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Prática Clínica no Processo de Cuidar da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente unid_2

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Unidade II
Unidade II
3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO E PARTO DE 
RISCO HABITUAL
3.1 Humanização da assistência no parto e nascimento
Os avanços da obstetrícia contribuíram para a melhoria dos indicadores de morbidade e mortalidade 
materna e perinatais, no entanto permitiram a concretização de um modelo assistencial que considera 
a gestação, o parto e o nascimento como doenças, expondo as mulheres e os recém‑nascidos a muitas 
intervenções realizadas rotineiramente e sem indicações específicas (BRASIL, 2017c).
O excesso de intervenções obstétricas, além de desconsiderar os aspectos emocionais, humanos 
e culturais envolvidos no processo, aumenta as chances de complicações maternas e perinatais 
(BRASIL, 2017c).
Considerando o modelo obstétrico vigente, caracterizado pelo intervencionismo e pelas elevadas 
taxas de cesáreas no mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 1996 um documento 
intitulado Maternidade Segura: Assistência ao Parto Normal. Nesse material, foi apresentada uma 
definição de parto normal e uma classificação das práticas comuns na condução do parto normal, 
orientando os profissionais de saúde que assistem ao parto sobre as condutas que devem ou não serem 
realizadas no processo de parturição. Essa classificação foi fundamentada nas evidências científicas 
concluídas de pesquisas desenvolvidas em todo o mundo (OMS, 1996).
Nesse sentido, as recomendações foram classificadas pela OMS em quatro categorias:
• práticas demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas;
• práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas;
• práticas sem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas 
com cautela até que mais pesquisas esclareçam a questão;
• práticas frequentemente usadas de modo inadequado (OMS, 1996).
Seguindo as recomendações da OMS, o Ministério da Saúde lançou em 2000 o Programa de 
Humanização no Pré‑natal e Nascimento (PHPN) no Brasil por meio da Portaria nº 569, cujos objetivos 
são (BRASIL, 2000):
• a redução das elevadas taxas de morbimortalidade materna e perinatal no País;
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• a adoção de medidas que assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do 
acompanhamento pré‑natal, da assistência ao parto, puerpério e neonatal;
• a ampliação das ações na área de atenção à gestante.
Nessa direção, e ainda fundamentado nas recomendações da OMS, o Ministério da Saúde publicou 
em 2001 o manual Parto, Aborto e Puerpério: assistência humanizada à mulher. Nesse material, o referido 
Ministério preconizou que a humanização da assistência à mulher no ciclo gravídico‑puerperal deve 
ser uma prioridade para os profissionais de saúde e para as instituições que atendem às mulheres no 
Brasil, sendo essencial para disseminar os conceitos e as práticas assistenciais com vistas à humanização 
(BRASIL, 2001).
 Lembrete
O intuito da OMS com a publicação do documento intitulado 
Maternidade Segura: assistência ao parto normal foi estabelecer práticas 
obstétricas adequadas e seguras para a assistência ao parto, garantindo 
uma atenção materno‑infantil qualificada, segura e humanizada. Para a 
OMS, o objetivo da assistência obstétrica é ter uma mãe e uma criança 
saudáveis, com o menor nível possível de intervenção compatível com 
a segurança.
Para assegurar à mulher o direito à atenção humanizada na gestação, no parto e no puerpério, 
como também o direito ao planejamento reprodutivo e o direito da criança ao nascimento seguro e 
ao crescimento e desenvolvimento saudável, o Ministério da Saúde instituiu em junho de 2011 a Rede 
Cegonha no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil (BRASIL, 2017a).
Os princípios da estratégia Rede Cegonha (BRASIL, 2011) foram os seguintes:
• respeito, proteção e realização dos direitos humanos;
• respeito à diversidade cultural, étnica e racial;
• promoção da equidade;
• enfoque de gênero;
• garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes;
• participação e mobilização social;
• compatibilização com as atividades das redes de atenção à saúde materna e infantil em 
desenvolvimento nos estados.
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Entre os direitos estabelecidos pela Rede Cegonha, destacam‑se (BRASIL, 2011):
• ampliação do acesso aos serviços de saúde, o acolhimento e a melhoria da qualidade do pré‑natal;
• transporte para o pré‑natal e para o parto;
• vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto;
• realização de parto e nascimento seguros, por meio de boas práticas de atenção;
• acompanhante no parto, de livre escolha da gestante;
• atenção à saúde da criança de zero a 24 meses com qualidade e resolutividade;
• acesso ao planejamento reprodutivo.
Para fortalecer ainda mais os aspectos relacionados à humanização da assistência, o Ministério da Saúde 
lançou, em 2014, o quarto volume do Cadernos HumanizaSUS, com a finalidade de continuar apresentando 
as experiências de apoio à humanização no Brasil. Essa referência busca dar visibilidade a um conjunto de 
lutas pelo direito à saúde e ao acesso de qualidade equânime a mulheres grávidas brasileiras (BRASIL, 2014a).
Em 2017, por meio da publicação da Portaria nº 353, de 14 de fevereiro (BRASIL, 2017d), foram 
aprovadas as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, para utilização no SUS e na Saúde 
Suplementar no Brasil. Essas diretrizes fornecem subsídios para as mulheres brasileiras, aos profissionais 
de saúde e aos gestores, nos âmbitos público ou privado, sobre importantes questões relacionadas às 
vias de parto, suas indicações e condutas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis, no 
intuito de promover, proteger e incentivar o parto normal e humanizado no País (BRASIL, 2017c).
 Obsevação
O parto normal foi definido pela OMS como de início espontâneo, com 
baixo risco no início do trabalho de parto, permanecendo assim durante 
todo o processo, até o nascimento. O bebê nasce espontaneamente, em 
posição cefálica de vértice, entre 37 e 42 semanas completas de gestação. 
Após o nascimento, mãe e filho estão em boas condições.
As diretrizes apresentam as recomendações acerca de diferentes temáticas, tais como (BRASIL, 2017c):
• local de parto;
• profissional que assiste ao parto;
• cuidados gerais durante o trabalho de parto;
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• informações e comunicação;
• apoio físico e emocional;
• dieta durante o trabalho de parto;
• medidas de assepsia para o parto vaginal;
• avaliação do bem‑estar fetal;
• manejo da dor no trabalho de parto;
• ruptura prematura de membranas (rpm) no termo;
• eliminação de mecônio imediatamente antes ou durante o trabalho de parto;
• assistência no primeiro período do parto;
• assistência no segundo período do parto;
• assistência no terceiro período do parto;
• cuidados maternos imediatamente após o parto;
• assistência ao recém‑nascido.
