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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT DIREÇÃO DE GRADUAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CONFECÇÃO DE CONCRETO A PARTIR DE AGREGADO RECICLADO Engenharia Civil Bruno Luiz Feitosa Santos Lourival Lucas Romão Batista Aracaju - SE Novembro/2019 Bruno Luiz Feitosa Santos Lourival Lucas Romão Batista CONFECÇÃO DE CONCRETO A PARTIR DE AGREGADO RECICLADO Trabalho de Conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Graduação, Curso de Graduação em Engenharia Civil, Universidade Tiradentes. Orientador (a): Juliane Apolinario da Silva. Aracaju - SE 2019 RESUMO O aumento quantitativo na geração de resíduos de construção e demolição gerados nas grandes cidades, tem sido um problema real na vida das pessoas e da sociedade, pois muitos resíduos acabam no meio ambiente, causando problemas ambientais, econômicos e sociais. Portanto, a reciclagem de resíduos de construção e demolição é extremamente importante, que gera uma alternativa muito eficaz a este problema, considerando que o material reciclado será utilizado no concreto reciclado para função não estrutural, sabendo que muitas pesquisas e normas permitem o uso dos resíduos de construção e demolição e também garante a sua aplicação em vários tipos de obras. Neste trabalho foi analisado experimentalmente através de corpos de prova para a realização do ensaio de resistência à compressão, o uso de sobras de argamassa, originárias do processo de raspagem de reboco das paredes, em uma reforma do bloco B da Universidade Tiradentes. Realizando a análise da resistência à compressão do concreto quando gradualmente substituído pela mistura, apenas o agregado miúdo natural pelo reciclado. Sempre seguindo as recomendações das normas relacionadas a cada processo do experimento, desde a coleta de resíduos, cálculo do traço do concreto, moldagem dos corpos de prova, até o ensaio de resistência à compressão em laboratório de acordo com a NBR 5738, NBR 5739 e NBR 15114, além da CONAMA 307. Palavras-chave: Agregado reciclado, concreto reciclado, reciclagem ABSTRACT The quantitative increase in the generation of construction and demolition waste generated in large cities has been a real problem in life people's and society, as many waste end up in the environment causing environmental issues, economic and social. Therefore, recycling of construction and demolition waste is extremely important, which generates a very effective alternative to this problem, considering that the recycled material will be used in the recycled concrete for non-structural function, knowing that many research and standards enable the use of construction and demolition waste and also ensures its application in various types of works. In this work analyzed whether experimentally through in proof body for the achievement of the compression resistance assay, the use of mortar leftovers, original from the process of scraping of the wall, in a reform of block B of the Tiradentes University. Realizing the analysis of concrete compressive strength when gradually replaced by the mixture, just the natural aggregates small by recycled. Always following the recommendations of the standards related to each process of the experiment, from the collection of waste, calculation of the concrete trait, from waste collection, calculation of concrete trace, molding of proof body, to laboratory compression resistance assay according to NBR 5738, NBR 5739 and NBR 15114, in addition to CONAMA 307. Keywords: Recycled aggregate; recycled concrete; recycling. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Coliseu visto por dentro ........................................................................................... 15 Figura 2 – Concreto Convencional sendo despejado ......................................................... 16 Figura 3 – Concreto sendo bombeado para edificação .................................................... 18 Figura 4 – Estrutura Pré-Moldada ............................................................................................. 18 Figura 5 – Concreto de Alta Resistência sendo despejado .............................................. 19 Figura 6 – Concreto Pesado sendo desejado ....................................................................... 20 Figura 7 – Concreto sendo jateado na edificação ................................................................ 20 Figura 8 – Concreto Reciclado ................................................................................................... 23 Figura 9 – Resíduos de Construção e Demolição ............................................................... 26 Figura 10 – Fluxograma da Geração ao descarte dos RCD ............................................. 26 Figura 11 – Cimento Portiland utilizado ................................................................................... 36 Figura 12 – Agregado Miúdo e Graúdo Natural utilizados ................................................ 37 Figura 13 – Entrada do Bloco B, Universidade Tiradentes ............................................... 37 Figura 14 – Área de Coleta ......................................................................................................... 38 Figura 15 – Material sendo coletado ........................................................................................ 38 Figura 16 – Tratamento do material ......................................................................................... 39 Figura 17 – Torroamento do material ....................................................................................... 39 Figura 18 – Material após o tratamento ................................................................................... 39 Figura 19 – Tabela de desvio padrão em função da condição de preparo do concreto .................................................................................................................... 41 Figura 20 – Curva de Abrams (Editado pelo autor, 2019) ................................................. 42 Figura 21 – Tabela de determinação do consumo de água .............................................. 42 Figura 22 – Tabela de determinação do consumo de agregado graúdo ...................... 43 Figura 23 – Balança tarada ......................................................................................................... 52 Figura 24 – Pesagem do cimento ............................................................................................. 53 Figura 25 – Pesagem do agregado graúdo............................................................................ 53 Figura 26 – Pesagem do agregado miúdo natural para 2º Condição ............................ 54 Figura 27 – Pesagem do agregado miúdo natural para 3º Condição ............................ 54 Figura 28 – Pesagem do agregado miúdo natural para 4º Condição ............................ 54 Figura 29 – Pesagem do agregado miúdo reciclado ........................................................... 55 Figura 30 – Agregado miúdo sendo despejado na bandeja ............................................. 55 Figura 31 – Agregado secos sendo misturados na bandeja ............................................. 55 Figura 32 – Agregado secos totalmente misturados na bandeja .................................... 56 Figura 33 – Água sendo acrescentada na mistura .............................................................. 56 Figura 34 – Mistura bem distribuída e homogênea ............................................................. 56 Figura 35 – Moldagem dos corpos de prova .........................................................................57 Figura 36 – Adensamento do concreto.................................................................................... 