Buscar

TIGRE_Paulo_2006._A_tecnologia_nas_vises_marxista_e_neoclssica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Capítulo 2
A tecnologia nas visões marxista 
e neoclássica
Paulo Tigre
Gestão da Inovação: A Economia da 
Tecnologia no Brasil
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Inovações da 
Segunda Revolução 
Industrial
◼ Aprimoramento da 
tecnologia da 
máquina a vapor e 
sua ampla difusão 
na indústria e nos 
transportes. 
◼ Desenvolvimento 
da tecnologia do 
aço
◼ Inovações se 
espalham na 
Europa continental 
e nos Estados 
Unidos
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Tecelagem movida a vapor em Lancastershire
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Boom ferroviário
da Segunda Revolução Industrial
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
O Brasil entra na era ferroviária 
relativamente cedo. 
◼ Em 1854, João 
Evangelista de Souza, 
o Barão de Mauá 
inaugura a primeira 
ferrovia brasileira 
ligando o Porto de 
Mauá, na baia de 
Guanabara, com a raiz 
da serra de Petrópolis.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Estação da Estrada de 
Ferro Mauá a 
Raiz da Serra
◼ O trajeto servia para a 
ligação com a região 
pioneira na produção 
de café (Vale do 
Paraíba) e era 
utilizado pelo 
Imperador Pedro II 
para suas idas a 
Petrópolis.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
O processo Bessemer de 
fabricação de aço
◼ Primeiro processo industrial de baixo custo para 
produção em massa de aço a partir de ferro gusa 
derretido. 
◼ O processo foi patenteado em 1855 por Henry 
Bessemer tendo sido desenvolvido a partir de 
conhecimentos práticos conhecidos na China desde 
o século III. 
◼ O princípio chave é a remoção das impurezas do 
ferro pela oxidação obtida por meio da injeção de ar 
no ferro derretido. A oxidação também aumenta a 
temperatura da massa de ferro e o mantêm 
derretido. 
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Conversor de Bessemer (1856)
◼ O processo é realizado em 
um grande container oval 
de aço forrado com argila e 
dolomita chamado de 
conversor de Bessemer.
◼ A capacidade de um 
conversor variava de 8 a 30 
toneladas de ferro derretido. 
◼ No alto do conversor tem 
uma abertura geralmente 
inclinada para o lado para 
permitir a introdução do ferro 
e a retirada do produto final. 
◼ A parte de baixo é perfurada 
por canais chamados de 
tuyeres através dos quais o 
ar é introduzido no conversor. 
◼ O conversor gira em torno de 
eixos de forma a receber a 
carga e descarregar o aço.
QUAIS OS PROBLEMAS PRINCIPAIS ENFRENTADOS PELOS PAÍSES 
CONTINENTAIS?
◼
◼-CUSTOS DE TRANSPORTES E
FRAGMENTAÇÃO DOS MERCADOS
•NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO DE
LÃ FINA À INDÚSTRIA DE TECIDOS
TERRITORIAL
◼ -Países maiores em termos populacionais;
◼-Tamanho + Dificuldades geográficas
RECURSOS NATURAIS
◼-Menos favoráveis ao aumento produtivo;
DEFICIÊNCIAS DA NATUREZA
◼-Agravado pela ação do homem
•COBRANÇAS DE PEDÁGIO
(ABUSIVOS)
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Quais os problemas principais enfrentados pelos países 
continentais?
