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Teologia Medieval o Cristianismo e a Igreja Católica

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14/04/22, 17:12 lddkls211_teo_med_cri_igr_cat
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NÃO PODE FALTAR
DA ANTIGUIDADE TARDIA AO IMPÉRIO FRANCO
Gustavo Balbueno de Almeida
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CONVITE AO ESTUDO  
O mundo medieval, além de fascinante, é de grande importância para a História da
Igreja Católica, a tal ponto que, muitas vezes, ambas são confundidas. Porém, ao
contrário do que normalmente se pensa, o poder e a in�uência da Igreja não
existiram por todo o período. Eles foram estruturados gradativamente ao longo dos
primeiros séculos da Idade Média, principalmente entre os séculos V e X. Esse é um
período de transição entre o �m do mundo antigo e a Idade Medieval em sua
plenitude. Para a Igreja, é um período de desa�os, graças ao aparecimento dos
germânicos, que exigiu mudanças na sua maneira de catequizar e, com a expansão
missionária, uma necessidade de se organizar liturgicamente, o que foi feito através
Fonte: Shutterstock.
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de concílios ecumênicos e de mudanças nas decisões do Papado, cujas alterações
realizadas por Gregório I o quali�cam como o fundador do Papado Medieval. Além
disso, a associação da Igreja com o Império Franco se fez necessária para seu
fortalecimento, por meio da Religião de Estado e a maior in�uência que ela exerce
após a decadência dos francos.
É necessário, portanto, compreender essas sequências históricas para
compreendermos as ações da igreja e sua própria evolução dogmática e litúrgica
que, em partes, são respostas a esses eventos de natureza política, cultural e social,
que não estão dissociados um do outro, mas se in�uenciam continuamente.
Na primeira seção desta unidade, veremos a reinvenção da Igreja após a queda do
Império Romano: o trato da catequese dos invasores germânicos, o
estabelecimento de seus primeiros dogmas e liturgias através dos concílios
ecumênicos e a fundação do Papado Medieval, que via o futuro da Igreja na
catequização dos povos bárbaros. Na segunda seção, olharemos com mais detalhes
a história de um desses povos, os Francos, que tiveram uma relação mais íntima
com a Igreja, o que fez nascer a Religião de Estado e a teologia carolíngia. Na
terceira seção, por sua vez, estudaremos os detalhes da desagregação do Império
Franco e de como a Igreja Católica se a�rmou como a principal instituição do
período medieval a partir desse momento, bem como detalhes sobre o
monasticismo – uma reação religiosa ao século obscuro dos papas que antecede o
período áureo da Igreja.
Bons estudos! 
PRATICAR PARA APRENDER 
Saudações! Você se lembra das aulas de História sobre a História Medieval que teve
na escola? Agora, voltaremos a ela em nossa disciplina, mas com um objeto de
estudo mais especí�co: a história da Igreja Católica e sua teologia no período.
Outros fatores também serão considerados, como os próprios eventos históricos e
as questões políticas, sociais e culturais do período, mas sempre relacionados à
nossa personagem principal. E aqui já adiantamos uma informação principal para o
andamento de nossa disciplina: a Igreja Católica, apesar de ter um grande poder
desde o princípio desse período histórico, ainda não era onipresente em toda a
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Europa, como seria a partir do século XI. Pensar o oposto é um dos grandes erros
cometidos quando se trata da relação entre Igreja e Idade Média. O que veremos
nesse momento, portanto, é o início desse processo, que se dá com o entendimento
da situação da Igreja após o �m do Império Romano e às suas tentativas de
adaptação frente aos novos povos que passam a fazer contato com eles, nomeados
genericamente de “germânicos”.
A Igreja Católica, nesses primeiros séculos medievais, diante de tanta inde�nição
política e social, aproveitou-se para de�nir algumas características que ainda
estavam inde�nidas em seus próprios dogmas e liturgias. Por isso, em 325 d.C., a
igreja resolveu realizar, pela primeira vez, um encontro entre todos os seus bispos
com o �m de estabelecer unidade e concordância quanto aos dogmas e liturgias. A
cidade escolhida para essa reunião foi Niceia, e o encontro recebeu o nome de
Concílio Ecumênico. Além de padronizar sua própria teologia, essas decisões
também facilitaram a apresentação de um catolicismo coeso aos bárbaros, visto
que, nos primeiros séculos de aproximação, alguns desses povos eram
apresentados a diferentes dogmas católicos, como, por exemplo, o arianismo, cujas
interpretações sobre a divindade de Cristo divergiam das decididas em Niceia.
