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Radiobiologia: Efeitos das Radiações

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Bi�n�� Fe�n����s Lu�� - T8
Radiobiologia
➢ Tudo começou com a descoberta artificial eletromagnética e corpuscular
➢ A Radiobiologia é o ramo da ciência que estuda o efeito das radiações em células, tecidos, órgãos e indivíduos
➢ Desde os anos 40, a Radiobiologia contribuiu para desenvolver estratégias de fracionamento e distribuição da dose de
radiação terapêutica, permitindo assim aumentar o efeito no tecido patológico e diminuir a lesão no tecido normal
➢ A aplicação dessas estratégias na radioterapia será vista em detalhe nos tópicos seguintes:
- Braquiterapia, IMRT, IGRT, RIO e radioterapia estereotáxica com cirurgia
Interação da radiação ionizante com a célula
- Como a radiação ionizante interage com a célula?
● A Radiobiologia estuda o efeito biológico das radiações
● Uma das maiores contribuições da Radiobiologia foi ter estabelecido as bases para o fracionamento e a distribuição da
dose de radiação
- Dose: quantidade de radiação liberada * radiação administrada
● O fracionamento e a distribuição da dose são importantes, pois têm permitido maximizar o efeito no tecido doente e
limitar a lesão no tecido normal
Radiações corpusculares:
● Possuem massa (elétrons, prótons, nêutrons e partículas alfa)
Radiações eletromagnéticas (EM):
● São ondas de energia que se propagam com a velocidade da luz, mas com diferentes comprimentos de onda (raios X e
gama, raios UV e IV) → possui um espectro visível muito grande
Radiações não ionizantes: não têm energia suficiente para ejetar elétrons dos átomos biologicamente importantes.
Radiações ionizantes: promovem ejeção de elétrons nas órbitas de átomos produzindo íons.→ Uma fração da energia da radiação
ionizante é usada pelo elétron para mudar de órbita (excitação).
- Na Radioterapia são usadas radiações (corpusculares e EM) ionizantes.
TODA RADIAÇÃO EM É INDIRETAMENTE IONIZANTE (por causa da meia-vida efetiva) – não confundir com efeito
indireto
Efeitos indiretos (70%) das radiações EM
● As radiações EM não têm carga; eles causam ionização indiretamente
● No meio celular, a radiação pode também interagir com água (produzindo radicais livres) e com os lipídeos (causando
ionização)→ meio indireto
● Na água, a formação de radicais livres (radiólise) leva à formação de outros componentes (por exemplo H2O2) formando
ainda radicais livres orgânicos
● Além disso, a radiação em presença de O2 induz a formação de radicais livres peroxidantes, aumentando o número de
radicais livres e potencial lesivo das radiações
Efeitos diretos (30%) das radiações EM (é mais rápido – mas preciso do efeito indireto para a colaboração da eliminação das
células de forma mais lenta)
● Quando tecidos vivos são expostos a uma forte radiação EM , a energia da radiação é absorvida por alguns átomos em
moléculas (por exemplo: DNA, enzimas, proteínas etc.), causando ejeção de elétrons, levando a quebra de moléculas
● Tais quebras são o efeito direto das radiações EM, que correspondem a ca, de 30% dos efeitos biológicos das radiações
EM
Efeitos diretos das radiações corpusculares
● As radiações corpusculares com carga elétrica causam ionização diretamente
● As radiações corpusculares com carga elétrica podem também causar ionização indiretamente, mas este efeito é menos
relevante
● Os nêutrons não têm carga elétrica, mas são indiretamente ionizantes, mas são indiretamente ionizantes, interagindo com
os núcleos (nêutrons lentos) ou ejetando prótons (nêutrons rápidos)
● Se a radiação EM não causa ejeção de elétrons, então não se observa o efeito biológico lesivo.