57 Figura 37 – Identificação dos corpos de prova ..................................................................... 58 Figura 38 – Corpos de prova pronto para desemformar .................................................... 58 Figura 39 – Corpos de prova desenformados ....................................................................... 58 Figura 40 – Visão frontal dos corpos de prova desenformados ...................................... 59 Figura 41 – Corpos de prova sendo reservados ................................................................. 59 Figura 42 – Corpos de prova submersos a água ................................................................ 59 Figura 43 – Todos os corpos de prova reservados ............................................................ 60 Figura 44 – Corpos de prova com 7 dias de cura ............................................................... 60 Figura 45 – Corpos de prova sendo retificados ................................................................... 61 Figura 46 – Corpos de prova retificados ................................................................................ 61 Figura 47 – Máquina de compressão ..................................................................................... 62 Figura 48 – Resistência com 7 dias de cura para 1º Condição ....................................... 63 Figura 49 – Resistência com 7 dias de cura para 2º Condição ....................................... 63 Figura 50 – Resistência com 7 dias de cura para 3º Condição ....................................... 63 Figura 51 – Resistência com 7 dias de cura para 4º Condição ....................................... 63 Figura 52 – Resistência com 14 dias de cura para 1º Condição ..................................... 64 Figura 53 – Resistência com 14 dias de cura para 2º Condição ..................................... 64 Figura 54 – Resistência com 14 dias de cura para 3º Condição ..................................... 65 Figura 55 – Resistência com 14 dias de cura para 4º Condição ..................................... 65 Figura 56 – Resistência com 28 dias de cura para 1º Condição ..................................... 66 Figura 57 – Resistência com 28 dias de cura para 2º Condição ..................................... 66 Figura 58 – Resistência com 28 dias de cura para 3º Condição ..................................... 66 Figura 59 – Resistência com 28 dias de cura para 4º Condição ..................................... 66 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Porcentagem de composição dos agregados para as condições impostas ............................................................................................................................................ 35 Tabela 2 – Resultados da resistência à compressão aos 7 dias de cura dos concretos, em toneladas força e mega pascal ....................................................................... 64 Tabela 3 – Resultados da resistência à compressão aos 14 dias de cura dos concretos, em toneladas força e mega pascal ....................................................................... 65 Tabela 4 – Resultados da resistência à compressão aos 28 dias de cura dos concretos, em toneladas força e mega pascal ....................................................................... 66 Tabela 5 – Resultados de resistência à compressão em relação aos dias de cura e com a porcentagem de agregado miúdo na mistura do concreto .................................... 67 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 11 OBJETIVOS .......................................................................................................................................... 13 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................ 13 2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................................... 13 REFERÊNCIAL TEORICO ................................................................................................................... 14 3.1 O Concreto .................................................................................................................................... 14 3.2 Tipos De Concreto ......................................................................................................................... 16 3.3 Concreto Reciclado ....................................................................................................................... 22 3.4 Resíduos Descartados No Meio Ambiente ................................................................................... 24 3.5 Resíduos De Construção Civil E Demolição (Rcd) ....................................................................... 25 3.6 Estudo Da Arte .............................................................................................................................. 27 3.7 Integração Entre Resíduos Oriundos Das Construções E A Necessidade De Sua Reciclagem Para Produção De Um Novo Material ................................................................................................... 28 3.8 Influência Dos Agregados Reciclados Nas Propriedades Do Concreto ....................................... 29 3.9 Aprimoramento Do Processo De Separação Dos Resíduos Para Melhor Reaproveitamento Na Confecção Do Concreto Reciclado ....................................................................................................... 30 3.10 Ensaio De Dosagem ...................................................................................................................... 30 3.11 Moldagem Corpo De Prova ........................................................................................................... 32 3.12 Ensaio De Compressão ................................................................................................................. 32 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 34 4.1 Experimento De Confecção De Corpos De Prova ........................................................................ 34 4.2 Caracterização Dos Materiais ....................................................................................................... 35 4.3 Traço Do Concreto ........................................................................................................................ 40 4.4 Confecção E Moldagem Dos Corpos De Prova ............................................................................ 52 4.5 Rompimento Dos Corpos De Prova .............................................................................................. 60 RESULTADOS E DISCURSSÕES ....................................................................................................... 63 5.1 Ensaio De Compressão ................................................................................................................. 63 CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 68 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................................... 