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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução 🚨 Artrite ● Derrame sinovial (aumento de volume intra-articular); OU ● Presença de pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas: ○ Dor à mobilização articular; ○ Limitação ao arco de movimento ○ Aumento da temperatura local; ○ Eritema articular Artrites soronegativas ● FR - ● Associação com HLA-B27 ● Acometimento das êntese (local de inserção de ligamentos e tendões) ● Acometimento de articulações axiais. ● Associação a determinadas lesões sistêmicas. ● Superposição entre suas formas clínicas. ● Tendência á hereditariedade. Questionamentos relevantes ● O processo da doença está realmente localizado primariamente no sistema musculoesquelético? Quais os dados epidemiológicos do paciente? ● A expressão clínica do processo de doença é predominantemente inflamatório ou não inflamatório? O processo reumático é articular, periarticular ou não articular? 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● O processo articular é artrite ou apenas artralgia? Qual o modo de instalação do processo articular? Qual a duração da artrite? ● Quantas articulações estão acometidas? ● O padrão de distribuição da artrite é simétrico ou assimétrico? Qual a topografia das articulações inflamadas? ● Estão presentes “padrões-guia” que podem sugerir a etiologia? Qual a sequência do comprometimento articular? ● Estão presentes fatos clínicos de doença sistêmica? ● Existem antecedentes patológicos ou comorbidades relevantes? Há dados de história familiar ou fatores ambientais importantes? Análise de líquido sinovial O líquido sinovial é um transudato de plasma, acrescido de sacarídeos de alto peso molecular (destacando-se os hialuronatos), produzidos pelos sinoviócitos do tipo B. Artrocentese ● Deve ser realizada em todos os pacientes com efusão articular de causa desconhecida → facilita o DD → valendo-se da distinção entre LS inflamatório e não inflamatório. ● Útil na determinação da causa da artrite, em especial da artrite séptica e na artrite induzida por cristal. Características macroscópicas ● Volume→ volume do LS no joelho é < 3,5 mL. ● Transparência → líquidos mais opacos devem-se à presença de quantidade aumentada de células nucleadas (leucócitos) ou hemácias. ● Coloração→ o LS normal é incolor. ○ Aumento na quantidade de plasma e células nucleadas tornam o LS amarelo ou amarelo-esverdeado, encontrado nos quadros inflamatórios e/ou sépticos. ● Viscosidade → o LS normal é viscoso, portanto, capaz de produzir um efeito do tipo “liga”. ○ Líquidos inflamatórios, devido à presença de enzimas proteolíticas, possuem baixa viscosidade. ○ LS purulento (séptico) pode também ser viscoso. Citologia ● A quantidade de leucócitos permite classificar o LS em inflamatório e não inflamatório. ● O fluido sinovial normal é praticamente acelular. ● LS não inflamatório → < 2.000 leucócitos/mm 3 → osteoartrite, necrose avascular, artropatia de Charcot, hemocromatose e trauma. ● LS inflamatórios→ > 2.000 leucócitos/mm³. ○ Percentual de PMN→ ≥ 50%; ● LS séptico→ de 50 a 150.000 leucócitos/mm³ ○ Às vezes em torno de 25.000 ○ Predomínio de polimorfonucleares (PMN) → ≥ 70%. ● Eosinofilia no LS sugere infecção parasitária, alergia, neoplasia ou doença de Lyme. Bioquímica ● Redução dos níveis de glicose e elevação da desidrogenase lática no LS têm sido associadas à infecção bacteriana, mas possuem baixa sensibilidade para essa condição. Bacterioscopia ● Coloração do Gram é simples ● Pode representar a única evidência microbiológica para agentes infecciosos de difícil cultivo. Cultura bacteriana ● Positiva na maioria dos pacientes com artrite séptica não gonocócica. ● Antibióticos devem ser suspensos antes da aspiração articular. 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Parte do LS pode ser adicionado a um frasco de hemocultura (para aeróbicos e anaeróbicos), maximizando a identificação do microrganismo. Detecção de cristais ● Gota e na doença por deposição de pirofosfato de cálcio. ● O diagnóstico da gota se faz pela identificação do cristal (monourato de sódio) no líquido sinovial, mediante análise no microscópio de luz comum e luz polarizada. Em algumas situações, a pesquisa pode ser feita também em tecidos acometidos por depósitos desses cristais. ○ Episódio de artrite gotosa aguda → líquido do tipo inflamatório, caracterizado por turbidez, diminuição da viscosidade e aumento da celularidade, com predomínio de PMN. ○ No início da crise apresenta-se com intensas características inflamatórias e, no final da crise, torna-se progressivamente menos inflamatório. ○ O reconhecimento de cristais de monourato de sódio intracelulares, isto é, fagocitados por PMN, confirma o diagnóstico de artrite por gota. ○ No exame a fresco, os cristais de monourato de sódio, de acordo com suas características físicas, apresentam-se com forma de agulha. ● Doença por depósito de pirofosfato de cálcio ○ Nessa doença não existe um equivalente sérico do ácido úrico, como na gota. ○ Os exames têm a função de excluir a gota e auxiliar na identificação de condições que podem se associar à doença por depósito de pirofosfato de cálcio. ○ Em geral, o líquido sinovial é do tipo inflamatório. ○ A análise a fresco ou sob microscópio de luz polarizada mostra os cristais de pirofosfato de cálcio na forma de barra ou romboide. Autoanticorpos Fator reumatóide ● Autoanticorpo que pode ser de qualquer classe de imunoglobulinas, mais comumente IgM, e que tem especificidade contra a fração Fc da molécula de IgG ● Não é específico para artrite reumatoide ● A prevalência aumenta com a idade, e cerca de 5% dos indivíduos sadios apresentam FR em seu soro. ● Pode não estar presente na artrite reumatoide inicial, mas pode preceder a eclosão da doença em alguns indivíduos. ● O valor preditivo positivo é de cerca de 25% para artrite reumatoide (AR), sendo de 35% para outras doenças reumáticas; e o valor preditivo negativo é de 90% para AR e 85% para outras doenças reumáticas. ● O título de FR também é importante, sendo que títulos mais altos se associam a formas mais graves, com artrite erosiva e comprometimento sistêmico, particularmente nódulos subcutâneos e vasculite. 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Anticorpos Contra Peptídeos Citrulinados (ACPA) ● A citrulina é um aminoácido modificado pós-tradução a partir de resíduos de arginina e está presente em alta frequência na cadeia peptídica da filagrina, fibrina e vimentina. As regiões ricas em citrulina parecem ser o alvo dos anticorpos antifator perinuclear (APF) e antifilagrina, identificados na artrite. ● O anti-CCP-2 é muito específico para a artrite reumatoide no adulto, com uma sensibilidade de 60 a 70%.2 ● A pesquisa de ACPA é especialmente útil no diagnóstico diferencial da poliartrite recente, pois tem aparecimento precoce e alto valor preditivo positivo para AR. ● Apesar da boa especificidade para a AR, resultados positivos em títulos baixos podem ocorrer em outras doenças, como tuberculose e algumas doenças reumáticas, como LES (15%), síndrome de Sjögren (14%), polimiosite ou dermatomiosite (23%) e esclerodermia (6%). → Resultados com valores pouco acima do valor de corte devem ser considerados com cautela. Proteína C Reativa (PCR) ● Biomarcador de fase aguda ● Sua produção ocorre no fígado por estímulo de IL-6 e sua função é ligar-se a patógenos e células lesadas ou apoptóticas e iniciar sua eliminação através da ativação do sistema Complemento e da interação com a porção Fc de imunoglobulinas nos fagócitos (opsonização), além de regular a extensão e intensidade da resposta inflamatória. ● A interação entre a PCR e a porção Fc de imunoglobulinas dá-se em fagócitos, levando à indução de fagocitose e à secreção de citocinas pró-inflamatórias como interleucina (IL)-1 e fator de necrose tumoral (TNF)-α. Já em neutrófilos, a interação promove regulação negativa da inflamação com inibição da resposta quimiotática,clivagem de L-selectina, diminuindo a marginação de leucócitos e a endocitose de receptores IL-6. ● Funções pró e anti-inflamatórias. Velocidade de Hemossedimentação (VHS) ● Reflete o aumento da concentração plasmática de proteínas de fase aguda, principalmente a de fibrinogênio. ● Representa uma forma indireta de avaliar o conjunto das proteínas de fase aguda. A ● Quanto mais macromoléculas, maior a agregação, e maior a velocidade com que as hemácias se depositam, o que significa maior valor de VHS. ● Diversos fatores podem interferir na interpretação do valor de VHS, como erro de diluição, inclinação do tubo, demora em realizar o exame após a coleta e temperatura ambiente. ● Pode haver influência do uso de medicamentos, como anticoncepcionais orais e anticoagulantes. ● Tende a ser maior no sexo feminino, em idosos e gestantes. ● Tendem a aumentá-la: baixo hematócrito, macrocitose e hipercolesterolemia. ● Tendem a diminuí-la: hipofibrinogenemia, hipogamaglobulinemia, policitemia, microcitose, anemias hemolíticas e hemoglobinopatias. ● É especialmente útil na suspeita clínica de polimialgia reumática ou arterite de células gigantes, e também bastante usado para monitorizar a atividade da artrite reumatoide. Artrite Reumatoide 🚨 Sinovite idiopática crônica em mão, pé e punho, gerando deformidade! Marco da AR→ sinovite crônica levando à formação de erosões ósseas e à deformidade articular. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Epidemiologia ● No Br→ prevalência de 1% na pop ○ 2 milhões de indivíduos ● Mulher (3:1) de meia idade→ 25 a 55 anos ● História familiar ○ Parente de 1º acometido aumenta 2-10x as chances de desenvolver ○ Relação com o HLA-DR4 (presença desse antígeno de histocompatibilidade) ■ Hoje se chama HLA-DRB1 ● Tabagismo como fator de risco ○ Outros são → exposição ocupacional à sílica, ao asbesto e à madeira. ● Grande morbidade ● Fatores ambientais→ gatilhos ○ Tabagismo→ citrulinacao de proteínas ○ Infecções virais ○ Microbioma intestinal → formação de imunocomplexos ○ Doença periodontal ○ Hábitos de vida Fisiopatologia ● Idiopática ● Não entendida totalmente ● Sinovite crônica → Ocorre liberação de muitas citocinas inflamatórias, levando a destruição do osso + cartilagem → deformidade articular → destruição articular ○ Tecido inflamatório sinovial em proliferação é chamado de pannus→ espécie de “manto” que cobre as estruturas intra-articulares e lesa por contiguidade os tecidos vizinhos (cartilagem articular + tecido ósseo) ○ A destruição final da cartilagem, dos ossos, dos ligamentos e dos tendões resulta, entre outros fatores, da produção local de enzimas proteolíticas, como é o caso da colagenase secretada na interface entre o pannus e a cartilagem. ● Participação imunológica→ autoanticorpos ○ Linfócitos T-CD4 + hiperestimulados migram para a membrana sinovial, atraindo e ativando macrófagos e linfócitos B. Ocorre produção desordenada de citocinas, com destaque para o TNF-alfa ■ Linf B produzem anticorpos ○ MHC 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Fator Reumatoide → positivo em 70-80%; IgM contra IgG “self””; → Forma imunocomplexos! ■ Pesquisa pelo método de látex ou waaler-rose ○ Anti-CCP (Peptídeo citrulinado cíclico) Participação imunológica: ■ Maior ESPECIFICIDADE ■ Possui poucos resultados falsos positivos ■ Quando positivo, seu valor é muito específico!→Mais que FR ● As quimiocinas, ou fatores quimiotáxicos, entre eles o leucotrieno B4 e componentes do sistema complemento (C3a, C5a), atraem neutrófilos que se concentram principalmente no líquido sinovial. 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ A análise do líquido sinovial durante a atividade da AR revela aumento de neutrófilos e baixos níveis de complemento. O mesmo padrão pode ser visto nas serosas acometidas (derrame pleural e pericárdico). Quadro clínico ● Padrão articular→ poliartrite simétrica! ○ Evolução→ Insidiosa, aditiva e bilateral ■ Começa nas mãos e pés, vai progredindo p/ punhos, joelhos, cotovelos, tornozelos, quadril e ombros ○ Final→ poliartrite simétrica periférica ■ Ombros são os últimos a serem afetados ○ Poliarticular (>4), mãos/punhos, simétrica, aditiva, rigidez matinal ○ Obs: Poupa esqueleto axial ● Rigidez matinal >1 hora ○ Melhora com movimentos ● Pode estar acompanhada de sintomas constitucionais → fadiga, mal-estar, anorexia e mialgia. ● Evolução do quadro (semanas a meses) → forma clássica → artrite simétrica de pequenas articulações das mãos e dos punhos. ○ Os pés também podem ser acometidos, principalmente as metatarsofalangianas. → Tende a preservar as interfalangianas distais e as pequenas articulações dos pés! ● Sistêmicos → fadiga, febre, astenia, mialgia, perda ponderal 🚨 Não induz sacroileíte nem doença clinicamente significativa na coluna lombar ou torácica!!!!!!!!!!! Deformidade ● Nas mãos ○ Tumefação das interfalangianas proximais ○ Desvio ulnar dos dedos→ dedos em direção à ulna → frouxidão dos tecidos moles nas articulações metacarpofalangiana ○ Dedos em pescoço de cisne→ hiperextensão das interfalangianas proximais, em combinação com a flexão das interfalangianas distais ○ Dedos em abotoadura → hiperflexão das interfalangianas proximais, com hiperextensão das distais ■ Subluxacao ● No punho ○ Dorso de camelo ○ Sd do túnel do carpo 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Nos pés ○ Deformidade ○ Dor ao caminhar ○ Instabilidade de marcha ● Joelhos ○ Derrames articulares podem ser identificados pela compressão da patela→ sinal da tecla. ○ A percepção de "flutuação" patelar (ou seja, a sensação que a patela afunda, toca a superfície femoral e "retorna à superfície") confirma a existência de líquido sinovial em excesso ● Exceção no esqueleto axial ○ C1 x C2: Subluxação atlanto-axial → extremamente grave ○ Compressão medular alta → manifestações do tipo tetraparesia ou tetraplegia → pode levar à paralisia diafragmática e compressão das artérias vertebrais, resultando em insuficiência respiratória e insuficiência vertebrobasilar (vertigens + síncope) Manifestações extra-articulares → aparece mais em altos títulos de FR e anti-CCP→Peguei NoJo De VasCa ● Quanto mais altos os títulos de FR e Anti-CCP, mais manifestações extra-articulares e pior o prognóstico do paciente Pele ● Nódulos subcutâneos → áreas submetidas a maior pressão mecânica, especialmente as regiões extensoras dos cotovelos, mãos, pés e calcâneo. Occipital é menos comum → podem ser encontrados em localizações internas como pleura e meninge → Raramente são sintomáticos, mas podem sofrer ruptura ou infecção secundária. ● Vasculites na pele ○ Vasculite cutânea leucocitoclástica, → pequenos infartos acastanhados nas unhas e polpas digitais, que aparecem sob a forma de lascas→ não têm maiores repercussões; ○ Vasculite necrosante → pequenas e médias artérias, indiferenciável da vasculite encontrada na poliarterite nodosa clássica → pode evoluir para sistêmica ● Eritema palmar ● Infartos acastanhados distais Oftalmológicas ● Sd de Sjogren→ olho e boca secas ○ Ceratoconjuntivite seca ○ Pode estar acompanhada de xerostomia e aumento de parótidas ● Episclerite → condição autolimitada, associada a eritema e dor no olho → vermelhidão localizada e sem secreção 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Esclerite → + dolorosa → pode resultar em redução da acuidade visual. Caso essa condição evolua com adelgaçamento do tecido da esclera, permitindo a visualização da cor azul da coróide subjacente (vascularizada), recebe a designação de escleromalácia perfurante Pulmonar ● Acometimento de serosas→ derrame pleural ○ Exsudato (aumento de LDH e proteínas) com glicose < 25 mg/dL e baixo pH ○ Pouco volumoso e oligo ou assintomático, acometendo mais o sexo masculino ○ Complemento está baixo (embora normal no soro). ○ A contagem de leucócitos costuma ser inferior a 5.000. ○ O fator reumatoide costuma ser encontrado. ● Nódulos reumatoidesno parênquima ○ Encontrados em pacientes soropositivos, com sinovite generalizada e nódulos em outras localizações. ○ Costumam ser assintomáticos, únicos ou múltiplos. ○ Eventualmente: infectam, formando cavidades, ou rompem para a cavidade pleural, resultando em pneumotórax espontâneo ou fístula broncopleural; ou sofrem calcificação ● Cavitação e pneumotórax ● Fibrose intersticial difusa com pneumonite e faveolamento ● Bronquiolite constritiva ● BOOP → a Bronquiolite Obliterante com Organização Pneumônica→ mau prognóstico ● Síndrome de Caplan → nódulos pulmonares reumatoides + pneumoconiose. ● Encontro de um nódulo pulmonar isolado, no paciente com AR, sempre deve levar à suspeita de câncer de pulmão!!!!! Síndrome de Caplan ● AR + nódulos + pneumoconiose Cardíacas ● Pericardite ● Aterosclerose acelerada ● Insuficiência cardíaca congestiva ● Nódulos reumatoides no miocárdio ou válvulas → r distúrbios de condução, arritmias e insuficiência valvar. Neurológicas ● Mononeurite múltipla→ principalmente extremidades ○ Síndrome do túnel do carpo/tarso ● Nódulos reumatóides nas meninges ● Neuropatia cervical (subluxação AA) ○ Pode dar origem a uma neuropatia cervical compressiva, com síndrome medular alta e risco de paralisia diafragmática com tetraparesia ou plegia. ● Vasculite dos vasa nervorum com mononeurite múltipla ● Vasculite cerebral Cisto de Baker → panturrilha → causa muita dor → confunde com TVP ● Não é exclusivo da AR ● Avaliar com doppler Síndrome de Felty ● Neutropenia + esplenomegalia ● Alguns casos também cursam com anemia, trombocitopenia, febre, hepatomegalia e adenomegalia. ● Costuma ocorrer em