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AudiologiaAudiologia Tutorial 04 Resumo por Iris Layane João, 38 anos de idade, foi encaminhado pelo médico do trabalho para realização de audiometria tonal liminar e exame de emissões otoacústicas, com queixas de zumbido bilateral muito intenso. Na anamnese, João relatou que vem trabalhando em uma tecelagem há 17 anos, em diversas posições próximas às máquinas. Informou, ainda, que a empresa implementou um programa de conservação auditiva (PCA) há 2 anos. A partir de então, João passou a utilizar protetor auricular permanentemente durante o horário de trabalho e a realizar avaliações audiológicas periódicas, uma vez que foi orientado sobre as implicações da perda auditiva para a comunicação 1. Compreender as emissões otoacústicas e sua aplicabilidade 2. Conhecer o Programa de conservação auditiva 3. Entender a importância dos equipamentos de proteção individual para a saúde auditiva 4. Entender o possível fator etiológico do caso. 5. Achados audiologicos em trabalhadores expostos a ruídos Emissões otoacústicas O inglês David Hemp, em 1978, definiu as emissões Otoacústicas (EOAs) como liberação de energia sonora originada na cóclea, que se propaga pela orelha média, até alcançar o conduto auditivo externo. Ele pôde demonstrar que as EOAs estão presentes em todos os ouvidos funcionalmente normais e que deixam de ser detectadas quando os limiares tonais estiverem acima de 20-30 dB. O descobrimento das EOAs contribuiu substancialmente para a formação de um novo conceito sobre a função da cóclea, mostrando que esta não é só capaz de receber sons, mas também de produzir energia acústica. Este fenômeno está relacionado ao processo de micromecânica coclear, além do fato de que as EOAs, ao serem geradas na cóclea, sugere que nesta encontre-se um componente mecanicamente ativo, acoplado à membrana basilar, através do qual ocorre o processo reverso de transdução de energia sonora. As células ciliadas externas não possuem capacidade de atuar diretamente na audição. No entanto, apresentam dois tipos de contração, uma rápida e outra lenta. A energia mecânica liberada pela CONTRAÇÃO RÁPIDA destas células, em outras palavras, o ruído produzido pela contração, é a emissão Otoacústicas, uma energia que é transmitida pela cadeia ossicular (em sentido inverso ao percorrido pelo som que ouvimos), chegando ao meato auditivo externo, onde pode ser captada por microfones super sensíveis e registrada por equipamentos específicos. Costuma ser indicado na Audiologia Neonatal para avaliar a formação da cóclea do recém-nato e é indicado, também, na Audiologia Clínica para auxiliar na suspeita de lesões cocleares. O exame é realizado de maneira objetiva e não invasiva, em que se coloca uma sonda no conduto auditivo externo. Um estímulo sonoro será enviado por essa sonda à cóclea, que reagirá sob a forma de resposta sonora emitida como um eco. É a essa resposta que se dá o nome de emissão Otoacústicas. É indispensável ressaltar a importância do Ouvido Médio no processo de captação das otoemissões - tanto ao enviar o estímulo à cóclea, quanto na captação da resposta. Deve-se acrescentar que a ausência de emissões indica alterações cocleares apenas em timpanogramas normais. • Classificação Há dois tipos de emissões Otoacústicas: as ESPONTÂNEAS e as EVOCADAS. As evocadas podem ser transitórias, por produto de distorção e por estímulo - frequência. → ESPONTÂNEAS: Acredita-se que o mecanismo natural de amplificação coclear, a disposição das células ciliadas externas ou a presença de microlesões assintomáticas podem provocar alterações na função coclear e, consequentemente, gerar emissões Otoacústicas na ausência de estimulação sonora. → EVOCADAS: São registradas na grande maioria dos indivíduos que apresentam audição normal, independentemente da idade e sexo Sua presença indica a integridade do mecanismo coclear, podendo estabelecer se a atividade acústica de determinada orelha está dentro dos limites da normalidade. A triagem com emissões Otoacústicas apresenta menor número de falsos positivos e falsos negativos. Por sua rapidez, por seu caráter