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Mastite bovina

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DOENÇAS INFECCIOSAS 
09/11/22 
Mastite Bovina
Resposta inflamatória da glândula mamária 
Ocorre por fatores correlacionados: questões relacionadas ao meio ambiente, microrganismo, animal, atuação do homem. 
Existem inúmeros tipos de mastite: traumática, alérgica, metabólica... A mais importante é a MASTITE INFECCIOSA. 
Considerado o maior problema sanitário na bovino de leite. 
Não existe pecuária bovina sem mastite. Não existe erradicar, você aprende a conviver com ela, dentro de valores aceitáveis. 
Maior problema são os prejuízos econômicos. Mais da metade desses prejuízos é diminuição da produção de leite. 
Dependendo da mastite precisa jogar o leite fora, tem gastos veterinários, medicamentos, para diagnóstico. 
Subclínica: 70% redução da produção e qualidade do leite → a recomendação também é tratar 
Clínica: 14% de mortes e descartes, 8% de perda de leite e 8% tratamento 
OCORRÊNCIA: Mundial 
Relacionada ao tipo de manejo, produtividade de rebanho, higiene do local 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
Conforme apresentação: 
MASTITE CLÍNICA: alterações semiológicas no úbere e/ou leite. Qualquer um detecta diferença. 
• Relacionadas a mastite ambiental. 
• Associados a uma BAIXA contagem de células somáticas. 
 
MASTITE SUBCLÍNICA: não possui alteração no úbero e leite. Causa diminuição da produção láctea, diminui qualidade. É a mais 
dramática para o proprietário. 
• Na clínica observa-se e faz-se o tratamento, na subclínica não se sabe que há alteração no leite. 
• De maneira geral: causada por agentes contagiosas. 
• Associados a uma ALTA contagem de células somáticas. 
• Ocorre em uma frequência muito maior 
• São as mais importantes, para cada vaca 9 são subclínica 1:9 
 
Conforme modo de infecção: agente que causa a mastite 
MASTITE CONTAGIOSA: causada por microrganismos no canal do úbere/teto. Ocorre transmissão no momento da ordenha, onde 
pega o teto infectado e passa para o saudável. 
• Existe ordenha manual e mecânica 
• Levam a mastites subclínicas. 
• Associados a uma ALTA contagem de células somáticas. 
• Steptococcus agalactiae, Steptococcus dysgalactiae, Staphylococcus aureus, Staphylococcus sp, Corynebacterium bovis 
 
MASTITE AMBIENTAL: causada por microrganismos encontrados no meio ambiente. A infecção desse individuo ocorre quando o 
animal está no meio ambiente e não na ordenha. (entre as ordenhas) 
• Levam a mastites clínicas. 
• Associados a uma BAIXA contagem de células somáticas. 
• Steptococcus uberis, Enterobacteriaceae 
 
Agentes etiológicos: 
Existe mastite causada por vírus (importância ‘nenhuma’), 
Mastites mais importantes: BACTERIANAS. 
Mais de 90% dos quadros de mastite são causados por Staphylococcus e Streptococcus 
 
Nos quadros de mastite temos os microrganismos mais importantes, PATÓGENOS MAIORES: 
• Staphylococcus aureus 
• Steptococcus agalactiae 
 
PATÓGENOS MENORES: 
• Estafilococos negativos (ECN) 
• Corynebacterium bovis 
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Homem: interfere no meio ambiente, microrganismo e pode interferir no animal. Isso pode definir maior número de quadros de 
mastite. 
Ex: destino inadequado de dejetos na propriedade, seleção de animais cada vez mais produtivos (quanto mais produtividade, mais 
predisposição a mastite), seleção de microrganismos (utilização irracional de antibióticos). 
 