Para a humanização da assistência à mulher durante o ciclo gravídico‑puerperal, é fundamental que 
o enfermeiro atue fundamentado nas recomendações nacionais e internacionais para atender a esse 
público, visando um parto e nascimento seguros para a mulher e para o recém‑nascido.
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre as Diretrizes Nacionais de Assistência 
ao Parto Normal, consulte o documento publicado pelo Ministério da Saúde 
de 2017.
Essa diretriz está integralmente disponível na internet no endereço 
eletrônico a seguir:
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao partonormal: versão resumida. Brasília: Ministério da Saúde, 2017c. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_
parto_normal.pdf>. Acesso em: 22 maio 2018.
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 Observação
A assistência ao parto normal de risco habitual ou baixo risco, que 
se mantenha dentro dos limites de normalidade, pode ser realizada pelo 
médico, pelo enfermeiro obstétrico e pela obstetriz.
A inserção do enfermeiro obstétrico e do obstetriz no cenário da 
assistência ao parto no Brasil é importante para a redução das intervenções 
e para se obter uma maior satisfação das mulheres (BRASIL, 2017a).
3.2 Períodos clínicos do trabalho de parto e parto normal de risco habitual
O trabalho de parto corresponde ao processo de movimentação do feto, placenta e membranas, 
através do canal de parto para fora do útero (LOWDERMILK et al., 2012). É dividido em quatro estágios 
distintos para retratar as alterações típicas de cada momento.
Sequencialmente, os períodos do trabalho de parto são:
• dilatação;
• expulsão;
• dequitação;
• Greenberg.
O primeiro período, denominado dilatação, inicia‑se com as contrações uterinas rítmicas, 
intermitentes e dolorosas, que provocam o apagamento e a dilatação cervical. Essa fase termina 
com a dilatação de 10 centímetros do orifício cervical. O tempo de duração dessa fase é variável 
(LOWDERMILK et al., 2012).
O segundo período, chamado período expulsivo, tem início com a dilatação total da cérvice (10 
centímetros) e termina com o nascimento da criança. Essa fase é caracterizada pelo fortalecimento das 
contrações uterinas, que provocam a movimentação do feto pela pelve materna e sua lenta descida pelo 
canal de parto até a sua expulsão (ORSHAN, 2010). Essa etapa pode durar minutos ou até duas horas 
(GOLDMAN, 2009).
O terceiro período do trabalho de parto, chamado de dequitação, secundamento ou placentário, 
inicia‑se após a expulsão do feto e termina com a eliminação da placenta e das membranas. 
As contrações uterinas variam de fracas a moderadas (ORSHAN, 2010) e visam à expulsão da 
placenta, que, em geral, ocorre de forma espontânea entre 5 e 30 minutos após o nascimento do 
bebê (GOLDMAN, 2009; ORSHAN, 2010).
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O período de Greenberg, ou quarto estágio do trabalho de parto, inicia‑se imediatamente após a 
expulsão da placenta. Não há consenso na literatura sobre sua duração exata. Para alguns autores, 
essa fase estende‑se até a primeira hora após o parto; para outros, até a segunda hora (BRASIL, 2001). 
Constitui um momento crucial para a mãe e para o recém‑nascido, pois ambos estão se recuperando 
do procedimento físico do nascimento, além de estarem se familiarizando um com o outro e com 
os demais membros da família. Nesse período, o organismo materno realiza seus reajustes iniciais 
para o retorno ao estado não gravídico e as funções dos sistemas do corpo começam a se estabilizar 
(LOWDERMILK et al., 2012).
 Saiba mais
De acordo com o Ministério da Saúde (2013a), o enfermeiro pode 
acompanhar inteiramente o pré‑natal de baixo risco na rede básica de 
saúde, conforme garantido pela Lei do Exercício Profissional.
A Resolução do Cofen nº 516, de 24 de junho de 2016 (COFEN, 2016), 
normatiza a atuação e a responsabilidade do enfermeiro na assistência 
às gestantes, parturientes, puérperas e recém‑nascidos nos Serviços de 
Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e outros locais 
onde ocorra essa assistência. Para obter mais informações acerca do 
assunto, recomenda‑se a leitura dessa Resolução, disponível no endereço 
eletrônico a seguir:
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Resolução nº 516, 
de 24 de junho de 2016. Normatiza a atuação e a responsabilidade do 
Enfermeiro, Obstetra e Obstetriz na assistência às gestantes, parturientes, 
puérperas e recém‑nascidos nos Serviços de Obstetrícia, Centros de 
Parto Normal e/ou Casas de Parto e outros locais onde ocorra essa 
assistência; estabelece critérios para registro de títulos de Enfermeiro 
Obstetra e Obstetriz no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais 
de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, 2016. Disponível em: 
<http://www.cofen.gov.br/resolucao‑cofen‑no‑05162016_41989.html>. 
Acesso em: 7 jun. 2018.
3.3 Assistência de enfermagem na admissão de uma parturiente
Durante a admissão da parturiente na UBS, é imprescindível que o profissional de saúde realize 
coleta de informações para a obtenção do histórico de enfermagem.
Nesse sentido, a realização de uma anamnese dirigida é importante para a obtenção de 
informações sobre:
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• Identificação da mulher.
• Dados sociodemográficos.
• Antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos.
• História da gestação atual:
— data da última menstruação;
— evolução da gravidez;
— movimentação fetal;
— início das contrações;
— estado das membranas amnióticas.
Essas informações devem estar descritas no Cartão da Gestante, oferecido pelos serviços de saúde 
para o acompanhamento do pré‑natal (BRASIL, 2001; LOWDERMILK et al., 2012).
Após a anamnese, o enfermeiro deve proceder ao exame físico da parturiente, por meio da avaliação 
do estado geral materno e dos aspectos específicos de obstetrícia, descritos a seguir.
3.3.1 Exame físico geral da parturiente
O exame físico inicial da parturiente inclui uma avaliação geral dos sistemas do organismo e servem 
como base para a avaliação do progresso do trabalho de parto. Nesse sentido, para o exame físico geral, 
o enfermeiro deve avaliar (BRASIL, 2001; GOLDMAN, 2009; LOWDERMILK et al., 2012; ORSHAN, 2010):
• o sistema cardíaco e pulmonar;
• a coloração e a hidratação da pele e das mucosas;
• a presença de edema de face, mãos, sacro e pernas;
• os sinais vitais (temperatura, pulso, respiração, pressão arterial e dor) da mulher.
3.3.2 Exame obstétrico
Após o exame físico geral, o enfermeiro deve realizar o exame físico específico para a obstetrícia, o 
que inclui:
• a palpação obstétrica;
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• a mensuração da altura uterina;
• a ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF);
• o toque vaginal.
