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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Doença inflamatória sistêmica auto-imune idiopática. ● Lúpus como protótipo das doenças idiopáticas auto-imunes/ colagenoses ● Desenvolvimento de focos inflamatórios em vários tecidos e órgãos. ● Evolui com períodos de exacerbação e remissão Qual o alvo do lúpus? ● Sintomas Constitucionais ○ Inespecífico ○ Febre, adinamia, anorexia, linfadenopatia, mialgia, fadiga (+ comum), perda de peso ● Pele→ dermatite ● Serosa→ serosite ● Rins→ nefrite ● Articulações → artrite e artralgia→ 90%/+ dos pctes → ocorre mto no início → migratória, poliarticular e simétrica, moderadamente dolorosa, geralmente não causa erosão e raramente é deformante ● Hematológico→… penias ● SNC→ encefalite Epidemiologia ● Mais comum em mulheres→ 9:1 ○ Crianças e idosos cai p 2:1 ● 15-45 anos ● 3-4x mais frequente nos negros x brancos ● Cerca de um milhão de pessoas no mundo ● Prevalência no Brasil 4,8-8,7 casos/100000 habitantes ● Maior prevalência na zona urbana Patogênese 🔥 Todos os fatores levam à produção de autoanticorpos!!! Fatores genéticos Alta concordância para LÊS em gêmeos monozygotic é cerca de 25% contra 2% para os gêmeos dizigóticos ● Frequência aumentada dos apelos HLA-DR2 e DR3 em pacientes Caucasian com LES ● Os fatores genéticos que conferem as maiores taxas de risco são deficiências dos componentes do complemento C1q (necessário para eliminar células apoptóticas), C4A e B, C2 ou a presença de um TREX1 mutantegene ● A predisposição genética mais comum é encontrada no locus de histocompatibilidade principal (MHC). ● Outros genes com variantes predisponentes envolvem alguns associados à imunidade inata ( IRF5 , STAT4 , IRAK1 , TNFAIP3 , SPP1 , TLR7 ), a maioria dos quais está associada às vias do IFN-alfa. Hormonais ● Grande maioria dos pctes é mulher em idade fértil ● Maior risco quando em uso de contraceptivos ou terapia de substituição hormonal ● Maior frequência de flares durante a gravidez e puerpério ● Não deve usar AC em períodos de ativação da doença ● Estrógeno estimulador de células inmunes como linfócitos t e b e macrófagos + liberação de citocinas ● Estímulo a adesão de mononucleares ao endotélio e estimulam a secreção de citocinas como IL-1 ● Regula positivamente a via do INF 1 ● Ação semelhante a moléculas de Bly/BAFF reduzindo apoptose células autorreativas ● Estrogênio reduz a apoptose em células B autorreativas, promovendo a maturação seletiva de células B autorreativas com alta afinidade para anti-DNA → mulheres estão mais predispostas a produzir autoanticorpos que possam levar ao LES clinicamente aparente. ● A progesterona e a prolactina também afetam a atividade imunológica. A progesterona diminui a proliferação de células T e aumenta o número de células CD8, enquanto as crises de lúpus têm sido associadas à hiperprolactinemia Além disso, tanto a progesterona quanto os altos níveis de estrogênio promovem uma resposta Th2, que favorece a produção de autoanticorpos. 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● O hormônio tireoidiano pode influenciar o LES ou vice-versa. Ambientais ● Exposição aos raios ultravioleta→ sol como ativador e estimulador ○ Desconfiguração do DNA cutâneo ○ Estímulo imunológico → principalmente macrófagos ● Apoptose de queratinócitos → subsequente expressão de moléculas como RNP, Ro, nucleossoma e fosfolipídeos nos corpúsculos apoptóticos, a secreção de citocinas (IL-1, IL-6, TNFα, GM-CSF) com amplificação da resposta imune, além de promover a ativação de macrófagos e processamento de antígenos, o que desencadeia uma resposta inflamatória sistêmica. ● Modificam proteínas nucleares tornando-as mais antigênicas ● Aumentam liberação de IL-1, 3 e 6 e TNF-alfa levando a produção de anticorpos por linfócitos B autorreativos ● EBV pode desencadear ● A poeira de sílica, encontrada em pós de limpeza, solo, materiais de cerâmica, cimento e fumaça de cigarro, pode aumentar o risco de desenvolver LES, especialmente em mulheres afro-americanas. Fatores imunológicos ● Papel importante das células B → produção de autoanticorpos que por sua vez irão formar imunocomplexos ● A função das células T também parece estar alterada contribuindo para a amplificação perpetuação da resposta autoimune → células T auxiliares foliculares (Tfh) e as células T produtoras de IL-17 (Th17) promovem a formação de autoanticorpos ● Propõem-se que ocorre uma perda da autotolerância → desenvolvem resposta autoimune exagerada ● A fagocitose e a eliminação de complexos imunes, de células apoptóticas e de material derivado de células necróticas são deficientes no LES, permitindo a persistência de antígenos e complexos imunes. ● Células B/células plasmáticas (PC) que produzem autoanticorpos são ativadas de forma mais persistente e conduzidas à maturação pelo fator ativador de células B (BAFF, também conhecido como estimulador de linfócitos B, BLyS) e por células T auxiliares persistentemente ativadas que produzem citocinas de suporte B, como como IL-6 e IL-10. ● Th17 são enriquecidos em tecido