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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Talita Daniele Alves Gomes Caldeira Pós-Graduada Lato Sensu em Cultura e Literatura pela Faculdade de Educação São Luís. Graduada no Curso de Artes/Licenciatura em Música pela Universidade Estadual de Montes Claros. Atualmente leciona a disciplina Arte na Educação Básica na cidade de Ipatinga na rede privada e pública. Escritora na área da Educação Artística e tutora do curso de Pedagogia da Faculdade única de Ipatinga-MG LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1ª edição Ipatinga – MG 2021 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Bruna Luiza Mendes Leite Carla Jordânia G. de Souza Guilherme Prado Salles Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras Taisser Gustavo de Soares Duarte © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br http://www.faculdadeunica.com.br/ 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científi- cos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................... 8 1.1 LÚDICO NA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 8 1.2 MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ENSINO ................................................ 10 1.3 EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS EMOCIONAIS .............................................................. 11 1.4 LÚDICO E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL. ..................................................... 13 FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 17 TENDÊNCIAS DO ENSINO DE MÚSICA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO ENSINO INFANTIL .............................................................................. 21 2.1 MÚSICA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL ........................................................... 21 2.2 ENSINO LÚDICO E MUSICAL PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL .................................. 24 2.3 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MUSICALIZAÇÃO ............................................... 26 2.3.1 Os Sons Na Primeira Infância .......................................................... 26 2.4 BRINCADEIRAS MUSICAIS PARA O ENSINO INFANTIL .............................................. 28 2.5 TECNOLOGIA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL: NOVAS TENDÊNCIAS DE ENSINO ........................................................................................................................ 30 2.5.1 A Utilização De Mídias Digitais Dentro Da Sala De Aula ........... 32 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 34 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ................................. 38 3.1 ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL NA EDUCAÇÃO BÁSICA. ............................................................. 38 3.2 ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL DA BNCC ... 41 3.2.1 Habilidades Da Bncc Com Atividades Lúdicas Na Educação Infantil .................................................................................................. 41 3.2.2 O Trabalho Com A Música E A Brincadeira Na Educação Infantil .................................................................................................. 44 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 47 JOGOS E BRINCADEIRAS ....................................................................... 50 4.1 O JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................................................... 52 4.3 TIPOS DE JOGOS ........................................................................................................ 56 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 60 BRINQUEDOTECA LÚDICA VIRTUAL ....................................................... 63 5.1 IDEIAS INOVADORAS PARA ENSINO LÚDICO .......................................................... 63 5.2 BRINQUEDOTECO VIRTUAL DO CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) .............................. 65 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 69 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO ............................................................ 73 6.1 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO – ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS ....................................................................................................... 73 6.2 DEFINIÇÃO E CONCEITO DE PLANEJAMENTO ......................................................... 73 6.3 AS ETAPAS DO PLANEJAMENTO ................................................................................ 76 6.4 METODOLOGIA DE ENSINO PARA APLICAR EM UMA AULA LÚDICA ...................... 78 6.5 PROJETO PEDAGÓGICO ............................................................................................ 80 6.5.1 Elaboração de Projetos Pedagógicos ......................................... 80 6.5.2 Conceitos e Definições Sobre Projetos Pedagógicos ............... 81 6.5.3 Etapas de Produção De Projeto Pedagógico............................ 83 UNIDADE 02 UNIDADE 01 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 6 6.6 ESPAÇO, MATERIAIS E TEMPO PARA REALIZAR UM PROJETO EDUCACIONAL ....... 86 FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 89 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 92 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 937 CONFIRA NO LIVRO Nesta unidade veremos alguns conceitos e definições Música e Ludicidade. A contextualização sobre a importância do desenvolvimento de atividades lúdicas durante o ensino infantil de forma interativa garantindo a exploração de habilidades emocionais e cognitivas educacionais. Nesta unidade veremos ainda citações de autores que fazem o embasamento teórico sobre os conceitos e definições dos termos referentes ao nosso livro. Estudaremos nesta unidade as tendências do ensino de música e a importância do brincar na educação infantil, o ensino para alunos especiais e a inserção de novas tecnologias em sala de aula baseando em referências educacionais. Nesta unidade analisaremos as competências e habilidades vigentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil na Educação Básica. Serão abordadas ainda as competências e habilidades que podem ser desenvolvidas utilizando a música no ensino infantil. Esta unidade abordará conceitos e importância jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Uma análise de sobre a aplicabilidade de atividades lúdicas no processo ensino aprendizagem com referencial teórico sobre essas ações. Esta unidade irá tratar sobre o desenvolvimento da brinquedoteca virtual do curso EAD de Pedagogia da Faculdade Única. O projeto visa despertar práticas pedagógicas divertidas e lúdicas através de atividades e brincadeiras com objetivos educacionais pedagógicos. Nesta etapa vamos finalizar o nosso estudo compreendendo a importância da elaboração de projetos pedagógicos na Educação Básica. Vamos entender as etapas de um projeto pedagógico para trabalhar conteúdos da disciplina na Educação Infantil. 8 LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES 1.1 LÚDICO NA EDUCAÇÃO A educação no ensino infantil tem um grande papel no desenvolvimento social e humano ao ofertar oportunidades de práticas educativas de diversas formas a partir das vivências escolares. Através da educação a concretização dos direitos sociais e a cidadania da infância oportunizam que a criança desperte suas habilidades emocionais e criativas. A formação pedagógica dos professores representa um ponto essencial para o desenvolvimento das atividades escolares através de estudos e pesquisas sobre as formas e meios de ensinar. Compreender as faixas etárias e as habilidades que podem ser desenvolvidas durante o processo ensino aprendizagem na educação é essencial para organização e planejamento de atividades. Um ponto de referência importante é a Resolução Nº 2, de 9 de outubro de 2018 do Ministério da Educação define o ensino na Educação Infantil inicia desde a pré-escola compreendendo a faixa etária de 0 até os 5 anos e 12 meses de idade. Os profissionais da educação que trabalham no ensino infantil devem ter engajamento pedagógico com pensamento, reflexão e diálogo sobre a infância. É importante possuir um conhecimento amplo de como as crianças aprendem e se desenvolvem na oportunidade de atender às necessidades e interesses individuais de cada um. A utilização de atividades e propostas pedagógicas na primeira infância representa a iniciação educacional de todo aprendizado que haverá ao longo da vida. De acordo com os Parâmetros Nacionais de qualidade da Educação Infantil (2018, p.12) é na primeira infância que ocorre o desenvolvimento do controle emocional e de suas habilidades que afetarão a vida da criança e sua aprendizagem, porque: [..]áreas de desenvolvimento altamente importantes, como controle emocional, habilidades sociais, linguagem e aritmética, alcançam seu auge nos primeiros três anos de vida infantil. A importância de prestar serviços de qualidade para a Primeira Infância é sustentada UNIDADE 01 9 por evidências dessa natureza. Isso mostra que as experiências específicas de uma criança nos seus primeiros anos de vida têm o profundo efeito de limitar ou expandir seu potencial social, físico e cognitivo. Portanto, planejar atividades educacionais para o ensino infantil com práticas lúdicas demonstra preocupação do docente em propor para as crianças a oportunidade de criação e contato com diferentes habilidades. Ao elaborar uma atividade com orientação e prática lúdica o docente consegue colaborar para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor do aprendizado na primeira infância. O entendimento sobre o lúdico compreende o conhecimento prévio para que o docente desenvolva as atividades pedagógicas de forma segura e preparada. A palavra “lúdico” tem sua origem na palavra latina “ludus” que significa jogo. Apesar dessa definição objetiva o lúdico é visto na educação como uma ação que reflete o brincar para tornar o aprendizado mais agradável. Guerra, Rolim e Tassigny (2008, p.177) fazem um estudo de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil e refletem sobre o lúdico: Ao consultar um dicionário, deparamo-nos com diversos significados para a palavra brincar, e todos eles nos passam a ideia de diversão, distração, agitação, faz de conta. A brincadeira é o lúdico em ação. Brincar é importante em todas as fases da vida, mas na infância ele é ainda mais essencial: não é apenas um entretenimento, mas, também, aprendizagem. A criança, ao brincar, expressa sua linguagem por meio de gestos e atitudes, as quais estão repletas de significados, visto que ela investe sua afetividade nessa atividade. Por isso a brincadeira deve ser encarada como algo sério e que é fundamental para o desenvolvimento infantil. Como dito pelos autores acima analisando o posicionamento de Vygotsky, o lúdico pode ser utilizado como entretenimento sendo ferramenta facilitadora do processo ensino aprendizagem ao relacionar a emoção à aprendizagem de conceitos educativos. Ao pensar em atividades educacionais que possuem propósito educativo com prática lúdica, o docente instiga a construção do conhecimento, a descoberta e a prática pedagógica de forma prazerosa e significativa para o educando. Dessa forma, utilizar atividades pedagógicas de forma lúdica propõe ainda à participação das crianças em suas diversidades emocionais promovendo o desenvolvimento emocional, educacional e criativo. Portanto, o trabalho com bebês e crianças da educação infantil necessita que o educador procure formas de atrair a atenção da criança com propostas 10 dinâmicas e interativas garantindo a exploração de habilidades emocionais e cognitivas educacionais. Assim, a utilização de brincadeiras educativas e/ou objetos interativos que tenham uma proposta de aprendizagem pode provocar a curiosidade do aluno e oportunizar o ensino de forma leve e atrativa. 1.2 MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ENSINO Percebemos uma evolução da educação diante da diversidade de propostas e metodologias de ensino em que a sociedade se encontra. Novas ferramentas e novas propostas pedagógicas despertam novas ideias nos docentes que precisam mediar o conhecimento do educando atendendo às diversidades de aprendizagens encontradas na sala de aula. Diante dessas mudanças e novidades pedagógicas, é possível intensificar o uso da música na educação propondo inúmeras possibilidades de escuta com concentração, percepção de mundo e manuseio de objetos interativos sonoros. Através da escuta a criança desenvolve habilidades como a fala, o canto, a escrita e a interatividade com outras pessoas ouvindo ou reproduzindo atividades musicais. Por não ser um objeto visível, o som deve ser ouvido para ser compreendido e a partir da escuta o professor pode propor atividades de reprodução e brincadeira tornando-o um objeto de aprendizagem. Para iniciar o uso da música na educação é possível partir do princípio do ouvir sons diversos e identificá-losem suas diversas características. Através da prática da escuta musical a criança reconhece os sons à sua volta tais como os de objetos, animais, pessoas, instrumentos, entre outros, construindo e desenvolvendo seu repertório imagético. A educadora Parejo (2007, p. 06) nos fala sobre a importância do “ouvir”: 11 O OUVIR, segundo estratégias bem definidas, é o ponto de partida. A escuta musical cria as condições necessárias para que a pessoa se torne receptiva ao ambiente sonoro, à escuta de si próprio e à música, naturalmente; é também através do ouvir que as condições fisiológicas, psicológicas e emocionais do indivíduo se transmutam, levando-o a estados de relaxamento, concentração, percepção e bem-estar que permearão todo o processo. Ainda sobre a importância do ouvir, Brito e Mifano (2003, p.187) nos diz que: Aprender a escutar, com concentração e disponibilidade para tal, faz parte do processo de formação de seres humanos sensíveis e reflexivos, capazes de perceber, sentir, relacionar, pensar, comunicar-se. Escutar é perceber e entender os sons por meio do sentido da audição, detalhando e tomando consciência do fato sonoro. Mais do que ouvir (um processo puramente fisiológico), escutar implica detalhar, tomar consciência do fato sonoro. Para perceber a importância da escuta lembre-se de como o ser humano se interage e reage ao ouvir uma música em diferentes situações do cotidiano seja em algum evento festivo, em trilha sonora de filmes, em momentos de reflexão ou no próprio dia a dia. Assim a utilização da música no processo ensino aprendizagem a partir das vivências da primeira infância pode contribuir na formação da identidade cultural dos alunos. Ao propor atividades que impliquem na apreciação sonora o docente estará oferecendo às crianças a oportunidade de conhecimento da diversidade sonora que existe desenvolvendo ainda as habilidades de percepção, escuta e reprodução de sons. 1.3 EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS EMOCIONAIS A vivência ou experiência artística contribui de forma significativa para formação de um educador. Participar de uma atividade de produção educacional pedagógica ou artística oferece a oportunidade de apresentar nossas emoções e 12 sentimentos bem como nossas ideias sobre um determinado assunto ou fato. Essa vivência contribui significativamente na composição do nosso repertório criativo onde podemos desenvolver habilidades socioemocionais. A seguir será apresentado um relato de experiência vivenciado pela autora deste livro: Aos 7 anos de idade eu ingressei em uma escola especializada em Arte chamada Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes na minha cidade natal, Montes Claros-MG. Lá tive várias experiências artísticas com música, dança, teatro e desenho desde a minha infância até o meu ingresso na Faculdade de Arte. As minhas experiências artísticas vividas dentro do Conservatório eram voltadas para a prática musical em orquestras, atuação com grupos de teatro, desenvolvimento de projetos de expressão artística, entre outros. Com esta experiência pude desenvolver minha habilidade de criação para elaborar novas ideias sobre projetos artísticos emocionais. Aulas teóricas e práticas nesta escola me despertaram o interesse em atuar na área como professora de Arte na Educação Básica. Realizei o Ensino Superior de Licenciatura em Arte pela Universidade Estadual de Montes Claros – MG (Unimontes) e percebi através das disciplinas ofertadas no meu curso a necessidade de elaboração de projetos artísticos para serem trabalhados na Educação Básica. Através do desenvolvimento de aulas criativas, diversificadas que pudessem instigar as mais distintas habilidades artísticas nos alunos seria possível realizar um ensino de arte com qualidade e criatividade em qualquer escola de Educação Básica. Em todas as experiências artísticas práticas que vivenciei percebi o quanto era importante ter um novo olhar sobre a expressão e emoção de cada pessoa. Através das expressões podemos entender o que cada um sente de acordo com sua bagagem cultural. Ao ingressar na educação básica no ano de 2012 em uma escola particular na cidade de PIRAPORA – MG comecei a entender o quanto o estudo teórico seria importante no meu planejamento como educadora realizando as propostas pedagógicas baseadas em vivências que já tinha passado durante o ensino superior. A vivência na sala de aula confirmou de forma concreta a importância da ludicidade, do entendimento sobre a diversidade cultural de cada pessoa e da compreensão de como realizar atividades práticas e lúdicas para promover o 13 ensino. Ao desenvolver atividades com jogos, brincadeiras e músicas percebia o quanto as crianças interagiam e compreendiam conceitos de mundo de forma leve e prazerosa. Como exemplo dessa descoberta fascinante sobre as formas de ensinar “brincando”, utilizava jogos de perguntas e resposta sobre algum tema ou trabalhava o canto de músicas do cancioneiro infantil como a música “Escravos de Jó” realizando movimentos corporais ou ritmos utilizando chocalhos de garrafa pet. Diante dessa experiência é possível constatar que na vida de uma criança, a brincadeira e arte fazem parte do seu cotidiano. Vivenciar a arte na infância desperta os sentidos e o seu olhar sobre o mundo de forma criativa e lúdica. O estímulo corporal através da fala, do som, do desenvolvimento do repertório imagético contribui para o seu desenvolvimento socioemocional e social através das suas expressões artísticas. Apesar dos desafios que podem ser encontrados em uma sala de aula a vivência pedagógica do professor pode ser um suporte essencial para realizar a mediação do conhecimento de forma segura para as crianças pois [...] o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas. (RCNEI 1998, p. 30). Ressalta-se que ter uma vivência artística é importante, mas pesquisar e assistir ideias voltadas para a elaboração de atividades com ludicidade e musicalização faz diferença na capacitação de um professor na Educação Básica. Neste livro veremos caminhos alternativos para essas vivências ou pesquisas artísticas para aqueles que não tiverem acesso à uma escola especializada em Arte a fim de instigar o processo criativo do professor de Educação Básica. 