não -invasivo e por sua fidedignidade, é um teste com o perfil ideal para programas de triagem. As emissões Otoacústicas evocadas (EOAE) classificam-se em: transitórias ou transientes (EOAT); produto de distorção (EOAPD); estímulo-frequência (EOAEF). TRANSITÓRIAS (OU TRANSIENTES): São resultantes de estímulos passageiros, transitórios. São sons de fraca intensidade produzidos pela cóclea, que são captadas através de uma sonda no meato acústico externo. Abrange faixa de frequência de 0.5Hz a 4kHz. São registradas em 98 -99% das pessoas com audição normal. Representam um a resposta “global” da cóclea. PRODUTO DE DISTORÇÃO: São resultantes do estímulo de dois tons puros, simultâneos, que geram o produto de distorção, pois a cóclea é incapaz de amplificar de forma linear os dois tons puros. Pode-se avaliar a função coclear desde a sua base até o ápice, analisando-se frequência por frequência, separadamente. São importantes, uma vez que analisam as frequências sonoras em faixa que vai de 500 Hz a 8000 Hz. São resultantes do estímulo de dois tons puros, simultâneos, que geram o produto de distorção, pois a cóclea é incapaz de amplificar de forma linear os dois tons puros. Pode-se avaliar a função coclear desde a sua base até o ápice, analisando-se frequência por frequência, separadamente. São importantes, uma vez que analisam as frequências sonoras em faixa que vai de 500 Hz a 8000 Hz. O melhor desempenho do exame está na frequência 4000 Hz e por isso o exame é mais recomendado para monitorização da função da cóclea nos casos de perda auditiva induz ida por ruído, lesão por drogas ototóxicos, como a quimioterapia, entre outras. ESTÍMULO-FREQUÊNCIA: São evocadas após um sinal contínuo de fraca intensidade e por isso há uma grande dificuldade de separar estímulo de resposta, tornando de difícil aplicação na prática clínica. Como o exame é feito? O método para o registro das EOAs é extremamente rápido, com duração média de 75 segundos para cada orelha, e consiste no posicionamento de uma sonda (contendo gerador de estímulos sonoros e um microfone) na entrada do conduto auditivo externo. O estímulo sonoro, com amplo espectro de frequência ("click"), percorre a orelha média e a cóclea, e estando está com suas funções preservadas, emitirá “eco “em sentido retrógrado, o qual será captado pelo microfone no conduto auditivo externo. A condição ideal de testagem requer correto e satisfatório posicionamento da sonda no conduto, e que tanto o ambiente quanto o paciente estejam em silêncio. Este método não quantifica a deficiência auditiva, porém detecta sua presença. Como ocorre a captação das Emissões Otoacústicas? A função da cóclea é atualmente conhecida pelos mecanismos ATIVO E PASSIVO. O MECANISMO PASSIVO é acionado por sons intensos (superiores a 40-60 dB NPS), quando a energia sonora é forte o suficiente para mover diretamente os estereocílios das células ciliadas internas com abertura dos canais de potássio, despolarização das células ciliadas internas e formação de potenciais receptores. A despolarização provoca a liberação de neurotransmissores (glutamato) no nervo acústico, produzindo potencial de ação do nervo acústico, que transmitirá a mensagem codificada em impulso elétrico para o Sistema Nervoso Central. O MECANISMO ATIVO é acionado por sons de fraca intensidade, inferiores a 40 dBNPS, quando a energia sonora é suficiente para movimentar diretamente as células ciliadas internas. Sons fracos provocam a movimentação dos estereocílios das células ciliadas externas, com abertura dos canais de potássio e despolarização das células ciliadas externas (transdução mecanoelétrica). A despolarização das células ciliadas externas modifica o comprimento das células (transdução eletromecânica). As mudanças no comprimento das células ciliadas externas resultam em amplificação mecânica, por movimentação adicional dos estereocílios das célulasciliadas externas, maior despolarização e maior modificação do corpo celular, que provocam maior movimentação do ducto coclear. Quando esse movimento é suficiente para induzir a inclinação dos cílios das células ciliadas internas, o mecanismo