Outro importante ponto para a catequização foram as decisões tomadas por
Gregório I, conhecido como o fundador do Papado Medieval, que via na expansão
missionária e na catequização dos germânicos o futuro da Igreja.
Esses conteúdos se mostram importantes, pois é necessário ao pro�ssional de
Teologia compreender a evolução teológica e dogmática da Igreja Católica a partir
do período Medieval, o período de seu fortalecimento e doutrinação. Também é
importante o entendimento de conceitos como o de Concílios ecumênicos,
expansão missionária e Papado medieval e suas historicidades, ou seja, como esses
conceitos surgiram e respondem aos eventos históricos que que os contextualizam.
Cansado de ouvir em conversas com colegas de Igreja generalidades sobre o poder
da Igreja Católica durante o período medieval, que teria sido total e completo
durante seus mil anos de extensão, e que seus ritos eram sempre os mesmos, Davi,
um teólogo de formação, decidiu provocá-los para que eles buscassem maiores
conhecimentos. Eles deveriam entender que não apenas a proeminência católica foi
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conquistada paulatinamente, como também os aspectos dogmáticos foram
construídos ao longo desse período. Ele iniciou a conversa expondo que o ápice do
poder da Igreja se deu apenas a partir do século XI, no início da Baixa Idade Média. 
Como muitos não sabiam que a Idade Média costumeiramente é dividida em “alta”
e “baixa”, ele decidiu iniciar o desa�o apenas pela Alta Idade Média, o período mais
distante de nossa realidade atual. Para isso, Davi marcou três reuniões, nas quais
assuntos pré-combinados deveriam ser pesquisados e debatidos. O objetivo seria
comparar a organização e os dogmas do período com os atuais, para decidirem se,
de fato, a Igreja continuava a ser a mesma em poder e ritos.
Na primeira das reuniões sobre a História da Igreja Católica durante o período da
Baixa Idade Média, os participantes deveriam compreender de que maneira ela se
adaptou ao caos político e social que se estabeleceu na Europa Ocidental após as
migrações germânicas em territórios antes pertencentes ao Império Romano.
Também deveriam explicar como essa adaptação ocorreu no campo das de�nições
dogmáticas após os contatos com os povos estrangeiros.
Para contextualizar sua aprendizagem, imagine que você é uma das pessoas que
aceitaram fazer parte desse grupo de estudos. Partindo desse pressuposto, re�ita
sobre como você responderia às questõescolocadas por Davi?
Use como ponto de partida a resolução das questões:
Como se costumam dividir os principais locais donde ocorreram as expansões
missionárias?
Em quais contextos se iniciaram os concílios ecumênicos?
Quais são as principais decisões dogmáticas e litúrgicas dos concílios da Baixa
Idade Média?
Como se constituiu o Papado Medieval?
E, agora, mãos à obra! Com esforço e dedicação, sempre conseguimos atingir
nossos objetivos. Que o conteúdo aumente seus conhecimentos sobre a História da
Igreja nesse período tão importante de formação institucional e dogmática. Um
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bom aproveitamento nesse momento permitirá compreender com mais facilidade
as características evolutivas da Igreja Católica nos períodos posteriores. Bons
Estudos! 
CONCEITO-CHAVE
A EXPANSÃO MISSIONÁRIA OCIDENTAL
A Idade Média é um dos quatro grandes períodos na qual a História é dividida,
junto com a História Antiga, que a antecede, e com as Histórias Moderna e
Contemporânea, que a sucedem. Seu período de vigor é longo, e, o�cialmente, se
estende da queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. até a queda de
Constantinopla, no ano de 1453. A crise do Império Romano, porém, começou a
ocorrer cerca de duzentos anos antes de sua queda, e o motivo é o mesmo que o
fez ser o maior Império de seu tempo: territorialmente, o Império cresceu a tal
ponto que se tornou impossível aos romanos guardar militarmente todas as suas
fronteiras. 
Isso permitiu aos povos não incorporados ao Império entrar em seu território, fosse
para estabelecer moradia, fosse para saquear as cidades que encontrassem. Esses
povos, em sua maioria da região da Europa Oriental, eram conhecidos como
“germânicos” ou “bárbaros”, por não compartilharem a cultura romana. 
Contudo, as características do mundo antigo não �ndaram imediatamente após a
queda do Império Romano do Ocidente, mas se perpetuaram até os séculos VII e
VIII d.C. A esse período de transição os historiadores atualmente chamam de
“Antiguidade Tardia”. É também nessa época que ocorre o encontro de sociedades
que de�ne a originalidade da cultura medieval: o encontro dos povos germânicos
com a cultura cristã (LE GOFF, 2005, p. 37). 
