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Tratamento Farmacológico de Insuficiência Cardíaca IC

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A demonstração de que o bloqueio do sistema renina
angiotensina aldosterona (SRAA), através dos 
inibidores da enzima de conversão de angiotensina I 
em angiotensina II (iECA) e dos bloqueadores dos 
receptores de angiotensina (BRA) mudava a história 
natural da doença. A seguir, se mostrou que um 
bloqueio adicional do SRAA com a espirolactona 
aumentava o benefício e, por fim, com o bloqueio do 
sistema adrenérgico, com o uso de 
betabloqueadores, um benefício maior na redução da
mortalidade foi alcançado.
Com recentemente tentativas de incorporar novas 
classes de drogas, foram aprovadas a 
comercialização novas drogas para Insuficiência 
Cardíaca: Sacubitril + Valsartana (Entresto®) e 
ivabradina.
O diuréticos e digitalicos não demonstraram 
impacto no prognóstico, mas atuam no controle 
dos sintomas.
O tratamento tem por objetivo prevenir a 
progressão da disfunção ventricular, controlar os 
sintomas, melhorar a qualidade de vida, reduzir o 
número de internações e de óbitos por IC.
DIURÉTICOS
Indicações: Pacientes sintomáticos e sinais de 
sobrecarga volêmica (edema periférico, turgência 
jugular, congestão pulmonar,).
Fármacos: Na maioria dos casos, a Furosemida é o 
de escolha. Nos pacientes francamente 
descompensados, a formulação venosa é a preferida.
Os tiazídicos podem ser utilizados nos pacientes 
menos sintomáticos, sem disfunção renal importante 
(Cr < 2,5 e ClCr > 40ml/min).
Modo de Uso: Devem ser associados à restrição de 
sódio (3g/dia), monitorando o alívio sintomático e a 
perda de peso esperada (0,5kg a 1kg/dia na primeira 
semana).
Efeitos Adversos: Hipocalemia, hipomagnesemia, 
alcalose metabólica, hipovolemia.
*Lembrar que os tiazídicos podem causar 
Hiperuricemia, portanto, devem ser evitados nos 
pacientes com Gota.
DIGITÁLICOS
Indicações: Pacientes com IC sistólica sintomáticos 
a despeito do uso de diuréticos e vasodilatadores em 
doses otimizadas.
Fármacos: A droga mais utilizada é a Digoxina oral 
ou Deslanosídeo venoso.
Modo de Uso: A digoxina possui a dose terapêutica 
muito próxima da dose tóxica, gerando alto risco de 
intoxicação digitálica. A dose inicial é de 0,125 a 
0,25mg/dia.
Efeitos Adversos: Intoxicação digitálica que é 
caracterizada por anorexia, náusea e vômitos, visão 
embaçada, vertigem, insônia e confusão mental.
* O sinal eletrocardiográfico indicativo de Intoxicação 
Digitálica é a inversão da onda T – “sinal da pá (ou 
colher) de pedreiro”.
Arritmias desencadeadas pela Intoxicação digitálica: 
Taquicardia Atrial com Bloqueio (mais comum), 
Taquicardia Juncional Não-paroxística, Taquicardia 
Ventricular Bidirecional (mais específica de 
Intoxicação Digitálica), BAV de 2° e 3° graus. A 
hipocalemia e a disfunção renal podem precipitar 
esse quadro.
O tratamento da Intoxicação Digitálica envolve a 
retirada da droga e dosagem dos níveis séricos 
de digoxina além de, avaliação eletrolítica e uso 
de carvão ativado caso a ingestão tenha ocorrido 
nas últimas 6-8 horas nos casos de tentativa de 
suicídio. Caso haja taquiarritmia ventricular, o 
antiarrítmico de escolha é a Fenitoína IV. O padrão-
ICC - Tratamento Farmacológico
ouro para o tratamento são os Anticorpos Antidigital 
(Fab).
BETABLOQUEADORES
Os BB associados à IECA ou BRA reduzem 
mortalidade global, morte por IC e morte súbita, 
além de reduzir reinternação por IC.
Indicações: Pacientes com IC com disfunção 
sistólica do VE, IC classe funcional NYHA II – IV com 
disfunção sistólica e disfunção ventricular pós-IAM.
Fármacos: As drogas com benefício comprovado na 
IC são: Carvedilol (não-seletivo), Succinato de 
Metoprolol (beta1-seletivo) e Bisoprolol (beta1-
seletivo).
Modo de Uso: Dose inicial baixa em pacientes 
compensados clinicamente (sem sintomas em 
repouso ou aos mínimos esforços), com aumento 
gradual a cada duas semanas.
