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Coaching educacional e Programação Neurolinguística para Educadores

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COACHING EDUCACIONAL 
E PROGRAMAÇÃO 
NEUROLINGUÍSTICA 
PARA EDUCADORES
Autoria: Estelamaris Reif
Indaial - 2022
UNIASSELVI-PÓS
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Impresso por:
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol 
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli 
Norberto Siegel 
Julia dos Santos 
Ariana Monique Dalri 
Jairo Martins 
Marcio Kisner 
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2022
R361c
 Reif, Estelamaris
 Coaching educacional e programação neurolinguística para educa-
dores. / Estelamaris Reif – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
 136 p.; il.
 ISBN Digital 978-65-5646-539-5
1. Coaching educacional. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
da Vinci.
CDD 370
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
PRINCÍPIOS DE COACHING E MENTORING APLICADOS AO 
AMBIENTE EDUCACIONAL ............................................................ 7
CAPÍTULO 2
PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) ............................ 45
CAPÍTULO 3
NEUROEDUCAÇÃO E NEURODIDÁTICA: NEUROCIÊNCIA, 
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO ......................................................... 93
APRESENTAÇÃO
De 1986 aos dias atuais, a Educação está em constante transformação. A 
universalização do ensino vem expandindo ao redor do mundo, os investimentos no 
setor educacional aumentaram e a formação docente evoluiu consideravelmente. 
No entanto, há muito a se fazer para garantir um ensino qualitativo e global. É 
neste sentido que cada vez mais tornam-se necessários os investimentos na área 
educacional e no aperfeiçoamento profissional dos docentes. Assim, será possível 
alcançar uma educação de qualidade. 
Nesse contexto é que se insere o Coaching Educacional, sendo uma 
modalidade de Coaching voltada tanto ao desenvolvimento dos professores e 
demais profissionais da educação, como ao melhoramento socioemocional das 
crianças e adolescentes em idade escolar. 
Por ser um método que congrega diversas técnicas e ferramentas de 
aprimoramento humano, é completo, e seus benefícios, ainda que de modos 
diferentes, também podem ser aplicados visando à evolução de ambos. 
Além do coach, temos a PNL, que é a Programação Neurolinguística. 
Essa técnica permite que o professor identifique a forma mais adequada de 
aprendizagem para cada um de seus alunos. Ou seja, PNL fornece técnicas ao 
professor para que ele detecte qual é o sistema representacional preferido do seu 
aluno.
O mundo mudou, a educação mudou. A sala de aula passou a ser um 
ambiente plural, onde cada aluno tem a sua própria maneira de aprender. E é 
isso que estudaremos neste livro. Para isso, ele foi dividido em três capítulos, 
sendo que o primeiro abordará os Princípios de Coaching e Mentoring, o segundo 
tratará da Programação Neurolinguística (PNL) e o terceiro, e último, focará a 
Neuroeducação e Neurodidática.
Pronto para conhecer um mundo de informações? Vamos lá!
Professora Estelamaris Reif
CAPÍTULO 1
PRINCÍPIOS DE COACHING E 
MENTORING APLICADOS AO 
AMBIENTE EDUCACIONAL
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 conhecer os princípios do coaching e mentoring educacional;
 apreender as estratégias e abordagens pedagógicas utilizadas no coaching 
educacional;
 entender as ferramentas utilizadas no coaching educacional;
 inteirar-se dos benefícios do coaching na educação;
 aplicar os princípios do coaching educacional;
 implementar as estratégias e abordagens pedagógicas do coaching 
educacional;
 utilizar no ambiente educacional, as ferramentas do coaching e mentoring 
educacional.
8
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
9
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A ideia de coaching ainda é estranha para muitas pessoas, por isso é 
comum que o coaching seja confundido com atividades similares, treinamentos 
motivacionais, ou relacionado a ajudar pessoas a crescerem ou passarem por 
uma transição profi ssional ou pessoal; contudo, a maioria tem difi culdade em 
defi nir o coaching e o que realmente ele faz. Por isso, nossa jornada começa com 
esta pergunta: O que é Coaching?
Para o International Coaching Federation (ICF), o coaching profi ssional é 
uma parceria com o cliente em um instigante e criativo processo que os inspira a 
maximizar o seu potencial pessoal e profi ssional, que é particularmente importante 
no ambiente incerto e complexo de hoje. 
Marion (2017) discorre que, segundo o ICF, o coach honra o cliente como o 
expert em sua vida e trabalho, e acredita que cada cliente é criativo, inventivo e 
completo. Baseado nesse fundamento, o coach é responsável por:
• descobrir, esclarecer e alinhar-se ao que o cliente quer atingir; 
• incentivar a autodescoberta do cliente; 
• provocar soluções e estratégias geradas pelos clientes;
• responsabilizar o cliente pelos compromissos assumidos. 
Esse processo ajuda o cliente a melhorar drasticamente a sua visão sobre 
sua vida profi ssional/pessoal e, ao mesmo tempo, melhorar suas habilidades 
de liderança e desbloquear o seu potencial. O coaching promove mudança e 
transformação. Este é o grande objetivo de um processo de coaching: materializar 
mudanças (exteriores) a partir de transformação (interior) de pessoas (MARION, 
2017).
O contexto educacional é benefi ciado pelas práticas de coaching quando 
integradas à atuação do professor, que deixa de ser o detentor do saber e passa a 
ser um sujeito participativo do processo, ora como mediador, ora como aprendiz, 
já que o aluno assume a participação ativa em seu desenvolvimento. Isso é 
favorecido pela formação signifi cativa, que permite a integração do conteúdo 
técnico com conhecimentos, habilidades e atitudes que emergem da proposta de 
vida do sujeito em formação (SILVA; MACHADO, 2019).
10
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
2 COACHING NA EDUCAÇÃO
Vamos começar com uma pergunta simples. Como funciona nosso cérebro?
FONTE: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/cerebro-maquina-
100-por-cento-nossa-disposicao/>. Acesso em: 13 jun. 2021.
FIGURA 1 – CÉREBRO
Essa é a pergunta que todos os neurocientistas do mundo vêm tentando 
responder há muitos anos. O avanço da tecnologia tem dado uma grande ajuda 
para esses estudiosos. Hoje em dia, esses cientistas já conseguem enxergar 
reações de diversas regiões do cérebro a cada estímulo e, com isso, torna-se 
possível mapear e diagnosticar uma série de coisas (ESCOLA DE APOIO MDC, 
2020).
Existem várias linhas de estudo sendo conduzidas em todo mundo. Cientistas 
das mais diversas universidades têm se debruçado sobre essas questões: Como 
recuperar movimentos perdidos? Como atuam as drogas no cérebro? Como se 
desenvolve e como curar o Alzheimer e o Parkinson? Como as memórias são 
formadas? Como funciona a depressão? E por aí vai...
O fato é que esse órgão de 1,4 quilos, com algo próximo a 100 bilhões 
de células, que fi ca todo comprimido em nossa cabeça, é o local onde fi ca 
armazenado todo nosso conhecimento e precisa ser muito bem entendido para 
que nosso processo de aprendizagem seja realmente efi caz.
Mas, qual a melhor maneira de educar uma criança? Devemos educar adultos 
do mesmo modo que educamos crianças? Existem tantas propostas pedagógicas 
que fi ca até complicado para qualquer pai avaliar aquela que mais vai ao encontro 
do que busca para seu fi lho. E como se essa diversidade já não fosse motivo 
sufi ciente para encher nossascabeças de dúvidas, ainda nos deparamos com 
11
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
escolas que dizem aplicar uma proposta pedagógica, e quando vamos ver, não é 
bem isso o que acontece (ESCOLA DE APOIO MDC, 2020).
Temos visto muitos debates sobre o modelo educacional padrão que vem 
sendo utilizado há anos em praticamente todo o mundo. Várias propostas de 
escolas alternativas vêm sendo desenvolvidas, cada uma priorizando aquilo que 
mais entendem ser o melhor para o processo de educação de nossas crianças e 
jovens. Mas qual realmente se desenvolverá e qual realmente funciona?
É aí que entra o coach educacional! A origem da palavra coach vem do 
esporte, que signifi ca treinador, tendo este, o papel de ensinar e dar instruções. 
Ao longo do tempo, esse conceito evoluiu, e Tim Gallwey, em seu livro O Jogo 
Interior de Tênis, sugere que a melhor contribuição como treinador não é ensinar, 
e sim ajudar os alunos a desenvolverem seu próprio processo de aprendizado. O 
esporte é uma boa analogia para entender o coaching, uma vez que representa 
a superação de limites e o aproveitamento máximo da potencialidade humana 
(ALMEIDA; ESTEVES; AMARAL, 2020).
Coach é o profi ssional que inspira o cliente em direção a uma nova maneira 
de ser e pensar; sobre novas possibilidades e tomada de decisão. É aquele que 
acompanha o cliente no caminho da conquista, engajados para o futuro. 
O papel do coach não é construir resultados para seus clientes, mas despertar 
os recursos que há dentro de cada um dos coachees e servir de facilitador para 
que ele encontre o caminho rumo a sua meta. Portanto, o coach oferece espaço 
para que cada um possa ter consciência de suas habilidades e desenvolver 
outras tantas, liberando pensamentos e sentimentos emaranhados e acelerando 
o desenvolvimento pessoal. O profi ssional auxilia na expansão e crescimento 
das pessoas ao oferecer possibilidades de o coachee encontrar novas respostas, 
ampliando sua capacidade de criar alternativas e fazer escolhas, gerando, assim, 
comportamentos mais assertivos. 
12
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
FONTE: <https://images.app.goo.gl/tKRxeafonJDeWe1D7>. Acesso em: 22 maio 2021.
FIGURA 2 – COACHING EDUCACIONAL
Portanto, os coaches estão sempre em sintonia fi na com os movimentos 
do cliente, têm a responsabilidade de criar ambiente relacional e de cocriação 
na qual o coachee possa usar sua energia, ideias e potenciais para encontrar 
a sua própria solução. Como coaches, vemos cada ser humano como o melhor 
especialista de sua vida, dotado de todas as chaves das quais precisa para se 
desenvolver. O profi ssional não necessariamente precisa ter conhecimento 
específi co e prévio daquilo que o coachee lhe traz como desafi o. Seu papel 
é despertar e acompanhar o cliente ao longo de sua caminhada, por meio da 
conscientização e responsabilização (ALMEIDA; ESTEVES; AMARAL, 2020).