Como não podia deixar de ser, a entrada em cena dos germânicos como novos
grupos sociais da Europa Ocidental, conhecidos pelo paganismo, alteraram os
propósitos missionários da Igreja. As concepções culturais germânicas eram, em
suma, muito diferentes das praticadas pelos grupos greco-romanos e judaicos –
com os quais a Igreja conviveu durante o Império –, o que provocou alterações na
sua maneira de catequizar (ROMAG, 1959, p. 13). 
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Esses povos, que já eram conhecidos pelos romanos séculos antes, receberam o
nome de bárbaros, que na linguagem romana signi�cava alguém que não falavam a
língua latina nem compartilhava sua cultura. Portanto, como desde esse período
existia a expressão “bárbaros”, todos os povos estrangeiros �caram assim
conhecidos nas gerações posteriores. Apenas a partir do século XVIII a expressão
“bárbara” ganhou conotação depreciativa, referente a bruto, ignorante, não
civilizado. 
Desde a década de 1970, graças às contribuições da antropologia, costuma-se
designar esses eventos como “migrações germânicas” ao invés de “invasões
bárbaras”. Assim, nos momentos em que o termo “bárbaro” for utilizado, não há
caráter degenerativo, e seu uso ocorre porque é a expressão que consta nos
documentos de época. 
ASSIMILE
Durante muito tempo, as migrações germânicas �caram conhecidas como
“invasões bárbaras”, expressão encontrada, inclusive, em documentos
romanos da época. Bárbaro, para os Romanos, era aquele que não
compreendia a língua latina, falada no Império. Essa expressão recebeu o
caráter pejorativo que tem hoje (algo como bruto, violento) em um período
muito mais recente. Por isso, graças ao contato com a Antropologia, a partir
da década de 1970, entende-se que utilizar a expressão “bárbaros” para
identi�cá-los é uma maneira de desmerecer sua contribuição cultural ao
Ocidente. Em vários casos, esses povos não invadiram, mas foram
convidados pelos romanos a estabelecer moradia no interior do Império
para reforçar as fronteiras, entende-se que elas tiveram seu contexto de
migração, ainda que, às vezes, houvesse violência. Por isso, a expressão
corrente atual é “migrações germânicas”.
A chegada dos germânicos também coincidiu com o período no qual a Igreja
Católica buscava estabelecer seus dogmas e ritos enquanto saía do que é
conhecido como o “cristianismo primitivo”, cujas características serão vistas em
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seguida. O novo propósito da Igreja, portanto, seria a catequização de todos esses
povos que, por sua vez, entravam em contato não só com a religião, mas com a
cultura cristã-romana.
Esse processo foi longo e repleto de erros e acertos, o que o fez durar muitos
séculos. Por esse motivo, devemos compreender esse contexto para evitarmos a
ideia que associa automaticamente o período medieval a uma proeminência
religiosa da Igreja Católica sobre a Europa Ocidental, que apenas ocorre a partir do
século XI no contexto do feudalismo, cujas características veremos posteriormente.
Estudar a relação entre a Igreja e os Bárbaros durante a Antiguidade Tardia,
portanto, é estudar a formação dogmática do cristianismo e os esforços feitos por
seus representantes para a conversão dos germânicos. 
As di�culdades para a conversão vinham, dentre outros motivos, pelo fato de que
mais de duzentos povos “bárbaros” entraram no Ocidente vindos da Europa
Oriental ou da Ásia. Os mais conhecidos são os Godos, Visigodos, Ostrogodos,
Vândalos, Bretões, Saxões. Cada um desses povos trazia consigo suas práticas
religiosas e cultos a deuses distintos, o que tornava a catequese um processo de
contínuas pequenas conquistas (ROMAG, 1959, p. 17). A falta de comprometimento
dos povos após a conversão também é outra di�culdade. Como a constituição social
dos germânicos era guerreira, os súditos seguiam com muita convicção as decisões
de seus reis, os chefes dos guerreiros. Por isso, a conversão do rei implicava, muitas
vezes, na conversão automática dos súditos. Porém, após o convertimento, o
comportamento cotidiano não se alterava, e os atos que não atentavam à fé cristã
continuavam a acontecer. 
Esse é o contexto da expansão missionária do catolicismo por todo o território da
Europa Ocidental e, posteriormente, da Europa Oriental. Destacaremos, a partir de
agora, alguns desses processos. Chamamos a atenção que a relação da Igreja com o
povo Franco, a mais frutífera para a expansão do cristianismo, será retratada
posteriormente.
