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Apostila-Lúdico e Musicalização na Educação Infantil

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Talita Daniele Alves Gomes Caldeira 
 
Pós-Graduada Lato Sensu em Cultura e Literatura pela Faculdade de Educação São Luís. 
Graduada no Curso de Artes/Licenciatura em Música pela Universidade Estadual de 
Montes Claros. Atualmente leciona a disciplina Arte na Educação Básica na cidade de 
Ipatinga na rede privada e pública. Escritora na área da Educação Artística e tutora do 
curso de Pedagogia da Faculdade única de Ipatinga-MG 
LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem 
Autorização escrita do Editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
http://www.faculdadeunica.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. 
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos científi-
cos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou 
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e 
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo 
abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter um maior grau de 
atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de 
determinados termos/palavras mostradas ao longo do 
livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões 
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, 
seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
 LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................... 8 
1.1 LÚDICO NA EDUCAÇÃO .............................................................................................. 8 
1.2 MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ENSINO ................................................ 10 
1.3 EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS EMOCIONAIS .............................................................. 11 
1.4 LÚDICO E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL. ..................................................... 13 
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................ 17 
 TENDÊNCIAS DO ENSINO DE MÚSICA E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR 
NO ENSINO INFANTIL .............................................................................. 21 
2.1 MÚSICA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL ........................................................... 21 
2.2 ENSINO LÚDICO E MUSICAL PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL .................................. 24 
2.3 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MUSICALIZAÇÃO ............................................... 26 
2.3.1 Os Sons Na Primeira Infância .......................................................... 26 
2.4 BRINCADEIRAS MUSICAIS PARA O ENSINO INFANTIL .............................................. 28 
2.5 TECNOLOGIA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL: NOVAS TENDÊNCIAS DE 
ENSINO ........................................................................................................................ 30 
2.5.1 A Utilização De Mídias Digitais Dentro Da Sala De Aula ........... 32 
FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 34 
 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ................................. 38 
3.1 ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - HABILIDADES DO 
ENSINO INFANTIL NA EDUCAÇÃO BÁSICA. ............................................................. 38 
3.2 ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL DA BNCC ... 41 
3.2.1 Habilidades Da Bncc Com Atividades Lúdicas Na Educação 
Infantil .................................................................................................. 41 
3.2.2 O Trabalho Com A Música E A Brincadeira Na Educação 
Infantil .................................................................................................. 44 
FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 47 
 JOGOS E BRINCADEIRAS ....................................................................... 50 
4.1 O JOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................................................... 52 
4.3 TIPOS DE JOGOS ........................................................................................................ 56 
FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 60 
 BRINQUEDOTECA LÚDICA VIRTUAL ....................................................... 63 
5.1 IDEIAS INOVADORAS PARA ENSINO LÚDICO .......................................................... 63 
5.2 BRINQUEDOTECO VIRTUAL DO CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) .............................. 65 
FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 69 
 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO ............................................................ 73 
6.1 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO – ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS, HABILIDADES 
E COMPETÊNCIAS ....................................................................................................... 73 
6.2 DEFINIÇÃO E CONCEITO DE PLANEJAMENTO ......................................................... 73 
6.3 AS ETAPAS DO PLANEJAMENTO ................................................................................ 76 
6.4 METODOLOGIA DE ENSINO PARA APLICAR EM UMA AULA LÚDICA ...................... 78 
6.5 PROJETO PEDAGÓGICO ............................................................................................ 80 
6.5.1 Elaboração de Projetos Pedagógicos ......................................... 80 
6.5.2 Conceitos e Definições Sobre Projetos Pedagógicos ............... 81 
6.5.3 Etapas de Produção De Projeto Pedagógico............................ 83 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
6.6 ESPAÇO, MATERIAIS E TEMPO PARA REALIZAR UM PROJETO EDUCACIONAL ....... 86 
FIXANDO CONTEÚDO ................................................................................................ 89 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 92 
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 937 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Nesta unidade veremos alguns conceitos e definições Música e 
Ludicidade. A contextualização sobre a importância do 
desenvolvimento de atividades lúdicas durante o ensino infantil de 
forma interativa garantindo a exploração de habilidades 
emocionais e cognitivas educacionais. Nesta unidade veremos 
ainda citações de autores que fazem o embasamento teórico 
sobre os conceitos e definições dos termos referentes ao nosso livro. 
Estudaremos nesta unidade as tendências do ensino de música e a 
importância do brincar na educação infantil, o ensino para alunos 
especiais e a inserção de novas tecnologias em sala de aula 
baseando em referências educacionais. 
 
 
Nesta unidade analisaremos as competências e habilidades 
vigentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o 
ensino infantil na Educação Básica. Serão abordadas ainda as 
competências e habilidades que podem ser desenvolvidas 
utilizando a música no ensino infantil. 
Esta unidade abordará conceitos e importância jogos e 
brincadeiras na Educação Infantil. Uma análise de sobre a 
aplicabilidade de atividades lúdicas no processo ensino 
aprendizagem com referencial teórico sobre essas ações. 
 
 
Esta unidade irá tratar sobre o desenvolvimento da brinquedoteca 
virtual do curso EAD de Pedagogia da Faculdade Única. O projeto 
visa despertar práticas pedagógicas divertidas e lúdicas através 
de atividades e brincadeiras com objetivos educacionais 
pedagógicos. 
Nesta etapa vamos finalizar o nosso estudo compreendendo a 
importância da elaboração de projetos pedagógicos na 
Educação Básica. Vamos entender as etapas de um projeto 
pedagógico para trabalhar conteúdos da disciplina na Educação 
Infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 LÚDICO E MUSICALIZAÇÃO: 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
 
 
1.1 LÚDICO NA EDUCAÇÃO 
A educação no ensino infantil tem um grande papel no desenvolvimento 
social e humano ao ofertar oportunidades de práticas educativas de diversas 
formas a partir das vivências escolares. 
 Através da educação a concretização dos direitos sociais e a cidadania da 
infância oportunizam que a criança desperte suas habilidades emocionais e 
criativas. A formação pedagógica dos professores representa um ponto essencial 
para o desenvolvimento das atividades escolares através de estudos e pesquisas 
sobre as formas e meios de ensinar. 
Compreender as faixas etárias e as habilidades que podem ser desenvolvidas 
durante o processo ensino aprendizagem na educação é essencial para 
organização e planejamento de atividades. Um ponto de referência importante é a 
Resolução Nº 2, de 9 de outubro de 2018 do Ministério da Educação define o ensino 
na Educação Infantil inicia desde a pré-escola compreendendo a faixa etária de 0 
até os 5 anos e 12 meses de idade. 
Os profissionais da educação que trabalham no ensino infantil devem ter 
engajamento pedagógico com pensamento, reflexão e diálogo sobre a infância. É 
importante possuir um conhecimento amplo de como as crianças aprendem e se 
desenvolvem na oportunidade de atender às necessidades e interesses individuais 
de cada um. 
A utilização de atividades e propostas pedagógicas na primeira infância 
representa a iniciação educacional de todo aprendizado que haverá ao longo da 
vida. De acordo com os Parâmetros Nacionais de qualidade da Educação Infantil 
(2018, p.12) é na primeira infância que ocorre o desenvolvimento do controle 
emocional e de suas habilidades que afetarão a vida da criança e sua 
aprendizagem, porque: 
 
[..]áreas de desenvolvimento altamente importantes, como controle 
emocional, habilidades sociais, linguagem e aritmética, alcançam 
seu auge nos primeiros três anos de vida infantil. A importância de 
prestar serviços de qualidade para a Primeira Infância é sustentada 
UNIDADE 
01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
por evidências dessa natureza. Isso mostra que as experiências 
específicas de uma criança nos seus primeiros anos de vida têm o 
profundo efeito de limitar ou expandir seu potencial social, físico e 
cognitivo. 
 