69 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 7011 INTRODUÇÃO O brasileiro produz cerca de meia tonelada por ano de resíduos oriundos do setor da construção civil. De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (ABRECON 2019). Conforme (TENÓRIO 2007) a quantidade de resíduos que são descartados no meio ambiente, sem se quer um tratamento para minimizar os danos no ecossistema é grande. As cidades só têm a crescer cada vez mais, e com isso é necessário produzir mais para que haja uma oferta para esta demanda de crescimento. E assim casas e casas vão se erguendo nas cidades e estradas sendo concretizadas para interligar as mesmas. E o concreto está presente nessas etapas, e depois de algum tempo, quando é necessário realizar uma reforma, a troca do pavimento da rodovia, devido a sua vida útil. Para onde vão esses resíduos que até então não tinha nenhuma utilidade. Um dos principais motivos que levou a desenvolver estudos para produzir esses produtos com matéria prima reciclada é o impacto ambiental, que a cada século que passa torna-se mais agravante. De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (ABRECON 2019), o Brasil descarta oito bilhões de reais ao ano, por não reciclar seus produtos. Para ter ideia, os números indicam que 60% do lixo sólido das cidades vêm da construção civil e 70% desse total poderia ser reutilizado (ECYCLE 2019). Porém quando é citado o termo concreto na atualidade, eventualmente, associasse uma maneira de afetar menos o meio ambiente com o uso do mesmo. O concreto ligado aos seus determinados componentes, que são eles: água, cimento e agregados, porem neste processo à possibilidade de erros em relação ao elemento chave das construções, isso pode acontece em todos os lugares do mundo. Na vida necessita-se de locais para que se frequente no cotidiano, como onde se morar, estudar, trabalhar e frequentar nas horas de lazer, mas é pensando nessas localidades que se vem a questão, será que pode-se construir esses diversos locais com um concreto que agrida menos o meio ambiente? Sim, pode-se e é real, por isso adentrou em um assunto que a cada ano que passa torna-se mais conhecido quando se trata da construção civil e reutilização de resíduos, o material 12 produzido a partir de resíduos reciclados, ou seja, o Concreto Reciclado (PEDROSO, 2009). O concreto reciclado, generalizando-se por inteiro, é o novo material para dosagens estruturais que torna-se mais conhecido a cada ano no mercado, um concreto no qual utiliza-se os resíduos que são inevitáveis nas construções civis, bem como, são encontrados em grande maioria das construções e reformas. Com o uso dos entulhos de construções para produzir o concreto reciclado, irá afetar muito menos o meio ambiente, pelo fato de reutilizar um material que não haveria mais condições de uso após seu descarte (GONÇALVES, 2001). A produção de resíduos é muito impactante e notória nos canteiros de obra, estes resíduos, em grande parte não podem ser aproveitados e ficam-se amontoados no local da obra, tornando alguns locais até de difícil ou impossível acesso, pois para o descarte do mesmo, necessita-se que o dono da empresa ou da obra acione empresas de caixas coletoras de entulho para que deixem suas caixas para serem enchidas, para que logo em seguida levem-se os resíduos para os locais de descarte apropriado (GONÇALVES, 2016). Por esses e outros motivos que o concreto com agregados reciclados seria útil para as obras da atualidade que os convém e para o meio ambiente, pois iria reaproveitar de forma notória os resíduos em questão, fazendo-se com que não fossem descartados de forma irregular e sem fins que não ajudam o meio ambiente e só o prejudica cada vez mais (GONÇALVES, 2016). É diante da necessidade de reaproveitar materiais que até pouco tempo não teriam mais nenhuma utilidade e seriam descartados no meio ambiente, que foi escolhido o Concreto Reciclado, para ser tema da presente investigação. Por se tratar de uma tecnologia que pode substituir o Concreto Convencional em determinados casos, e também por ser um produto que é produzido a partir de resíduos reciclados (CARNEIRO, 2001). Sendo esses alguns dos principais motivos que levou a escolha desse tema. Mas o foco do seguinte estudo não é só a aplicabilidade do concreto reciclado propriamente dita, e sim o reaproveitamento dos resíduos oriundos de demolições, para confeccionar o concreto reciclado. Partindo desse pressuposto, buscou-se 13 conhecer um pouco mais sobre o tema a ser trabalhado para assim obter maior conhecimento sobre o assunto. Segundo Marques Neto (2003), a grande produção destes resíduos e a necessidade de soluções imediatistas têm conduzido a sociedade a buscas de métodos que minimizem a degradação da natureza. Entretanto, medidas emergenciais e corretivas acabam sendo usadas pela falta de informações e despreparo dos gestores. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Analisar, através do ensaio de compressão as diferenças entre o concreto convencional e o concreto composto de agregado miúdo reciclado. 2.2 Objetivos Específicos - Determinar o tipo de material reciclado a ser utilizado como agregado miúdo no projeto; - Definir a quantidade de composição do agregado miúdo reciclado na mistura do concreto; - Calcular o traço do concreto; - Confeccionar e moldar os corpos de prova; - Comparar, de forma experimental, a resistência a compressão aos 7, 14 e 28 dias do concreto sendo substituído gradativamente o agregado miúdo natural pelo reciclado. 14 REFERÊNCIAL TEÓRICO 3.1 O Concreto O Concreto é uma rocha artificial produzido pelo homem, sendo um componente essencial para a civilização moderna, composto por cimento, água, areia, brita, e dependendo do seu uso há a adição de alguns aditivos. As misturas desses materiais são chamadas de dosagem ou traço, e é utilizado na maioria das obras civis. Quando fresco é um composto plástico, o que possibilita que seja moldado conforme a necessidade de sua utilização, após endurecido adquire uma resistência similar à de uma rocha natural. Existem vários tipos de concreto, um dos mais conhecidos é o concreto armado que é nada menos que a junção do concreto convencional com uma estrutura de aço (APODI e SILVA, 2016). Historicamente, o concreto foi criado no intuito de se obter a durabilidade de uma rocha e a resistência de um aço, porém as primeiras construções foram desenvolvidas com elementos da natureza, que eram mais fáceis de se encontrar naquela época no caso em questão, a madeira e a pedra natural. O concreto só foi realmente utilizado séculos mais tarde e os romanos que obtiveram os melhores destaques nas suas construções com o uso do mesmo e de argamassas, pois usou-se as devidas vantagens que se obtêm com o concreto para a criação de espaços amplos em forma de arcos, abóbadas e cúpulas de grande dimensão, pelo fato dele adaptar-se ao melhor formato procurado. Algumas das principais obras romanas construídas com aquele determinado concreto daquela época, podem ser citados o coliseu que foi a maior obra já construída pelos romanos em toda a história, com um mesclado de rochas e concreto e também o panteão que foi construído com diferentes materiais em forma de uma abóboda de concreto com o diâmetro de 43,3 metros (BASTOS, 2006). Logo vemos o coliseu visto por dentro como visto na Figura 1, umas das mais belas construções romanas. 15 Quando o concreto é utilizado como material estrutural recebe a denominação de concreto estrutural que pode ser de três tipos diferentes: concreto simples sem qualquer tipo de armadura; concreto armado quando há uma armadura não pré-tracionada (protendida); e concreto protendido quando há uma armadura que é ativa pré-tracionada (protendida), (SANTOSet al., 2013). VASCONCELOS et al. (2014) aponta duas diferenças do concreto para outros materiais é que o concreto é mais resistente à água, diferente do aço e da madeira que sofrem com a presença de água, o que torna o uso de concreto viável em diversos tipos de obras. Outra diferença marcante entre o concreto e outros tipos de materiais é que o concreto é um produto economicamente muito acessível, devido a sua grande quantidade de matéria prima. O concreto é uma mistura homogênea de cimento, agregados miúdos e graúdos, com ou sem a incorporação de componentes minoritários (aditivos químicos e adições), que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento (BATTAGIN, 2009). O concreto de cimento Portland é o material tradicionalmente usado em reparos e reforços. Na grande maioria das vezes requer um traço especialmente formulado que altere para melhor alguma de suas características naturais. Pode ser necessário obter altas resistências iniciais, ausência de retração de secagem, leves e controladas expansões, elevada aderência ao substrato, baixa permeabilidade e outras propriedades normalmente obtidas à custa do emprego de aditivos e adições Figura 1: Coliseu visto por dentro. Fonte: D&D Mundo Afora. 