1.4 LÚDICO E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL. Ao pensarmos em lúdico ou ludicidade nos remetemos às atividades com propostas de brincadeiras. Refletindo a verdadeira concepção do lúdico em 14 formato educacional não podemos nos firmar na ideia de que as brincadeiras sem um objetivo pedagógico envolverão o conhecimento e desenvolvimento das habilidades do aluno. A utilização de jogos, brincadeiras e músicas no processo ensino aprendizagem representa uma organização educacional diversificada e pensada estrategicamente para desenvolver habilidades diversas nos alunos. As atividades podem ocorrer desde o início da aula com perguntas simples até a criação de um conceito sobre um determinado assunto. Ao propor essas atividades o professor irá explorar o conhecimento e bagagem cultural do seu aluno para que a partir dessa primeira impressão possa desenvolver o conhecimento com mais profundidade.O conhecimento das diferentes formas de aplicabilidade do lúdico e da musicalização é de suma importância para desenvolver um trabalho educacional de qualidade. Conhecer as técnicas de aplicação e desenvolver projetos musicais com os alunos trará benefícios expressivos para o desenvolvimento socioemocional e criativo dos mesmos. A prática lúdica no ensino infantil deve ser pensada como uma ferramenta de avanço educacional e aprendizado do aluno através de desafios, propostas de criação e interação com o meio e com o outro. A experiência musical de quem estuda em uma escola específica não é a mesma de outra pessoa que teve aula somente na educação básica. A falta de material ou mau planejamento de atividades de experiências passadas deve servir de inspiração para um melhor desenvolvimento da sua carreira como professor. Acreditar que atividades como “somente assistir um vídeo no youtube” ou cantarolar uma música na entrada do turno sejam formas de musicalização para toda aula é firmar o conceito da falta de pesquisas ou práticas educacionais lúdicas, musicais e inovadoras. O ensino de música na educação básica foi implementado regularmente pela Lei nº 9.394/96 favorecida pela Lei nº 11.769/08 sendo reconhecido como conteúdo obrigatório da disciplina de ARTE mas não conteúdo exclusivo da mesma. A implementação da música na educação básica reitera a importância das atividades lúdicas e musicais para o desenvolvimento psicomotor das crianças e adolescentes. Diante disso, as discussões sobre a importância da música no ensino da educação básica tornaram-se recorrentes pela Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) realizando seminários, palestras, rodas de conversas e 15 debates sobre o tema. O pedagogo que não se sentir preparado para desenvolver seu trabalho poderá buscar uma formação mais específica na área através de complementação pedagógica, formação de pós-graduação ou cursos na área para ficar por dentro das técnicas de ensino. Portanto devemos utilizar a música e a ludicidade na educação como forma de liberdade de expressão com respeito às diversidades culturais ampliando a visão de mundo do aluno, desenvolvendo sua criatividade e assegurando o seu acesso à cultura. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta, no campo de experiências “Traços, sons, cores e formas”, que produzir e conviver com as diferentes manifestações artísticas e as diversas formas de expressão das Artes Visuais, como pinturas, colagens, desenhos, gestos, traços, dentre outras, contribui para que as crianças, desde pequenas, desenvolvam senso crítico, o conhecimento de si e dos contextos que as cercam (BRASIL, 2016). https://bit.ly/3nmDh1E https://bit.ly/3B0VV41 16 Figura 1: Música e Ludicidade Fonte: Arquivo da Autora (2021) O aproveitamento de atividades criativas e lúdicas para desenvolver habilidades socioemocionais e cognitivas contemplam a prática educacional que contribui na formação dos alunos. É preciso compreender as limitações do seu aluno e conseguir aproveitar ao máximo a criatividade e a espontaneidade durante uma atividade. Assim, o professor trará uma experiência artística rica e significativa para o desenvolvimento do repertório imagético dos alunos através de novas ideias. 17 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O trabalho do professor regente na educação infantil deve se atentar aos conceitos educacionais sobre os conteúdos. Na visão educacional sobre o ponto de vista pedagógico, sobre a aplicação da ludicidade no ensino infantil podemos afirmar que: a) não é mais utilizado nos padrões pedagógicos atuais. b) cada vez mais os professores estão desenvolvendo atividades lúdicas que proporcionem um melhor aproveitamento do conteúdo c) os processos de criação das atividades lúdicas devem ser sempre de forma teórica. d) forma de expressão das linguagens como música, desenho, pintura, entre outros não contribuem para a ludicidade educacional. e) As práticas educacionais lúdicas contribuem na formação educacional da criança desde que seja realizada sempre no interior da sala de aula. 2. Através da educação a concretização dos direitos sociais e a cidadania da infância oportunizam que a criança desperte suas habilidades: a) emocionais e criativas. b) filosóficas e conceituais. c) objetivas e criativas. d) expressivas somente. e) literais e filosóficas. 3. De acordo com a Resolução Nº 2, DE 9 DE OUTUBRO DE 2018 do Ministério da Educação define o ensino na Educação Infantil inicia desde a pré-escola compreendendo a faixa etária de: a) 1 ano e 2 meses até 3 anos. b) 0 até os 4 anos e 12 meses. c) 1 ano até 4 anos. d) 0 até os 5 anos e 12 meses. e) 1 ano até 5 anos. 18 4. De acordo com os Parâmetros Nacionais de qualidade da Educação Infantil (2018, p.12) é na primeira infância que ocorre o desenvolvimento do controle emocional e de suas habilidades que afetarão sua vida e sua aprendizagem. Sobre esse tema podemos afirmar que: a) A utilização de atividades e propostas pedagógicas na primeira infância representa a continuação educacional que deve ser encerrada durante o início do ensino fundamental. b) Os profissionais da educação que trabalham no ensino infantil podem ter engajamento pedagógico menor pois a criança não exige desenvolvimento de atividades de conhecimento de mundo. c) É importante possuir um conhecimento amplo de como as crianças aprendem e se desenvolvem na oportunidade de atender às necessidades e interesses individuais de cada um. d) Planejar atividades educacionais para o ensino infantil com práticas lúdicas demonstra preocupação do docente em propor para as crianças a oportunidade de se tornarem indiferentes. e) Ao elaborar uma atividade com orientação e prática lúdica o docente consegue colaborar para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor do aprendizado na primeira infância. 5. Há algum tempo na educação infantil o uso da música propõe inúmeras possibilidades de escuta com concentração, percepção de mundo e manuseio de objetos interativos sonoros. Sobre a utilização da música na educação infantil, podemos afirmar que: a) Para iniciar o uso da música na educação o professor deve ser um músico com formação específica. b) através da prática da escuta musical a criança reconhece os sons à sua volta de objetos, animais, pessoas, instrumentos, entre outros, construindo e desenvolvendo seu repertório imagético. c) A utilização da música no processo ensino aprendizagem a partir das vivências da primeira infância deve ser realizado com ensino técnico de leitura musical específica. d) Ao propor atividades que impliquem na apreciação sonora o docente estará 19 oferecendo às crianças a oportunidade de conhecimento técnico sobre a música. e) O professor deve trabalhar a diversidade sonora que existe desenvolvendo através da reprodução de uma música obrigatoriamente em um instrumento musical no ensino infantil. 6. Ao pensarmos em lúdico, ludicidade e brincadeiras nos remetemos às atividades com propostas de brincadeiras. a) As atividades lúdicas não podem ocorrer desde o início da aula pois pode promover o desinteresse dos educandos. b) Ao propor atividades lúdicas o professor deve sempre realizar uma brincadeira mesmo que não tenha objetivo pedagógico. c) O conhecimento das diferentes formas de aplicabilidade do lúdico podem tornar o professor um profissional que somente brinque som seus alunos e não gere conteúdo. d) A prática lúdica no ensino infantil deve ser pensada como uma ferramenta de avanço educacional para ser trabalho individualmente. e) A utilização de jogos, brincadeiras e músicasno processo ensino aprendizagem representa uma organização educacional diversificada e pensada estrategicamente para desenvolver habilidades diversas nos alunos. 7. O entendimento sobre o lúdico compreende o conhecimento prévio para que o docente desenvolva as atividades pedagógicas de forma segura e preparada. A palavra lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que significa jogo. Apesar dessa definição objetiva o lúdico é visto na educação como: a) Ferramenta educacional que deve ser utilizada somente fora da sala de aula. b) Ação que reflete o brincar para tornar o aprendizado mais agradável. c) Proposta educativa que permeia pela teoria do conhecimento. d) Atividade pedagógica praticada com registros técnicos de conhecimento. e) Brincadeira elaborada sobre um conteúdo sem fim educativo. 8. A música folclórica pode ser usada na Educação Infantil como instrumento pedagógico de ensino de valor próprio e significativo. Diverge-se dessa 20 concepção quando se afirma que esse tipo de música. a) Desenvolve um reconhecimento à diversidade e pluralidade cultural que existe no brasil. b) Estimula a imaginação e a criatividade, através do brincar e do caráter lúdico das letras. c) Propicia experiência musical carregada de conhecimento culturalmente construído pelas gerações anteriores. d) Instiga o repúdio às diversidades folclóricas pré-existentes na cultura brasileira. e) Oportuniza grande contribuição para o desenvolvimento social, cultural, e emocional da criança. 21 TENDÊNCIAS DO ENSINO DE MÚSICA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO ENSINO INFANTIL 2.1 MÚSICA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL O ensino de música tem se desenvolvido de forma mais intensa na Educação Infantil contemplando não somente as técnicas específicas para o conhecimento da teoria musical, mas reconhecendo culturas e músicas que representam a identidade de uma sociedade. A valorização e o reconhecimento da música em suas diversas possibilidades tem sido implementada na educação como uma ferramenta lúdica para o ensino infantil. A utilização da música na educação remonta desde a idade antiga onde gregos e romanos já utilizavam em seus rituais a música como um elemento de representação cultural. Durante a idade média temos uma grande influência da música na educação dos cristãos através de hinos religiosos entoados em missas ou outras cerimônias. No brasil o ensino de música iniciou durante o período colonial através da catequização dos índios pelos jesuítas que aqui chegaram. A educação baseada nos conceitos religiosos e a implantação de uma nova língua – português- desenvolveu-se através de imagens, músicas, orientações de fala e escrita. Durante os séculos seguintes a educação musical evoluiu com as tendências educacionais implantadas em nosso território tornando-se conteúdo e ferramenta lúdica no processo ensino aprendizagem. A evolução da educação musical tem sido relevante diante da modernização e da contemporaneidade que a sociedade vive. Entretanto, é possível utilizar a música como ferramenta de ensino com interdisciplinaridade com outras áreas como salienta Queiroz (2010): Como campo que se dedica ao estudo do ensino e aprendizagem da música, a Educação Musical tem estabelecido diálogos e interseções com diferentes áreas do saber humano, a fim de compreender os aspectos fundamentais do seu universo de estudo, tendo como base a gama de valores e significados sociais que circundam a música enquanto fenômeno artístico e cultural. (QUEIROZ, 2010, P.114) UNIDADE 02 22 Assim, como conteúdo obrigatório do ensino de ARTE, a educação musical deve ser desenvolvida desde a primeira infância podendo ser utilizada de forma interdisciplinar para criar conceitos e reconhecimentos da diversidade cultural e do desenvolvimento psicomotor da criança. Read (1986)na sua obra “A redenção do robô – Meu encontro com a educação através da arte” considerou que a arte e a educação estão ligadas ao homem como indivíduo e que a arte deve ser baseada na expressão e na liberdade de criação desde a infância. Esse autor nos diz: [...] quando falo em arte, quero dizer um processo educacional, um processo de crescimento; e, quando falo em educação, quero designar um processo artístico, um processo de autocriação. Como educadores, olhamos o processo do lado de fora; como artistas, vemos por dentro; e ambos os processos integrados constituem o ser humano completo. [Read (1986, p. 12)] Esse pensamento está relacionado às concepções do envolvimento e da prática artística do educador com o aluno e ao processo educacional pela arte onde se aborda todas as linguagens artísticas sendo a visual, literária, musical e poética. Através desse modelo educacional o indivíduo trabalha o seu olhar questionador e cria novas concepções sobre o mundo através da leitura de obras pré-existentes e a partir das suas criações. Na educação, a música e a ludicidade têm o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas de cada aluno e é função do professor promover e instigar o processo criativo do discente valorizando suas experiências e sua bagagem cultural e proporcionando novas formas de se expressar reconhecendo sua identidade e respeitando novas culturas. https://bit.ly/34wxzBa 23 A valorização do repertório cultural construído ao longo dos tempos, através das vivências de cada um, compõe a formação de identidade cultural do ser. Durante muito tempo a música era utilizada como ensino específico para aprender sobre a execução de instrumento musical. A partir do momento em que a música é trabalhada como conteúdo onde o aluno se torna protagonista na sua expressão do canto, do ritmo e desenvolve o reconhecimento cultural, o desenvolvimento do seu repertório torna-se ferramenta educacional que instiga a imaginação e a visão crítica do aluno. Logo, nessa perspectiva de criação do seu repertório e do conhecimento de mundo através da música, QUEIROZ (2004) nos mostra que: [...] podemos conceber Educação Musical como um universo de formação de valores que deve não somente se relacionar com a cultura, mas, sobretudo, compor a sua caracterização, ou seja, desenvolver um ensino da música como cultura (QUEIROZ, 2004, p. 100). Assim, a utilização da música no processo ensino aprendizagem pode proporcionar uma aula mais dinâmica e interativa que irá agregar conhecimentos sobre a cultura de forma mais prazerosa e divertida. Ao utilizar a música na educação é imprescindível a valorização da bagagem cultural do aluno e sua forma de expressão musical. Por mais simples que seja a atividade, a participação do aluno irá instigar o processo criativo e o desenvolvimento das habilidades de coordenação motora e emocional. A educação musical é bastante peculiar pois envolve diversas questões como as funções da música em uma sociedade, as propostas metodológicas do ensino de música em diversos contextos, a formação pedagógica do docente, entre outros. O pedagogo poderá realizar atividades lúdicas utilizando a música embasado em uma pesquisa teórica sobre o tema que irá trabalhar e qual música poderá inserir no contexto, mesmo sem uma formação específica na área. É importante ressaltar que ao utilizar a música na educação infantil o professor instiga o reconhecimento cultural do aluno ampliando seu conhecimento de mundo e conceitos a partir dos sons. 24 2.2 ENSINO LÚDICO E MUSICAL PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL O entendimento do processo evolutivo de cada faixa etária da Educação Infantil é um objetivo de extrema importância para o professor regente ou especialista. Através da percepção dos desenvolvimentos criativose de coordenação motora o professor pode planejar ou desenvolver uma atividade a partir desses dados gerais. Além dos dados estudados cientificamente sobre o desenvolvimento de cada faixa etária é necessária à compreensão das habilidades dos alunos com necessidades especiais. O processo de adaptação educacional para atender a demanda de crianças com necessidades especiais está em desenvolvimento e cabe ao(a) professor(a) regente ou especialista estar atento às questões metodológicas para o ensino em geral. Na lei de Diretrizes e Bases (LDB- 9.394/96) há determinação e defesa sobre o ensino de educação básica à alunos com necessidades especiais: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. Art.59 – Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: II - Terminalidade específica para aqueles que não possam atingir o nível exigido para conclusão do ensino fundamental em virtude das suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para superdotados. [...] (BRASIL, 1996) A Resolução Nº 4, de 02 de Outubro de 2009, do Conselho Nacional de Educação Básica apresenta a implementação de atividades curriculares com 25 Atendimento Educacional Especializado (AEE) para alunos com necessidades especiais. O documento ainda visa a plena participação do educando bem como sua participação na sociedade e no desenvolvimento da sua aprendizagem. Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional. (Brasil, 2009) Através dos documentos oficiais percebemos que o direito à educação inclusiva é irrevogável e é preciso o desenvolvimento de atividades que proporcionem aos educandos uma experiência dinâmica que instigue o seu desenvolvimento emocional e cognitivo. A adaptação de atividades lúdicas e musicais servem como um impulso para o desenvolvimento de habilidades uma vez que, através dessas práticas educacionais o aluno poderá expressar suas vivências com a diversidade e a inclusão que merecem. A elaboração de atividades com músicas e brincadeiras trará ao aluno com necessidades especiais a oportunidade de desenvolver habilidades na expressão das suas emoções tornando-o protagonista do seu desenvolvimento. O reconhecimento de mundo sobre suas vivências e o desenvolvimento emocional através das atividades diversificadas contemplam o desenvolvimento desses alunos. Preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades especiais trará benefícios de inclusão aos alunos atendidos pela instituição em que o professor estiver atuando. Compreender as dificuldades e utilizar a música de forma lúdica como mecanismo de inserção social e educacional deste aluno servirá como uma ferramenta 26 impulsionadora de suas habilidades emocionais e do desenvolvimento da sua capacidade intelectual. Sobre a formação de professores e o uso da música de forma lúdica na Educação Inclusiva Ferreira (2010) nos diz que: Torna-se necessário e urgente uma formação de professores mais ativa, contínua e inclusiva, sobretudo de ação e transformação. A principal meta é conscientizar os professores e as instâncias administrativas da importância da música na formação da cidadania e de sua contribuição no processo de desenvolvimento humano e social dos alunos na educação inclusiva. Assim, a busca pelo conhecimento sobre as necessidades do seu aluno e o desenvolvimento de atividades que sejam adequadas ao mesmo irá contribuir para o desenvolvimento de uma aula mais interativa e lúdica para o educando. 2.3 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MUSICALIZAÇÃO Nesta seção compreender iremos compreender a relação da música no processo de desenvolvimento infantil bem como as tendências para utilizá-la no processo educacional de forma interdisciplinar e no desenvolvimento de conceitos musicais. 2.3.1 Os sons na primeira infância Os sons fazem parte da nossa vida desde o momento em que estamos no útero de forma espontânea. Durante a gestação o bebê já sofre influência da 27 música pelos sons à sua volta. Estas vivências compõem os nossos primeiros contatos com a música em nossa vida através de melodias e ritmos já existentes. O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas aveias, a respiração e a movimentação dos intestinos (BRITO, 2003, p. 35) Este contato inicial com a música nos faz perceber os diversos sons existentes ao nosso redor e integram a composição de repertório musical da infância. Sobre essa relação: As cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês desenvolvem um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoras musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculo fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO, 2003, p.49). A relação das crianças com os sons à sua volta vem dessa ligação inicial e se desenvolve ao longo da infância na sua composição de repertório e aprendizagem sobre o mundo e as relações sociais. A vivência na infância com os sons existentes como os dos seres vivos, de objetos, das cantigas e de ruídos que estão à sua volta despertam sua curiosidade e influenciam nas suas expressões corporais com gestos evidenciando ativamente a sua relação com os sons, a música e o meio em que vive. É possível perceber durante uma apreciação musical o movimento corporal de uma criança dentro de um ritmo musical com balanço de braços e pernas mantendo viva a relação entre a música e o reconhecimento do seu corpo. Trabalhar com a música na primeira infância é instigar esse processo educacional e promover um momento lúdico de aprendizagem sobre si e sobre o mundo à sua volta. Jeandot (1993) nos apresenta características do desenvolvimentomusical na infância que podem ser vistos no quadro a seguir: 28 Faixa etária Desenvolvimento musical 0 à 2 anos Primeiro contato musical com os sons já existentes. Tentativas de falas através da repetição de sons incentivados por alguém. As primeiras tentativas de fala ou produção sonora pela boca ocorre nesta etapa. 2 à 3 anos A criança canta parte de canções e prefere movimentos ritmos marcando com o corpo o ritmo musical que está cantando. 3 á 4 anos Reprodução de canções inteiras com processo de memorização de letras com dificuldade ainda de cantar afinado com música. 4 á 5 anos A criança já tem um maior controle da voz, consegue desenvolver na música com ritmos e melodias, já é capaz de reconhecer as notas musicais e os nomes dos instrumentos identificando-os em suas qualidades. Fonte: Adaptado de Jeandot (1993) A partir da observação da tabela anterior é possível perceber como ocorre o desenvolvimento da percepção musical da criança onde Jeandot (1993) nos mostra essa evolução musical que pode ser trabalhada na Educação Infantil. 2.4 BRINCADEIRAS MUSICAIS PARA O ENSINO INFANTIL A utilização de jogos e brincadeiras podem proporcionar momentos diversificados durante o processo ensino aprendizagem. Segundo Queiroz (2003, p.158) “A brincadeira é atividade física ou mental que se faz de maneira espontânea e que proporciona prazer a quem a executa”. Esta utilização pode ser feita em diferentes conteúdos e temas educacionais e atreladas a canções durante a sua prática. A compreensão sobre o que são jogos e brincadeiras determinam inicialmente a preparação do docente para executar uma atividade com objetivo de aprendizagem que será realizada de forma lúdica. Queiroz nos diz que “no momento em que ela brinca a aprendizagem acontece, porque a “aprendizagem é construção do conhecimento” (QUEIROZ, 2003, p. 22). Sobre a utilização de brincadeiras, Maluf (2009, p. 20-21) nos diz que “acredito que através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando ela aprende novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento saudável”. Ainda afirma que “toda criança que brinca vive uma infância feliz. Além de tornar-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá 29 superar com mais civilidade problemas que possam surgir no seu dia a dia […]”. O Referencial Curricular Nacional para a educação infantil afirma que: “Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir […], cujos desenvolvimentos dependem unicamente da vontade de quem brinca” (BRASIL, 1998). Como podemos perceber o jogo proporciona uma aprendizagem sobre algo e proporciona comportamentos diversificados durante a sua prática. Durante um jogo é comum que as crianças se comportem de forma diferente contribuindo na intensidade do aprendizado e no desenvolvimento do ser humano. Os jogos são fontes de prazer e descoberta e podem influenciar dependendo da aplicação pedagógica e condução direcionadas pelo docente. Ao pensar em uma atividade lúdica de qualquer assunto que será tratado durante uma aula no ensino infantil o professor deve definir o objetivo de aprendizagem e desenvolver sobre esse objetivo uma atividade em formato de jogo ou utilizar a música como ferramenta educacional. Para exemplificar podemos imaginar uma aula sobre o meio ambiente onde os alunos devem compreender os elementos que compõem a natureza como as árvores, rios, animais, etc. Ao propor o tema na aula o professor pode apresentar de forma lúdica desenhos, cartões com exemplos dos elementos da natureza ou utilizar um livro infantil ilustrado sobre o tema. As crianças podem observar alguns elementos e já identificarem algumas características trazendo esses conceitos em sua bagagem cultural adquirido em seu meio social familiar. O docente pode cantarolar uma música que contenha gestos de fácil compreensão e que poderá ser repetida durante as aulas posteriores com as crianças para que este conceito seja firmado. Durante essas práticas educativas o professor instiga o conhecimento e a imaginação do aluno para compreender o meio em que vive e as suas relações com este meio. Ao propor uma aula como descrita no parágrafo anterior o professor tratará 30 um tema geral (o meio ambiente) de forma lúdica e musical acrescentando elementos educativos à sua aula para construção de conceitos e reconhecimentos culturais de elementos existentes. Essa preparação faz parte do planejamento escolar que falaremos de forma detalhada no capítulo 4 deste material. Com estas colocações vemos que o brincar é uma ação livre que pode surgir em uma aula guiada pelo professor e que pode proporcionar a formação de conceitos e a imaginação da criança. Além da utilização da música como ferramenta facilitadora do processo ensino aprendizagem o professor ainda pode ensinar conceitos particulares da música durante o ensino infantil. Figura 2: Exemplo de aula com técnica de tocar instrumento Fonte: Arquivo da Autora (2021) O reconhecimento de instrumentos musicais, o desenvolvimento do ritmo corporal e a compreensão das notas musicais podem fazer parte do conhecimento de mundo para as crianças. O contato com instrumentos musicais proporciona o desenvolvimento motor e a criatividade musical dos alunos durante o ensino infantil. 2.5 TECNOLOGIA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL: NOVAS TENDÊNCIAS DE ENSINO Ao longo do tempo em toda a história da humanidade a evolução tecnológica ocorreu e promoveu grandes mudanças nas práticas artísticas. Surgimento de novos materiais, desenvolvimento de novas técnicas e a criação de novas tendências nas formas de expressão marcaram diversos momentos da história 31 da arte por suas inovações ideias e tecnológicas. A BNCC trata sobre a relação das crianças, adolescentes e jovens quanto ao uso de novas tecnologias digitais. Ressalta que, [...] a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas nas sociedades contemporâneas. Em decorrência do avanço e da multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também apresenta forte apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à efemeridade das informações, privilegiando análises superficiais e o uso de imagens e formas de expressão mais sintéticas, diferentes dos modos de dizer e argumentar característicos da vida escolar. [BNCC (2016, p. 57)] Há algum tempo, a tecnologia tornou-se uma ferramenta impulsionadora de novas técnicas de expressão e de promoção das obras em larga escala pelo mundo todo. O acesso à informação e as novas tendências conectados através da internet tem se tornado mais acessíveis a cada dia. Novos aplicativos, melhores conexões de rede, desenvolvimento de novos softwares além de gravações de filmes, séries, entre outros estão cada vez mais criativos e frequentes. Jordão (2009, p. 10) retrata bem a realidade quando aponta sobre a influência que a tecnologia vem causando na vida de crianças e adolescentes no processo educacional. Diz, portanto, [...] a cada dia, mais os professores se deparam, em suas salas de aula, com alunos que convivem diariamente com as tecnologias digitais. Estes alunos têm contato com jogos complexos,navegam pela internet, participam de comunidades, compartilham informações, enfim, estão completamente conectados com o mundo digital (JORDÃO, 2009, p. 10). O mesmo autor ainda enfatiza que: As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximos dos alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso randômico, repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, estão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende. Portanto, utilizar tais recursos tecnológicos a favor da educação torna-se o desafio do professor, que precisa se apropriar de tais recursos e integrá-los ao seu cotidiano de sala de aula (JORDÃO, 2009, p. 10). 32 É enriquecedor elaborar atividades gamificadas em sala de aula com intuito de promover a interatividade com novas tecnologias e desenvolver uma atividade colaborativa a partir das novas mídias digitais. Assim, é possível realizar a integração dos alunos com a tecnologia otimizando o processo ensino-aprendizagem. 2.5.1 A utilização de mídias digitais dentro da Sala de Aula Estamos vivendo em constante transformação social e tecnológica onde as crianças possuem grande contato com celulares, tablets, computadores e outros objetos digitais que proporcionam jogos, vídeos, filmes, entre outros, de forma rápida, criativa e interativa. Apropriar-se desses meios digitais e promover o desenvolvimento do repertório imagético e a sensibilidade através de práticas educacionais é um grande desafio. Jordão (2009) aborda sobre a diferença de aprendizagem que tivemos em nosso período escolar relacionada ao momento atual que estamos vivenciando e afirma sobre a importância de mudar as estratégias na educação. Diz-nos que “temos que nos adaptar à agilidade de pensamento e à velocidade do acesso à informação que nossos alunos possuem atualmente”. É possível compreender, portanto que crianças e jovens aprendem de forma diferente da que aprendemos no passado. Para se trabalhar uma atividade digital no contexto escolar é importante definir o objetivo que será alcançado na atividade bem como a metodologia a ser aplicada. É possível desenvolver uma atividade caso as crianças possuam aparelhos eletrônicos ou a escola disponibilize um laboratório com computadores ou outras máquinas tecnológicas. Tratando de atividades feitas voltadas para qualquer conteúdo, configura-se atividade utilizando mídias digitais na educação infantil a escuta e apreciação de vídeos musicais, os jogos disponíveis em plataformas diversas e a utilização de recursos tecnológicos como computador, Datashow, caixas de som para propor novas dinâmicas em uma aula. São diversas formas que podem ser utilizadas para atrelar música e a ludicidade à tecnologia utilizando uma metodologia ativa e prática no desenvolvimento da atividade. Utilizando a tecnologia a favor do processo ensino aprendizagem a aula se torna mais dinâmica, interativa e criativa proporcionando ao educando a 33 oportunidade de trabalhar habilidades tecnológicas na criação de obras digitais. Desde o início da pandemia em março de 2020 um momento histórico na educação ocorreu devido ao isolamento social. As escolas têm-se adaptado à elaboração de atividades remotas utilizando recursos tecnológicos, novas tendências educacionais e novas práticas que surgiram para atender essa realidade que afetou diretamente o processo educacional. Alguns professores utilizam plataformas e ferramentas tecnológicas digitais para realizar atividades diversificadas e propor novas formas de aprendizado onde o contato inicial ocorre através de vídeos ou instruções por meio de aplicativos de conversa. A utilização de jogos pedagógicos tem contribuído na formação educacional das crianças que não podem ter a prática educacional de forma presencial na escola. https://bit.ly/2SzjRaW 34 FIXANDO CONTEÚDO 1. Dentro da educação infantil a brincadeira é muito importante, pois as crianças vão aprendendo vários conceitos que a professora irá ensinar. As brincadeiras lúdicas possibilitam a criança: a) vivenciar somente na teoria o conteúdo que está sendo trabalhado. b) vivenciar uma relação extrínseca onde a criança aprende a agir numa esfera apenas afetiva e não cognitiva. c) desenvolver através de brincadeiras e jogos várias aptidões entre elas as linguagens oral e escrita. d) desenvolver a aprendizagem de forma teórica com conceitos metodológicos. e) despertar o gosto por atividade física. 2. Durante os séculos, a educação musical evolui com as tendências educacionais implantadas em nosso território tornando-se conteúdo e ferramenta lúdica no processo ensino aprendizagem. Sobre o início da utilização da música como ferramenta educacional é correto afirmar que: a) no Brasil o ensino de música iniciou durante o período moderno através da semana de arte moderna. b) a evolução da educação musical tem sido relevante, mas não segue a modernização e a contemporaneidade que a sociedade vive. c) a utilização da música na educação remonta desde a idade antiga onde gregos e romanos já utilizavam em seus rituais a música como um elemento de representação cultural. d) durante a idade média temos uma grande influência da música na educação dos cristãos através de canções populares entoados em missas ou outras cerimônias. e) há impossibilidade de utilizar a música como ferramenta de ensino com interdisciplinaridade com outras áreas. 3. Na educação, a música e a ludicidade são elementos pedagógicos pois: a) têm o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas de cada aluno respeitando a diversidade do outro. 35 b) promover o processo criativo do mesmo firmando a necessidade da sua individualidade na sociedade. c) valoriza as experiências, mas limita sua bagagem cultural. d) proporciona ao educando novas formas de se expressar priorizando o eu. e) desenvolve habilidades educacionais como a locomoção em espaços diversos. 4. Os sons fazem parte da nossa vida desde o momento em que estamos no útero. O feto estabelece um contato com sons produzidos pelo corpo da mãe desde a gestação que nos ligam aos sons diversos da vida. Este contato inicial com a música nos fazem perceber os diversos sons existentes ao nosso redor e fazem parte da composição de repertório musical da infância. Sobre essa relação é correto afirmar que a) As cantigas de ninar cantadas na infância geram traumas de difícil superação na escola. b) As canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical são importantes, pois é possível desenvolver a comunicação pelos sons. c) Os momentos de troca e comunicação sonoras musicais desfavorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo. d) Através da música podemos desenvolver repertório, mas não criamos vínculo afetivos. e) Durante a gravidez a mãe pode cantarolar canções para ter contato com o filho, mas isso não irá afetar sua relação com a música na infância. 5. A respeito da música e o lúdico como instrumentos de aprendizagem, assinale a alternativa correta. a) Como função pedagógica da aprendizagem, os jogos e brincadeiras apresentam aspectos importantes, tais como a individualidade e a criatividade na busca de soluções. b) A música pode ser utilizada como ferramenta pedagógica desde que seja ensinada com técnica e teoria desde a primeira infância. c) Embora a construção de conhecimentos possa estar presente nessas atividades, não se pode esperar que isso aconteça pela interação e troca de ideias com os colegas, mesmo sendo atividades pedagogicamente planejadas. 