Portanto, planejar atividades educacionais para o ensino infantil com 
práticas lúdicas demonstra preocupação do docente em propor para as crianças a 
oportunidade de criação e contato com diferentes habilidades. Ao elaborar uma 
atividade com orientação e prática lúdica o docente consegue colaborar para o 
desenvolvimento cognitivo e psicomotor do aprendizado na primeira infância. 
O entendimento sobre o lúdico compreende o conhecimento prévio para 
que o docente desenvolva as atividades pedagógicas de forma segura e 
preparada. A palavra “lúdico” tem sua origem na palavra latina “ludus” que 
significa jogo. Apesar dessa definição objetiva o lúdico é visto na educação como 
uma ação que reflete o brincar para tornar o aprendizado mais agradável. Guerra, 
Rolim e Tassigny (2008, p.177) fazem um estudo de Vygotsky sobre o brincar na 
aprendizagem e no desenvolvimento infantil e refletem sobre o lúdico: 
 
Ao consultar um dicionário, deparamo-nos com diversos significados 
para a palavra brincar, e todos eles nos passam a ideia de diversão, 
distração, agitação, faz de conta. A brincadeira é o lúdico em ação. 
Brincar é importante em todas as fases da vida, mas na infância ele é 
ainda mais essencial: não é apenas um entretenimento, mas, 
também, aprendizagem. A criança, ao brincar, expressa sua 
linguagem por meio de gestos e atitudes, as quais estão repletas de 
significados, visto que ela investe sua afetividade nessa atividade. Por 
isso a brincadeira deve ser encarada como algo sério e que é 
fundamental para o desenvolvimento infantil. 
 
Como dito pelos autores acima analisando o posicionamento de Vygotsky, o 
lúdico pode ser utilizado como entretenimento sendo ferramenta facilitadora do 
processo ensino aprendizagem ao relacionar a emoção à aprendizagem de 
conceitos educativos. 
Ao pensar em atividades educacionais que possuem propósito educativo 
com prática lúdica, o docente instiga a construção do conhecimento, a 
descoberta e a prática pedagógica de forma prazerosa e significativa para o 
educando. Dessa forma, utilizar atividades pedagógicas de forma lúdica propõe 
ainda à participação das crianças em suas diversidades emocionais promovendo o 
desenvolvimento emocional, educacional e criativo. 
Portanto, o trabalho com bebês e crianças da educação infantil necessita 
que o educador procure formas de atrair a atenção da criança com propostas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
dinâmicas e interativas garantindo a exploração de habilidades emocionais e 
cognitivas educacionais. Assim, a utilização de brincadeiras educativas e/ou 
objetos interativos que tenham uma proposta de aprendizagem pode provocar a 
curiosidade do aluno e oportunizar o ensino de forma leve e atrativa. 
 
 
 
1.2 MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ENSINO 
Percebemos uma evolução da educação diante da diversidade de 
propostas e metodologias de ensino em que a sociedade se encontra. Novas 
ferramentas e novas propostas pedagógicas despertam novas ideias nos docentes 
que precisam mediar o conhecimento do educando atendendo às diversidades de 
aprendizagens encontradas na sala de aula. 
Diante dessas mudanças e novidades pedagógicas, é possível intensificar o 
uso da música na educação propondo inúmeras possibilidades de escuta com 
concentração, percepção de mundo e manuseio de objetos interativos sonoros. 
Através da escuta a criança desenvolve habilidades como a fala, o canto, a 
escrita e a interatividade com outras pessoas ouvindo ou reproduzindo atividades 
musicais. 
Por não ser um objeto visível, o som deve ser ouvido para ser compreendido 
e a partir da escuta o professor pode propor atividades de reprodução e 
brincadeira tornando-o um objeto de aprendizagem. Para iniciar o uso da música 
na educação é possível partir do princípio do ouvir sons diversos e identificá-losem 
suas diversas características. Através da prática da escuta musical a criança 
reconhece os sons à sua volta tais como os de objetos, animais, pessoas, 
instrumentos, entre outros, construindo e desenvolvendo seu repertório imagético. 
A educadora Parejo (2007, p. 06) nos fala sobre a importância do “ouvir”: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
O OUVIR, segundo estratégias bem definidas, é o ponto de partida. A 
escuta musical cria as condições necessárias para que a pessoa se 
torne receptiva ao ambiente sonoro, à escuta de si próprio e à 
música, naturalmente; é também através do ouvir que as condições 
fisiológicas, psicológicas e emocionais do indivíduo se transmutam, 
levando-o a estados de relaxamento, concentração, percepção e 
bem-estar que permearão todo o processo. 
 
Ainda sobre a importância do ouvir, Brito e Mifano (2003, p.187) nos diz que: 
 
Aprender a escutar, com concentração e disponibilidade para tal, 
faz parte do processo de formação de seres humanos sensíveis e 
reflexivos, capazes de perceber, sentir, relacionar, pensar, 
comunicar-se. Escutar é perceber e entender os sons por meio do 
sentido da audição, detalhando e tomando consciência do fato 
sonoro. Mais do que ouvir (um processo puramente fisiológico), 
escutar implica detalhar, tomar consciência do fato sonoro. 
 
Para perceber a importância da escuta lembre-se de como o ser humano se 
interage e reage ao ouvir uma música em diferentes situações do cotidiano seja em 
algum evento festivo, em trilha sonora de filmes, em momentos de reflexão ou no 
próprio dia a dia. 
Assim a utilização da música no processo ensino aprendizagem a partir das 
vivências da primeira infância pode contribuir na formação da identidade cultural 
dos alunos. Ao propor atividades que impliquem na apreciação sonora o docente 
estará oferecendo às crianças a oportunidade de conhecimento da diversidade 
sonora que existe desenvolvendo ainda as habilidades de percepção, escuta e 
reprodução de sons. 
 
 
 
1.3 EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS EMOCIONAIS 
A vivência ou experiência artística contribui de forma significativa para 
formação de um educador. Participar de uma atividade de produção educacional 
pedagógica ou artística oferece a oportunidade de apresentar nossas emoções e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
sentimentos bem como nossas ideias sobre um determinado assunto ou fato. Essa 
vivência contribui significativamente na composição do nosso repertório criativo 
onde podemos desenvolver habilidades socioemocionais. 
A seguir será apresentado um relato de experiência vivenciado pela autora 
deste livro: 
Aos 7 anos de idade eu ingressei em uma escola especializada em Arte 
chamada Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes na minha cidade 
natal, Montes Claros-MG. Lá tive várias experiências artísticas com música, dança, 
teatro e desenho desde a minha infância até o meu ingresso na Faculdade de Arte. 
As minhas experiências artísticas vividas dentro do Conservatório eram voltadas 
para a prática musical em orquestras, atuação com grupos de teatro, 
desenvolvimento de projetos de expressão artística, entre outros. Com esta 
experiência pude desenvolver minha habilidade de criação para elaborar novas 
ideias sobre projetos artísticos emocionais. Aulas teóricas e práticas nesta escola me 
despertaram o interesse em atuar na área como professora de Arte na Educação 
Básica. 
Realizei o Ensino Superior de Licenciatura em Arte pela Universidade Estadual 
de Montes Claros – MG (Unimontes) e percebi através das disciplinas ofertadas no 
meu curso a necessidade de elaboração de projetos artísticos para serem 
trabalhados na Educação Básica. Através do desenvolvimento de aulas criativas, 
diversificadas que pudessem instigar as mais distintas habilidades artísticas nos 
alunos seria possível realizar um ensino de arte com qualidade e criatividade em 
qualquer escola de Educação Básica. 
Em todas as experiências artísticas práticas que vivenciei percebi o quanto 
era importante ter um novo olhar sobre a expressão e emoção de cada pessoa. 
Através das expressões podemos entender o que cada um sente de acordo com 
sua bagagem cultural. 
Ao ingressar na educação básica no ano de 2012 em uma escola particular 
na cidade de PIRAPORA – MG comecei a entender o quanto o estudo teórico seria 
importante no meu planejamento como educadora realizando as propostas 
pedagógicas baseadas em vivências que já tinha passado durante o ensino 
superior. A vivência na sala de aula confirmou de forma concreta a importância da 
ludicidade, do entendimento sobre a diversidade cultural de cada pessoa e da 
compreensão de como realizar atividades práticas e lúdicas para promover o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
ensino. 
Ao desenvolver atividades com jogos, brincadeiras e músicas percebia o 
quanto as crianças interagiam e compreendiam conceitos de mundo de forma 
leve e prazerosa. Como exemplo dessa descoberta fascinante sobre as formas de 
ensinar “brincando”, utilizava jogos de perguntas e resposta sobre algum tema ou 
trabalhava o canto de músicas do cancioneiro infantil como a música “Escravos de 
Jó” realizando movimentos corporais ou ritmos utilizando chocalhos de garrafa pet. 
Diante dessa experiência é possível constatar que na vida de uma criança, a 
brincadeira e arte fazem parte do seu cotidiano. Vivenciar a arte na infância 
desperta os sentidos e o seu olhar sobre o mundo de forma criativa e lúdica. O 
estímulo corporal através da fala, do som, do desenvolvimento do repertório 
imagético contribui para o seu desenvolvimento socioemocional e social através 
das suas expressões artísticas. 
Apesar dos desafios que podem ser encontrados em uma sala de aula a 
vivência pedagógica do professor pode ser um suporte essencial para realizar a 
mediação do conhecimento de forma segura para as crianças pois 
 
[...] o professor é mediador entre as crianças e os objetos de 
conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de 
aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, 
emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus 
conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes 
campos de conhecimento humano. Na instituição de educação 
infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, 
por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, 
prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas 
e sociais variadas. (RCNEI 1998, p. 30). 
 