Palpação obstétrica
A palpação obstétrica deve ser realizada com o objetivo de avaliar o crescimento fetal e diagnosticar 
os possíveis desvios da normalidade do seu crescimento, além de identificar a situação e a apresentação 
do feto. Para a palpação obstétrica, recomenda‑se a aplicação da técnica da escola alemã, denominada 
Manobras de Leopold, que consiste no método palpatório de 4 passos (BRASIL, 2013a):
• exploração do fundo uterino;
• exploração dos flancos;
• exploração da mobilidade cefálica;
• exploração da escava.
O método palpatório do abdome materno recomendado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2013a) 
indica esses quatro passos com diferentes objetivos, conforme descrito a seguir:
• Exploração do fundo uterino: delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e 
reconheça a parte fetal que o ocupa.
• Exploração dos flancos: deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando 
sentir o dorso e as pequenas partes do feto.
• Exploração da mobilidade cefálica: explore a mobilidade do polo, que se situa no estreito superior 
pélvico.
• Exploração da escava: determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, 
deslizando‑as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal que se apresenta.
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Vejamos os passos para a palpação obstétrica.1º tempo 2º tempo
Figura 10 – Manobras de palpação
3º tempo 4º tempo
Figura 11 – Manobras de palpação
As apresentações fetais podem ser cefálica (mais comum), pélvica ou córmica, enquanto as situações 
que podem ser encontradas são longitudinal (apresentação cefálica e pélvica) e transversa (apresentação 
córmica). A situação transversa reduz a medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a 
idade gestacional.
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As figuras a seguir ilustram as apresentações e situações fetais.
Longitudinal Transversa
Figura 12 – Situações fetais
Cefálica Pélvica
Figura 13 – Apresentações fetais
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Figura 14 – Córmica
Mensuração da altura uterina
Deve ser realizada com o objetivo de acompanhar o crescimento fetal e detectar precocemente as 
alterações. A medida da altura uterina possui relação com o número de semanas de gestação (BRASIL, 
2013a; BRASIL, 2016).
A técnica para a medida da altura uterina é a seguinte (BRASIL, 2013a):
• Posicionar a parturiente em decúbito dorsal, com o abdome descoberto.
• Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino.
• Fixar a extremidade inicial (zero centímetros) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda 
superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando‑a entre os dedos indicador e médio.
• Deslizar a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do 
útero com a margem cubital da mesma mão.
• Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino.
• Anotar a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marcar o ponto na curva da altura uterina.
A figura a seguir representa a técnica para a medida da altura uterina recomendada pelo Ministério 
da Saúde (BRASIL, 2013a).
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Figura 15 – Mensuração da altura uterina
Para avaliação da relação da altura uterina (em centímetros) com a idade gestacional (em semanas), 
as curvas do Centro Latino‑Americano de Perinatologia (Clap) devem ser utilizadas pelo enfermeiro 
como referência. A medida deve ficar dentro da faixa que delimita os percentis 10 e 90 do gráfico 
(limites de normalidade), conforme a idade gestacional calculada a partir da DUM (BRASIL, 2013a; 
BRASIL, 2016).
35 35
27 27
19 19
11 11
31 31
23 23
15 15
7 7
33 33
25 25
17 17
9 9
29 29
21 21
13 13
13 17 21 25 29 33 3715 19 23 27 31 35 39
Al
tu
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(c
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)
Semanas de gestação
Figura 16 – Altura uterina e idade gestacional
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Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF)
A ausculta dos BCF deve ser realizada antes, durante e depois de cada contração uterina com o 
objetivo de constatar a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos do 
feto, sendo indispensável para o diagnóstico oportuno de intercorrências obstétricas. É considerada 
normal a frequência cardíaca fetal (FCF) entre 110 e 160 batimentos por minuto (bpm) (BRASIL, 2016; 
LOWDERMILK et al., 2012; ORSHAN, 2010).
A técnica para ausculta dos batimentos cardiofetais utilizando o sonar doppler deve ser a seguinte 
(BRASIL, 2013a):
• Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto.
• Identificar o dorso fetal.
• Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal.
• Controlar o pulso da gestante para certificar‑se de que os batimentos ouvidos são os do feto, já 
que as frequências são diferentes.
• Contar os BCF por um minuto, observando sua frequência e seu ritmo.
• Registrar os BCF na ficha da mulher.
• Avaliar os resultados da ausculta dos BCF.
Toque vaginal
O toque vaginal deve ser realizado pelo médico ou enfermeiro com especialidade em obstetrícia. 
Nesse exame, o profissional deve obter informações sobre (LOWDERMILK et al., 2012):
• a dilatação cérvico‑uterina;
• o apagamento cervical;
• a posição do colo do útero (posterior, médio ou anterior);
• a apresentação fetal (cefálica ou pélvica);
• a variedade de posição;
• a altura da apresentação fetal (planos de De Lee);
• o estado das membranas da bolsa de líquido amniótico (íntegras, abauladas ou rompidas);
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• as características do líquido amniótico (coloração e odor) caso as membranas que compõem a 
bolsa estiverem rompidas.
3.3.3 Dinâmica uterina
A verificação da dinâmica uterina é imprescindível para a avaliação da evolução do trabalho de 
parto. Com a mão espalmada, repousando sobre o fundo do útero materno durante 10 minutos, o 
enfermeiro deve avaliar os seguintes parâmetros (GOLDMAN, 2009; LOWDERMILK et al., 2012):
• a frequência (número de contrações);
• a intensidade (força da contração);
• a duração (tempo entre o início e o fim de uma contração) das contrações uterinas.
3.4 Assistência de enfermagem no primeiro período do trabalho de parto: 
período de dilatação
Os cuidados de enfermagem no período de dilatação devem ser individualizados, considerando a 
condição clínica e psicológica de cada parturiente e devem estar embasados nos princípios da evidência 
científica, utilizando esse método para aumentar a segurança, eficácia e aceitabilidade dos cuidados às 
mulheres nesse período.
As diretrizes para assistência ao parto no Brasil indicam que o trabalho de parto está estabelecido 
quando houver contrações uterinas regulares associadas à dilatação cervical progressiva a partir dos 4 
centímetros. A duração do trabalho de parto ativo pode variar, nas primíparas, dura em média 8 horas e, 
nas multíparas, dura em média 5 horas (BRASIL, 2016).
Para o acompanhamento da evolução do trabalho de parto, é importante que o enfermeiro avalie, 
dentre outros:
• A frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora (dinâmica uterina).
• O pulso materno a cada hora.
• A temperatura e a pressão arterial maternas a cada 4 horas.
• A frequência da diurese materna.
• Os BCF:
— realizar a ausculta imediatamente após uma contração, por pelo menos 1 minuto e a cada 30 
minutos, registrando como uma taxa única;
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— registrar as acelerações e desacelerações se ouvidas;
— palpar o pulso materno se alguma anormalidade for suspeitada para diferenciar os batimentos 
fetais e da mãe.