36 d) As atividades lúdicas não visam somente a diversão, mas objetivamtambém a formação pedagógica, a socialização e a incorporação de valores morais e culturais com objetivos didáticos que preparem as crianças para futuros aprendizados curriculares. e) As brincadeiras e jogos na educação infantil visam estimular a competição a fim de prepará-lo para o enfrentamento de problemas da vida adulta. 6. No que se refere ao trabalho do professor de arte na educação especial é correto afirmar que: a) preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo ensino-aprendizagem fará o aluno especial se sentir parte da turma. b) uma de suas atribuições consiste em atender o aluno com necessidade especial sem apoio. c) compreender as dificuldades e utilizar a ludicidade e a música como mecanismo de inserção social e educacional deste aluno servirá como uma ferramenta impulsionadora de suas habilidades. d) as atividades desenvolvidas devem sempre ser facilitadas para os alunos com necessidades especiais. e) adaptar atividades de arte significa que o professor irá oportunizar o aluno especial um desenvolvimento igual aos seus colegas. 7. Na lei LDB- 9.394/96 o artigo 58 que trata da educação especial traz algumas determinações que precisam ser observadas e respeitadas. Diante disso assinale a alternativa correta: a) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com transtorno bipolar. b) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com deficiência e dificuldades de aprendizagem. c) Entende-se por educação especial, modalidade de educação desenvolvida apenas para alunos com deficiência física. d) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. e) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com 37 deficiência física, mental ou psicomotora. 8. No Ensino Infantil a música tem o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas e coordenação motora de cada aluno. Diante disso, a função do (a) professor(a) é: a) Realizar uma abordagem pedagógica com conceitos sem promover a prática. b) Elaborar atividades unificadas que desenvolvam a coordenação motora. c) Apresentar ao seu aluno formas distintas de se fazer música que limitem suas capacidades cognitivas. d) Elaborar todas as apresentações musicais de eventos da escola. e) Promover e instigar o processo criativo do aluno, desenvolver sua habilidade de fala e coordenação motora e valorizar sua bagagem cultural. 38 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) 3.1 ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL NA EDUCAÇÃO BÁSICA. Em linhas gerais a BNCC é definida por [...] documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN). (BRASIL, 2016, p. 7) A BNCC é hoje o documento de referência educacional no Brasil que contém as competências e habilidades que devem ser trabalhadas em todas as faixas etárias do Ensino Infantil ao Ensino Fundamental da Educação Básica. A Educação Básica segundo a BNCC deve assegurar aos estudantes o direito à aprendizagem a partir de competências e habilidades que englobam a mobilização do conhecimento bem “como as atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2016. p . 08). É possível perceber nas habilidades voltadas ao ensino Infantil o estímulo ao desenvolvimento de habilidades fundamentais como criação, reflexão, crítica e expressão. No texto da Base Nacional Comum Curricular de 2016 podemos identificar as competências gerais da Educação. Entre elas podemos citar: [..]1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e UNIDADE 03 39 explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar- se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2016). A BNCC documento que atualmente define e rege o desenvolvimento de todas as habilitadas que os educandos devem desenvolver durante a educação básica nos diz: 40 No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico,participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2016). Ao compreender as habilidades gerais percebemos como o ensino lúdico e musical contribuem na formação do ser oportunizando o conhecimento através de diversidades metodológicas com atividades lúdicas e musicais para este processo. Ao longo do texto da Base Nacional Comum Curricular podemos perceber a evolução do processo ensino-aprendizagem que ocorre na Educação Básica desde o Ensino Infantil ao Ensino Fundamental (Anos Finais). Sobre a interação social e essa evolução educacional reflete que, [..] as atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas interações, estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais, morais e éticos (BRASIL, 2016). Como professor regente de turma, trabalhar conteúdos diversos com atividades lúdicas e musicais na Educação Infantil representa uma contribuição significativa na formação do educando em seu pensamento criativo, nas suas habilidades sociais e emocionais, na formação crítica e respeitosa sobre a diversidade cultural bem como o desenvolvimento da utilização da tecnologia como ferramenta de conhecimento amplo. 41 3.2 ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL DA BNCC Vimos anteriormente que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que atualmente vigora na orientação pedagógica das habilidades e competências do ensino na Educação Básica. A partir da análise das habilidades e dos componentes curriculares do ensino infantil na BNCC, podemos entender como é possível elaborar atividades que contemplem o desenvolvimento educacional no ensino infantil. 3.2.1 Habilidades da BNCC com atividades lúdicas na Educação Infantil Na Educação Infantil o processo Ensino-aprendizagem ocorre de maneira gradativa onde a relação entre família e escola reforça o laço da criança ao aprendizado. Ao trabalhar uma atividade artística como pintura, desenho, jogos, brincadeiras, músicas, teatro de bonecos, colagens entre outras formas de expressão a criança torna-se personagem principal de suas atividades gerando sua independência emocional e criativa. Nesse processo a BNCC reforça o uso de objetivos de aprendizagem que norteiam a elaboração de atividades artística. Nos objetivos de aprendizagem a Base Nacional Comum Curricular ressalta que a criança na Educação Infantil deve: Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, 42 sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais,sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário (BRASIL, 2016). Analisando os objetivos gerais acima podemos compreender as propostas educacionais através das seguintes dicas: Quadro 1: Objetivos de Aprendizagem e algumas propostaseducacionais para a Educação Infantil OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PROPOSTAS EDUCACIONAIS Conviver Realizar atividades coletivas com outras crianças como música, pintura, desenho. Brincar Conhecer brincadeiras do cancioneiro popular; explorar a coordenação motora. Participar Garantir que a criança seja incentivada para realizar a atividade proposta. [Ser uma(um) educadora (educador) amorosa (o) para que a criança acolha a proposta da atividade]. Explorar Elaborar atividades artísticas diversificadas para garantir o objetivo de conhecer novas práticas. Expressar Promover a expressão artística garantindo a liberdade criativa sem imposição de certo ou errado, bonito ou feio. Conhecer- se Reconhecer seus trabalhos artísticos bem como suas composições de personagens como membros da família e/ou outros. Fonte: Elaborado pela Autora (2020) As habilidades desenvolvidas durante a Educação Infantil estão dividas em campos de experiência sendo eles: “o eu o outro e nós”; “Corpo, gestos e movimentos”; “Traços, sons, cores e formas”; “Escuta, fala pensamento e 43 imaginação”; “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. Cada campo de experiência contempla as habilidades que devem ser desenvolvidas nas faixas etárias seguintes: de zero à um ano e seis meses; um ano e sete meses à três anos e onze meses; quatro anos à cinco anos e onze meses. A faixa etária identifica os objetivos de aprendizagem que são possíveis de atingir na Educação Infantil. Veremos a seguir um exemplo de como essas habilidades são apresentadas: Quadro 2: Habilidades do Campo de experiência: Traços, sons, cores e formas Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) (EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente. (EI02TS01) Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos ritmos de música. (EI03TS01) Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas. (EI01TS02) Traçar marcas gráficas, em diferentes suportes, usando instrumentos riscantes e tintas. (EI02TS02) Utilizar materiais variados com possibilidades de manipulação (argila, massa de modelar), explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e volumes ao criar objetos tridimensionais. (EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais. (EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiaispara acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias. (EI02TS03) Utilizar diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias. (EI03TS03) Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre), utilizando- as em suas produções sonoras e ao ouvir músicas e sons. Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3xkuvFZ. Acesso em: 12 fev. 2021. A imagem acima exemplifica como são apresentadas as habilidades e competências que os alunos da Educação Infantil devem desenvolver no campo de experiência: Traços, sons cores e formas (BRASIL, 2016). Exemplificando as habilidades, citamos a (EI02TS03) (observar quadro acima) para crianças de um ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses que podem expressar-se através de fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras, músicas e canções. O professor ao identificar a habilidade condizente com a disciplina arte https://bit.ly/3xkuvFZ 44 pode elaborar uma atividade sobre um determinado assunto (orientado pelos componentes curriculares de acordo com a LDB 9394/96) que aborde uma dessas práticas relacionadas à habilidade (EI02TS03). Assim o professor garante o desenvolvimento da habilidade dos alunos relacionada à disciplina ARTE. Como professor regente ou na função de coordenador pedagógico a compreensão dos objetivos de aprendizagem é importante para orientar a elaboração de aulas ou projetos que promovam o desenvolvimento dos alunos. Atividades utilizando músicas do cancioneiro infantil, desenho de objetos do cotidiano, entre outras, proporcionam a expressão, socialização, desenvolvimento da fala e o autoconhecimento. 3.2.2 O Trabalho com a Música e a brincadeira na Educação Infantil O trabalho realizado com a música no ambiente escolar pode desenvolver diversas habilidades como a criação, coordenação motora, ritmo, entre outras, além de promover a socialização entre os alunos através de uma prática musical. A apresentação da diversidade cultural pela dimensão do patrimônio histórico Brasileiro permite o conhecimento de novas culturas e proporciona fundamentação teórica para uma produção pessoal e para avaliação da produção musical de outras pessoas. Em linhas gerais a Base Nacional Comum Curricular nos diz: A ampliação e a produção dos conhecimentos musicais passam pela percepção, experimentação, reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros diversos, dos mais próximos aos mais distantes da cultura musical dos alunos. Esse processo lhes possibilita vivenciar a música inter-relacionada à diversidade e desenvolver saberes musicais fundamentais para sua inserção e participação crítica e ativa na sociedade (BRASIL, 2016). 45 Com a afirmação acima podemos perceber a importância de desenvolver aulas utilizando a música possibilitando a vivência dos alunos com a diversidade cultural que nos encontramos em sociedade. Na teoria musical é possível desenvolver atividades práticas e lúdicas sobre os diversos instrumentos musicais que existem na nossa cultura nacional e na cultura estrangeira promovendo assim o conhecimento de sons diversos e despertando um interesse por conhecimento sobre práticas musicais. Na prática é possível apreciar vídeos disponíveis em plataformas online de distintas manifestações musicais. Elaborar uma apresentação musical em uma data comemorativa na escola promove ainda a integração do aluno em um contexto de prática artística coletiva e instiga a apresentação em público promovendo uma prática cultural. A utilização da música durante o Ensino Infantil enfatiza a relação íntima da criança com os sons onde suas habilidades ficam guardadas esperando o momento em que lhes é dado a oportunidade de se expressar musicalmente. À medida que trabalhamos com a música no Ensino Infantil oportunizamos os educandos um momento de expressão além de instigar o desenvolvimento motor de suas habilidades. No campo da educação musical o primeiro contato ocorre no ambiente familiar e pode se desenvolver no contexto escolar. Habituado a conviver com a linguagem musical de maneira natural desenvolvemos interesse e curiosidade para entender a expressão artística musical e criar nossa relação de identidade cultural. Portanto, propor atividades lúdicas e musicais no ambiente escolar durante o ensino infantil tem grande importância para o desenvolvimento educacional do educando. Estas podem promover a integração e o desenvolvimento do conhecimento de forma leve e divertida contemplando músicas e jogos durante atividades proporcionando momentos prazerosos de conhecimentos de mundo. Como professor regente atente-se à utilização dessas ferramentas em seus https://bit.ly/30JM6Z3 46 planejamentos de aulas para propor formas diversas de aprendizagem, instigando a criatividade do seu aluno. Na postura de coordenador pedagógico instigue o seu professor a propor tais atividades no ambiente escolar e valorize as propostas pedagógicas diversificadas que lhe apresente. 47 FIXANDO CONTEÚDO 1. A organização curricular da Educação Infantil, na BNCC, está estruturada levando-se em consideração: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; e Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. A esses cinco eixos estruturantes, deu-se o nome de: a) temas transversais. b) habilidades cognitivas. c) currículo básico. d) competências atitudinais. e) campos de experiências. 2. Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas, interações e brincadeiras, e as competências gerais da Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. Assinale a alternativa que contém os referidos direitos de aprendizagem: a) aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver, brincar, aprender a conhecer e explorar. b) conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. c) conviver, brincar, explorar, dialogar, experimentar e se cuidar. d) conviver, brincar, participar, explorar, participar e se cuidar. e) aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver, brincar, aprender a conhecer e experimentar. 3. Sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 2016, é correto afirmar que a) trata-se de um documento de referência, de caráter normativo, que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos brasileiros devem desenvolver, ao longo das etapas e modalidades, da Educação Básica. 48 b) ela contribui para substituir os currículos das disciplinas escolares das redes públicas federal, estaduais e municipais, na medida em que determina o que deve ser ensinado em cada escola. c) constitui-se de um documento nacional que parte do principal da individualidade na Educação básica. d) determina os conhecimentos e as competências que os estudantes devem desenvolver ao longo da escolaridade, sendo orientados por princípios éticos, religios e estéticos. e) Trata-se de um documento nacional que define os conteúdos que devem ser abordados na Educação Básica. 4. Sobre o objetivo de aprendizagem “PARTICIPAR” previsto na BNCC (2016) é correto compreender como proposta pedagógica a) realizar atividades coletivas com outras crianças como música, pintura, desenho. b) conhecer brincadeiras do cancioneiro popular;explorar a coordenação motora. c) garantir que a criança seja incentivada para realizar a atividade proposta. d) elaborar atividades artísticas diversificadas para garantir o objetivo de conhecer novas práticas. e) reconhecer seus trabalhos artísticos bem como suas composições de personagens como membros da família e/ou outros. 5. Observando a habilidade de aprendizagem EI02TS03 prevista na BNCC (2016) é correto afirmar que esta contempla em suas orientações práticas educacionais como: a) explorar jogos e brincadeiras de diferentes formas. b) perceber o seu relacionamento com o outro durante uma atividade lúdica. c) expressar-se através de fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras, músicas e canções. d) reconhecer as qualidades do som e utilizá-las em suas produções. e) desenvolver práticas musicais utilizando instrumentos musicais de fácil acesso. 6. Sobre o conhecimento da BNCC marque a alternativa correta. a) É importante conhecer as habilidades da BNCC pois nelas encontram-se os conteúdos que devem ser abordados em cada faixa etária. 49 b) O professor pode realizar seu planejamento sem conhecer as habilidades da BNCC pois este documento não é utilizado em todo território nacional. c) O conhecimento das habilidades e competências da BNCC contribui na elaboração do planejamento de atividades de acordo com cada faixa etária. d) Ao escolher a habilidade da BNCC que utilizará o professor está completamente preparado para lecionar. e) A habilidade da BNCC não precisa estar de acordo com a atividade proposta durante uma aula de acordo com as metodologias atuais de ensino. 7. Sobre o desenvolvimento de aulas com música a BNCC afirma que: a) A utilização da música deve ser realizada durante o ensino infantil de forma teórica com conceitos técnicos específicos. b) A utilização de instrumentos musicais deve ser inserida após o ensino infantil. c) Reconhecer instrumentos musicais não é atividade que precisa ocorrer durante o ensino infantil. d) A ampliação e a produção dos conhecimentos musicais passam pela percepção, experimentação, reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros diversos, dos mais próximos aos mais distantes da cultura musical dos alunos. e) Canções populares devem ser entoadas em momentos específicos na escola como a hora do lanche e início do turno gerando assim uma rotina de aprendizagem definitiva com conceitos musicais. 