16 tais como plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, escória de alto forno, cinza volante, microssílica e, via de regra, baixa relação água/ cimento. (HELENE, 1992). 3.2 Tipos de Concreto Segundo a empresa INCOPRE (2016) especializada em pré-moldados de concreto com fábricas nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, os 6 principais tipos utilizados hoje em dia são: o Concreto Convencional, que é o que encontramos com mais frequência nas obras conforme Figura 2, o qual é formado pela mistura apenas dos materiais comuns (cimento, água, areia e brita). O Concreto Bombeável, não é muito diferente do convencional, porém possui uma maior fluidez, isso se dá devido ao aumento de água e redução de agregados graúdos. O Concreto Pré-Fabricado ou Concreto Pré-Moldado, é fabricado de acordo com a necessidade que cada obra exige, esse tipo de concreto vem crescendo muito no mercado da construção civil, pela sua praticidade e agilidade na hora da construção, além de proporcionar um canteiro de obra mais limpo já que esse tipo de concreto elimina a concretagem em loco. Concreto de Alta-Resistência, como o próprio nome já diz é um concreto com uma resistência mais elevada se comparado com os outros tipos de concreto, consequentemente possui um custo mais elevado, devido aos seus aditivos acrescentados à mistura. Figura 2: Concreto Convencional sendo despejado. Fonte: Brasil Atex, 2019. 17 O Concreto Pesado, é um concreto de maior durabilidade, resistente a radiação, composto por aditivos e de agregados graúdos com maior massa específica. Já o Concreto Projetado, contém aditivos que elevam sua aderência, além de ter uma maior fluidez do Concreto Bombeável, geralmente ele é usado nas encostas para evitar deslizamentos. E quanto a sua utilização, esses tipos de concretos são destinados a diversos tipos de obras. O concreto convencional é usado em obras onde não existe a necessidade da utilização de equipamentos para o bombeamento do concreto. Devido à baixa trabalhabilidade desse concreto, torna-se necessário o uso de equipamentos de vibração para um bom adensamento. Esse bom adensamento é essencial para que se evitem nichos de concretagens, os quais tem interferência direta da durabilidade da estrutura. Esse concreto demanda uma quantidade grande de mão de obra devido a sua aplicação manual (PORTAL DO CONCRETO, 2019). O concreto bombeável foi desenvolvido para que fosse permitido o lançamento por meio de certos equipamentos como bombas, no qual possui mais teor de argamassa e trabalhabilidade, sendo transportado sob pressão, por meio de tubos rígidos ou mangueiras flexíveis, assim, podendo ser descarregado diretamente ou próximo do ponto onde será aplicado. Portanto, proporcionando uma maior velocidade na execução do serviço e também uma redução da mão de obra na concretagem (SUPREMO CIMENTO, 2019) Logo essas características do concreto bombeável se apresentam na Figura 3, onde o concreto está sendo bombeado para edificação. 18 O concreto pré-moldado é uma estrutura feita em concreto pré-moldado é aquela em que os elementos estruturais, como pilares, vigas, lajes e outros, são moldados e adquirem certo grau de resistência, antes do seu posicionamento definitivo na estrutura. Por este motivo, este conjunto de peças é também conhecido pelo nome de estrutura pré-fabricada. Estas estruturas podem ser adquiridas junto a empresas especializadas, ou moldadas no próprio canteiro da obra, para serem montadas no momento oportuno (PORTAL DO CONCRETO, 2019). A estrutura pré-moldada tem como vantagem a rápida montagem, como vemos na Figura 4. Essa estrutura pode ser montada em poucos dias. Figura 4: Estrutura Pré-Moldada montada. Figura 3: Concreto sendo bombeado para edificação. Fonte: Portal do Concreto, 2019. Fonte: Portal do Concreto, 2019. 19 O concreto de alta resistência, se caracteriza por atingir alta resistência com pouca idade. Menos poroso e mais compacto que o concreto comum, esse material deve ser usado em obras que exigem mais velocidade. Isso pode se dar na indústria de pré-moldados, em estruturas convencionais ou protendidas, na fabricação de tubos e artefatos de concreto etc. Por sua maior agilidade para atingir a resistência desejada, esse tipo de concreto agrega benefícios indiretos ao construtor, como a redução dos custos com funcionários e aluguéis de formas e equipamentos (MAPADAOBRA, 2018). O concreto de alta resistência tem a velocidade como referência, conforme a Figura 5, mostra se também mais compacto que o concreto convencional. O concreto pesado é obtido através da utilização de agregados com maior massa específica aparente em sua composição, como por exemplo, a hematita, a magnetita e a barita. Sua dosagem deve proporcionar que a massa específica do concreto atinja valores superiores a 2800 kg/m³, oferecendo à mistura boas características mecânicas, de durabilidade e capacidade de proteção contra radiações (PORTAL DO CONCRETO, 2019). Logo podemos ver algumas características do concreto pesado na Figura 6, características que mostram razão do seu nome. Figura 5: Concreto de Alta resistência sendo despejado. Fonte: Portal do Concreto, 2019. 20 O concreto projetado é um tipo de concreto que é lançado, “projetado” ou “jateado” através de mangueiras especiais com uso de ar comprimido. Pode ser via seca ou úmida dependendo se o concreto for lançado com ou sem água pré- misturada. O processo via seca aplica a água no bocal de lançamento o que é controlado pelo operador. Também são utilizados aditivos aceleradores de pega para reduzir o índice de reflexão, quantidade de concreto que não adere à superfície projetada. (CONCREBRAS, 2019). O concreto projetado é de fácil execução como mostra a Figura 7, pois sua aplicação é simples. Figura 7: Concreto sendo jateado na edificação. Fonte: Engenharia Concreta, 2019. Figura 6: Concreto Pesado sendo despejado. Fonte: Portal do Concreto, 2019. 21 No Brasil a outros tipos de concretos também, que são muitos usados para vários tipos de obras, alguns desses são: Concreto protendido, concreto com maior teor de argamassa, concreto auto adensável, concreto magro, concreto de alto desempenho e concreto para pavimento industriais. O concreto protendido é o refinamento do concreto armado, onde se aplica tensões prévias de compressão nas regiões da peça que serão tracionadas pela ação do carregamentoexterno. Assim, as tensões de trações são diminuídas ou até anuladas pelas tensões de compressões pré-aplicadas (PORTAL DO CONCRETO, 2019). Concreto com o maior teor de argamassa é o aparente, possui baixa exsudação e excelente acabamento superficial. Pode-se incorporar a mistura à utilização de super-plastificantes para elevação do abatimento. Para um bom resultado, deve ter alguns cuidados como, a forma deve ser feita de materiais regulares, liso, livre de emendas, de baixa aderência, tais como metálica, resinadas ou plastificadas. A vedação deve ser feita para que iniba a fuga da argamassa da peça. A escolha de um bom desmoldante, o adensamento e a cura do concreto são de fundamental importância para que a estrutura tenha um bom resultado (PORTAL DO CONCRETO, 2019). O concreto auto adensável tem um elevado abatimento (slump), que possui como característica principal o preenchimento de todos os vazios da forma apenas pela ação do seu próprio peso. É um concreto fluído, com alta trabalhabilidade e de fácil aplicação. No geral, são empregados, neste tipo de concreto, os aditivos superplastificantes a base de éter policarboxilatos, proporcionando no fim a obra uma redução na mão de obra, eliminação dos nichos de concretagens e racionalização da etapa de concretagem dentro do cronograma executivo (SUPREMO CIMENTO, 2019). O concreto magro tem função de preenchimento ou proteção mecânica, com baixo consumo de ciumento sem função estrutural. É usado em camadas de proteção, envelopamento de tubos, enchimentos de camadas, base de blocos, lastros, contra pisos, etc. (SUPREMO CIMENTO, 2019). 