• O exame vaginal, realizado pelo enfermeiro‑obstetra, deve ser feito de 4 em 4 horas ou se houver 
alguma preocupação com o progresso do parto ou em resposta aos desejos da mulher (após 
palpação abdominal e avaliação de perdas vaginais).
Dentre as condutas de enfermagem a serem realizadas durante o primeiro período do trabalho de 
parto, destacam‑se:
• Oferecer apoio físico e emocional para todas as parturientes.
• Recomendar o banho de aspersão morno, pois contribui para o relaxamento e o conforto da 
parturiente, desencadeando a redução da duração do trabalho de parto.
• Controlar a dor utilizando métodos não farmacológicos.
• Avaliar eliminações urinária e fecal.
• Monitorar a administração de ocitocina.
• Preencher adequadamente o partograma.
• Evitar condutas ineficazes, como a tricotomia pubiana e perineal, a lavagem intestinal e o decúbito 
dorsal horizontal.
• Estimular a deambulação em parturientes de baixo risco.
3.4.1 Partograma
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2016) recomenda que um partograma com linha de ação de 4 horas 
deve ser utilizado para o registro do progresso do parto, seguindo modelo da OMS. Trata‑se de uma 
representação gráfica dotrabalho de parto que permite acompanhar sua evolução, documentar, 
diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção desses desvios, 
ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias.
Na ficha de acompanhamento do trabalho de parto, além das anotações referentes à cérvico‑dilatação 
(partograma), é possível registrar: a FCF, as características das contrações uterinas, as condições da bolsa 
das águas e líquido amniótico, a infusão de líquidos e as especificações da analgesia. A figura a seguir 
representa o partograma referenciado pelo Ministério da Saúde para acompanhamento do trabalho de 
parto (BRASIL, 2001).
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Partograma
Dia de início
Hora real
Hora de 
registro
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seg.
20‑39 
seg.
≥ 40 
seg.
100
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19
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3
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4
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5
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Nome RG De Loc Hodge
Figura 17 – Modelo de ficha com partograma, respectivas linhas de alerta e ação e outros registros 
de interesse no acompanhamento do trabalho de parto
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3.5 Assistência de enfermagem no primeiro período do trabalho de parto: 
período de Greenberg
O período de Greenberg é considerado uma fase de risco materno, com possibilidade de grandes 
hemorragias. A hemostasia é assegurada pela retração uterina persistente, que promove a oclusão dos 
vasos na porção muscular, constituindo as ligaduras vivas de Pinard (globo de segurança de Pinard). 
Concomitantemente, ocorre o tamponamento trombótico dos vasos útero‑placentários (BRASIL, 2001). 
Assim, a contração uterina constitui o principal mecanismo de defesa do organismo materno contra a 
hemorragia (GOLDMAN, 2009; LOWDERMILK et al., 2012; ORSHAN, 2010).
A assistência ativa e a vigilância das condições da mulher durante o período de Greenberg são 
primordiais para a detecção precoce e o tratamento imediato da hemorragia (GOLDMAN, 2009; ORSHAN, 
2010). Para evitar esse quadro clínico, o profissional de saúde deve avaliar as condições uterinas logo 
após o parto, verificando se o útero está contraído, na linha mediana do abdome, e se a altura uterina 
está entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical, indicando a retração uterina persistente ou globo de 
segurança de Pinard (GOLDMAN, 2009; LOWDERMILK et al., 2012; ORSHAN, 2010).
A assistência de enfermagem no período de Greenberg envolve os seguintes cuidados (BRASIL, 2001; 
LOWDERMILK et al., 2012):
• Avaliar os sinais vitais a cada 15 minutos:
— pulso;
— respiração;
— pressão arterial;
— temperatura;
— dor.
• Verificar constantemente a contração uterina por meio da avaliação da firmeza do fundo uterino 
(altura do fundo uterino e consistência uterina – globo de segurança de Pinard).
• Em caso de hipotonia uterina, realizar uma massagem suave no fundo do útero e solicitar 
avaliação médica.
• Avaliar a presença de distensão vesical, pois a bexiga distendida dificulta a involução uterina.
• Na presença de distensão vesical, auxiliar a puérpera a urinar espontaneamente. Mensurar a 
quantidade, aspecto e odor da urina.
• Observar os lóquios, avaliando:
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— quantidade;
— coloração;
— odor do sangramento.
• Observar a região perineal buscando fontes de sangramento (por exemplo, episiotomia e/ou lacerações).
• Revisar o canal de parto.
• Coletar amostras de sangue para exames laboratoriais, caso necessário.
• Administrar medicamentos conforme prescrição médica.
• Incentivar a ingestão de alimentos e líquidos conforme tolerância da mulher.
• Estimular o aleitamento materno precoce na primeira meia hora de vida quando o recém‑nascido 
estiver em boas condições, pois a sucção do recém‑nascido estimula a contração uterina.
• Incentivar o vínculo da tríade mãe, pai e recém‑nascido.
O curto período em que a mulher permanece sob vigilância também constitui uma ótima 
oportunidade para o cuidado individualizado dos profissionais de saúde no que se refere às orientações 
sobre o período puerperal, o autocuidado, os cuidados com o recém‑nascido, a amamentação e outros 
assuntos correlatos, desde que a mulher esteja em boas condições vitais (BRASIL, 2001).
Por se tratar de um momento marcante para a mulher, para o recém‑nascido e para a família, o 
enfermeiro deve atuar baseando‑se em princípios que proporcionem a plena satisfação da mulher com 
o máximo de qualidade (GOLDMAN, 2009).
 Saiba mais
Para um acompanhamento do trabalho de parto com qualidade e 
segurança, a equipe obstétrica deve avaliar a parturiente e preencher o 
partograma adequadamente, o que requer habilidade e conhecimento.
Para obter mais informações referentes ao preenchimento adequado do 
partograma, consulte a referência do Ministério da Saúde:
BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada 
à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/cd04_13.pdf>. Acesso em: 28 maio 2018.
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3.6 Caso clínico: assistência de enfermagem no período de Greenberg
ART, uma gestante com 25 anos de idade, G1P0A0, 38 semanas e 2 dias de idade gestacional, foi 
admitida na maternidade em ativo trabalho de parto. Após sete horas de trabalho de parto, deu à luz 
por parto normal, com episiotomia mediolateral direita, a um bebê (recém‑nascido) do sexo feminino; 
pesando 3.920 gramas; com estatura de 50 centímetros e avaliação de Apgar igual a 9 e 10.
