactos redistributivos das ações governamentais e do tipo de racionalidade que orientava o projeto de moder- nização [...]” (LEMES, 2016, p. 1619). Após o processo de redemocratização brasileiro, com a Constituição de 1988, o contexto histórico se altera e as políticas educacionais também acompanham essa mudança. Assim, entram em voga os conceitos de cidadania, democracia, inclusão, entre outros, inaugurando uma nova agenda relativa às “[...] questões sobre organização institucional, em termos de: descentralização, participação, transparência e redefinição da relação público-privado nas políticas [...]” (LEMES, 2016, p. 1619). Os aspectos econômicos também afetam diretamente a elaboração e a implementação das políticas públicas. Como os recursos são escassos, cabe ao gestor público planejar como serão financiadas as ações e os programas edu- cacionais. Muitas vezes, é necessário fazer escolhas em termos de focalização para o setor educacional. Como a educação tem sido associada diretamente ao desenvolvimento econômico das nações, ela se reveste de importância, uma vez que as políticas públicas educacionais podem ser compreendidas como investimentos de caráter prospectivo no país. A partir da década de 1990, o Brasil, acompanhando a tendência mundial da globalização e do neoliberalismo como sistema de governo hegemônico, participou da Conferência Mundial da Educação para Todos, em Jontiem, na Tailândia, o que demonstra a sua preocupação em modernizar seu sistema educacional. A Declaração de Jomtien, de 1990, reforça a ideia de investimento na educação básica, buscando a sobrevivência, o desenvolvimento pleno das capacidades, vida e trabalho dignos, melhoria na qualidade de vida, possibili- dade de tomar decisões informadas e possibilidade de continuar aprendendo. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) or- ganiza e promove a educação básica e superior. Na década de 1990, surgem também os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que visam a orientar a formulação dos currículos brasileiros extensivos a todas as escolas do sistema educacional brasileiro. 3A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade O contexto político se faz presente nas políticas públicas como um todo e, da mesma forma, nas políticas públicas educacionais. Afinal, elas envolvem os embates entre os posicionamentos ideológicos que compõem os movimentos políticos presentes no País. Para analisar o contexto político mundial, você precisa conhecer os conceitos de liberalismo, estado de bem-estar social (welfare state) e neoliberalismo. Veja o Quadro 1, a seguir. Corrente Principais ideias Ação do estado Liberalismo Herdeiro do pensamento iluminista do século XVIII. Defende o capitalismo. Seu fundador é Adam Smith, baseando-se em suas ideias de que o mercado deveria regular as ações sociais. Não intervém na economia. Deve somente harmonizar os interesses individuais para buscar o bem-estar da coletividade. Estado de bem-estar social Surge após a Segunda Guerra Mundial, associado à ideia de que o desenvol- vimento está intimamente relacionado aos processos de industrialização e aos problemas sociaisque eles ocasionam. É o Estado assistencial, que garante padrões mínimos de educação, habitação, saúde, renda, seguridade social, entre outros, a todos os cidadãos. O foco do Estado não está na intervenção econômica, e sim nas condições sociais. O ob- jetivo é assegurar a qualidade de vida da população. Neoliberalismo Conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defendem a não participa- ção do Estado na economia, entendendo que a partir da liberdade no comércio haverá o crescimento econô- mico e social de um país. Mínima participação do Estado na economia, agindo indiretamente a partir de agências reguladoras. Privatizações de empresas estatais e circulação de capi- tais internacionais. Ênfase na globalização. Quadro 1. Liberalismo, estado de bem-estar social e neoliberalismo A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade4 A colisão entre as ideias liberais e progressistas esteve muito presente na educação brasileira. Ela produziu teorias pedagógicas e inspirou normas e legislações para a organização do sistema de ensino nacional. Ao analisar o contexto político e econômico brasileiro na atualidade, Lemes (2016, p. 1623) assevera que Hoje o Brasil vive um momento de grande dificuldade econômica e políti- ca, salvo análise com maior profundidade de argumentação, por conta dos conflitos políticos institucionais, partidários e programáticos, originários nas matrizes cognitivas e normativas existentes no âmbito da sociedade bra- sileira e da estrutura partidária que compõe o poder político. Essa situação notadamente fragilizou esse poder político nos diferentes níveis da estrutura federalizada do país, afetando de maneira significativa a interlocução local enquanto instrumentos de regulação nesse segmento. Você deve notar que o contexto político vai muito além das questões