Mas o que difere o coaching de outras formas de serviços utilizados para 
desenvolvimento de pessoas e grupos, como treinamento, consultoria, mentoria e 
terapia? Em termos gerais, a principal diferença entre os serviços é a metodologia 
usada e o objetivo que cada cliente busca.
Vamos a algumas defi nições, segundo Almeida, Esteves e Amaral (2020): 
• Treinamento é oferecido como aquisição de conhecimentos ou 
desenvolvimento de competências por meio de estudo, experiência ou 
ensino. O facilitador, por defi nição, é um especialista, e o treinamento 
provavelmente focará habilidades e resultados específi cos, oferecendo 
respostas e soluções. Seu objetivo é transmitir conhecimento a partir de 
processos e técnicas já estabelecidas. 
• O trabalho de consultoria visa a um diagnóstico focado no problema 
relatado, para que o consultor possa oferecer um parecer e dar 
soluções acerca de um assunto ou especialidade. O consultor fornece 
13
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
conhecimento especializado na busca de soluções para problemas que 
vêm sendo vividos, relacionados a algo que começou no passado e 
continua no presente. 
• Mentoria, assim como todo processo de aconselhamento, tem como 
objetivo a orientação. Cabe ao mentor aconselhar, compartilhar e 
transmitir experiência. Normalmente é feito por um profi ssional sênior, 
considerado possuidor de conhecimento em uma determinada área. 
Na maioria das vezes, o mentor é alguém que vai dar “dicas” de como 
desenvolver e crescer pessoal e profi ssionalmente. Assim como no 
treinamento, o mentor diz qual é o caminho a percorrer, algo que não 
acontece no coaching. 
• A terapia foca questões psicológicas, que apenas o profi ssional 
capacitado pode realizar. A razão para uma pessoa buscar ou ser 
indicada a fazer terapia, normalmente, é superar algum sofrimento ou 
desconforto emocional que viveu ou esteja vivendo e que interfi ra no seu 
caminhar frente à vida. O encaminhamento para terapia é justifi cado, 
ainda, quando há distúrbios e transtornos psíquicos específi cos. 
A visão sobre psicoterapia, durante muito tempo, esteve associada a 
problemas, doenças e busca de “cura”. Isso se deve ao fato de ter surgido em 
ambiente médico, psiquiátrico e ter sido construída sobre conceitos como doença 
psíquica, traumas, impulsos agressivos, entre outros. 
Atualmente, algumas frentes de psicoterapia trabalham de forma a ocuparem-
se de questões do passado, do presente e futuro, e a olhar as fortalezas do 
ser humano, reforçando as emoções que funcionam como um protetor para 
enfrentamento das situações da vida. Nesse aspecto, coaching e psicoterapia se 
assemelham, criando uma linha muito tênue entre ambos que requer atenção e 
cuidado (ALMEIDA; ESTEVES; AMARAL, 2020). 
Por ser mais focado, o processo do coaching costuma ser mais rápido e 
envolver as pessoas de forma objetiva no estabelecimento de alvos bem defi nidos, 
assim como na identifi cação de metas. 
O coaching não tem como objetivo treinar, oferecer um parecer ou soluções 
prontas; o coach não é amigo, conselheiro, terapeuta e nem professor. Um coach 
não apadrinha nenhum de seus clientes. Não opina, não julga, não diagnostica 
e nem analisa. E mais, não está focado no problema e nem se preocupa com 
questões do passado. 
Marion (2017), em seu livro, faz uma comparação do coaching com outras 
atividades. Observe essas comparações no quadro a seguir.
14
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
ATIVIDADES O QUE DIZ FOCO DE ATUAÇÃO DIFERENÇAS DO COACHING
Mentoring
É assim que 
eu faria...
A essência do mentoring é 
transmitir o conhecimento e 
sabedoria. Funciona como 
um discipulado, no qual o 
discípulo observa alguém 
mais experiente, recebe 
conselho, orientação e toma 
o mentor como um modelo. 
Tanto o mentoring quanto o 
coaching estão relaciona-
dos, por conduzir alguém 
além dos seus próprios lim-
ites e conhecimentos. Con-
tudo, a natureza do relacio-
namento de um e de outro é 
distinta.
No processo de coaching, o 
coach não precisa ser mais 
velho de idade ou mais ex-
periente. No coaching não é 
requerido que se tenha es-
pecialidade nos assuntos que 
serão tratados como objeto 
de desenvolvimento. O coach 
precisa ser um especialista 
em coaching.
Couseling
Tente fazer 
desta for-
ma...
Pessoas que procuram este 
atendimento usualmente 
chegam desmoralizadas, 
angustiadas ou em um es-
tado de espírito negativo so-
bre algo. Cabe ao Counsel-
er prestar aconselhamento 
ou orientação na tomada de 
decisões, em particular, em 
situações emocionalmente 
signifi cativas. O foco desse 
trabalho é sair de um proble-
ma e promover alívio.
No coaching, não se oferecem 
conselhos, pressupõe-se que 
a resposta está no coachee e 
terá maior signifi cado se ele 
mesmo a descobrir.
O coaching também não foca 
no problema, antes, propõe a 
mentalização de novos alvos 
que se pretende conquistar.
QUADRO 1 – COMPARAÇÃO DO COACHING COM OUTRAS ATIVIDADES
15
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo1 
Psicoterapia
Por que 
você tem 
agido as-
sim?
É essencialmente um trata-
mento para problemas psi-
cológicos, que pode variar 
de acordo com as linhas da 
psicologia (cognitivo-com-
portamental, interpessoal 
etc.). Pode ser um relacio-
namento individual ou co-
letivo com um psicólogo. 
Procura focar nas doenças 
da mente, como depressão 
ou ansiedade, aprofundan-
do-se nas suas causas e 
nos efeitos que resultam em 
dor psicoemocional.
O coaching não é remediati-
vo, e seu foco não é a cura de 
traumas emocionais sofridos. 
O coaching atua mais sobre a 
psicologia positiva. No coach-
ing, o acesso a memórias 
feridas acontece quando elas 
delimitam o potencial que pre-
cisa ser liberado e é realizado 
em situações pontuais, com 
exercícios predefi nidos.
Treinamento
Aprenda a 
fazer as-
sim...
Um treinamento está des-
tinado a desenvolver ou 
aprimorar conhecimentos, 
habilidades e comportamen-
tos. O treinamento depende 
de um expert no assunto, 
que também dispõe de ha-
bilidade didática para a ca-
pacitação de um grupo. Es-
pera-se que a partir de um 
treinamento se desenvol-
vam conhecimentos, habil-
idades ou atitude para mel-
horia de desempenho.
O coach é um expert em 
coaching, e nessa relação 
não se visa à capacitação em 
alguma nova competência 
ou habilidade. No coaching, 
a aprendizagem acontece 
como autodescoberta por 
um processo de Discovery. 
Pressupõe-se que o cére-
bro é um Big Data cheio de 
informações sobre você e 
o mundo, que precisam ser 
acessadas de maneira cria-
tiva, liberando um potencial 
bloqueado. Diferentemente 
da maioria dos treinamentos, 
sessões de coaching são 
uma relação de um para um.
16
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
Consultoria
É assim que 
deve ser 
feito...
Um consultor é um especial-
ista contratado para prov-
er ferramentas, métodos, 
conhecimento e informação 
visando à melhoria no re-
sultado de uma atividade 
organizacional. Usualmente, 
oferece um plano de ação 
e/ou recomendações para 
serem executadas pela or-
ganização.
Novamente, o coach não é um 
especialista em negócios e 
não emite recomendações ou 
sugestões de melhoria a uma 
organização ou equipe orga-
nizacional. Pressupõe-se que 
o coachee é capaz de identi-
fi cá-las e o ajudará nesse la-
birinto do conhecimento, das 
escolhas e decisões, visan-
do desenvolver um Plano de 
Ação claro, a partir da identifi -
cação de problemas críticos e 
metas bem estabelecidas.
Ensino
É assim que 
deve ser 
feito...
Uma relação pedagógica de 
ensinar e aprender. Geral-
mente, o professor é tido 
como o detentor do con-
hecimento; o aluno, como 
o aprendiz. A maioria dos 
sistemas de ensino adultos 
está pautada em princípios 
de aprendizagem pedagógi-
co-tradicional e cria repeti-
dores de informação, e não 
pensadores críticos.
Em uma relação de coaching 
não se ensina. O coachee 
tem em si as respostas de 
que precisa. O coach o aju-
dará a identifi cá-las.
FONTE: Marion (2017, p. 7)
Um cliente que entra em um processo de coaching deve ter o entendimento 
de que é responsável por criar as suas próprias decisões e resultados. O 
relacionamento de coaching, de nenhuma maneira, deve ser interpretado como 
aconselhamento, seja psicológico ou de outra natureza. O compromisso e a 
responsabilidade do coach é oferecer espaço e estar presente para as questões 
do coachee, auxiliando-o em sua caminhada.
Todo processo de coaching é espaço de aprendizado. É ferramenta de 
desenvolvimento e busca alavancar soluções (ALMEIDA; ESTEVES; AMARAL, 
2020).
17
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
Coach, Coaches e Coachee: saiba a diferença!
Coach é o profi ssional apto a exercer e aplicar o processo de 
coaching em pessoas e empresas.
Coaches é a nomenclatura aplicada no plural do termo coach.
Coachee é o cliente do coach. É o termo utilizado para se referir 
ao indivíduo que está passando pelo processo de coaching.
E o coaching educacional?
A escola atual é desinteressante, pois apresenta fragmentação das 
disciplinas, desarticulação dos currículos, desmotivação dos professores, a 
consequente falta de um contínuo aperfeiçoamento e, ainda, o distanciamento 
entre a escola necessária e a real (MORAN, 2007). 
Como a escola mantém ainda um trabalho de educação tradicional 
(professor transmissor do conhecimento), com base na aprendizagem fortemente 
relacionada ao conteúdo disciplinar, vários autores trazem para discussão as 
necessidades e o modo operante de uma nova geração virtual chamada homo 
zappiens ou geração Z. 
