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Direito Medieval, resumo

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___________________________________________________________________________ 
Direito Medieval – 1 
Podemos vislumbrar pelo menos dois momentos específicos a título de estudo: a Alta Idade 
Média (do século V ao século IX) e a Baixa Idade Média (do século IX ao.XV). 
Povos bárbaros: germânicos, visigodos, ostrogodos, francos, burgúndios e etc. 
Sistema de governo: tribal - “fragmentado” 
Sistema econômico: feudal. 
Direito: cada povo tinha o seu, mas havia características compartilhadas. 
O Direito brasileiro é considerado românico-germânico. 
___________________________________________________________________________ 
A Alta Idade Média é um período de desconstrução e construção. Neste tempo da história 
europeia os homens tiveram que conviver com o fim do mundo que conheciam, o mundo 
romano e, ao mesmo tempo, com a construção de um novo mundo, agora tendo como 
elementos as culturas germânicas e a Igreja (Católica). 
Este período inicia-se com a queda de Roma e a invasão de tribos germânicas no território 
do Império. A guerra era primordial para a economia destes povos. 
 
A Baixa Idade Média é o período no qual, superados os momentos de integração dos dois 
mundos que se encontraram no início da Idade Média (o mundo romano e o germânico), o 
que se considera medieval consolidou-se e, ao mesmo tempo, começou a se transformar 
para daí a alguns séculos pôr fim ao medievo. 
- Instituição do feudalismo; 
- “Nascedouro” da Idade Moderna - (o renascimento do comércio, das cidades, das 
universidades, das grandes catedrais etc.). 
- A sociedade medieval estava consolidada e era simples sua divisão: um lado homens 
livres, com o poder das armas ou da Igreja, de outro os servos. 
Pode-se afirmar que a Idade Média conheceu basicamente três "tipos" de homens, os que 
guerreavam, os que oravam e os que trabalhavam. 
Quanto aos servos, é necessário reafirmar que estes não eram livres, não eram escravos tampouco. 
Servos eram não-livres não porque pertencessem a alguém ou porque fossem um bem alienável 
(porque se assim fosse eles seriam escravos), mas porque estavam presos à terra e se esta mudasse 
de mãos por qualquer motivo os servos daquela terra teriam um outro senhor. Eles não poderiam, 
via de regra, mudar de feudo quando achassem pertinente. 
__________________________________________________________________________ 
Sistema Feudal 
Dentre todas estas questões qµe envolvem este termo, uma palavra é primordial para seu 
entendimento: sobrevivência. Seja a luta pela sobrevivência usando armas, seja a 
sobrevivência básica da alimentação, aí se encontra a semente do feudalismo. 
Definição formal 
"(...) Pode-se entender por feudalidade um tipo de sociedade baseado numa organização 
muito particular entre os homens: laços de dependência de homem para homem 
estabelecendo uma hierarquia entre os indivíduos. Um homem, o vassalo, confia-se a outro 
homem, que escolhe para seu amo, e que aceita esta entrega voluntária. O vassalo deve ao 
amo fidelidade, conselho e ajuda militar e material. O amo, o senhor, deve a seu vassalo 
fidelidade, proteção, sustento. O sustento pode ser assegurado de diversas maneiras. 
Geralmente faz-se através da concessão ao vassalo duma terra, benefício ou feudo." 
__________________________________________________________________________ 
Contrato Feudo-Vassálico 
O próprio feudalismo baseia-se em uma questão de direito, em um contrato, pois a 
concessão de um feudo era feita através de um pelo qual o senhor e o ·vassalo contraíam 
obrigações recíprocas. 
Ambos (vassalo e senhor), em público fazem promessas recíprocas dentro de um cerimonial. 
Estas cerimônias tinham o nome de Investidura, Fé e Homenagem. 
Neste contrato era necessário também que se obtivesse da parte do vassalo o juramento de 
fidelidade, razão da concessão de um feudo para ele. Este juramento chamava-se Fé e 
seguia-se imediatamente a homenagem. 
A Investidura era a entrega do benefício, do feudo ao vassalo. Geralmente o senhor entregava-lhe um objeto 
como símbolo do feudo outorgado. Este benefício dado ao vassalo quase sempre era sinônimo de uma porção 
de terra, porém poderia também ser um castelo sem terras em volta, uma portagem, uma magistratura etc. 
__________________________________________________________________________ 
Os Efeitos do Contrato Feudo-Vassálico 
O sustento poderia ser feito diretamente, ou seja, o senhor poderia tomar o vassalo e sua 
família sob seu próprio teto ou poderia, como era mais comum, conceder ao vassalo um 
feudo. 
Em contrapartida o vassalo devia a seu senhor a fidelidade (abster-se de atos hostis ou 
perigosos contra o senhor), o auxilium (ajuda militar e material, nem sempre de caráter 
pecuniário) que, na maioria das vezes, apresentava-se sob a forma de auxílio militar (de 
homens e armamentos) ou com o consilium (obrigação de auxiliar ao senhor com conselhos 
sempre que este convocava). 
__________________________________________________________________________ 
O Direito na Idade Média 
Compondo o Direito Medieval como um todo podem ser vistos os Direitos romano, 
germânico e canónico (relativo à Igreja). 
__________________________________________________________________________ 
Direito Germânico 
Era baseado nos costumes e tradições - direito consuetudinário. 
Quando estes povos invadiram o Império Romano, algumas tribos estabeleceram-se como reinos e, algumas 
delas, para um melhor controle da população romana conquistada, portanto diferente e acostumada com 
direito escrito, perceberam a necessidade de confeccionar um direito escrito, outros reinos optaram por 
manter a qualquer custo seus costumes e, portanto, a sua legislação. Estes são chamados de Direitos das 
Monarquias Germânicas. 
Personalidade das Leis: cada qual leva consigo, para onde quer que vá ou qualquer que seja 
o soberano, o estatuto jurídico de sua tribo de origem. 
__________________________________________________________________________ 
Direito Canônico 
 