po- lítico-partidárias, pois também envolve os movimentos sociais organizados na luta por direitos comuns. Nas políticas educacionais, há vários exemplos dessa ordem, como os grupos organizados com o objetivo de construir políticas públicas educacionais inclusivas (negros, índios, pessoas com deficiência) em ambos os níveis da educação: básica e superior. Os aspectos culturais se encontram implícitos nas políticas públicas educa- cionais. Eles podem retratar a cultura hegemônica da sociedade, representando o poder de algum grupo específico que, a partir de sua articulação, consegue impor seu modelo educacional. Por outro lado, podem envolver o entendimento de que todas as culturas são importantes e devem ser contempladas em busca de equidade e justiça social. Pode-se dizer que o Brasil, anteriormente à Constituição de 1988, repro- duziu uma ideia de cultura eurocêntrica (branca, heterossexual, masculina e cristã). Após o período de democratização brasileira, começam a ser discutidas as primeiras políticas em busca do reconhecimento cultural de alguns grupos historicamente segregados. Então, as políticas educacio- nais começam a envolver ao menos os conceitos de multiculturalismo e diversidade cultural. 5A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade A construção de uma política pública costuma seguir algumas fases específicas, como você pode ver a seguir e na Figura 1: formação da agenda; formulação da política; processo de tomada de decisão; implementação da política; avaliação da política. Essas fases são essenciais para que a política atinja suas finalidades e traga realmente o bem público à coletividade que a demanda. Figura 1. As políticas públicas possuem um ciclo próprio para que sejam constituídas. Fonte: Adaptada de Minas Gerais (2013). Internacionalização da economia, mundialização da política e políticas públicas educacionais Nas décadas de 1980 e 1990, o mundo passou por grandes transforma- ções nos aspectos econômicos, políticos, sociais, tecnológicos e culturais. Tais transformações confi guraram um novo modo de pensar e viver. Essas mudanças normalmente são denominadas mundialização, globalização, sociedade da informação, sociedade do conhecimento, pós-modernidade, A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade6 capitalismo tardio, etc. Elas afetam diretamente a forma como o mundo passa a perceber a educação, infl uenciando diretamente as políticas públicas educacionais brasileiras. Embora o fenômeno da globalização pareça recente, suas raízes remontam a épocas anteriores às décadas de 1980 e 1990, uma vez que acompanham a própria evolução do capitalismo. Para conhecer as etapas do capitalismo, observe o Quadro 2, a seguir. Fonte: Adaptado de Libâneo, Oliveira e Toschi (2012). Capitalismo concorrencial Ocorre no século XVIII e se estende até o início do século XIX, época da Primeira Revolução Industrial e do liberalismo clássico. Capitalismo monopolista ou imperialismo Ocorre do século XIX até o início do século XX. Nessa época, houve a Segunda Revolução Industrial, a formação de monopólios econômicos, o liberalismo, o socialismo, o fascismo e o nazismo. Capitalismo monopolista de Estado Ocorre no século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Há o estado de bem-estar social e o social-liberalismo. Capitalismo concorrencial global Ocorre do século XX, das décadas de 1980 e 1990, até o século XXI. Época da Terceira Revolução Industrial, com a ascensão do neoliberalismo de mercado. Quadro 2. Evolução do capitalismo A fase atual, de acordo com o Quadro 2, é a da concorrência global. Ela é marcada pela Terceira Revolução Industrial, caracterizada principalmente pelas inovações tecnológicas que propiciaram grandes avanços nas comu- nicações e no compartilhamento de informações em rede. Fazem parte dos inventos da Terceira Revolução Industrial os satélites, os computadores pessoais, a internet, os jogos eletrônicos e demais aparelhos que integram a tecnologia digital, como smartphones, tablets, GPS, entre outros. Essa revolução permitiu o fenômeno da compressão espaço-tempo, que é uma característica pós-moderna. 7A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade A compressão espaço-tempo é vista como um fenômeno que planifica o mundo. Ou seja, hoje se pode falar em tempo real com qualquer lugar do planeta, sem haver deslocamento no espaço, por exemplo. Antes da tecnologia de comunicação digital, você teria que se deslocar durante certo tempo, percorrer as distâncias físicas existentes para conseguir executar determinadas ações. De acordo com Aranha (2004, p. 234), “No âmbito dos negócios, essas faci- lidades desencadeiam a globalização da economia. O fortalecimento das multi- nacionais, por sua vez, paulatinamente enfraquece a capacidade de os Estados nacionais interferirem na gestão dos negócios [...]”