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MARIANA SUCOLOTTI ATM23 PNEUMOLOGIA (Neoplasia de Pulmão* Câncer: alteração nos processos de divisão das células do corpo, com crescimento anormal e geralmente rápido; conjunto de células chamadas de tumor (nem todo tumor é maligno). Entender o espaço que o tumor ocupa é muito importante para definir a fisiopatogenia e os sintomas. Alta incidência, alta mortalidade H>M Tendência à redução da mortalidade: sobrevida vem aumentando; O segundo mais comum em homens; 22% das mortes por câncer, tanto em homens quanto mulheres; Fatores de Risco Tabagismo: 82% das pessoas não desenvolveriam CA de pulmão se não fumassem; Exposição ocupacional a minérios e metais pesados; Tabagismo passivo; História familiar; Fatores dietéticos Exposição da radon (gás); Radiação; Idade Poluição; Outras doenças pulmonares estruturais: bronquiectasias, fibrose pulmonar, tuberculose... Apresentação Clínica Sintomas são relacionados ao tumor, aos linfonodos e a metástases. Sintomas sistêmicos indicam doença avançada: astenia, anorexia, perda de peso e febre. Em ordem de prevalência: Tosse: persistente e de caráter diferente da doença de base (bronquite por exemplo) Perda de peso; Dispneia; Dor torácica Hemoptise Dor óssea Disfonia Localização Central: próximos do mediastino, tendência a atingir estruturas nobres; ▪ Inicialmente irrita a terminação nervosa do brônquio, causando tosse; ▪ Depois que invade a parede: hemoptise, raias de sangue em pequena quantidade (menor que da tuberculose); ▪ Conforme o tumor cresce e reduz a luz do brônquio, o paciente pode desenvolver pneumonia e atelectasia – por isso pode ter escarro purulento. ▪ Tosse, dispneia, pneumonia e hemoptise MARIANA SUCOLOTTI ATM23 PNEUMOLOGIA Dispneia ▪ Pneumonite; ▪ Atelectasia; ▪ Linfangite; ▪ Embolismo: obstrução do vaso por um trombo facilitado pela neoplasia; ▪ Disseminação linfática; ▪ Pneumotórax; ▪ Derrame pleural; Apresentação periférica: o crescimento é lento, geralmente percebido quando está maior e causa sintomas ou em exames de imagem. ▪ Assintomático ▪ Sintomas sistêmicos ▪ Dor torácica: constante, profunda, indolente, geralmente unilateral pelo acometimento da pleura, pode estar relacionada à compressão de estruturas; ▪ Dispneia: incomum; Extensão ao mediastino: ▪ Disfonia: nervo recorrente; ▪ Síndrome da VCS: compressão da cava e outros vasos mediastinais; → Pletora facial, turgência jugular, edema de face → Tumores de crescimento rápido: carcinoma de pequenas células, linfomas ▪ Dispneia: nervo frênico, traqueia ▪ Arritmias, dor torácica, isquemia: coração Tumor de Pancoast: invasão do plexo braquial e glanglio estrelado, tumor que invade arcos postais superiores, de difícil diagnóstico, pode não aparecer no exame de imagem, dor irradiada para o membro superior, tendinopatia. Extensão para o Ápice e parede torácica – Síndrome de Pancoast, combinação de: ▪ Síndrome de Claude-Bernard-Horner – nervo simpático cervical ▪ Sd. Déjerine Klumpke – plexo braquial ▪ Destruição dos arcos costais superiores e posteriores ▪ Enoftalmia, anidrose, paralisia e alterações vasomotoras no mesmo lado e impotência funcional Extensão para o diafragma: sintoma inicial pode ser soluços Sintomas causados pelos linfonodos: quanto mais distante for o linfonodo, mais disseminada a doença ▪ Encontrar um linfonodo supraclavicular em paciente com neoplasia de pulmão: estadiamento pelo menos 3D – intenção de cura é pequena Metástases linfonodais: ▪ Mediastinais → SVCS → Disfonia → Disfagia → Dispneia ▪ Supraclaviculares: massa palpável Metástase Hematogênica – FOCA -> MARIANA SUCOLOTTI ATM23 PNEUMOLOGIA Síndrome Paraneoplásica ▪ Osteoarticulares: hipocratismo digital, periostite embainhante ▪ Hormonais: Cushing ▪ Hematológicos: anemia ▪ Cutâneos: acantose nigricans ▪ Neuromusculares: Eaton-Lambert (paralisia) ▪ São apresentações que ocorrem em paralelo ao câncer, não tem relação com a evolução. ▪ Hipercoagulabilidade, dermato e polimiosite: ▪ Osteoartropatia pulmonar hipertrófica, hipercalcemia: tumores de não pequenas células ▪ Síndromes endocrinológicas, hematológicas e neurológicas: tumores de pequenas células → Tumor mais central, diagnóstico diferencial com linfoma Investigação Diagnóstica Biopsia obrigatória; É diferente a investigação de tumores de apresentação central e tumores de apresentação periférica; Local de mais fácil acesso Avaliar risco e benefício: se o tumor estiver em um pulmão muito enfisematoso por exemplo; Métodos: ▪ CP de escarro: não muito específico, pode ter células malignas de qualquer parte do trajeto do escarro; ▪ Endoscopia respiratória: dependendo da