Ressalta-se que ter uma vivência artística é importante, mas pesquisar e 
assistir ideias voltadas para a elaboração de atividades com ludicidade e 
musicalização faz diferença na capacitação de um professor na Educação Básica. 
Neste livro veremos caminhos alternativos para essas vivências ou pesquisas 
artísticas para aqueles que não tiverem acesso à uma escola especializada em Arte 
a fim de instigar o processo criativo do professor de Educação Básica. 
 
1.4 LÚDICO E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL. 
Ao pensarmos em lúdico ou ludicidade nos remetemos às atividades com 
propostas de brincadeiras. Refletindo a verdadeira concepção do lúdico em 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
formato educacional não podemos nos firmar na ideia de que as brincadeiras sem 
um objetivo pedagógico envolverão o conhecimento e desenvolvimento das 
habilidades do aluno. 
A utilização de jogos, brincadeiras e músicas no processo ensino 
aprendizagem representa uma organização educacional diversificada e pensada 
estrategicamente para desenvolver habilidades diversas nos alunos. As atividades 
podem ocorrer desde o início da aula com perguntas simples até a criação de um 
conceito sobre um determinado assunto. Ao propor essas atividades o professor irá 
explorar o conhecimento e bagagem cultural do seu aluno para que a partir dessa 
primeira impressão possa desenvolver o conhecimento com mais profundidade.O conhecimento das diferentes formas de aplicabilidade do lúdico e da 
musicalização é de suma importância para desenvolver um trabalho educacional 
de qualidade. Conhecer as técnicas de aplicação e desenvolver projetos musicais 
com os alunos trará benefícios expressivos para o desenvolvimento socioemocional 
e criativo dos mesmos. 
A prática lúdica no ensino infantil deve ser pensada como uma ferramenta 
de avanço educacional e aprendizado do aluno através de desafios, propostas de 
criação e interação com o meio e com o outro. 
A experiência musical de quem estuda em uma escola específica não é a 
mesma de outra pessoa que teve aula somente na educação básica. A falta de 
material ou mau planejamento de atividades de experiências passadas deve servir 
de inspiração para um melhor desenvolvimento da sua carreira como professor. 
Acreditar que atividades como “somente assistir um vídeo no youtube” ou 
cantarolar uma música na entrada do turno sejam formas de musicalização para 
toda aula é firmar o conceito da falta de pesquisas ou práticas educacionais 
lúdicas, musicais e inovadoras. 
O ensino de música na educação básica foi implementado regularmente 
pela Lei nº 9.394/96 favorecida pela Lei nº 11.769/08 sendo reconhecido como 
conteúdo obrigatório da disciplina de ARTE mas não conteúdo exclusivo da mesma. 
A implementação da música na educação básica reitera a importância das 
atividades lúdicas e musicais para o desenvolvimento psicomotor das crianças e 
adolescentes. Diante disso, as discussões sobre a importância da música no ensino 
da educação básica tornaram-se recorrentes pela Associação Brasileira de 
Educação Musical (ABEM) realizando seminários, palestras, rodas de conversas e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
debates sobre o tema. 
O pedagogo que não se sentir preparado para desenvolver seu trabalho 
poderá buscar uma formação mais específica na área através de 
complementação pedagógica, formação de pós-graduação ou cursos na área 
para ficar por dentro das técnicas de ensino. 
 
 
 
Portanto devemos utilizar a música e a ludicidade na educação como forma 
de liberdade de expressão com respeito às diversidades culturais ampliando a visão 
de mundo do aluno, desenvolvendo sua criatividade e assegurando o seu acesso à 
cultura. 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta, no campo de 
experiências “Traços, sons, cores e formas”, que produzir e conviver com as 
diferentes manifestações artísticas e as diversas formas de expressão das Artes 
Visuais, como pinturas, colagens, desenhos, gestos, traços, dentre outras, contribui 
para que as crianças, desde pequenas, desenvolvam senso crítico, o 
conhecimento de si e dos contextos que as cercam (BRASIL, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/3nmDh1E
https://bit.ly/3B0VV41
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Figura 1: Música e Ludicidade 
 
Fonte: Arquivo da Autora (2021) 
 
O aproveitamento de atividades criativas e lúdicas para desenvolver 
habilidades socioemocionais e cognitivas contemplam a prática educacional que 
contribui na formação dos alunos. É preciso compreender as limitações do seu 
aluno e conseguir aproveitar ao máximo a criatividade e a espontaneidade 
durante uma atividade. Assim, o professor trará uma experiência artística rica e 
significativa para o desenvolvimento do repertório imagético dos alunos através de 
novas ideias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. O trabalho do professor regente na educação infantil deve se atentar aos 
conceitos educacionais sobre os conteúdos. Na visão educacional sobre o ponto 
de vista pedagógico, sobre a aplicação da ludicidade no ensino infantil 
podemos afirmar que: 
a) não é mais utilizado nos padrões pedagógicos atuais. 
b) cada vez mais os professores estão desenvolvendo atividades lúdicas que 
proporcionem um melhor aproveitamento do conteúdo 
c) os processos de criação das atividades lúdicas devem ser sempre de forma 
teórica. 
d) forma de expressão das linguagens como música, desenho, pintura, entre outros 
não contribuem para a ludicidade educacional. 
e) As práticas educacionais lúdicas contribuem na formação educacional da 
criança desde que seja realizada sempre no interior da sala de aula. 
 
2. Através da educação a concretização dos direitos sociais e a cidadania da 
infância oportunizam que a criança desperte suas habilidades: 
a) emocionais e criativas. 
b) filosóficas e conceituais. 
c) objetivas e criativas. 
d) expressivas somente. 
e) literais e filosóficas. 
 
3. De acordo com a Resolução Nº 2, DE 9 DE OUTUBRO DE 2018 do Ministério da 
Educação define o ensino na Educação Infantil inicia desde a pré-escola 
compreendendo a faixa etária de: 
a) 1 ano e 2 meses até 3 anos. 
b) 0 até os 4 anos e 12 meses. 
c) 1 ano até 4 anos. 
d) 0 até os 5 anos e 12 meses. 
e) 1 ano até 5 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
4. De acordo com os Parâmetros Nacionais de qualidade da Educação Infantil 
(2018, p.12) é na primeira infância que ocorre o desenvolvimento do controle 
emocional e de suas habilidades que afetarão sua vida e sua aprendizagem. 
Sobre esse tema podemos afirmar que: 
a) A utilização de atividades e propostas pedagógicas na primeira infância 
representa a continuação educacional que deve ser encerrada durante o início 
do ensino fundamental. 
b) Os profissionais da educação que trabalham no ensino infantil podem ter 
engajamento pedagógico menor pois a criança não exige desenvolvimento de 
atividades de conhecimento de mundo. 
c) É importante possuir um conhecimento amplo de como as crianças aprendem e 
se desenvolvem na oportunidade de atender às necessidades e interesses 
individuais de cada um. 
d) Planejar atividades educacionais para o ensino infantil com práticas lúdicas 
demonstra preocupação do docente em propor para as crianças a 
oportunidade de se tornarem indiferentes. 
e) Ao elaborar uma atividade com orientação e prática lúdica o docente 
consegue colaborar para o desenvolvimento cognitivo e psicomotor do 
aprendizado na primeira infância. 
 