. Com a globalização, os Estados veem-se obrigados a diminuir suas regulações. Isso permite que o capitalismo se expanda e possa projetar-se ao seu máximo, buscando construir sua aldeia global. Além disso, hoje ocorre o processo de expansão e consolidação do neolibe- ralismo, que representa a racionalidade dominante no mundo atual. Seguindo as lógicas neoliberais, a educação, assim como todas as demais áreas, deve ser regulada pelo mercado, ou seja, todas as estruturas são convertidas em empresas, inclusive as escolas. Num cenário neoliberal, cabe ao Estado so- mente amparar aqueles que se encontram muito marginalizados e vulneráveis. Também é responsabilidade dele fazer com que todos desenvolvam suas competências e habilidades para viver em sociedade e consigam ter renda, consumir e, assim, ter “qualidade de vida”. As características do capitalismo concorrencial global podem ser resumidas da seguinte forma (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 84): Estado mínimo e economia de mercado, desregulamentação e privatização; acumulação flexível do capital, da produção, do trabalho e do mercado; sistema financeiro autônomo dos Estados nacionais; mudanças técnico-científicas aceleradas; ordem econômica determinadapelas corporações mundiais, pelas transnacionais, pelas instituições financeiras internacionais e pelos países centrais; globalização/integração da produção, do capital, dos mercados e do trabalho. A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade8 Como você pode perceber, a expansão do capitalismo como sistema econômico e do neoliberalismo como sistema de governo é impulsionada a partir do fenômeno da globalização, trazendo consequências para todas as áreas, se fazendo presentes em todas as políticas públicas, inclusive nas educacionais. Dessa forma, “[...] a globalização não é um conceito científico, mas sim uma ideologia resultante da crise estrutural do capitalismo [...]” (LEHER, 1998, p. 117). Hoje, muitas instituições internacionais, financeiras ou não, se encon- tram atreladas a programas e ações do Ministério da Educação. É o caso da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econô- mico (OCDE). A partir disso, você pode ter uma noção mais aproximada das transformações globais que procuram universalizar e homogeneizar as culturas das nações. Você pode considerar para análise a educação básica e suas políticas de avaliação. Você vai notar que, ao lado das medições promovidas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que procura medir a proficiência dos alunos, tem sido utilizado o Programme for International Student Assessment (Pisa). Ele é uma avaliação trianual internacional coordenada pela OCDE com o objetivo de produzir indicadores voltados [...] para a discussão da qualidade da educação nos países participantes, de modo a subsidiar políticas de melhoria do ensino básico. A avaliação procura verificar até que ponto as escolas de cada país participante estão preparando seus jovens para exercer o papel de cidadãos na sociedade contemporânea [...] (BRASIL, 2018). Pode-se dizer que, ao aplicar suas avaliações aos países-membros e àqueles que desejam se inserir entre eles, como é o caso do Brasil, os orga- nismos internacionais perseguem a construção de uma identidade de sujeito cidadão contemporâneo, logo, alinhado com os preceitos globais, com as ideias neoliberais e típicas de uma sociedade capitalista e de hiperconsumo. Outro ponto importante que merece destaque ao se analisar a educação frente à mundialização da política (neoliberalismo) e à internacionalização da economia (globalização) são os pressupostos estabelecidos na Conferência Mundial Educação para Todos, realizada em 1990. O relatório elaborado pela Conferência, intitulado Educação: um tesouro a descobrir, impactou o mundo todo ao propor os seus famosos pilares da educação (Figura 2). 9A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade Figura 2. Os pilares do conhecimento do relatório Educa- ção: um tesouro a descobrir. Fonte: adaptada de Delors (2003). Entendendo que a educação para o século XXI deveria ser revista para acom- panhar as mudanças advindas da nova realidade global, o relatório constrói as bases pelas quais a educação assumiria seu caráter mundial. Segundo o relatório, Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É antes necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança (DELORS, 2003, p. 89). Dessa forma, são necessárias adequações curriculares para esse novo modelo de educação que se instala a partir da Conferência de Jomtien. Além disso, há a impulsão da educação permanente, ou seja, da educação que se estende ao longo de toda a vida. Hoje, essa noção impõe a necessidade da constante busca por aprimoramento e aperfeiçoamento de competências. Afinal, uma das características desses tempos globalizados é justamente a grande valorização das competências intelectuais desenvolvidas pelas pessoas, que as qualificam para o mercado de trabalho e permitem que possam concorrer às vagas de emprego existentes. Logo, uma educação formal de qualidade A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade10 produz vantagens na hora de inserir-se no mercado de trabalho ofertando sua mão de obra. Esse fator, porém, eleva ainda mais a desigualdade e a dispari- dade existente entre a formação escolar de alguns alunos que, devido à rede de ensino de que participam, podem ter uma educação de menor qualidade. Essas preocupações em busca de equidade e de um nivelamento curricular mínimo entre as redes públicas e particulares de ensino têm feito parte das políticas públicas educacionais recentes. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) pode ser citada como exemplo dessa busca na educação básica. Para acesso ao ensino superior, pode-se citar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que propiciou a inserção de jovens das camadas mais populares nas universidades públicas a partir da criação de cotas para alunos formados nas escolas públicas. Visite o site do Ministério da Educação, navegue em seus programas e ações voltados à organização do sistema educacional brasileiro e assista ao vídeo “MEC quer avaliar a efetividade das políticas públicas”. Confira no link a seguir. https://goo.gl/my2anr As relações entre educação e Estado e as políticas públicas para os diferentes níveis de ensino As políticas educacionais brasileiras podem ser divididas, para efeito didático, entre aquelas existentes antes da década de 1990 e as posteriores. Afi nal, a Constituição Federal de 1988 e, mais especifi camente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, fazem parte da reforma do Estado nacional em busca da redemocratização, da cidadania e do acompanhamento das mudanças internacionais advindas da globalização e do neoliberalismo. A Primeira República, que começa com a queda da monarquia, em 1889, também conhecida como República Velha ou República dos Coronéis, estende- -se até o final do segundo governo de Getúlio Vargas, em 1945. Nesse período, muitos acontecimentos importantes ocorreram no mundo, como a Primeira Guerra Mundial (1914–1918), a Revolução Russa de 1917 e a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929. Naturalmente, esses episódios afetaram também o Brasil. 11A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade A educação nacional, nesse período, tem como principal movimento o Mani- festo dos Pioneiros da Educação Nova, que “[...] defende a educação obrigatória, pública, gratuita e leiga como um dever do Estado, a ser implantada em âmbito nacional. Critica o sistema dual, que destina uma escola para os ricos e outra para os pobres, reivindicando a escola básica única [...]” (ARANHA, 2004, p. 198). Esse manifesto, assinado por 26 educadores influentes da época, foi importante por manifestar a importância e a urgência da criação de um sistema educacional organizado para o Brasil e, também, para que o acesso à educação escolar se estendesse a todos, não somente à elite. Houve algumas reformas durante o período da Primeira República, como a Reforma Francisco Campos no ensino universi- tário e os decretos que estabelecem e estruturam o ensino secundário. Porém, há críticas em relação “[...] ao total descaso pela educação fundamental. Além disso, a formação de professores não se consolida de fato [...]” (ARANHA, 2004, p. 201). A Segunda República tem início após a Segunda Guerra Mundial (1939– 1945), em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas, e se estende até o golpe militar de 1964. É um período conhecido pelo populismo e que dá continuidade à substituição do modelo econômico agroexportador pelo nacional-desenvol- vimentista. Existe forte interferência do governo na economia, com a criação de vários grupos empresariais, como a Petrobrás. O Brasil vivencia a “[...] invasão econômica e cultural americana, e no governo Juscelino Kubitschek (1956–1971)as indústrias multinacionais (por exemplo, a automobilística) entram definitivamente no Brasil [...]” (ARANHA, 2004, p. 195). Nesse período da história brasileira, ocorre a retomada do Estado de Direito, com governos eleitos pelo povo e movidos pela esperança de um progresso acelerado. Porém, começam a ocorrer mudanças no modelo econômico, pois o desenvolvimen- tismo vê-se em contradição com a entrada das multinacionais. É nesse cenário que ocorre a discussão da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1961. Porém, não ocorreram avanços significativos para a educação, uma vez que nas décadas de 1950 e 1960 mais da metade dos brasileiros continuava analfabeta, faltavam escolas em número suficiente para atender à demanda e a educação continuava refletindo os interesses das classes dominantes. Na década de 1960, destacam-se os movimentos de educação popular, sobretudo na figura de Paulo Freire, que atuava junto à população adulta vulnerável procurando, por meio de suas técnicas filosóficas, fazer com que seus alunos desenvolvessem a criticidade e elaborassem novas leituras de mundo. Esses movimentos, entretanto, foram interrompidos pela ascensão dos militares ao poder em 1964. A ditadura