- Por exemplo: exposição moderada à radiação solar na pele não causa ejeção de elétrons
● Portanto, ejeção de elétrons (e suas consequências) é um critério para definir se houve ou não houve o efeito biológico
lesivo das radiações EM
Transferência linear de energia (LET)
Como a energia da radiação é transferida aos tecidos ao longo de sua
trajetória?
● Transferência linear de energia
- O efeito da radiação não é só na interface, é ao longo do
trajeto
● Eficácia biológica relativa e relação entre LET e RBE
A LET é a energia liberada (dissipada) ao longo do trajeto da
radiação e isso é medido em keV por um de tecido no curso de
radiação)
A transferência linear de energia é bem maior nas partículas pesadas
Eficácia biológica relativa (RBE) é a razão Dx/Dr
Dx – dose de raio x (250 keV)
Dr – dose de radiação em teste
Para fazer uma comparação proveitosa devemos utilizar uma quantidade específica para que seja mais proveitosa
- Qual é a unidade do RBE?
● Não possui unidade, é uma razão. É um número puro, possui o significado de quantas vezes maior é o efeito da radiação
em teste em relação a radiação de referência
- Qual é a diferença de radiação em teste?
● Eficiência é alguma coisa bem feita
● Eficácia é uma coisa que funciona
- Grosseiramente, RBE é o poder relativo de lesão
- A RBE aumenta em função da LET (máx mais ou menos 100 keV/um), diminuindo depois:
- Em radiações de alta LET, a RBE aumenta (comparada com baixa LET) para baixas doses e taxas de dose
- Foi observado que a curva dose - resposta apresenta um “ombro” para baixa LET, mas não para alta LET.
- A presença do ombro foi interpretada como uma manifestação de reparo (ou possibilidade de reparo) biológico.
- Em presença de alta LET, a RBE aumenta indicando que a radiação de alta LET têm maior eficiência em induzir a morte celular
- Trabalhar em alta LET pode ser prejudicial, precisa trabalhar em uma área de segurança, para que não prejudique a possibilidade
de reparo
- A curva da eficácia biológica é importante
- Tenho uma série de partículas, mas a ideia é pensar que a possibilidade de reparo é para as células saudáveis, no entanto, as
células doentes também possuem possibilidade de reparo, por isso eu fraciono as doses.
- Geralmente trabalhamos com radiação gama, no gráfico ela está em baixo. Embora ela esteja em baixo no gráfico, ela possui
uma grande eficácia. Se eu coloco uma partícula que possui uma dose extremamente alta de radiação, eu leso o tecido doente, no
entanto, o tecido saudável que eu não quero prejudicar, também
será lesionado
- Ausência de reparo é interessante para a célula doente
- Conforme a população de células vai sendo eliminada, as células
saudáveis vão preenchendo esse espaço
- A possibilidade de reparo é muito mais importante que a
ausência, pois existe um tipo de reparo que é só para as células
saudáveis
- Ação direta é em enzimas, proteínas, quebra de ligação química.
Ação indireta é através do meio, como em água, formando assim
radicais livres que poderão atuar em cima de ligações químicas,
proteínas etc. pode haver mutação ou reparo. Se não tiver reparo,
pode causar mutação, podendo ter vários efeitos. Tudo que ocorre
nessa circunstância é muito rápido
- Efeito eletrogenico: efeito direto quando penso em gestação. Exemplo: o bebê vai nascer com alguma deformação
- Efeito genético: transferir para outras gerações
- Efeito somático: é do indivíduo. Por exemplo: eu tive câncer, ninguém mais vai ter
- Resposta biológica tardia: pode haver alguma mutação em um longo espaço de tempo, por isso é necessário o acompanhamento
com o médico mesmo após a “cura” do câncer, pois essa mutação pode ocorrer depois
Possibilidade de reparo e ausência de reparo
● Quando incide uma radiação, ela pode quebrar uma região da fita de DNA e deixar uma vacância / deleção de base. Mas
também pode acontecer de trocar por uma outra base que não seja aquela esperada para uma interação perfeita, fazendo
com que não ocorra a reação química esperada, causando instabilidade na macromolécula. Dependendo de como for,
pode haver a possibilidade de reparo, e a instabilidade causada não ser tão grande. No entanto, pode ser que essa troca
ocorra em vários lugares e ocorra a ausência de reparo, fazendo com que haja maior instabilidade.
