Prévia do material em texto
Câncer de pulmão Pneumologia - sexto período Maria Geovana Epidemiologia Pico de incidência: 60 anos 90% fumantes 3% fumantes passivos FATORES DE RISCO Exposição ao tabaco, fumaça, telha de amianto Clínica *TUMOR PRIMÁRIO: TOSSE, HEMOPTISE, SIBILO, DISPNEIA TOSSE Seca ou produtiva *Importante: mudança de característica no fumante Sintoma mais comum ⇒ DPOC é um importante diag diferencial no fumante Mecanismos: secundária a um tumor vegetativo dentro do brônquio (gera obstrução + inflamação) ou devido a ulceração da mucosa Mais comuns em tumores centrais Periféricos: menos sintomas → brônquios de menor calibre HEMOPTISE ⅓ das neoplasias pulmonares Tosse com expectoração com sangue Se > 40 anos = solicitar RX tórax, TC e broncofibroscopia Pode ser volumosa: secundária à ruptura de vasos brônquicos; ou pequena quantidade Volume depende da neoplasia e tempo de evolução do tumor DISPNEIA E SIBILO Dispneia: obstrução tumoral de brônquio pp ou da traqueia Sibilo: estreitamento de um grande brônquio, pela obstrução tumoral ou pela compressão extrínseca. Doença mais avançada. Espirometria não está alterada (dif da asma e DPOC). Classificação Com base no tipo histológico CARCINOMA ESPINOCELULAR (EPIDERMÓIDE/DE CÉLULAS ESCAMOSAS) Origem: epitélio brônquico Mais comum central, pp brônquio de grande calibre, devido a sua histologia Mais comum em homens No BR é o mais comum Sinais e sintomas: tosse, hemoptise, pneumonia de repetição *Apesar da localização central, pode pegar em ápice pulmonar ou inferior, porque depende de bronquios de maior calibre, que também estão em outras regiões do pulmão. RX: massa tumescente junto ao hilo pulmonar, com ou sem indícios de complicação obstrutiva (pneumonia/ atelectasia) ADENOCARCINOMA Origem: gls mucosas Localização mais periférica → não provoca sintomas respiratórios significativos *Sinais e sintomas menos significativos, nem sempre presentes Mais comum nas mulheres Segundo tipo mais comum no BR RX: massa grosseiramente circunscrita, muitas vezes normal. Usar TC. Quando descoberto, em estágio mais avançado. *Importante observar o seio costofrênico, porque pode dar derrame pleural TC: nódulo irregular e nódulos satélites (menores), com derrame pleural → metástase. CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS Tumores mal diferenciados, os quais não possuem características específicas de epidermóide, adenocarcinoma ou pqns células Mais raro, pior prognóstico Localização preferencialmente periférica Sinais e sintomas: pode ser assintomático RX: assemelha se ao adenocarcinoma CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS (OAT CELL) De origem brônquica Localização preferencialemnte central Alta taxa de doença metastática. Alto poder de mortalidade. Síndromes Paraneoplásicas Linfonodomegalias hilares são comumente encontradas. É o de pior prognóstico. Entre todos os tumores, juntando os 2 grupos. Grande associação com o tabagismo Sinais e sintomas mais comuns: Tosse, hemoptise, pneumonias de repetição. > Sinais e sintomas semelhantes ao epidermóide RX massa tumescente junto ao hilo pulmonar, com ou sem indícios de complicação obstrutiva, como pneumonia e/ou atelectasia. > Característica dos CA de pulmão de localização CENTRAL *Invasão de mediastino 2 tipos de sintomatologia: > disseminação locorregional (pelo próprio processo tumoral, neoplasia) > metástases que vão originar as síndromes paraneoplásicas: alterações sistêmicas. Tumores em contato com os vasos TUMOR DE PANCOAST TOBIAS Tumores que se localizam posteriormente no ápice