5. Há algum tempo na educação infantil o uso da música propõe inúmeras 
possibilidades de escuta com concentração, percepção de mundo e manuseio 
de objetos interativos sonoros. Sobre a utilização da música na educação infantil, 
podemos afirmar que: 
 
a) Para iniciar o uso da música na educação o professor deve ser um músico com 
formação específica. 
b) através da prática da escuta musical a criança reconhece os sons à sua volta 
de objetos, animais, pessoas, instrumentos, entre outros, construindo e 
desenvolvendo seu repertório imagético. 
c) A utilização da música no processo ensino aprendizagem a partir das vivências 
da primeira infância deve ser realizado com ensino técnico de leitura musical 
específica. 
d) Ao propor atividades que impliquem na apreciação sonora o docente estará 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
oferecendo às crianças a oportunidade de conhecimento técnico sobre a 
música. 
e) O professor deve trabalhar a diversidade sonora que existe desenvolvendo 
através da reprodução de uma música obrigatoriamente em um instrumento 
musical no ensino infantil. 
 
6. Ao pensarmos em lúdico, ludicidade e brincadeiras nos remetemos às atividades 
com propostas de brincadeiras. 
 
a) As atividades lúdicas não podem ocorrer desde o início da aula pois pode 
promover o desinteresse dos educandos. 
b) Ao propor atividades lúdicas o professor deve sempre realizar uma brincadeira 
mesmo que não tenha objetivo pedagógico. 
c) O conhecimento das diferentes formas de aplicabilidade do lúdico podem tornar 
o professor um profissional que somente brinque som seus alunos e não gere 
conteúdo. 
d) A prática lúdica no ensino infantil deve ser pensada como uma ferramenta de 
avanço educacional para ser trabalho individualmente. 
e) A utilização de jogos, brincadeiras e músicasno processo ensino aprendizagem 
representa uma organização educacional diversificada e pensada 
estrategicamente para desenvolver habilidades diversas nos alunos. 
 
7. O entendimento sobre o lúdico compreende o conhecimento prévio para que o 
docente desenvolva as atividades pedagógicas de forma segura e preparada. A 
palavra lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que significa jogo. 
Apesar dessa definição objetiva o lúdico é visto na educação como: 
a) Ferramenta educacional que deve ser utilizada somente fora da sala de aula. 
b) Ação que reflete o brincar para tornar o aprendizado mais agradável. 
c) Proposta educativa que permeia pela teoria do conhecimento. 
d) Atividade pedagógica praticada com registros técnicos de conhecimento. 
e) Brincadeira elaborada sobre um conteúdo sem fim educativo. 
 
8. A música folclórica pode ser usada na Educação Infantil como instrumento 
pedagógico de ensino de valor próprio e significativo. Diverge-se dessa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
concepção quando se afirma que esse tipo de música. 
 
a) Desenvolve um reconhecimento à diversidade e pluralidade cultural que existe 
no brasil. 
b) Estimula a imaginação e a criatividade, através do brincar e do caráter lúdico 
das letras. 
c) Propicia experiência musical carregada de conhecimento culturalmente 
construído pelas gerações anteriores. 
d) Instiga o repúdio às diversidades folclóricas pré-existentes na cultura brasileira. 
e) Oportuniza grande contribuição para o desenvolvimento social, cultural, e 
emocional da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 TENDÊNCIAS DO ENSINO DE 
MÚSICA E A IMPORTÂNCIA DO 
BRINCAR NO ENSINO INFANTIL 
 
 
 
 
2.1 MÚSICA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL 
O ensino de música tem se desenvolvido de forma mais intensa na Educação 
Infantil contemplando não somente as técnicas específicas para o conhecimento 
da teoria musical, mas reconhecendo culturas e músicas que representam a 
identidade de uma sociedade. A valorização e o reconhecimento da música em 
suas diversas possibilidades tem sido implementada na educação como uma 
ferramenta lúdica para o ensino infantil. A utilização da música na educação 
remonta desde a idade antiga onde gregos e romanos já utilizavam em seus rituais 
a música como um elemento de representação cultural. Durante a idade média 
temos uma grande influência da música na educação dos cristãos através de hinos 
religiosos entoados em missas ou outras cerimônias. 
No brasil o ensino de música iniciou durante o período colonial através da 
catequização dos índios pelos jesuítas que aqui chegaram. A educação baseada 
nos conceitos religiosos e a implantação de uma nova língua – português- 
desenvolveu-se através de imagens, músicas, orientações de fala e escrita. Durante 
os séculos seguintes a educação musical evoluiu com as tendências educacionais 
implantadas em nosso território tornando-se conteúdo e ferramenta lúdica no 
processo ensino aprendizagem. 
A evolução da educação musical tem sido relevante diante da 
modernização e da contemporaneidade que a sociedade vive. Entretanto, é 
possível utilizar a música como ferramenta de ensino com interdisciplinaridade com 
outras áreas como salienta Queiroz (2010): 
 
Como campo que se dedica ao estudo do ensino e aprendizagem 
da música, a Educação Musical tem estabelecido diálogos e 
interseções com diferentes áreas do saber humano, a fim de 
compreender os aspectos fundamentais do seu universo de estudo, 
tendo como base a gama de valores e significados sociais que 
circundam a música enquanto fenômeno artístico e cultural. 
(QUEIROZ, 2010, P.114) 
UNIDADE 
02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
Assim, como conteúdo obrigatório do ensino de ARTE, a educação musical 
deve ser desenvolvida desde a primeira infância podendo ser utilizada de forma 
interdisciplinar para criar conceitos e reconhecimentos da diversidade cultural e do 
desenvolvimento psicomotor da criança. 
Read (1986)na sua obra “A redenção do robô – Meu encontro com a 
educação através da arte” considerou que a arte e a educação estão ligadas ao 
homem como indivíduo e que a arte deve ser baseada na expressão e na 
liberdade de criação desde a infância. Esse autor nos diz: 
 
[...] quando falo em arte, quero dizer um processo educacional, um 
processo de crescimento; e, quando falo em educação, quero 
designar um processo artístico, um processo de autocriação. Como 
educadores, olhamos o processo do lado de fora; como artistas, 
vemos por dentro; e ambos os processos integrados constituem o ser 
humano completo. [Read (1986, p. 12)] 
 
Esse pensamento está relacionado às concepções do envolvimento e da 
prática artística do educador com o aluno e ao processo educacional pela arte 
onde se aborda todas as linguagens artísticas sendo a visual, literária, musical e 
poética. Através desse modelo educacional o indivíduo trabalha o seu olhar 
questionador e cria novas concepções sobre o mundo através da leitura de obras 
pré-existentes e a partir das suas criações. 
Na educação, a música e a ludicidade têm o objetivo de promover o 
desenvolvimento das habilidades criativas de cada aluno e é função do professor 
promover e instigar o processo criativo do discente valorizando suas experiências e 
sua bagagem cultural e proporcionando novas formas de se expressar 
reconhecendo sua identidade e respeitando novas culturas. 
 
 
 
https://bit.ly/34wxzBa
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
A valorização do repertório cultural construído ao longo dos tempos, através 
das vivências de cada um, compõe a formação de identidade cultural do ser. 
Durante muito tempo a música era utilizada como ensino específico para aprender 
sobre a execução de instrumento musical. A partir do momento em que a música é 
trabalhada como conteúdo onde o aluno se torna protagonista na sua expressão 
do canto, do ritmo e desenvolve o reconhecimento cultural, o desenvolvimento do 
seu repertório torna-se ferramenta educacional que instiga a imaginação e a visão 
crítica do aluno. 
Logo, nessa perspectiva de criação do seu repertório e do conhecimento de 
mundo através da música, QUEIROZ (2004) nos mostra que: 
 
[...] podemos conceber Educação Musical como um universo de 
formação de valores que deve não somente se relacionar com a 
cultura, mas, sobretudo, compor a sua caracterização, ou seja, 
desenvolver um ensino da música como cultura (QUEIROZ, 2004, p. 
100). 
 