militar instaura mudanças radicais na área da educação, como a relacionada à representação estudantil. A União Nacional dos Estudantes A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade12 (UNE) é considerada fora da lei pelo seu caráter subversivo. Os grêmios estudantis são transformados em centros cívicos sob o comando do profes- sor de educação moral e cívica, disciplina que se torna “[...] obrigatória nas escolas em todos os graus e modalidade de ensino [...]” (ARANHA, 2004, p. 211). Nessa época do regime militar, a educação reproduz uma tendência tecnicista, procurando alinhar a educação com o conceito de capital humano internacional. Destacam-se também os acordos MEC–USAID, ou seja, do Ministério da Educação e Cultura brasileiro (MEC) com a United States Agency for International Development (USAID), agência norte-americana que fornece assistência técnica e financeira para a reforma educacional. Tal acordo foi proposto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1971. Clark, Nascimento e Silva (2006, p. 128) comentam que Para os países centrais, que implementavam a expansão do capitalismo, os investimentos na área de educação dos países periféricos tinham por objetivo expandir mercados, introduzindo novos hábitos de consumo nas camadas mais altas da população e, ao mesmo tempo, criar, através do ensino, mão de obra de baixo nível. Dessa forma, a dependência cultural é, ao mesmo tempo, fator e instrumento de reforço da dependência política e da dependência econômica. Você pode perceber que as questões educacionais acabam sendo atreladas aos aspectos políticos e econômicos que envolvem as nações. As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pela expansão do capitalismo e pela busca de hegemonia norte-americana. Nesse período, tiveram início os processos de mundialização das grandes corporações, o que necessitava de mão de obra e de consumidores em potencial. Segundo Minto (2016), Theodore W. Schultz, professor do departamento de economia da Universidade de Chicago, é considerado o principal formulador da ideia de capital humano. Ela surgiu da preocupação em explicar os ganhos de produtividade gerados pelo “fator humano” na produção. A conclusão de tais esforços redundou na concepção de que o trabalho humano, quando qualificado por meio da educação, era um dos mais importantes meios para a ampliação da produtividade econômica e, portanto, das taxas de lucro do capital. Aplicada ao campo educacional, a ideia de capital humano gerou toda uma concepção tecnicista sobre o ensino e sobre a organização da educação, o que acabou por mistificar seus reais objetivos. 13A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade Ao estabelecer esses acordos, o Brasil transfere à USAID todo o poder para gerir aspectos em todos os níveis da educação escolar nacional. Nos anos 1980, o País viveu um período de enfraquecimento e contestação do regime militar. Assim, se iniciou a busca pela redemocratização nacional, que se consolidou em 1985, com a eleição de Tancredo Neves. Tancredo foi eleito de forma indireta, uma vez que as campanhas populares por Diretas Já não obtiveram sucesso, sendo rejeitadas pelo Congresso Nacional da época. Tancredo Neves concorreu com Paulo Maluf e foi eleito com 480 votos contra 180 de Maluf. Porém, nunca chegou a assumir a presidência da República, pois adoeceu e acabou falecendo vítima de complicações intestinais ocasionadas por uma diverticulite. Diante disso, assumiu a presidência o vice-presidente, José Sarney. Para complementar seus estudos sobre os fatos internacionais e nacionais que ocorre- ram da década de 1980 até os dias atuais e que afetaram a educação brasileira, assista à palestra do professor Demerval Saviani intitulada “A política educacional brasileira após a ditadura militar até os dias atuais”, disponível no link a seguir. https://goo.gl/1Jn3kc O Estado e a educação após a Constituição Federal de 1988 A educação foi amplamente discutida na assembleia constituinte instalada em 1987, que produziu a Constituição Federal de 1988, em vigência até o momento. Os objetivos que eram propostos como pilares já na LDB de 1971 se incorporaram ao texto constitucional, uma vez que este afi rma, em seu artigo 205, que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho”. Para cumprir os objetivos constitucionais propostos para a educação e ainda contemplar as exigências internacionais que buscavam a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, a universalização do acesso e a melhoria da qualidade da educação, o Brasil entrou numa nova fase em suas políticas educacionais contemporâneas. Destas, muitas se dedicam à organização e à A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade14 normatização curricular; outras, ao planejamento geral do sistema educacional, ou ainda à avaliação e ao financiamento da educação. A seguir, você pode ver algumas das políticas educacionais contemporâneas: Parâmetros Curriculares Nacionais; LDB de 