renal de nefrite lúpica; eles produzem IL-21, que causa danos nos tecidos e ajuda na sobrevivência das células B. ● Aumento dos níveis de IFN-alfa e expressão aumentada de transcritos de RNA induzíveis. ● Uma diminuição nas células T citotóxicas e nas funções das células T supressoras (que normalmente diminuiriam as respostas imunes) ocorre na maioria dos pacientes. ● Múltiplas anormalidades de sinalização de linfócitos T e B, incluindo hiperatividade celular e hiperresponsividade. ● Níveis elevados de TNF-alfa circulante correlacionam-se com a doença ativa, e o TNF é expresso no tecido renal na nefrite lúpica. ● O aumento do número de neutrófilos circulantes submetidos a NETosis, uma forma de apoptose específica para neutrófilos, libera DNA ligado a proteínas em redes de proteínas, o que estimula a produção de anti-DNA e IFN-alfa, provavelmente envolvendo TLR9 . ● Níveis anormalmente altos de fragmentos de ativação derivados de C4 de eritrócitos (C4d) e níveis baixos de receptor de complemento de eritrócitos (CR1). ● A interrupção da diferenciação das células T efetoras envolvendo a via Wnt/beta-catenina contribui para a disfunção imune no LES. ● A clivagem do complemento com produção de produtos de degradação é característica da maioria dos pacientes com LES ativo. ● Aumento do número e atividade dos linfócitos T CD4+ (helper) e ativação policlonal de células B autorreativas ● Anormalidades na sinalização linfocitária, incluindo hiper-reatividade, decorrente dos defeitos determinados genética ou epigeneticamente ○ Defeitos na sinalização entre as células T e B, com consequente redução da expressão de IL-2 e do número de células T regulatórias ● Redução do clearance dos imunocomplexos circulantes e do material apoptótico pelos macrófagos ● Aumento do microquimerismo fetal e dos níveis de micropartículas contendo material nucleico e que podem funcionar como estímulos para a autoimunidade ● Aumento da sinalização dos TLR7 e TLR9 nas células B, dendríticas e plasmáticas; ○ Receptores de reconhecimento de padrões moleculares anômalos → ativação de 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA mecanismos de defesa inespecíficos e imediatos 🤔Medicamentos antimaláricos (por exemplo, hidroxicloroquina) usados para tratar algumas manifestações do LES bloqueiam a sinalização de TLR7 e TLR9 . Nem todos os autoanticorpos causam doenças. De fato, todos os indivíduos normais produzem autoanticorpos, embora em pequenas quantidades. A variabilidade na doença clínica que existe entre diferentes pacientes pode, portanto, refletir a variabilidade na qualidade e quantidade da resposta imune, incluindo redes reguladoras. Ocorre a deficiência do complemento!!!!!!!!!! ● HLA DR2 e DR3 ● Desregulação do sistema imune→ hiperfunção 🤔 Autoanticorpos produzidos por um desequilíbrio do sistema imunológico! → Quando se ligam a seus antígenos (os"autoantígenos") formam-se imunocomplexos que ativam o sistema complemento, dando início ao processo de quimiotaxia e inflamação tecidual. ● Imunocomplexos podem se formar em nível local, por ligação direta dos autoanticorpos aos tecidos ou no soro (imunocomplexos circulantes), com posterior deposição tecidual Doença renal ● O início se deve à deposição ou formação de complexos imunes no mesângio, espaços subendoteliais ou subepiteliais, com subsequente ativação do complemento. ● Esses complexos se formam na circulação, onde são mal eliminados ou se formam in situ quando o anticorpo livre se liga ao antígeno livre que já foi depositado no glomérulo ou é um antígeno glomerular intrínseco→ as histonas têm alta afinidade pela membrana basal glomerular) e podem facilitar a deposição. ● Níveis elevados de anticorpos anti-DNA geralmente precedem o desenvolvimento de nefrite lúpica clínica. ● Complexos ativam o sistema complemento, gerando fatores quimiotáticos que atraem a infiltração de leucócitos e células mononucleares. → fagocitose + liberação de citocinas → inflamação crônica que pode levar à necrose fibrinóide ● A deposição de anticorpos in situ que ocorre no espaço subepitelial na nefropatia membranosa lúpica não está associada ao dano celular. → o complemento é ativado em um local separado das células inflamatórias circulantes→ lesão das células epiteliais e proteinúria, sem inflamação ativa e glomerulonefrite proliferativa. ● Quando a nefrite lúpica começa, há ativação de células endoteliais, células mesangiais, podócitos, células epiteliais tubulares renais e macrófagos fixados em tecido. → Lesão de qualquer uma dessas células, ou suas combinações, ative vias que podem levar à glomeruloesclerose, nefrite intersticial e fibrose intersticial, mesmo que o ataque imunológico inicial desapareça. Autoanticorpos Antinucleares→ FAN→ 98% dos casos do pct c/ Lúpus ● Anti-DNA dupla-hélice (nativo) → nefrite, 2º mais específico, atividade de doença 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Anti-histona→ fármaco-induzido ● Anti-Sm (Smith)→ mais específico!!! ● Anti-RNP→ doença mista do tecido conjuntivo ● Anti-La (SS-B)→ Sjogren ○ Ou tem ele ou anti-dna ○ Sem nefrite ● Anti-Ro (SS-A) → Sjogren, Lúpus neonatal (arritmia cardíaca - PAVT congênito), FAN -, fotossensibilidade, lúpus cutâneo subagudo ○ Chato de ser identificado→ pode sumir com a técnica que avalia o FAN Anti-citoplasmáticos ● Anti-P→ psicose Anti-membrana ● Antilinfócito ● Antineurônio ● Antiplaqueta ● Anti-hemácias ● Antifosfolipídico → favorecem cascata da coagulação → favorecem trombose e infartos placentários!!!! ○ Anticoagulante lúpico → em laboratório consegue aumentar o PTT (Tempo de Tromboplastina Parcial) → mas in vivo favorece a coagulação!!!!!!!!! ○ Anti-𝝱2 glicoproteína 1 ○ Anticardiolipina 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 🔎 Como o FAN é avaliado? ● Imunofluorescência ● Existem anticorpos anticitoplasmáticos que ascendem com o FAN. Padrões nucleares ● Nuclear tipo membrana nuclear → pode resultar de anticorpos contra proteínas do envelope nuclear e pode ser observado na cirrose biliar primária e em hepatites autoimunes. ○ Raramente está associado a doenças reumáticas. Pode ser observado em indivíduos sem evidência aparente de autoimunidade, principalmente quando em títulos baixos. ● Nuclear homogêneo → representa a distribuição da cromatina no núcleo e pode resultar de anticorpos anti-DNAds, anti-DNAss e anti-histonas. ○ Anticorpos para DNAds ou DNA nativo estão fortemente associados ao lúpus eritematoso sistêmico, com concentrações elevadas reportadas em, aproximadamente, 60% dos pacientes. ○ A concentração de anti-DNAds é útil tanto para o prognóstico quanto para a monitorização dos pacientes. ● Nuclear pontilhado grosso→ representa o mapa de distribuição das proteínas envolvidas no 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA processamento do RNA mensageiro, também conhecido como spliceossome. Essas proteínas são reconhecidas pelos anticorpos anti-Sm e anti-U1 RNP. ● Nuclear pontilhado fino→ pode resultar de anticorpos anti-SS-A/Ro e anti-SS-B/La. ● Nuclear pontilhado centromérico → três os antígenos principais: CENP-A, B e C.1 ● Nuclear pontilhado fino denso→ responsável por 30% dos FAN positivos e está associado a indivíduos com queixas inespecíficas e sem diagnóstico efetivo, pacientes com processos inflamatórios específicos e inespecíficos, tireoidite autoimune e, menos frequentemente, pacientes com doenças autoimunes reumáticas. ● Nuclear pontilhado tipo pontos isolados → pode resultar de anticorpos anti-p 80 coilina e anti-Sp 100 (anti-p 95). ● Nuclear pontilhado pleomórfico → Esse padrão está associado ao anticorpo contra núcleo de células em proliferação (anti-PCNA) e é encontrado especificamente em pacientes com LES. 🔬 Em vários laboratórios clínicos, títulos de 1:80 ou menores são considerados duvidosos ou inespecíficos. → Essa interpretação não se aplica a pacientes pediátricos. Em crianças, um título de 1:20 ou até 1:40 pode ser clinicamente importante e pode requerer análise de sua especificidade Possibilidades de interpretação de FAN + na ausência de doença autoimune definida ● Incidentaloma ● Distúrbio autoimune transitório ○ Drogas → procainamida e a hidralazina, isoniazida, anticonvulsivantes, derivados de fenotiazina, metildopa, clortalidona, sulfonamidas, clofibratos, propiltiuracil e contraceptivos orais ○ Doenças infecciosas virais ○ Anticorpos antinucleares e contra antígenos citoplasmáticos são descritos em pacientes com leucemia, melanomas malignos, carcinoma de pulmão, mama, gastrointestinal, ginecológico, nasofaríngeo, próstata, hepatocelular e em síndromes neurológicas paraneoplásicas ● Traço familiar de autoimunidade ● Manifestações mínimas de um espectro de condições autoimunes ● Manifestação precoce de uma doença autoimune incipiente Manifestações Cutâneas ● Manifestação inicial em cerca de 20% ● 70-80% dos pacientes ● Manifestações agudas/subagudas/crônica ● Fotossensibilidade é muito comum Agudo ● Eritema malar facial - 30 a 60% dos casos ○ Asa de borboleta → polpa sulco nasolabial ○ Aparece após exposição solar→ fica horas ou dias ○ Pode coçar e doer ● Eritema maculopapular em couro cabeludo ● Bolhoso 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Fotossensibilidade→ raios solares ou luz artificial! ● Manifestações ○ Curta duração ○ Não pruriginosas ○ Áreas fotoexpostas ○ Regride sem atrofia 💡 Anticorpo relacionado à fotossensibilidade e forma subsguda → anti-Ro!!! Subagudo ● Lesões cutâneas eritematodescamativas difusas, não ulcerativas, predominando em MMSS e parte superior do tronco→ geralmente poupa a face ● Papuloescamoso (psoriasiforme)→ dd com psoríase ● Anular (policíclico)→ simula eritema anular centrífugo ● Manifestações ○ Fotossensibilidade 2 mais comum ○ Mais de 80% anti-Ro+ ○ Melhor Prognóstico em relação a lesões sistêmicas graves ○ Raramente deixam cicatrizes ○ Existe uma forma de erupção lúpica que se desenvolve nas mãos, tida por muitos como bastante sugestiva dessa condição. Há envolvimento do dorso das falanges de forma a poupar os nós articulares das interfalangianas, numa espécie de "espelho" do sinal de Gottron da polimiosite Crônico ● Discóide localizado e generalizado→ mais comum ○ Até 