Assim, a utilização da música no processo ensino aprendizagem pode 
proporcionar uma aula mais dinâmica e interativa que irá agregar conhecimentos 
sobre a cultura de forma mais prazerosa e divertida. 
Ao utilizar a música na educação é imprescindível a valorização da 
bagagem cultural do aluno e sua forma de expressão musical. Por mais simples que 
seja a atividade, a participação do aluno irá instigar o processo criativo e o 
desenvolvimento das habilidades de coordenação motora e emocional. 
A educação musical é bastante peculiar pois envolve diversas questões 
como as funções da música em uma sociedade, as propostas metodológicas do 
ensino de música em diversos contextos, a formação pedagógica do docente, 
entre outros. 
O pedagogo poderá realizar atividades lúdicas utilizando a música 
embasado em uma pesquisa teórica sobre o tema que irá trabalhar e qual música 
poderá inserir no contexto, mesmo sem uma formação específica na área. É 
importante ressaltar que ao utilizar a música na educação infantil o professor instiga 
o reconhecimento cultural do aluno ampliando seu conhecimento de mundo e 
conceitos a partir dos sons. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
2.2 ENSINO LÚDICO E MUSICAL PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL 
O entendimento do processo evolutivo de cada faixa etária da Educação 
Infantil é um objetivo de extrema importância para o professor regente ou 
especialista. Através da percepção dos desenvolvimentos criativose de 
coordenação motora o professor pode planejar ou desenvolver uma atividade a 
partir desses dados gerais. 
Além dos dados estudados cientificamente sobre o desenvolvimento de 
cada faixa etária é necessária à compreensão das habilidades dos alunos com 
necessidades especiais. O processo de adaptação educacional para atender a 
demanda de crianças com necessidades especiais está em desenvolvimento e 
cabe ao(a) professor(a) regente ou especialista estar atento às questões 
metodológicas para o ensino em geral. 
Na lei de Diretrizes e Bases (LDB- 9.394/96) há determinação e defesa sobre o 
ensino de educação básica à alunos com necessidades especiais: 
 
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, 
a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na 
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
§ 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou 
serviços especializados, sempre que, em função das condições 
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes 
comuns de ensino regular. 
Art.59 – Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
necessidades especiais: 
II - Terminalidade específica para aqueles que não possam atingir o 
nível exigido para conclusão do ensino fundamental em virtude das 
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o 
programa escolar para superdotados. [...] (BRASIL, 1996) 
 
A Resolução Nº 4, de 02 de Outubro de 2009, do Conselho Nacional de 
Educação Básica apresenta a implementação de atividades curriculares com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Atendimento Educacional Especializado (AEE) para alunos com necessidades 
especiais. O documento ainda visa a plena participação do educando bem como 
sua participação na sociedade e no desenvolvimento da sua aprendizagem. 
 
Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas 
de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas 
classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional 
Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou 
em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede 
pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas 
sem fins lucrativos. 
 Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a 
formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, 
recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras 
para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de 
sua aprendizagem. Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, 
consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que 
asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com 
deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos 
materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e 
equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos 
transportes e dos demais serviços. 
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e 
modalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do 
processo educacional. (Brasil, 2009) 
 
Através dos documentos oficiais percebemos que o direito à educação 
inclusiva é irrevogável e é preciso o desenvolvimento de atividades que 
proporcionem aos educandos uma experiência dinâmica que instigue o seu 
desenvolvimento emocional e cognitivo. A adaptação de atividades lúdicas e 
musicais servem como um impulso para o desenvolvimento de habilidades uma vez 
que, através dessas práticas educacionais o aluno poderá expressar suas vivências 
com a diversidade e a inclusão que merecem. 
A elaboração de atividades com músicas e brincadeiras trará ao aluno com 
necessidades especiais a oportunidade de desenvolver habilidades na expressão 
das suas emoções tornando-o protagonista do seu desenvolvimento. O 
reconhecimento de mundo sobre suas vivências e o desenvolvimento emocional 
através das atividades diversificadas contemplam o desenvolvimento desses alunos. 
Preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo 
ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades especiais trará benefícios de 
inclusão aos alunos atendidos pela instituição em que o professor estiver atuando. 
Compreender as dificuldades e utilizar a música de forma lúdica como mecanismo 
de inserção social e educacional deste aluno servirá como uma ferramenta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
impulsionadora de suas habilidades emocionais e do desenvolvimento da sua 
capacidade intelectual. 
Sobre a formação de professores e o uso da música de forma lúdica na 
Educação Inclusiva Ferreira (2010) nos diz que: 
 
Torna-se necessário e urgente uma formação de professores mais 
ativa, contínua e inclusiva, sobretudo de ação e transformação. A 
principal meta é conscientizar os professores e as instâncias 
administrativas da importância da música na formação da 
cidadania e de sua contribuição no processo de desenvolvimento 
humano e social dos alunos na educação inclusiva. 
 
Assim, a busca pelo conhecimento sobre as necessidades do seu aluno e o 
desenvolvimento de atividades que sejam adequadas ao mesmo irá contribuir para 
o desenvolvimento de uma aula mais interativa e lúdica para o educando. 
 
 
 
2.3 DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A MUSICALIZAÇÃO 
Nesta seção compreender iremos compreender a relação da música no 
processo de desenvolvimento infantil bem como as tendências para utilizá-la no 
processo educacional de forma interdisciplinar e no desenvolvimento de conceitos 
musicais. 
 
2.3.1 Os sons na primeira infância 
Os sons fazem parte da nossa vida desde o momento em que estamos no 
útero de forma espontânea. Durante a gestação o bebê já sofre influência da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
música pelos sons à sua volta. Estas vivências compõem os nossos primeiros contatos 
com a música em nossa vida através de melodias e ritmos já existentes. 
 
O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda 
antes do nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem 
com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o 
sangue que flui nas aveias, a respiração e a movimentação dos 
intestinos (BRITO, 2003, p. 35) 
 
Este contato inicial com a música nos faz perceber os diversos sons existentes 
ao nosso redor e integram a composição de repertório musical da infância. Sobre 
essa relação: 
 
As cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo 
de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das 
interações que se estabelecem que os bebês desenvolvem um 
repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos 
de troca e comunicação sonoras musicais favorecem o 
desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de 
vínculo fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO, 
2003, p.49). 
 
A relação das crianças com os sons à sua volta vem dessa ligação inicial e se 
desenvolve ao longo da infância na sua composição de repertório e aprendizagem 
sobre o mundo e as relações sociais. A vivência na infância com os sons existentes 
como os dos seres vivos, de objetos, das cantigas e de ruídos que estão à sua volta 
despertam sua curiosidade e influenciam nas suas expressões corporais com gestos 
evidenciando ativamente a sua relação com os sons, a música e o meio em que 
vive. 
É possível perceber durante uma apreciação musical o movimento corporal 
de uma criança dentro de um ritmo musical com balanço de braços e pernas 
mantendo viva a relação entre a música e o reconhecimento do seu corpo. 
Trabalhar com a música na primeira infância é instigar esse processo educacional e 
promover um momento lúdico de aprendizagem sobre si e sobre o mundo à sua 
volta. 
Jeandot (1993) nos apresenta características do desenvolvimentomusical na 
infância que podem ser vistos no quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Faixa etária Desenvolvimento musical 
0 à 2 anos 
Primeiro contato musical com os sons já existentes. Tentativas de falas 
através da repetição de sons incentivados por alguém. As primeiras 
tentativas de fala ou produção sonora pela boca ocorre nesta etapa. 
2 à 3 anos 
A criança canta parte de canções e prefere movimentos ritmos marcando 
com o corpo o ritmo musical que está cantando. 
3 á 4 anos 
Reprodução de canções inteiras com processo de memorização de letras 
com dificuldade ainda de cantar afinado com música. 
4 á 5 anos 
A criança já tem um maior controle da voz, consegue desenvolver na 
música com ritmos e melodias, já é capaz de reconhecer as notas musicais 
e os nomes dos instrumentos identificando-os em suas qualidades. 
Fonte: Adaptado de Jeandot (1993) 
 
A partir da observação da tabela anterior é possível perceber como ocorre o 
desenvolvimento da percepção musical da criança onde Jeandot (1993) nos 
mostra essa evolução musical que pode ser trabalhada na Educação Infantil. 
 