A geração Z é composta por quem nasceu na primeira década do século 
XXI. Por não haver uma exatidão na contabilização do tempo em relação ao 
surgimento das diferentes gerações, podemos considerar como geração Z quem 
nasceu no fi m da década de 1990. O mais marcante dessa geração é a sua íntima 
relação com a tecnologia e com o meio digital, considerando que ela nasceu no 
momento de maior expansão tecnológica proporcionada pela popularização da 
internet (PORFIRIO, 2021).
18
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
FIGURA 3 – PERFIL DA GERAÇÃO Z
FONTE: <https://images.app.goo.gl/PhnQcxS3QadZMxdj6>. Acesso em: 22 maio 2021.
Essa geração cresceu usando os recursos da tecnologia em rede, enquanto 
os professores, imigrantes digitais, ainda estão aprendendo. A escola e o docente 
correm para se adequarem a essa nova realidade do aluno no cenário do século 
XXI, isto é, um discente que necessita ter relações interpessoais, integração, 
mutabilidade, colaboração, inovação, autonomia, multitarefas, trabalho em 
grupo, multiconectado em redes sociais, dentre outras, para poder ser um bom 
profi ssional em um mundo tecnológico (PORFIRIO, 2021).
A educação necessita de práticas inovadoras para melhorar o processo 
de aprendizagem dos alunos. O “coaching educacional” é um conjunto de 
ferramentas que tem por fi m o autoconhecimento, aumentar o desempenho dos 
alunos, usar os conhecimentos adquiridos por estes para criar novos, transformar 
os limites de cada discente em recursos promissores, pensar e discutir metas 
e ações observando o passado e visando ao futuro, focando na aceleração de 
resultados e felicidade.
19
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
A transição de um modelo tradicional para um modelo emergente no 
processo ensino e aprendizagem de pessoas é essencialmente um desafi o de 
compreensão e adaptabilidade aos novos tempos, principalmente, com o advento 
da internet. O processo de ensino e aprendizagem deixa de ser para existir um 
processo de aprendizagem de ambos (docente e discente), em que o professor 
passa a ser um instigador através de perguntas (Filosofi a Socrática) ao aluno a 
fi m de que este comece a refl etir no tema junto ao seu meio ambiente (Vygotsky) 
(BARROQUEIRO et al., 2017).
LEITURA COMPLEMENTAR
Benefícios do Coaching Educacional no 
desenvolvimento dos membros da escola
O que é Coaching Educacional?
O Coaching Educacional é uma vertente que tem como foco 
principal auxiliar o desenvolvimento dos profi ssionais da educação 
e dos alunos. Funciona como uma espécie de acelerador de sua 
evolução, no que tange aos aprendizados técnicos, emocionais e 
comportamentais, de modo que o indivíduo possa agregar novos 
conhecimentos e habilidades, crescer e conquistar o sucesso que 
deseja em sua vida e carreira.
As escolas além de instituições também são empresas e, 
como tais, carecem de uma efetiva gestão de pessoas e processos. 
Para isso, o Coaching Educacional oferece técnicas, ferramentas 
e métodos que trazem aos gestores uma visão ampla sobre a 
administração escolar e aos demais profi ssionais uma infi nidade de 
recursos para potencializar sua performance.
O método também atua positivamente ajudando a defi nir metas 
e objetivos na carreira, reafi rmar sua missão profi ssional e de vida, a 
identifi car pontos fortes e talentos, trabalhar os pontos de melhoria, 
investir no desenvolvimentode novas competências e habilidades e, 
com isso, otimizar os resultados profi ssionais em todos os sentidos.
Na prática, isso se mostra através de um ambiente escolar de 
mais qualidade, com professores e gestores empoderados, que se 
relacionam melhor em equipe, que são mais confi antes para superar 
os desafi os enfrentados dentro e fora de sala de aula e ainda mais 
comprometidos com o seu trabalho.
20
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
Além disso, é possível observar também melhorias na relação 
com os alunos, que ao perceberem as mudanças implementadas nos 
métodos de ensino dos professores, se sentem mais interessados 
em aprender o conteúdo ministrado, afastando, com isso, situações 
que geram problemas em sala de aula, como é o caso da indisciplina, 
por exemplo.
Como podemos perceber, o Coaching Educacional é um método 
transformador e que tem possibilidades infi nitas de agregar, tanto ao 
desenvolvimento dos profi ssionais da educação, quanto aos alunos e 
à escola como um todo.
Coaching Educacional – Aplicações e Benefícios!
Após entendermos o que de fato é o Coaching Educacional, 
vamos compreender agora como este processo é aplicado e quais os 
seus benefícios para os membros da escola, de forma geral, e para 
os alunos.
Nova forma de aprendizado para alunos
E se o Coaching Educacional é um método efi ciente para 
desenvolver os líderes escolares, quando o foco é o aprimoramento 
dos alunos, seus resultados não são diferentes. Os estudantes 
têm neste processo, que realmente consegue orientá-los, uma 
oportunidade para vencer seus medos e desafi os e sair de seu 
estado atual para o estado desejado, que pode ser, por exemplo, a 
aprovação no vestibular.
Para isso, a metodologia ajuda a identifi car quais são suas 
lacunas, seus pontos de melhoria, no que tangem aos aspectos 
práticos, como disciplina, foco e comprometimento. Também atua 
na eliminação de comportamentos e crenças limitantes, que afetam 
seu desempenho escolar, causam inseguranças em relação ao 
futuro e que, hoje, limitam também a que os alunos tenham melhores 
resultados na escola.
Trabalha a inteligência emocional
Além de ajudar a identifi car e trabalhar os pontos de atenção 
mencionados acima, o Coaching Escolar também trabalha questões 
ligadas ao desenvolvimento emocional e comportamental, tanto dos 
alunos, quanto dos profi ssionais de educação, que fazem parte da 
escola.
Tratar estes pontos é fundamental para dirimir problemas em 
suas relações intra e interpessoal, vencer pensamentos negativos, 
ansiedades, potencializar seu autoconhecimento, autovalorização 
21
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
e para que estudantes, professores e demais membros da escola 
tenham uma vivência positiva dentro desta e atitudes também 
positivas fora dela.
Contribui para o desenvolvimento profi ssional
Outro ponto em que o Coaching Educacional atua é no 
desenvolvimento da carreira dos profi ssionais que fazem parte 
da escola, sejam eles professores ou não. Isso acontece através 
do despertar do autoconhecimento de cada um, que permite que 
estes tenham maior consciência sobre o que desejam conquistar 
profi ssionalmente.
A partir disso, ou seja, da defi nição dos objetivos de carreira 
de cada um, os membros que fazem parte da escola, sentem-se 
empoderados a elaborar estratégias efi cientes e a colocarem em 
prática ações capazes de fazê-los sair do estado atual em que se 
encontram e caminharem em direção ao estado em que desejam e 
sempre desejaram estar em suas carreiras.
FONTE: José Roberto Marques (Referência em Desenvolvimento Humano). Disponível 
em: <https://www.jrmcoaching.com.br/blog/benefi cios-do-coaching-educacional-
no-desenvolvimento-dos-membros-da-escola/>. Acesso em: 22 maio 2021. 
3 ESTRATÉGIAS E ABORDAGENS 
PEDAGÓGICAS COM COACHING
Durante um processo de coaching é muito comum enfrentar um grande 
vilão: a resistência a mudanças. É da natureza humana que qualquer pessoa 
saudável psicologicamente deseje progresso em sua vida. Contudo, o progresso 
está necessariamente ligado a mudanças que acontecem ou precisam acontecer 
(MARION, 2017). 
A nossa natureza, todavia, prefere acomodar-se, procurar uma zona de 
conforto, conhecida, previsível e controlável. Não gostamos de mudar, pois 
mudanças implicam incertezas, evocam nossas crenças mais profundas sobre 
nós (quem somos, do que somos capazes ou o que é possível ser feito). 
Mudanças, como vimos, exigem perdas em troca daquilo que vamos ganhar 
(menos tempo de TV, para fazer um novo curso, para promover minhas chances 
22
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
de crescimento profi ssional) ou qualquer tipo de troca; perdemos algo para ganhar 
algo (MARION, 2017). 
Sempre ouvimos de nossos pais e professores que para estudar temos que 
ler, fazer resumos e exercícios. Aí nos sentamos para estudar, nos organizamos e 
começamos a ler o texto. Passados dois parágrafos, não nos lembramos do que 
lemos no primeiro. Aí achamos que a solução é começar a sublinhar ou passar um 
marca texto e tudo será resolvido. Resolve? Você aprende algo assim, realmente? 
Há estudantes que sublinham tanto e marcam tantos trechos que fi ca impossível 
descobrir o que era realmente importante a ser destacado.
Nosso cérebro tem seus mecanismos de defesa, ele só armazenará o que 
demonstrarmos realmente ser importante armazenar. E como passamos essa 
informação para o cérebro? Marcando de amarelo? Sublinhando? Não. Existem 
dois grandes fatores que determinam o que virará memória de longo prazo: a 
emoção com que a informação é recebida e/ou a frequência com que será 
repetida. Observe a fi gura a seguir, e veja que a retenção da informação está 
diretamente ligada à forma como ela foi transmitida.
FIGURA 4 – ESTÍMULOS AO CÉREBRO
FONTE: A autora
23
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
Quando estudamos algo, o conhecimento fi ca armazenado em diversas 
áreas do cérebro. As imagens fi cam em um local, o som das palavras em outro, 
e, ainda, existe uma terceira área responsável por organizar isso no cérebro; 
enfi m, são várias regiões que precisam de incentivos para que sejam formadas as 
sinapses que irão gerar a memória.
Segundo Marion (2017), apesar de considerar natural a resistência ao novo 
desconhecido, encontramos casos especiais em que há um histórico de traição, 
decepção, frustração contínua, fracassos, a partir do qual se criou um mecanismo 
de defesa e proteção psicológico destinado a evitar ou minimizar mais sofrimento. 
Essa resistência nada mais é do que travas e bloqueios interiores que se revelam 
como obstáculos ao novo. Ficamos presos (bloqueados) por diferentes motivos. 