5% tem FAN + ○ Ocorre em 20% dos pctes com LES ○ Face, pescoço, couro cabeludo e pavilhão auricular ○ Placas eritematosas, infiltradas e hiperpigmentadas, que evoluem lentamente com cicatriz despigmentada e atrófica, principalmente no centro da le~sao ○ Pode haver telangiectasias, rolhas (ou plugs) foliculares e hiperceratose ○ Causa alopecia irreversível 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ A longo prazo aumenta o risco de carcinoma epidermóide da pele ● Verrucoso ou hipertrófico ● Túmido ● Profundo (paniculite) ○ Pele endurecida ● Mucoso ○ Úlceras orais, nasais e em palato normalmente indolores○ Úlceras nasais podem levar à perfuração do septo nasal. ● Discóide líquen plano → lesão mais elevada com aspecto liquenologia - menos vermelho e mais irregular ● Pérnio ● Manifestações ○ O + comum é o discóide ○ Podem ocorrer na ausência de manifestações sistêmicas ○ Pacientes apenas com lesões cutâneas → 95% FAN - ○ Menor risco de manifestações sistêmicas graves ○ Lesões persistentes e cicatriciais 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Lesões com alopecia permanente ■ Cicatricial → lesões iniciais bem circunscritas, eritematoso, infiltrativas, com hiperqueratose folicular aderente e evoluindo para atrofia ■ Não cicatricial → eflúvio telógeno → Lupus hair Musculoesqueléticas ● Uma das manifestações + frequentes ● Artrite x Artralgia inflamatória Artrite mais comum em mãos, punhos e joelhos ● Não deformante → simétrica, distal e migratória, com os sintomas durando 1-3 dias em cada articulação ● Rigidez matinal inferior a 1h ● Características da febre reumática e da artrite reumatóide ● Pouco ou nenhum derrame articular, mas se for puncionada mostra padrão levemente inflamatório, como redução de complemento e pode ter FAN+ Osteonecrose ● Tbm chamada de necrose óssea avascular ● Suspeitada em pacientes lúpicos que se apresentam com dor persistente em poucas topografias articulares – particularmente o quadril – após a resolução de um quadro de poliartrite. ● Outras articulações, como ombro e joelho, também podem ser afetadas. ● Ocorre a obliteração dos microvasos que suprem o osso medular, causando infarto (detectado de preferência por RM). ● Está relacionada à atividade lúpica em si, mas também à presença de anticorpos antifosfolipídeos e ao uso de corticosteroides. ● O surgimento da osteonecrose tende a ser precoce quando relacionada ao uso de corticoides → geralmente aparece dentro de um mês após o início do tratamento com altas doses. Mialgia e miosite ● Atividade da doença x Medicamentos → corticóide e antimaláricos podem dar fraqueza e aumento de CPK, mas mialgia é mais comum Artropatia de Jaccoud ● Frouxidão das estruturas periarticulares ● 10% ● Volta ao normal ● Não existe só no lúpus!!! Hematológicas ● Anemia de doença crônica é mais comum → normo normo ○ Atividade de doença ou efeito de medicações? ● Anemia hemolítica menos de 10% dos casos ○ Anticorpos quentes→ IgG, coombs direto + ○ Ligação de anticorpos antifator Rh na membrana das hemácias ○ Coombs direto + sem hemólise ● Outras causas de anemia no LES→ anemia hemolítica microangiopática (geralmente relacionada a uma vasculite sistêmica), anemia hemolítica induzida por drogas,anemia aplásica (por anticorpos contra eritroblastos na medula) e anemia decorrente de insuficiência renal crônica. ● Leucopenia menor que 4000→ 50% dos pacientes ○ Mesmo assim não vemos tantas infecções ● Linfopenia <1500mm³ ● Neutropenia pouco comum ● Trombocitopenia (>100000) → IgG contra superfície plaquetaria ○ Sangramentos são raros → Plaquetas diminuídas mas funcionais ● Sd de Evans→ trombocitopenia e anemia hemolítica ● Manifestações protrombóticas→ maior risco ● SAAF→ 50% secundária relacionada ao LES ● Pode cursar com autoanticorpos contra vários dos fatores de coagulação, especialmente o anticorpo antifator VIII (fator anti-hemofílico). O resultado pode ser um distúrbio hemorrágico (coagulopatia adquirida), na presença de PTT alargado e TAP (INR) normal. ○ Não responde à reposição de plasma fresco ou crioprecipitado, mas responde à administração do complexo protrombínico ativado (Prothromplex). 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Renais ● O principal alvo do LES é o glomérulo!!!!! ● Anti-DNA dh e baixo complemento ● Principal determinante de morbimortalidade do Lúpus ● Manifestação clínica em 50-70% → quase 100% a microscopia ● Nefrite mais comum nos primeiros 5 anos de doença ● Lesão glomerular (mais comum com deposição de imunocomplexos) x Tubular Intersticial x Vascular ● Tem tbm ativação de complemento→ depósitos de C3, C4 e C1q ● Nefrite tubulointersticial aguda → IR oligúrica, lombalgia, febre e piúria maciça, hematúria não dismórfica e cilindros piocitários + urocultura - Clínica ● Hematúria isolada ● Cilindrúria ● Proteinúria > 500mg/24h ou +3 no EAS ● Isolada ● Sd nefrítico ● Sd nefrótica ● GN rapidamente progressiva ● Progressão para doença dialética em 10-30% dos casos Fazer ● Sumário de urina ● Função renal Biópsia→ classificação da lesão glomerular ● Mesangial mínima→ assintomático→ difícil