Taxa de dose
● Taxa de dose é a quantidade de radiação liberada (administrada) por unidade de tempo (Gy/min)
● Dose: quantidade de energia de radiação ionizante programada por tratamento● Unidade de dose: Gray (Gy)
● 1 Gy = 100 rad = 0,01 J*Kg
● 1 cGy = 1 rad
- Energia que acelera a 1 m/s^2 uma massa de 1kg ao longo de 1m
● 1 Gy é a quantidade energia da radiação ionizante cedida (administrada) à matéria por unidade de massa do material
irradiado
- Efeito biológico = f (tempo de exposição)
As doses (áreas coloridas) são iguais. Porém, o efeito biológico diminui em função do aumento do tempo de exposição
● Reparo de lesão subletal não ocorre em células doentes. 99,9% é em células saudáveis
● Para raios x e gama, foi observado que o efeito biológico de uma dada dose diminui quando diminui a taxa de dose e
aumenta o tempo de exposição
● Isso é importante para a radioterapia, pois possibilita o reparo de lesão subletal (RLSL) durante uma exposição
prolongada. Administração contínua de radiação com baixa taxa de dose e pequena frações
● Em diferentes tipos de células, varia o efeito da taxa de dose
● Quando a radiação é administrada em doses fracionadas, diminui o efeito da lesão celular
● Os intervalos entre doses (geralmente dias ou semanas) permitem que o ritmo dos mecanismo reparadores do tecido
saudável se sobreponha ao ritmo de crescimento do tumor, reparando assim algumas lesões subletais
Relembrando o ciclo celular
Efeito da mudança: células de criptas jejunais apresentam um grande efeito da mudança na taxa de dose devido ao RLSL
(reparo da lesão subletal) quando há mudança de exposição aguda (274 cGy/min) para protraída (protract: prolongar, espaçar;
0,92 ou 0,54 cGy/min)
No 1º caso (274→ 0,92 cGy/min; 0,3%), ocorre mudança no número de criptas sobreviventes devido à divisão celular (tempo
de exposição > tempo do ciclo celular). É importante conhecer a duração do ciclo celular para balancear o tempo de
exposição em função do ciclo celular
No 2º caso (274→ 0,54 cGy/min; 0,2%), ocorre uma pequena redução no número de criptas sobreviventes (mesmo com dose
alta) devido à proliferação celular durante o longo tempo de exposição, contrabalançando assim a morte celular radioinduzida
Efeito inverso: em células HeLa (Henrietta Lacks), quando há mudança de exposição aguda (154 cGy/h) para protraída (37
cGy/h; 24%), ocorre aumento na morte celular:
- O ciclo celular não para e as células entram em G2/M (as fases mais sensíveis do ciclo celular) – pensar que cada tecido age
de uma maneira diferente
- Obs.: Essas radiações em cGy não são tão altas pensando que ela são divididas por 100
● Em tecidos que apresentam renovação celular, a resposta à irradiação contínua é determinada por três fatores:
- Sensibilidade das células precursoras (stem cells) do tecido;
- Duração do ciclo celular e;
- Capacidade dos tecidos para se adaptar ao trauma da irradiação contínua
Taxa de dose
- Classificação da sensibilidade
- Focar nas características e sensibilidade #
Tabela importante!!