2.4 BRINCADEIRAS MUSICAIS PARA O ENSINO INFANTIL 
A utilização de jogos e brincadeiras podem proporcionar momentos 
diversificados durante o processo ensino aprendizagem. Segundo Queiroz (2003, 
p.158) “A brincadeira é atividade física ou mental que se faz de maneira 
espontânea e que proporciona prazer a quem a executa”. 
Esta utilização pode ser feita em diferentes conteúdos e temas educacionais 
e atreladas a canções durante a sua prática. A compreensão sobre o que são 
jogos e brincadeiras determinam inicialmente a preparação do docente para 
executar uma atividade com objetivo de aprendizagem que será realizada de 
forma lúdica. Queiroz nos diz que “no momento em que ela brinca a 
aprendizagem acontece, porque a “aprendizagem é construção do 
conhecimento” (QUEIROZ, 2003, p. 22). 
Sobre a utilização de brincadeiras, Maluf (2009, p. 20-21) nos diz que 
“acredito que através do brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando 
ela aprende novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento 
saudável”. Ainda afirma que “toda criança que brinca vive uma infância feliz. Além 
de tornar-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
superar com mais civilidade problemas que possam surgir no seu dia a dia […]”. 
O Referencial Curricular Nacional para a educação infantil afirma que: “Para 
brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para escolher seus 
companheiros e os papéis que irão assumir […], cujos desenvolvimentos dependem 
unicamente da vontade de quem brinca” (BRASIL, 1998). 
Como podemos perceber o jogo proporciona uma aprendizagem sobre algo 
e proporciona comportamentos diversificados durante a sua prática. Durante um 
jogo é comum que as crianças se comportem de forma diferente contribuindo na 
intensidade do aprendizado e no desenvolvimento do ser humano. Os jogos são 
fontes de prazer e descoberta e podem influenciar dependendo da aplicação 
pedagógica e condução direcionadas pelo docente. 
 
 
 
Ao pensar em uma atividade lúdica de qualquer assunto que será tratado 
durante uma aula no ensino infantil o professor deve definir o objetivo de 
aprendizagem e desenvolver sobre esse objetivo uma atividade em formato de 
jogo ou utilizar a música como ferramenta educacional. Para exemplificar podemos 
imaginar uma aula sobre o meio ambiente onde os alunos devem compreender os 
elementos que compõem a natureza como as árvores, rios, animais, etc. Ao propor 
o tema na aula o professor pode apresentar de forma lúdica desenhos, cartões 
com exemplos dos elementos da natureza ou utilizar um livro infantil ilustrado sobre o 
tema. As crianças podem observar alguns elementos e já identificarem algumas 
características trazendo esses conceitos em sua bagagem cultural adquirido em 
seu meio social familiar. O docente pode cantarolar uma música que contenha 
gestos de fácil compreensão e que poderá ser repetida durante as aulas posteriores 
com as crianças para que este conceito seja firmado. Durante essas práticas 
educativas o professor instiga o conhecimento e a imaginação do aluno para 
compreender o meio em que vive e as suas relações com este meio. 
Ao propor uma aula como descrita no parágrafo anterior o professor tratará 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
um tema geral (o meio ambiente) de forma lúdica e musical acrescentando 
elementos educativos à sua aula para construção de conceitos e reconhecimentos 
culturais de elementos existentes. Essa preparação faz parte do planejamento 
escolar que falaremos de forma detalhada no capítulo 4 deste material. 
Com estas colocações vemos que o brincar é uma ação livre que pode 
surgir em uma aula guiada pelo professor e que pode proporcionar a formação de 
conceitos e a imaginação da criança. 
Além da utilização da música como ferramenta facilitadora do processo 
ensino aprendizagem o professor ainda pode ensinar conceitos particulares da 
música durante o ensino infantil. 
 
Figura 2: Exemplo de aula com técnica de tocar instrumento 
 
Fonte: Arquivo da Autora (2021) 
 
O reconhecimento de instrumentos musicais, o desenvolvimento do ritmo 
corporal e a compreensão das notas musicais podem fazer parte do conhecimento 
de mundo para as crianças. O contato com instrumentos musicais proporciona o 
desenvolvimento motor e a criatividade musical dos alunos durante o ensino infantil. 
 
2.5 TECNOLOGIA E LUDCIDADE NO ENSINO INFANTIL: NOVAS TENDÊNCIAS 
DE ENSINO 
Ao longo do tempo em toda a história da humanidade a evolução 
tecnológica ocorreu e promoveu grandes mudanças nas práticas artísticas. 
Surgimento de novos materiais, desenvolvimento de novas técnicas e a criação de 
novas tendências nas formas de expressão marcaram diversos momentos da história 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
da arte por suas inovações ideias e tecnológicas. 
A BNCC trata sobre a relação das crianças, adolescentes e jovens quanto ao 
uso de novas tecnologias digitais. Ressalta que, 
 
[...] a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas 
nas sociedades contemporâneas. Em decorrência do avanço e da 
multiplicação das tecnologias de informação e comunicação e do 
crescente acesso a elas pela maior disponibilidade de 
computadores, telefones celulares, tablets e afins, os estudantes 
estão dinamicamente inseridos nessa cultura, não somente como 
consumidores. Os jovens têm se engajado cada vez mais como 
protagonistas da cultura digital, envolvendo-se diretamente em 
novas formas de interação multimidiática e multimodal e de atuação 
social em rede, que se realizam de modo cada vez mais ágil. Por sua 
vez, essa cultura também apresenta forte apelo emocional e induz 
ao imediatismo de respostas e à efemeridade das informações, 
privilegiando análises superficiais e o uso de imagens e formas de 
expressão mais sintéticas, diferentes dos modos de dizer e 
argumentar característicos da vida escolar. [BNCC (2016, p. 57)] 
 
Há algum tempo, a tecnologia tornou-se uma ferramenta impulsionadora de 
novas técnicas de expressão e de promoção das obras em larga escala pelo 
mundo todo. O acesso à informação e as novas tendências conectados através da 
internet tem se tornado mais acessíveis a cada dia. Novos aplicativos, melhores 
conexões de rede, desenvolvimento de novos softwares além de gravações de 
filmes, séries, entre outros estão cada vez mais criativos e frequentes. 
Jordão (2009, p. 10) retrata bem a realidade quando aponta sobre a 
influência que a tecnologia vem causando na vida de crianças e adolescentes no 
processo educacional. Diz, portanto, 
 
[...] a cada dia, mais os professores se deparam, em suas salas de 
aula, com alunos que convivem diariamente com as tecnologias 
digitais. Estes alunos têm contato com jogos complexos,navegam 
pela internet, participam de comunidades, compartilham 
informações, enfim, estão completamente conectados com o 
mundo digital (JORDÃO, 2009, p. 10). 
 
O mesmo autor ainda enfatiza que: 
 
As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximos dos 
alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso 
randômico, repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de 
caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, 
estão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende. 
Portanto, utilizar tais recursos tecnológicos a favor da educação 
torna-se o desafio do professor, que precisa se apropriar de tais 
recursos e integrá-los ao seu cotidiano de sala de aula (JORDÃO, 
2009, p. 10). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
É enriquecedor elaborar atividades gamificadas em sala de aula com intuito 
de promover a interatividade com novas tecnologias e desenvolver uma atividade 
colaborativa a partir das novas mídias digitais. Assim, é possível realizar a integração 
dos alunos com a tecnologia otimizando o processo ensino-aprendizagem. 
 