ver pq ngm faz biópsia em assintomático ● Quando fazer? ○ Redução da atividade renal sem causa aparente ○ Elevação da creatinina sérica sem causa aparente ○ Proteinúria 1,0/+ g/24horas isolada ou proteinúria ○ 0,5g/+ /24 horas associada a hematúria e/ou cilindros celulares ● Mesangial proliferativa ● Proliferativa focal ● Proliferativa difusa→ mais comum e mais grave ○ Síndrome nefrítica → hematuria dismórfica, cilindros hemáticos ○ GNRP → glomerulonefrite rapidamente progressiva ● Membranosa ○ Sinal inicial do LES ○ Nefrótica → proteinúria e sem evidência de hematúria! ● Esclerosante avançada→ insuficiência renal Pulmonares ● Dor pleurítica á a manifestação mais comum ● Derrame pleural - 30% - bilateral, discreto, sem exsudato, com níveis de glicose normais, complemento reduzido 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Rx com infiltrado - infecções x pneumonite ● Fibrose pulmonar e HAP → manifestações mais crônicas, porém de importante gravidade ● Pneumonite → febre, tosse, dispneia, hemoptise e radiografia com inhiltrado alveolar difuso, principalmente em bases→ responde bem a corticoides ○ Ñ esqueça que a causa mais comum de infiltrado em pctes com lES é pneumonia!!! ● Sd do pulmão contraído → rara → dispneia com rx mostrando elevação de cupula diafragmática, sem alteração do parênquima Neuropsiquiátricas ● Disfunção cognitiva leve ● Alterações de personalidade ● Depressão ● Demência ● Psicose ● Cefaleia ● Convulsões ● AVE ● Neuropatia Primárias ● Doença ou tromboembolismo Secundárias ● Infecções ● Distúrbios metabólicos ● Medicações ● Hipertensão Psicose lúpica→ atividade da doença x corticoide? ● Aumenta corticoide e se melhoras, era de doença, se piorar era de corticoide ● Comum no 1º ano ● Dellirium com estado confusional, ilusões persecutórias, alucinações auditivas ou visuais e flutuação do nível de consciência Anti-P→ anti-psicótico→ aumenta as chances de psicose Déficit cognitivo→ geralmente leve→ 21-80% dos pacientes ● Microinfartos? Neuropatia periférica→ vasculopatia de vasos ● Assimétrica ● Um ou vários nervos (mono ou polineuropatia) ● Predomínio sensitivo ● Parestesias, queimor, piora noturna Neuropatias autonômicas Convulsões - 10 a 20% ● Difícil diferenciar causa primária x secundária ● Deve ser solicitado exame imagem investigação (vasculite × isquemias) Cefaleia = manifestação mais comum (tipo migrânea maioria das vezes)→ não relacionado a atividade doença Cardiovasculares ● Acomete pericárdio, miocárdio e endocárdio Pericardite - manifestação mais comum ● 30% ● Manifesta-se como dor ● Derrame pericárdico leve a moderado é muito comum ● Tamponamento e pericardite constritiva são raras Miocardite ● Febre + taquicardia desproporcional a febre + aumento área cardíaca ● Mais comum nas autópsias do que na clínica ● Alterações inespecíficas no ECG Endocardite verrucosa (Libman-Sacks) ● Costuma ser clinicamente silenciosa, mas pode produzir insuficiência valvular e servir como fonte de êmbolos ● Forma verrucosa e não bacteriana ● Principalmente na valva mitral e menos frequente na aórtica ● Pode causar insuficiência mitral e/ou aórtica de grau de leve a moderado→ sopro orgânico 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Complicação mais temida é a embolia arterial Alterações valvares ● Endocardite de Libman-Sacks - principalmente valva mitral ● Grande associação com SAAF ● Decorre do acúmulo de imunocomplexos, célulasmononucleares e trombos de fibrina e plaquetas ● Achado em mais de 50% autópsias ● Maior risco aterosclerótico - 10x maior que população normal Vasculares ● Levedo reticular → exacerba com o frio → vasoespasmo das arteríolas ascendentes da derme intercalando com regiões onde elas se encontram dilatadas ● Lesões vasculíticas→ envolvimento de pequenos vasos é o mais comum, muitas vezes manifestando-se como lesões cutâneas; no entanto, o envolvimento de vasos médios e grandes também foi observado. ○ A vasculite cutânea de pequenos vasos pode se manifestar como púrpura palpável, petéquias, lesões papulonodulares, livedo reticular, paniculite, hemorragias estilhaçadas e ulcerações superficiais ○ Vasculite mesentérica, vasculite hepática, vasculite pancreática, vasculite coronariana, vasculite pulmonar e vasculite retiniana, bem como vasculite do sistema nervoso periférico ou central. ● Fenômenos de Raynoud ● Urticária ● Alopecia ● Telangiectasias ● Úlceras cutâneas ● Infartos digitais Gastrointestinais ● Serosite com peritonite ● Vasculites mesentérica → pode ser complicada por infarto intestinal, evoluindo com perfuração e peritonite generalizada ● Hepatite autoimune (hepatite lipoide) ● Elevação de transaminases - medicações ● Anorexia, náuseas, vômitos, diarreia ● Hepatomegalia → mas não há lesão hepática significativa ● Pancreatite ● Peritonite/ascite Outras Imunodeficiências 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● O angioedema hereditário é uma doença genética rara causada principalmente por um defeito no inibidor de C1. ● Pacientes com outras formas de deficiência de complemento, como C2, também apresentam formas de LES. ● Pacientes