Na primeira hora após o parto, referia cansaço, desconforto ao movimentar e preocupação com 
os cuidados com o recém‑nascido e com a amamentação. Expressa desejo de amamentar seu bebê 
até quando houver necessidade, mas se sente insegura. Relatou, ainda, que dormiu pouco na noite 
anterior por causa das contrações uterinas, que estavam muito fortes. Ao exame clínico, a enfermeira 
constatou os seguintes parâmetros: puérpera consciente, orientada no tempo e espaço, ansiosa, mucosas 
hipocoradas (++/4+) e desidratadas (+/4+), afebril (temperatura axilar igual a 36,2 °C); pressão arterial 
igual a 130 x 90 mmHg; frequência cardíaca de 72 bpm; frequência respiratória de 16 irpm; dor em nível 
7 pela escala numérica de dor (de zero a 10), principalmente durante a movimentação. Mamas túrgidas, 
com ejeção de leite materno à expressão, sem dor à palpação.
A criança foi amamentada ainda na sala de parto, apresentando amamentação eficaz e pega correta. 
Involução uterina satisfatória, com útero contraído e fundo uterino localizado ao nível da cicatriz 
umbilical. Lóquios fisiológicos, em média quantidade, com coloração e odor característicos. Episiorrafia 
dolorosa (nível 7 pela escala numérica de dor) e sem sinais flogísticos. Eliminações vesicais presentes e 
intestinais ausentes até o momento. Presença de edema em membros inferiores (+/4+), sinais de Homan 
e Bandeira negativos.
Quadro 4 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de 
enfermagem no caso da paciente ART
Dados de 
enfermagem
Diagnóstico de 
enfermagem (Nanda) Fator(es) relacionado(s)/risco Características definidoras
Puerpério imediato Risco de choque Hipovolemia ____
Dor Dor aguda Agentes lesivos físicos (episiotomia/trauma perineal)
Autorrelato da intensidade usando 
a escala numérica de dor (7)
Cansaço e ansiedade Conforto prejudicado Controle situacional insuficiente Alteraçãono padrão de sono e ansiedade
Prejuízo no sono Padrão de sono prejudicado
Padrão de sono não restaurador 
(pelas responsabilidades e 
práticas da maternidade)
Insatisfação com o sono
Episiotomia Integridade tissular prejudicada
Procedimento cirúrgico 
(episiotomia) Tecido lesado (períneo)
Preocupação e 
ansiedade Ansiedade
Mudança importante na 
condição e função do seu papel 
(maternidade)
Preocupações devido à mudança 
em eventos da vida (maternidade) e 
nervosismo
Expressa desejo de 
amamentar seu bebê
Disposição para 
amamentação melhorada ____
Mãe expressa o desejo de melhorar 
a capacidade de amamentar com 
exclusividade
Episiotomia Risco de infecção Alteração na integridade da pele (traumatismo perineal) ____
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Exemplo de aplicação
Considerando os diagnósticos de enfermagem identificados, elabore um plano de cuidados para ART.
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PUERPÉRIO E AMAMENTAÇÃO
4.1 Importância do aleitamento materno
A OMS e o Ministério da Saúde recomendam que as crianças com até 6 meses de vida devem ser 
alimentadas exclusivamente com leite materno, sem outros líquidos ou sólidos e que, após essa idade, 
o aleitamento deve ser complementado com outros alimentos de forma oportuna e saudável até os 2 
anos ou mais (BRASIL, 2012b; BRASIL, 2015).
O aleitamento materno é a estratégia natural mais sábia para vínculo, afeto, proteção e nutrição 
da criança e constitui a forma mais sensível, econômica e eficaz para a redução da morbimortalidade 
infantil. Ademais, permite um grandioso impacto na promoção integral da saúde da mãe e do bebê 
(BRASIL, 2012b; BRASIL, 2015).
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve 
uma profunda interação entre a mãe e o bebê, com repercussões no estado 
nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em 
sua fisiologia e no seu desenvolvimento emocional e cognitivo, além de ter 
implicações na saúde física e psíquica da mãe (BRASIL, 2015, p. 11).
As recentes evidências científicas comprovam a superioridade da amamentação sobre outras formas 
de alimentar a criança pequena. Dentre as vantagens do aleitamento materno, o Ministério da Saúde 
cita (BRASIL, 2015):
• evita mortes infantis;
• evita diarreia;
• evita infecção respiratória;
• diminui o risco de alergias;
• diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes;
• reduz a chance de obesidade;
• melhor nutrição;
• efeito positivo na inteligência;
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• melhor desenvolvimento da cavidade bucal;
• proteção da mulher contra câncer de mama;
• evita nova gravidez;
• menores custos financeiros;
• promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho;
• melhor qualidade de vida.
Leifer (2013) destaca as vantagens e desvantagens do aleitamento materno para a mãe e para o 
recém‑nascido, conforme apresentado no quadro a seguir.
Quadro 5 – Vantagens e desvantagens do aleitamento materno
Mãe
Vantagens Desvantagens
A liberação de ocitocina ajuda na involução uterina Somente a mãe pode alimentar seu recém‑nascido, a menos que o leite seja bombeado e armazenado
O vínculo mãe/recém‑nascido se fortalece, ocorre o 
contato pele a pele
O bombeamento das mamas é demorado para mães 
que trabalham
Mamadas noturnas são menos complicadas A mãe deve ter cuidado com a ingestão de medicamentos
Períodos de descanso são necessários Algumas mães têm vergonha pela exposição das mamas
É conveniente e sempre está disponível, não requer 
nenhuma preparação
É rentável
É emocionalmente gratificante
Progesterona para a contracepção pode ser ingerida 
pela mãe, caso a amamentação ocorra em período 
inferior a cada 2 horas
Recém‑nascido
Vantagens Desvantagens
As propriedades imunológicas do leite materno ajudam 
a prevenir infecções
Mães infectadas com HIV podem transmitir a doença 
para o recém‑nascido por meio do aleitamento 
materno
O aleitamento materno atende às necessidades 
nutricionais do recém‑nascido
Fármacos administrados à mãe podem passar para o 
recém‑nascido via leite materno e produzir efeitos 
adversos no bebê
A presença de ácidos graxos e aminoácidos promove o 
desenvolvimento neurológico
O leite materno é facilmente digerido
O leite materno contém menos sódio e proteínas 
do que o leite de vaca e não sobrecarrega os rins do 
recém‑nascido
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O cálcio é mais bem absorvido
É o alimento menos alergênico para o recém‑nascido
O aleitamento materno promove o desenvolvimento 
dos músculos faciais, mandíbula e dentes
Os lactentes são menos suscetíveis a serem 
sobrealimentados ou obesos
O leite materno produz menos resíduos de nitrogênio, o 
que determina uma menor sobrecarga sobre os rins do 
recém‑nascido
O leite materno tem efeitos laxantes naturais
Os familiares podem participar após a alimentação do 
bebê estar completa
Fonte: Leifer (2013, p. 203).