8. Sobre o objetivo de aprendizagem “EXPRESSAR” previsto na BNCC (2016) é correto compreender como proposta pedagógica : a) reconhecer seus trabalhos artísticos de forma diversificada. b) realizar atividades coletivas com outras crianças. c) garantir que a criança seja incentivada para realizar a atividade proposta. d) elaborar atividades artísticas diversificadas para garantir o objetivo de conhecer novas culturas. e) promover a expressão artística garantindo a liberdade criativa sem imposição de certo ou errado, bonito ou feio. 50 JOGOS E BRINCADEIRAS A utilização de jogos e brincadeiras na educação nem sempre foi aceito pelos profissionais da área. O brinquedo e a brincadeira já foram considerados causadoras de corrupção e desvio de conduta e as classes dominantes não via tais dinâmicas com bons olhos. Durante a evolução e novos estudos sobre os processos ensino aprendizagem, pelas mudanças de crenças e regras de socialização essa visão mudou e os jogos, brinquedos e brincadeiras passaram a integrar o processo ensino aprendizagem. Durante o período medieval por exemplo, os jogos foram considerados delitos contra ao ensino religioso da época. A autora Kishimoto nos diz que: O interesse pelo jogo decresce com o advento do Cristianismo, a poderosa sociedade cristã que toma posse do Império desorganizado e impõe uma educação disciplinadora. Escolas episcopais e anexas a mosteiros impõem dogmas e distanciam-se do desenvolvimento da inteligência. Os mestres recitam lições e leem cadernos. Aos alunos resta a memorização e a obediência. Nesse clima não há condições para a expansão dos jogos, considerados delituosos, à semelhança da prostituição e da embriaguez (KISHIMOTO, 2016. p.15). A autora ainda discorre sobre esta visão antiga sobre o uso de brinquedos que foi duramente criticado. Entende-se que, se a escola tem objetivos a atingir e o aluno tem a tarefa de adquirir conhecimentos e habilidades, qualquer atividade por ele realizada na escola visa sempre a um resultado — é uma ação dirigida e orientada para a busca de finalidades pedagógicas. O emprego de um jogo em sala de aula necessariamente se transforma em um meio para a realização daqueles objetivos. Portanto, o jogo entendido como ação livre, tendo um fim em si mesmo, iniciado e mantido pelo aluno, pelo simples prazer de jogar, não encontraria lugar na escola. (KISHIMOTO, 2016. P. 13) Com a evolução do pensamento moderno a partir do renascimento, novas discussões entorno da apropriação do jogo pela escola de forma educativa tem se tornado mais frequente. Kishimoto (2016. p.16) contextualiza que ao colocar em prática, em larga escala, os ideais humanistas do Renascimento, o século XVII UNIDADE 04 51 provoca a expansão contínua de jogos didáticos ou educativos. Esse processo é acompanhado por estudos de filósofos acerca da importância da imagem e dos sentidos para a apreensão do conhecimento. A expansão dos jogos na área da educação dar-se-á́ no início do século XX, estimulada pelo crescimento da rede de ensino infantil e pela discussão sobre as relações entre o jogo e a educação. Revistas como L’Éducation Enfantine di- vulgam tais ideias. Editores como a Nathan estabelecem uma linha de “brinquedos educativos”, usando slogans como “instruir divertindo”. Além de melhorar a qualidade de seus produtos, os fabricantes de jogos educativos procuram melhorar as normas de segurança dos brinquedos e introduzem, nos folhetos, informações que orientam a ação de brincar e aprender, além de especificações sobre adequação de brinquedos às faixas etárias. Em síntese, o jogo educativo surge no século XVI como suporte da atividade didática, visando à aquisição de conhecimentos, e conquista um espaço definitivo na educação infantil. A utilização de jogos na educação infantil compõe o desenvolvimento de habilidades e competências através de jogos e brincadeiras com a ludicidade. Percebemos ao longo dos capítulos anteriores deste material a importância de utilizar jogos e brincadeiras para o desenvolvimento de aprendizagens dos educandos. É importante ressaltar os conceitos e funções dos jogos na educação para que o educador possa desenvolver de forma coesa suas atividades e projetos educacionais utilizando esta ferramenta pedagógica. CAMPAGNE (1989) foi citado por Kishimoto (2016) estabelecendo a relação entre as funções. KISHIMOTO evidencia que: As divergências em torno do jogo educativo estão relacionadas à presença concomitante de duas funções: 1. função lúdica – o jogo propicia a diversão, o prazer e até́ o desprazer quando escolhido voluntariamente; e 2. função educativa – o jogo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. O equilíbrio entre as duas funções é o objetivo do jogo educativo. Entretanto, o desequilíbrio provoca duas situações: não há mais ensino, há apenas jogo, quando a função lúdica predomina ou, o contrário, quando a função educativa elimina todo hedonismo, resta apenas o ensino (KISHIMOTO, 2016. p.19) Percebemos na análise de Kishimoto que é preciso equilibrar a utilização de jogos com funções lúdicas e educativas para que estes sejam ferramentas pedagógicas com ludicidade e prazer em aprender ao mesmo tempo. Ao planejaruma atividade utilizando jogos ou brincadeiras é importante que sejam elencados 52 objetivos de aprendizagem, mas que sejam desenvolvidos de forma lúdica e leve tornando o educando o propulsor de seu conhecimento de forma divertida. Kishomoto (2016) apresenta características específicas de jogos e brincadeiras desenvolvidos na educação infantil. O autor cita que as atividades lúdicas podem ser classificadas em funcionais, de ficção, de aquisição e de construção. As atividades lúdicas funcionais representam os movimentos simples como encolher os braços e pernas, agitar dedos, balançar objetos etc. As atividades lúdicas de ficção são as brincadeiras de faz de conta com bonecas. Nas atividades de aquisição, a criança aprende vendo e ouvindo e faz esforços para compreender coisas, seres, cenas, imagens. Nos jogos de construção, reúne, combina objetos entre si, modifica e cria objetos. (KISHOMOTO, 2016p. 43) 4.1 O JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL A utilização de jogos e brincadeiras podem contribuir no desenvolvimento cognitivo da criança e despertar integralização, motivação e confiança ao ser inserida em um contexto lúdico de aprendizagem em contato social com outras crianças. Algumas ações são promovidas ainda no seio familiar e nas relações criadas no contexto escolar. Nessa situação é importante que o currículo educacional tenha a ludicidade inserida como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento das habilidades. Kishimoto (2016) enfatiza que: As ideias e as ações que as crianças adquirem provém do mundo social em que vivem, incluindo a família e o seu círculo de relacionamento, o currículo apresentado pela escola, as ideias discutidas em classe, os materiais e os pares. O conteúdo das representações simbólicas recebe, geralmente, grande influência do currículo e dos professores. Os conteúdos veiculados durante as brincadeiras infantis, bem como os temas de brincadeiras, os materiais para brincar, as oportunidades para interações sociais e o tempo disponível são todos fatores que dependem basicamente do https://bit.ly/3ptkIvu 53 currículo proposto pela escola. Normalmente, a criança precisa de tempo para elaborar as ideias que encontra (KISHIMOTO, 2016, p. 31). Neste pensamento é importante manter viva a relação entre aluno e família, aluno e escola, aluno e aluno, aluno e professor. Nessas relações as brincadeiras e jogos podem contribuir no desenvolvimento emocional, criativo e pedagógico da criança de forma lúdica e prazerosa. Em diversas instituições educacionais há brinquedos que fazem parte do material pedagógico da educação infantil. Alguns são utilizados com objetos e finalidades específicas e outros são utilizados em momentos de descontração onde não há busca de resultados educacionais. Nesse sentido de compreender as duas situações muitos educadores refletem sobre a diferença entre brinquedo e material pedagógico. Kishimoto (2016) em seu livro “O jogo e a educação infantil” cita que: Se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração, nos quais prevalece a incerteza do ato e não se buscam resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar da ação docente, buscam- se resultados em relação à aprendizagem de conceitos e noções ou mesmo ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico. Um mesmo objeto pode adquirir dois sentidos conforme o contexto em que se utiliza: brinquedo ou material pedagógico (KISHIMOTO, 2016, p. 13-14). Podemos perceber, portanto, que a utilização de brinquedos e brincadeiras podem ter funções e usos diferentes na educação infantil e proporcionar conhecimento em um momento específico ou ser desenvolvida de forma livre sem a busca de resultado, mas oportunizando o aluno a vivenciar o momento lúdico com o brinquedo. 54 O quadro acima é uma reflexão inicial sobre as formas e funções para utilizar jogos e brincadeiras na educação infantil baseado nos conceitos que acabamos de aprender. Vamos aprofundar sobre essa utilização de jogos e brincadeiras no tópico a seguir. 4.2 APLICABILIDADE DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Em nosso estudo sobre o desenvolvimento pedagógico e educacional da criança podemos perceber que a mesma aprende quando se tem contato com alguém ou algum objeto, com orientação específica de uma ação ou com a sua livre expressão diante uma determinada situação. A aplicabilidade de jogos e brincadeiras na educação infantil é citada por Kishimoto (2016, p .20) que considera ainda que o jogo não é inato, mas uma aquisição social. Desta forma, o educador tem de estar atento para auxiliar a criança, ensiná-la a utilizar o brinquedo. Só́ depois ela estará́ apta a uma exploração livre. O educador em sua função como instrutor educacional deve orientar, portanto as primeiras vivências para a criança diante de um jogo ou brincadeiras para que o aluno possa desenvolver sua habilidade de criação e participação de forma lúdica e prazerosa. Essa orientação para participação do jogo ou brincadeira proposto compreende ainda a preparação do espaço, a separação do material, os aspectos corporais e educativos de instrução para essas atividades contribuindo 55 para a ampliação do referencial infantil. Sobre essa relação corporal do educador Kishimoto (2016) reflete que: A dimensão corporal não pode estar ausente. Na relação com objetos, soli- citam-se o corpo e os sentidos. O educador deve, também, brincar e participar das brincadeiras, demonstrando não só́ o prazer de faze ̂-lo, mas estimulando as crianças para tais ações. Finalmente, o caráter educativo coloca o jogo na ordem de meios e recursos que consideram desejos, necessidades de expressão e outros valores exigidos para a implementação de um projeto educativo (KISHIMOTO, 2016, p. 21). A participação do professor e da criança propõe uma maior interação e desenvolvimento do jogo ou brincadeira. Diante dessa interação Kishimoto (2016) no diz ainda que: Se a criança age livremente no jogo de faz de conta dentro de uma sala de educação infantil, expressando relações que observa no seu cotidiano, a função pedagógica será́ garantida pela organização do espaço, pela disponibilidade de materiais e, muitas vezes, pela própria parceria do professor nas brincadeiras. Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Nesse sentido, qualquer jogo empregado pela escola, desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta o caráter educativo e pode receber também a denominação geral de jogo educativo (KISHIMOTO, 2016, p. 22). Diante dessa leitura sobre o desenvolvimento de jogos e brincadeiras como ferramentas lúdicas e pedagógicas de ensino podemos perceber os benefícios de desenvolvimento educacional da criança através dessas ferramentas diversificadas. Na educação infantil são inúmeras as possibilidades de jogos e brincadeiras que podem ser trabalhados como os de regras, os de construção, os tradicionais infantis e os de faz de conta. Na aplicabilidade nessa diversidade de jogos o educador pode planejar a interação em momentos diversificados proporcionando aos alunos a aprendizagem através da interação lúdica. A aplicabilidade dessas ferramentas pode variar de acordo com a disponibilidade de material, tempo, espaço e planejamento educacional. O educador deve perceber quais jogos e brincadeiras podem ser desenvolvidas em cada faixa etária e quais momentos pode utilizar essesmeios educativos para proporcionar um momento lúdico e de aprendizagem. Pensando em jogos e brincadeiras podemos destacar ainda que existem alguns jogos tradicionais da cultura popular que ainda são praticados pelas 56 crianças ensinados na escola ou pelos próprios familiares. KISHIMOTO(2016.p.25) cita que a tradicional idade e universalidade dos jogos assentam-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e do Oriente brincaram de amarelinha, empinar papagaios, jogar pedrinhas e até́ hoje as crianças o fazem quase da mesma forma. A expressão oral desses jogos populares propõe a perpetuação da cultura popular e podem contribuir na convivência social, à transmissão oral de forma espontânea permitindo ainda a criação de novos jogos de acordo com o momento que se é desenvolvido. Algumas crianças podem estar brincando de pular corda, por exemplo, e criar novas músicas ou novas formas de se brincar. Essa liberdade desperta a criatividade, o prazer e permite o desenvolvimento do convívio social entre outras crianças. 4.3 TIPOS DE JOGOS A utilização do jogo como um recurso pedagógico alinhado a um contexto significativo para o aluno, utilizando materiais concretos podem proporcionar o desenvolvimento cognitivo. Isso porque apenas “A produção de objetos não reflete a riqueza do mundo cultural e natural, o imaginário infantil não reflete a riqueza folclórica” (KISHIMOTO, p. 48, 1994). Nessa visão, a formação lúdica proporciona ao educador o autoconhecimento com exploração e descoberta de seus limites, possibilitando-lhe formar uma visão sobre o jogo e o brinquedo na vida da criança. Essa visão básica de atividade lúdica caracteriza a evolução do jogo para a criança, de acordo com a fase do desenvolvimento em que aparecem, orientado pelo educador. Piaget (1976) definiu as formas lúdicas de atividades separadas por fases de desenvolvimento como veremos na tabela a seguir: A formação do símbolo da criança 57 Tipo de atividade lúdica Idade de desenvolvimento Descrição Jogo de exercícios sensório-motor De 0 à 2 anos Sempre que um novo poder ou uma nova capacidade são adquiridos Jogo simbólico De 2 à 6 anos É a fase na qual ocorre a transformação de objetos no que se refere ao seu significado, como no caso do uso de um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. É quando também a criança se propõe ao desempenho de papéis, como no brincar de papai e mamãe, professor e aluno, etc Jogo de Regras A partir dos 5 anos Realização de jogos e brincadeiras com regras já pressupostas no jogo ou desenvolvidas pela própria criança Fonte: Adaptado de Piaget (1976) O desenvolvimento educativo a partir de jogos e brincadeiras descrito por PIAGET (1976) embasou novos estudos contemporâneos através da percepção do desenvolvimento infantil. As descrições dos jogos de sensório-motor, simbólico e regras nos faz perceber a evolução da criança a partir da brincadeira ampliando seu repertório cultural e melhorando sua aprendizagem educacional. Alguns estudos sobre jogos recreativos apontam que, ao liberar o potencial criativo, os bloqueios educacionais e sociais são desfeitos tornando o sujeito mais flexível em suas interações percebendo a relação da cooperação entre os que se encontram no contexto. CÓRIA-SABINI e LUCENA (2004) destacam a infância como a idade das brincadeiras e que, por meio delas, as crianças satisfazem grande parte dos seus desejos e interesses particulares. Nas palavras das autoras: A elaboração e o planejamento de atividades lúdicas, jogos e brincadeiras devem ser observadas a faixa etária e o desenvolvimento de cada criança. O desenvolvimento de habilidades na faixa etária correta instiga o aluno a crescer evitando a frustação de não conseguir desenvolver alguma habilidade acima da sua condição física e psicológica. Perceba o nível de desenvolvimento de seus alunos e utilize brincadeiras lúdicas que irão proporcionar o desenvolvimento e o crescimento dos mesmos. Se for preciso, adapte a atividade para ter um melhor desenvolvimento das crianças e alcançar os objetivos esperados. 58 Quando as crianças brincam, observa-se a satisfação que elas experimentam ao participar das atividades. Sinais de alegria, risos, certa excitação são componentes desse prazer, embora a contribuição do brincar vá bem além de impulsos parciais. A criança consegue conjugar seu mundo de fantasias com a realidade, transitando, livremente, de uma situação a outra. (CÓRIA-SABINI, LUCENA. 2004. P. 57) A partir da evolução das discussões sobre as ferramentas pedagógicas educacionais do século XX, novas formas de atribuição de jogos e brincadeiras na educação infantil tornaram-se frequentes remetendo à relevância destas atividades para o desenvolvimento educacional infantil. A BNCC (2016. P.37) neste contexto enfatiza que na educação infantil a apropriação de conhecimentos por meio de suas ações interações com seus pares e adultos possibilitam o aprendizado, o desenvolvimento e a sensibilização através de interações e brincadeiras. No documento enfatiza-se ainda que “a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções.” A utilização e o desenvolvimento de jogos e brincadeiras correspondem à uma etapa importante do desenvolvimento da educação infantil. Os jogos de expressão, faz de conta, criação, construção, sensório- motor devem ser desenvolvidos e instigados de forma positiva a fim de contribuir na formação social da criança. Através dessas práticas aos poucos a criança irá adquirir autoconfiança, melhor conhecimento dos seus limites atrelado a participação de outra criança com a qual ela pode aprender e cooperar durante o jogo. Assim, a a atividade lúdica, os jogos e as brincadeiras irão proporcionar a autonomia e a socialização contribuindo em uma boa relação com o mundo. 