com deficiência completa de C4 e deficiência de C1q freqüentemente apresentam LES. Fibromialgia ● Pacientes com LES, assim como várias outras doenças reumáticas sistêmicas, têm maior prevalência de fibromialgia do que a população em geral. Infecção ● Complicações infecciosas graves, especialmente da pele, dos sistemas respiratório e urinário, ocorrem em até 50% dos pacientes com LES. ● Infecções oportunistas, incluindo as causadas por fungos, podem estar relacionadas ao uso de terapia imunossupressora e são uma causa comum de morte. Outras doenças autoimunes ● Há um aumento da prevalência de doenças da tireoide entre pacientes com LES, geralmente na forma de tireoidite de Hashimoto. ● Miastenia gravis também foi relatada como coocorrendo em pacientes com LES. Oculares ● Ceratoconjuntivite seca (Sjögren) → associada ou não a xerostomia ● Conjuntivite/episclerite ● Vasculite retiniana (corpos citoides) → pode causar amaurose por isquemia ou hemorragia ● Neurite óptica ● Podem ser induzidas pelos corticoides → glaucoma, catarata Avaliação Histórico e exame físico Sinais e sintomas: ● Sintomas constitucionais, como febre, fadiga, linfadenopatia ou perda de peso ● Lesões cutâneas fotossensíveis, como erupção cutânea malar ● Úlceras orais ou nasais indolores ● Queda de cabelo irregular ou frontal/periférica ● Fenômeno de Raynaud ● Dor ou inchaço nas articulações, que pode ser migratório ou simétrico ● Dispneia ou dor torácica pleurítica sugestiva de serosite ● Dor torácica sugestiva de pericardite ● Edema de membros inferiores ● Sintomas neurológicos, como convulsões ou psicose ● Abortos recorrentes ● Exposição a medicamentos associados ao lúpus induzido por drogas Um exame físico completo é indicado, pois qualquer sistema orgânico pode estar envolvido no LES. Os achados pertinentes incluem ● Lesões cutâneas consistentes com erupção malar ou lesões discóides ● Alopecia irregular cicatricial ou não cicatricial ● Úlceras orais ou nasofaríngeas, perfuração do septo nasal ● Artrite poliarticular, que muitas vezes é simétrica ● Subluxação nas articulações metacarpofalângicas e deformidades reumatóides tipo pescoço de cisne nas mãos ● Sons respiratórios diminuídos ou anormais que podem indicar derrame pleural, pneumonite ou doença pulmonar intersticial ● Edema de membros inferiores e hipertensão Exames Complementares ● Anti-DNA e complemento avaliam lesão renal Dosagens úteis: ● Hemograma completo e diferencial podem revelar leucopenia, anemia leve e/ou trombocitopenia ● Creatinina sérica elevada pode ser sugestiva de disfunção renal ● Urinálise com sedimento urinário pode revelar hematúria, piúria, proteinúria e/ou cilindros celulares ● Eletroforese de proteínas séricas pode demonstrar uma hipergamaglobulinemia sugestiva de um processo inflamatório sistêmico Autoanticorpos ● LES sem tto → 99% dos pctes tem FAN + = na ausência deste autoanticorpos questionar diagnóstico ○ Pesquisas mostram que pode negativar se doenca inativa ● ANti-DNA (dos), anti-Sm e anti-P são marcadores específicos 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● FAN não guarda correlação com atividade da doença Pacientes selecionados Fator reumatóide e anticorpos antipeptídeo citrulinado cíclico ● Pacientes com artralgias ou artrite predominantes → excluir o diagnóstico de artrite reumatoide (AR). Estudos sorológicos para infecção ● Pctes com breve histórico (por exemplo, menos de seis semanas) de artralgias ou artrite predominantes → parvovírus humano B19. ● Testes sorológicos para vírus da hepatite B e vírus da hepatite C em pacientes com achados clínicos multissistêmicos. ● Teste para infecção pelo vírus Epstein-Barr também pode ser indicado. Coleta de urina de 24 horas ● Se a relação proteína/creatinina localizada na urina estiver acima de 0,05 g/mmol, então uma coleta de urina de 24 horas deve ser realizada, pois a coleta de urina pontual pode não refletir a verdadeira quantidade de proteinúria. Outros testes que podem ser necessários são tipicamente ditados pela apresentação clínica e pelas possibilidades de diagnóstico diferencial associadas ● Eletrocardiografia na avaliação de dor torácica que pode ser decorrente de pericardite ou isquemia miocárdica ● Exames para avaliação de embolia pulmonar em paciente com dor torácica pleurítica e dispnéia ● Capacidade de difusão do monóxido de carbono para avaliar a suspeita de hemorragia pulmonar e estimar a gravidade da doença pulmonar intersticial Critérios Diagnósticos Diagnostic and Threapeutic Criteria Commitee of ACR 1997 - critérios revistados - VALIDADO!!! Classificatórios: ● The Systemic Lupus Internacional Collaborating Clinics (SLICC) 2012 ● EULAR/ACR 2019 LES provável → Existem pacientes que não preenchem os critérios de classificação para LES, mas nos quais ainda assim diagnosticamos o distúrbio. Esses pacientes incluem aqueles que apresentam um número inadequado de critérios ACR ou SLICC ou aqueles que apresentam outras manifestações de LES não incluídas em nenhum dos critérios de classificação. EULAR 10+ pontos!!!!! Critérios de entrada→ FAN + (≥ 1:80) 