2.5.1 A utilização de mídias digitais dentro da Sala de Aula 
Estamos vivendo em constante transformação social e tecnológica onde as 
crianças possuem grande contato com celulares, tablets, computadores e outros 
objetos digitais que proporcionam jogos, vídeos, filmes, entre outros, de forma 
rápida, criativa e interativa. Apropriar-se desses meios digitais e promover o 
desenvolvimento do repertório imagético e a sensibilidade através de práticas 
educacionais é um grande desafio. 
Jordão (2009) aborda sobre a diferença de aprendizagem que tivemos em 
nosso período escolar relacionada ao momento atual que estamos vivenciando e 
afirma sobre a importância de mudar as estratégias na educação. Diz-nos que 
“temos que nos adaptar à agilidade de pensamento e à velocidade do acesso à 
informação que nossos alunos possuem atualmente”. É possível compreender, 
portanto que crianças e jovens aprendem de forma diferente da que aprendemos 
no passado. 
Para se trabalhar uma atividade digital no contexto escolar é importante 
definir o objetivo que será alcançado na atividade bem como a metodologia a ser 
aplicada. É possível desenvolver uma atividade caso as crianças possuam 
aparelhos eletrônicos ou a escola disponibilize um laboratório com computadores 
ou outras máquinas tecnológicas. 
Tratando de atividades feitas voltadas para qualquer conteúdo, configura-se 
atividade utilizando mídias digitais na educação infantil a escuta e apreciação de 
vídeos musicais, os jogos disponíveis em plataformas diversas e a utilização de 
recursos tecnológicos como computador, Datashow, caixas de som para propor 
novas dinâmicas em uma aula. São diversas formas que podem ser utilizadas para 
atrelar música e a ludicidade à tecnologia utilizando uma metodologia ativa e 
prática no desenvolvimento da atividade. 
Utilizando a tecnologia a favor do processo ensino aprendizagem a aula se 
torna mais dinâmica, interativa e criativa proporcionando ao educando a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
oportunidade de trabalhar habilidades tecnológicas na criação de obras digitais. 
Desde o início da pandemia em março de 2020 um momento histórico na 
educação ocorreu devido ao isolamento social. As escolas têm-se adaptado à 
elaboração de atividades remotas utilizando recursos tecnológicos, novas 
tendências educacionais e novas práticas que surgiram para atender essa 
realidade que afetou diretamente o processo educacional. Alguns professores 
utilizam plataformas e ferramentas tecnológicas digitais para realizar atividades 
diversificadas e propor novas formas de aprendizado onde o contato inicial ocorre 
através de vídeos ou instruções por meio de aplicativos de conversa. A utilização de 
jogos pedagógicos tem contribuído na formação educacional das crianças que 
não podem ter a prática educacional de forma presencial na escola. 
 
 
 
 
https://bit.ly/2SzjRaW
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
FIXANDO CONTEÚDO 
 
1. Dentro da educação infantil a brincadeira é muito importante, pois as crianças 
vão aprendendo vários conceitos que a professora irá ensinar. As brincadeiras 
lúdicas possibilitam a criança: 
a) vivenciar somente na teoria o conteúdo que está sendo trabalhado. 
b) vivenciar uma relação extrínseca onde a criança aprende a agir numa esfera 
apenas afetiva e não cognitiva. 
c) desenvolver através de brincadeiras e jogos várias aptidões entre elas as 
linguagens oral e escrita. 
d) desenvolver a aprendizagem de forma teórica com conceitos metodológicos. 
e) despertar o gosto por atividade física. 
 
2. Durante os séculos, a educação musical evolui com as tendências educacionais 
implantadas em nosso território tornando-se conteúdo e ferramenta lúdica no 
processo ensino aprendizagem. Sobre o início da utilização da música como 
ferramenta educacional é correto afirmar que: 
a) no Brasil o ensino de música iniciou durante o período moderno através da 
semana de arte moderna. 
b) a evolução da educação musical tem sido relevante, mas não segue a 
modernização e a contemporaneidade que a sociedade vive. 
c) a utilização da música na educação remonta desde a idade antiga onde 
gregos e romanos já utilizavam em seus rituais a música como um elemento de 
representação cultural. 
d) durante a idade média temos uma grande influência da música na educação 
dos cristãos através de canções populares entoados em missas ou outras 
cerimônias. 
e) há impossibilidade de utilizar a música como ferramenta de ensino com 
interdisciplinaridade com outras áreas. 
 
3. Na educação, a música e a ludicidade são elementos pedagógicos pois: 
a) têm o objetivo de promover o desenvolvimento das habilidades criativas de 
cada aluno respeitando a diversidade do outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
b) promover o processo criativo do mesmo firmando a necessidade da sua 
individualidade na sociedade. 
c) valoriza as experiências, mas limita sua bagagem cultural. 
d) proporciona ao educando novas formas de se expressar priorizando o eu. 
e) desenvolve habilidades educacionais como a locomoção em espaços diversos. 
 
4. Os sons fazem parte da nossa vida desde o momento em que estamos no útero. 
O feto estabelece um contato com sons produzidos pelo corpo da mãe desde a 
gestação que nos ligam aos sons diversos da vida. Este contato inicial com a 
música nos fazem perceber os diversos sons existentes ao nosso redor e fazem 
parte da composição de repertório musical da infância. Sobre essa relação é 
correto afirmar que 
 
a) As cantigas de ninar cantadas na infância geram traumas de difícil superação na 
escola. 
b) As canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical são importantes, 
pois é possível desenvolver a comunicação pelos sons. 
c) Os momentos de troca e comunicação sonoras musicais desfavorecem o 
desenvolvimento afetivo e cognitivo. 
d) Através da música podemos desenvolver repertório, mas não criamos vínculo 
afetivos. 
e) Durante a gravidez a mãe pode cantarolar canções para ter contato com o 
filho, mas isso não irá afetar sua relação com a música na infância. 
 
5. A respeito da música e o lúdico como instrumentos de aprendizagem, assinale a 
alternativa correta. 
a) Como função pedagógica da aprendizagem, os jogos e brincadeiras 
apresentam aspectos importantes, tais como a individualidade e a criatividade 
na busca de soluções. 
b) A música pode ser utilizada como ferramenta pedagógica desde que seja 
ensinada com técnica e teoria desde a primeira infância. 
c) Embora a construção de conhecimentos possa estar presente nessas atividades, 
não se pode esperar que isso aconteça pela interação e troca de ideias com os 
colegas, mesmo sendo atividades pedagogicamente planejadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
d) As atividades lúdicas não visam somente a diversão, mas objetivamtambém a 
formação pedagógica, a socialização e a incorporação de valores morais e 
culturais com objetivos didáticos que preparem as crianças para futuros 
aprendizados curriculares. 
e) As brincadeiras e jogos na educação infantil visam estimular a competição a fim 
de prepará-lo para o enfrentamento de problemas da vida adulta. 
 
6. No que se refere ao trabalho do professor de arte na educação especial é 
correto afirmar que: 
a) preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo 
ensino-aprendizagem fará o aluno especial se sentir parte da turma. 
b) uma de suas atribuições consiste em atender o aluno com necessidade especial 
sem apoio. 
c) compreender as dificuldades e utilizar a ludicidade e a música como 
mecanismo de inserção social e educacional deste aluno servirá como uma 
ferramenta impulsionadora de suas habilidades. 
d) as atividades desenvolvidas devem sempre ser facilitadas para os alunos com 
necessidades especiais. 
e) adaptar atividades de arte significa que o professor irá oportunizar o aluno 
especial um desenvolvimento igual aos seus colegas. 
 
7. Na lei LDB- 9.394/96 o artigo 58 que trata da educação especial traz algumas 
determinações que precisam ser observadas e respeitadas. Diante disso assinale 
a alternativa correta: 
a) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com 
transtorno bipolar. 
b) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com 
deficiência e dificuldades de aprendizagem. 
c) Entende-se por educação especial, modalidade de educação desenvolvida 
apenas para alunos com deficiência física. 
d) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação. 
e) Entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
deficiência física, mental ou psicomotora. 
 
8. No Ensino Infantil a música tem o objetivo de promover o desenvolvimento das 
habilidades criativas e coordenação motora de cada aluno. Diante disso, a 
função do (a) professor(a) é: 
a) Realizar uma abordagem pedagógica com conceitos sem promover a prática. 
b) Elaborar atividades unificadas que desenvolvam a coordenação motora. 
c) Apresentar ao seu aluno formas distintas de se fazer música que limitem suas 
capacidades cognitivas. 
d) Elaborar todas as apresentações musicais de eventos da escola. 
e) Promover e instigar o processo criativo do aluno, desenvolver sua habilidade de 
fala e coordenação motora e valorizar sua bagagem cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR (BNCC) 
 
 
 
 
3.1 ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - 
HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL NA EDUCAÇÃO BÁSICA. 
 