Fatores relacionados ao meio ambiente: 
Clima: 
• Temperaturas muito altas (causam estresse térmico, produz mais cortisol e diminui mecanismos de defesa) 
• Temperaturas muito baixas (teto seca e raxa, compromete primeiro mecanismo de defesa que é a pele) 
• Chuvas (fácil contaminação, falta de higiene e presença de microrganismos) 
• Quanto mais proliferação bacteriana, maior o desafio, maior facilidade de infecção 
Socioeconômicos: 
• Necessidade de produção: quanto maior o desenvolvimento da sociedade, maior alimentação, maior necessidade de produ-
ção de alimento (leite), seleção de animais mais produtivos 
• Desenvolvimento do meio rural, mobilidade maior dos animais, favorece disseminação de diferentes microrganismos para 
diferentes regiões 
Pastagens inadequadas: pode favorecer lesões no teto 
 
Fatores relacionados ao animal: 
Idade: ao longo dos anos ocorre afrouxamento dos ligamentos suspensórios do úbere, diminui tônus do esfíncter do teto, compro-
mete mecanismos da resposta imune do indivíduo. 
Conformação do úbere: úbere pendular não é bem-vindo 
Tamanho e diâmetro do teto: muito grande sofre lesão, muito pequeno favorece leite residual (ordenhadeira não chupa o suficiente) 
Raça: HPB (holandesa preto e branco) 
Alimentação: animal subnutrido possui o mínimo de defesa 
Higidez: animal saudável tem menos chance 
Quanto mais produz leite, mais os mecanismos de defesa diminuem. 
 
Fatores relacionados ao microrganismo/agente etiológico: 
Microrganismo infeccioso: tem capacidade de invadir, se instalar e se multiplicar 
Infectividade: geralmente possui baixa infectividade, precisa de muitos microrganismos (a quantidade no meio ambiente é muito 
alta) 
Patogenicidade (capacidade de causar lesão): S. aureus (altamente patogênico) 
Viabilidade (capacidade de sobreviver fora do teto): S. agalactiae (baixa viabilidade) 
Poder imunogênico (capacidade de desencadear uma resposta imunológica) 
 
Transmissão: 
MASTITE CONTAGIOSA: no momento da ordenha 
Pressão de sugar não pode ser maior que 340 (leite residual) e menor que 370 (lesão) 
Troca do bico de borracha da ordenhadeira mecânica a cada 3-4 meses 
Pode ocorrer por utilização de papel toalha, mão do ordenhador 
MASTITE AMBIENTAL: contaminação pelo solo, água, cama 
 
Sinais clínicos: 
MASTITE CLÍNICA: 
Dor, edema, inchaço, aumento de temperatura, perda de função 
Leite aguado, segmento de pus, sangue 
MASTITE SUBCLÍNICA: ausência de alterações visíveis no leite ou úbere, diminuição na produção de leite, alteração na composição 
do leite (gordura, proteína). Aumento dos teores de Na+ e Cl-, aumento da CCS 
MASTITE HIPERAGUDA: causada por microrganismos ambientais. Comprometimento sistêmico, apatia, febre 
 
Diagnóstico: 
MASTITE CLÍNICA: fácil diagnóstico 
• Teste de caneca telada: recomendação diária, despreza os três primeiros jatos e em seguida coloca-se o leite na caneca. Se 
apresentar alteração fica retido (grumos) 
• Inspeção visual do úbere e da vaca 
No início as alterações no leite que podem ser discretas 
Exame diário 
 
 
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MASTITE SUBCLÍNICA: 
• CMT (California Mastitis Test): produto químico que possui detergente e corante (púrpura de bromocresol). Coloca junto com 
o leite, ele quebra célula somática e libera ácido nucleico, quanto mais alteração de coloração e viscosidade, mais quantidade 
de células rompidas. Bandeja vem com quatro espaços com ranhura, despreza os 2 primeiros jatos e coloca o 3º. Coloca o 
CMT e homogeniza 
- Sem alteração 
+ Pouca alteração de cor, pequena viscosidade → perda da produção de 10-11% 
++ Moderada alteração de cor, relativa viscosidade → perda da produção de 16-26% 
+++ Solução em gel → perda da produção de 25-46% 
• CCS (contagem de células somáticas): aparelho que informa quantas células somáticas tem por ml de leite. Vantagem de ter 
número exato e valor recebido 
Brasil: 200mil células por ml 
• Cultura microbiológica/ exame bacteriológico: diagnóstico definitivo. Vantagem de sabermos o agente e a droga para utilizar 
Coleta adequada: lavar teto individualmente, joga álcool 70, faz coleta desprezando 2-3 primeiros jatos. Não precisa mais do 
que 2 ml, identificar, colocar no isopor com gelo (permite congelamento) 
Pool: um pouco de cada teto 
Exame periódico 
 