Quando a radiação atinge a célula, ela pode morrer ou sobreviver, quando sobrevive, há dois caminhos que ela pode seguir: reparo
e regeneração
Reparo
● Substituição das células lesadas por um tipo celular diferente
(exemplo: fibrose)
● O órgão, em caso de reparo, não retorna ao seu estado anterior à
radiação
● Os tecidos resistentes à radiação (FPM cell types) só podem fazer
reparo; p. ex., músculo e SNC
● As características desse tecido são diferentes (ficam no mesmo lugar,
mas diferente das células ao seu redor)
● Cicatriz é uma forma de reparo
Regeneração
● Substituição das células lesadas pelo mesmo tipo celular
● O órgão retorna ao seu estado anterior à radiação
● Tecidos sensíveis à radiação (VIM, DIM, MCT); p.ex., pele, trato GI, medula óssea
- Cicatriz não tem nenhuma característica do resto da pele, é um reparo e não uma regeneração
- O ideal para a radioterapia é a regeneração. Um órgão que se regenera, por exemplo: é o fígado
- Dependendo da região, vai sofrer reparo ou regeneração (no tratamento radioterápico)
- Se ocorrer reparo, pode acontecer alguma disfunção. Então precisa prever a conduta médica posterior
- Uma das dificuldades do tratamento, é restringir a região à qual será atingida
- O fígado é um tipo de órgão que sofre regeneração
Efeito do oxigênio (OER)
O que acontece com o O2 quando ele recebe radiação dentro da célula?
● O O2 torna a célula mais sensível à radiação e células hipóxicas limitam a cura no tratamento radioterápico
● Presença e ausência de O2 influenciam a resposta biológica aos raios X
● O OER é a razão entre doses de radiação, obtidas em presença ou ausência de O2 para produzir um dado efeito biológico
● A dose na presença de O2 e ausência de O2 possui efeitos diferentes
● O O2 interage com os radicais livres provenientes da radiólise da água, gerando mais radicais livres e modificando o
efeito indireto da radiação. Além disso, o O2 se liga a radicais livres orgânicos livres, impedindo o possível retorno à
estrutura química original, fixando assim a lesão induzida pela radiação. Isto se observa em condição de hipóxia intensa
(PO2 < 30 mm Hg), quando a adição de uma pequena quantidade de O2 (0,5%) aumenta muito a radiossensibilidade
● Nesse caso, uma pequena quantidade de O2 (0,5%) aumenta muito a radiossensibilidade
● A maioria das células animais contém células hipóxicas (10-15%), que limitam a cura
● Em tumores humanos,
- O aspecto histológico sugerindo hipóxia parcial
- As medidas de PO2 obtidas com sonda (para detectar regiões de hipóxia)
- A importância da (Hb) como fator de prognóstico de neoplasia apontam para a existência de células hipóxias (A
hipóxia é uma condição em que não chega oxigênio suficiente às células e tecidos do corpo)
● As células saudáveis possuem um fator de divisão mais lento, as células tumorais se dividem mais rápido (mais rápido
precisa de mais O2 - retiram O2 das células saudáveis - em um tratamento radioterápico, isso se tem as vantagens, pois o
O2 é um fator lesivo no tratamento radioterápico - se as células saudáveis estão parcialmente hipóxias, e as doentes estão
com mais O2 e mais sensíveis, logo promovemos um efeito maior nas células doentes) - hipóxia parcial é natural em todo
o processo do câncer
Curvas de sobrevivência
● As curvas de sobrevivência mostram a relação entre y e x: onde y é a fração de células que continuam com capacidade
reprodutiva após irradiação e x é a dose de radiação
● A curva é de sobrevivência - começa alto e vai diminuindo
● A morte celular é definida como perda na capacidade reprodutiva e a sobrevivência está relacionada com a capacidade de
clonogênica
● A escala semi log é importante quando temos um número grande
● Para erradicar células tumorais é necessário que elas se tornem incapazes de se dividir para que o tumor não cresça
● O sucesso do tratamento inclui:
- inativação das células tumorais pela radiação; e
- sobrevivência de um número adequado de células normais para proliferar e repopular o tecido normal
● As primeiras curvas de sobrevivência foram construídas na década de 1950 para a cultura de células HeLa irradiadas. Os
dados foram colocados em gráficos semi-log: fração de sobrevivência foi colocada em escala logarítmica (y) e a dose em
escala linear (x)
● O jeito que as curvas se projetam é importante
Reparo da lesão superficial - potencialmente letal (é diferente do subletal)
- O reparo potencialmente letal não está comprovado
Como é o reparo das células que sobreviveram a uma dose de radiação?