1996; Planos Nacionais de Educação 2001–2010 e 2014–2024; Referenciais Curriculares Nacionais; Base Nacional Comum Curricular; políticas de avaliação; políticas de financiamento. Os Parâmetros Curriculares Nacionais começaram a ser elaborados pelo Ministério da Educação em 1995 e foram concluídos em 1997. Eles focam nas quatro primeiras séries do ensino fundamental da época. Assim, se constituem como referências para a equipe pedagógica das escolas para que elaborem os seus currículos e o projeto pedagógico das instituições, não sendo de caráter obrigatório e normativo. Durante o processo de elaboração dos PCNs, foi homologada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, que organiza o sistema educacional brasileiro na atualidade. Os PCNs foram organizados a partir de áreas de conhecimento, apresentando objetivos para elas, seguidos da apresentação dos blocos de conteúdos e critérios de avaliação e finalizando com as “[...] orientações didáticas, que são subsídios à reflexão sobre como ensinar [...]” (BRASIL, 1996, documento on-line). As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas que possuem caráter obrigatório para a educação básica, visando a orientar a forma como o currículo das escolas é planejado em todo o sistema educacional brasileiro. Fixadas pelo Conselho Nacional de Educação, procuram atender ao que de- termina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A LBD afirma, em seu artigo 9º, inciso IV, ser de incumbência da União “[...] estabelecer, em colaboração com os Estados,Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos de modo a assegurar a formação básica comum [...]” (BRASIL, 1996, documento on-line). Seguindo na busca pela normatização curricular e visando à construção comum dos conhecimentos nas escolas do sistema educacional brasileiro, foi elaborada a Base Nacional Comum Curricular, que se propõe, segundo as suas palavras introdutórias, a ser “[...] um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais 15A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica [...]” (BRASIL, 2017, p. 9). Ou seja, ela norteia aquilo que será desenvolvido curricularmente, aquilo que será ensinado aos alunos na educação básica. A Base Nacional Comum Curricular, de caráter norma- tivo para a educação escolar, vem ao encontro do que é requerido no Plano Nacional de Educação (2014–2024) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. O Plano Nacional de Educação (2014–2024), de caráter decenal, com a Emenda Constitucional nº 59/2009, deixou de ser uma disposição transitória da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, passando a ser uma exigência constitucional. Esse importante instrumento articula o Sistema Nacional de Educação, apresentando inclusive o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para o financiamento de suas ações em busca do atendimento das suas 20 metas. Essas metas envolvem a garantia do direito à educação básica de qualidade, a redução das desigualdades e a valorização da diversidade, dos profissionais da educação e da educação superior. As políticas de avaliação são importantes para que o Ministério da Educação possa monitorar, analisar e avaliar suas políticas educacionais. Para que se possa medir com maior eficiência o rendimento escolar, deve-se levar em conta três es- feras de avaliação: a da aprendizagem dos estudantes, a das instituições de ensino e a do próprio sistema escolar. Essas esferas são perseguidas pelo Ministério da Educação a partir das ações do Sistema de Avaliação da Educação Básica. Esse sistema inclui: a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a Prova Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio e o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA), bem como o Exame Nacional da Avaliação do Estudante (ENADE) para o ensino superior. Ao comentar sobre a importância da avaliação, o Ministério da Educação destaca que [...] o desafio não está somente em desenvolver metodologias de avaliação para a educação básica e para o ensino médio em particular, mas como se podem tornar coerentes objetivos e metodologias. Afinal de contas, a avaliação do desempenho do aluno contribui para a política educacional constituindo-se em um componente da avaliação dos sistemas de ensino (BRASIL, 2018). As políticas de financiamento são as responsáveis pelo repasse de recursos para que a educação possa ser implementada e atenda aos objetivos do sistema educacional brasileiro. Dentro da organização da educação nacional, há “[...] o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal criada pela Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada pelo Decreto- A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade16 -Lei nº 872, de 15 de setembro de 1969, [que] é responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação” (BRASIL, 2018). O FNDE possui atualmente três políticas principais: o Fundo de Finan- ciamento Estudantil (FIES), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e