Os Godos, naturais da Escandinávia, se estabeleceram em partes das atuais França
e Alemanha e, antes mesmo da queda do Império, abraçaram o catolicismo. A
conversão desse povo é importante, pois eles traduziram a Bíblia para a língua
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germânica. Sua posterior divisão em Visigodos e Ostrogodos e sua expansão
territorial permitiram o fortalecimento do catolicismo em locais como a Península
Ibérica (ROMAG, 1959, p, 17).
Nas ilhas britânicas, por sua vez, o cristianismo já era conhecido no século II. Porém,
as invasões bárbaras na região, no século IV, o fez desaparecer nesse período. Seu
recomeço se deu na Irlanda, quando chegou na ilha seu apóstolo mais conhecido,
São Patrício, até hoje santo dos irlandeses. A Irlanda se tornou cristã e nunca mais
deixou de ser. A recristianização, posteriormente, continuou na Escócia e na
Inglaterra. A distância das ilhas em relação a Roma originou algumas
particularidades que não correspondiam às decisões dos concílios e que só se
normatizaram no século VIII. Elas afetavam o ato da crisma – que não existia para os
ingleses – a sagração dos bispos, o matrimônio e a vida monástica (ROMAG, 1959, p.
26).
Na região da atual Alemanha, entre períodos de paganismo, aceitação à conversão,
e adesões ao arianismo, a Igreja foi, en�m, estruturada por São Bonifácio, no século
VIII. Ele foi um dos principais responsáveis por estruturar a hierarquia eclesiástica
em grande parte da Germânia, criando diversos bispados, o que contribuía para um
melhor acompanhamento dos �éis. Os Saxões, da Dinamarca, aderiram ao
cristianismo, após serem dominados pelos francos, que foram também foram
catequizados por São Bonifácio. A constante comunicação entre Saxões e os
moradores das Ilhas Britânicas fortaleceu o cristianismo em toda a região do Mar
do Norte (ROMAG, 1959, p. 29).
Por �m, nos cabe compreender a ação missionária dos cristãos no Leste Europeu.
Essa região é próxima ao Império Bizantino – nome que o Império Romano do
Oriente recebeu durante a Antiguidade Tardia – e recebeu a in�uência de seu
catolicismo, chamado oriental. Se os bizantinos não abandonaram o catolicismo,
suas práticas passaram a se distanciar da realizada pelos ocidentais. Essa região,
portanto, foi um ponto de encontro dos missionários das duas vertentes do
catolicismo. Destaca-se, nesse processo, a �gura de Cirilo, missionário bizantino,
inventor da escrita eslava a partir da tradicional língua da região. Ele atingiu
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grandes resultados ao utilizar esse idioma para a pregação da liturgia latina. Até
hoje o alfabeto do leste europeu, incluído o russo, é chamado de Cirílico (ROMAG,
1959, p. 33). 
Por esse motivo, e, também, pela maior proximidade cultural, grande parte do
Leste Europeu foi catequizado pelo cristianismo oriental, com exceção dos
húngaros e dos poloneses, que foram convertidos entre os séculos X e XI. Os
poloneses, inclusive, têm no cristianismo o fator determinante para sua
identi�cação com a Europa Ocidental, algo que dura até hoje. 
EXEMPLIFICANDO
Quando, em alguma conversa com alguém sobre a Igreja Católica Medieval,
caso a pessoa generalize a extensão de sua in�uência a toda a Europa desde
o início desse período, você pode respondê-la dividindo o processo de
expansão missionária até o �m do primeiro milênio em quatro partes: o
Império Franco, as ilhas britânicas, a Europa Setentrional (atual Alemanha e
Escandinávia), que foi catequizada por São Bonifácio e, por �m, a Europa
Oriental, com destaque para a Hungria e a Polônia.
Após entendermos o contexto da expansão missionária, cabe a nós entendermos,
com mais detalhes, como a Igreja se estruturou, dogmaticamente, durante os
séculos da Antiguidade Tardia.
OS CONCÍLIOS E AS DEFINIÇÕES DOGMÁTICAS SOBRE O
CRISTIANISMO E A IGREJA
Qual era a situação da Igreja Católica e do Cristianismo na Antiguidade Tardia?