22 O Concreto de Alto Desempenho é bem resistente, que além da elevada resistência apresenta maior durabilidade, menor porosidade, maior impermeabilidade, maior coesão e de elevada trabalhabilidade, em função da utilização de superplastificantes. Normalmente recebe adições minerais tais como sílica ativa ou metacaulium. Estas adições minerais reagem com a cal livre originária do processo de hidratação do cimento (PORTAL DO CONCRETO, 2013). O Concreto para Pavimentos Industriais tem a característica básica de resistência não inferior a 20 Mpa, com consumo mínimo de 350 kg/m³ e abatimento igual a 100 mm. Possui, também, elevado teor de argamassa, baixo índice de exsudação e retratação plástica e pega normal, e em alguns casos recomenda-se o uso de superplastificantes para aumento do abatimento. Ele necessita de uma ótima sub-base, com excelente compactação de substrato, projeto estrutural, tipo de execução, cura do concreto e previsão de juntas de dilatação, podendo os pavimentos ser ou não armados (SUPREMO CIMENTO, 2019). 3.3 Concreto Reciclado O concreto reciclado, generalizando-se por inteiro é o novo material para dosagens não estruturais que torna se mais conhecido a cada ano no mercado, um concreto no qual utiliza-se os resíduos que são inevitáveis nas construções civis, bem como, são encontrados em grande maioria das construções e reformas. Com o uso dos entulhos de construções para produzir o concreto reciclado, irá afetar muito menos o meio ambiente, pelo fato de reutilizar um material que não haveria mais condições de uso após seu descarte. Com a implantação desse sistema de concreto, existirá diversos benefícios, como a diminuição da extração de determinadas matérias primas e a redução de resíduos que já se torna nos dias de hoje um fator alarmante em toda sociedade. O setor da construção civil, embora não se apresente atualmente, em seus melhores dias de glória, é considerado um dos maiores setores que envolvem a economia do nosso país. Construções e reformas ocorrem todos os dias e em todos os lugares que pode-se imaginar, a cada dia que se passa fica-se até mais complicado de se achar locais onde não haja presença de construções. 23 Com isso a produção de resíduos é muito impactante e notória nos canteiros de obra, estes resíduos, em grande parte não podem ser aproveitados e ficam-se amontoados no local da obra, tornando alguns locais até de difícil ou impossível acesso, pois para o descarte do mesmo, necessita-se que o dono da empresa ou da obra acione empresas de caixas coletoras de entulho para que deixem suas caixas para serem enchidas, para que logo em seguida levem-se os resíduos para os locais de descarte apropriado(GONÇALVES, 2016). A reciclagem do concreto pode ser realizada em seu estado ainda fresco com um equipamento que lava e separa a brita dos demais materiais, e assim já é encaminhada para reuso. O grande problema é com o concreto endurecido, esse é fragmentado em pedaços menores com britadores (existem vários tipos, depende do tamanho final desejado) e também podem ser moídos para gerar agregados miúdos, depois separados por tamanho e enviados para serem incorporados no concreto novo, transformando se em concreto reciclado visto na Figura 8. Essa tecnologia ainda pode evoluir muito, atingindo mais usuários. Para isso deve haver uma maior conscientização do impacto do RCD, que remove material das nossas fontes naturais, cada vez mais escassas, assim como esgotam também os locais apropriado para o descarte; fazer investimentos financeiros em equipamentos (claro que tudo tem um custo, mas é pequeno) para reduzir o custo do material que atualmente é desperdiçado; e investir em pesquisas para tornar cada vez mais viável todo o processo. Figura 8: Concreto Reciclado. Fonte: EGG 43 Studio, 2019. 24 Os estudos precisam focar também em resolver o fato de o concreto reciclado ser muito variável, e assim entender esse material que possui diferentes resistências, durabilidade, capacidade de deformação sem fissuras (SILVA, 2004). O Concreto Reciclado que faz a utilização dos resíduos da própria obra como agregado, pode reduzir uma parte considerável, ou pensando a longo prazo pode reduzir totalmente os materiais de fontes naturais. Em grande parte dos processos da fabricação de um produto geram resíduos, que na maioria das vezes são descartados de forma irregular no meio ambiente, e quando não se detém uma forma para reaproveitar esses resíduos, os mesmos vão ocasionando problemas ambientais. A prática mais comum tem sido empregar os resíduos no estado bruto, sem qualquer processamento. Seu uso fica restrito ao preenchimento das áreas de mineração próximas da cidade, que foram exauridas pela própria construção. “Geotecnicamente” aceitável, por ser um material de composição química semelhante ao solo, a recuperação agrega somente valor imobiliário para essas áreas. Essa opção nunca deveria ser a única disponível, já que o uso em pavimentação e no concreto constitui a verdadeira alternativa ambientalmente amigável para efetivamente poupar as reservas de agregados naturais, considera. A resistência e a durabilidade do concreto reciclado são controladas não apenas pela porosidade da pasta de cimento, como é o caso do concreto convencional, mas também pela porosidade do agregado que facilmente ultrapassa os 10%. Assim, a diferença essencial entre um concreto convencional e outro com agregado reciclado é a porosidade, razão pela qual a ABNT restringe, por meio de normas específicas, o seu uso apenas para pavimentação ou concreto não estrutural, não prevendo a utilização em estruturas (BATTAGIN, 2011). 3.4 Resíduos descartados no Meio Ambiente Na atualidade um dos principais problemas ambientais é a geração de resíduos (lixos domésticos, industriais e de serviços) e rurais (criações e culturas). O crescimento rápido das populações urbanas é o fator principal para contribuir com tal crescimento, assim como a concentração do parque industrial ao redor das cidades e os avanços da agricultura intensiva no campo (FRESCA, 2007). O grande 25 desafio dos países consiste em descobrir maneiras para destinar corretamenteas 30 bilhões de toneladas de resíduos sólidos produzidos anualmente no planeta (NINNI, 2011). Esse consumo demasiado só vem aumentando a cada ano, gerando grandes quantidades de resíduos em todo o planeta. Desta forma pode-se concluir que o desperdício aumenta cada vez mais e o uso de recursos naturais está ultrapassando a capacidade do planeta (NINNI, 2011). Conforme trabalho apresentado pela FIESP (2010), todo resíduo que se apresenta nos estados sólidos, semissólidos e os líquidos não passíveis de tratamento convencional são classificados pela NBR 10004 (2004) como resíduos sólidos, quanto a sua natureza classificam-se: Resíduos classe I – perigosos: são os resíduos que apresentam riscos à saúde ou ao meio ambiente em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade ou patogenicidade; Resíduos classe II – não inertes: são aqueles com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente em função de suas características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade; Resíduos classe III – inertes: são os resíduos que não apresentam riscos à saúde pois apresentam constituintes solúveis em água em concentrações superiores aos padrões de potabilidade. 