descrito como passivo ocorre, produzindo potencial de ação do nervo. A amplificação do movimento do ducto coclear pelo mecanismo ativo, libera energia que é transmitida de volta para o meato acústico externo – que são as emissões Otoacústicas Portanto, as emissões Otoacústicas referem-se a energias sonoras de fraca intensidade que amplificadas podem ser captadas no meato acústico externo, na ausência de estímulo acústico (Emissões Otoacústicas Espontâneas) ou evocadas por estímulo acústico (Emissões Otoacústicas Evocadas). Achados em indivíduos normais As EOAs podem ser registradas, na grande maioria dos indivíduos que apresentam audição normal, independentemente da idade e sexo. A ausência ocasional das EOAs em orelhas normais pode ocorrer em situações clínicas especiais, devido a alterações anatômicas do conduto auditivo externo ou da orelha média, ou a problemas relacionados ao equipamento, ou ao excesso de ruído ambiental. Aplicações clínicas As EOAs são registradas em todos os indivíduos cujos limiares auditivos sejam melhores que 20-30 dB. Sua presença pode confirmar a integridade do mecanismo coclear, podendo estabelecer se a atividade Otoacústicas de determinada orelha está dentro dos limites da normalidade. EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM PACIENTES EXPOSTOS AO RUÍDO A exposição ao ruído, ou níveis elevados de pressão sonora, é a principal causa, sujeita à prevenção, de perda auditiva sensório - neural em indivíduos adultos. Investigar tal exposição e suas consequências para a audição tem sido uma preocupação constante no campo da saúde pública, envolvendo crescentes estudos para melhor entender e delimitar a ocorrência da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional (PAIRO). A exposição ao ruído é um risco à saúde dos trabalhadores que pode perturbar o trabalho, o descanso, o sono e a comunicação do s seres humanos. A PAIRO é uma doença insidiosa, crescendo ao longo dos anos, apresentando relação direta com a intensidade, tempo de exposição e a susceptibilidade individual do trabalhador ao ruído. Inúmeros estudos já comprovaram a existência da fadiga auditiva temporária induzida após a exposição ao ruído, e, também, à queda permanente dos limiares auditivos, quando esta exposição é mais intensa e prolongada. Aqui, é de inestimável valor a captação dos produtos de distorção, uma vez que eles avaliam a faixa de frequência de 500 a 8000Hz. O registro das EOAs oferece nova possibilidade para se estudar a fadiga e as alterações auditivas precoces, evidenciando -se diminuição, ou mesmo, ausência de suas respostas, conforme a duração e a intensidade da exposição ao ruído. Programa de conservação auditiva O que é? O PCA (Programa de Conservação Auditiva) corresponde a um conjunto de atividades desenvolvidas que visam prevenir ou estabilizar as perdas auditivas ocupacionais por meio de atividades dinâmicas, por meio de uma equipe multiprofissional, que abrange diversas áreas da saúde. Qual o objetivo? O principal objetivo de um PCA dentro de uma empresa é a proteção à saúde do trabalhador, ou seja, prevenir que os colaboradores expostos a níveis de ruído alto desenvolvam Perda Auditiva Induzida por Níveis Elevados de Pressão Sonora (PAINEPS), visto que a PAINEPS é uma lesão irreversível, o objetivo do PCA é eminentemente prevencionista. Quem precisa ter o PCA? A NR9 – do PPRA estabelece que as ações preventivas devem ser iniciadas sempre que o nível de ruído a que o trabalhador esteja exposto, for superior a 80 dB. Quem elabora? O PCA deve ser elaborado preferencialmente por fonoaudiólogo, engenheiro de segurança do trabalho, medico do trabalho, enfermeiro do trabalho ou técnico de segurança do trabalho. Quais as ações necessárias? Além da realização da audiometria ocupacional, que é o exame realizado para medir a capacidade auditiva do trabalhador, o PCA contempla outras ações tais como: • Reconhecimento de riscos para a audição • Gerenciamento da saúde auditiva do trabalhador por meio da análise das audiometrias ocupacionais • Medidas de proteção auditiva individual e coletiva • Motivação e uso eficaz da proteção auditiva • Treinamento dos trabalhadores Sendo assim o PCA gera uma melhor qualidade de vida ao trabalhador e resultados e benefícios tanto ao trabalhador quanto ao empregador. Importância dos equipamentos de proteção individual para a saúde auditiva A Proteção Auditiva é essencial em muitos ramos e atividades profissionais. Isso porque é através dela que podemos atenuar os riscos do ambiente de trabalho que podem causar problemas de audição nos trabalhadores em um futuro próximo. O que acontece é que em todo ambiente profissional existem diversos tipos de riscos. Para cada um destes riscos, existem Medidas de Controle que devem ser aplicadas a fim de eliminar ou atenuar cada um destes riscos para evitar Acidentes e Doenças Ocupacionais. Dentre as Medidas de Controle de Risco, está a aplicação dos Equipamentos de Proteção Individual que, por sua vez, são a última das medidas a serem tomadas. O motivo é simples: os EPIs de Proteção Auditiva, por exemplo, são aplicados no trabalhador, ou seja, no receptor do risco. Porém, antes de serem aplicadas as medidas no receptor do risco, deverão ser tomadas medidas tanto no próprio risco (como por exemplo, eliminando o contaminante, quando é possível) quanto no ambiente do trabalho. Assim, a Proteção Auditiva somente será empregada quando todas as demais medidas forem insuficientes para a eliminação daquele risco. Por este motivo ela é tão importante. Procurar evitar todo tipo de acidente e doença ocupacional é um dever do empregador, bem como proporcionar um ambiente seguro aos trabalhadores. Proteção Auditiva: o que é isso? Proteção Auditiva é o nome dado aoconjunto de Equipamentos de Proteção Individual destinados a proteger a audição dos trabalhadores de uma empresa. Além de possuir essas características, para ser considerado dessa forma é preciso que os equipamentos possuam Certificado de Aprovação – CA e estejam listados na lista de EPIs do Anexo I da mesma NR 6 Equipamentos de Proteção Auditiva C – EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA C.1 – Protetor Auditivo a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2; b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2; c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2. Os modelos mais conhecidos são os Protetores Auriculares, também conhecidos como tampões ou “plugs“. Porém, também encontramos no mercado de EPIs os protetores tipo “concha”, também conhecidos como “fone” ou “abafador“. Por serem considerados EPIs estes equipamentos são obrigatórios, além de terem fundamental importância. Os EPIs são definidos pela NR 6, como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. https://www.prometalepis.com.br/blog/epis-para-protecao-auditiva/ https://www.prometalepis.com.br/blog/medidas-de-controle-do-risco/ https://www.prometalepis.com.br/blog/o-que-ca-certificado-de-aprovacao/ http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm https://www.prometalepis.com.br/blog/115-protetor-auricular-por-que-utilizar/ https://www.prometalepis.com.br/blog/nr-6-epi/ possível fator etiológico do caso Definição Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) é a perda provocada pela exposição por tempo prolongado ao ruído. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, geralmente bilateral,irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído (CID 10 – H 83.3). O ruído em excesso tem o poder de lesar considerável extensão das vias auditivas, desde a membrana timpânica até regiões do sistema nervoso central. O ruído em excesso tem o poder de lesar considerável extensão das vias auditivas, desde a membrana timpânica até regiões do sistema nervoso central. No órgão de Corti ocorrem as principais alterações responsáveis pela perda auditiva induzida pelo ruído, pois suas células ciliadas externas são particularmente sensíveis a altas e prolongadas pressões sonoras, a chamada exaustão metabólica, com depleção enzimática e energética, e redução do oxigênio e nutrientes; com a morte celular, o espaço é preenchido por formações cicatriciais, o que resulta em déficit permanente da capacidade auditiva. O American College of Occupational and