Nascida no Oriente Médio, que pertencia ao Império Romano, a religião cristã foi
vista como um perigo para a manutenção do Império, pois a maior crença dos
romanos, no auge de sua força, era a da eternidade do Império, enquanto a religião
cristã pregava o futuro �m do mundo como conhecemos e a eternidade apenas no
paraíso, no plano divino. Por isso, por muito tempo os cristãos foram perseguidos e
a religião cultuada na clandestinidade. A perseguição era severa e ocorreu nos três
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primeiros séculos da era cristã. Apenas em 313 d. C. que a liberdade de culto
passou a vigorar em todo o Império, quando o famoso Édito de Milão foi publicado
pelo Imperador Constantino. Esse período é conhecido como a “Paz na Igreja”.
O cristianismo se tornou a única religião permitida no Império no ano de 380,
quando o Imperador Teodósio I assim decretou no édito (nome que se davam aos
decretos) assinado na cidade de Tessalônica. Esse período coincide com a
fragmentação do Império Romano no continente europeu, quando o Imperador
Teodósio, em 395 d.C., dividiu o Império em duas partes, a do Ocidente, que
continuaria a ter sua capital em Roma, e a do Oriente, cuja capital foi estabelecida
na cidade de Constantinopla (LE GOFF, 2005, p. 20). A obrigatoriedade da religião
católica também se estendeu à parte oriental do Império. 
O cristianismo, assim, foi a única religião permitida no Império do Ocidente apenas
entre 380 e 476, o que deixa claro que o alcance de sua in�uência se deu, nesse
momento, apenas nos limites do Império Romano. A�nal, eles levaram quase
quatrocentos anos para serem reconhecidos nesse local, e não podiam dividir seus
pregadores para catequizarem outros territórios da Europa “germânica”. Assim, é a
partir de seu reconhecimento que a Igreja começou a de�nir com mais exatidão
seus dogmas e liturgias. 
Como essas decisões não podiam ser unilaterais por parte do papa, a maneira
escolhida para tomá-las foi a partir da reunião dos bispos em forma de concílios
ecumênicos. Um concílio é uma reunião de todos os bispos da Igreja, que discutem
questões dogmáticas, doutrinárias, missionárias e de demais interesses da Igreja.
Eles costumam ser convocados sempre que a Igreja se encontra ameaçada, por
motivos materiais ou espirituais (PIERRARD, 1992, p. 50). O primeiro concílio
ocorreu em Niceia, no ano de 325 d.C. Existem os concílios chamados pré-nicenos,
que ocorreram antes, que tiveram um caráter mais regional e não conseguiram
reunir todos os bispos. Destes, destacam-se o de Jerusalém (51 d.C.), que cortou os
laços com o judaísmo, e o de 306 d.C., que institui o celibato dos padres (PIERRARD,
1992, p. 24). Durante a Antiguidade Tardia foram realizados oito concílios.
Destacaremos aqui as principais decisões tomadas em alguns deles. 
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O Concílio de Nicéia é considerado um dos mais importantes. Uma das
preocupações da Igreja, nesse período de cristianismo primitivo, era a existência do
arianismo, uma prática cristã criada pelo presbítero Ário, de Alexandria, que negava
a consubstancialidade, ou seja, que Deus e Jesus não poderiam ser a mesma
pessoa. Para Ário, Deus seria apenas um, e não era Jesus, já que a presença de Deus
seria um mistério que nenhum homem poderia revelar. Além disso, Jesus teria sido
criado por Deus e, então,não poderia ser tão poderoso quanto Ele, o que o
assemelharia aos semideuses gregos, que tinham em si a divindade, estavam
próximos de Deus, mas não eram deuses. A decisão do Concílio, nesse sentido, é
que o arianismo seria uma heresia, pois, ainda que Jesus seja um humano, ele teve a
essência divina em seu interior (TILLICH, 2000, p. 86). Essa é a decisão mais
importante do Concílio.
Se a divindade de Jesus foi o debate do primeiro Concílio, o do segundo foi a
divindade do Espírito Santo, assunto que não havia sido resolvido no Concílio
anterior e, tal qual ocorreu neste, a divindade foi con�rmada e as correntes
teológicas que a negavam foram consideradas heréticas. Ela também a�rmou a
importância do bispado de Constantinopla que, em matéria de importância
hierárquica, �caria apenas abaixo do de Roma, a�nal, a cidade de Constantinopla
era a capital do Império do Oriente (TILLICH, 2000, p. 101).