Tratamento: 
MASTITE CLÍNICA: 
• Tratamento intramamário 
• Recuperação possui baixo índice de cura 
• Tratamento imediato, grave ameaça a saúde do paciente 
• A partir do momento que usa medicação, descarta o leite 
• Antibiograma sai de 5-7 dias, faz tratamento de aplicação única antes e avaliar se há melhora ou não e saíra resultado para 
verse troca tratamento. 
MASTITE SUBCLÍNICA: 
• Vaca possui 60 dias de período seco, e produção por 305 
• Eficiência do tratamento é baixo (<50%), baixo índice de cura 
• Não compensa tratamento, só quando entrar (início) no período seco 
• Terapia da vaca seca (Dry cow therapy): feito no dia da última lactação, ordenha a vaca e aplica o antibiótico. O inicio e final 
do período seco são períodos complicados para a vaca, em que a glândula mamaria fica altamente susceptível a mastite. 
No início do período seco a glândula está cheia de leite e o ducto está dilatado favorecendo ingresso de microrganismos, os 
procedimentos de limpeza não estão sendo realizados, e o fluxo do leite (remoção mecânica) passa a não existir mais. 
No meio do período há formação de um tampão de queratina. 
No final do período seco torna-se altamente susceptível pela queda de imunidade no periparto, dilatação do canal do teto. 
O tratamento específico além de resolver a mastite subclínica, protege durante todo o período seco, as infecções adquiridas 
durante esse período são principais causas de mastite clinica durante as 2 primeiras semanas de lactação. 
Vantagem: persistência, evita descarte do leite, dose única, melhor resposta. 
• Cuidados na hora da ordenha, último a ser ordenhado 
• Blitz terapia: submete ao tratamento (resete) 
• Queremos que as drogas fiquem poucos dias durante o período de lactação, e muitos dias no período seco 
MEDICAMENTOS DURANTE LACTAÇÃO: 
Mínima ligação com as proteínas do leite para ser liberado o mais rápido o possível e persistir menos na glândula, pra termos 
menos irritação glândulas 
MEDICAMENTOS DURANTE VACA SECA: 
Queremos que permaneça muito tempo, de liberação lenta, que tenha alta ligação com a proteína do leite, tenha lenta liberação 
 
Via de administração intramamária, dose única. 
Cânulas curtas, inserção parcial, reduz ocorrência de mastite. 
 
MASTITE SISTÊMICA: 
Antibioticoterapia sistêmica ou intramamária não tem diferença significativa, mesma eficácia. 
 
O tratamento terapêutico correto para as vacas secas é o tratamento de todos os quartos de todas as vacas do plantel depois da 
ultima ordenha e lactação, sendo uma medida muito segura na prevenção das mastites, pois dispensa o uso de um diagnostico e 
exames laboratoriais para detecção de uma infecção. → Subclínica 
70% mastite subclínica 
30% mastite clínica 
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Objetivo: 
CCS 200,000 por células de leite 
Abaixo de 2% no rebanho mastites clínicas/mês 
85% sem mastite subclínica 
 
Profilaxia e controle: 
Mão de obra especializada: Higienização da ordenhadeira mecânica, noções de fisiologia e lactação 
Animal com mastite clínica precisa ser retirada do rebanho imediatamente 
Ordenha: 
1. Teste da caneca/CMT uma vez ao mês 
2. Limpeza dos tetos com água clorada / secagem 
3. Pré-dipping (iodo 0,5% ou cloro 2%): mergulha os tetos nessa solução que elimina as bactérias da superfície até 90%, deixar 
agir pelo menos 30 segundos, previne mastite ambiental e secagem com papel toalha para cada teto. A ponta do teto tem que 
ser bem seco. 
4. Colocada dos insufladores (conjunto), cuidado com a regulagem do equipamento 
5. Após a ordenha, pós-dipping: elimina bactérias que penetraram canal do teto, previne mastite contagiosa. Cobrindo todo o 
teto. 
6. Desinfecção dos insufladores 
7. Ordem da ordenha (primeiros animais saudáveis, após os animais com mastite subclínica) 
 
Vacinação: resultados inconsistentes , proteção contra microrganismos ambientais.

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