Em linhas gerais a BNCC é definida por 
 
[...] documento de caráter normativo que define o conjunto 
orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os 
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da 
Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos 
de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que 
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento 
normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a 
define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e está orientado pelos princípios 
éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e 
à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, 
como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da 
Educação Básica (DCN). (BRASIL, 2016, p. 7) 
 
A BNCC é hoje o documento de referência educacional no Brasil que 
contém as competências e habilidades que devem ser trabalhadas em todas as 
faixas etárias do Ensino Infantil ao Ensino Fundamental da Educação Básica. 
A Educação Básica segundo a BNCC deve assegurar aos estudantes o direito 
à aprendizagem a partir de competências e habilidades que englobam a 
mobilização do conhecimento bem “como as atitudes e valores para resolver 
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do 
mundo do trabalho” (BRASIL, 2016. p . 08). É possível perceber nas habilidades 
voltadas ao ensino Infantil o estímulo ao desenvolvimento de habilidades 
fundamentais como criação, reflexão, crítica e expressão. 
No texto da Base Nacional Comum Curricular de 2016 podemos identificar as 
competências gerais da Educação. Entre elas podemos citar: 
 
[..]1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos 
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e 
UNIDADE 
03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a 
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria 
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a 
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e 
testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções 
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes 
áreas. 
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das 
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da 
produção artístico-cultural. 
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como 
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como 
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, 
para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e 
sentimentos em diferentes 
contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas 
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, 
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver 
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e 
coletiva. 
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as 
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas 
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, 
autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, 
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões 
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a 
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito 
local, regional e 
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si 
mesmo, dos outros e do planeta. 
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e 
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e 
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e 
capacidade para lidar com elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro 
e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da 
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, 
sem preconceitos de qualquer natureza. 
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, 
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com 
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e 
solidários (BRASIL, 2016). 
 
A BNCC documento que atualmente define e rege o desenvolvimento de 
todas as habilitadas que os educandos devem desenvolver durante a educação 
básica nos diz: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e 
cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico,participativo, 
aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável 
requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o 
desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber 
lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com 
discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, 
aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para 
tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma 
situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e 
as diversidades (BRASIL, 2016). 
 
Ao compreender as habilidades gerais percebemos como o ensino lúdico e 
musical contribuem na formação do ser oportunizando o conhecimento através de 
diversidades metodológicas com atividades lúdicas e musicais para este processo. 
Ao longo do texto da Base Nacional Comum Curricular podemos perceber a 
evolução do processo ensino-aprendizagem que ocorre na Educação Básica 
desde o Ensino Infantil ao Ensino Fundamental (Anos Finais). Sobre a interação 
social e essa evolução educacional reflete que, 
 
[..] as atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas 
por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, 
e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. 
Por meio dessas práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e 
com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas 
interações, estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores 
culturais, morais e éticos (BRASIL, 2016). 
 
Como professor regente de turma, trabalhar conteúdos diversos com 
atividades lúdicas e musicais na Educação Infantil representa uma contribuição 
significativa na formação do educando em seu pensamento criativo, nas suas 
habilidades sociais e emocionais, na formação crítica e respeitosa sobre a 
diversidade cultural bem como o desenvolvimento da utilização da tecnologia 
como ferramenta de conhecimento amplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
3.2 ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO INFANTIL DA 
BNCC 
Vimos anteriormente que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o 
documento que atualmente vigora na orientação pedagógica das habilidades e 
competências do ensino na Educação Básica. A partir da análise das habilidades e 
dos componentes curriculares do ensino infantil na BNCC, podemos entender como 
é possível elaborar atividades que contemplem o desenvolvimento educacional no 
ensino infantil. 
 
3.2.1 Habilidades da BNCC com atividades lúdicas na Educação Infantil 
Na Educação Infantil o processo Ensino-aprendizagem ocorre de maneira 
gradativa onde a relação entre família e escola reforça o laço da criança ao 
aprendizado. Ao trabalhar uma atividade artística como pintura, desenho, jogos, 
brincadeiras, músicas, teatro de bonecos, colagens entre outras formas de 
expressão a criança torna-se personagem principal de suas atividades gerando sua 
independência emocional e criativa. Nesse processo a BNCC reforça o uso de 
objetivos de aprendizagem que norteiam a elaboração de atividades artística. 
Nos objetivos de aprendizagem a Base Nacional Comum Curricular ressalta 
que a criança na Educação Infantil deve: 
Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes 
grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento 
de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças 
entre as pessoas. 
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e 
tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e 
diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, 
corporais,sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. 
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do 
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo 
educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, 
tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, 
desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, 
decidindo e se posicionando. 
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, 
emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, 
elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus 
saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a 
escrita, a ciência e a tecnologia. 
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas 
necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, 
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes 
linguagens. 
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, 
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de 
pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, 
brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu 
contexto familiar e comunitário (BRASIL, 2016). 
 
Analisando os objetivos gerais acima podemos compreender as propostas 
educacionais através das seguintes dicas: 
 
Quadro 1: Objetivos de Aprendizagem e algumas propostaseducacionais 
para a Educação Infantil 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PROPOSTAS EDUCACIONAIS 
Conviver 
Realizar atividades coletivas com outras crianças como 
música, pintura, desenho. 
Brincar 
Conhecer brincadeiras do cancioneiro popular; explorar 
a coordenação motora. 
Participar 
Garantir que a criança seja incentivada para realizar a 
atividade proposta. [Ser uma(um) educadora 
(educador) amorosa (o) para que a criança acolha a 
proposta da atividade]. 
Explorar 
Elaborar atividades artísticas diversificadas para garantir 
o objetivo de conhecer novas práticas. 
Expressar 
Promover a expressão artística garantindo a liberdade 
criativa sem imposição de certo ou errado, bonito ou 
feio. 
Conhecer- se 
Reconhecer seus trabalhos artísticos bem como suas 
composições de personagens como membros da 
família e/ou outros. 
Fonte: Elaborado pela Autora (2020) 
 
As habilidades desenvolvidas durante a Educação Infantil estão dividas em 
campos de experiência sendo eles: “o eu o outro e nós”; “Corpo, gestos e 
movimentos”; “Traços, sons, cores e formas”; “Escuta, fala pensamento e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
imaginação”; “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. 
Cada campo de experiência contempla as habilidades que devem ser 
desenvolvidas nas faixas etárias seguintes: de zero à um ano e seis meses; um ano e 
sete meses à três anos e onze meses; quatro anos à cinco anos e onze meses. A 
faixa etária identifica os objetivos de aprendizagem que são possíveis de atingir na 
Educação Infantil. Veremos a seguir um exemplo de como essas habilidades são 
apresentadas: 
 
Quadro 2: Habilidades do Campo de experiência: Traços, sons, cores e formas 
Bebês (zero a 1 ano e 6 
meses) 
Crianças bem pequenas (1 
ano e 7 meses a 3 anos e 11 
meses) 
Crianças pequenas (4 anos 
a 5 anos e 11 meses) 
(EI01TS01) Explorar sons 
produzidos com o próprio 
corpo e com objetos do 
ambiente. 
(EI02TS01) Criar sons com 
materiais, objetos e 
instrumentos musicais, para 
acompanhar diversos ritmos 
de música. 
(EI03TS01) Utilizar sons 
produzidos por materiais, 
objetos e instrumentos 
musicais durante 
brincadeiras de faz de 
conta, encenações, 
criações musicais, festas. 
(EI01TS02) Traçar marcas 
gráficas, em diferentes 
suportes, usando 
instrumentos riscantes e 
tintas. 
(EI02TS02) Utilizar materiais 
variados com possibilidades 
de manipulação (argila, 
massa de modelar), 
explorando cores, texturas, 
superfícies, planos, formas e 
volumes ao criar objetos 
tridimensionais. 
(EI03TS02) Expressar-se 
livremente por meio de 
desenho, pintura, colagem, 
dobradura e escultura, 
criando produções 
bidimensionais e 
tridimensionais. 
(EI01TS03) Explorar diferentes 
fontes sonoras e materiais

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