O Ministério da Saúde (2015) destaca que, além da proteção contra câncer de mama e diabete tipo 
2 para a mãe, o aleitamento materno pode proteger a mulher que amamenta de outras doenças, como 
o câncer de ovário e de útero; a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial e a doença coronariana; a 
obesidade; a doença metabólica; a osteoporose e a fratura de quadril; a artrite reumatoide; a depressão 
pós‑parto e diminuição do risco de recaída de esclerose múltipla pós‑parto.
Para o sucesso do aleitamento materno, é fundamental a atuação do profissional de saúde, 
sobretudo do enfermeiro, que deve ter um olhar atento e abrangente no que tange à promoção e apoio 
ao aleitamento materno. Esse olhar deve reconhecer a mulher como protagonista do seu processo de 
amamentar, valorizando‑a, escutando‑a e empoderando‑a (BRASIL, 2015).
Nesse sentido, compete ao profissional de saúde identificar e compreender o aleitamento materno 
no contexto sociocultural e familiar no qual ele se desenvolve e, a partir dessa compreensão, cuidar 
tanto da dupla mãe/bebê como de sua família. Para isso, é necessário que o enfermeiro esteja preparado 
para prestar uma assistência eficaz, solidária, integral e contextualizada, que respeite o saber e a história 
de vida de cada mulher, e que a ajude a superar seus medos, suas dificuldades e suas inseguranças 
(BRASIL, 2015).
4.2 Técnica de amamentação
A técnica de amamentação ou a maneira como a dupla mãe/bebê se posiciona para amamentar/
mamar e a pega/sucção do bebê são muito importantes para o sucesso do aleitamento materno 
(BRASIL, 2015).
Todo profissional de saúde que faz assistência a mães e bebês no período de amamentação, com 
destaque para o enfermeiro, deve saber observar criticamente uma mamada e avaliar se a técnica está 
adequada (BRASIL, 2015).
No contexto geral, a OMS destaca quatro pontos‑chave que caracterizam o posicionamento 
adequado na amamentação (BRASIL, 2015):
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• Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo.
• Corpo do bebê próximo ao da mãe.
• Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido).
• Bebê bem apoiado.
Figura 18 – Posição da mãe: ela escolhe uma posição
Apresenta, ainda, quatro pontos‑chave que caracterizam uma pega adequada (BRASIL, 2015):
• aréola mais visível acima da boca do bebê;
• boca bem aberta;
• lábio inferior virado para fora;
• queixo tocando a mama.
Figura 19 – Pega adequada ou boa pega
Ao avaliar o processo de amamentação, o enfermeiro deve estar atento à presença dos seguintes 
sinais indicativos de técnica inadequada de amamentação:
• bochechas do bebê encovadas a cada sucção;
• ruídos da língua;
• mama aparentando estaresticada ou deformada durante a mamada;
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• mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama;
• dor na amamentação.
4.3 Recomendações
O Ministério da Saúde recomenda a amamentação sob livre demanda, isso quer dizer que a criança 
deve ser amamentada sem restrições de horários e de tempo de permanência na mama (BRASIL, 2015).
O tempo de permanência da criança na mama em cada mamada não deve ser fixado, haja vista que 
o tempo necessário para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla, 
pode variar dependendo da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do 
volume de leite armazenado na mama, entre outros (BRASIL, 2015).
O mais importante é que a criança deve ter tempo suficiente para esvaziar adequadamente a mama. 
Dessa maneira, a criança recebe o leite do fim da mamada, que é mais calórico, promovendo a sua 
saciedade e, consequentemente, promovendo maior espaçamento entre as mamadas. O esvaziamento 
das mamas é essencial para o ganho adequado de peso do bebê e para a manutenção da produção de 
leite suficiente para atender às demandas do bebê (BRASIL, 2015).
O uso de mamadeira e de chupeta é desaconselhado pelo Ministério da Saúde pela possibilidade de 
interferência negativa na duração do aleitamento materno, entre outros motivos (BRASIL, 2015).
4.4 Trauma mamilar
A presença de traumatismo mamilar é uma importante causa de desmame precoce. Além de serem 
dolorosas, as lesões mamilares são a porta de entrada para microrganismos. Por isso, é fundamental a 
atuação do profissional de saúde para a prevenção de lesão, como também para aliviar a dor e promover 
a cicatrização das lesões o mais rápido possível (figura a seguir).
Figura 20 – Trauma mamilar pela pega inadequada
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Dentre as medidas para a prevenção do trauma mamilar, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015) sugere:
• Amamentação com técnica adequada (posicionamento e pega adequados).
• Cuidados para que os mamilos se mantenham secos, expondo‑os ao ar livre ou à luz solar e trocas 
frequentes dos forros utilizados quando houver vazamento de leite.
• Não uso de produtos que retiram a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer 
produto secante.
• Amamentação em livre demanda, pois a criança colocada para sugar o peito, assim que dá os 
primeiros sinais de que quer mamar, vai ao peito com menos fome e, com isso, tem menos chance 
de sugar com força excessiva.
• Evitar ingurgitamento mamário.
• Ordenha manual da aréola antes da mamada se ela estiver ingurgitada, o que aumenta a sua 
flexibilidade, permitindo uma pega adequada.
• Introdução do dedo indicador ou mínimo pela comissura labial (canto) da boca do bebê se for 
preciso interromper a mamada, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser 
retirada da mama.
• Não uso de protetores (intermediários) de mamilo, pois eles, além de não serem eficazes, podem 
ser a causa do trauma mamilar.
 Observação
A massagem das mamas deve ser feita com movimentos circulares, 
particularmente nas regiões mais afetadas pelo ingurgitamento, pois 
provoca a fluidificação do leite acumulado, facilitando a retirada do leite, e 
são importantes estímulos do reflexo de ejeção do leite, pois promovem a 
síntese de ocitocina.
A ordenha manual da aréola deve ser realizada quando ela estiver tensa, 
antes de colocar o bebê para sugar, para que ela fique macia, facilitando, 
assim, a pega adequada do bebê.
Caso haja presença de traumatismo, as medidas sugeridas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2015) para 
minimizar o estímulo aos receptores da dor localizados na derme do mamilo e da aréola são os seguintes:
• Início da mamada pela mama menos afetada.
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• Ordenha de um pouco de leite antes da mamada, o suficiente para desencadear o reflexo de 
ejeção de leite, evitando dessa maneira que a criança tenha que sugar muito forte no início da 
mamada para desencadear o reflexo.
• Uso de diferentes posições para amamentar, reduzindo a pressão nos pontos dolorosos ou 
áreas machucadas.