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Indica rastreamento + Critério aditivo LES Fármaco Induzido ● Não existe diferença entre incidência de acometimento homem-mulher ● Poupa rim e SNC ● Pode ser assim que usou ou anos depois!! ● Quadro sistêmico associado → febre, fadiga, artralgia, mialgia, erupção cutânea e/ou serosite. ○ Manifestações mais graves, como doença renal e comprometimento do sistema nervoso central, são incomuns ○ FAN + altos títulos→Anti-histona + ○ Não são encontrados anti-DNA (excveto anti-TNF’s), nem anti-Sm ○ TTO → suspensão da droga → eventualmente corticoide, AINES ou antimaláricos 💊Quais os remédios? ● Procainamida→ antiarrítmico→ maior risco ● Hidralazina→ vasodilatador→ mais comum ● D-penicilamina→ imunossupressor ● Minociclina, diltiazem, penicilamina, isoniazida (INH), quinidina, anti fator de necrose tumoral alfa (TNF), interferon-alfa, metildopa e clorpromazina 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Mecanismos potenciais da doença: ● Anormalidades no metabolismo oxidativo de drogas ● Drogas que atuam como haptenos ou agonistas para células T específicas ● Metabólitos de drogascitotóxicas ● Drogas que ativam linfócitos de forma não específica ● Metabólitos de drogas que interrompem a tolerância imunológica central ● Anormalidades na função do timo ● Interferência com antígeno-4 de linfócitos T citotóxicos (CTLA-4) ou receptor de morte celular programada 1 (PD-1) moléculas de ponto de verificação imune ● Anormalidades nas respostas imunes inatas, particularmente respostas neutrofílicas, como engajamento e formação da "armadilha extracelular de neutrófilos" (NET) e exposição de autoantígenos ● Mecanismos epigenéticos, com alterações de metilação do ácido desoxirribonucleico (DNA) em particular Diagnósticos Diferenciais ● Artrite Reumatóide ● Rhupus → pacientes com características sobrepostas de LES e AR. ● Doença mista do tecido conjuntivo → características sobrepostas de LES, esclerose sistêmica (SSc) e polimiosite (PM) + presença de altos títulos de anticorpos contra a ribonucleoproteína U1 (RNP). ● Doença indiferenciada do tecido conjuntivo ● Esclerose sistêmica ● Doença de Sjögren ● Vasculites ● Síndrome de Behçet ● Dermatomiosite e polimiosite ● Doença de Still do adulto ● Doença de Kikuchi ● Doença do soro ● Fibromialgia ● Infecções ● Esclerose múltipla ● Leucemia ou síndromes mielodisplásicas ● Púrpura trombocitopênica trombótica Tratamento Todo mundo: ● Esclarecer pcte sobre a doença ● Protetor solar ● Diminuir fatores de risco aterosclerótico ● Prevenção de osteoporose ● Parar de fumar ● Hidroxicloroquina ou cloroquina ○ Preferir hidroxi ○ Reduz atividade da doença, poupa corticoide, diminui o risco de reativação da doença, melhora perfil lipídico e diminui risco de trombose ○ Não é imunossupressor → tem ação imunomoduladora ○ Avaliação oftalmológica → anual (alguns dizem só depois dos primeiros 5 anos) Corticóide ● Tópico/oral/parenteral ● Ação dose-dependente ● Anti-inflamatória inibe COX-2 ● Imunomodulador → Inibe a síntese e ação de citocinas, bloqueia expressão de moléculas de adesão, inibe síntese de NO e alterações do endotélio ● Bloqueio do eixo hipotálamo-hipofisário → insuficiência adrenal ● Doses ○ Baixas → até 15 mg prednisona (PDN) ou equivalente ○ Moderada→ Erica de 1mg/kg PDN 16 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Alta → 1g/dia PDN ou pulsoterapia (metilprednisolona) ● Efeitos colaterais ○ Fácies cushingoide. ○ Ganho de peso. ○ Hipertensão. ○ Acne. ○ Estrias violáceas. ○ Fragilidade capilar. ○ Osteonecrose asséptica. ○ Osteoporose. ○ Catarata subcapsular posterior. ○ Glaucoma. ○ Hirsutismo. ○ Diabetes secundário. ○ Hipocalemia. ○ Irritabilidade/psicose. ○ Miopatia. ○ Maior predisposição à infecção. ● Suspensão abrupta ○ Exacerbação da doença ○ IRA Imunossupressores ● Metotrexato (MT) → inibe a síntese de DNA no ciclo celular, reduzindo a proliferação celular, ocasiona apoptose de linfócitos, ação anti-inflamatória pela redução dos níveis de TNF e IL-6 e 8 ○ Usar com ácido fólico ○ Usado nas manifestações cutãneo-articulares ● Azatioprina (AZA) → antagonista da purina→ inibe a imunidade celular e humoral → diminui a produção de anticorpos, a ação dos linfócitos T e células NK ● Micofenolato de mofetila (MMF) → tem resposta muito boa no Brasil ○ Inicialmente usado em pcts transplantados ○ Inibe a ativação e proliferação de linfócitos ○ Ação antifibrinolítica e antiproliferativa em fibroblastos ○ Estimula a apoptose em linfócitos T ativados ○ Inibe a expressão de moléculas de adesão ● Ciclofosfamida → utilizada em manifestações mais graves da doença ○ Aumenta risco de infecção/neoplasia → leucemias e linfomas ○ Infertilidade → interfere no epitélio germinativo → evitar ao máximo o uso em mulheres em idade fértil ○ ❗ Só uso ciclofosfamida em dano renal ● Talidomida ○ Imunomodulador ○ Ação anti inflamatória → inibe a produção de citocinas como TNF, IL-6, IL-8, IL-12 e estimula outras como INF-ⲁ, IL-2 e IL-10 ○ Diminui a quimiotaxia leucocitária e a expressão de moléculas de adesão ○ Muito boa para os