A grande questão que guiou o quarto Concílio, realizado na Calcedônia, foi a
natureza de Jesus Cristo. A decisão �nal foi a de que Cristo tinha duas naturezas
completas e perfeitas: a humana e a divina. Isso provocou uma cisão com os bispos
orientais, que tinham uma posição chamada Mono�sista, que defendia que,
independente de Cristo ter andado em corpo humano, sua natureza era apenas
divina. A visão mono�sista também destacava a divindade de Maria, devido ao
contato íntimo com o espírito de Cristo durante a gravidez. Por não concordarem
com a decisão �nal do Concílio, os bispos bizantinos não a assinaram, o que indica o
começo da separação dos dogmas ocidentais e orientais.
Como podemos ver, portanto, durante os séculos da Antiguidade Tardia, a Igreja
passou a formar sua identidade dogmática, enquanto combatia aquelas que não se
encaixavam em sua �loso�a, considerando-as heréticas. Outras alterações seriam
realizadas, a partir do século XI, para que chegássemos à liturgia que hoje
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conhecemos, mas esse é um processo longo e que se alterou continuamente. Ele
teria impacto, inclusive, nas expansões missionárias já vistas. Agora, nos resta
compreender as circunstâncias nas quais se deu o surgimento do papado medieval,
tão importante para o fortalecimento da Igreja. 
O SURGIMENTO DO PAPADO MEDIEVAL NA ANTIGUIDADE TARDIA
O reconhecimento como única religião no Império do Ocidente, mesmo que tenha
ocorrido durante seu último século de existência, foi bené�ca à Igreja Católica, pois,
com a rápida desarticulação territorial do lado Ocidental, ela se tornou a herdeira
da cultura romana em meio às invasões germânicas. Conforme as migrações
aumentavam, a população do Império, antes concentrada nas grandes cidades,
passa a viver no campo. As cidades, praticamente abandonadas, só não
desapareceram de forma permanente porque eram as sedes dos bispados
católicos, onde os bispos resistiam às invasões e atuavam como autoridades
políticas (LE GOFF, 2005, p. 29).
Nesse sentido, apesar de todas as di�culdades que o desmoronar do Grande
Império trouxe, seria apenas a Igreja Católica que poderia não deixar a herança
romana se perder frente à cultura germânica. Nesses contatos se destaca a �gura
dos bispos, que desempenhavam o papel de mediadores entre cristãos e
germânicos e, também, de defensores da religião. Os papas também eram
importantes, ainda que seu caráter único, em oposição à grande quantidade de
bispos existentes, e, também, à sua posição hierarquicamente superior, façam com
que seus nomes sejam lembrados nos grandes eventos, enquanto os bispos
lidavam com problemas menores, cotidianos (PIERRARD, 1992, p. 65). Podemos dar
o exemplo do Papa Leão I (440-461), que contribuiu na defesa de Roma contra a
invasão de Átila, o Huno.
Por isso, o século V e VI é identi�cado como o século dos bispos, pois a
fragmentação do Império Romano traz como consequência a deterioração das
estradas, já que não havia mais um Estado para mantê-las. O perigo da exposição à
violência que a estrada não policiada podia trazer também atrapalhava – e muito –
a comunicação entre as localidades (LE GOFF, 2005, p. 28). A falta de comunicação
entre as altas e as menores instâncias da Igreja fazem com que bispos e monges
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recorram, por exemplo, aos concílios provinciais, de menor abrangência. Eles
chegaram a ocorrer, ao menos, em Toledo, na Espanha, e em Aires, na região da
Provença, onde as decisões de níveil local seriam tomadas, incluindo aí as
orientações aos padres e outros religiosos de menor importância (PIERRARD, 1992,
p. 65).
Ao mesmo tempo, a Península Itálica, onde surgiu o Império Romano e onde estava
situado o Papado, foi palco de inúmeras invasões dos povos germânicos, como os
Ostrogodos. Sendo Roma a grande cidade do mundo antigo e da Antiguidade
Tardia, conseguir invadi-la era um motivo de honra para qualquer rei germânico.
Por isso, no século VI, o Império Romano do Oriente buscou conquistar a península
e instaurar novamente o Império do Ocidente, mas não teve sucesso, e dominou
apenas parte do território. Para complicar ainda mais a situação, um surto
epidêmico de peste bubônica assolou a península, trazendo mais miséria à cidade
(PIERRARD, 1992, p. 66).
Quando o Papado, sofrendo a mesma crise que a cidade, parecia agonizar, o clero e
o povo romano escolhem, como novo papa, em 590 d.C., o monge Gregório. Além
de suas qualidades religiosas, ele também tinha experiência política e
administrativa: foi diplomata em Constantinopla e prefeito da cidade de Roma,
quando foi bispo da cidade. Politicamente, ele negociou com os Bizantinos e com os
Lombardos, que invadiram o norte e o sul da Península, de forma a manter os
territórios que pertenciam à Igreja. Ele também tomou as rédeas da administração
da cidade, dando ênfase à assistência aos pobres e à educação (PIERRARD, 1992, p.