◼
◼ Pelo lado da demanda - Limitações sociais e
institucionais, provocada pela distribuição da riqueza
de forma mais desigual nos paises continentais e
desestímulo ao consumo de produtos padronizados
por parte da sociedade;
◼ Pelo lado da oferta- Considerações políticas e
sociais que acabam por agravar as desvantagens
naturais. (a iniciativa empresarial era um atividade
classista);
◼ Além das restrições institucionais, outro problema
enfrentado foi a ausência do espírito empreendedor
dos industriais, inclusive com o investimento elevado
em unidades fabris ineficientes.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Adam Smith e “A Riqueza das Nações” 
Adam Smith e a revolução industrial
◼ O maior aprimoramento das forças 
produtivas do trabalho, e a maior parte da 
habilidade, destreza e bom senso com os 
quais o trabalho é em toda parte dirigido ou 
executado, parecem ter sido resultados da 
divisão do trabalho.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
A fabricação de alfinetes
◼ Um operário não treinado para essa atividade dificilmente 
poderia talvez fabricar um único alfinete em um dia, 
empenhando o máximo de trabalho; de qualquer forma, 
certamente não conseguirá fabricar vinte. 
◼ (Com divisão de trabalho) um operário desenrola o arame, 
um outro o endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as 
pontas, um quinto o afia nas pontas para a colocação da 
cabeça do alfinete; para fazer uma cabeça de alfinete 
requerem-se 3 ou 4 operações diferentes... 
◼ Assim, a importante atividade de fabricar um alfinete está 
dividida em aproximadamente 18 operações distintas, as 
quais, em algumas manufaturas são executadas por 
pessoas diferentes,ao passo que, em outras, o mesmo 
operário às vezes executa 2 ou 3 delas.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Fabricação com divisão do trabalho
◼ (Com divisão do trabalho), essas 10 pessoas 
conseguiam produzir entre elas mais do que 48 mil 
alfinetes por dia. Assim, já que cada pessoa conseguia 
fazer 1/10 de 48 mil alfinetes por dia, pode-se considerar 
que cada uma produzia 4 800 alfinetes diariamente. Se, 
porém, tivessem trabalhado independentemente um do 
outro, e sem que nenhum deles tivesse sido treinado 
para esse ramo de atividade, certamente cada um deles 
não teria conseguido fabricar 20 alfinetes por dia, e 
talvez nem mesmo 1.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Karl Marx e a 
Tecnologia
◼ Para Marx, a relação entre tecnologia e
sociedade não era determinista, pois um
sistema econômico não poderia ser
moldado apenas pela tecnologia, porque
dependia fundamentalmente das
instituições políticas e sociais;
◼ A tecnologia é considerada um elemento
endógeno presente nas relações
produtivas e na valorização do capital.
◼ A economia capitalista não pode ser
entendida sem que se compreenda a
lógica da mudança tecnológica, pois “a
burguesia em si não poderia existir sem
revolucionar constantemente os meios
de produção”;
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
“Tudo que é 
sólido desmancha 
no ar” 
◼ “A economia capitalista está 
sempre em processo de 
transformação em um turbilhão 
de permanente desintegração de 
mudança, luta e contradição.”
◼ Marx atribui ao sistema 
capitalista um caráter instável e 
extremamente dinâmico. A 
economia capitalista não pode 
ser considerada estacionária 
pois está sempre sendo 
revolucionada por novos 
empreendimentos, pela 
introdução de novas mercadorias 
e novos métodos de produção.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Marx e a 
dinâmica 
econômica
◼ As inovações em bens de capital e 
o aprofundamento da divisão social 
do trabalho constituem segundo 
Marx, a base técnica necessária 
para o processo de acumulação de 
capital. 
◼ As empresas capitalistas procuram 
a todo custo aumentar o tempo de 
trabalho excedente, ou seja, a 
mais-valia, por meio de 
melhoramentos no processo de 
produção e pela introdução de 
máquinas que substituem o 
“trabalho vivo” pelo “trabalho 
morto”.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
A Escola Neoclássica
◼ Enquanto que para os clássicos a discussão se centra na
natureza e nas causas da riqueza das nações (o título do
livro de Smith é “Inquiry about the Nature and Causes of the
Wealth of Nations”) para Walras, Marshall e a escola que
veio ser conhecida como neo-clássica a preocupação se
centra na questão da formação de preços e alocação de
recursos.