Environmental Medicine (Acoem), em 2003, apresenta como principais características da Pair: • Perda auditiva sensório-neural com comprometimento das células ciliadas da orelha interna. • Quase sempre bilateral. • Seu primeiro sinal é um rebaixamento no limiar audiométrico de 3, 4 ou 6kHz. No início da perda, a média dos limiares de 500, 1 e 2kHz é melhor do que a média de 3,4 ou 6kHz. O limiar de 8kHz tem que ser melhor do que o pior limiar. • Em condições normais, apenas a exposição ao ruído não produz perdas maiores do que 75dB em freqüências altas e do que 40dB nas baixas. • A progressão da perda auditiva decorrente da exposição crônica é maior nos primeiros 10 a 15 anos e tende a diminuir com a piora dos limiares. • Evidências científicas indicam que a orelha com exposições prévias a ruído não são mais sensíveis a futuras exposições. Uma vez cessada a exposição, a Pair não progride. • O risco de Pair aumenta muito quando a média da exposição está acima de 85dB(A) por oito horas diárias. As exposições contínuas são piores do que as intermitentes, porém, curtas exposições a ruído intenso também podem desencadear perdas auditivas. Quando o histórico identificar o uso de protetores auditivos, deve ser considerada a atenuação real do mesmo, assim como a variabilidade individual durante o seu uso. A deficiência auditiva provocada pela exposição continuada a ruído pode provocar diversas limitações auditivas funcionais, as quais referem-se, além da alteração da sensibilidade auditiva, às alterações de seletividade de freqüência, das resoluções temporal e espacial, do recrutamento e do zumbido (SAMELLI, 2004). Quando o indivíduo é portador de uma Pair, que tem como característica ser neurossensorial, ocorre uma redução na faixa dinâmica entre o limiar auditivo e o limiar de desconforto, provocando um aumento na ocorrência de recrutamento (fenômeno de crescimento rápido e anormal da sensação de intensidade sonora) e, portanto, um aumento da sensação de desconforto. Isso é comum nos ambientes de trabalho com elevados níveis de pressão sonora. O zumbido é um dos sintomas mais comumente relatados pelos portadores de Pair, e provoca muito incômodo. Num estudo com 3.466 trabalhadores requerentes de indenização por Pair, Mc Shane, Hyde Alberti (1988) observaram uma prevalência de zumbido de 49,8%. Destes, 29,2% afirmaram que o zumbido era o problema principal. As dificuldades de compreensão de fala são as mais relatadas pelo trabalhador portador de Pair, cujo padrão de fala poderá sofrer alterações, de acordo com o grau de perda auditiva. De acordo com os estudos de Hètu, Lalande e Getty (1987), o trabalhador apresenta, como conseqüências da Pair: • Em relação à percepção ambiental: dificuldades para ouvir sons de alarme, sons domésticos, dificuldade para compreender a fala em grandes salas (igrejas, festas), necessidade de alto volume de televisão e rádio. • Problemas de comunicação: em grupos, lugares ruidosos, carro, ônibus, telefone. Esses fatores podem provocar os seguintes efeitos: • Esforço e fadiga: atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas que impliquem a discriminação auditiva. • Ansiedade: irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido, intolerância a lugares ruidosos e a interações sociais, aborrecimento pela consciência da deterioração da audição. • Dificuldades nas relações familiares: confusões pelas dificuldades de comunicação, irritabilidade pela incompreensão familiar. • Isolamento. • Auto-imagem negativa: vê-se como surdo, velho ou incapaz. Sintetizando, Seligman (2001) indica como sinais e sintomas da Pair: a) Auditivos: • Perda auditiva. • Zumbidos. • Dificuldades no entendimento de fala. • Outros sintomas auditivos menos freqüentes: algiacusia, sensação de audição “abafada”, dificuldade na localização da fonte sonora. b) Não-auditivos: • Transtornos da comunicação. • Alterações do sono. • Transtornos neurológicos. • Transtornos vestibulares. • Transtornos digestivos. • Transtornos comportamentais. c) Outros efeitos do ruído • Transtornos cardiovasculares • Transtornos hormonais
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