fases mais tardias da artrite reumatoide, no contexto de uma doença erosiva 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA associada a altos títulos de fator reumatoide/anti-CCP, além de outras manifestações extra-articulares ● Infecções bacterianas recorrentes representam o principal problema clínico, com predomínio das infecções respiratórias e cutâneas causadas por patógenos habituais. ● O risco de infecção é diretamente proporcional ao grau de neutropenia, e a presença dos seguintes fatores aumenta ainda mais esse risco: úlceras cutâneas,uso de glicocorticóides, altos índices de atividade da doença ● Neutropenia é multifatorial: ○ Fagocitose (no baço) de neutrófilos opsonizados por anticorpos antineutrófilo; ○ Aumento da adesão de neutrófilos à parede vascular (fenômeno da "marginação"); ○ Parada de maturação da série granulocítica na medula óssea; ○ Ação de linfócitos citotóxicos na medula óssea, destruindo os neutrófilos recém-formados; ○ Autoanticorpos contra o GM-CSF (fator de crescimento de granulócitos/macrófagos). Osteoporose ● Citocinas liberadas na circulação sistêmica (IL-1, IL-6 e TNF-alfa) estimulam os osteoclastos determinando o surgimento de osteoporose difusa! ● Imobilização prolongada (pela limitação funcional) e a terapêutica com glicocorticóides. Maior incidência de linfomas Renais→ doença de base ou drogas do tto ● Nefropatia membranosa associada à AR ● Nefropatia associada a medicamentos usados para a AR ● Glomerulonefrite mesangial ● Amiloidose Exames complementares Fator Reumatoide (FR) ● Pode ser encontrado em 70-80% dos adultos com a doença → resultado negativo JAMAIS descarta o diagnóstico (20-30% são "soronegativos") ● Baixa especificidade → quando em títulos reduzidos, pois diversas outras condições, autoimunes ou não, também estimulam sua produção ○ Lúpus eritematoso sistêmico. ○ Síndrome de Sjögren. ○ Macroglobulinemia de Waldenström. ○ Sarcoidose. ○ Fibrose pulmonar idiopática. ○ Crioglobulinemia mista essencial (tipo II). ○ Hepatites e C ○ Endocardite bacteriana subaguda. ○ Mononucleose infecciosa. ○ Tuberculose. Hanseníase. ○ Sífilis. ○ Calazar. ○ Esquistossomose. ○ Malária. ● Vale ressaltar ainda que ele é positivo em 1-5% da população saudável, cifra esta que aumenta para 10-20% em pacientes > 65 anos, e pode aparecer transitoriamente após vacinação ou hemotransfusão. ● A positividade do FR em indivíduos com quadro clínico sugestivo fortalece o diagnóstico de AR, além de possuir valor prognóstico ○ Existe correlação direta entre os títulos de fator reumatoide e a presença de manifestações extra-articulares (ex.: nódulos subcutâneos, vasculite necrosante, síndrome de Felty). Autoanticorpo Anti-CCP (Antipeptídeos Citrulinados Cíclicos) ● Reage contra diversas proteínas encontradas no tecido conjuntivo. ● Possui a mesma sensibilidade do FR (cerca de 70-80%), porém sua grande vantagem é uma elevada especificidade (~ 95%). ● Quadros iniciais de artrite indiferenciada têm chance maior de serem diagnosticados como AR na vigência de um anti-CCP positivo, principalmente se em altos títulos. ● Também se relaciona diretamente ao prognóstico 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 🚨 Além de fator reumatoide e anti-CCP, outros autoanticorpos podem ser encontrados em pacientes com AR, como o FAN (30%) e o ANCA (p-ANCA, também em 30%). Marcadores de fase aguda ● ↑VHS na AR em atividade. ● ↑ PCR e a ceruloplasmina, também se encontram elevados. ● Eletroforese de proteínas revela aumento das frações alfa-2-globulina presente nos estados inflamatórios em geral, e gamaglobulina, que reflete uma estimulação antigênica inespecífica e policlonal. ● Anemia de doença crônica → gravidade também é proporcional à atividade da doença. ● Trombocitose e leucocitose. ● A leucopenia geralmente é secundária ao uso de medicações, mas nos casos de neutropenia + esplenomegalia, principalmente na doença de longa data, temos que pensar numa clássica (e grave) complicação da AR, a síndrome de Felty. Artrocentese ● Líquido sinovial com aspecto turvo, viscosidade reduzida, aumento de proteínas e concentração normal ou baixa de glicose. ● A leucometria varia entre 5.000 a 50.000/µl, com predomínio de polimorfonucleares. ● Pesquisa de FR e antiCCP costuma ser positiva → participam da composição de imunocomplexos que se depositam localmente e ativam o complemento (níveis de C3 e C4 reduzidos). ● NÃO é essencial para o diagnóstico de AR, mas pode ser útil em casos selecionados para descartar artrite séptica e artropatia induzida por cristais. Radiografia ● No início do quadro, as radiografias simples revelam apenas aumento de volume de partes moles e derrame articular (aumento do espaço sinovial). ● Com o progredir da doença aparecem outros achados, embora nenhum seja específico ● Em semanas já se pode observar osteopenia justarticular. ● Alguns meses depois aparecem perda da cartilagem articular (diminuição do espaço sinovial), cistos subcondrais e erosões ósseas marginais. ● Anquiloses e subluxações são típicas dos quadros mais avançados. ● Ajuda a estimar a extensão da doença, a monitorar o efeito do tratamento e a avaliar a necessidade de cirurgia em casos selecionados. USG com Doppler ● Hiperecóico → cortical óssea, calcificação, tendão ● Diagnostico e monitoramento ● Maior sensibilidade que o exame físico (sinovite) e que o R (erosões) Diagnóstico diferencial Poliartrites de início recente ● Síndromes virais autolimitadas → parvovírus, hepatites B e C, rubéola e mononucleose infecciosa (infecção pelo vírus Epstein-Barr). Outras hipóteses seriam lúpus, artrite psoriásica e artrite reativa. A gota tofosa crônica pode mimetizar a AR com nódulos. A diferenciação é feita pela detecção de cristais de ácido úrico na artrocentese (cristais com forte birrefringência negativa). A síndrome clínica do hipotiroidismo se sobrepõe a várias manifestações da AR, e é importante perceber que nada impede que ambos coexistam. Diagnóstico Diagnóstico→ ≥6 pontos 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 🤔 A exigência de que a artrite esteja presente há pelo menos seis semanas garante a exclusão de certas síndromes articulares, principalmente virais, que, por definição, são autolimitadas (durando em média 2-3 semanas) e podem causar umapoliartrite semelhante à AR, inclusive com positividade para o fator reumatoide. Poliartrites ≥ 6 semanas não podem ser consideradas pós-virais, sendo o diagnóstico de AR muito mais provável em tal contexto. Exceção a esta regra, são raros casos de infecção por Parvovírus, que pode causar uma poliartrite um pouco mais duradoura.. Em suma → Poliartrite simétrica de pequenas articulações ≥6 semanas + marcadores inflamatórios + sorologia (FR e/ou anti-CCP) Tratamento Atualmente, o objetivo é colocar a doença em remissão ou, caso isso não seja factível, deixá-la pelo menos no menor grau de atividade possível.→O que seria essa remissão? ● Satisfaz todos os seguintes critérios: ○ ≤1 articulação dolorosa ○ ≤1 articulação edemaciada ○ PCR ≤ 1mg/dL ○ Autoavaliação por parte do paciente (numa escala padronizada de 0-10) ≤ 1. OU ● Índice simplificado de atividade de doença (SDAI) ≤ 3,3. 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ⚠O tratamento deve ser reavaliado a intervalos curtos (ex.: a cada 3-5 semanas), reajustando as medicações conforme necessário; Uso de drogas DARMDs→ drogas modificadoras de doença ● Intervir de maneira precoce e agressiva antes que se chegue aos estágios mais avançados (com erosão articular). ● Início de ação demorado (6-12 semanas), e por isso deve começá-las o quanto antes. Uso de drogas sintomáticas ● AINEs → ñ alteram o curso da doença → analgesia e desinflamação imediata do tecido osteoarticular ● Corticoide em dose baixa ○ Prednisona ≤ 7,5 mg/dia, ou > 7,5 e ≤ 30 mg/dia ○ Úteis, por curtos períodos, para o controle dos surtos agudos de atividade da doença (os chamados flares) em pacientes que já vinham em uso de uma DARMD. Drogas que alteram a evolução da doença → DMARDs (Drogas antirreumáticas modificadoras de doença) ● Convencionais → Metotrexato, sulfassalazina, cloroquina e leflunomida ○ Metotrexato é a droga de escolha - 7,5mg, 1x/semana ■ OBS: Cuidados nos casos de hepatotoxicidade e lembrar de repor ácido fólico (paciente que não repor tem risco de anemia megaloblástica) ■ Droga hepatotóxica, mielotóxica e pneumotáxica ■ Fazer acompanhamento com Oftalmo pelo risco de lesão retiniana ○ Demoram de 6 a 12 semanas para alcançar seu benefício terapêutico ● Biológicas: ● Inibidor de TNF-alfa: infliximab, etanercepte, adalimumab ● Nao inibidoras de TNF-alfa: rituximab (anti-CD-20) ● Bloqueador da coestimulação do linfócito T: abatacepte) ● Antirreceptor IL-6: tocilizumabe ● Anti-CD20: rituximabe 🆘Cuidado: lembrar de