Observe o que o autor discorre sobre o assunto:
a) As crenças pessoais são as “verdades absolutas” criadas a partir de 
experiências doloridas do passado que estabelecem um condicionamento 
limitador e interpretador do mundo a nossa volta. 
b) O estado emocional afeta a disposição de mudança, a autoestima, 
a energia de superação e busca por crescimento. Sem recursos 
emocionais, inviabiliza-se a superação de obstáculos comuns em 
um processo de mudança, como o medo, a ansiedade e a incerteza, 
tornando-nos mais vulneráveis a desistir, a voltar atrás e a sabotar o 
progresso em nossa vida. 
c) Os hábitos são rotinas de um estilo de vida e comportamento aprendido, 
muitas vezes incorporado falsamente como traço de personalidade, 
tornando-se justifi cativa para resistir à mudança (MARION, 2017). 
Marion (2017) descreve “Cinco Passos para Mudança”, um recurso simples 
que o coach poderá utilizar visando ajudar o seu coachee a superar a resistência. 
A seguir, descrevemos em detalhe cada um dos cinco passos.
• PASSO 1: VEJA A SITUAÇÃO COMO É, E NÃO PIOR DO QUE É!
Ajude seu coachee a ver o problema como ele é, mas não torne o problema 
maior do que ele é. Aumentar o problema o inclinará a desistir. Não importa qual a 
situação, veja-acomo é, e não pior. 
Tende-se, muitas vezes, a dramatizar uma situação além da realidade; isso 
acontece na linguagem que usamos, generalizando-se realidades pontuais. Por 
exemplo, quando seu coachee, reclamando de uma situação em que seu colega 
não o convidou para um happy hour, aumentar a situação, dizendo: “... sou 
sempre excluído dos convites sociais dos meus amigos”. 
24
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
É nesse momento que as pessoas se deprimem e reagem de maneira a criar 
uma compensação à sensação de rejeição, dor, perda, decepção etc. Lançam-
se num prato de comida, alcoolizam-se, drogam-se, entre outros compensadores 
escolhidos. Essa reação resultará em um pessimismo generalizado e na própria 
estagnação. 
Algumas estatísticas sugerem, inclusive, que 63% dos norte-americanos 
acreditam que o estilo de vida futuro será pior que o estilo de vida passado. 
• PASSO 2: VEJA A VERDADE E ENFRENTE-A! 
Boas perguntas que poderão ser feitas pelo coach nesse passo são: Qual é 
a verdade por trás desse fato? O que preciso admitir a mim mesmo? Ajude seu 
coachee a assumir responsabilidade pela realidade na qual ele se encontra. 
Procurar culpados, reclamar e justifi car apenas prolongarão a sensação de 
miséria e incapacidade de mudar. Vamos supor que eu esteja procurando um 
emprego há dois anos na mesma indústria a que me dediquei em toda minha 
vida. Contudo, essa indústria foi ultrapassada por uma nova tecnologia, reduzindo 
expressivamente a demanda pela qualifi cação que eu apresentava. Qual a verdade 
que terei que encarar? O mercado mudou. Precisarei me reinstrumentalizar em 
outro campo de conhecimento que me coloque de volta no mercado. 
Talvez tenha me acomodado por anos e decidi ignorar as mudanças que 
vinham acontecendo. O disco de vinil foi uma indústria milionária durante 85 
anos; chegaram as fi tas cassetes e essa indústria ainda permaneceu. Contudo, 
chegou o CD e a digitalização da música, e hoje o disco de vinil é um mercado 
de colecionadores. Se você atua no negócio de disco de vinil, é necessário que 
se reinstrumentalize. Por pior que seja a verdade, por mais impossível, injusta, 
dolorosa… é preciso confrontá-la.
• PASSO 3: ESTABELEÇA UMA VISÃO E SE FORTIFIQUE NELA.
A visão é o combustível psicológico e a força propulsora de que precisamos 
para mudar. Quanto mais clara e inspiradora for a visão, maior será o seu efeito 
para superar obstáculos, como a resistência. 
No livro de sabedoria de Provérbio, diz-se que um povo sem visão está 
suscetível a se corromper ou perecer. Visão é um vislumbre de como o futuro se 
parece para mim, uma foto de um futuro que visitei. A visão precisa ser escrita, ou 
melhor, desenhada em uma imagem e continuamente visualizada. 
25
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
• PASSO 4: TENHA UM MODELO DE REFERÊNCIA E APRENDA SUAS 
ESTRATÉGIAS.
Não precisa reinventar a roda. Pode-se aprender com a experiência de outros 
que já passaram por aquilo que seu coachee está passando. 
Nessa etapa é necessária uma investigação, uma pesquisa quanto à 
experiência de outras pessoas vivas ou mortas, que pode facilitar e agilizar a 
lacuna de onde você está para aonde você quer chegar. 
De tempos em tempos, o mercado passa por um ciclo econômico de crise. 
É uma fase repleta de pessimismo, e as pessoas tendem a assumir uma atitude 
conservadora, apegando-se ao máximo às coisas que têm. Um coach desafi aria 
um cliente a olhar para uma crise econômica com outro olhar, talvez encontrando 
oportunidade que um mercado aquecido não oferece. 
Ao se deparar com esse quarto passo, podemos encontrar alguns modelos 
de pessoas que desenvolveram estratégias para enriquecer na crise, ou seja, 
tomaram proveito do pessimismo do mercado. 
Uma intrigante história é a do Sr. John Templeton, um investidor multibilionário 
de origem humilde, que quando jovem, planejou enriquecer, apesar de ter uma 
concepção pouco comum. John acreditava que o pessimismo era o segredo 
do sucesso. Na sua ideia, ele seria tão rico que poderia ajudar as pessoas 
fi nanceiramente. Os anos passaram, e com foco no seu objetivo, John montou 
sua primeira estratégia para fi car rico. No auge da Segunda Guerra Mundial, 
quando todos estavam pessimistas, certos de que Hitler dominaria o mundo, as 
pessoas venderem seus bens pelo preço que podiam. O Sr. John Templeton, não! 
Juntou 10 mil dólares e comprou ações com valor igual ou menor do que 1 dólar. 
O que aconteceu? Quando a guerra fi ndou, a economia foi retomada, as indústrias 
voltaram a produzir e crescer e o preço das ações multiplicaram-se. Então, John 
fi cou rico. Sua tese acerca do pessimismo tinha uma certa relevância, porém 
manter o foco e o objetivo, também foram pontos importantes para ele. Assim, 
John conseguiu alcançar seus objetivos, pois criou uma das maiores fundações 
fi lantrópicas do mundo, a “John Templeton Foundation”, e pôde ajudar muitas 
pessoas. 
Conheça mais sobre a história da fundação John Templeton no 
site: https://www.templeton.org/pt/. 
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
• PASSO 5: DÊ MUITO MAIS DO QUE ESPERA RECEBER.
Esse último passo é um dos grandes segredos que levam à mudança e à 
apreciação do valor que ganhamos diante dos outros. Quando você decide fazer 
pelos outros mais do que qualquer outra pessoa, procurando uma forma de 
atender às necessidades das pessoas a sua volta (negócios, família, funcionários), 
terá um novo jogo. 
A doação é a melhor comunicação. Pense um pouco em alguém que você 
realmente ame e valorize na sua vida. Perceba que o valor das pessoas está 
diretamente relacionado à maneira como nos serviram e nos ajudaram mais do 
que qualquer outra pessoa. 
Não só isso: ao fazer, não crie a expectativa de receber algo em troca, isso 
lhe dará uma sensação de liberdade contra frustrações e decepções que poderá 
sofrer. 
A atuação de um coach deve estar pautada por competências e um código 
de ética que permitirão uma relação na qual o cliente se sentirá respeitado, seguro 
e aberto para buscar possibilidades, desenvolvimento, soluções e resultados 
(ALMEIDA; ESTEVES; AMARAL, 2020).
4 FERRAMENTAS DE COACHING 
EDUCACIONAL
É importante que o coach esteja munido de um conjunto de ferramentas que 
apoiarão o coachee a promover decisões de progresso e mudança de vida. Para 
isso, neste subtópico vamos tratar os promotores de mudança, que são os recursos 
usados para ressignifi car uma realidade limitadora que vem sendo experimentada 
pelo coachee, aumentar o nível de consciência sobre suas escolhas, decisões e 
responsabilização sobre os resultados atuais (MARION, 2017).
Pretende-se, através dos promotores, superar obstáculos mentais e 
comportamentais, empoderando o coachee a assumir uma nova perspectiva, 
postura e atitude nas diferentes áreas de sua vida. Uma vez que esses recursos 
são utilizados, são capazes de acionar gatilhos de mudança através de um novo 
insight ou input recebido. 
De acordo com Marion (2017), discorre-se sobre os cinco poderosos 
promotores de mudança no comportamento para utilizar o método e as 
ferramentas no coaching educacional: 
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PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
I. Os sete enquadramentos. 
II. Mapa não é território. 
III. Não existem erros, apenas resultados. 
IV. Autoconsciência. 
V. Autorresponsabilidade.
I. OS SETE ENQUADRAMENTOS
Enquadramento é a forma como as pessoas dão sentido ao mundo a sua volta 
e como constroem sua realidade. Para entender o poder de um enquadramento, 
precisamos começar pela compreensão do papel de uma moldura em um quadro 
comum, conforme a fi gura a seguir:
FIGURA 5 – FOTO EM MOLDURA
FONTE: <https://cdn.iset.io/assets/55268/produtos/34727/thumb_428-428-quadro-
decorativo-abstrato-abacaxi-minimalista-na-praia_02.jpg>. Acesso em: 13 jan. 2022.
Qual é a função dessa bela moldura? Sua função principal é focar sua 
atenção na imagem e separar o ambiente interno doambiente externo. 
É exatamente o que um fotógrafo faz quando está tirando uma fotografi a. Ele 
seleciona e determina o que pode e o que não pode ser visto na fotografi a. Para 
isso, ele conta com a função “zoom”, podendo privilegiar detalhes de uma imagem 
ou ampliá-la e revelar o seu contexto.
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
O “efeito moldura” é uma cegueira não intencional criada pela própria 
moldura. Esse fenômeno acontece toda vez que falhamos em observar um 
estímulo inesperado que está em nosso campo de visão, mas passa despercebido 
por ter nossa atenção em outro foco. 
Para Daniel Simons, o “efeito moldura” acontece quando falhamos em ver 
algo que é óbvio diante de nós por termos nossa atenção em outra coisa ou em 
outra pessoa. As molduras não estão somente nos quadros, mas nas estruturas 
mentais que criamos frequentemente. Enquadramento é uma metáfora usada na 
sociologia para fazer referência a uma estrutura mental que criamos, que visa 
simplifi car e guiar nossa compreensão do mundo e de suas realidades complexas. 