o Salário-Educação. Por meio dessas políticas de financiamento da educação, os recursos financeiros necessários às instituições do sistema de ensino brasileiro proporcionam que elas persigam suas metas em busca de uma educação de qualidade para todos os estudantes. No Quadro 3, a seguir, você pode ver algumas das políticas públicas educa- cionais contemporâneas que estudou aqui. Elas estão divididas entre educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e ensino superior. Educação básica Alfabetização e qualidade no ensino Programa Mais Alfabetização Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa Novo Mais Educação Ensino Médio Inovador Parlamento Juvenil do Mercosul ProInfância Saúde na Escola Atleta na Escola Formação continuada de professores Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa Proinfantil Plano Nacional de Formação de Professores na Educação Básica (Parfor) Proinfo Integrado e-Proinfo Pró-letramento Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (GESTAR II) Rede Nacional de Formação Continuada de Professores Livros e materiais para escolas, estudantes e professores Programa Nacional do Material e do Livro Didático (PNLD) Quadro 3. Políticas públicas educacionais contemporâneas por nível de educação (Continua) 17A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade Educação básica Tecnologia a serviço da educação básica TV Escola Portal do Professor Salto para o Futuro Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE) Domínio Público Guia de Tecnologias Apoio à gestão escolar Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais (PRADIME) Escola de Gestores da Educação Básica Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares Infraestrutura Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica Plano de Ações Articuladas Educação Infantil e Quadras Poliesportivas Proinfo Caminho da Escola Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) Programa Nacional de Alimentação Escolar Avaliações da aprendizagem Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) Sistema de Avaliação da Educação Básica Prova Brasil Provinha Brasil Prêmios e competições Olimpíada Brasileira de Matemática para as Escolas Públicas (OBMEP) Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP) Prêmio Professores do Brasil Ensino superior Avaliação, regulação e supervisão da educação superior Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) Cadastro de Instituições e Cursos da Educação Superior (e-MEC) Supervisão de Cursos da Educação Superior Cartilha da Qualidade da Educação Superior Quadro 3. Políticas públicas educacionais contemporâneas por nível de educação (Continuação) (Continua) A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade18 Como você pode perceber, existem muitas políticas públicas educacionais na atualidade que, por meio da coordenação do Ministério da Educação, se voltam ao atendimento dos níveis da educação (básico e superior) e de todas as modalidades educacionais existentes no sistema de educação brasileiro. Fonte: Adaptado de Brasil (2018). Ensino superior Reestruturação e expansão das universidades federais Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) Programa de Educação Tutorial (PET) Programa de Apoio à Extensão Universitária (Proext) Acessibilidade na Educação Superior (Programa Incluir) Programa Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior (Promisaes) Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) Credenciamento de Fundações de Apoio Programa Mais Cultura nas Universidades Bolsas e financiamentos Idiomas sem fronteiras Programa IES-MEC/BNDES Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies) Programa Universidade Para Todos (ProUni) Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior Programa Bolsa Permanência Gestão e expansão para educação em saúde Programa Mais Médicos Projeto Mais Médicos para o Brasil Residências em saúde Hospitais universitários Programas e convênios internacionais Certificado de Proficiênciaem Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-bras) Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G) Programa de Mobilidade Acadêmica Regional em Cursos Acreditados (Marca) Quadro 3. Políticas públicas educacionais contemporâneas por nível de educação (Continuação) 19A concepção de políticas públicas educacionais na atualidade Assim, existe o empenho do governo em planejar, dirigir, organizar e controlar as áreas pertinentes à educação, buscando a melhoria dos índices educacionais para acompanhar as tendências internacionais de países desenvolvidos e atingir as finalidades da educação escolar brasileira. ARANHA, M. L. A. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. 2018. Disponível em: <http://portal. inep.gov.br/pisa>. Acesso em: 09 dez. 2018. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394. htm>. Acesso em: 11 dez. 2018. BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. 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