tratar pacientes com infecção latente de tuberculose - sempre tratar antes de iniciar essas drogas ● Existem escores que indicam o tratamento nos pacientes avaliando a gravidade dos sintomas e avaliando se a doença está em remissão ● Sempre buscar uma doença em remissão, mas aceita-se uma doença em categoria leve ● Mesmo se doença em remissão, não se estimula a suspensão do remédio, mas pode-se reduzir a dose Artrite Séptica 🤔 Também conhecida como artrite infecciosa ● Decorrem da interação de patógenos pertencentes ao grupo de bactérias, vírus ou fungos com o hospedeiro, resultando em uma resposta inflamatória sinovial, cuja evolução pode ser aguda, subaguda ou crônica. Epidemiologia ● 2 e 6 casos/100.000 pessoas ● Ligeiramente maior no sexo masculino em relação ao feminino (1,5:1) ● Sem diferença entre as raças. Fatores de risco - gono ● Mulher → mais frequente nos primeiros sete dias após o início da menstruação, durante a gravidez e no período pós-parto ● Infecção mucosa assintomática ● Múltiplos parceiros sexuais ● Uso de drogas intravenosas ● Baixo nível socioeconômico ● Deficiência de complemento (C5-C9) ● Lúpus eritematoso sistêmico ● Anemia falciforme. Fatores de risco - n gono ● Idade acima dos 80 anos ● DM ● Alcoolismo ● Condições que causam danos na integridade da pele, como psoríase, eczema e úlceras ● Cirurgia articular prévia e prótese articular, ● Cirrose hepática ● DRC, principalmente nos que estão em diálise ● Neoplasias e uso de quimioterápicos ● Usuários de drogas endovenosas ● Hemofílicos ● Transplantados ● Pacientes com AIDS ● Hipogamaglobulinemia 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Doenças com comprometimento imunológico como artrite (artrite reumatoide, gota, osteoartrite, artropatia de Charcot etc.) e lúpus eritematoso sistêmico. Fisiopatologia Invasão de um espaço articular por agente microbiano ● Via hematogênica→ + comum ● Inoculação direta→ trauma (exemplo) ● Contiguidade Independentemente da via de acesso à articulação, o processo fisiopatológico evolui com a proliferação bacteriana no líquido sinovial, seguido de aumento da atividade fagocítica das células sinoviais e dos polimorfonucleares que aportam na membrana sinovial. ● Poucas horas → sinóvia torna-se infectada, levando à sua proliferação e provocando degradação enzimática, neovascularização e desenvolvimento do tecido de granulação. ● À medida que elementos purulentos se acumulam, a pressão intra-articular aumenta e o fluxo sanguíneo sinovial fica tamponado, resultando em anóxia dessa cartilagem e contribuindo para a necrose dela. Etiologia ● Maioria bacteriana ○ S. aureus → + comum quando considera todas as faixas etárias ○ Adulto jovem (<40a) e sexualmente ativo → Gonococo - N. Gonorrhoeae ● N gono → E. coli, Klebsiella pneumoniae, Salmonella spp. e Pseudomonas spp. são os bacilos Gram-negativos com ocorrência por volta de 10% e são mais frequentes nas artrites sépticas em neonatos, pacientes com doenças crônicas, idosos e usuários de drogas injetáveis. Quadro clínico Gonocócica ● Adulto jovem (<40a) e sexualmente ativo ● Apresentação bimodal ○ ⅔ respondem assim;⅓ direto na fase 2. ● 1ª fase → gonococcemia → tríade → síndrome artrite-dermatite ○ Poliartralgia → assimétrica, migratória (mas tbm pode ser aditiva) ○ Dermatite → pústulas indolores, não pruriginosas, podendo não ser percebidas pelos pacientes, e ocorrem em tronco e extremidades, poupando a face. ■ Classicamente são pápulas ou vesículas, contudo também podem se apresentar como pústulas, vasculite, bolhas hemorrágicas, eritema multiforme, eritema nodoso e urticária. ○ Tenossinovite → dactilite → dedos em salsicha → maior frequência em dorso das mãos, dedos e pés→ dura de 48 a 72 horas e pode se resolver espontaneamente. ● 2ª fase→ monoarticular→ supurativa ○ Artrite séptica→ sinais flogísticos ○ Grandes articulações periféricas → joelhos, punhos, tornozelos e cotovelos ○ Manifestações graves incluem endocardite, miocardite, defeitos de condução, pericardite, osteomielite, piomiosite, hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis), meningite, síndrome de Waterhouse-Friderichsen e síndrome respiratória do adulto. Não-Gonocócica ● Febre de instalação súbita, calafrios quando há bacteremia e queda do estado geral ● Crianças, idosos, imunossuprimidos ● Monoartrite aguda → predileção por joelho, quadril, tornozelo e punho → súbita, dolorosa, com derrame 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA articular e limitação acentuada dos movimentos ativos e passivos da articulação. ● Inflamação sistêmica → febre, leucocitose, aumento da PCR ● O envolvimento poliarticular é visto em cerca de 10 a 20% dos casos, principalmente nos portadores de quadros gonocócicos. O acometimento do esqueleto axial é raro. Exames complementares ● PCR e VHS ● Artrocentese→ gram ● Hemocultura ● Hemograma apresenta leucocitose Investigação por imagem pode ser realizada por diversas técnicas, como: ● Radiografia simples: evidência osteomielite adjacente. ● Ultrassonografia: útil na quantificação do derrame articular, bem como alteração no fluxo Doppler na sinóvia. ● Cintilografia óssea com tecnécio ou gálio. ● Tomografia computadorizada: auxilia no diagnóstico quando há envolvimento de quadril, ombros, esternoclavicular e sacroilíaca, locais de difícil aspiração. ● Ressonância magnética: utilizada na fase inicial, demonstra edema nas partes moles, além de sinovite,possível osteomielite e mensuração do derrame articular. Diagnóstico diferencial ● Outras artrites infecciosas por micobactérias, fungos, espiroquetas e vírus. ● Artropatias por cristais como gota e doença por depósito de pirofosfato de cálcio. ● Artrite traumática. ● Artrite relacionada às espondiloartrites: reativa, psoriásica, espondilite anquilosante e doença inflamatória intestinal. ● Artrite associada a outras doenças autoimunes como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Behçet, vasculites sistêmicas. ● Artrites associadas a lesões metastáticas e sinovite vilonodular pigmentada. Diagnóstico 💉 Análise do líquido sinovial → Analisa-se a coloração pelo método de Gram, contagem de leucócitos total e diferencial, cultura e pesquisa de cristais. Gonocócica ● Identificação de diplococos Gram-negativos ● Hemocultura→ + em 10% - fase oligoarticular ● Líquido sinovial→ + em 30% - fase oligoarticular ○ Purulento ou turvo ○ Aumento dos leucócitos → 10000-100000mm³ ○ Predomínio de neutrófilos ○ Redução da glicose ○ Aumento de prote´nas e LDH Não-Gonocócica ● Identificação de cocos Gram-positivos em cachos ● Hemocultura→ + em 50% ● Líquido sinovial→ + em 90% ○ Semelhante à artrite gonocócica ○ Celularidade mais alta→ até 200000/mm³ Tratamento Gonocócica ● Ceftriaxona, 1g IV ou IM a cada 24h→ 7-14 dias ● Associar doxiciclina ou azitromicina para Clamídia ● Drenagem articular→ artrocentese, artroscopia 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Não-Gonocócica ● Oxacilina→ 3-4 semanas ● Em artrite séptica por coco Gram-positivo, o antibiótico de escolha para a terapia inicial empírica recomendada é a bancomicina 15 a 20 mg/kg/dose, endovenosa, a cada 8 ou 12 horas. Infecção por S. aureus meticilina-sensível pode ser tratada com cefazolina 2 g, endovenosa, a cada 8 horas ou oxacilina 2 g, endovenosa, a cada 4 horas ● Em casos de bacilo Gram-negativo as cefalosporinas de 3ª geração são recomendadas: ceftriaxona 2 g, endovenosa, a cada 24 horas, cefotaxima 2 g, endovenosa, a cada 8 horas ou ceftazidima 1 a 2 g, endovenosa, a cada 8 horas. Nos casos suspeitos de P. aeruginosa a opção inicial é ceftazidima combinada a aminoglicosídeo (gentamicina 3 a 5 mg/kg por dia divididos em 2 a 3 doses) ● Se resistente→ vancomicina por 3-4 semanas ● A drenagem cirúrgica geralmente é necessária para articulações como ombro e quadril e em casos de infecção associada à presença de prótese articular. Também pode ser utilizada em situações em que a artrocentese seriada não foi associada a melhora do quadro articular ou quando, mesmo em articulações de fácil acesso, a aspiração para drenar líquido sinovial purulento não é efetiva. ● Nos casos de artrite séptica de joelho, ombro e punhos, quando se opta pelo método cirúrgico de drenagem, a artroscopia geralmente é preferível. Para as infecções em quadril a drenagem aberta (artrotomia) geralmente é requerida. ● Durante todo o tratamento do quadro infeccioso recomendam-se medidas fisioterápicas com objetivo de evitar contraturas, promover mobilização, manutenção ou ganho gradual de amplitude de movimentos. 