CURIOSIDADE! 
Daniel Simons é um psicólogo experimental da Universidade 
de Illinois. Para ele, a realidade é apenas uma ilusão, uma 
interpretação do cérebro. Tudo o que você vê, ouve e sente é a 
sua própria realidade criada por aquilo que seu cérebro lhe dá, que 
pode ser completamente diferente de uma outra pessoa. Daniel 
Simons publicou um vídeo sobre seus experimentos: The Monkey 
Business Illusion. Acesse e confi ra: https://www.youtube.com/
watch?v=IGQmdoK_ZfY
O contraefeito dessa simplifi cação é a redução, limitação, desconexão e até 
mesmo a distorção dos fatos, de acordo com o signifi cado que atribuímos a eles. 
A maneira como enquadramos um problema que enfrentamos pode torná-lo mais 
fácil ou mais difícil de resolver, de acordo com o signifi cado que atribuímos. A 
experiência pura não tem nenhum signifi cado. Apenas é. Atribuímos um signifi cado 
a ela de acordo com nossas crenças, valores, preocupações, gostos e desgostos. 
A forma como enquadramos um fato pode estar limitando ou impedindo uma 
mudança que buscamos fazer em nossa vida. Portanto, reenquadrar, ou seja, 
mudar nossa perspectiva de um fato ou uma realidade, poderá acionar um gatilho, 
ativar um novo estado de recursos ou ainda promover uma percepção renovada. 
Os reenquadramentos devem ser usados como ferramentas pelo coach para 
buscar outro sentido dos fatos que estão sendo descritos. 
29
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
Vamos explorar a aplicação de sete reenquadramentos, que de acordo com 
O’Connor (2013 apud MARION, 2017), são:
I. Reenquadramento ecológico. 
II. Reenquadramento de resultado. 
III. Reenquadramento de backtracking. 
IV. Reenquadramento de contraste. 
V. Reenquadramento de “como se”. 
VI. Reenquadramento sistêmico. 
VII. Reenquadramento de negociação.
I. Reenquadramento ecológico (confronta o enquadramento do “EU”)
Tipo de moldura: nesta moldura, só consigo ver o que é bom para mim agora. 
Minhas escolhas privilegiam benefícios pontuais e imediatos, desconsiderando a 
ecologia da vida, ou seja, seus efeitos e impactos sobre outras pessoas, outros 
pilares de vida e seus resultados no longo prazo. 
Conhecido também como “Efeito Rei Midas”. O rei Midas desejava que tudo o 
que suas mãos tocassem virasse ouro, mas se esqueceu de que para viver pre-
cisaria tocar em comida e em pessoas. 
Exemplo: Se for bom para mim agora, então está bom! 
Perguntas de reenquadramento ecológico: Como será isso a longo prazo? Quem 
mais será afetado? Isso será bom para outros pilares importantes de sua vida? 
Que preço terá seu sucesso nessa área?
II. Reenquadramento de resultado (confronta o enquadramento da “CUL-
PA”)
Tipo de moldura: nesta moldura, assume-se uma posição de vitimação e procur-
am-se culpados por sua situação. Contudo, culpar os outros não mudará os re-
sultados. 
É necessário mudar o foco e avaliar eventos e escolhas que o aproximem dos 
resultados que se quer. 
Exemplo: Não batemos a meta porque eu tenho a pior equipe da empresa! 
Perguntas de reenquadramento de resultado: O que essa conclusão lhe propor-
ciona de valioso? Para onde sua atitude o está levando? Como a sua crítica o 
está aproximando do que quer? O que ganha culpando os outros? Quais resulta-
dos pretende atingir agindo assim?
QUADRO 2 – OS SETE REENQUADRAMENTOS DE MUDANÇA
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
III. Reenquadramento de backtracking (confronta o enquadramento da 
“PARÁFRASE”)
Tipo de moldura: nesta moldura, interpreta-se o que os outros disseram e deter-
mina-se quais eram suas intenções ao dizerem aquilo. A comunicação é impre-
scindível nos resultados em qualquer área da vida, portanto assumir responsab-
ilidade pelo que está compreendendo é fundamental. 
O backtracking é a habilidade de reafi rmar palavras-chave que foram ditas por al-
guém, que mostrem seus valores e signifi cado. Sem o backtracking, as pessoas 
interpretam o que quiserem. 
Exemplo: Com certeza, ele quis me desmoralizar quando disse isso! 
Perguntas de reenquadramento de backtracking (2ª pessoa): Posso me certifi car 
de que compreendi...? Posso resumir as coisas até agora...? Então você está 
dizendo...?
IV. Reenquadramento de contraste (confronta o enquadramento da “MES-
MICE”)
Tipo de moldura: avalia-se o contraste dos resultados de uma ação/decisão sem 
recursos e uma ação/decisão com recursos. O reenquadramento se dá ao no-
tar-se a diferença de empregar recursos ou não. 
É interessante observar que a Programação Neurolinguística (PNL) começou a 
partir de um quadro de contraste. Richard Blander e John Grinder começaram 
modelando comunicadores excelentes, sabendo que estavam fazendo algo dif-
erente, algo fora do comum. Essas diferenças tornaram-se a base dos primeiros 
modelos explícitos da PNL. 
Exemplo: Na verdade, é tudo a mesma coisa, não importa como faça! 
Perguntas de reenquadramento de contraste: Que tipos de resultados se veem 
entre a presença e a ausência desse recurso? Quais as diferenças importantes 
entre essas realidades? Como isso é diferente?
V. Reenquadramento de “como se” (confronta o enquadramento da “PAS-
SIVIDADE”)
Tipo de moldura: analisam-se situações criativas e imaginadas para certo proble-
ma, vislumbrando-se como poderiam ser as coisas e o que levaria a que fossem 
assim em vez de assumir um estado de vitimação e uma condição de indefeso. 
No “como se”, podemos acessar a nossa intuição. Você pode não saber a re-
sposta, mas terá palpites que podem ser surpreendentemente precisos. É um 
pouco parecido com um jogo de realidade virtual. Você sabe que não é real, mas 
ainda assim pode aprender muito e testar seus refl exos enquanto joga. 
Exemplo: Se não sei o futuro, então não há nada que possa fazer a respeito. 
Perguntas de reenquadramento de “como se”: Como seria se...? Você pode 
imaginar o que aconteceria se...? E se supuséssemos que...? 
31
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
VI. Reenquadramento sistêmico (confronta o enquadramento do “TOTAL-
ITÁRIO”)
Tipo de moldura: quando se vislumbra um evento relacionado a outros eventos. 
Um sistema é um grupo de elementos conectados e que se infl uenciam mutua-
mente. Olha-se como os fatores se combinam e afetam uns aos outros. 
Tentar mudar um sistema na sua totalidade pode parecer uma tarefa inviável. Em 
vez disso, busca-se identifi car os obstáculos que afetam o sistema para alcançar 
a mudança pretendida. Exemplo: As coisas aqui sempre foram assim e nunca 
vão mudar.
Perguntas de reenquadramento sistêmico: Como um evento se relaciona com o 
outro nesse sistema? Como o que estou fazendo mantém as coisas como são? 
O que exatamente impede a mudança?
VII. Reenquadramento de negociação (confronta o enquadramento da 
“GUERRA”)
Tipo de moldura: esse enquadramento avalia por acordo. Supõe que todos os 
envolvidos querem chegar a um acordo e segmenta o problema para encontrar 
áreasde concordância. 
Exemplo: Eu quero alguma coisa e vou conseguir mesmo que isso nos mate. 
Perguntas de reenquadramento de negociação: Em que podemos concordar? 
Qual é o mínimo múltiplo comum nesse relacionamento?
FONTE: Marion (2017, p. 37-38)
O próximo promotor de mudança a ser abordado é:
II. MAPA NÃO É TERRITÓRIO
Desafi e a visão que seu coachee tem da sua própria realidade ou “mapa de 
vida”. Cada pessoa carrega seu próprio mapa dentro de si. O nosso mapa é a 
nossa orientação de vida. 
Herdamos nosso mapa dos nossos pais e/ou educadores, ou seja, muito de 
como nós interpretamos nossa própria realidade de vida foi transferido por como 
outros receberam ou interpretaram sua própria realidade. 
Todo mapa tem limites, regras de vida e signifi cados que damos como guias 
determinantes. Nosso mapa, contudo, é apenas uma perspectiva parcial do 
território da vida. O coach deve ajudar o coachee a ampliar sua visão e desafi ar 
limites mentais sobre a realidade. 
Muitas vezes, por estarmos tão imersos em uma realidade ou problema, 
supomos que todos veem a realidade em que estamos da mesma forma que nós 
32
 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
e, portanto, consideram-se certos fatos óbvios e evidentes e não apenas uma 
interpretação da realidade. 
Contudo, percebemos que uma realidade é apenas uma perspectiva, olhada 
de um ângulo, baseada em uma moldura mental, a partir de uma lente herdada 
por nossos pais e educadores. 
Diante de uma perspectiva limitada e diminuída de escolhas e oportunidades, 
desafi e seu coachee: “E se seu mapa de vida for apenas uma ilusão? E se 
descobrisse que seu mapa não representa todo o território do mundo de escolhas 
que tem? O que faria?”.
III. NÃO EXISTEM ERROS, APENAS RESULTADOS
Claro, ninguém gosta de errar ou fracassar, especialmente em uma 
sociedade cuja cultura é perfeccionista e intolerante aos erros. Criamos uma 
geração com fobia de erros. Qual o resultado? As pessoas não agem, pois têm 
medo de fracassar ou falhar. 
É preferível nem tentar e evitar as frustrações, gerando um tipo de paralisia. 
Uma forma de superar esse medo é compreender que o erro é o signifi cado que 
damos a uma escolha que produziu um resultado. 
Resultados são fruto de escolhas que fazemos. Se não quero mais certo tipo 
de resultado, preciso fazer novas escolhas. Isso anula o efeito punitivo do erro e o 
recondiciona de maneira pedagógica, como parte de um processo de crescimento 
e aprendizado. 