• Uso de “conchas protetoras” (alternativamente pode‑se utilizar um coador de plástico pequeno, 
sem o cabo) entre as mamadas, eliminando o contato da área machucada com a roupa. Esses 
dispositivos devem possuir buracos de ventilação, pois inadequada circulação de ar para o mamilo 
e aréola pode reter umidade e calor, tornando o tecido mais vulnerável a macerações e infecções.
• Analgésicos sistêmicos por via oral se houver dor importante.
• Limitar a duração das mamadas não tem efeito na prevenção ou tratamento do trauma mamilar.
De acordo com o Ministério da Saúde (2015), substâncias tópicas como cremes, óleos em geral, antissépticos, 
saquinhos de chá ou outras devem ser evitados, pois não há comprovação de que sejam eficientes, podendo 
inclusive ser prejudiciais. Além disso, o tratamento seco de lesões mamilares, como o banho de luz, o banho de 
sol e o uso de secador de cabelo, não é recomendado porque se acredita que a cicatrização de feridas é mais 
eficiente se as camadas internas da epiderme (expostas pela lesão) se mantiverem úmidas.
 Lembrete
Nos casos de ingurgitamento mamário, o Ministério da Saúde recomenda 
a realização de massagens delicadas das mamas e a ordenha manual da 
aréola, além de mamadas frequentes, sem horários pré‑estabelecidos 
(BRASIL, 2015).
 Saiba mais
Para obter mais informações referentes ao aleitamento materno e ao 
seu manejo, consulte a referência do Ministério da Saúde:
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: aleitamento materno 
e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_
aleitamento_materno_cab23.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2018.
Boa leitura!
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4.5 Caso clínico: assistência de enfermagem na amamentação
Durante visita domiciliária, a enfermeira da Estratégia Saúde da Família (ESF) obteve as 
seguintes informações.
STR, no quarto dia pós‑parto normal com episiotomia mediolateral direita. Reside com companheiro e 
pai do seu filho, mas atualmente sua mãe está morando junto com eles para ajudá‑la nos cuidados com o 
recém‑nascido e com a casa. Refere que não está dormindo bem porque a criança chora muito à noite, que 
mantém uma alimentação adequada (6 refeições diárias) e ingestão de aproximadamente 2 litros de água por 
dia. Relata que está cansada porque não está dormindo bem, além de estar preocupada com a amamentação, 
porque está achando seu leite insuficiente e o recém‑nascido consegue sugar apenas a mama esquerda, pois 
a mama direita está muito dolorida e “machucada”. Refere, ainda, dor do tipo cólica durante a amamentação 
com escore 3 na escala numérica de dor (0‑10) e também na região da episiorrafia, com escore 5. A avó refere 
que não amamentou nenhum dos seus 3 filhos porque o leite era fraco e insuficiente e não “sustentava” 
os seus filhos. STR diz que não tem certeza se está agindo corretamente com relação à amamentação e 
questiona a enfermeira sobre a introdução de leite artificial e de outros alimentos, como chá e água.
Ao realizar o exame físico, a enfermeira constatou: mãe comunicativa, consciente, orientada em 
tempo e espaço, ansiosa, cansada, corada, hidratada, afebril (35,9 °C), normotensa (110 x 85 mmHg), 
normocárdica (82 bpm), eupneica (18 rpm), ausculta cardíaca com bulhas rítmicas normofonéticas 2 
tempos sem sopros, ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares presentes bilateralmentee sem 
ruídos adventícios. Mama esquerda túrgida, com presença de colostro, mamilo protruso. Mama direita 
tensa, quente, hiperemiada e com nódulos de retenção em quadrante inferior interno, mamilo protruso 
e com fissura de aproximadamente 2 centímetros de extensão. Dor com escore 7 pela escala numérica 
de dor (0‑10) na mama direita durante a amamentação. Abdome globoso, flácido, com sons intestinais 
diminuídos. Útero contraído cerca de 3 centímetros abaixo da cicatriz umbilical e com consistência firme. 
Loquiação rubra em pequena quantidade e odor característico. Episiorrafia sem sinais flogísticos e com 
bom aspecto de cicatrização. Sinais de Homan e Bandeira negativos. Refere micção e evacuação presentes. 
O recém‑nascido, sexo masculino, está em boas condições vitais e apresenta boa pega e sucção.
Ao observar a amamentação, a enfermeira identificou que o posicionamento materno e a pega do 
recém‑nascido estavam inadequados.
Quadro 6 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de 
enfermagem no caso da paciente STR
Dados de 
enfermagem
Diagnóstico de 
enfermagem (Nanda)
Fator(es) 
relacionado(s)/risco
Características 
definidoras
Dor na episiotomia, 
mama e contração 
uterina
Dor aguda
Agentes lesivos físicos 
(trauma mamário e 
perineal)
Autorrelato da 
intensidade usando 
escala numérica de dor
Posicionamento 
materno e a pega do 
RN inadequados
Amamentação ineficaz
Conhecimento 
insuficiente dos pais 
sobre técnicas de 
amamentação e dor 
materna
Incapacidade do lactente 
de apreender a região 
areolaro‑mamilar 
corretamente
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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE
Cansaço e ansiedade Conforto prejudicado Controle situacional insuficiente
Alteração no padrão de 
sono e ansiedade
Prejuízo no sono Padrão de sono prejudicado
Padrão de sono não 
restaurador (pelas 
responsabilidades e 
práticas da maternidade)
Insatisfação com o sono
Episiotomia e trauma 
mamilar D
Integridade tissular 
prejudicada
Procedimento cirúrgico 
(episiotomia) e fator 
mecânico (pega 
incorreta)
Tecido lesado (períneo e 
mama D)
Preocupação e 
ansiedade Ansiedade
Mudança importante na 
condição e função do 
seu papel (maternidade)
Preocupações devido à 
mudança em eventos 
da vida (maternidade) e 
nervosismo
Episiotomia e trauma 
mamilar Risco de infecção
Alteração na integridade 
da pele (traumatismo 
perineal e mamilar)
____
Exemplo de aplicação
Considerando os diagnósticos de enfermagem identificados, elabore um plano de cuidados para STR.
 Resumo
A assistência obstétrica tradicional brasileira realizada no ambiente 
hospitalar expõe as mulheres e os recém‑nascidos a intervenções 
frequentemente realizadas de forma desnecessária. Considerando o excesso 
de intervenções e os riscos associados, o Ministério da Saúde do Brasil, em 
consonância com a OMS, preconiza a humanização da assistência à mulher 
durante o ciclo gravídico‑puerperal com base nas melhores evidências 
científicas disponíveis (BRASIL, 2017a).
