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ARTRITE REUMATÓIDE

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ARTRITE REUMATÓIDE 
- Doença inflamatória crônica, sistêmica, autoimune, de etiologia desconhecida, que envolve 
principalmente articulações sinoviais
- Membrana sinovial inflamada -> panus (marca da doença) 
- Arginina sofre citrulinização -> peptídeo citrulinado apresentado -> linfócito T disfuncional 
-> autoimunidade
- Geralmente acomete pequenas articulações: punho, metacarpo falangeanas, interfalange-
anas proximais 
- Não é muito comum na coluna, exceto em C1 e C2 que apresentam membrana sino-
vial
- Simétrica e aditiva 
- Erosiva: deixa deformidades
- Anti-CCP: utilizado para diagnóstico; bastante específico
- Etiologia: multifatorial
- Fator de risco modificável: 
- Tabagismo
- Outros: periodontite e microbiota
- Citrulinização 
- Fator de risco genético:
- HLA DRB1: epitopo compartilhado -> apresentação de peptídeos citrulinados
- A artrite é tipicamente simétrica e geralmente leva, se não controlada, à destruição das articu-
lações devido à erosão da cartilagem e do osso, causando deformidades nas articulações.
- A doença geralmente progride da periferia para as articulações mais proximais e resulta em 
deficiência locomotora significativa em 10 a 20 anos em pacientes que não respondem ao tra-
tamento.
- artrite reumatoide (AR) mais tipicamente se apresenta como doença poliarticular e com um iní-
cio gradual, mas alguns pacientes podem se apresentar com início agudo, com envolvimento 
articular intermitente ou migratório, ou com doença monoarticular.
- Epidemiologia: 
- Prevalência 1% 
- Mais comum em mulheres do que em homens (3: 1)
- Acomete predominantemente mulheres de meia idade 
- A artrite reumatóide pode começar em qualquer idade, mas o pico o início é na quarta ou 
quinta década para as mulheres e o sexta a oitava décadas para os homens.
- Exame clínico: 
- Início insidioso
- Presença de rigidez matinal 
- É uma característica comum daqueles com AR ativa; pode ser definida como "lenti-
dão ou dificuldade de movimentar as articulações ao se levantar da cama ou após 
ficar na mesma posição por muito tempo, que envolve os dois lados do corpo e me-
lhora com o movimento
- Dor nas articulações
- Poliartrite simétrica
- Predileção por pequenos articulações das mãos e pés
- Deformidades são comuns 
- Pode apresentar manifestações sistêmicas: quanto mais alto o fator reumatóide, maior a 
chance de apresentação de manifestações extra-articulares 
- Artrite reumatóide clássica: 
- O início da doença na AR é geralmente insidioso, com os sintomas predominantes sendo 
dor, rigidez (especialmente rigidez matinal) e inchaço de muitas articulações 
- Normalmente, as articulações metacarpofalangianas (MCP) e interfalangianas proximais 
(PIP) dos dedos, as articulações interfalangianas dos polegares, dos punhos e as articula-
ções metatarsofalangianas (MTP) dos dedos dos pés são locais de artrite no início da do-
ença. 
- Outras articulações sinoviais dos membros superiores e inferiores, como cotovelos, om-
bros, tornozelos e joelhos, também são comumente afetadas
- Reumatismo palindrômico:
- O início da AR é episódico em alguns pacientes, com uma ou várias áreas articulares afe-
tadas sequencialmente por horas a dias, alternando com períodos sem sintomas que po-
dem durar de dias a meses; esse padrão episódico é conhecido como "reumatismo palin-
drômico". Pacientes com reumatismo palindrômico têm fatores de risco genéticos predis-
ponentes semelhantes aos pacientes com uma apresentação persistente mais típica de 
AR e exibem um efeito de dose semelhante de transporte de certos alelos do antígeno 
leucocitário humano (HLA)
- Manifestações: 
- Nódulos reumatóide:
- Manifestação extra-articular mais comum
- Vinte por cento dos pacientes têm nódulos reumatóides subcutâ-
neos, mais comumente situados sobre proeminências ósseas, 
mas também observados na bainha e nas bainhas dos tendões
- Nódulos são ocasionalmente visto nos pulmões, na esclera e em 
outros tecidos.