💉 Drenagem da articulação por meio de artrocentese com agulha ou via cirúrgica (artroscopia ou artrotomia) é considerada essencial para o adequado manejo da artrite séptica. Policondrite Recidivante Inflamação de cartilagens em ciclos de surtos e remissões Epidemiologia ● Predomínio aos 10-50 anos ● Não tem preferência por sexo ● Relação com outras doenças auto-imunes Fisiopatologia ● Autoantígenos atacam a cartilagem → autoanticorpos levam à infiltrado, inflamação, etc Quadro clínico ● Orelha em couve-flor/frouxa→ poupa o lóbulo ● Nariz em sela ● Hipoacusia ● Artrite → não erosiva, grandes e pequenas articulações, assimétrica ○ Condrite laringotraqueobrônquica→ condrite de via aérea→ grave!! ■ Dispneia ■ Estridor ■ Indicação de traqueostomia de emergência 16 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Exames complementares Laboratório ● Anemia de doença crônica ● Aumento de PCR e VHS ● Trombocitose ● FAN e FR + Diagnóstico diferencial ● Hanseníase ● Tuberculose ● Celulite ● Micoses Diagnóstico 1º) Excluir diagnósticos diferenciais! 2º) Critérios formais ● Condrite auricular bilateral ● Condrite nasal ● Poliartrite não erosiva soronegativa ● Condrite laringotraqueobrônquica ● Inflamação ocular → episclerite, esclerite, conjuntivite, escleromalácia ● Disfunção vestibulococlear ● MAIS IMPORTANTE→ biópsia da cartilagem 🔑 Fecha com 3+ critérios ou biópsia +1 Tratamento ● Acometimento de nariz, orelha ou mão → AINE, prednisona 0,5mg/kg/dia ● Formas graves→ prednisona 1mg/kg/dia ou dapsona Gota 🦵 Artrite por cristais de urato monossódico ● A presença isolada de tofos ou litíase por urato, ainda que em hiperuricêmicos, por definição não é considerada gota. Metabolismo do ácido úrico ● Vem do metabolismo das purinas → metabolismo celular e dieta (carne, cerveja, frutos do mar)... ● Xantina oxidase vai transformar purinas em ácido úrico ○ Pode ser reaproveitada pela ação da hipoxantina guanina fosforibosiltranferase. ● Ácido úrico está diluído no sangue, mas possui limiar de saturação ● Eliminação→⅔ urina e⅓ fezes ● Ponto de corte→ 7mg/dL ● Excesso ○ Superprodução→ > 800 mg de ácido úrico na urina em 24h ○ Diminuição da eliminação renal ○ Fatores secundários ■ Excesso de álcool → cerveja principalmente ■ Obesidade ■ Diuréticos → principalmente tiazídicos (hidroclorotiazida) → aparentemente furosemida tbm!!! → se for diurético a gente tira! ● Reduz volume e aumenta AU ■ HAS Epidemiologia ● Forma de doença articular inflamatória mais comum da espécie humana. ● Prevalência oscila na faixa de 1 a 5% ● A incidência é de 2,9/1.000 ● Nas últimas décadas observou-se uma tendência ao aumento da prevalência da gota, possivelmente 17 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA relacionado a diversos fatores: dietéticos (maior ingestão de proteínas, alimentos ricos em purinas, calorias, bebidas adoçadas, bebida alcoólica e frutose), aumento da longevidade, uso de fármacos hiperuricemiantes (como diuréticos e ácido acetilsalicílico), doença renal crônica e síndrome metabólica. ● Apresenta grande predominância no sexo masculino, em uma proporção de 7:1 a 9:1, que diminui com a idade. Após os 65 anos, a distribuição pode chegar a 3:1. ● A maior incidência ocorre dos 30 aos 60 anos. ● No sexo feminino a maior incidência situa-se na faixa dos 55 e 70 anos, no período climatérico, uma vez que o estrógeno tem efeito uricosúrico. Fisiopatologia A formação dos cristais decorre da supersaturação de urato dos tecidos envolvidos!! ● Redução do pH e da temperatura diminuem a solubilidade desse soluto, o que explica a topografia predominantemente apendicular periférica das crises. ● A elevação dos níveis séricos de urato (NSU) pode advir de uma produção excessiva ou uma redução na excreção renal. Gota→ excesso de ácido úrico→ 4 fases 1. Hiperuricemia-assintomática 2. Artrite gotosa aguda→ doença propriamente dita 3. Gota intercrítica 4. Gota tofosa crônica→ nefrolitíase Principal mecanismo para a crise inflamatória ● Ativação dos inflamassomas NLRP3 → via interação cristal-macrófago. ● Apenas a presença do cristal não é suficiente para ativar os mecanismos que levam à inflamação, havendo a necessidade da participação de cofatores como ácidos graxos livres capazes de ativar o Toll-like receptor2. ● Os inflamassomas ativam a caspase 1 que induz a formação da IL-1, que por sua vez ativa o fator de necrose tumoral alfa. → Produção de mediadores pró-inflamatórios como fatores quimiotáxicos, citocinas inflamatórias, eicosanóides e espécies ativas de oxigênio. ● A quimiotaxia promove o aporte de monócitos, mastócitos e neutrófilos. ● O resultado é a congestão vascular, proliferação sinovial e infiltração neutrofílica, proliferação fibroblástica e sinovial e dano tecidual. ● O cristal sofre também a opsonização por imunoglobulinase componentes do complemento, induzindo a sua fagocitose e amplificando o processo inflamatório. Por outro lado, simultaneamente ao surgimento da crise, passa a ocorrer um processo ativo para bloquear a evolução da inflamação e reverter o dano tecidual. ● Entre os mecanismos aventados está o surgimento de macrófagos M1 e M2 que têm atividade anti-inflamatória, produção de TGF-alfa1 e IL-10, regulação exercida pela AMP-activated protein kinase e a ação bifásica dos neutrófilos. Este último mecanismo, conhecido como Neutrophils Extracellular traps ou NETosis, consiste na formação de uma rede fibrosa com a finalidade de contenção de patógenos. Na gota, essa rede é capaz de encobrir os cristais do líquido sinovial, criando uma barreira ao sistema imunoinflamatório. Quadro clínico Hiperuricemia assintomática ● Só hiperuricemia por anos ● Maioria não faz gota! ● Indivíduos com ácido úrico persistentemente acima do normal, mesmo que não desenvolvam gota, apresentam risco maior de hipertensão arterial, insuficiência renal e doenças cardiovasculares. ○ Podem acontecer independentes da formação de cristais, e são comuns em pacientes com uricemia mantida acima de 9 ou 10 mg/dL. Artrite gotosa aguda ● Monoartrite em 80% dos casos ● Início súbito, à noite, com sinais flogísticos, com duração de 3-10 dias ● Grande artelho é a articulação mais acometida (podagra) → metatarso → tornozelos → calcanhares → joelhos ● PODE ACONTECER COM ÁCIDO ÚRICO NORMAL→ depois de uma variação súbita → pessoa que teve hiperuricemia a vida inteira e do nada cai ● Evoluem rapidamente com dor intensa e eritema local, com grande hipersensibilidade ao toque. ● Essas crises respondem bem a medicações anti-inflamatórias e podem mesmo ter resolução espontânea após alguns dias. 18 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Gota intercrítica ● Período assintomático ● Cada vez mais diminui tempo e mais articulações vão sendo acometidas se não tratar ● Começam a aparecer os depósitos de urato denominados de tofos. → Podem ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas são mais comuns em torno das articulações e nas bursas dos cotovelos. ● Os pacientes que chegam a esse estágio com frequência apresentam diversos graus de insuficiência renal, a chamada nefropatia úrica. ● Os pacientes que chegam a esse estágio com frequência apresentam diversos graus de insuficiência renal, a chamada nefropatia úrica. Gota tofosa crônica ● Acúmulo de cristais + tecidos granulamatosos → cartilagens, tendões, partes moles, rim → resposta inflamatória ● Pode levar a nefrolitíase por acúmulo de ácido úrico Exames complementares Durante as CAG, são comuns as alterações inespecíficas dos exames de fase aguda, como leucocitose, aumento da velocidade de hemossedimentação e da proteína C-reativa. O achado de hiperuricemia, apesar de considerado pré-condição para o desenvolvimento da gota, tem valor diagnóstico limitado durante as crises. Radiografia simples → pouco valor diagnóstico nas primeiras crises. ● Com a evolução da doença, podem aparecer cistos subcondrais e erosões bem definidas na proximidade dos tofos, as chamadas lesões em saca-bocado. USG ● Achados do esqueleto têm sido cada vez mais valorizados como sensíveis e específicos no diagnóstico da gota, mesmo em fases iniciais. ● Sinal do duplo contorno→ linha hiperecoica detectada na superfície da cartilagem examinada, é considerado específico de depósito de cristais com até 95% de precisão. TC de dupla energia ● Permite detectar depósitos incipientes de cristais e até diferenciar os cristais de urato dos cristais de cálcio. 