66). Porém, o destaque de suas ações se deu justamente no campo pastoral, que foi
ressuscitado por ele. A sua mais importante decisão foi a de “virar as costas” para os
Bizantinos e apostar o futuro da Cristandade nos povos germânicos,
principalmente naqueles que, no momento, detinham os maiores territórios na
Europa Ocidental: os Lombardos, vizinhos à Roma, os Francos e os Anglos,
instalados nas Ilhas Britânicas. Por isso, graças a essa nova visão, se atribui a
Gregório I a fundação do Papado Medieval, que se distinguiria do papado do
período antigo pós-invasão “bárbara” (PIERRARD, 1992, p. 67). A Igreja não iria mais
apenas resistir e sobreviver aos novos tempos, mas agir e catequizar os novos
povos. 
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REFLITA
Desde a separação do Império Romano em duas partes, que sinais
anunciavam a gradual distensão entre o cristianismo ocidental e o oriental,
situação que ganhava importância nas divergências conciliares, em especial
no quarto concílio ecumênico, quando os bizantinos se recusaram a assinar
as decisões �nais do encontro, ou na decisão do papa Gregório I, de que o
futuro do cristianismo estaria na catequização dos germânicos, e não no
aprofundamento das relações com o Oriente? Considerandoo contexto
histórico apresentado, qual seria a sua decisão para reinventar o
catolicismo: arriscaria a catequização aos germânicos ou aprofundaria as
relações com o Oriente e arriscaria ter que abrir mão de alguns dogmas e
liturgias para receber a proteção bizantina?
Os sucessores de Gregório I assumiram essa visão e deram continuidade ao
trabalho do papa fundador do Papado medieval. Nas palavras de Pierre Pierrard
(1992, p. 67), a Igreja se tornou a “pedagoga do jovem Ocidente”. Ela conseguiu,
através das decisões tomadas em seus concílios, se in�ltrar no direito germânico e
humanizar os violentos costumes bárbaros pelos séculos seguintes, como já foi
visto nesta Unidade. Gregório I, por sua vez, é conhecido como o mais importante
papa da Baixa Idade Média, período que vai dos séculos V a X.
Como pudemos ver, portanto, apesar de estar estritamente relacionada à Idade
Média pelo senso comum, a Igreja Católica nem sempre teve um poder
preponderante, nem teve seus dogmas espalhados por toda a Europa Ocidental – o
que ocorreu apenas a partir do século XI. O período anterior, que corresponde à
Antiguidade Tardia, é um processo de adaptação da Igreja aos novos tempos que se
seguiram às migrações germânicas. Além de ter de lidar com a delicada situação de
caos político, a Igreja ainda teve de se reinventar para poder catequizar os povos
bárbaros e não se tornar uma religião irrelevante – circunstâncias nas quais se
destaca a �gura de Gregório I, fundador do Papado Medieval. 
Os dogmas e liturgias católicas não surgiram junto com o Cristianismo, foi um
processo construído ao longo dos séculos, cujas principais decisões se davam nos
concílios ecumênicos, nos quais a cristandade buscava se distanciar de alguns
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dogmas, como o arianismo e o mono�sismo, que foram considerados heresias.
Outra causa do sucesso da Igreja nesse período é sua associação com o Império
Franco, o mais católico dos reinos germânicos, mas, como esse é um tema especial,
o veremos a seguir. 
Chegamos ao �m dos nossos estudos, neste momento. Aqui, acompanhamos os
primeiros passos da Igreja Católica na Antiguidade Tardia, o surgimento da
expansão missionária, dos concílios ecumênicos e do Papado Medieval.
Ressaltamos a importância do entendimento desses temas para que você possa
acompanhar a evolução do estabelecimento da Igreja na Baixa Idade Média. Até a
próxima!
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
O Cristianismo primitivo pode ser identi�cado nos três primeiros séculos de
existência da nova religião, normalmente relacionado ao período que vai da
ressurreição de Cristo até o Concílio de Niceia. Esse período é marcado por
discordâncias dogmáticas e litúrgicas e buscas pela de�nição de dogmas que
deveriam ser cumpridos por todos os cristãos, o que até então não ocorria. Um dos
exemplos dessas discordâncias é o Arianismo.