◼ A preocupação dos economistas se descola da produção
de bens e serviços para a sua distribuição, enfatizando os
mecanismos de mercado que formam preços e quantidades
produzidas.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Visãoneoclássica sobre a firma
◼ O negligenciamento histórico dos economistas
neoclássicos das questões relativas à organização
industrial e mudança tecnológica se deve à idéia de que
estes temas estão fora do âmbito de competência e
especialização dos economistas, devendo ser tratados
por engenheiros e administradores de empresas.
◼ A firma neoclássica é tratada não como instituição, mas 
sim como ator, com um status similar ao consumidor 
individual. Um ator passivo e sem autonomia, cujas 
funções se resumem em transformar fatores em 
produtos e aperfeiçoar as diferentes variáveis de ação.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Leon Walras (1834-1910)
◼ Procurou ordenar de 
forma lógica o 
funcionamento da 
economia por meio de 
um modelo matemático 
de equilíbrio geral 
formado por uma série 
de equações 
simultâneas. 
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Equação equilibro geral
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Walras e a Lei da Oferta e da Procura
◼ Propõe um mecanismo 
em que todos os 
preços e quantidades 
são determinados de 
uma única forma: a lei 
da oferta e da procura 
regula 
automaticamente a 
economia 
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Alfred Marshall (1842-1924)
◼ Marshall aperfeiçoa o 
modelo walrasiano 
através das teorias de 
equilíbrio parcial. 
◼ Apesar de também 
recorrer ao método 
matemático, ele não via 
a economia com suas 
análises e “leis” como 
dogmas universais e 
imutáveis. 
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Equilíbrio Parcial Estático
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Fluxo circular de renda
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
A visão neoclássica sobre a tecnologia
◼ Apesar do maior realismo da visão de Marshall, a teoria
neoclássica acabou dominada pela proposta walrasiana.
◼ A questão da mudança tecnológica não ocupa o interesse pois
as preocupações centrais se concentram nas questões de
equilíbrio geral;
◼ Somente no final do século XX a abordagem neoclássica
incorporou avanços teóricos no sentido de tratar a inovação como
variável explicativa da dinâmica do sistema;
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
Homogeneidade e Diferenciação de produtos
◼ Apesar dos avanços a teoria neoclássica não dá destaque às
inovações tecnológicas, principalmente aquelas que visam à
diferenciação de produto.
◼ Um novo produto é considerado um novo mercado, que criará sua
própria demanda. Assim o processo de formação de preços tem
por princípio uma relativa homogeneidade do produto.
◼Tal pressuposto é pouco realista nos dias de hoje, pois o processo
concorrencial é ostensivamente intensivo em marketing e
diferenciação de produtos.
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
A tecnologia é 
endógena
ou exógena?
◼ Na teoria neoclássica, a 
tecnologia é 
considerada exógena à 
empresa, pois constitui 
um fator de produção 
que pode ser adquirido 
no mercado por meio da 
compra de bens de 
capital ou via 
contratação de 
trabalhadores 
especializados
◼ Para Marx, em contraste, a 
mudança tecnológica é 
principalmente endógena pois 
sua apropriação em bases 
exclusivas é uma preocupação 
central do empresário. 
◼ Na medida em que o capital 
avança, a utilização do 
conhecimento científico se torna 
cada vez mais necessária para 
aumentar a capacidade 
produtiva.
◼ O acesso a estes 
conhecimentos não é 
necessariamente universal, 
sendo capturado e aplicado 
pioneiramente por algumas 
empresas mais capacitadas 
técnica e financeiramente
PAULO TIGRE, GESTÃO DA 
INOVAÇÃO. Ed.Elsevier, 2006 
A revisão neoclássica do processo de 
inovação 
◼ Introduz um novo conceito de tecnologia, pelo qual esta deixa
de ser considerada um bem público puro, e passa a ser
considerada um bem econômico passível de exclusão.
◼ Admite a concorrência imperfeita em alguns setores da
economia de forma a justificar a “sobra” de produto para
remunerar as atividades inovadoras, admitindo assim a
existência de retornos crescentes de escala na geração de
novas tecnologias.

Outros materiais