lesão periférica pode não alcançar; ▪ Mediastinoscopia: através da fascia pré-traqueal avista-se o mediastino, por fora da via aérea; boa para estadiamento; ▪ Biópsia transcutânea: melhor para lesões periféricas; ▪ Biópsia a céu aberto; ▪ Ressecção cirúrgica Investigação de Hemoptise 65 anos, ex fumante com DM2, em uso irregular de glibenclamida. Astenia, perda de peso, piora da tosse seca há dois meses. Procurou atendimento por hemoptise volumosa, não ameaçadora à vida. Conduta: endoscopia respiratória com biópsia. Investigação de Convulsões 72 anos, fumante (70 maços/ano), diabético. Relato de tosse seca e perda ponderal >10% nos últimos meses, associado à disfonia. Atendido por convulsão parcial com evolução para generalizada; Tumor aparentemente central; Ao exame de imagem: lesão cerebral com halo de edema; TC de tórax com lesão mediastinal; Conduta: endoscopia respiratória com biopsia; Investigação de Dor 50 anos, não fumante, hipertenso, cardiopata isquêmico. Dor torácica posterior, à direita. Relata perda de peso, nega tosse ou hemoptise. MARIANA SUCOLOTTI ATM23 PNEUMOLOGIA Opacidade ao exame de imagem Punção transcutânea: adenocarcinoma. 56 anos, fumante 60 maços-ano, diabético. Exame de rotina evidencia lesão nodular em RX de tórax. TC de tórax com nódulo de 2-3 cm em LID. Lesão não é muito central, nem muito periférica. Conduta: endoscopia respiratória ou punção transtorácica. Investigação de Dor Óssea 59 anos, fumo de lenha, diabética e hipertensa. Dor nas costas. Perda de peso atribuída ao controle inadequado do diabetes. Hipercalcemia e FA elevado Conduta: endoscopia ou biopsia transcutâbea; Avaliação de Linfonodos Mediastinais Mediastinoscopia Ultrassom endoscópico PET-CT TC com emissão de pósitrons. Marcador biológico 18-fdg – as células tumorais tendem a captar esse marcador; Rendimento baixo, cicatriz de tuberculose pode causar falso positivo. Bom estadiamento . Biópsia Líquida Aplicabilidade: ▪ Detecção precoce ▪ Detecção de recorrência ▪ Escolha medicamentos ▪ Monitorização e resposta ▪ Resistência Classificação Histopastológica Tumores mais centrais: epidermoidas e pequenas células; Tumores mais periféricos: pneumócitos tipo II – adenocarcinomas. Em ordem de prevalência: ▪ Adenocarcinoma ▪ Escamosos ▪ Carcinoma de pequenas células Tipos histológicos Adenocarcinoma Tumores periféricos (Até a pleura), múltiplos nódulos pulmonares; Origem: epitélio bronquíolo alveolar, glândulas mucosas. Crescimento lento (2x em 160 dias) Invasão vascular precoce; MARIANA SUCOLOTTI ATM23 PNEUMOLOGIA Metástase LNF e órgãos no diagnóstico. Síndrome paraneoplásica: baqueteamento digital; Epidemiologia: ▪ Mais provável em não fumantes; ▪ Carcinoma in situ x pneumonia ▪ Cicatrizes pulmonares ▪ Metástase broncogênica Carcinoma Epidermoide Apresentação central: pólipo ou massa séssil; Origem no epitélio brônquico Duplicação em 90 dias Prognóstico um pouco mais favorável– diagnóstico geralmente mais precoce Obstrução da luz do brônquio Tosse seca, hemoptise Pneumonia obstrutiva Mais tardiamente atelectasia Síndrome paraneoplásica: hipercalcemia Carcinoma de Grandes Células Localização mais periférica do que central, grandes massas; Disseminação em linfonodos e órgãos; Origem: epitélio neuroendócrino; Similar ao adenocarcinoma; Evolução mais rápida: duplica em 90 dias ; Melhor resposta à quimioterapia, Opacidade arredondada periférica com grande quantidade de linfonodos. Carcinoma de Pequenas Células Grande massa volumosa Grande proliferação em linfonodos e vasos Origem no epitélio brônquico Central: obstrução brônquica rápida Invasão vascular precoce Metástases precoces em linfonodos mediastinais e hilares, SNC, fígado, ossos e adrenais; Pode ser difícil distinguir nas imagens o tumor dos linfonodos. Evolução muito rápida, duplica em 30 dias; Síndrome paraneoplásica: neuroendócrinas, SIADH, crushing, Eaton-lambert Muito mais letal Alta taxa de recidivas Pode ser localizado: campo de radioterapia Disseminado: não cabe em um campo de radioterapia – só pode fazer quimio. MARIANA SUCOLOTTI ATM23 PNEUMOLOGIA Classificando a Disseminação TNM – tumor, linfonodo e metástase Tumores que invadem estruturas que não podem ser ressecadas: T4 Linfonodos 1- N1 se for no mesmo lado 2- N2 se forem subcarinais ou submediastinais 3- N3 se forem hilares contralaterais um subclaviculares Metastases: Pulmão Adrenal Ossos Tratamento - Cirúrgico Lobectomias, segmentectomia; Quando menor for o estágio do tumor, maior a proposta Terapias adjuvantes: pode-se chegar à imunoterapia Pequenas células: quimioterapia + radioterapia + cirurgia,
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