É o nome dado ao Direito da Igreja Católica e é chamado canônico por causa da palavra 
"cânon" que em grego significa regra. 
Este direito foi importantíssimo durante a Idade Média, muito por causa da própria 
importância da Igreja, muito por ser escrito. O fato de ser escrito dava a este direito 
primazia em muitos locais da Europa, visto que a oralidade imperava em um período de 
analfabetos. 
o Direito Canônico foi o responsável exclusivo, durante vários séculos, pelo domínio do 
direito privado, tanto para religiosos quanto para leigos. 
 Os tribunais eclesiásticos eram o local de solução de casamentos e divórcios, por exemplo. Foi 
objeto de trabalhos doutrinais e, desta forma, chegou, inclusive, a influenciar direitos dos nossos 
dias. 
 
Ordália: prova judiciária destinada a inocentar ou inculpar um acusado. (O ordálio, também 
chamado juízo de Deus, consistia em submeter à prova do fogo ou da água o acusado, que, 
se dela saísse salvo, era em geral declarado inocente.). 
No período medieval, pelo menos até o século XIII, utilizava-se as provas de ferro em brasa ou de água fervente que se 
cria que o inocente não se feriria. Outro método era o indivíduo ser mergulhado de pés e mãos atadas em água fria e a 
resposta adviria da mesma forma citada acima. 
 Uma outra forma de provar por ordálios era ·a chamada "prova do cadáver", que consistia em fazer o acusado tocar o 
defunto sem que este sangrasse. Se o imputado fosse nobre de muito alto nível, um príncipe, um conde, era permitido que 
este indicasse algum subordinado para participar das "provas". 
Os ordálios bilaterais poderiam ser provas de batalha com campeões - na base da luta de espada ou outra forma - ou 
ainda se colocava os indivíduos em contenda de pé e de braços abertos e o que primeiro não agüentasse mais a posição 
perdia a questão; era chamada de iudicium crucis ou julgamento da cruz. 
__________________________________________________________________________Direito Romano 
Foi largamente aplicado o supracitado Princípio da Personalidade das Leis, através da qual 
o Direito Romano continuou a ser empregado para os romanos e o Direito Germânico para 
as tribos invasoras. 
Inquisição: Durante a Idade Média a Inquisição era o tribunal especial para julgar e 
condenar os hereges, pessoas ou grupos que acreditavam em um catolicismo considerado 
"desviado" ou praticavam atos que, naquele período em que a supertição reinava, eram 
indicados como bruxaria ou feitiçaria. 
O Tribunal do Santo Ofício e os Tribunais Seculares: 
 