3.5 Resíduos de Construção Civil e Demolição (RCD) Todo ano toneladas de resíduos da construção civil são gerados, muitas vezes descartados de forma inadequada e irregular, visando essa problemática no dia 5 de julho de 2002, foi criada pela CONAMA, a resolução n°307, que busca dar um destino adequado aos resíduos da construção civil, essa resolução visa tratar esses problemas apresentando diretrizes, critérios e procedimentos para um melhor gerenciamento do RCD. Segundo a NBR 15114, os resíduos da construção civil são definidos como: “Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, ilustrado na figura 9, e os resultantes da preparação e da 26 escavação de terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”. De acordo com a CONAMA 307, é abordado um aspecto importante na classificação dos materiais que futuramente serão reutilizados, estabelecendo diretrizes critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Esses materiais são classificados em: - Classe “A”: resíduos provenientes de demolições, construções, reformas, reparos de pavimentação, obras em geral, ou seja, são definitivamente materiais oriundos da construção civil, restos de argamassa, concreto, componentes cerâmicos como blocos, telhas e revestimentos; - Classe “B”: resíduos recicláveis para outras destinações, como, plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, entre outros; - Classe “C”: são sobras de materiais para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem, são o caso dos produtos provenientes do gesso; - Classe “D”: são resquícios perigosos de origem do processo de construção, como, tintas, solventes, óleos e outros materiais que sejam contaminados ou prejudiciais à saúde provenientes de demolições, reformas e Fonte: Diário da Manhã, 2019. Figura 9: Resíduos de Construção e Demolição. 27 reparos principalmente de clínicas radiológicas, instalações industriais e também telhas e materiais que incluam em sua composição amianto ou outros produtos lesivos a saúde. 3.6 Estudo da Arte O uso de agregados reciclado de concreto vem sendo muito requisitado, para a diminuição de resíduos na construção civil que seria descartado na natureza, e também devido a ser potencialmente mais econômico e não agredir a natureza. Por isso existe várias pesquisas em busca de sua viabilidade, muitas dessas pesquisas são estrangeiras e outras nacionais, conforme SILVA (2004) o uso de agregados reciclados para a produção de concreto não estrutural em obras de infraestrutura urbana, mostra que em algumas situações os resultados alcançados pelo concreto reciclado chegam até mesmo a superar os resultados obtidos pelo concreto convencional, esse estudo vem pra reforçar resultados alcançados em trabalhos anteriores, mostrando que a reciclagem desses materiais pode ser uma das formas mais eficientes para a redução da poluição ambiental nas grandes cidades. Figura 10: Fluxograma da Geração ao descarte dos RCD. Fonte: (SCHALCH 2010). 28 Segundo GONÇALVES (2001), o uso de agregados reciclados de resíduos de concreto, destaca dosagem estrutural mostrando os problemas e benefícios de se usar agregados reciclados e ressaltando sua grande importância para a diminuição dos resíduos oriundos das construções civis e mostrando um dos principais problemas dos agregados reciclados que é sua maior deformação quando comparado com um concreto de mesmas características, mas feito com agregados naturais. Portanto, essas pesquisas são de suma importância para o melhor reaproveitamento desses agregados, para desenvolver novas técnicas de reaproveitamento, analisar através de teste como melhorar suas propriedades, suprir a falta desses agregados naturais que estão cada vez mais longe dos centros urbanos devido a sua escassez e diminuir os danos causados ao meio ambiente. 3.7 Integração entre resíduos oriundos das construções e a necessidade de sua reciclagem para produção de um novo material Com o passar dos anos e o acumulo de grandes quantidades de resíduos oriundos das construções civil, se fez necessário a criação de um método que pudesse reciclar essa grande parte de resíduos para a obtenção de um novo material. Assim, a utilização de novos materiais, mais benéficos ao meio ambiente, têm sido tentada. A incorporação de materiais reciclados ao concreto pode ser considerada como uma boa ferramenta a conservação de energia e de recursos naturais, e para aumentar a vida útil das áreas de disposição de resíduos (GOLDSTEIN, 1995). Para que haja uma integração eficiente e sustentável é necessário que seja visado não só a parte financeira, como também a preservação do meio ambiente nas práticas utilizadas para essa obtenção. A construção sustentável deve atentar para o conceito de “cadeia de gerenciamento integrada” que pode ser considerada como fechamento do ciclo de vida de um produto, ou material, de forma que somente uma pequena quantidade de matéria-prima seja descartada e, ao mesmo tempo, se maximize a sua reutilização e reciclagem (PIETERSEN, FRAAY e HENDRIKS, 1998). 29 A geração desses resíduos de demolição e construção já possui números espantosos e a tendência e que aumentem cada vez mais esses valores aumentem, então, dar uma utilidade a esse material é uma necessidade de suma importância (PIETERSEN, FRAAY e HENDRIKS, 1998). Com base nessa última premissa, PINTO (2000) explica principalmente que o gerenciamento desse material de construção e demolição no próprio local de sua geração é uma grande arma para que a indústria assuma sua parcela de responsabilidade com o resíduo gerado no ambiente urbano. Essa atitude contribuirá para que o resíduo fique confinado em seu local de origem facilitando sua remoção evitando despesas com os órgãos públicos. 3.8 Influência dos agregados reciclados nas propriedades do concreto O agregado reciclado é definido como um tipo de material inerte, distribuído principalmente entre a pasta de cimento. Além de sua utilização por razões econômicas, ele atribui vantagens técnicas bastante consideráveis ao concreto, que passa a ter maior durabilidade e melhor estabilidadedimensional do que a pasta de cimento pura. Mas, o agregado não é completamente inerte e suas propriedades térmicas, físicas e químicas, têm influência principalmente na durabilidade e no desempenho do concreto (MEHTA, 2007). Atualmente, as aplicações do concreto reciclado em elementos estruturais já demonstram uma boa atuação nas construções civis, com a redução dos custos, ele é utilizado principalmente em concretos para a realização de bases de pavimentos, estruturas residenciais e produção de artefatos pré-moldados em concreto, como por exemplo, tubos, lajes e blocos. Entretanto, as utilizações do concreto reciclado existem bastantes particularidades, as quais podem vim a serem fatores cruciais em alguns casos, como por exemplo, sua maior ou menor resistência, permeabilidade e deformabilidade. No caso de seu uso em peças de maior responsabilidade estrutural, deve-se realizar um estudo mais preciso das suas propriedades mecânicas e também da sua durabilidade (LIMA, 1999). 30 3.9 Aprimoramento do processo de separação dos resíduos para melhor reaproveitamento na confecção do concreto reciclado A primeira etapa do processo de separação é a quebra inicial dos materiais, realizada através de técnicas tradicionais de demolição, incluindo britadeiras, bolas de demolição e explosivos. Eles são reduzidos em pedaços que variam de 75 à 120 cm. Estes pedaços devem estar livres de contaminantes maiores como lixo, madeira, vidro e outros materiais. Após o processo de quebra, os resíduos são levados às centrais de reciclagem em caminhões grandes ou até mesmo máquinas portáteis são trazidas à área de demolição para realizar o processo de reciclagem no local e transformá-los em matéria prima (PENSAMENTO VERDE, 2016). Após passar pelo processo de quebra inicial e pela coleta seletiva, a próxima etapa é a trituração, onde os resíduos são triturados em um equipamento com várias facas, o resultado é uma mistura que apresenta semelhanças com a areia, porém um pouco mais grossa, que será empregada na produção do um novo concreto. Nesta etapa, nós dispomos de um equipamento (triturador de entulho) feito sob medida e fabricado de acordo com a necessidade da empresa, sendo uma solução sustentável, pois proporciona a eliminação de resíduo combinada com a reciclagem. Ainda nesta fase, as frações trituradas se encontram misturadas e os resíduos têm pouco valor agregado. Somente após a granulagem, ou seja, a separação das frações, é que se pode dar uma destinação adequada aos novos materiais (PENSAMENTO VERDE, 2016). 