Diante da inação movida pelo medo de falhar, desafi e seu coachee: “Se 
tivesse convicto de que na vida não existe fracasso, apenas feedback e resultados, 
o que faria de novo hoje?”. 
IV. AUTOCONSCIÊNCIA
Toda iniciativa de mudança e transformação se inicia na autoconsciência. Por 
isso, ela é imprescindível em um processo de coaching. Sem autoconsciência, o 
coaching se torna só mais uma ferramenta em uma maleta de soluções rápidas, 
portanto não poderia enfatizar sufi cientemente a importância dela. Autoconsciência 
é produto do foco, da atenção, da concentração e da clareza. Signifi ca estar 
consciente, ou seja, não ignorar ou desconhecer. É uma característica que nos 
distingue de todos os outros animais criados. Há infi nitos níveis de consciência, 
que podem ser ricos ou pobres, em uma pessoa sobre determinada realidade. 
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PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
No coaching, pretende-se aumentar a quantidade (dos fatos) e a qualidade 
(relevância) do nível de consciência. Aumentar a autoconsciência é como oferecer 
uma lente de aumento para alguém, aumentando sua capacidade de ver o que 
antes não podia. 
Nosso nível natural de autoconsciência é relativamente baixo. Sozinhos, 
levaríamos um período muito maior para descobrir, se descobríssemos, 
assumindo consciência dos fatos. Torna-se indispensável a habilidade de um 
coach para promover essa autoconsciência.
V. AUTORRESPONSABILIDADE
“É a crença de que você é o único responsável pela vida que tem levado, 
sendo assim, é o único que pode mudá-la” (VIEIRA, 2008 apud MARION, 2017, 
p. 1). 
A autorresponsabilidade é uma das grandes geradoras de rupturas na vida 
das pessoas. Assumir autorresponsabilidade pela minha vida e pelos meus 
resultados não é fácil, e pode ser altamente confrontivo e intimidador assumir uma 
postura de passividade e fracassos. 
Todavia, a incapacidade de viver de forma autorresponsável nos faz reviver 
as mesmas circunstâncias de dor ao longo da vida. Começamos a progredir 
quando assumimos a responsabilidade pelas nossas mudanças. A verdade é que 
as coisas não mudarão até nós mudarmos. Observe no quadro a seguir, os seis 
pressupostos da autorresponsabilidade.
1. Eu sou o único responsável pela vida que tenho levado. 
2. Eu estou onde me coloquei, e somente eu posso mudar essa circunstância. 
3. Minha vida é mérito meu, por ações conscientes ou inconscientes. 
4. Meus resultados são fruto da qualidade de minhas atitudes, palavras e 
pensamentos. 
5. Não existem coincidências, você está colhendo o que plantou. 
6. É a certeza de que nada na minha vida muda até que eu mude.
FONTE: Vieira (2008 apud MARION, 2017, p. 42)
QUADRO 3 – OS SEIS PRESSUPOSTOS DA AUTORRESPONSABILIDADE
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
Por mais difícil que seja, minha mudança depende do meu nível de 
autorresponsabilidade. É o princípio da semeadura. Signifi ca reconhecer que 
tenho a vida que mereço, o emprego que mereço, o casamento que mereço, o 
salário que mereço, os amigos que mereço, a saúde física que mereço, pois são 
fruto e resultados das minhas próprias escolhas (MARION, 2017).
Autorresponsabilidade é uma realidade libertadora. A crença de que você se 
colocou ou pelo menos se permitiu colocar, por ação ou inação, em certa realidade. 
A minha vida hoje é resultado das escolhas que eu tomei. Eu sou responsável por 
elas. A boa notícia que a autorresponsabilidade nos traz é que não dependemos 
de ninguém para começar a mudar. Sim, autorresponsabilidade é tomar o leme do 
barco de sua vida em suas mãos e decidir o rumo. E quando chegar a algum lugar 
desagradável, basta entender que é você que está no controle, sendo assim, 
basta zarpar e ir em outra direção (MARION, 2017). 
De acordo com Vieira (2010 apud MARION, 2017), agir com 
autorresponsabilidade signifi ca seguir estas cinco leis:
• Lei I – Não criticar as pessoas: ajudá-las a focar na solução e na melhoria, 
e não no erro e fracasso.
• Lei II – Não reclamar das situações: contaminamo-nos com o veneno da 
insatisfação e da crítica. 
• Lei III – Não buscar culpados: maneira fácil e rápida de se 
desresponsabilizar. 
• Lei IV – Não se fazer de vítima: crianças doentes recebem mais amor 
(criador de vício emocional). 
• Lei V – Não justifi car seus erros: se não houver erros, não há aprendizado, 
sem aprendizado, não há mudanças.
Como mecanismo de fuga, notamos que frequentemente pessoas alocam 
a um ser supremo uma responsabilidade que lhes foi atribuída, dizendo: 
“Minha vida está como Deus quer”. Lembre-se do livre-arbítrio e que a palavra 
“responsabilidade” nada mais é do que a junção de “resposta + habilidade”, ou 
seja, como você tem respondido à habilidade, ao tempo e aos recursos que lhe 
foram dados.
4.1 TÉCNICAS DE ESTUDO
Contar com algumas técnicas de estudo pode ser extremamente efi caz para 
o estudante que precisa assimilar de forma completa um conteúdo. Desse modo, 
é necessário que a preparação seja estratégica nesse momento, baseada em 
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PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
métodos que garantem a fi xação e a aceleração do processo de aprendizagem 
(ESCOLA DE APOIO MDC, 2020).
Portanto, mesmo que o estudante conte com poucas horas diárias ou 
semanais para estudar, é possível aplicar metodologias que o auxiliem a aumentar 
a produtividade e a otimizar o tempo. No entanto, deve-se escolher uma opção 
que atenda às necessidades, considerando a mais adequada para cada caso.
Umbom desempenho estudantil com a utilização de um coaching educacional 
compreende as fases apresentadas na fi gura a seguir:
FIGURA 6 – FASES DA MENTORIA EDUCACIONAL
FONTE: <https://meudeverdecasa.com.br/como-funciona/>. Acesso em: 22 maio 2021.
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
As técnicas aqui apresentadas foram desenvolvidas a partir dos conceitos da 
neuroeducação, ciência nova que trabalha com a interação entre as descobertas 
da neurociência e sua aplicabilidade para o aprendizado através das propostas da 
psicologia cognitiva e da pedagogia (ESCOLA DE APOIO MDC, 2020).
FIGURA 7 – COMPOSIÇÃO DA NEUROEDUCAÇÃO
FONTE: <https://docplayer.com.br/docs-images/109/187990513/
images/9-0.jpg>. Acesso em: 22 maio 2021.
Vamos entender um pouco desses conceitos, de acordo com a Escola de 
Apoio MDC (2020):
• Neurociência: é o estudo do sistema nervoso: sua estrutura, 
seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, relação com o 
comportamento e a mente, e também suas alterações. Abrange áreas 
diversas e está focado nos trabalhos voltados ao entendimento do 
processo de formação de memória e de aprendizado que ocorrem no 
cérebro.
• Psicologia cognitiva: é um segmento da psicologia voltado ao estudo 
da maneira como as pessoas percebem, aprendem, recordam e 
representam as informações da realidade. Abrange como principais 
objetos de estudo, a percepção, o pensamento e a memória, procurando 
explicar como o ser humano percebe o mundo e como utiliza-se do 
conhecimento para desenvolver diversas funções cognitivas, tais como: 
falar, pensar, resolver situações e memorizar.
37
PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
• Pedagogia: é a ciência que tem como objeto de estudo a educação, 
o processo de ensino e a aprendizagem. Se baseia em dois grandes 
pedagogos: Jean Piaget e Vygotsky. O primeiro, um os principais 
representantes da psicologia cognitiva, ao contrário do que muitos 
pensam, não construiu uma teoria da aprendizagem, mas uma teoria do 
desenvolvimento mental humano. Para ele, a aprendizagem é entendida 
como o aumento do conhecimento e apenas ocorre aprendizagem 
quando o esquema de assimilação passa pelo processo de acomodação. 
Em outras palavras, para que alguém aprenda é preciso que haja uma 
reconfi guração da estrutura cognitiva (esquemas de assimilação) do 
indivíduo, resultando em novos esquemas de assimilação cognitiva. 
Vygotsky, por sua vez, na análise que faz das relações entre pensamento 
e linguagem, apresenta a questão do signifi cado com grande relevância. 
Ӄ no signifi cado da palavra que o pensamento e a fala se unem em 
pensamento verbal”. Essa nítida demonstração do envolvimento de 
várias áreas do cérebro para a formação da linguagem demonstram 
a coerência de sua teoria. A teoria de Piaget aproxima-se da teoria de 
Vygotsky ao afi rmar que o desenvolvimento cognitivo de um indivíduo 
consiste em seu constante esforço para adaptar-se ao meio em que vive 
em termos de assimilação e acomodação.
Vamos às técnicas, ainda segundo a Escola de Apoio MDC (2020):
I. BUSCANDO O FOCO
A primeira atividade indicada é sintetizada na técnica denominada: Buscando 
o Foco. Manter o foco e a concentração às vezes é muito complicado; e isso 
acontece, ainda mais quando consideramos chato o que temos que fazer. Muito 
se fala sobre esse tema, mas nossa intenção é apresentar uma técnica simples 
que ajudará a iniciar o processo de concentração. Como fazer?
a) Mantenha na mesa apenas o necessário para o estudo e tenha uma boa 
iluminação.
b) Procure usar fones de ouvido tocando músicas que tenham frequência 
Alfa ou Beta. Esse tipo de música é facilmente encontrado no Youtube e 
é gratuito.
c) Sente-se de modo confortável, mas sentindo que suas costas estão 
apoiadas, totalmente, no encosto da cadeira.
d) Respire fundo contando até cinco. Prenda o ar nos pulmões, conte até 
cinco novamente e solte o ar lentamente, novamente, contando até 
cinco. Repita esse procedimento por quatro vezes.
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
e) Agora, você deverá fechar os olhos por uns instantes e procurar acalmar 
sua mente. Ao fechar os olhos, repita a respiração mais vezes e, ao fi nal, 
abra os olhos.
f) Inicie seus estudos fazendo caça-palavras, jogo de sete erros ou uma 
palavra cruzada simples. O objetivo é fazer com que sua concentração 
seja “capturada”.
g) Nada de acessar celular ou computador (que não seja para consultas 
do estudo). Esses são os grandes vilões que nos tiram a concentração. 