● O RLPL pode ser manipulado, mas essa resposta não é universal
● Pode ocorrer reparo biológico após a lesão potencialmente letal radioinduzida; porém, o reparo biológico pode ser
modificado manipulando as condições após a irradiação. P. ex.: células em cultura, irradiadas e deixadas em solução
salina por algum tempo, não se dividem;
● Células de fibrossarcoma de camundongo irradiadas in vivo;
- Deixadas no animal por algum tempo e depois removidas para condição in vitro, não mostraram o ombro na
curva de sobrevivência conforme esperado; e o reparo biológico da lesão potencialmente letal foi demonstrado
para raios X, mas praticamente não ocorre para nêutrons
● Emmelanomas, a resistência à radiação é aparentemente devida à habilidade natural para o RLPL, mas isto ainda não foi
comprovado e sua importância na radioterapia é discutível
Morte celular radioinduzida
Que tipo de alterações causam morte a uma célula que recebeu radiação?
● Células irradiadas têm morte clonogênica (perda da capacidade de divisão celular), apresentando catástrofe mitótica e
morte celular programada (por apoptose ou não)
● As células irradiadas se dividem 1-2 vezes e perdem a capacidade de divisão, mantendo-se morfologicamente íntegras
por um tempo, porém estéreis
● Ocorre morte clonogênica nestas células, pois elas passam pela mitose sem reparar as quebras cromossômicas,
transmitindo assim aberrações letais às células filhas (que também perdem a clonogenicidade)
● Clonogenicidade é a capacidade de uma célula para se clonar e se transformar em uma colônia de células, O conceito de
morte celular radioinduzida é o conceito de morte clonogênica ou falência reprodutiva (perda da capacidade de divisão
celular)
● Depois de um tempo, as células filhas podem ser fagocitadas. Em células que não se dividem (ou cujas taxas de divisão
celular são muito baixas), a morte clonogênica corresponde à perda na função do tecido
● Estudos sobre a capacidade reprodutiva das células após irradiação são feitos com ensaios de clonogenicidade e
construção de curvas de sobrevivência em função da dose
● A radiação também induz a catástrofe mitótica. Catástrofe mitótica é um evento celular que ocorre em células com
defeito na maquinaria mitótica (ou dano no DNA) quando elas são forçadas a seguir no ciclo celular devido a alterações
sofridas na sinalização do ponto de checagem de dano ao DNA (final da fase G2). Este evento geralmente precede a
morte celular, mas algumas células podem sobreviver em aneuploidia (número de cromossomos acima ou abaixo do
normal).
● Núcleos de células que sofreram catástrofe mitótica podem mostrar aumento no tamanho, heterogeneidade e
irregularidade (p.ex., fragmentação nuclear, projeções ou protrusões nucleares, micronúcleos, arranjos cromossômicos
aberrantes etc.).
● Células irradiadas entram em mitose inapropriadamente ( com ausência de segregação dos cromossomos e divisão celular
inadequada) e podem terminar em qualquer fase, resultando na formação de células inviáveis (com micronúcleos ou
vários núcleos).
● A radiação também induz a morte celular programada (por mecanismo apoptótico ou não).