3.10 Ensaio de Dosagem O ensaio de dosagem busca analisar os diversos procedimentos para se buscar a melhor proporção entre os materiais construtivos usados na fabricação do concreto, buscando selecionar a melhor proporção para um concreto melhor, o chamado traço. Conseguindo essa proporção ideal, tanto em massa ou volume. Normal e rigorosamente expressa através da massa seca assegurando um melhor desempenho. http://www.fragmaq.com.br/produtos/trituradores/triturador-de-entulho/ 31 Dentro do contexto amplo designado por Tecnologia do concreto, Neville (1997) apresenta a expressão Dosagem com três possíveis significados: - No sentido mais abrangente seria o estudo direcionado para a escolha dos materiais constituintes e a fixação de suas proporções ou quantidades relativas nas misturas de concreto para assegurar um determinado desempenho (mix design, na língua inglesa). - Num conceito menos amplo, a dosagem do concreto, seria o procedimento destinado a fixar as proporções dos materiais que deverão ser misturados no preparo do concreto (mix proportioning, conforme denominação norte-americana, ou mix selection, conforme denominação adotada por Giammusso na tradução do livro de Neville (1997)). - Como definição mais restrita a dosagem do concreto poderia ser entendida apenas como “a quantificação dos materiais componentes” durante a produção da mistura do concreto ou seja, a aplicação do “traço de concreto” (mix proportions). Segundo Mehta e Monteiro (1994): O objetivo amplo do proporcionamento do concreto pode expressar-se resumidamente como a escolha dos materiais adequados entre aqueles disponíveis e a determinação da combinação mais econômica destes que produza um concreto que atenda características de desempenho mínimo estabelecidas. O ensaio de dosagem é economicamente muito importante para toda a empresa que visa a economia, o mesmo é que vai dar uma dimensão de quanto é que será gasto com cada material e a quantidade que será necessária para atender as necessidades do concreto. Logo poderá ser feito toda a quantidade de materiais que será gasta na confecção do concreto. Visto que, um concreto bem dosado terá uma trabalhabilidade melhor e adequada para os profissionais trabalharem, aumentando também a durabilidade do concreto, sendo que a qualidade do concreto tem ligação direta com a dosagem que traz vários benefícios ao concreto devido a escolha ideal de proporção entre os materiais. 32 Outro fator importante que deve se levar em conta é que a dosagem também deve ser monitorada, sabendo que pode acontecer erros nas etapas de produção e execução, neste caso fazendo os ajustes necessários para que a dosagem volte ao padrão de qualidade estabelecido. 3.11 Moldagem Corpo de Prova A moldagem do corpo de prova é muito importante para garantir que o concreto tenho o desempenho esperado e todas suas características também estejam conforme o esperado, umas dessas características é a resistência que precisa está em níveis padrão, outra é a elasticidade que também precisa está em níveis adequados. Logo é imprescindível o uso de corpos de provas para que se possa fazer testes de desempenho do concreto. Estes testes são regidos pela NBR 5738:2015 que define os procedimentos para moldagem e cura de corpos de prova, que também regulamenta a retirada de moldes para colocação e transporte dos mesmos. Este teste visa a buscar pela qualidade do concreto, para satisfazer toda a qualidade exigida para se ter um padrão adequado às necessidades da obra, sabendo também que um concreto adequado apresenta muitas vantagens, tendo em vista que suas características em relação a durabilidade, trabalhabilidade entre outras serão melhores comparado ao um concreto não adequado. 3.12 Ensaio de Compressão O ensaio de compressão tem como objetivo verificar o estado de conformidade de seus elementos constituintes e também de suas propriedades, pois o concreto é um material muito valorizado e sua fabricação tem forma bastante acessível comparando com outros tipos de materiais, porem o concreto não está livre de interferências capazes de afetar a sua qualidade devido ao uso de matérias primas de baixa qualidade e também pode afetar as estruturas onde foi aplicado, por isso o ensaio de compressão é muito importante, sendo ele o responsável por definir o nível de qualidade da obra, reduzindo o risco de patologias, aumentando a sua durabilidade e tendo em vista que se terá uma boa economia. 33 O ensaio atualmente é algo muito importante para uma obra, sabendo que a vida útil de uma obra tem ligação com a qualidade dos materiais que foram utilizados e seus processos construtivos. Logo o ensaio de compressão é algo imprescindível para podermos avaliar comportamento deste material sob a ação de um estado de tensões. Segundo Picchi (1993), os fundamentos da qualidade das obras de engenharia residem na formalização de uma política de gestão capaz de minimizar seus fatores interferentes devendo o controle e a garantia de sua qualidade se estender pelos diversos estágios da linha de produção. Conforme Helene e Terzian (1993) o ensaio a compressão pode assumir distintas missões na busca pela qualidade das obras em concreto, podendo ser aplicado durante a fase de sua produção, ou ainda nosprocessos relativos à sua aceitação para a finalidade a que se destina. A norma que regulamenta o ensaio de compressão de corpos cilíndricos é a NBR 5739(ABNT/MB3) de 05/2018, onde especifica o método a ser adotado para a resistência a compressão de corpos de prova cilíndricos de concreto moldados. 34 METODOLOGIA 4.1 Experimento de Confecção de Corpos de Prova Para a produção do experimento, primeiramente foi identificado diversos fatores e variáveis determinantes que interferem no resultado final, como a determinação dos materiais reciclado e natural a serem utilizados no experimento. Com intuito de minimizar ao máximo os efeitos negativos que a construção civil causa ao meio ambiente, com os descartes indevido de resíduos, os materiais reciclados definido para o estudo desse projeto foram os que compõem a classificação Classe “A”, conforme resolução CONAMA 307. Essa escolha se deu por ser uma classe de materiais que possui um grande número de descarte no meio ambiente, além de ser praticamente originário da construção civil. Como já mencionado, a Classe “A” é composta de sobras de materiais como argamassa, concreto, e cerâmicas vermelha. Esses materiais possuem propriedades e características distintas, que influenciam diretamente na qualidade final do concreto, quando aplicado. Com isso foi definido nesse projeto a utilização e foco definitivo em um material específico, para a realização de análise e consequentemente a sua utilização apenas como agregado miúdo na mistura do concreto. Esse material definido foram as sobras de argamassa utilizado no reboco das paredes. Outro aspecto importante observado o qual interfere no resultado final foi, a porcentagem da quantidade desse material reciclado no uso do concreto. Por isso foi definido nesse projeto quatro condições de estudo, detalhado na tabela 1, com o agregado miúdo natural e reciclado além da condição normal, composta de agregados cem por cento naturais. Mais detalhadamente foi definido a confecção de 12 corpos de prova, sendo 3 para cada condição, seguindo as recomendações da norma técnica NBR 5738/2015 (Moldagem e cura de corpos de prova cilíndrico ou prismáticos de concreto). 