E procure parar a cada 60 minutos de estudo; isso é importante para 
refrescar a cabeça.
II. LVPR – LER OU VER PARA RETER
Essa técnica é indicada para o estudo da parte teórica de todas as matérias, 
inclusive as da área de exatas. Como ler um texto ou ver alguma explicação em 
vídeo? São necessários cinco passos:
1º – LEITURA/VISUALIZAÇÃO RÁPIDA: separe o texto ou o vídeo da matéria 
que irá estudar e dê uma primeira lida/assistida bem rapidamente. O objetivo 
é que você consiga se contextualizar com o tema. Não é necessário que ainda 
esteja totalmente focado. O importante nesse momento é você ter como meta o 
conhecimento geral do que está no texto ou no vídeo. Do que se trata a matéria? 
Seja história, química, física, matemática, geografi a, não importa; é fundamental 
que tenha conhecimento da teoria para que possa compreender e desenvolver 
com mais facilidade os exercícios que serão posteriormente solicitados.
Defi na um tempo que terá para ler uma página ou o trecho da matéria a 
ser estudada. No caso de vídeos, o tempo já estará defi nido. Esse tempo é 
importante para que você não se distraia nessa primeira leitura. Essa leitura ou 
esse processo de visualização do vídeo tem que ser direta, sem interrupções, 
e como você terá um tempo defi nido para ler (ou ver o vídeo), isso o forçará a 
ter foco e concentração. Não é para apostar corrida! É para ler/ver direto, sem 
interrupções, sem anotar, sem sublinhar, sem voltar para reler ou ver algo. Apenas 
se concentre e leia ou assista.
2º LEITURA/VISUALIZAÇÃO DETALHADA COM ANOTAÇÕES E DESENHOS: 
sem tempo defi nido, leia ou veja com calma, com o objetivo de entender melhor 
o que leu ou viu da primeira vez e sempre que algo chamar a atenção, anote 
numa folha em branco ou em um caderno – não anote no mesmo local onde está 
o texto. Escreva apenas os tópicos que considerar importantes e faça gráfi cos e 
desenhos. Faça desenhos que o ajudem a memorizar. Podem ser organogramas, 
gráfi cos, desenhos soltos, qualquer tipo de desenho que forme uma historinha na 
sua cabeça. Use símbolos. 
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PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
Caso o conteúdo esteja falando da França, por exemplo, um desenho da 
Torre Eiffel pode ser útil, já se o tema for biologia, desenhe a célula e escreva ao 
lado dela o que eventualmente esteja no texto. Para o nosso cérebro, quanto mais 
elementos usarmos, mais efi caz será o processo de formação de memória. Existe 
alguma palavra ou termo que não conhece e que você percebe que é importante 
para o entendimento do texto? Então pare a leitura ou o vídeo e procure a 
defi nição. Esse passo servirá para fornecer os tópicos importantes do material de 
estudo que o ajudarão na elaboração do futuro resumo.
3º LEITURA/VISUALIZAÇÃO DE CONFERÊNCIA: ao fi nal do segundo passo, 
você deverá ler/ver mais uma vez para verifi car se algo importante deixou de ser 
anotado. Agora, o seu nível de compreensão deverá ser quase total. Caso reste 
alguma dúvida, anote e busque o entendimento fi nal.
4º RESUMO: chegou a hora de você verifi car o que entendeu e começar o 
processo efi caz de memorização. Feche o livro, o caderno, o texto ou desligue o 
vídeo, e baseado apenas nas anotações e desenhos que fez, escreva um resumo 
(não consulte o texto nem acesse ao vídeo nesse momento). 
Escreva seu resumo da maneira que se lembrar, mesmo tendo dúvidas, não 
consulte o texto. Consulte apenas suas anotações.Não se preocupe em usar as 
palavras do texto ou do vídeo. O importante é ver se você conseguiu entender o 
que a matéria apresentava.
5º CHECAGEM E RESUMO APERFEIÇOADO: ao fi nalizar o resumo é hora de 
voltar ao texto/vídeo e verifi car se o que escreveu está correto e contempla tudo 
que considera importante. Caso necessário, proceda a eventuais correções, mas 
sempre sem copiar do texto ou do vídeo. Após essa checagem, elabore um novo 
resumo, desta vez, aperfeiçoado, que nada mais é que o seu primeiro resumo, só 
que mais completo.
III. ECE – ESTUDANDO COM EXERCÍCIOS
Esta técnica é indicada para sessões de estudos que são feitas através 
de exercícios. Fazer exercícios é uma ótima maneira de estudar. Quanto mais 
colocamos em teste nosso conhecimento sobre determinado tema, mais 
aprendemos. Apenas fazer exercícios com frequência já é ótimo e, se utilizarmos 
algumas pequenas dicas no momento em que estivermos fazendo os exercícios, 
essa atividade terá um efeito ainda mais efi caz.
Algumas matérias, principalmente da área de exatas, como matemática, física 
e química, necessitam do conhecimento de fórmulas para o desenvolvimento de 
várias questões. Ao ler o enunciado da questão, o importante é entender o que 
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
é perguntado e que fórmula ou fórmulas deveremos utilizar. A maioria dos erros 
nesse tipo de questão vem, em primeiro lugar, por desentendimento do enunciado 
e, em seguida, por utilizar a fórmula errada ou de modo errado na questão.
Etapas para solucionar um exercício com fórmulas:
1º LEIA E RELEIA A QUESTÃO ATENTAMENTE: esse momento é fundamental 
para que você tenha o melhor entendimento do que está sendo perguntado.
2º DEFINA A FÓRMULA QUE PRECISARÁ SER UTILIZADA: ao entender o 
problema, veja que fórmula(s) precisará(ão) utilizar e escreva-as.
3º INICIE A RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO.
4º REVISÃO: ao fi nal, reveja o exercício (muitos erros ocorrem por distrações).
Exercícios com respostas discursivas:
Quando o exercício a ser desenvolvido pedir respostas discursivas, os 
cuidados deverão ser os seguintes:
1º LEIA E RELEIA A QUESTÃO ATENTAMENTE: essa etapa sempre será 
importante.
2º RELEMBRE A TEORIA: com calma, respire fundo e lembre-se dos resumos 
que fez sobre o tema quando estudou usando a técnica LVPR.
3º INICIE, EM SUA CABEÇA, A FORMULAÇÃO DA RESPOSTA.
4º RASCUNHE E ORDENE: escreva num rascunho, os tópicos principais da 
questão e depois ordene-os.
5º REDIJA: baseado no rascunho, redija a resposta de modo objetivo e claro.
Exercícios com respostas de múltipla escolha:
Os exercícios com respostas de múltipla escolha são perigosos. Uma palavra, 
um sinal ou uma pontuação pode mudar todo o sentido da resposta e induzir ao 
erro. A proposta com esse tipo de exercício é verifi car, além do conhecimento do 
aluno, sua capacidade de atenção. As etapas deverão ser as seguintes:
1º LEIA E RELEIA A QUESTÃO ATENTAMENTE: como vimos anteriormente, a 
leitura é fundamental.
2º NÃO VEJA AS RESPOSTAS: nossa atitude imediata é ver as opções, não faça 
isso ainda.
3º RESPONDA À PERGUNTA COMO SE ELA NÃO FOSSE MÚLTIPLA 
ESCOLHA: responda à pergunta fazendo contas, caso o exercício assim exija, ou 
escrevendo a resposta.
4º COMPARE SUA RESPOSTA COM AS OPÇÕES APRESENTADAS.
5º ESCOLHA A OPÇÃO QUE MAIS SE APROXIMA DA SUA RESPOSTA.
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PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
IV. AUTOTESTE
Esta técnica deverá ser empregada após o estudante ter passado pelas 
técnicas LVPR e ECE. O objetivo é consolidar conceitos através de uma 
autoavaliação, que levará o estudante a imaginar, o que é baseado nas suas 
leituras e exercícios, realmente essencial em toda a matéria estudada. Como 
fazer?
1º O ESTUDANTE ACESSA SEUS RASCUNHOS DE ESTUDO E DE AULA: 
esses rascunhos devem conter aquilo que ele entendeu que era fundamental no 
momento em que estava estudando.
2º ELABORAR PERGUNTAS: com base nos rascunhos, ele mesmo elabora 
perguntas que imagina
que seriam feitas pelos professores.
3º RESPONDA, SEM CONFERÊNCIA: sem acesso aos rascunhos, livros ou 
videoaulas, o estudante responde às perguntas com base em sua memória de 
estudo.
4º CHECAR RESPOSTAS: uma vez respondidas a todas as perguntas, ele deverá 
checar suas respostas no livro ou na fonte onde está o conteúdo.
5º APRIMORAR RESPOSTAS: por último, deverá aprimorar suas respostas 
baseado na consulta feita.
V. ALUNO PROFESSOR
Esta técnica visa reforçar as anteriores levando o estudante a ter mais 
confi ança em seu processo de aprendizagem. Como fazer?
1º O estudante, com base em todo o conhecimento até então adquirido, deverá 
imaginar que terá que dar uma aula para toda a turma.
2º Essa aula terá o tempo máximo de 50 minutos e os tópicos a serem ensinados 
deverão ser dados nesse tempo.
3º O estudante começa a preparar a aula dividindo-a em tópicos: Introdução, 
Desenvolvimento, Conclusão e Exemplos. 
4º O estudante monta essa aula hipotética e simula a situação. Nesse momento, 
ele deverá, caso esteja estudando sozinho, criar eventuais perguntas que podem 
ser feitas e preparar as respostas a essas perguntas. Funciona muito bem quando 
o estudante pode dar essa “aula” a colegas ou familiares.
VI. INTERROGATÓRIO ELABORADO
Esta técnica é voltada a alunos que têm maior curiosidade sobre os fatos, 
sobre o mundo e sobre a funcionalidade das coisas. Uma curiosidade que vai 
além da matéria propriamente dada. Uma curiosidade que os levará a ter mais 
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
consciência dos temas e, consequentemente, um domínio mais abrangente da 
matéria. Esta técnica demanda que haja interatividade com o professor ou com 
alguém que esteja apto a formular as perguntas abaixo indicadas. Como fazer?
1º O estudante deverá estar com um bom domínio dos temas.