59 https://bit.ly/3aYFElM 60 FIXANDO CONTEÚDO 1. Sobre os conceitos das funções de jogos e brincadeiras que podem ser utilizados como ferramentas educacionais e de socialização marque a alternativa CORRETA. a) Função lúdica – o jogo propicia a diversão, o prazer e até́ o desprazer quando escolhido voluntariamente. b) Função educativa – o jogo proporciona o prazer e a diversão. c) Função lúdica – o jogo e a brincadeira despertam a curiosidade e a aprendizagem de forma orientada com objetivos. d) Função Lúdica: Desperta o interesse nas regras e no objetivo de aprendizagem cognitiva. e) Função educativa – relaciona-se com o interesse em participar de forma voluntária pautado na diversão do momento. 2. A utilização de jogos e brincadeiras auxiliam no processo ensino aprendizagem, inclusive gerando mudança positiva nas atitudes de alguns estudantes. O uso de jogos no processo educativo pode promover: a) Integração e Apatia b) Socialização e Motivação c) Autoconfiança e distanciamento social d) Apatia e irritabilidade e) Motivação e desinteresse 3. Sobre os objetivos dos jogos e brincadeiras, assinale a alternativa CORRETA: a) Estimular no aluno o espírito de competição. b) Oportunizar à criança formas de alienação para solucionar problemas práticos. c) Favorecer o afastamento social. d) Despertar na criança o sentido de grupo, ensinando-a a conviver com outras crianças, praticando cooperação, lealdade, cortesia e respeitoaos semelhantes. e) Promover a socialização e a insatisfação pessoal. 4. O educador em sua função orientar de jogos e brincadeiras deve estar atento à 61 alguns elementos de preparação para aplicar essas atividades como a(o) a) aspecto corporais quando a criança chorar não querendo participar da dinâmica. b) elaboração de brincadeiras difíceis para provocar o aluno. c) falta de instrução para a brincadeira e jogo proposto. d) criação de novas brincadeiras instigando a desvalorização de jogos de cultura popular. e) preparação do espaço e a separação do material 5. Jogos populares são aqueles que foram passados de geração a geração, isto é, aprendemos com nossa família. Alguns brinquedos, jogos e brincadeiras conhecidos pelos adultos e crianças brasileiras têm origens surpreendentes. Vêm tanto dos povos que deram origem à nossa civilização: o índio, o europeu e o africano; como até mesmo do longínquo Oriente. Assinale a questão que apresenta jogos e brincadeiras tradicionais: a) Peteca e natação. b) Atletismo e Bambolê. c) Tênis e futebol. d) Amarelinha e queimada. e) Tirolesa e mimica. 6. Leia o trecho a seguir: “Podemos encontrá-la nas atividades que propiciem a vivência plena do aqui agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. São aquelas que possibilitam que se instaure um estado de inteireza e de entrega: dinâmicas de integração grupal ou de sensibilização, de relaxamento e respiração, cirandas ou atividades diversas de expressão." Observe a trecho acima e marque a alternativa que contém o termo correto correspondente: a) Ludicidade b) Diversidade 62 c) Problematização de valores estéticos d) Exclusão e) Desunião 7. Sobre a utilização de jogos, brinquedos e brincadeiras na Educação, dizemos corretamente que: a) os jogos têm função de lazer e na escola melhor se adequam como auxiliares ao trabalho docente e por isso só acontecem nos recreios. b) os jogos e brinquedos nunca foram aceitos nas escolas, dada a função social dessa instituição e seu caráter instrutivo. c) os jogos e brinquedos são práticas culturais que não precisam ser aceitas nas escolas, pois são bem vivenciadas fora dela. d) os brinquedos podem estar integrados ao ensino, uma vez que são auxiliares e integrados ao desenvolvimento humano. e) Os brinquedos não deveriam existir e não são importantes. 8. As atividades lúdicas possui características diversas e podem ser caracterizada de acordo com as funções e suas representações. Marque a alternativa CORRETA: a) As atividades lúdicas funcionais são as brincadeiras de faz de conta com bonecas. b) As atividades lúdicas de ficção representam os movimentos simples como encolher os braços e pernas, agitar dedos, balançar objetos etc. c) Nas atividades de aquisição, a criança aprende vendo e ouvindo e faz esforços para compreender coisas, seres, cenas, imagens. d) Nos jogos de construção, reúne expressões emocionais e vivências familiares. e) Nos jogos de aquisição a criança combina objetos entre si, modifica e cria objetos 63 BRINQUEDOTECA LÚDICA VIRTUAL 5.1 IDEIAS INOVADORAS PARA ENSINO LÚDICO O conhecimento pode ser desenvolvido de forma divertida e lúdica através de atividades e brincadeiras com objetivos educacionais pedagógicos. Brincar pode proporcionar à criança o desenvolvimento coletivo da sua relação social com o outro além de instigar o conhecimento com aprendizagem interativa com experimentação de pensamentos e ações. A criação da primeira brinquedoteca ocorreu no ano de 1934 na cidade de Los Angeles com o propósito de evitar furtos de brinquedos de uma escola por crianças que moravam próximo ao local. A criação da brinquedoteca proporcionou o empréstimo de brinquedos instigando o compartilhamento de materiais lúdicos e interativos. Posteriormente outros ambientes interativos foram criados para estimular a aprendizagem através de brinquedos. Em 1963 na Suécia surgiu a primeira ludoteca e em 1967, na Inglaterra surgiram as Toy Libraries. O desenvolvimento das brinquedotecas no Brasil iniciaram no ano de 1973 com a Associação de Pais e Amigos Excepcionais(APAE) com a criação de uma ludoteca para realizar o compartilhamento de brinquedos entre as crianças. A troca dos brinquedos era feita de forma programada e em cada encontro realizavam este feito. Em 1981 a primeira brinquedoteca brasileira oficial foi criada em São Paulo com os mesmos objetivos das Toy Libraries: empréstimo de brinquedos ligados à um processo de instigar a brincadeira para o desenvolvimento das crianças. Atualmente a Associação Brasileira de Brinquedotecas atuam na divulgação e no incentivo para a formação de brinquedistas (BALTHAZAR, 2006). Nos dias atuais existem diversos tipos de brinquedotecas como escolas, hospitais, bairros, clínicas e universidades com o intuito de oferecer um momento lúdico de interação ou aprendizagem. A utilização de brinquedotecas pode ser diversificada em momentos únicos com interação livre ou em momento específico com orientação didática. Sobre a importância da criação de brinquedotecas, Santos (1995) nos diz que a é uma nova instituição que nasceu no século passada para garantir à criança um espaço destinado a facilitar o ato de brincar num ambiente UNIDADE 05 64 previamente preparado, agradável, alegre e colorido, onde mais importante que a diversidade dos brinquedos é a ludicidade que eles proporcionam. Dialogando sobre a importância das brinquedotecas BERTO (2008) nos diz que: A brinquedoteca é um lugar onde se aprende a brincar com os brinquedos feitos de sucata, reaproveitáveis ou artesanais. Os brinquedos artesanais são influenciados pelo meio sociocultural e os brinquedos feitos de sucata são facilitadores nos projetos de trabalho voltados à preservação do meio ambiente e ao resgate cultural dos brinquedos e brincadeiras. Os brinquedos pedagógicos são subsídios para o processo de ensino aprendizagem e, por terem caráter lúdico, proporcionam atividades educacionais mais criativas e motivadoras às crianças (BERTO, 2008. p. 04). A utilização de jogos e brincadeiras podem ainda acontecer de forma online oportunizando o conhecimento de forma diferenciada. Partindo da hipótese de que o espaço virtual pode democratizar o acesso à diversas ferramentas pedagógicas enfatizamos a importância de se desenvolver brinquedotecas virtuais. A cada ano mais e mais pessoas estão conectadas à rede mundial de computadores e a utilização deste torna-se mais uma ferramenta mediadora da produção de conhecimento. Sobre as novas tendências educacionais e novas formas de ensinar Berto (2008) enfatiza que: Esta tarefa não cabe só aos professores, mas a toda a sociedade porque a velocidade da aprendizagem nos possibilita adquirir conhecimentos rapidamente. Faz-se necessário o acesso à virtualização a fim de entendermos as informações, objetivando atuar com segurança na mudança da escola, do futuro professor e do aluno, interligando tecnologia a processo educativo (BERTO, 2008. p. 06). Em nossa unidade educacional (Faculdade Única) desenvolvemos dentro do Curso de Pedagogia (EAD) o primeiro laboratório virtual em um projeto de criação da brinquedoteca virtual que pode ser acessada e visitada em diferentes localidades com acesso à artigos didáticos, jogos lúdicos pedagógicos e dicas de como trabalhar na educação. Falaremos de forma específica da nossa Brinquedoteca virtual no item a seguir. 65 5.2 BRINQUEDOTECO VIRTUAL DO CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) “Através da brincadeira a criança se diverte, aprende, socializa e se desenvolve em diferentes formas.” Talita Daniele AlvesGomes Caldeira A idealização do primeiro laboratório virtual do Curso de Pedagogia EAD surgiu em parceria do curso com o Professor Engenheiro Ms. Edson Alves Cosme. A ideia surgiu com a intenção de promover um laboratório virtual lúdico de aprendizagem para os graduandos do curso de pedagogia. O processo de idealização da plataforma e as configurações técnicas ainda são realizadas pelo professor em conjunto com a coordenadora do Curso de Pedagogia (EAD), Professora Mestre Marilene Carvalho. O processo de validação do conteúdo pedagógica postado na brinquedoteca é realizado pela coordenadora em conjunto com os demais professores da instituição da área educacional. Na página virtual é possível ter acesso à artigos, dicas, jogos interativos além de propostas educacionais de jogos inclusivos. Figura 3: Página inicial da Brinquedoteca Virtual Fonte: https://bit.ly/3vC4rp1. Acesso em: 20 ago. 2020. https://bit.ly/3vC4rp1 https://bit.ly/3GaFKF7 66 A realização desse projeto configura um desenvolvimento educacional no ambiente acadêmico que gere um suporte para a formação profissional dos alunos do curso integrando a teoria à prática lúdica virtual de forma interativa e assertiva. O desenvolvimento desta plataforma afirma a concepção filosófica e profissional da Pedagogia que investiga a realidade educacional em transformação e apresenta novas formas de intervenção pedagógica e metodológica para a mediação do conhecimento. A atividade lúdica através das mídias e novas tecnologias educacionais tem provocado grandes discussões sobre as novas formas de ensinar e manter vivo esse projeto representa o reconhecimento da importância da valorização tecnológica educacional e as novas tendências de ensino. Navegando pela brinquedoteca virtual Figura 4: Página inicial da Brinquedoteca Virtual Fonte: https://bit.ly/2ZmRp3d. Acesso em: 20 ago. 2020. O Laboratório virtual do Curso de Pedagogia (EAD) é representado por uma brinquedoteca virtual que possui várias atividades, jogos, dicas, artigos e ideias para realizar atividades pedagógicas lúdicas na educação básica. A primeira parte do site (Home) apresenta fotografias do laboratório físico da instituição (Faculdade Única – Polo Ipatinga) que é utilizado por professores e alunos do curso para realização de atividades e projetos práticos. Nessas fotos é possível perceber a diversidade de materiais que podem ser utilizados em sala de aula ou projetos pedagógicos para realizar a interatividade entre os educandos. https://bit.ly/2ZmRp3d 67 Figura 5: Menu da Brinquedoteca Virtual Fonte: https://bit.ly/2ZbXi2T. Acesso em: 20 ago. 2020. A aba “Brinquedoteca” apresenta um breve texto sobre a origem da brinquedoteca de forma geral, dicas, sugestões e curiosidades sobre atividades lúdicas e um texto de acolhimento com palavras da coordenadora e do idealizador do laboratório virtual. Nesta aba é possível descobrir várias propostas educacionais, sites interativos, sugestões de brincadeiras que podem ser trabalhadas para orientar de forma lúdica o conhecimento dos alunos. https://bit.ly/2ZbXi2T 68 Figura 6: Menu da Brinquedoteca Virtual Fonte: https://bit.ly/3m7vrdc. Acesso em: 20 ago. 2020. Nas abas seguintes (Literatura, Brincadeiras, Jogos e Inclusão) é possível perceber dicas práticas de jogos e brincadeiras que podem ser utilizadas em diversas situações educativas. A produção deste material propõe gerar uma reflexão e interatividade para o desenvolvimento de atividades lúdicas educacionais no ambiente pedagógico. https://bit.ly/3m7vrdc 69 FIXANDO CONTEÚDO 1. A brinquedoteca constitui-se em um ambiente lúdico que permite o contato da criança com uma variedade de brinquedos. Além disso, é um importante espaço para brincar. O brincar, por sua vez, é um caminho para ascender ao novo, aprender, (re)elaborar os saberes. Deste modo, é correto afirmar que a brinquedoteca é um espaço a) que permite à criança obter material lúdico, jogos, brinquedos e livros, sendo também um espaço livre que proporciona vários tipos de atividades, sem, necessariamente, a supervisão e orientação de um professor. b) que favorece o brinquedo industrializado e cria oportunidades para que o maior número de crianças possa usufruí-lo e questionar a escola que nega o direito à alegria dia após dia. c) do brinquedo industrializado, um espaço democrático que garante o acesso de todas as crianças aos brinquedos prontos para o brincar, fonte de desenvolvimento da personalidade e equilíbrio infantis. O professor deve observar as interações e registrar, não devendo intervir, nem antes, nem durante e nem depois. d) de brincar. Tal espaço não precisa estar sedimentado a partir de objetivos e funções bem definidas que ajudem a promover o desenvolvimento infantil. e) para aprender, interagir, brincar e criar. O professor é mediador das relações que aí se desenvolvem. 2. Sobre a importância de um espaço estruturado para o brincar, como a brinquedoteca, e seu valor no desenvolvimento infantil, podemos afirmar que a) É um espaço preparado para o incentivo do brincar para a criança, onde ela tem pouco acesso a uma diversidade de brinquedos, num ambiente lúdico. b) Nesse espaço, os jogos de representação, imaginação e fantasia são mais usados pelas crianças, por meio de atividades como brincar de cozinha, bonecas, heróis, sem socialização entre outras crianças. c) É um espaço de animação sociocultural, onde ocorre a transmissão da cultura infantil, além do desenvolvimento da socialização, integração social e criação 70 de representações infantis através de brincadeiras lúdicas. d) O espaço para os jogos tradicionais e educativos (como esconde-esconde e garrafão) continua sendo a rua, lugar de contato tanto de adultos quanto de crianças. e) A brinquedoteca também é um espaço de instrução e de treino de habilidades e de conteúdos específicos de leitura, escrita e cálculo, onde as crianças ficam sentadas, apenas vendo e ouvindo, aprendendo só com os olhos e ouvidos. 3. Os brinquedos confeccionados a partir de sucata, além de incentivar a criatividade das crianças e combater o consumismo, desperta a consciência a) ingênua. b) mágica. c) fanatizada. d) ecológica e crítica. e) ingênua e mágica. 4. Sobre a importância do brincar na educação infantil marque a alternativa correta. a) O brincar ensina a criança a lidar com as emoções sem ligação com as questões pedagógicas. b) Por meio da brincadeira, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. c) A escola deve facilitar a aprendizagem utilizando atividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador a fim de favorecer o processo de aquisição de dependência do adulto na hora do aprendizado. d) As atividades lúdicas, quando bem direcionadas, trazem benefícios que proporcionam saúde física, mental somente para os adolescentes. e) Os jogos lúdicos devem ser a base principal dos exercícios físicos oferecidos às crianças, pelo menos durante o período escolar – e intelectual – o brinquedo contribui para a desinibição, produzindo desenvolvimento mental defasado. 5. A brincadeira infantil representa o aprendizado. É uma ação privilegiada no desenvolvimento humano, principalmente na infância, pois é um meio para a 71 elaboração e a reelaboração do conhecimento. Brincar é uma forma de ação cognitiva na qual a criança abstrai, interpreta e entende a realidade, pois simula essa realidade. Sobre o surgimento das primeiras brinquedotecas marque a alternativa correta. a) Ocorreu noano de 1900 na cidade de Nova York com o propósito de dividir brinquedos de uma escola por crianças que moravam próximo ao local. b) Ocorreu no ano de 1934 na cidade de Los Angeles com o propósito de evitar furtos de brinquedos de uma escola por crianças que moravam próximo ao local. c) Após o surgimento das primeiras brinquedotecas outras instituições tentaram criar suas brinquedotecas mas isso não foi possível devido á questões políticas. d) A criação da brinquedoteca proporcionou a divulgação de brinquedos, mas sem empréstimo, instigando a apresentação de materiais lúdicos e interativos. e) O desenvolvimento da educação através de brinquedos e brincadeiras só surgiu no século XXI com as novas tendências educacionais. 6. Atualmente existem diversos tipos de brinquedotecas como escolas, hospitais, bairros, clínicas e universidades com o intuito de oferecer um momento lúdico de interação ou aprendizagem. Sobre a importância do brincar marque a alterativa correta. a) A brinquedoteca é um lugar onde se aprende a brincar com os brinquedos feitos de sucata, reaproveitáveis ou artesanais. Os brinquedos artesanais são influenciados pelo meio sociocultural e os brinquedos feitos de sucata são facilitadores nos projetos de trabalho voltados à preservação do meio ambiente e ao resgate cultural dos brinquedos e brincadeiras. b) Os brinquedos pedagógicos são subsídios para o processo de ensino aprendizagem e, por terem caráter lúdico, proporcionam atividades educacionais menos criativas e motivadoras às crianças. c) A brinquedoteca é uma nova instituição que nasceu no século passado para garantir à criança um espaço onde o brincar não é importante para o desenvolvimento social. d) A criação de brinquedotecas desenvolveu o reconhecimento da importância do brincar, mas não foi inserido no contexto educacional. 72 e) A brincadeira ocorre desde a infância mas só tem caráter pedagógico durante o ensino fundamental. 