- Nódulos se correlacionam com a presença de fator reumatóide no 
soro
- Oculares:
- Episclerite
- Secura dos olhos, boca e outras membranas 
mucosas são encontradas especialmente em 
doença (síndrome de Sjögren). 
- Outras manifestações oculares incluem episcleri-
te, esclerite, escleromalácia devido a nódulos esclerais e ceratite 
ulcerosa periférica
- Extra-articulares:
- Nódulos subcutâneos
- Doença pulmonar intersticial
- Derrame pleural
- Pericardite
- Esplenomegalia com leucopenia
- Esclerite 
- Vasculite
- Outras:
- A doença pulmonar intersticial não é incomum (as estimativas de prevalência variam 
amplamente de acordo com ao método de detecção) e se manifesta clinicamente 
como tosse e dispneia progressiva.
- Pericardite e doença pleural são geralmente silenciosos clinicamente, mas derrames 
sintomáticos podem ocorrer.
- Síndrome de Felty: 
- Neutropenia
- Esplenomegalia
- Leucemia linfocítica
- Trombocitopenia
- Artrite reumatóide 
- Síndrome de Caplan: nódulos nos pulmões 
- Doença de Still:
- Forma sistêmica de artrite crônica juvenil
- Febre alta, proeminente, especialmente no início
- Esta síndrome rara também ocorre em adultos.
- A maioria dos adultos está na casa dos 20 ou 30 anos
- O início após os 60 anos é raro. A febre alta muitas vezes com picos diários de 
40 ° C, associados a suores e calafrios
- Muitos pacientes queixam-se inicialmente de dor de garganta. 
- Erupção cutânea não pruriginosa principalmente no tórax e abdômen é caracte-
rística
- Critérios classificatórios: 
- Antes: 4 de 7 pontos
- Agora: mínimo 6 pontos
- Fatores de mau prognóstico 
- Início em idade precoce
- FR: altos títulos 
- Anti-CCP+
- PCR persistentemente elevados
- Artrite > 20 articulações
- Acometimento extra-articular
- Erosão nos 2 primeiros anos de doença 
- Achados laboratoriais: 
- Líquido sinovial 
- Exsudato
- Leucometria 1500-25000/ mm3
- Maior que 25000 leucócitos - coinfecção
- C3 e C4 baixo no líquido sinovial; no sangue, são valores altos
- Baixo nível de glicose
- Hematológicos
- Anemia de doença crônica
- Leucocitose leve
- Trombocitose
- Aumenta o risco de linfoma não Hodgkin
- Autoanticorpos
- Anticorpos anti-CCP (antipeptídeo citrulinado cíclico) e fator reumatóide estão pre-
sentes em 70–80%
- FR: anticorpo IgM direcionado contra a região Fc de IgG, estão presentes em 70–
80% dos pacientes com artrite reumatóide estabelecida. 
- O fator reumatóide tem uma sensibilidade de apenas 50% no início doença. 
- Os anticorpos anti-CCP: teste mais específico para artrite reumatóide (especificidade 
~ 95%). 
- Especificidade acima de 90%
- Precoce na historia natural da doença
- Não é útil para monitoramento
- Associado a pior prognóstico
- O fator reumatóide pode ocorrer em outras doenças autoimunes e em infecções crô-
nicas: hepatite C, sífilis, endocardite bacteriana subaguda, tuberculose. 
- A prevalência de positividade do fator reumatóide também aumenta com a idade em 
pessoas saudáveis indivíduos. 
- Aproximadamente 20% dos pacientes na artrite reumatóide apresentam anticorpos 
antinucleares.
- Reagentes de fase aguda
- Alterações radiográficas: 
- Osteopenia peri-articular
- Aumento de partes moles
- Diminuição do espaço articular simétrica
- Erosões ósseas justa-articulares
- Desvio ulnar e subluxações
- Atividade da doença 
- Tratamento: 
- Não medicamentoso 
- Medicamentoso
- DMARDS
- Metotrexate: medicamento de escolha
- Inibidor da diidrofolato redutase
- Oral ou subcutâneo 
- 7,5 mg a 25 mg/semanal
- Cloroquina
- Sulfassalazina
- Leflunomida
- Biológicos: anti-TNF, anti-IL6, inibidor da coestimulação de linfócito T
- Sintomáticos:
- AINE
- Glicocorticoide (prednisona 5 a 15 mg) - na fase aguda 
- Profilaxia para osteoporose induzida por glicocorticoides

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