2º Um professor ou um responsável deverá, baseado na matéria estudada, 
elaborar perguntas que incitem o aluno a investigar detalhes do assunto, como: 
Qual o sentido disso? O que estava na cabeça dessas pessoas quando isso 
aconteceu? Por que isso aconteceu nessa época da história? Qual seria uma 
utilização prática desse conhecimento? Como essa questão poderia ser utilizada 
nos dias de hoje? Cite um exemplo concreto de como podemos usar essa fórmula.
3º O estudante poderá consultar suas fontes para elaborar as respostas. 
4º As respostas deverão ser entregues ao professor/responsável e este 
deverá avaliar se estão devidamente respondidas e, se possível, buscar um 
aprofundamento ainda maior.
Acadêmico, chegamos ao fi nal do Capítulo 1. Esperamos que você tenha 
gostado dos assuntos e assimilado as informações.
1) Qual a origem da palavra coach?
2) O International Coaching Federation (ICF) afi rma que o coach 
honra o cliente como o expert em sua vida e trabalho e acredita 
que cada cliente é criativo, inventivo e completo. Baseado neste 
fundamento, o coach é responsável por quais atividades?
3) Em suas palavras, qual a defi nição de Coach Educacional?
4) Por que o coaching educacional vem crescendo no mercado?
5) Resistência nada mais é do que travas e bloqueios interiores que 
se revelam como obstáculos ao novo. Apresente os diferentes 
motivos de resistência estudados neste livro.
6) O coach deve estar munido de um conjunto de ferramentas 
que apoiarão o coachee a promover decisões de progresso e 
mudança de vida. Sobre os promotores de mudança abordados, 
qual deles lhe chamou mais a atenção e por quê?
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PRINCÍPIOS DE C. E M. APLICADOS AO A. E. Capítulo 1 
7) Contar com técnicas de estudo pode ser extremamente efi caz 
para o estudante que precisa assimilar um conteúdo de forma 
completa. No que consiste a técnica Aluno Professor e como ela 
deve ser aplicada?
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A origem da palavra coach vem do esporte, que signifi ca treinador, tendo este 
o papel de ensinar e dar instruções. Coach é o profi ssional que inspira o cliente 
em direção a uma nova maneira de ser e pensar; sobrenovas possibilidades e 
tomada de decisão. É aquele que acompanha o cliente no caminho da conquista, 
engajado para o futuro. Algumas palavras são comumente confundidas com o 
coach, são elas: treinamento, consultoria, mentoria e terapia.
O coaching educacional é um conjunto de ferramentas que tem por objetivo 
promover o autoconhecimento, aumentar o desempenho dos alunos, usar os 
conhecimentos adquiridos por estes para criar novos, transformar os limites 
de cada discente em recursos promissores, pensar e discutir metas e ações 
observando o passado, visando ao futuro, focando na aceleração de resultados 
e felicidade.
Durante um processo de coaching, é muito comum enfrentar um grande vilão: 
a resistência a mudanças. É da natureza humana que qualquer pessoa saudável 
psicologicamente deseje progresso em sua vida.
Quando estudamos algo, o conhecimento fi ca armazenado em diversas 
áreas do cérebro. As imagens fi cam em um local, o som das palavras em outro, 
e, ainda, existe uma terceira área responsável por organizar isso no cérebro; 
enfi m, são várias regiões que precisam de incentivos para que sejam formadas as 
sinapses que irão gerar a memória.
O coach deve estar munido de um conjunto de ferramentas que apoiarão o 
coachee a promover decisões de progresso e mudança de vida.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Patricia; ESTEVES, Veronica Esteves; AMARAL, 
Roberta. Diálogos Entre Coaches. Editora Alta Books, 2020.
BARROQUEIRO, Carlos Henriques et al. Coaching educacional 
na formação de professores para melhorar o processo de 
aprendizagem dos alunos. Instituto Federal de São Paulo, 2017.
ESCOLA DE APOIO MDC. 2020. Disponível em: https://
meudeverdecasa.com.br/. Acesso em: 22 maio 2021.
MARION, Arnaldo. Manual de Coaching: Guia Prático de 
Formação Profi ssional. Grupo GEN. [Minha Biblioteca], 2017.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos 
desafi os e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
PORFIRIO, Francisco. “Geração Z”. Brasil Escola. 2021. Disponível em: https://
brasilescola.uol.com.br/sociologia/geracao-z.htm. Acesso em: 22 maio 2021.
SILVA, Andreza Regina Lopes da; MACHADO, Andreia de Bem. Coaching 
como estratégia para a inovação educacional. Educação no Século XXI 
- Volume 47. Formação Docente Tecnologia na Educação, 2019. p. 52.
CAPÍTULO 2
PROGRAMAÇÃO 
NEUROLINGUÍSTICA (PNL)
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 conhecer os princípios da Programação Neurolinguística (PNL);
 compreender os princípios da Programação Neurolinguística (PNL) em um 
contexto geral; 
 aprender sobre a Programação Neurolinguística (PNL) na área da educação;
 entender a estrutura do pensamento (funcionamento);
 aplicar os princípios da Programação Neurolinguística (PNL);
 utilizar a Programação Neurolinguística (PNL) na área da educação;
 compreender a estrutura do pensando na formação do indivíduo.
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 CoACHiNG E. E P. NEuroLiNGuÍSTiCA PArA EDuCADorES
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PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A Programação Neurolinguística (PNL) é um assunto ainda pouco debatido 
entre os educadores. A PNL constitui-se de um mecanismo em que o aluno 
começa a aprender sobre seus pensamentos, o modo que isso pode infl uenciar 
no seu cotidiano para que, a partir disso, ele possa desenvolver a mente a seu 
favor.
Não raro são encontradas em salas de aula situações em que alguns alunos 
apresentam difi culdades para assimilar os novos conhecimentos com determinado 
professor, porém, diante da presença de outro, a mesma disciplina consegue 
ser compreendida pelos mesmos alunos de maneira natural (LORENA; PINHO, 
2015). 
Esse fato muitas vezes é refl exo de confl itos na relação professor-aluno, 
sejam estes explícitos ou implícitos; isto é, o discente normalmente culpa o 
professor por achar que este está “enrolando” o assunto, ou talvez se apresente 
rígido demais, ou não sabe se expressar, entre outros motivos. O professor, por 
sua vez, culpa o aluno por este não ter interesse em aprender, ou não demonstrar 
o desempenho necessário para a disciplina, ou porque não entrou na universidade 
com a base de conhecimento sufi ciente etc. (LORENA; PINHO, 2015).
Segundo Lima (2019), professores desmotivados, alunos com baixo 
rendimento e famílias distantes da escola é um cenário com eminente 
necessidade de transformação nas mais diversas áreas educacionais, por isso 
a necessidade da Programação Neurolinguística – PNL – como ferramenta 
facilitadora do processo de ensino-aprendizagem devido a sua capacidade de 
compreender o funcionamento interno do ser e reprogramá-lo de maneira a atingir 
objetivos almejados. Não que a PNL seja a solução de todas as problemáticas 
que envolvem o âmbito educacional institucionalizado, porém podemos destacá-
la como um instrumento de grande valia para o educador.
PNL é um estudo revolucionário do processo do pensamento humano. Em 
outras palavras, é o estudo do que realmente está acontecendo quando pensamos. 
O interessante sobre a mente é que, se abrirmos um cérebro, não conseguiremos 
encontrá-la. Não é possível encontrar um poema nem o gosto do chocolate, o 
sentimento de um primeiro beijo nem a música do baile de formatura. Tudo o que 
se encontrará é um monte de tecido nervoso. O tecido nervoso em seu cérebro 
age como um substrato. É quase como um computador. Ele age como seu disco 
rígido ou placa-mãe, e basicamente é confi gurado para armazenar vários bits de 
dados e montá-los, remontá-los, reorganizá-los e chamá-los sempre que você 
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desejar (HOOBYAR; DOTZ; SANDERS, 2018). A PNL é uma compreensão, não 
do cérebro, mas de como a mente, usando o cérebro, expressa-se em sua vida e 
cria o que você chama de sua experiência.
2 PRINCÍPIOS DA PROGRAMAÇÃO 
NEUROLINGUÍSTICA (PNL)
Como diria Connor (2000), vamos começar pelo começo. O que é PNL? Não 
se pode reduzir a Programação Neurolinguística (PNL) a uma única defi nição. Há 
muitas explicações do que seja PNL, cada uma como um feixe de luz brilhando de 
um ângulo diferente, iluminando inteiramente a forma e a sombra do objeto.
A PNL estuda talento e qualidade – como organizações e indivíduos 
excelentes obtêm resultado excelentes. Os métodos podem ser ensinados a 
outros para que eles também possam obter a mesma classe de resultados. Esse 
processo denomina-se “modelagem”.
Para modelar, a PNL estuda como estruturamos nossa experiência subjetiva 
– como pensamos sobre nossos valores e crenças e como criamos nossos 
estados emocionais – e como construímos nosso mundo inteiro a partir de 
nossa experiência e lhe damos signifi cado. Nenhum evento tem signifi cado em 
si mesmo, nós lhe atribuímos signifi cado, e pessoas diferentes podem atribuir 
signifi cados iguais ou diferentes. Assim, a PNL estuda a experiência pelo lado de 
dentro (CONNOR, 2000).
A PNL teve início na Universidade da Califórnia no começo dos anos 
1970, quando Richard Bandler, um estudante de psicologia, e John Grinder, um 
professor de linguística, iniciaram os estudos sobre PNL na Universidade de 
Santa Cruz. O primeiro trabalho que realizaram foi modelar famosos terapeutas da 
época, buscando identifi car quais eram os padrões internos e externos que eles 
utilizavam que tornavam o trabalho deles tão efetivo (SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA, 2021).
Os pesquisadores da PNL estudaram originalmente terapeutas famosos 
por conseguirem resultados quase milagrosos com seus clientes. Um dos 
psicoterapeutas estudados inicialmente foi Fritz Perls, que desenvolveu a terapia 
gestalt “estar aqui agora”. Ele era um perito em linguagem corporal e obter 
mudanças imediatas. Sua abordagem única era o oposto direto da Psicanálise, 
que requer anos de terapia e autoestudo para desenvolver uma compreensão de 
como alguém chegou a ser quem é.
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PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA

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