acometimentos dermatológicos ○ Teratogênica Imunobiológicos → são medicamentos produzidos por engenharia biológica a partir de seres vivos cuja ação envolve efeitos sobre componentes do sistema imune ou citocinas ● Belimumabe → anticorpo monoclonal totalmente humano! ○ Inibe a atividade do fator estimulador de linfócitos B ○ Sem atividade SNC ○ Poupador de corticóide ● Antifrolumabe ○ Anticorpo monoclonal que bloqueia proteínas do IFN-1 ○ Papel principalmente cutâneo-articular, sem atividade SNC ou renal ○ Poupador de corticóide ● Rituximabe ○ Anticorpo monoclonal quimérico (murino/humano) ○ Dirigido contra antígeno CD20→ diminui os linfócitos B com marcador CD20 ○ Uso nos casos de nefrite lúpica refratária/citopenias refratárias Imunoglobulinas humanas ● São obtidas do sangue de doadores ● Efeito imunomodulador → atuam como anticorpos contra superantígenos, efeitos antiproliferativos e de adesão e ativação celular, inibição de fagocitose e da deposição de complemento ● Muito usados nos quadros hematológicos refratários ● SAAF catastrófica ● Uso off-label em vasculites associadas ao LES 🚫 Não fazer uso de anti-TNF pois é um indutor de lupus → mesmo que tenha AR!!! conforme gravidade Formas leves→ pele, mucosa, articulação ● AINEs +/- corticoide em baixa dose 17 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Formas moderadas→ constitucional, hematológica ● Forma leve +/- imunossupressor (azatioprina, metotrexato) Formas graves→ rim e SNC, pneumonias, vasculites sistêmicas, anemia hemolítica, plaquetopenia ● Corticóide em altas doses +/- imunossupressor (ciclofosfamida, micofenolato, rituximab, azatioprina) ● Pulsoterapia→ casos graves com risco de morte conforme manifestação Lesões cutâneas ● Localizadas→ corticoide tópica ● Extensas→ corticoide tópico/oral + hidroxicloroquina ● Refratárias → corticoide oral + hidroxicloroquina + metotrexato ou azatioprina ou talidomida Musculoesquelético ● AINES/corticoides em doses baixas a moderadas/ hidroxicloroquina ● Artrite intensa e refratária→ metotrexato Nefrite ● Terapia de indução ○ Micofenolato 3g ○ Ciclofosfamida NIH - 6 pulsos mensais ○ Ciclofosfamida Eurolupus → 6 pulsos quinzenais ○ Sempre pulsar antes!!!! ● Terapia de manutenção→ 3 a 5 anos ○ Micofenolato 2g ○ Azatioprina 2-3 mg/kg ● A nefropatia membranosa (classe V), na ausência de um componente de nefrite proliferativa, é tratada com corticóides somente nos casos de pior prognóstico (síndrome nefrótica franca, disfunção renal). O prognóstico desta classe de nefrite de um modo geral é bom e muitos pacientes melhoram espontaneamente sem qualquer tratamento.A classe VI, por outro lado, NÃO se beneficia do tratamento imunossupressor agressivo, pois os glomérulos já se encontram esclerosados. Gestação Gravidez de alto risco, devido ao aumento da incidência de complicações tanto para a mãe como para o feto ou recém-nato. A gestação exacerba a doença? ● Provavelmente sim!!! ● As lúpicas com doença ativa, especialmente quando possuem comprometimento renal e/ou hipertensão arterial, estão sob risco de piora dos sintomas e da disfunção renal. → recomenda-se que as mulheres com LES só devam engravidar após um período de pelo menos seis meses de remissão da doença. ● Aquelas que apresentam nefrite lúpica devem ser desaconselhadas a engravidar. Risco para o feto. ● Mais chance de parto prematuro, aborto espontâneo ou natimorto (10-30% dos casos). ● Nefrite, HAS e presença de anticorpos antifosfolipídeos são os principais fatores de risco, e a trombose dos vasos uteroplacentários explica em boa parte o problema. ● Gestações anti-Ro + → maior chance de lúpus neonatal e o bloqueio cardíaco congênito. Estas pacientes devem ser acompanhadas de perto, e a detecção do BAV congênito pode ser feita in utero pela USG (a partir da 16ª semana) → evidencia bradicardia fetal. ● Presença de uma enzima que metaboliza corticoides maternos na placenta → para tratar o feto dentrodo útero é preciso lançar mão de glicocorticoides que contêm flúor em sua molécula – como dexametasona e betametasona → somente estes resistem ao metabolismo placentário e conseguem penetrar na circulação fetal, podendo reverter o BAV congênito se utilizados de maneira extremamente precoce. Caso contrário, o tratamento (se possível) é a indução do parto para implante de marca-passo definitivo. ● O mecanismo de aquisição dos anticorpos pelo feto é a transferência passiva destes através da placenta. ● Durante a gravidez, o tratamento dos sinais e sintomas do LES deve ser feito principalmente com AINE, corticosteroides e hidroxicloroquina. ● A ciclofosfamida, o metotrexato e o warfarin (antes da 14ª semana, principalmente) são contraindicados pelo risco de teratogênese. A azatioprina e o micofenolato podem ser usados com cautela em casos selecionados. ● O sofrimento fetal relacionado à SAF deve ser tratado com heparina + AAS ● Como os fármacos empregados na terapêutica da doença são excretados no leite materno, é preferível que pacientes lúpicas em tratamento NÃO amamentem seus bebês! 18
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