7. A utilização de jogos e brincadeiras podem ainda acontecer de forma online oportunizando o conhecimento de forma diferenciada. Sobre essa afirmação podemos concluir que a) Jogos virtuais servem como distração da criança para o real desenvolvimento educacional. b) Não existem ainda jogos pedagógicos educacionais direcionados para a aprendizagem. c) Jogos e brincadeiras virtuais possuem grande contribuição educacional atualmente. d) O uso excessivo de jogos virtuais facilita o desenvolvimento da visão das crianças. e) A utilização da tecnologia para divulgar jogos educacionais não contribui diretamente no processo educacional contemporâneo. 8. A idealização de uma brinquedoteca virtual no curso de pedagogia EAD da Faculdade Única teve como objetivo principal a) promover a realização de atividades interativas apenas para alunos da educação básica b) instigar o desenvolvimento educacional no ambiente acadêmico que gere um suporte para a formação profissional dos alunos do curso integrando a teoria à prática lúdica virtual de forma interativa e assertiva. c) Identificar a concepção filosófica e profissional da Pedagogia que investiga a realidade educacional em transformação e apresentar formas tradicionais para a mediação do conhecimento. d) Provocar uma discussão sobre a importância da tecnologia na educação básica. e) Orientar os alunos do curso que a utilização da tecnologia só deve ser realizada durante o ensino superior. 73 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO 6.1 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO – ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Elaborar ou desenvolver um planejamento pedagógico é um passo primordial para a execução de atividades curriculares com eficiência em qualquer série da Educação Básica. O planejamento pedagógico contempla a base de toda produção que contém o processo que será executado para elaborar qualquer atividade educacional. O homem desde os seus primórdios pensava e imaginava as atividades que iria realizar para determinado fim. No mundo moderno, o planejamento não foi deixado para trás. Estabelecer um cronograma de atividades significa ter uma rotina e almejar um objetivo final em um determinado espaço de tempo. O ato de planejar algo ou alguma coisa se auto justifica ao determinar qual será o propósito final para tal ação ou situação. Em uma situação simples do cotidiano, ao pensar em realizar qualquer atividade a definição do objetivo final e as etapas que o levarão até este objetivo constituem o seu planejamento. Na educação esse processo se torna ainda mais importante, uma vez, que através do planejamento é possível identificar o conhecimento prévio dos alunos, as habilidades e objetivos que serão alcançados, materiais que serão utilizados, local de realização da atividade, tempo necessário para a realização e o propósito final que constituem a organização da atividade que será realizada. Alguns professores ainda temem o processo de desenvolver um planejamento pedagógico por achar um trabalho burocrático dispensável para a elaboração das atividades curriculares. Nesta unidade veremos a importância do planejamento não só para as aulas de Arte, mas em todas as atividades e propostas educacionais. 6.2 DEFINIÇÃO E CONCEITO DE PLANEJAMENTO O planejamento é uma ferramenta que utilizamos para pensar, refletir e supor UNIDADE 06 74 situações que podem ocorrer durante uma determinada ação. Elaborar um planejamento significa antecipar situações que podem ocorrer e definir o objetivo final que se quer alcançar para qualquer atividade. Sobre a definição do Planejamento de forma geral Martinez e Lahone (1977, p. 11)diz-nos: Entende-se por planejamento um processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos meios materiais e dos recursos humanos disponíveis, a fim de alcançar objetivos concretos, em prazos determinados e em etapas definidas, a partir do conhecimento e avaliação científica da situação original. É possível perceber que de forma geral a definição do Planejamento se finda na construção ou elaboração de qualquer processo visando um objetivo final com etapas e prazos definidos. Ao pensarmos no planejamento como ferramenta no processo educacional devemos entender a importância de se prever a elaboração completa de uma atividade em qualquer etapa da Educação Básica. Numa visão ampla como Pedagogo ou professor regente, Martinez e Lahone (1977) refletem que: O professor deve escolher o modelo que melhor atenda sua realidade e a dos alunos, isto é, que seja funcional e possível de ser agilizado na sala de aula e que dê bons resultados no ensino. Os setores pedagógicos podem e devem fornecer propostas e orientações aos professores de como devem planejar, mas o que decide o modelo de plano são os objetivos dos alunos, do professor e as possibilidades de executá-lo numa determinada classe, considerando a sua realidade. [Martinez e Lahone (1977, pp. 44-45) O professor pode desenvolver um planejamento que seja uma ferramenta facilitadora do seu trabalho ligada às características da instituição que trabalha. A elaboração do planejamento pode partir do conhecimento das necessidades da escola e as possibilidades de execução de acordo com sua realidade em sala de aula. Em linhas gerais, como coordenador pedagógico é importante identificar as melhores opções de planejamento para compartilhar com os professores de sua instituição e como professor regente é primordial estar atento às necessidades escolares do seu pedagogo e das distintas opções de trabalho em sala de aula de acordo com sua realidade. O planejamento é importante para o desenvolvimento do processo educacional dos alunos e constitui uma ferramenta de organização para elaborar uma atividade educacional em sala de aula.Desenvolver um planejamento e não 75 o seguir significa desprezar as ideias pressupostas para a execução de uma atividade gerando incerteza de resultado ou ineficiência na elaboração. Martinez e Lahone (1977, p. 44) descrevem que: Para alunos e professores o plano é um roteiro de uso diário na sala de aula; é um guia de trabalho; é um manual de uso constante; enfim, é um roteiro que direciona uma linha de pensamento e ação. Por isso, planejar para depois não trabalhar com o plano, é uma incoerência pedagógica. E isto pode ocorrer quando o plano é algo que serve, simplesmente, para cumprir com a obrigação burocrática, quer por diletantismo pedagógico ou por mera satisfação profissional para honrar o cargo. Portanto, planejar para trabalhar com o seu plano. Pois o que dizer de alguém que faz uma planta para construir uma casa, toda sofisticada, mas que, durante a construção, tal planta não é consultada, nem examinada pelos construtores e trabalhadores? Em vez de uma mansão poder-se-á ter um amontoado de tijolos e pedras fadados ao desmoronamento. Segundo Moretto (2007), planejar é articular a ação e assim elaborar definições simples, apresentando a influência que o ato de planejar institui, pois, o planejamento auxilia o trabalho tanto do professor quanto do aluno, portanto, o ato de organizar ideias e informações coletadas do educador enriquece a realização das diversificadas situações. É possível compreender a importância de elaborar um planejamento para sustentar o desenvolvimento de atividades educacionais e nortear os alunos sobre os objetivos finais de cada atividade. Ao elaborar um planejamento o professor pode realizar uma atividade diagnóstica para identificar e levantar os conhecimentos prévios dos alunos que nortearão o desenvolvimento dos planejamentos seguintes. Compreender o conhecimento que o aluno já possui valoriza o aprendizado já desenvolvido e norteia as novas atividades elevando o nível de conhecimento. O professor pode desenvolver um planejamento imediato semanal com mais detalhes da aplicação das aulas e atividades e planejamentos anuais que contemplem projetos de uma maneira geral. Veremos um pouco sobre as etapas dos planejamentos adiante. O planejamento educacional de forma geral pode conter alguns tópicos importantes em sua construção como o exemplo que veremos a seguir. 76 Figura 7: Etapas do Planejamento Educacional Fonte: Arquivo pessoal do autor (2020) Além dos tópicos apresentados acima o professor pode desenvolver um planejamento pedagógico com outros tópicos que julgar importante ou que seja preestabelecido pela instituição escolar em que estiver lecionando. O importante é realizar o planejamento para ter uma visão geral de como será elaborada uma atividade e qual objetivo final irá atingir. 6.3 AS ETAPAS DO PLANEJAMENTO Baseado na proposta de planejamento sugerida e elencada no item anterior, vamos identificar como ocorrem as etapas de planejamento de acordo com o exemplo citado. Data de Elaboração As etapas do planejamento fazem parte de uma elaboração de trabalho organizado e propenso a um final esperado. O desenvolvimento de toda a atividade educacional deve estar interligado em suas etapas de construção para sustentar a elaboração da aula. Partindo da ideia de que o planejamento norteará uma atividade educacional contabilizada por hora/aula, a data de elaboração da atividade refere-se ao dia que será executada tal atividade bem como o seu horário de execução. https://bit.ly/36TxfPR 77 Objetivos de aprendizagem Ao construir um planejamento é possível elencar os objetivos de aprendizagem educacionais que o (a) seu (sua) aluno (a) terá ao final da atividade. Observando os planos de ensino, elencados por órgãos competentes, e elencar os objetivos de aprendizagem que constituem a formação pedagógica do aluno contribui na concepção do conhecimento que será adquirido pelo educando. O desenvolvimento dos objetivos educacionais constitui uma base para a evolução da prática e conhecimento dos alunos através de uma determinada atividade. Enfim, utilizar palavras de ações no planejamento como refletir, pensar, criar, desenvolver, compreender, entre outras, representa o desenvolvimento cognitivo e prático do aluno no decorrer das atividades propostas. Materiais para a aula Um detalhe importante para a composição do planejamento pedagógico é a escolha dos materiais que serão utilizados durante a aula. Os materiais podem variar nas mais diversas opções como um livro didático, livro de contação de história, material escolar pessoal como caderno, lápis, entre outros, ou até mesmo materiais mais selecionados como tintas, pinceis, argila, etc. A composição desta etapa determina o tipo de aula que será realizada sendo ela teórica ou prática. Ao pensar em aula expositiva, ou teórica, a utilização de material de leitura e anotação se tornam importantes para registrar o conhecimento que será adquirido durante essa aula. Realizar anotações faz parte ainda do desenvolvimento da escrita e leitura que compõe a base do aprendizado de qualquer disciplina ou conteúdo. Planejar uma aula com prática musical exige ainda a preparação de 78 materiais específicos para que a atividade seja elaborada de forma organizada que provoque o aluno a realizar sua prática. Pensar na realização dessa prática de forma lúdica e criativa exige do professor um pensamento sobre a forma como será abordada essa prática para a realização da atividade. Sobre a prática educacional Freire em seu livro “Pedagogia da autonomia” diz que “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. Freire (1996, p. 39) Partindo da importância da organização para uma aula prática o professor deve estabelecer com antecedência os materiais que serão utilizados para a realização da atividade. Observe o quadro a seguir como exemplo de modelo de Planejamento para uma aula prática de Música em uma turma de 2º período da Educação Infantil com a descrição dos tópicos já apresentados até aqui: data de planejamento, objetivos de aprendizagem, habilidades e materiais utilizados. Quadro 3: Modelo de Planejamento de Aula Orientações principais Objetivo de aprendizagem Habilidades e Competências Materiais que serão utilizados Turma: 2º período Educação Infantil. Aula prática – Música Data: (a preencher) Duração: 50 minutos Identificar os sons do corpo; ouvir sons diversos que o corpo produz. Imitar sons produzidos pelo(a) professor(a). Compreender os sons em uma atividade lúdica. (EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente. (EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias. Instrumentos musicais ( violão); Caixa de som; Corpo. Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Observando as colocações e os exemplos dados, podemos afirmar que é possível elaborar uma aula prática de música onde podemos promover o conhecimento dos sons produzidos pelo corpo e o reconhecimento de sons diversos. 6.4 METODOLOGIA DE ENSINO PARA APLICAR EM UMA AULA LÚDICA 79 Etimologicamente, considerando sua origem grega, a palavra metodologia origina-se do methodus. Zanella (2011. P,22) indica que metodologia é o “ramo da pedagogia, cuja preocupação é o estudo dos métodos mais adequados para a transmissão do conhecimento”. Associando a palavra metodologia à prática educacionalpodemos dizer que Método é o caminho ou processo que se realiza para chegar ao conhecimento. A metodologia, portanto, consiste na explicação de toda ação que será desenvolvida para atingir determinado conhecimento. Ferraz e Fusari (1993) em seu livro “Metodologia do Ensino de Arte” afirma que “a metodologia pode ser considerada como o método em ação onde os princípios do método (atitude inicial, básica, de percepção da realidade e suas contradições) estarão sendo mencionados na realidade da pratica educacional.” [Ferraz; Fusari (1993, p. 18)] Observe a tabela abaixo que descreve a metodologia que será realizada em uma aula de música com planejamento proposto: Modelo de Planejamento de Aula – Acréscimo de Metodologia Orientações principais Objetivo de aprendizagem Habilidades e Competências Materiais que serão utilizados Metodologia Turma: 2º período Educação Infantil. Aula prática Música Data: (a preencher) Duração: 50 minutos Identificar os sons do corpo; ouvir sons diversos que o corpo produz. Imitar sons produzidos pelo(a) professor(a). Compreender os sons em uma atividade lúdica. (EI01TS01) Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente. (EI01TS03) Explorar diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brincadeiras cantadas, canções, músicas e melodias. Instrumentos musicais (violão); Caixa de som; Corpo. Apresentar aos alunos como é o nosso corpo (partes do corpo); Propor que os alunos façam sons com o corpo de forma diversifica da; apresentar aos alunos sons em uma caixa produzidos pelo corpo. Atividade: Identificar os sons 80 que estão ouvindo e tentar reproduzir os sons no corpo. Retratar em forma de desenho as partes do corpo. Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Observando a tabela acima compreendemos a metodologia descrita de como ocorrerá a atividade proposta em determinada aula. Essa descrição orienta o professor sobre a linha de abordagem da aula além de significar todo o processo que ocorrerá durante a atividade proposta. No item a seguir veremos com mais detalhes o desenvolvimento de projetos pedagógicos que podem ser inclusos em um planejamento anual intensificando a prática pedagógica e criativa do aluno. 6.5 PROJETO PEDAGÓGICO 6.5.1 Elaboração de Projetos Pedagógicos O processo ensino aprendizagem é um caminho educacional onde o professor acompanha o seu aluno na evolução do seu conhecimento. As práticas pedagógicas que ocorrem neste caminho intensificam o aprendizado do aluno sobre um conteúdo ou desenvolve um olhar mais crítico sobre o mundo a sua volta. 81 As utilizações de Projetos Pedagógicos intensificam essa prática e torna o aluno como personagem principal do seu aprendizado através da curiosidade e da criatividade. O educando ao fazer parte de um projeto pedagógico se sente parte da construção do conhecimento de forma efetiva com pensamento construtivista. Mas para elaborar um projeto é preciso que o professor elabore um planejamento das ações que serão práticas durante todo o desenvolvimento da pesquisa ou da prática educacional. Partindo do princípio vamos entender o que siginifica esse termo “Projeto” e como podemos desenvolvê-lo na Educação Infantil. 6.5.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE PROJETOS PEDAGÓGICOS O termo projeto possui significados diversos, mas coerentes a respeito da sua execução. Projetar é planejar uma prática para explicar uma teoria ou para representá-la de forma significativa. NOGUEIRA (2008, p.30), propõe uma definição desse termo sendo a possibilidade de aprendizado a partir de uma previsão ou projeção do que será realizado. Em outra definição encontramos que os projetos são uma “representação oral, escrita, desenhada, gráfica ou modelada que, a partir de um motivo, gera a intenção numa pessoa de realizar certa atividade, usando meios adequados para alcançar determinada finalidade” (MARTINS, 2007, p. 34). Ao desenvolver um projeto a visão crítica sobre um determinado tema se prolonga até atingir o objetivo final proposto no início da experiência. O tempo todo o ser humano se vê cercado de dúvidas e necessidades de forma geral instigando o desenvolvimento de teorias ou práticas para vencer determinadas situações. No âmbito educacional, o projeto pedagógico é a prática sobre um determinado conteúdo que promove ao aluno uma experiência para aprimorar seus conhecimentos. A utilização da prática pedagógica é defendida por historiadores, pesquisadores e educadores em todo o território nacional. No livro “Projetos Pedagógicos na Educação Infantil” das autoras Barbosa e Horn (2008) há uma análise da importância da elaboração de projetos na educação. Sobre a elaboração de uma proposta educacional diversificada através de linguagens mútuas as autoras relatam que: Para haver aprendizagem, é preciso organizar um currículo que seja 82 significativo para as crianças e também para os professores. Um currículo não pode ser a repetição contínua de conteúdos [...]