19 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diagnóstico Monoartrite→ análise do líquido articular (punção articular) ● Forte birrefringência negativa dentro dos leucócitos→ faz na primeira crise, depois não precisa mais Critérios de classificação de gota ACR/EULAR 2015 Tratamento Crise de artrite gotosa ● AINEs→ 1ª linha ● Colchicina → 2ª linha → inibição de microfilamentos e microtúbulos de leucócitos → diminui a inflamação pq impede que leucócitos cheguem → dose terapêutica muito próxima da letal ● Corticoide intra-articular ou sistêmico ● Isolados ou em combinação → AINH + colchicina ou corticosteroide + colchicina ● Anakira→ inibidor de IL-1 ● NA CRISE NÃO FAZER AAS E NEM ALOPURINOL!!!!!! ○ AAS varia muito o ácido úrico→ uso na crise pode piorar as crises ○ Alopurinol → diminui mt o ácido úrico do paciente → potencialização da resposta imune = perigosos ● Para pacientes com contraindicação para o uso de AINH, a colchicina em dose baixa (1,0 mg inicialmente, seguido por mais 0,5 mg uma hora depois), quando usada nas primeiras 12 horas da CAG, é particularmente efetiva. Após as primeiras 36 horas o seu emprego não está indicado. Quando houver 20 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA contraindicação para o uso de AINH ou colchicina, ou ainda quando essas medicações não foram eficazes, o uso da prednisolona 35 mg/dia por 5 dias mostrou-se eficaz. Profilaxia das crises ● Colchicina→ 0,5mg 12/12h ● Avaliar fatores secundários ○ Álcool ○ Obesidade ○ Diuréticos → hidroclorotiazida - pode trocar por losartana que reduz AU ○ Dieta ● Faz uns 15 dias antes de começar a redução e mantém por 6 meses ● Para que se possa prevenir a precipitação e induzir a reabsorção dos cristais de UMS já depositados, é recomendado que o nível sérico de urato (NSU) permaneça abaixo de 6 mg/dL. ● Nos pacientes com tofos, para que o processo de reabsorção ocorra de forma mais célere, o alvo terapêutico é abaixo de 5 mg/dL. Redução da uricemia ● Redução da síntese → inibe xantina oxidase → alopurinol (não usar em HLA-B*5801, pois risco de reação cutânea - asiáticos), febuxostat ○ Efeitos adversos → erupção cutânea, febre medicamentosa, náusea, vômito e alterações em exames laboratoriais como leucopenia, trombocitopenia e anormalidades da função hepática. ● Aumento da eliminação → uricosúrico → probenecida, sulfimpirazona, benzbromarona ○ Não usar se nefrolitíase Preciso tratar hiperuricemia assintomática? Em alguns casos SIM! ● Prevenção de Sd. da lise tumoral ● Uricemia acima de 9mg/dL ● Excreção de ácido úrico urinário superior a 1100mg/24h Pseudogota 🚨Deposição de pirofosfato de cálcio ● O pirofosfato de cálcio (PFC) é um sal que pode se depositar no tecido conjuntivo, podendo causar síndromes clínicas ou ser assintomático. ● Doença por deposição de pirofosfato de cálcio (DPFC) → artrite inflamatória aguda, também denominada pseudogota; artropatia inflamatória crônica degenerativa e a calcificação radiográfica da cartilagem hialina ou fibrocartilagem, chamada condrocalcinose. Epidemiologia Etiologia ● Muitos casos são idiopáticos, porém, trauma articular, cirurgia ou dano articular prévio; condrocalcinose familiar (associada a polimorfismos do gene ANKH); e uma variedade de doenças endócrinas e metabólicas estão associadas com a doença. Destas, a hemocromatose é a única associada com todo o espectro da doença por DPFC. ● Hiperparatireoidismo, hipomagnesemia (e síndrome de Gitelman, uma de suas causas) e hipofosfatasia estão associados à condrocalcinose e à forma aguda, mas a associação com as formas crônicas é controversa. 21 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Outras doenças menos comumente associadas são: gota, raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X e hipercalcemia hipocalciúrica familiar. Quadro clínico Doença por DPFC assintomática → presença de condrocalcinose radiográfica, mas sem manifestações clínicas. Artrite aguda por DPFC (pseudogota) →crise aguda ou subaguda de artrite de uma ou mais articulações periféricas, sendo a causa mais comum de monoartrite aguda nos idosos. ● Em idosos, principalmente do sexo feminino, a crise aguda pode se sobrepor a um quadro de artropatia crônica sintomática. ● Qualquer articulação pode ser acometida, incluída a primeira metatarsofalangiana (pseudopodagra), mas a mais comum é o joelho, seguida pelo punho, ombro, tornozeloe cotovelo. ● Os ataques são rápidos, com dor importante, edema e rigidez, máximos após 6 a 24 horas do início. ● Podem ocorrer eritema na pele adjacente, febre, nos idosos, queda do estado geral ou quadro confusional leve. ● Podem ser espontâneos ou estar associados a algumas situações clínicas e podem durar mais tempo do que a crise de gota→ de 1-3 semanas até alguns meses. ● Quando o primeiro ataque é em membro superior, também é um achado mais típico de DPFC do que gota. ● Raramente ocorre formação de tofos após sucessivos ataques agudos. Artrite inflamatória crônica por DPFC (pseudoartrite reumatoide) → em 5% dos casos, ocorre artrite inflamatória crônica, não erosiva, na qual cristais de PFC são identificados. ● Dor, rigidez matinal, limitação, fadiga e sinovite, acometendo, de forma simétrica ou quase simétrica, membros superiores e inferiores, como punhos, metacarpofalangianas (MCF), cotovelos e joelhos. ● Em alguns casos mais raros, podem ocorrer febre, leucocitose e confusão mental aguda. Osteoartrite (OA) com DPFC (pseudo-OA) → forma mais comum → 50% dos pacientes com DPFC evoluem com alterações degenerativas semelhantes a OA e quadro clínico de hipertrofia óssea articular, crepitações, dor e limitação funcional. ● Em metade desses pacientes, episódios de sinovite aguda podem se sobrepor. ● Acometimento preferencial → joelhos, punhos, MCF, quadris, ombros, cotovelos e coluna. ● Como diferenciar da OA?? ○ O padrão de acometimento de locais pouco usuais para OA (punhos, cotovelos, tornozelos); ○ Acometimento preferencial do compartimento medial no joelho; ○ Não ocorrência de histórico de trauma ou sobrecarga ocupacional/não ocupacional; ○ Componente inflamatório mais proeminente; ○ Sobreposição de ataques agudos. Outras classes foram também descritas: ● Degeneração articular grave (pseudoartropatia neuropática) → sem neuropatia subjacente e com neuropatia subjacente ● Envolvimento de coluna vertebral → pode levar a dor, rigidez e anquilose, podendo lembrar espondilite anquilosante ou hiperostose esquelética idiopática difusa (DISH) – mais comuns na forma familiar de DPFC. ● Outros acometimentos → DPFC em sítios de trauma ou cirurgia recente, mais comum em joelhos e coluna lombar, ou o depósito em tendões, bursas e ligamentos, levando a síndromes compressivas, como a síndrome do túnel do carpo. Exames complementares ● Análise do líquido sinovial ao microscópio com luz polarizada → presença de cristais de PFC, os quais aparecem azuis quando paralelos ao eixo do polarizador e amarelos quando perpendiculares; além disso, são pequenos e com birrefringência fraca. → Os cristais intracelulares (fagocitados) ou extracelulares têm o mesmo valor diagnóstico. 22 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Biópsia sinovial: os cristais também podem ser vistos no tecido sinovial, quando este é fixado com vermelho de alizarina. Exames de imagem: ● Radiografia → identificar a condrocalcinose. → O aspecto é de radiodensidades pontuais ou lineares nas cartilagens hialina ou fibrocartilagem e, em menor frequência, em bursas, tendões, ligamentos, sinóvia e cápsula articular. ○ Outros achados comuns são alterações degenerativas, como cistos subcondrais, osteófitos e microfraturas de osso e cartilagem. ○ Fraturas por estresse ou osteonecrose podem ser consequências das alterações estruturais causadas por DPFC. ○ Osteófitos em gancho na segunda e terceira MCF (mais comum c hemocromatose); redução do espaço articular radiocarpal isolada ou desproporcional; degeneração do espaço articular patelofemoral desproporcional; no esqueleto axial, podem ocorrer cistos subcondrais nas pequenas articulações da coluna e articulações sacroilíacas, calcificação de discos intervertebrais e fenômeno do vácuo nas articulações sacroilíacas. ● Tomografia computadorizada → na coluna cervical, pode-se identificar a síndrome do dente coroado – massas de cristal na articulação atlantoaxial, no ligamento transverso do atlas ou no ligamento flavo. ● Ultrassonografia → achados típicos incluem uma banda hiperecoica fina, paralela ao córtex ósseo, separada deste por uma camada hipoecoica representando a cartilagem, à semelhança do sinal do duplo contorno, inicialmente descrito na gota, porém com aspecto mais fino. Além disso, pequenas imagens hiperecoicas, com sombra acústica e contorno amorfo, nas fibrocartilagens, como no punho e meniscos, e depósitos hiperecoicos nodulares nas bursas e recessos articulares podem ser vistos. U Exames laboratoriais → hemograma, provas inflamatórias, ácido úrico e fator reumatoide devem ser solicitados para diagnóstico diferencial. ● Após o diagnóstico de DPFC: cálcio, fósforo, magnésio, fosfatase alcalina, ferritina, ferro e saturação da transferrina são importantes principalmente nos pacientes com menos de 60 anos, para investigar doença endócrino-metabólica subjacente. Diagnóstico diferencial ● Gota, artrite séptica, sepse, artrite reumatoide, osteoartrose, espondiloartrites, meningite (síndrome do dente coroado); discite, massas intraespinhais (condrossarcoma). Tratamento Artrite aguda: ● Se ocorrer em uma ou duas articulações, optar por infiltração de glicocorticoide (GC) intra-articular, após aspiração do líquido sinovial. Caso não seja possível, pode ser feito um curso breve (5-7 dias) de anti-inflamatório não esteroidal (AINE), GC sistêmico ou colchicina. ○ Outras medidas incluem gelo e imobilização com órtese por 48 a 72 horas. ● Se ocorrer em duas ou mais articulações, AINE (caso não haja contraindicação), colchicina (1,5 mg/dia no primeiro dia, seguido de 1 mg/dia até a remissão) ou GC até 0,5 mg/kg por curtos períodos. ● Profilaxia de ataques agudos → em pacientes com três ou mais ataques agudos/ano, pode-se manter a colchicina (0,5-1 mg/dia). Artropatia crônica (pseudo-AR): ● Tratamento inicial deve ser feito com AINE na menor dose necessária para controle dos sintomas. ● Se não houver resposta, usar colchicina (1 mg/dia ou dose menor, se não tolerada). ● Pode ser feita ainda hidroxicloroquina 400 mg/dia. Prednisona em dose máxima de 10 mg/dia pode ser utilizada se não houver controle dos sintomas com as medicações anteriores. ● Metotrexato é considerado agente de segunda linha, podendo ser usado em casos refratários, nas mesmas doses utilizadas na AR. Osteoartrite com DPFC (pseudo-OA) → tratar com as mesmas medidas farmacológicas e não farmacológicas recomendadas para OA primária. Doença de Still do Adulto 🌋 Doença inflamatória rara de causa desconhecida, caracterizada por febre, artrite e erupção cutânea. 23 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Epidemiologia ● A DSA ocorre predominantemente em pacientes do sexo feminino entre 35 e 40 anos. Fisiopatologia Difere das demais formas de AIJ na medida em que é uma doença muito mais "autoinflamatória" do que "autoimune". Evento fisiopatológico básico → hiperativação das células da imunidade inata (ex.: macrófagos e monócitos), e não dos linfócitos T (imunidade adaptativa). ● Há uma hipersecreção de citocinas pró-inflamatórias + padrão característico de hipersecreção de proteínas fagocitárias, como a proteína S-100 ● Produção de IL-1-beta e IL-18. ● Pela produção de IFN-gama, ocorre a ativação de macrófagos. ● O recrutamento de neutrófilos ocorre por meio da produção de IL-17. ● A produção de IL-1 estimula a produção de outras citocinas, como TN-alfa, IL-8 e IL-6. Quadro clínico ● Cursa com artrite em um número variável de articulações ● Poliartrite destrutiva que afeta membros superiores e inferiores, além das temporomandibulares, coxofemorais e coluna cervical→ é uma doença grave! ● Para confirmar seu diagnóstico basta ter artrite em pelo menos uma articulação + febre + acometimento visceral proeminente. ○ Febre descrita como "cotidiana" (diária), devendo ter duração > 2 semanas. ○ Caracteristicamente se manifesta com um ou dois picos de temperaturas muito elevadas (≥ 39°C), geralmenteà noite, com rápido retorno da curva térmica para valores normais ou mesmo subnormais. ○ Na vigência da febre, costuma aparecer o rash macular rosa-salmão, de caráter evanescente (não fixo) e não pruriginoso, em tronco superior e região proximal dos membros. As lesões podem ser lineares ou circulares, e não duram mais do que 1h, podendo migrar no decorrer desse período. ○ Febre pode ter calafrios e sudorese Quadro articular: ● Artralgia de padrão inflamatório e artrite → grandes articulações, como punhos, joelhos e tornozelos. ● No início do quadro, é mais frequente artralgia inflamatória→ sinovite pode demorar a aparecer. ● Ocorre independentemente do padrão da febre. Faringite aguda: ● Tem sido descrita em até 60% dos pacientes precedendo o quadro em até um mês. ● As possíveis causas incluem infecção viral, artrite das cricoaritenoides ou faringite asséptica não exudativa. Outros sintomas: ● Mialgia ● Linfonodomegalia ● Hepatomegalia ● Esplenomegalia ● Pleurite ● Pericardite ● Perda de peso ● Dor abdominal ● Manifestações raras incluem infiltrado pulmonar intersticial, que responde rapidamente ao tratamento, e hipertensão pulmonar. Síndrome de ativação macrofágica (SAM) ● Complicação rara ● Pode aparecer a qualquer momento na evolução da doença. ● Causa desconhecida ● Caracterizada pela ocorrência espontânea de hemofagocitose. ○ Macrófagos e monócitos passam a fagocitar os elementos figurados do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas. ○ Súbita instalação de uma pancitopenia profunda → fadiga, infecções e sangramento em consequência à anemia, leucopenia e plaquetopenia, respectivamente... ● É comum a coexistência de disfunção hepática aguda (com aumento das aminotransferases). ● A ativação fagocitária promove o catabolismo do fibrinogênio circulante, justificando alguns achados curiosos: ○ Aumento dos PDF (Produtos de Degradação da Fibrina); 24 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Alargamento do TAP e do PTT ("coagulopatia de consumo"); ○ Queda da VHS (velocidade de hemossedimentação) → intensa hipofibrinogenemia que se desenvolve e ajuda a distinguir a SAM de uma mera exacerbação da doença de base (pensando em aumento da inflamação sistêmica esperaríamos AUMENTO da VHS) ○ Padrão-ouro para o diagnóstico → aspirado de medula óssea (que evidencia macrófagos contendo hemácias em seu interior, isto é, hemofagocitose) ● Casos típicos podem ser diagnosticados e tratados sem necessidade de um mielograma ● TTO → imunossupressão agressiva, com pulsoterapia de glicocorticoide, ciclosporina e/ou inibidores de IL-1 (anakinra). Exames complementares ● Aumento de reagentes da fase aguda ● Leucocitose com predomínio de neutrófilos (> 80% de neutrófilos) ● Anemia de doença crônica ● Plaquetose ● Hipergamaglobulinemia ● Elevação de complementos e aumento sérico da ferritina→ processo inflamatório sistêmico. ● Redução da ferritina glicosilada (< 20%) e o aumento maior que cinco vezes da ferritina sérica ● Aumento leve a moderado de enzimas hepáticas ● Autoanticorpos negativos Diagnóstico Diferencial Diagnóstico Combinação de critérios clínicos e laboratoriais, identificados em estudos retrospectivos. Tratamento ● Anti-inflamatórios não hormonais podem ser utilizados no início dos sintomas, não devem ser utilizados como drogas de primeira linha de tratamento em razão dos efeitos colaterais em 20% dos pacientes. ● Corticosteroides devem ser considerados a primeira linha de tratamento. ○ Fatores associados a resposta incompleta a uso de corticosteroides ou recorrência com a redução gradual são: esplenomegalia, idade e persistência de provas inflamatórias elevadas. ● Metotrexato é a droga com melhor resposta terapêutica nos casos refratários a corticosteroides, com controle em 70% dos casos. ● No caso de artrite, recomenda-se anti-TNF-alfa ou anti-IL-6. ● Se as manifestações sistêmicas forem refratárias ao tratamento, recomenda-se anti-IL-6 ou anti-IL-1 Chikungunya Vírus Chikungunya ● Gênero Alphavirus (RNA); Família Togaviridae 25 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Arbovirose→ Aedes aegypti Continente Americano Foram notificados 2.673.671 casos de CHIK - nos primeiros 5 anos, (29%) no BR Primeiros casos em setembro de 2014→ Amapá e Bahia 2015→ ano com maior número de casos ● Notificados 277882 casos ● Região Nordeste → epicentro da epidemia com 86% dos casos A circulação do CHIKV coincide com períodos de chuvas pelo aumento da replicação dos mosquitos Em áreas urbanas o principal vetor é o Aedes aegypti, extremamente eficiente, pois se alimenta através da picada de várias pessoas durante uma única refeição e está adaptado para viver e se reproduzir em área peridoméstica. Reservatórios: ● Humanos ● Outros vertebrados: primatas não humanos, roedores e pássaros Período de incubação: ● Mosquito 10 dias ● Humano 3-7 dias Fisiopatologia Transmissão ● Picada pela fêmea infectada do Aedes aegypti ou Aedes albopictus 26 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Via materno-fetal tbm foi descrita. Ao ser inoculado no indivíduo saudável, o vírus se multiplica nos fibroblastos localizados no epitélio e, por meio dos macrófagos infectados, dissemina-se até os linfonodos. ● A apoptose de células hospedeiras após a infecção viral também pode auxiliar a disseminação do CHIKV → liberação da progênie viral que são englobadas pelos macrófagos, promovendo assim a infecção deles. ● Por provável disseminação hematogênica, chega ao fígado e às articulações, local de transporte dos virions produzidos. ● Esta é a fase de viremia em que ocorre a autopropagação do vírus. Após interação entre a partícula viral e o receptor da célula do hospedeiro ocorre a internalização desse complexo → endocitose. → RNA viral é empacotado no núcleo-capsídio e os viriões maduros brotam da membrana plasmática. Imunidade inata→ primeira linha de defesa contra o CHIKV. ● Inicialmente, há produção do IFN-α/β e posterior participação da imunidade adaptativa com a formação de autoanticorpos IgM e IgG, finalmente controlando e eliminando o vírus do organismo. Na interação do CHIKV e o sistema imune, há uma robusta e rápida ativação de células dendríticas, NK/CD4+ e células CD8+. ● Supressão da resposta de citocinas Th1 → predominância de citocinas Th2 circulantes. ● Níveis aumentados de IL-2R, IL-5, IL-6, IL-7, IL-10, IL-15, IFN-α, IP-10 e diminuição dos níveis de IL-8, da eotaxina e do EGF estão ligados ao CHIKV. ● Aumento nos níveis de IL-1β e IL-6, associado à diminuição nos níveis da RANTES tem sido relacionado com o aumento da gravidade da doença e pior prognóstico. ● Citocinas Th2 são importantes para o crescimento e a maturação de células B → responsáveis pela persistência de IgG e IgM em indivíduos infectados por períodos prolongados. A ativação da atividade osteoblástica é inibida durante a infecção, o que leva à diminuição da formação óssea. Os sinoviocitos infectados pelo CHIKV atraem monócitos/macrófagos que induzem a formação de osteoclastos. 