A assistência de enfermagem de uma parturiente de risco habitual 
deve ser embasada na humanização da assistência, utilizando métodos que 
aumentem a segurança, eficácia e aceitabilidade dos cuidados, além de 
respeitar a individualidade e o protagonismo da mulher.
Nesse sentido, para uma atuação com qualidade, é importante que o 
enfermeiro tenha conhecimento sobre as diretrizes para a assistência ao 
parto no Brasil.
Ainda nesse contexto, discutimos sobre a atuação do enfermeiro na 
assistência à saúde de uma parturiente de risco habitual, englobando as técnicas 
para o exame físico e os cuidados de enfermagem, avaliando os aspectos 
da humanização da assistência ao parto e nascimento. Sequencialmente, 
abordamos os aspectos relacionados ao aleitamento materno.
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Unidade II
O Ministério da Saúde, em consonância com a OMS, recomenda a 
amamentação exclusiva até o sexto mês de vida da criança. A amamentação 
é um processo que envolve a interação entre a mãe e o bebê, com 
repercussões positivas no estado nutricional da criança, em sua habilidade 
de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento 
cognitivo e emocional. Além disso, possui vantagens importantes para a 
saúde física e psíquica materna.
Ao assistir a uma puérpera, o enfermeiro deve identificar e compreender 
o aleitamento materno no contexto fisiológico, sociocultural e familiar, 
cuidando da mãe e do bebê e também da família.
Para o sucesso do aleitamento materno, é fundamental que o enfermeiro 
tenha um olhar atento e abrangente no que tange à promoção e apoio 
ao aleitamento materno. Esse olhar deve reconhecer a mulher como 
protagonista do seu processo de amamentar, empoderando‑a.
A maneira como a dupla mãe/bebê se posiciona para amamentar/
mamar e a pega/sucção do bebê também é importante para que o sucesso 
do aleitamento materno. Nesse sentido, o enfermeiro que assiste a mães e 
bebês no período de amamentação deve saber observar criticamente uma 
mamada e avaliar se a técnica está adequada.
Pontos‑chave para uma pega adequada: aréola mais visível acima da 
boca do bebê; boca bem aberta; lábio inferior virado para fora e queixo 
tocando a mama.
Apresentamos, ainda, estudos de caso para que o aluno possa desenvolver 
o seu próprio raciocínio clínico, formulando um plano de cuidados para 
cada situação clínica apresentada.
 Exercícios
Questão 1. (TJ‑AL 2012) A Rede Cegonha, proposta pelo Ministério da Saúde, visa assegurar à 
mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada da gravidez, do parto e do 
puerpério, bem como garantir à criança o direito ao nascimento seguro e ao desenvolvimento saudável. 
Com relação a esse assunto, assinale a opção correta com base na Portaria GM/MS n.º 1.459/2011.
A) Na referida portaria, é previsto o custeio de centros de parto normal, conforme padrão estabelecido 
pelo Ministério da Saúde (cinco quartos de pré‑parto, parto e pós‑parto para cada centro), com 
valores mensais fixos. 
B) Para aderir à Rede Cegonha, o município deve ter uma população maior que 150 mil habitantes.
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PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE
C) A Rede Cegonha deve garantir atenção à saúde da criança de zero a doze meses, segundo a 
necessidade da criança e a gravidade do quadro clínico apresentado.
D) O município interessado em aderir à Rede Cegonha será beneficiado com repasse dos recursos da 
União, após celebrar pacto com o colegiado de gestão estadual.
E) Os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e ao nascimento, 
incluídos os exames especializados na gestação, não poderão aderir à Rede Cegonha no 
componente pré‑natal.
Resposta correta: alternativa A. 
Análise das alternativas
A) Alternativa correta. 
Justificativa: a Rede Cegonha oferece recursos para a ampliação dos exames de pré‑natal, de teste 
rápido de gravidez e de detecção da sífilis e HIV, para a ampliação e qualificação de leitos de UTI 
adulto, UCI e UTI neonatal, leitos de gestação de alto risco, assim como para a adequação da ambiência 
das maternidades e a construção e custeio de Centros de Parto Normal e Casas de Gestantes, Bebês 
e Puérperas, conforme critérios definidos pelas portarias e pactuações das Comissões Intergestores 
Regionais e GCE/RC.
B) Alternativa incorreta. 
Justificativa: existem duas modalidades de adesão à Rede Cegonha, que são a adesão regional, 
voltada para o conjunto de municípios da(s) região(ões) de saúde priorizada(s) pelo Grupo Condutor 
Estadual da Rede Cegonha (GCE/RC) a partir de critérios epidemiológicos e populacionais; ou a 
adesão facilitada, em que é possível programar os componentes de Pré‑natal e Puerpério e Atenção 
Integral à Saúdeda Criança. Essa modalidade é voltada para os municípios que estão fora da região 
de saúde prioritária. 
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a Rede Cegonha deve garantir atenção à saúde da criança de zero a 24 meses, com 
qualidade e resolutividade.
D) Alternativa incorreta. 
Justificativa: compete ao município, por meio da secretaria municipal de saúde, a implementação 
da Rede Cegonha no âmbito municipal, a implantação e coordenação do Grupo Condutor Municipal, 
o co‑financiamento da rede, a contratualização com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão e o 
monitoramento e avaliação da Rede Cegonha no território municipal.
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Unidade II
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e 
nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, poderão aderir à Rede Cegonha 
no componente pré‑natal desde que programados e pactuados nos Colegiados de Gestão 
Regional (CGR). 
Questão 2. (SES‑SC 2017, adaptada) Amamentar é um processo que envolve interação entre mãe e 
filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, 
em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde 
física e psíquica da mãe. 
Analise as afirmativas abaixo em relação ao processo de amamentação:
I – A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento 
materno exclusivo por quatro meses e complementado até dois anos ou mais.
II – Dentre as vantagens do aleitamento materno estão o fato de evitar diarreia, infecções 
respiratórias, diminuir o risco de alergias, melhorar o desenvolvimento da cavidade bucal e reduzir a 
chance de obesidade em crianças.
III – Uma forma de avaliar se a pega durante a amamentação está adequada é identificar se há uma 
abertura ampla da boca, onde o bebê abocanha não apenas o mamilo, mas também parte da aréola. Os 
lábios do bebê também devem estar curvados para fora.
IV – Recomenda‑se que a criança seja amamentada com horários preestabelecidos, com restrições 
de horários e de tempo de permanência na mama.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A) São corretas apenas as afirmativas II e III.
B) São corretas apenas as afirmativas II e IV.
C) São corretas apenas as afirmativas III e IV.
D) São corretas apenas as afirmativas I, II e III.
E) São corretas as afirmativas I, II, III e IV.
Resolução desta questão na plataforma.

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