Como visto anteriormente, no regime feudal a jurisdição pertencia ao senhor da terra e 
todas as pessoas que viviam sob seu domínio estavam também sob sua jurisdição. O 
chamado "sistema acusatório" era o que vigorava (e o que vigorou durante séculos). Neste 
sistema o julgamento era meramente um confronto e não estava formada a noção de 
"interesse público" no que diz respeito a punir crimes. 
A prova mais utilizada era a prova testemunhal e neste sentido foi cuidadosamente 
regulamentada, sendo distinguidas várias categorias de testemunhas. A testemunha mais 
válida e mais completa da Idade Média e da Idade Moderna era o próprio réu e sua 
confissão, esta era considerada a rainha das provas, a probatio probatissima; somente com 
esta "prova" era possível comprovar a culpa. 
__________________________________________________________________________ 
O sistema judicial inglês 
Origens 
 As bases do direito inglês deitam raízes na common law. 
O direito da common law, que se estabeleceu no Reino Unido, pode ser dividido 
historicamente em quatro grandes períodos: 
 1º) período anglo-saxônico; 
2º) período da common law (1066-1485); 
 3º) período da rivalidade com a equity (1485-1832) 
4º) período moderno. 
A primeira fase, dita anglo-saxônica ou bárbara, é pouco conhecida, caracterizando-se por 
uma mistura de crenças, misticismos e desorganização institucional. O direito praticado 
localmente fortaleceu-se diante do colonizador, que o aceitava, inclusive, recepcionando-o. 
O mesmo fenômeno ocorreu quando da invasão normanda. 
Em uma terceira fase do direito da common law, observou-se um conflito entre uma 
jurisdição antiga e tradicional, baseada na common law, e o direito real, que resolvia 
grande parte das causas mais importantes, poder esse que foi crescendo, a partir da 
necessidade de afirmação da soberania estatal, personificado na figura do Chanceler, que 
passa a exercer a equity, que se traduzia em um recurso direto ao rei, fonte de justiça e de 
generosidade e que não estava adstrito aos parâmetros formais traçados pela common law. 
Atualmente, não existe essa dicotomia entre equity e common law, mas a necessidade de 
utilização da equidade para o caso concreto não fez substituir o antigo sistema da 
common law, muito pelo contrário, esse foi aperfeiçoado e ambos convivem hoje. 
Já na quarta fase, a qual coincide com o período moderno, que resultou nas reformas do 
século XIX, há um triunfo da legislação, prestando-se maior atenção às regras do direito 
substantivo, como acontecia na Europa continental. 
__________________________________________________________________________ 
Principais características da common law 
Uma primeira característica importante da common law é a importância que conferia às 
regras de processo ou remedies precede rights, sendo que aos poucos, a partir dessas 
regras, a common law passa a definir os direitos e obrigações; nos termos do que acentua 
René David, esse apego às regras formais deve-se ao fato de a common law filosoficamente 
dar mais importância à segurança jurídica e à solução rápida dos litígios do que à 
realização da justiça propriamente dita. 
 
Segundo, é a importância que se dá às chamadas regras de distinções, em que se separa o 
que é ratio decidendi de obter dictum, pois só a primeira deve ser seguida como 
precedente, outra importante característica desse direito, desde que a hipótese não seja 
distinta da tratada no caso concreto. 
 
Terceiro, é a criação da regra do precedente ou rule of precedent. 
Geralmente, essa forma do precedente ocorre hierarquicamente, partindo da House of 
Lords às Cortes inferiores, mas, conforme aponta Willian Geldart, pode acontecer o 
contrário, quando decisões tomadas por Cortes inferiores, em assuntos ainda não tratados 
pelas Cortes Superiores e ainda não definitivamente decididas por estas, à míngua de 
recursos endereçados, acabam por disciplinar diferentes relações jurídicas, de toda a 
ordem, tais como contratos, separações etc., não sendo útil ao caráter extremamente 
pragmático da common law que as Cortes superiores, agora provocadas, decidam de forma 
diferente21, por isso, o caráter vinculante, só que agora em sentido oposto, eis que de baixo 
para cima. 
Essa força vinculante se projeta para o futuro e é uma característica essencial desse direito. 
 