Baseado nas a�rmações apresentadas, assinale a alternativa que de�ne
corretamente o que é o Arianismo.
a. Um ramo dogmático que não acreditava na consubstancialidade, ou seja, na divindade de Jesus Cristo.
b. Um ramo dogmático que pregava a judailidade, ou seja, a superioridade dos judeus sobre os Cristãos.
c. Um ramo dogmático que não acreditava na Romanidade, ou seja, a crença de que apenas os Romanos
deveriam ser católicos.
d. Um ramo dogmático que pregava a pluralidade, ou seja, a possibilidade de que todas as religiões eram
válidas.
e. Um ramo dogmático que pregava a dualidade, ou seja, a crença de que o Imperador romano também
deveria ser o Papa.
Questão 2
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O primeiro Concílio ecumênico foi o Concílio realizado na cidade de Niceia, em 325
d. C. Porém, esse não foi o primeiro Concílio realizado pelas autoridades cristãs,
cujas reuniões são conhecidas por Concílios pré-nicenos. Dentre esses os mais
importantes são os de Jerusalém, em 51 d. C, que desligou o cristianismo
o�cialmente do judaísmo, e o de 303, que instituiu o celibato dos padres.
Qual é a diferença entre os Concílios ecumênicos e os Concílios pré-nicenos?
a. Os concílios ecumênicos aceitam apenas a presença dos bispos, enquanto os pré-nicenos aceitavam a
presença de qualquer autoridade.
b. Os concílios ecumênicos devem apenas resolver os problemas dogmáticos da Igreja, enquanto os pré-
nicenos se envolviam também em problemas políticos. 
c.  Os concílios ecumênicos contam com a presença de todos os bispos da Igreja, enquanto os pré-nicenos
tinham um caráter mais regional. 
d. Os concílios ecumênicos são realizados apenas pelos bispos do Ocidente, enquanto os pré-nicenos
aceitavam os bispos de qualquer lugar do mundo.
e. Os concílios ecumênicos são chamados apenas quando a Igreja se sente ameaçada, enquanto os
concílios pré-nicenos eram realizados a cada vinte e cinco anos.  
Questão 3
Um conhecido ditado romano dizia que “todos os caminhos chegam a Roma”, um
sinal do orgulho que este povo tinha por suas estradas, tão necessárias para uma
melhor comunicação em um Império de tão grande dimensão quanto foi o
Romano. Por isso, uma das características mais salientadas pelos historiadores
sobre a Antiguidade Tardia é a má estrutura das estradas após a invasão bárbara,
que se tornara não só quase intransitável quanto violenta.
A partir desse texto, assinale a alternativa que explica a informação “os séculos V e
VI são os séculos dos bispos”
a. A má condição estrutural das estradas impedia que os bispos, normalmente velhos, saíssem em
pregação, e mandassem os padres fazer esse papel.
b. A demora na comunicação com Roma forçava os bispos próximos a tomarem decisões autônomas sobre
os problemas locais que enfrentavam.
c. O não-policiamento das estradas impediam o envio do dinheiro excedente dos bispados ao Papa, de
forma que os bispos tinham grande poder �nanceiro.
d. Após o �m do Império Romano do Ocidente, a população romana considerou desnecessária a presença
do papa, decretando o �m temporário desse cargo.
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e.  Como os papas não acreditavam mais ser possível pregar após o �m do Império, quem se
responsabilizou pela catequização foram os bispos. 
REFERÊNCIAS
GALIZA, R. Verdade, autoridade e heresia nos quatro primeiros concílios
ecumênicos. Revista Kerygma, v. 10, n. 1. Engenheiro Coelho, jan/jun 2014.
Disponível em: https://bit.ly/2Mrw41M. Acesso em: 18 set. 2020.
LE GOFF, J. A Civilização do Ocidente Medieval. Florianópolis: Edusc, 2005.
MUCENIECKS, A. Gregório Magno e a construção do modelo pastoral do Medievo.
Revista Via Teológica, v. 14, n. 28. Curitiba, dez. 2013. Disponível em:
https://bit.ly/2LhcVid. Acesso em: 18 set. 2020.
PIERRARD, P. História da Igreja Católica. Lisboa: Planeta, 1992.
ROMAG, D. Compêndio de História da Igreja: A Idade Média. São Paulo: Vozes,
1959. v. 2.
TILLICH, P. História do pensamento cristão. São Paulo: Aste, 2000.
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https://unasp.emnuvens.com.br/kerygma/issue/download/56/71
https://ftbp.com.br/viateologica/wp-content/uploads/2015/09/03-Andre-Muceniecks-revista_teologica_vol14_n28-dezembro-2013.pdf

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