dos lobos superiores, junto ao plexo braquial A maioria dos tumores de Pancoast Tobias é do tipo ESPINOCELULAR, de origem central, mas com predomínio em ápice de pulmão.Vai comprimir o plexo braquial. Dor, atrofia de muculatura e (o cervical) a síndrome de horner Sinais e sintomas são relacionados à infiltração de raízes nervosas –CERVICAL E TORÁCICA--> Dor; Atrofia da musculatura do ombro; Alterações da temperatura cutânea. Vasos e nervos, plexo braquial e costelas, pp primeira e segunda. Síndrome de Horner (compressão nervosa cervical) → miose + ptose palpebral + enoftalmia unilateral + anidrose facial ipsilateral (para de transpirar daquele lado) ★ PARALISIA DO NERVO LARÍNGEO RECORRENTE compressão do nervo laríngeo recorrente RX: massa tumoral em ápice Rouquidão é observada em fases mais avançadas do tumor Deve-se a compressão ou invasão do nervo laríngeo recorrente pelo tumor Mais comum em tumores do lobo superior e metástase de mediastino ★ SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR Mais comum no carcinoma de pequenas células. O câncer de pulmão é responsável por 46 à 76 % de todos os casos de síndrome da veia cava superior (SVCS). É resultado da compressão ou invasão da VCS pelo tumor. Muito relacionado ao CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS SINAIS E SINTOMAS: • Edema e pletora facial. • Dilatação das veias do pescoço, do ombro e da parede anterior do tórax. • Cianose facial. *Se sinais de edema cerebral → mal prognóstico. Pleura Derrame pleural é um achado comum nos pacientes portadores de neoplasia pulmonar secundária a invasão da pleura visceral. Pela própria invasão locorregional ele invade a pleura e causa o derrame pleural e dor torácica (pelo acometimento de pleura parietal) Normalmente é hemorrágico, podendo ser de moderado a grande volume. SINAIS E SINTOMAS: • Dispnéia • Dor torácica • Tosse Tumores pleurais MESOTELIOMA Neoplasia rara e geralmente avançada ao diagnóstico (prognóstico ruim e sobrevida curta - 9 a 17 meses) Fatores de risco: asbestose, exposição a radiação (radioterapia prévia) Maioria: piora lenta e progressiva - dor, dispneia, tosse, rouquidão e disfagia RX: espessamento pleural e derrame pleural unilateral Espessamento pleural vê melhor na TC - em situações normais não tem como ver a pleura na TC, mas nesse tumnor sim Avaliação: TC, toracocentese e biópsia pleural (padrão ouro) Estadiamento: PET CT, mediastinoscopia e laparoscopia (quando acometimento subdiafragmático) TUMORES SECUNDÁRIOS: METÁSTASE PLEURAL Apresentação mais comum: derrame pleural maligno O prognóstico depende da idade, estadio tumoral, comorbidades, composição do líquido e resposta do tumor primário à quimioterapia. Sítios primários: pulmão, mama, ovário, linfoma e cólon. Disseminação extratorácica Derrame pleural é um achado comum nos pacientes portadores de neoplasia pulmonar secundária a invasão da pleura visceral. Pela própria invasão locorregional ele invade a pleura e causa o derrame pleural e dor torácica,(pelo acometimento de pleura parietal) Normalmente é hemorrágico, podendo ser de moderado a grande volume. SINAIS E SINTOMAS: • Dispnéia • Dor torácica • Tosse FREQUÊNCIA DE METÁSTASES EXTRATORÁCICA 1. Carcinoma de Pequenas células. (Por isso pior prognóstico em relação aos outros.) 2. Adenocarcinoma. 3. Carcinoma de Grandes Células. ( pior prognóstico dentro do de não pequenas células e porém menos metastático do que o carcinoma de pequenas células.) 4. Espinocelular. OBS: 2, 3 e 4: carcinoma de não pequenas células SISTEMA NERVOSO CENTRAL CA de pulmão é a neoplasia que mais produz metástase para o cérebro. 