Quarto, é a consideração que se dá ao juiz como mero árbitro entre as partes, na medida 
em que se vê o processo como um torneio, em que às partes compete apresentar suas 
alegações e provas, devendo, em algumas circunstâncias, competir a uma delas apresentar 
algum meio de prova que tenha consigo, mesmo que favoreça a outra, o que se chama 
Discovery order. 
 
Quinto, a importância dos statues, que começam com a Magna Carta de 1225, no reino de 
Henrique III, que são na realidade o adendo ou a errata do conjunto de livros que 
compõem a common law e não teriam sentido, portanto, senão como referência à common 
law. 
 
Sexto, nota-se atualmente no direito da common law uma acentuada importância da 
disciplina legislativa em alguns campos em que a modernidade o exige, tal como no campo 
das relações econômicas, no sistema previdenciário, da repressão penal e no direito 
comunitário, por exemplo, bem como a existência de inúmeros Tribunais administrativos 
para tratar das mesmas. 
 
Por fim, pode-se dizer ainda que a common law possui uma grande capacidade de 
adaptação e de mudança, pois, como surge do que vem sendo praticado, tem uma grande 
capacidade de se amoldar aos fatos, sendo de sua essência a ideia de que as coisas podem 
mudar e ainda assim permanecerem a mesma coisa. 
 
É errado ainda dizer que o direito inglês seja costumeiro, apesar de que esse exerce uma 
força preponderante, bastando mencionar o exemplo do direito constitucional, em que se 
tem, em tese, uma Monarquia absoluta, na qual todos os bens públicos, todos os cargos e 
remunerações pertencem à Rainha, que pode dispor deles como bem entender; entretanto, 
o que se considera efetivamente como força normativa são as chamadas conventions of the 
Constitution. 
__________________________________________________________________________ 
Vantagens e desvantagens da common law 
Aspectos positivos: 
1º) Certeza: o fato de que o caso decidido tenha uma força vinculante torna certo o que 
será decidido depois, em casos futuros, possibilitando, assim, às pessoas anteciparem suas 
decisões em vários âmbitos sociais; 
2º) Possibilidade de expansão: como não existe a previsão legislativa para todas as 
hipóteses, há um vasto campo de atuação para os juízes e de expansão da sociedade, na 
medida em que não há um congelamento normativo; 
3º) Riqueza de normatização: a common law é muito mais rica em detalhes quanto à 
solução de questões específicas do que a lei codificada de base continental; 
4º) Caráter prático: decorre do fato de que a lei surge dos fatos e não de especulações 
acadêmicas. Surge das dificuldades reais e se relaciona às necessidades diárias. 
Aspectos negativos: 
1º) Rigidez: onde uma norma tenha sido colocada, ainda que equivocadamente produzida, 
fica muito difícil deixar de aplicá-la, tendo em vista seu efeito vinculante como precedente, 
como visto; 
2º) O perigo de distinções ilógicas: como visto, uma das características do sistema é a figura 
das distinções, poiscompete ao jurista mostrar onde que o precedente tratado não se aplica 
e por qual motivo, distinguindo, como visto, dentre outras hipóteses a ratio decidendi e o 
obter dictum. Assim, pode-se perceber que, em alguns casos, há juízes que tendem a não 
reconhecer precedentes cuja aplicação seja de difícil reconhecimento, por comodidade, em 
detrimento da hipótese fática. Podem ocorrer ainda situações inversas, em que se busca a 
semelhança de situações que são distintas; 
3º) Complexidade: como não existe uma sistematização, as normas encontram-se 
espalhadas por mais de 2.000 (dois mil) volumes de compilação de julgados, sem mencionar 
alguns compêndios doutrinários cuja tradição os reconhece quase como força normativa de 
precedentes. 
__________________________________________________________________________ 
Organização do direito inglês 
É interessante que os crimes, no direito inglês, podem ser previstos na lei ou pela common 
law, sendo que, em regra, as infrações mais graves não são previstas pela lei, mas sim pela 
common law offences. 
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