● Na morte celular por mecanismo apoptótico, as células participam ativamente (programação genética). Características
principais: (1) ativação da cascata de caspases (especialmente a caspase 3), (2) alterações morfológicas na cromatina
nuclear, (3) fagocitose rápida de corpos apoptóticos e (4) ausência de reação inflamatória
● Na morte celular por mecanismo não apoptótico, pode-se observar autofagia, necroptose ou ativação da
poli-ADP-ribose polimerase (Nos processos acima, a caspase 3 não é ativada).
● Em linfócitos, doses baixas de radiação induzem morte apoptótica (machuca a célula e ela programa a sua morte); doses
altas induzem morte não apoptótica (ela não programa a morte, morre “contra a vontade” - sem chance de reação)
● Doses baixas: 0,05 ou 1-4 Gy morte apoptótica
● Dose alta: 20 Gy morte não apoptótica - (Altas doses de radiação inibem qualquer processo celular ativo, inclusive
● apoptose)
Resposta de células e tecidos à radiação
● O DNA quando irradiado com a dose de 1 Gy, é mais notável no efeito da radiação e que causa morte celular é a quebra
de duplas ligações, mas elas não acontecem sozinhas, elas acontecem todas juntas; quebras simples e quebras duplas. O
fato é que se observou que há uma proporção, então: a cada 1000 quebras simples, há 40 quebras duplas (isso se deve
pelo fato de que é mais fácil quebrar fitas simples do que fitas duplas)
Mecanismos de reparo das lesões de DNA
● No ciclo celular a posição das células é importante para a resposta. A resposta da célula não é igual dependendo do
momento em que elas foram irradiadas considerando o ciclo celular, portanto, as células irradiadas acabam sofrendo um
retardo na progressão do ciclo com a ativação dos genes de reparo, essa ativação pode funcionar e pode não funcionar. Se
não for possível a ativação dos genes de reparo, o caminho restante é a de ativação da morte celular
● Lembrando do ciclo celular, a fase de mitose é muito sensível à radiação. É possível que a lesão seja fixada e uma das
razões é a compactação do material genético. As consequências são aberrações cromossômicas e morte celular
● A fase de síntese é menos sensível à radiação quando comparada à mitose. Nessa fase ocorre a duplicidade do conteúdo
informacional, as fitas de DNA estão separadas e isso permite um recurso celular adicional para a sobrevivência e a
viabilidade da atuação dos mecanismos de reparo (é maior que nas outras fases) - é a fase menos sensível pois não está
condensado - a lesão pode ser facilmente reparada pois ativa genes de reparo (livre acesso ao material genético)
● A mais sensível é a transição entre G2 e mitose - Ocorre uma lesão → se condensa e forma o cromossomo → enovela (a
lesão está aí dentro) → ativa gene de reparo → gene de reparo não consegue acessar o gene pois está enovelado /
compactado → entra em mitose
Retardo na fase G1/S (fase de crescimento) - ocorre retardo podendo ter reparo do DNA - pode ocorrer senescência ou
morte celular também
Retardo em G2/M - ocorre um retardo e acaba não tendo a replicação do DNA - permite o reparo das lesões
radioinduzidas antes da divisão celular
Fracionamento de dose
- Na primeira dose, mata uma certa população - células saudáveis começam a tomar espaço
- Na segunda dose, já tem mais células saudáveis etc
- É importante saber quando entrar com a radiação (qual fase) - ler no livro essa parte
→ Consequência nas alterações celulares e moleculares: disfunção em tecidos, órgãos e sistemas (pode ser permanente ou não -
essa disfunção ocorre no momento que eu ainda tenho células doentes - conforme vou repopulando com células saudáveis, essa
disfunção some)
Nos tecidos de resposta baixa, há um baixa atividade reprodutiva, então as manifestações clínicas são observadas em maior tempo.