27 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Persistência da artralgia ● A fagocitose de do vírus leva a persistência de partículas virais na cavidade articular ● A infecção de macrófagos nas articulações leva à inflamação local (MCP-1, IL-8, IL-6, INF gama) ● Meses após a infecção aguda: monócitos, células T e células natural killer (NK) são atraídas e ativadas na articulação inflamada ● O efeito benéfico ou deletério da inflamação local na persistência viral permanece incerto ● Apoptose de fibroblastos e destruição da cartilagem Quadro clínico 🦟 Quadro febril agudo associado à artralgia intensa e incapacitante. Sintomas gerais ● Febre alta (> 39ºC) ● Mialgia ● Cefaleia ● Exantema maculopapular ● Prurido ● Edema de face e extremidades ● Poliadenopatia ● Dor articular (>90%) ○ Incapacitante - Stooped walking ○ Poliarticular e simétrico ○ Mãos, punhos, pés, tornozelos, ombros e joelhos ○ Edema articular ou periarticular○ Sinovite, tenossinovite ○ Rigidez matinal ● Descompensação de doenças pré-existentes → HAS, DM, pneumopatias, cardiopatias, DRC, doenças autoimunes Fase aguda: ● Sintomática em 80 a 97% dos pacientes. ● Febre de início súbito e artralgia e/ou artrite em praticamente 100% dos casos, comumente de padrão simétrico e poliarticular, em mãos, punhos, tornozelos e pés, sendo, na maioria das vezes, de caráter incapacitante. ● Menos frequente→ astenia, mialgia (60-93%), cefaleia (40-81%), náuseas/vômitos, diarreia, fotofobia, dor retro-orbital, conjuntivite, dor axial, exantema macular/maculopapular (34-50%), com ou sem prurido cutâneo, edema de face e extremidades, linfadenopatia cervical ou generalizada. 28 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Transmissão vertical ● A taxa de transmissão é cerca de 50% ● quando a mãe está na fase de viremia ● durante o parto. ● Provavelmente se dá pela troca de sangue materno-fetal durante o parto; ● Quadro grave de encefalopatia no RN em metade dos casos; Subaguda ● Sintomas Musculoesqueléticos e articulares → evolução contínua ou intermitente ● Persistência em 45-75% dos pacientes; ● Poliartralgia e/ou poliartrite (variável intensidade) ● Tenossinovites: punhos e tornozelos; ● Rigidez matinal; ● Bursite ● Astenia ● Dor neuropática e síndrome do túnel do carpo. Quais os fatores de risco para cronificação? ● Sexo feminino ● Idade > 45 anos ● DM ● Sintomas proeminentes e níveis elevados de PCR na fase aguda ● Carga viral e títulos elevados de anticorpos ● Presença de dor articular prévia→AO, AR, EA Crônica ● Persistência sintomas musculoesqueléticos→ 50% ● Sintomas contínuos ou recorrentes; ● Oligo ou poliartralgia → Mão, punhos, joelhos e tornozelos (previamente acometidas) ● Rigidez matinal ● Dor neuropática 20% ● Artrite similar à Artrite Reumatoide→ minoria; ● Grande impacto pessoal, social e econômico ↩ Mesmo pacientes que apresentam melhora significativa inicial podem cursar com recidivas em até 72% dos casos, com intervalos que variam de uma semana a anos, com sintomas variáveis e com comprometimento das mesmas articulações acometidas previamente. 😡 Alguns casos podem evoluir de forma atípica, com aparecimento de manifestações clínicas menos frequentes, como lesões cutâneas, insuficiência renal, nefrite, pneumonia, insuficiência respiratória, diarreia, vômitos, hepatite aguda, insuficiência cardíaca, encefalite, síndrome de Guillain-Barré, neurite óptica, uveíte anterior, trombocitopenia e linfadenopatia, ou por apresentar sinais de gravidade. A frequência dos quadros graves é de 0,3%, estando associados à idade avançada (> 65 anos) e presença de comorbidades Diagnóstico diferencial Diagnóstico 🩺 CLÍNICOOOOO! 29 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Recomendação do Ministério da Saúde → utilizar os critérios clínico-epidemiológicos para definição de caso suspeito da doença → início abrupto de febre > 38,5°C e artralgia/artrite intensa de início agudo não explicada por outras condições clínicas em indivíduo que reside ou visitou área endêmica ou epidêmica no prazo de 15 dias antes do início de sintomas ou tem vínculo epidemiológico com caso confirmado. Laboratorial→ para considerar como caso confirmado: ● Isolamento viral ou pesquisa do RNA viral (RT-PCR) nos primeiros 7 dias; OU ● Presença de anticorpos IgM específicos para CHIK (ELISA) após 7 dias da infecção; ○ Indetectáveis em 3-4 meses OU ● Títulos crescentes de anticorpos IgM ou IgG, 4x maior entre duas medidas, em intervalo de 10-14 dias; 🕐Levar em consideração manifestações clínicas e o estágio em que a doença se encontra. ● Fase aguda→ solicitar hemograma e reagentes de fase aguda → avaliação laboratorial mais detalhada pode ser necessária de acordo com as condições gerais do paciente, comorbidades e uso de fármacos, especialmente em pacientes idosos. ○ Achado laboratorial + frequente → linfopenia → mais intensa na fase virêmica da doença. ○ Trombocitopenia pode ocorrer, apesar de menos frequentemente que na dengue. ○ Podem ser encontradas leucopenia, neutropenia, alterações na função hepática e renal, hipocalcemia, elevação de creatinofosfoquinase e desidrogenase láctica (DHL), sobretudo nos pacientes que necessitam de hospitalização. ● Fases subaguda e crônica → exames de rotina, tais como hemograma, proteína C-reativa, velocidade de hemossedimentação, poderão ser solicitados. ○ Avaliar a necessidade de solicitação de autoanticorpos, caso a apresentação clínica seja sugestiva de doença articular inflamatória crônica e avaliação de comorbidades. ○ A análise do líquido sinovial pode ser necessária para confirmar a natureza inflamatória do comprometimento articular e auxiliar no diagnóstico diferencial (gota, artrite séptica etc.). Sorologia para CHIKV: ● Na fase aguda, só deve ser solicitada para casos atípicos e situações clínicas complicadas, a partir do quinto dia do início dos sintomas da doença. ● Para obter o melhor desempenho operacional do teste, deve ser solicitada após 7 a 10 dias para os anticorpos IgM, e 10 a 14 dias para os IgG, considerando a técnica de ELISA. ● Na fase crônica, a recomendação é solicitar a confirmação sorológica de infecção pelo CHIKV IgG e IgM. Tratamento Fase aguda → não são recomendados corticoides e são contraindicados AINES e AAS ● Analgésicos comuns e/ou opioides fracos do tipo paracetamol ou dipirona, a depender da intensidade da dor. ● Em indivíduos cuja dor possua características neuropáticas (queimação, dormências etc.), poderão ser utilizados antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivantes. 30 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Fase subaguda → além dos analgésicos/opioides, podem ser utilizados anti-inflamatórios não hormonais e glicocorticoides (prednisona ou prednisolona, 20 mg/dia) sobretudo naqueles com manifestações articulares inflamatórias, devendo a sua retirada ser realizada de modo lenta e gradual, de acordo com a resposta clínica do paciente. Nesta fase também pode ser utilizada hidroxicloroquina, 400 mg/dia, associada ou não ao glicocorticoide. Fase crônica → para os pacientes cuja dor musculoesquelética apresenta-se refratária aos medicamentos, poderá ser associado o metotrexato (10-25 mg/semana) e/ou a sulfassalazina (dose: 1 a 2 g/dia), sobretudo naqueles com dificuldade de retirada do corticosteroide. Em pacientes em uso de terapia biológica, esta deverá ser suspensa na fase aguda da doença. No entanto, pode ser indicada nas fases subaguda e crônica mediante prévia avaliação clínica do seu reumatologista. ● Fisioterapia: importante em todas as fases da doença. 31
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