Contra-indicações: IC sistólica descompensada 
grave; Asma e/ou broncoespasmo; Bradicardia 
sintomática com FC < 50bpm; Bradiarritmia 
importante (BAV avançado); Doença arterial 
periférica com claudicação; fenômeno de Reynaud e 
hipotensão arterial sintomática.
INIBIDORES DA ECA
Estudos demonstraram que o iECA aumenta a 
sobrevida, reduz o número de internações 
hospitalares, melhora a classe funcional e a 
qualidade de vida de pacientes com ICC sintomática.
Indicações: Todos os pacientes com IC sistólica 
sintomática (estágios C e D) e nos assintomáticos 
com disfunção sistólica (estágio B). Nos pacientes 
estágio A, pode ser utilizado na função de anti-
hipertensivo.
Fármacos: captopril, enalapril, lisinopril, perindopril, 
ramipril.
Modo de Uso: Devem ser iniciados em doses baixas
e aumentadas, até atingir a maior dose tolerável.
Contra-indicações: Hipercalemia (K > 5,5mEq/L); 
Creatinina > 3mg/dL; estenose bilateral de artéria 
renal (ou unilateral em rim único); hipovolemia; 
hipotensão; histórico de angioedema e/ou tosse com 
uso de IECA.
BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE
ANGIOTENSINA (BRA):
Os BRAs são recomendados como alternativa nos 
pacientes que não toleram os IECA devido a tosse ou
angioedema.
Fármacos: Candesartana, Losartana, Valsartana.
Modo de Uso: Devem ser iniciados em doses baixas
e aumentadas, até atingir a maior dose tolerável.
Contra-indicações: Mesmas dos IECAs, exceto o 
histórico de tosse e/ou angioedema.
ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA
Indicações: A espironolactona tem eficácia 
comprovada na redução de mortalidade em pacientes
com classe funcional III-IV e FEVE < 35%. Em 
pacientes assintomáticos pós IAM com FEVE < 40%, 
o eplerenone reduziu mortalidade geral e 
cardiovascular, hospitalização e morte súbita
Fármacos: Espironolactona e Eplerenona.
Modo de Uso: Dose baixa inicial. Cuidado com 
insuficiência renal e associação com IECA/BRA – alto
risco de hipercalemia. Deve-se utilizar apenas em 
pacientes com creatinina < 2,5mg/dL. Não utilizar em 
pacientes com K > 5,0mEq/L.
ASSOCIAÇÃO HIDRALAZINA + NITRATO
Existe evidência de aumento de sobrevida na 
associação de Hidralazina com Nitrato principalmente
em pacientes negros.
As indicações básicas são para pacientes com IC 
sistólica sintomática com contra- indicações ao uso 
de IECA e BRA (hipercalemia, insuficiência renal) e 
nos pacientes que permanecem sintomáticos apesar 
de estarem com terapia plena com IECA (ou BRA) + 
diuréticos + beta-bloqueador.
SACUBITRIL + VALSARTANA:
O Entresto® teve resultados muito positivos, com 
redução dos desfechos de mortalidade 
cardiovascular e hospitalização por Insuficiência 
Cardíaca descompensada, quando comparado com 
enalapril.
Indicações: IC sistólica sintomática (estágios C e D)
Mecanismo de ação: O sacubitril é uma droga 
inibidora da enzima neprisilina, que degrada a 
bradicinina e outros peptídeos hormonais. O efeito 
final é o acúmulo de substâncias com propriedades 
vasodilatadoras e que melhoram a função endotelial.
Posologia: Apresentações de 24/26mg, 49/51mg e 
97/103mg – 2x/dia. Iniciar na menor dose e aumentar
conforme tolerância.
Efeitos adversos: A associação apresentou menos 
efeitos colaterais que o IECA, sendo os mais 
prevalentes: hipotensão, hipercalemia e insuficiência 
renal.
VABRADINA
Está indicada para reduzir o risco de 
hospitalização por IC em doentes com FEVE ≤ 
35%, que estejam sintomáticos apesar de tratamento 
otimizado com a maior dose tolerada de 
betabloqueador e em ritmo sinusal com FC ≥ 70bpm 
em repouso. Os benefícios da ivabradina observados
no estudo SHIFT foram redução de hospitalização 
por IC.
Mecanismo de ação: inibição da corrente marca-
passo (If) que controla a despolarização no nódulo 
sinusal.
Posologia: Apresentações de 5 e 7.5mg – 2x/dia. 
Iniciar na menor dose e aumentar conforme 
tolerância.
Efeitos adversos: Bradicardia, tonteira, fadiga, 
alterações visuais.
	DIURÉTICOS
	DIGITÁLICOS
	BETABLOQUEADORES
	INIBIDORES DA ECA
	BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA (BRA):
	ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA
	ASSOCIAÇÃO HIDRALAZINA + NITRATO
	SACUBITRIL + VALSARTANA:
	VABRADINA

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