Nos tecidos de resposta rápida, as manifestações clínicas são observadas em tempo menor. Alta atividade mitótica e é uma fase
muito sensível - as células são suscetíveis à apoptose
● Para resposta dos tecidos, é importante a extensão da exposição (pequenas regiões ou no corpo inteiro) além da dose de
radiação
● Altas doses de radiação no corpo inteiro levam à síndrome aguda da radiação (SAR), devido à falência da medula óssea,
do sistema GI e do SNC
● Baixas doses de radiação (que não permitem o reparo) podem induzir instabilidade genética (lesão/reparo), que pode
provocar mutações e neoplasia se as lesões radioinduzidas forem mal reparadas
Bases radiológicas para o fracionamento da dose
Qual a base para o médico aplicar o fracionamento da dose?
● Os quatro “Rs” da radiobiologia → redistribuição, RLSL, repopulação e reoxigenação. Buscam explicar por que o
fracionamento funciona. Fracionam-se a dose, permite-se aos tecidos normais o RLSL (tecido de resposta lenta) e a
repopulação (tecido de resposta rápida) - ver isso no livro com mais detalhe (vai cair na prova)
● Dividindo-se a dose em frações, aumenta a lesão nas células tumorais (em consequência a reoxigenação e redistribuição
das células nas fases mais sensíveis do ciclo celular - G2/M)
● O 5ºR refere-se à radiossensibilidade do tecido irradiado e depende das características moleculares desse tecido
● A sensibilidade da células à radiação varia dependendo da fase do ciclo celular
● A fração de dose é mais eficaz nos tecidos normais, em tecidos tumorais praticamente não ocorre reparo no intervalo
entre frações de doses. Portanto, o tecido normal fica em situação de vantagem no intervalo entre frações
As células hipóxicas também se tornam oxigenadas. Nos seres humanos a rapidez da oxigenação não é definida.A reoxigenação
deve ocorrer devido à redução na população de células tumorais → resultado da reoxigenação: sensibilização do tumor
Tolerância
Todos os órgãos toleram igualmente uma determinada dose de
tratamento?
- Dado uma dose total, a irradiação adicional aumenta a
probabilidade de reação grave em tecido normal
- Quando se excede essa dose, o paciente fica com lesão,
então, os médicos definem uma dose de tolerância - É
possível classificar a dose de tolerância dessa maneira
- A tolerância indica a variação da resposta nos
diferentes órgãos para o mesmo intervalo de tempo -
Quando é excedida o paciente apresenta lesão
- Dose de tolerância (DT) - (5-50% de complicação em 5
anos)
Protocolos e fracionamentos em radioterapia
● NSD, Nominal Standard Dose (Dose padrão nominal): número que descreve um curso completo de radioterapia
fracionada resultando na tolerância do tecido conjuntivo.
● TDF; Tempo, Dose, Fracionamento: tabelas de fatores que permitem comparação e modificação nos esquemas de
radioterapia.
● BED, Biological Effective Dose (Dose biológica efetiva): considera os parâmetros de lesão irreparável e lesão de
possível reparação, quando se deseja mudar a dose de fração.
- O médico segue esse protocolo, mas pode mudar
eventualmente algumas coisas dado o exame clínico do paciente
Radiossensibilizadores e radioprotetores
Quais drogas aumentam e quais diminuem o efeito biológico da radiação?
● Radiossensibilizadores são agentes químicos que aumentam o efeito letal da radiação - atua em cima das células malignas
● Radioprotetores são drogas que reduzem o efeito biológico da radiação
- Alcançar todos tecidos que precisam ser protegidos;
- Reduzir a toxidade do tratamento;
- Não proteger tumores;
- Permitir tratamento com doses suficientes altas;
- Ser bem tolerado pelos pacientes
Mutação e carcinogênese
Há um limite de dose abaixo da qual não ocorre mutação? Não tem
● Mutações são efeitos estocásticos: não é possível estabelecer um limite de dose abaixo da qual elas não ocorram
● O desenvolvimento do câncer envolve a ativação de oncogenes ou a perda de genes supressores de tumor
● A carcinogênese, há o processo de iniciação, promoção e progressão (ler no livro)

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