Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRATADOS INTERNACIONAIS CONCEITO: tem por objetivo reunir as vontades de dois ou mais Estados, conduzindo-os à construção de normas jurídicas de natureza obrigatória e trata-se de um acordo que exige formalidade específica, para assuntos de alta complexidade. De acordo com o artigo 2º, inciso I, “a” da Convenção de Viena “Tratado é um acordo internacional concluído por escrito entre Estados (e/ou Organizações Internacionais) e regido pelo Direito Internacional, que esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a sua denominação específica.” CONDIÇÕES DE VALIDADE DE UM TRATADO AGENTE CAPAZ OBJETO LÍCITO CONSENTIMENTO MÚTUO Aquele que assina o tratado deve ter recebido poderes para constituir obrigações em nome do Estado. No caso das Organizações Internacionais, a competência para firmar Tratados Internacionais compete ao Secretário Geral. Para que um tratado seja considerado lícito, seu conteúdo não pode afrontar, de forma direta ou indireta as fontes normativas do Direito Internacional. Deve ser pactuado de forma livre e desimpedida vontade, sob pena de nulidade da obrigação contraída. Podendo ser inválido por erro, dolo e coação. CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 1- QUANTO AO NÚMERO DE PARTES: Podem ser classificados em Bilaterais ou Multilaterais. a) Bilateral (Particulares): Necessita que existam dois Estados signatários. Inicia-se pela “troca de notas” entre os Estados com a compilação do que foi em um texto. Quanto celebrado entre um Estado e Organização Internacional é bilateral, independentemente do número de membros da organização. b) Multilateral (Coletivos, Gerais ou Plurilaterais): Ocorre quando mais de dois Estados celebram um tratado. As discussões realizadas para sua elaboração são chamadas de “rodadas de negociação”. Servem, por exemplo, para regulamentar questões comuns da Humanidade. 2- QUANTO AO CONTEÚDO: Podem ser subdivididos em Tratados Normativos e Tratados Comerciais. (a) Tratado Normativo: É quando o conteúdo do texto é eminentemente normativo, disciplinador de relações jurídicas de qualquer natureza. (b) Tratado Comercial: São aqueles que visam especificamente facilitar ou aumentar o intercâmbio de mercadorias entre dois ou mais Estados. 3- QUANTO AO INGRESSO DE NOVOS ESTADOS SIGNATÁRIOS: Não é possível adesão de outros Estados ou organizações em Tratados Fechados (sem cláusula de adesão). É possível adesão de outros Estados, nos Tratados Abertos (com cláusula de adesão), que podem ser de forma Limitada (destinado a um grupo restrito de Estados) ou ilimitada onde qualquer Estado pode ingressar no tratado. 4- QUANTO AOS EFEITOS DO TRATADO: a) Efeito restrito às partes signatárias: atinge apenas os Estados vinculados ao Tratado. b) Efeitos extensivos à terceiros: trata-se de matéria de interesse geral, seus efeitos atingem um terceiro Estado não signatário de seu texto. INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS: “Um tratado deve ser interpretado de boa-fé, segundo o sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade” (artigo 31 da Convenção de Viena) Também são fontes de interpretação do Tratado Internacional os meios suplementares (art.32, Convenção de Viena). Ex.: *trabalhos preparatórios (utilizados quando a regra geral se mostra insuficiente para esclarecer a norma) *circunstâncias da conclusão (quando há discrepância entre textos produzidos em línguas diferentes, cada parte contratante é obrigada apenas pelo texto em sua própria língua, salvo disposição em contrário) EFEITOS DOS TRATADOS INTERNACIONAIS EFEITOS NO ESPAÇO: Produz efeitos ao longo da extensão territorial do Estado e pode extrapolar os limites para produzir efeitos em outro Estado ou áreas de interesse comum, ou seja, somente por exceção é que se aplicam a um espaço limitado no território estatal. EFEITOS NO TEMPO: Em regra, um tratado não possui efeitos delimitados no tempo. As formas mais comuns de extinção de um tratado são: (a) vontade dos signatários. (b) Cumprimento de seu objetivo. (c) Prazo de vigência previamente determinado. (d) Descumprimento do tratado. Se o Tratado silencia a respeito do seu prazo de duração é porque pretende ser eterno, podendo ser somente alterado quando as partes, pela convicção geral, entenderem por bem modificar os seus termos e redefinir a situação convencionada. PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS TRATADOS FASES DE FORMAÇÃO: I. Formação do texto e assinatura. (Internacional) II. Aprovação parlamentar (referendum) por parte de cada Estado (Interna). III. Ratificação ou adesão do texto Constitucional (Internacional) IV. Promulgação e publicação do texto convencional na imprensa oficial do Estado (Interna) FASES INTERNACIONAIS DA FORMAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS ▪ NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES: Atos de negociação são de competência do Poder Executivo (Presidente da República ou Ministro das Relações Exteriores). Ocorre quando os representantes dos Estados se reúnem em um local e em época preestabelecida, para fim de estudar de forma conjunta as possibilidades (por meio de propostas, contrapropostas, manifestações de vontades e concessões) para se chegar a uma conclusão de determinado instrumento internacional. Após as negociações, será esboçado um projeto de tratado com preâmbulo, parte dispositiva e anexos com aptidão para prosseguir nas demais fases de sua elaboração. ▪ ADOÇÃO DO TEXTO: a adoção chancela a redação definitiva do Tratado Internacional. São duas as regras para a adoção do texto convencional: (a) pelo consentimento de todos os Estados que participam de sua elaboração. (b) Quando for mediante conferência internacional, efetua-se pela maioria de 2/3 dos Estados presentes e votantes, salvo se esses Estados, pela maioria, decidirem aplicar regra diversa. ▪ AUTENTICAÇÃO: De acordo com o artigo 10 da Convenção de Viena, a autenticação transforma o texto adotado em autentico e definitivo. ▪ ASSINATURA: Momento em que as partes assumem obrigação jurídica, para que não frustrem o objeto e a finalidade do tratado, antes da entrada em vigor. A assinatura expressa uma intenção pro futuro de o Estado – Parte em causa engajar-se definitivamente no Tratado. Do momento da assinatura em diante ficam proibidas quaisquer alterações no texto do acordo. ▪ RATIFICAÇÃO: ato através do qual a mais alta autoridade do Estado, confirma a assinatura do acordo elaborado e se compromete em definitivo a observar tudo aquilo que foi pactuado com os outros signatários. São três os fundamentos da ratificação: (a) Através dela o chefe de Estado fiscaliza se houve ou não abuso por parte dos plenipotenciários. (b) A ratificação permite a democratização e discussão do texto do acordo à participação da população através dos seus representantes no parlamento. (c) Permite aos órgãos internos a oportunidade de decidirem com calma e ponderação acerca daquilo que foi acordado internacionalmente. A ratificação se consuma com a comunicação formal que uma parte faz à outra de que aceitou obrigar-se definitivamente. A sua entrada em vigor dá se por meio da troca ou do depósito dos instrumentos de ratificação em Estado ou órgão que assuma a sua custódia, após isso o Estado só pode desvincular-se pela denúncia. ▪ ADESÃO: Caso o Estado tenha a intenção de ingressar em um tratado, poderá fazê-lo através da adesão.
Compartilhar