. Os projetos abrem para a possibilidade de aprender os diferentes conhecimentos construídos na história da humanidade de modo relacional e não-linear, propiciando às crianças aprender através de múltiplas linguagens, ao mesmo tempo em que lhes proporcionam a reconstrução do que já foi aprendido (BARBOSA; HORN, 2008, p. 35). Repensar a educação de forma prática, dinâmica e interativa é projetar uma aula diversificada sobre um determinado tema com o objetivo de promover uma maior interação e desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem dos alunos. Nessa visão o professor deve conhecer seus objetivos de ensino, seus conteúdos curriculares, habilidades e competências para promover de forma segura a mediação do conhecimento ao seu aluno. Quanto mais o professor pesquisa sobre seu conteúdo mais segurança ele terá para trabalhar o processo ensino aprendizagem e assim desenvolver o repertório imagético e a visão crítica dos alunos à respeito da sua disciplina. A elaboração de projetos pedagógicos pode surgir diante de uma dúvida dos alunos sobre um determinado tema e a partir daí o professor pode elaborar uma sequência de atividades que terá no seu fim o objetivo de aprendizagem alcançado. Através de um projeto pedagógico o aluno pode aliar teoria à prática e experimentar suas ideias e propor novas descobertas sobre um determinado tema. Sobre essa visão metodológica, Oliveira (2005, p. 47) reflete que: Ao abordar o trabalho com projetos na construção do conhecimento escolar, valoriza-se uma prática pedagógica que estimula a iniciativa dos alunos através da pesquisa, desenvolve o respeito às diferenças pela necessidade do trabalho em equipe, incentiva o saber ouvir e expressar-se, o falar em público e o pensamento crítico autônomo. Esta autonomia, que vai sendo conquistada através da pesquisa, com toda a diversidade de caminhos percorridos e as competências que os alunos vão desenvolvendo através de tal prática, visa a promover sua autonomia intelectual. Nessa proposta educacional podemos entender que realizar um projeto como prática pedagógica pode contribuir significativamente no processo ensino aprendizagem através de pesquisas, experimentos e no desenvolvimento da visão crítica do aluno em diferentes etapas educacionais. 83 6.5.3 Etapas de Produção de Projeto Pedagógico Ao escolher o projeto como ferramenta educacional o professor deve elaborar o planejamento das etapas que serão desenvolvidas para chegar a um objetivo final. Analise o quadro abaixo que cita de forma geral importantes etapaspara a elaboração de um projeto pedagógico. Quadro 4: Tópicos para elaborar um Projeto ETAPAS DESCRIÇÃO Idealização do Projeto Nesta etapa o professor percebe um tema que condiz com o conteúdo curricular e propõe um projeto que dure um determinado tempo para realizar pesquisas e práticas dentro do contexto. Plano de atividades A organização das atividades é uma etapa importante do projeto onde o professor elenca quais serão as pesquisas e práticas sobre o conteúdo ou tema. Neste momento o professor pode determinar o período que será realizado e os materiais que serão utilizados. Plano de Avaliação e/ou encerramento Esta etapa é a culminância do projeto que apresenta o produto final da pesquisa ou prática. Pode ser apresentado à outras turmas, aos pais ou de forma geral para toda a escola. Fonte: Adaptado de Nogueira (2008) Vamos entender essas três etapas de forma detalhada nos próximos tópicos. Idealização do Projeto Durante a elaboração do planejamento de atividades anuais o professor tem uma visão geral sobre os conteúdos e habilidades que serão desenvolvidos. Os alunos ao iniciarem seus estudos sobre um determinado assunto podem possuir ou não um conhecimento prévio sobre o mesmo. A partir desse conhecimento prévio é possível surgir ainda outras dúvidas a respeito do tema gerando uma curiosidade sobre determinado assunto. Partir do princípio da curiosidade e das dúvidas sobre um conteúdo é possível pensar em um caminho mais lúdico ou prático que enfatize experiências didáticas e proporcione um melhor desenvolvimento do processo ensino aprendizagem. Barbosa e Horn (2008, p. 28)enfatizam que: As crianças são capazes de criar teorias, interpretações, perguntas, e são co-protagonistas na construção dos processos de conhecimento. Quando se propicia na educação infantil a aprendizagem de diferentes linguagens simbólicas, possibilita-se às crianças colocar em ação conjunta multifacetada esquemas cognitivos, afetivos, sociais, estéticos e motores. (Barbosa e Horn. 2008. Pág. 28). 84 Assim, a etapa de idealização do projeto parte do princípio de instigar o processo criativo e a curiosidade sobre novos conhecimentos dos alunos sobre um determinado conteúdo ou tema. Para elaborar essa etapa podemos pensar em algumas questões importantes: Figura 8: Exemplo de Idealização de projeto – Organização de ideias Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) Plano de Atividades e Avaliação Elaborar o Plano de Atividades é organizar as propostas de pesquisas e práticas educacionais após a Idealização do Projeto. Nesta etapa é importante 85 colocar no papel todas as ideias de atividades para que possam ser definidas as melhores opções para o projeto. Por mais simples que seja a atividade é sempre bom elencar as ideias, assim o professor terá opções para trabalhar de forma diversificada. É importante ressaltar que não é necessário que todas as atividades sejam elaboradas e difíceis. O principal objetivo de um projeto é promover o conhecimento de forma integrada, lúdica e prazerosa para o aluno. Nesse contexto, Fonte (2011) ensina: A função do projeto é a de tornar a aprendizagem real e atrativa, transformando a escola em um espaço agradável, sem impor os conteúdos programáticos autoritariamente. Assim o aluno busca e consegue informações, lê, conversa, faz investigações, formula hipóteses, anota dados, calcula, reúne o necessário e, por fim, converte tudo isso em ponto de partida para a construção e ampliação de novas estruturas cognitivas. (FONTE,2011. p.32) Compreendendo as novas formas de pensar, agir, pesquisar, aprender, ensinar, manifestar, entre outras ações, o desenvolvimento de atividades diversas contempla o aprimoramento profissional do educador. As propostas pedagógicas que vivenciamos no passado na escola já não causam o mesmo efeito educacional nos alunos modernos. Portanto organizar o plano de atividades de forma diversificada garantirá um trabalho pautado nas diversas habilidades e promoverá para todos os alunos a oportunidade de pesquisa e prática sobre o conteúdo ou tema abordado. Vejamos a seguir ideias sobre como elaborar o Plano de Atividades. Quadro 5: Ideias para um Plano de Atividades – Tema: ANIMAIS PLANO DE ATIVIDADES - AÇÕES DESCRIÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO Ações: Apresentar livros ilustrados sobre o tema; Apresentar imagens sobre o tema; Nesta etapa o professor apresenta aos alunos a contextualização do tema e os principais conceitos. Esta apresentação pode ser feita de forma mais lúdica como por exemplo com uma história sobre o tema abordado. DESENVOLVIMENTO DO TEMA Momento de propor práticas interativas sobre o tema abordado. O professor pode realizar atividades em sala ou como dever de casa. Pode utilizar a tecnologia como recurso didático (vídeos, filmes infantis, desenhos, etc.) Esta etapa deve ser direcionada para a criação do repertório de conhecimento Neste momento o principal objetivo é instigar a curiosidade dos alunos sobre o tema do projeto. Esta etapa pode ser feita utilizando livros, revistas, sites, vídeos, filmes, imagens, entre outros. O professor pode direcionar a prática com atividades lúdicas como colagens de imagens sobre o tema (pode criar um portfólio), realizar desenhos livres sobre o tema, etc. 86 PLANO DE ATIVIDADES - AÇÕES DESCRIÇÃO sobre o tema. ORGANIZAÇÃO DOS DADOS COLETADOS Esta etapa pode ser produzida na escola como uma etapa de trabalho coletivo. Criação de cartazes, colagens, músicas, trabalhos criativos entre outros sobre desenvolvimento feito anteriormente. Esta etapa consiste na organização de todo conhecimento adquirido de forma individual ou coletiva. Nesta etapa o aluno constrói o seu conceito sobre o tema e promove a integração entre pesquisa e prática pedagógica. APRESENTAÇÃO/AVALIAÇÃO Etapa de apresentação dos dados coletados e dos conhecimentos adquiridos; Pode-se promover feiras, saraus, apresentações musicais, de dança ou teatro, exposições fotográficas. O professor pode organizar essa etapa para apresentar o resultado do trabalho. Obs.: O processo de avaliação pode ocorrer durante todo o processo ensino aprendizagem onde o aluno irá desenvolver suas habilidades em cada atividade proposta. Esta etapa é a culminância do projeto que apresenta o produto final da pesquisa ou prática. Neste momento o aluno estará mergulhado no tema ou conteúdo trabalhado e irá apresentar suas composições artísticas sobre o tema. O público que vai apreciar o trabalho pode ser definido pelo professor regente e coordenador pedagógico. Fonte: Embasado por NOGUEIRA (2008) e Adaptado pelo Autor (2021) 6.6 ESPAÇO, MATERIAIS E TEMPO PARA REALIZAR UM PROJETO EDUCACIONAL O desenvolvimento de um projeto dependerá sempre do objetivo de aprendizagem final e da forma como estes conhecimentos adquiridos ou práticas elaboradas serão apresentados. A duração de um projeto pode variar de acordo com a disponibilidade de materiais, local para realizar pesquisas e criações artísticas bem como o desenvolvimento das atividades propostas executadas pelos alunos. O professor deve estar atento que cada aluno pode ter seu desenvolvimento em espaço de tempo diferente de acordo com a sua capacidade criativa, sua curiosidade e a disponibilidade de materiais de pesquisas e práticas pedagógicas. Através desse olhar o professor pode prosseguir com as atividades instigando o aluno com mais dificuldade a realizar a atividade em outro momento extraclasse podendo ainda ter ajuda da família ou professor de apoio. Espaço Um projeto elaborado de forma integral no ambiente escolar pode ser87 realizado em diversos espaços como a sala de aula, biblioteca, pátio, área ao ar livre, entre outros de acordo com a disponibilidade da instituição. Os alunos geralmente passam boa parte do seu processo educacional dentro da sala de aula. Organizar atividades práticas de um projeto para serem trabalhadas em diferentes espaços da escola promove a exploração e domínio do espaço escolar direcionado para o educando e instiga a criatividade gerando novas ideias aos alunos sobre o tema trabalhado. Materiais Ao elaborar projetos práticos a utilização de materiais que proporcionem a imaginação e a criatividade do aluno intensifica e proporciona engajamento dos alunos para experimentar e se expressar de forma diversificada. De acordo com a realidade de cada instituição e condições para compras de materiais específicos, o professor pode definir os materiais que serão utilizados nas atividades com a coordenação pedagógica e os alunos. Utilizar materiais do dia a dia como tesoura, cola, entre outros, pode ser proposto pelo professor de acordo com a pesquisa ou prática a ser realizada. Para um projeto artístico com intenção de reaproveitamento de materiais o professor pode promover a integração de materiais que os alunos possuam em casa (esse processo pode instigar a reciclagem de materiais que já existam em casa, mas que não são utilizados e que muitas vezes vão para o lixo). Em algumas ocasiões existem pais e/ou mães artistas, artesãos, músicos, atores, dançarinos, enfim, que desenvolvam algum tipo de projeto criativo que possa ser utilizado também no ambiente escolar. Em um projeto educacional mais elaborado a compra de materiais pode ser feita de forma coletiva ou individual como tintas e telas próprias para pintura, argila para modelagem, materiais para confecção de figurinos, entre outras opções. Em cada projeto o professor pode definir essas questões da melhor maneira possível com a coordenação pedagógica e com os alunos. Tempo A elaboração de projetos pedagógicos deve contemplar um prazo de início e término. A determinação do tempo de execução do projeto orienta a criação e norteia o desenvolvimento de pesquisas e práticas educacionais. Essa definição de 88 duração do projeto deve ser avaliada pelo professor e acertada com a coordenação pedagógica. O professor deve estar atento às datas comemorativas que a escola organiza eventos, aos importantes acontecimentos durante o ano letivo, aos temas educacionais vigentes e as propostas do Plano Pedagógico da instituição. Após os ajustes de definição de conteúdo ou tema do projeto, materiais que serão utilizados, espaço e tempo o professor consegue definir as ações e determinar o começo, meio e fim do seu projeto educacional. Agregar aos projetos pedagógicos jogos, brincadeiras e atividades lúdicas é endossar o desenvolvimento educacional do aluno de forma interativa e participativa contribuindo na sua formação educacional e social. 89 FIXANDO CONTEÚDO 1. O planejamento é a elaboração de forma escrita de um plano de aula para ser desenvolvido. Este documento pode ser dividido por etapas entre elas: Objetivos, Habilidades e competências e Metodologia. Sobre a metodologia é correto afirmar que: a) reflete o tempo de execução da atividades e os materiais necessários. b) consiste na descrição dos conteúdos que serão abordados. c) consiste na explicação de toda ação que será desenvolvida para atingir determinado conhecimento. d) representa o desenvolvimento das atividades práticas.. e) é o conceito que determina o local de realização de atividades e o tempo de execução. 2. O planejamento, no contexto escolar, é um meio para programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão do professor intimamente ligado: a) às propostas pedagógicas, conteúdos, habilidades e competências que serão trabalhadas durante o ano letivo. b) ao planejamento da escola nos quesitos pedagógicos e financeiros. c) aos projetos comemorativos da escola. d) às ações que serão desenvolvidas nos laboratórios temáticos. e) às atividades pedagógicas, às práticas educacionais e propostas de projetos individuais. 3. Das alternativas abaixo a que melhor define o que é planejamento é: a) Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho docente que assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto social e do processo de participação democrática. b) Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e profissional e as ações efetivas que o professor realizará na sala de aula, através de objetivos, métodos e formas organizativas do ensino. c) Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização 90 de um ensino de qualidade e evite a improvisação. d) Atualizar o conteúdo do plano sempre que for revisto, aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no campo de conhecimentos, adequando-os às condições de aprendizagem dos alunos, aos métodos, técnicas e recursos de ensino que irão sendo incorporados na experiência cotidiana. e) Facilitar a preparação de aulas, de forma a manter a unidade dos conteúdos, com vistas à formação de turmas homogêneas, possibilitando a exclusão de alunos que não acompanhem as aulas propostas. 4. O planejamento pedagógico pressupõe que o ato de ensinar e aprender requer esforço metódico e crítico do professor no sentido de desvelar a compreensão de algo. Nessa perspectiva, são consideradas práticas docentes mediadoras e lúdicas: a) Atividades interativas com registro em texto. b) Repetição de atividades sem metodologia diversificada. c) Crítica aos trabalhos realizados pelos estudantes. d) Avaliação de forma escrita. e) Construção de conhecimento através de jogos e brincadeiras. 5. O trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, consequentemente, na postura do professor. No que se refere a esse assunto, é correto afirmar que: a) o professor precisa acompanhar o processo de aprendizagem do aluno e entender seu universo cognitivo e afetivo para fazer a mediação pedagógica. b) o trabalho, na metodologia de projetos, deve ser visto apenas como uma opção metodológica, e não como uma maneira de repensar a função da escola. c) o professor que adota a pedagogia de projetos despreza a produção de conhecimentos disponíveis nos livros didáticos. d) não é necessário que o professor tenha clareza da sua intencionalidade pedagógica para intervir no processo de aprendizagem por se tratar de projetos. e) a ação docente, na metodologia de projetos, é mais centralizadora, passiva e cômoda que em outras metodologias tradicionais. 6. “Nesta etapa o professor elenca quais serão as pesquisas e práticas sobre o 91 conteúdo ou tema. Neste momento o professor pode determinar o período que será realizado e os materiais que serão utilizados. ” O trecho acima refere-se à(ao): a) idealização. b) plano de avaliação. c) Apresentação. d) Pesquisa. e) plano de ação. 7. Sobre a participação ativa do aluno em um Projeto Artístico Pedagógico, é correto afirmar que o educando: a) representa o personagem passivo que absorve o conteúdo. b) representa o personagem que participa de todas as etapas de pesquisa e prática de forma coletiva com os demais. c) representa o personagem principal detentor de todo conhecimento. d) desenvolve sozinho todas as etapas de criação. e) determina o tema do projeto em comum acordo com a coordenação pedagógica. 8. Ao escolher o projeto como ferramenta educacional o professor deve elaborar o planejamento das etapasque serão desenvolvidas. Como etapas de um Projeto pedagógico organizados em sequência, é correto: a) idealização, plano de ação e pesquisa. b) pesquisa, idealização e avaliação. c) Idealização, plano de ação, apresentação e avaliação d) práticas, idealização, pesquisas e avaliação. e) Avaliação, apresentação, pesquisa e idealização. 92 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 01 UNIDADE 02 QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 D QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E UNIDADE 03 UNIDADE 04 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 D QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 D QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C UNIDADE 05 UNIDADE 06 QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 C QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C 93 REFERÊNCIAS BARBOSA, M. C., HORN, M. D. (2008). Projetos pedagógicos na Educação Infantil. . Porto Alegre: Artmed. BRASIL. (20 de 12 de 1996). Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Acesso em 03 de 05 de 2020, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm BRASIL. (2009). Ministério da Educação. Resolução Nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Acesso em 25 de 08 de 2020, disponível em https://bit.ly/3jyFOT0 BRASIL. (2016). Base Nacional Comum Curricular . Brasília, DF: Ministério da Saúde. BRUNA, M. H. (s.d.). TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Acesso em 25 de 08 de 2020, disponível em Drauzio: https://bit.ly/2F5CaS0 CAMPAGNE, F. Le jouet, l’enfant, l’éducateur – rôles de l’objet dans ledéveloppement de l’enfant et le travail pédagogique. Paris: Privat, 1989. CORIA-SABINI, M. A. LUCENA, R. 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