10% dos pacientes com neoplasia pulmonar já tem metástase no cérebro no momento do diagnóstico. Cefaléia é o sintoma mais comum. Pode ocorrer compressão medular. (casos graves). OSSOS Os sinais e sintomas associados à metástase óssea são: ➔ dor ➔ fraturas patológicas ➔ hipercalcemia ➔ déficit neurológico ➔ imobilidade. SÍNDROME PARANEOPLÁSICA Termo utilizado para designar um grupo de sinais e sintomas secundários a neoplasia que ocorre em locais distintos do tumor primitivo e de suas metástases. a) SÍNDROME DE CUSHING: Ocorre com mais frequência no Oat cell. Caracterizado por: aumento de ACTH ou CRH, hiperglicemia, obesidade centrípeta (edema, anasarca), hipocalcemia. A síndrome de cushing pode ser metabólica (uso de corticoide) ou secundária a um tumor, inclusive um tumorde pequenas células. b) SECREÇÃO INAPROPRIADA DO ADH: Ocorre com mais frequência no Oat cell. De pequenas células está em frequente nas síndromes paraneoplásicas. Caracterizado por hiponatremia → baixa de sódio pela retenção de água Pode haver sintomas neurológicos. c)SÍNDROME DE EATON-LAMBERT: Anticorpos anti-canais de cálcio que impedem a liberação de acetilcolina e consequentemente a transmissão do impulso. Principal achado é fraqueza muscular proximal (cintura escapular, cintura pélvica. O paciente vai ter fraqueza na flexão de quadril, tronco, ombro, e o distal vai estar preservado) d) HIPERCALCEMIA: Associado ao CARCINOMA EPIDERMÓIDE. Não está muito relacionado muito a carcinoma de pequenas células. Ocorre a secreção tumoral de peptídeo PTH símile • Clínica semelhante ao hiperparatireoidismo: hipercalcemia grave e hipofosfatemia. Diagnósticco 1. EXAMES DE IMAGEM a) Radiografia Melhor nos casos centrais; Achados mais comum são: ➢Nódulos ➢Derrame pleural ➢Atelectasias ➢Alargamento de mediastino b)Tomografia Computadorizada Permitirá a identificação de características sugestivas de malignidade, como os espículas e aumento do tamanho. É mais específica Melhor precisão do que a radiografia no tumor periférico. TC consegue delimitar o tumor. O próximo passo é solicitar o histopatológico. *Em geral segue esta ordem :RX, TC e por último a biópsia 2. EXAMES CITOLÓGICOS / HISTOPATOLÓGICOS a)Citologia do escarro Método não invasivo e útil no diagnóstico de CA pulmonar. Depende de: escarro, tamanho e localização do tumor *Diferencial com TB Se negativo não exclui o câncer. Deve-se colher 3 amostras pela manhã em 3 dias consecutivo b) Broncoscopia Para diagnóstico e estadiamento do CA pulmonar. TU Central Toda lesão suspeita deve ser biopsiada. *Se lesão periférica: biópsia transbrônquica Por isso a TC é importante para localização precisa do tumor. c) PAAF percutânea Punção aspirativa por agulha fina. Utilizada no diagnóstico de lesões periféricas, pleurais e da parede torácica. Risco de pneumotórax (importante fazer guiada). Por isso que a gente sempre tenta métodos não invasivos. ESTADIAMENTO O Estadiamento é de acordo com o TNM; T = é o tamanho do tumor onde vai influenciar na classificação. N é de linfonodo regional → pensar em metástase linfonodal. M é metástase a distância TRATAMENTO O tratamento não é algo fixo, mas basicamente: Estádio I: Possível lobectomia ou pneumectomia + a ressecção linfonodal de mediastino caso tenha comprometimento linfonodal. Estádio II: Lobectomia ou pneumectomia + a ressecção linfonodal de mediastino e Provável quimio adjuvante. Estádio IIIA: Cirurgia. Estádio IIIB: Quimioterapia ou radioterapia. Estádio IV: quimioterapia e/ou radioterapia.
Compartilhar