35 AGREGADOS CONDIÇÕES DE ACORDO COM O ACRÉSCIMO DE AG. MIÚDO RECICLADO 1º CONDIÇÃO 2º CONDIÇÃO 3º CONDIÇÃO 4º CONDIÇÃO AG. MIÚDO RECICLADO 0% 25% 50% 75% AG. MIÚDO NATURAL 100% 75% 50% 25% AG. GRAÚDO NATURAL 100% 100% 100% 100% CIMENTO 100% 100% 100% 100% ÁGUA 100% 100% 100% 100% O objetivo de impor essas condições, foi de observar o comportamento do concreto gradativamente com as suas respectivas quantidades do agregado miúdo reciclado em sua composição. O parâmetro dependente considerado e estudado nesse projeto foi apenas de resistência à compressão, o qual foi definido em ensaios de resistência com os rompimentos dos corpos de prova de cada condição imposta aos seus 7,14 e 28 dias de vida, de acordo com a norma NBR 5739/94 (Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndrico). 4.2 Caracterização dos Materiais A realização dos ensaios específicos de caracterização dos materiais, como ensaios de determinação da massa unitária e específica, módulo de finura, não foram possíveis ser realizados nesse projeto, por motivos de indisponibilidades de alguns equipamentos no momento, e principalmente pelo pequeno espaço de tempo disponível para a sua realização. Sendo assim como o objetivo desse projeto é apenas demonstrar as diferenças entre o concreto convencional e o concreto com agregado miúdo reciclado, além de reforçar a importância da Tabela 1: Porcentagem de composição dos agregados para as condições impostas. Fonte: Próprio Autor, 2019. 36 reutilização desses materiais reciclado, foi sensato o não aprofundamento dos estudos nas propriedades desses materiais. Para dá continuidade ao experimento, os dados de caracterização dos materiais utilizados na confecção do concreto, como massa específica, módulo de finura, foram coletados através de pesquisas de estudos de propriedades dos materiais com ensaios já realizados, de acordo com Gonçalves (2001), Cabral (2009), Zordan (1997), e material de estudo, de acordo com Escariz (2019). São dados confiáveis e consideráveis para a realização e definição de experimentos, o qual são originários de ensaios seguindo todos os aspectos exigidos pelas normas técnicas, porém com a plena consciência de que são dados não exatos, por conta desses ensaios terem sidos feitos com materiais semelhantes, e não iguais. Com isso foi possível realizar a definição dos dados de caracterização do agregado miúdo tanto o natural e o reciclado coletado de resto de argamassa, do agregado graúdo e do cimento. Para a realização do traço do concreto foi utilizado o cimento Portland CPII de 32 Mpa, ilustrado na figura 11, o qual estava disponível no CTEA (Centro Técnico de Engenharia e Arquitetura, da Universidade Tiradentes), com massa específica real de 3100 kg/m³. Através do CTEA também foi possível a coleta dos agregados miúdos e graúdos naturais, ilustrado na figura 12, originários respectivamente de leito de rio e de britagem de rocha do tipo ígnea da região, cujo suas propriedades foram Fonte: Acervo do Autor, 2019. Figura 11: Cimento Portland utilizado. 37 coletados através de exemplos em material de estudos, de acordo com Escariz (2019). O agregado miúdo natural com massa específica real de 2650 kg/m³, massa unitária de 1460 kg/m³ e módulo de finura de 2,60. O agregado graúdo natural, brita 1, com massa específica real de 2670 kg/m³, massa unitária compactada de 1500 kg/m³ e diâmetro máximo de 19 mm. Já o agregado miúdo foi coletado no canteiro de obras do bloco “B” na Universidade Tiradentes, ilustrado na figura 13, onde está sendo realizado uma pequena reforma do bloco. Fonte: Acervo do Autor, 2019. Figura 13: Entrada do Bloco B, Universidade Tiradentes. Fonte: Acervo do Autor 2019. Figura 12: Agregado Miúdo e Natural utilizados. 38 Esse material foi coletado mais precisamente nos pés da parede, com o auxílio de um carrinho de mão, uma pá e uma enxada, como pode ser visto nas figuras 14 e 15 esses materiais foram oriundos do processo de sarrafeamento do reboco da parede, onde foi retirado o excesso de argamassa para uma regularização desse reboco. E esse excesso de argamassa retirado foram caindo no chão, e partes deles não foram reaproveitados pelos pedreiros da obra, por essa argamassa ter ficado um bom tempo no chão, o necessário para que ela atingisse o seu tempo de cura e com isso a não viabilidade o seu reaproveitamento na hora da execução. Após o material coletado, foi levado ao CTEA, onde foi feito o tratamento desse material através da triagem e o desmanche dos torrões presentes de acordo com as figuras 16 e 17, garantindo um material mais linear possível, conservando suas propriedades e características para um resultado final mais preciso. Em seguida foi passado na peneira de número 4 (ou de 4,8mm), o material retido nessa peneira foram os agregados graúdo, e foram descartados do projeto, já que o intuito foi utilizar apenas os agregados miúdo reciclado, então o material passante nessa peneira, considerado de agregado miúdo, foi o utilizado definitivamente para a confecção do concreto a ser estudado. Figura 14: Área de coleta. Figura 15: Material sendo coletado. Fonte: Acervo do autor, 2019. Fonte: Acervo do autor, 2019. 39 Após esse processo de tratamento do material reciclado, conseguimos um material mais limpo com textura e granulometria de um agregado miúdo, visto na figura 18. Figura 16: Tratamento do material. Figura 17: Torroamento do Material.Fonte: Acervo do autor, 2019 Fonte: Acervo do autor, 2019 Figura 18: Material após o tratamento. Fonte: Acervo do autor, 2019. 40 Suas características foram consideradas as mesmas do agregado miúdo natural, com massa específica real de 2650 kg/m³, massa unitária de 1460 kg/m³ e módulo de finura de 2,60. Porém com a plena consciência desses materiais possuírem características distintas, inclusive a sua absorção de água, que é maior que o agregado miúdo natural. A água foi adquirida diretamente da rede de distribuição local, sendo uma água tratada pela própria companhia de água da cidade, sem nenhum tratamento mais específico em laboratório, por não interferir muito na finalidade do experimento. 4.3 Traço do Concreto Com todos os dados de caracterização dos materiais a serem utilizados definidos, foi possível a realização do cálculo do traço do concreto conforme NBR 12655 (Concreto de Cimento Portland – Preparo, controle e recebimento do concreto - Procedimento), subdividindo todas as condições impostas de avaliação desse projeto, para a realização do traço de suas respectivas situações. Sendo: - 1º CONDIÇÃO: 0% de agregado miúdo reciclado; - 2º CONDIÇÃO: 25% de agregado miúdo reciclado; - 3º CONDIÇÃO: 50% de agregado miúdo reciclado; - 4º CONDIÇÃO: 75% de agregado miúdo reciclado. Lembrando que todas essas condições possuem 100% de agregado graúdo natural, e a porcentagem restante do agregado miúdo, foi completado de agregado miúdo natural. 1º CONDIÇÃO - Resistência de Dosagem Para a primeira condição foi calculado o traço do concreto de cimento Portland para um fck de 25Mpa aos seus 28 dias composto de 100% dos agregados miúdos e graúdos naturais. Para o cálculo do concreto primeiramente foi necessário a determinação da resistência de dosagem (fcj), através a equação abaixo: 41 Fcj = fck + 1,65 x sd Onde, o fck é a resistência do concreto a ser atingida, o fator de segurança considerado de 1,65, e como não a o conhecimento do desvio padrão nesse projeto, o valor do sd foi adotado a partir da condição de preparo do concreto, conforme figura 19: A condição de preparo do concreto que se adequou a esse projeto foi a condição “A”, sendo assim obtivemos o valor adotado para Sd de 4,0. Montando a equação obtivemos o seguinte resultado: Fcj = 25 + 1,65 x 4 Fcj = 31,6 Mpa - Relação Água/Cimento Com o valor de resistência de dosagem já adquirido, foi possível determinar a relação de água/cimento para este traço através da relação da resistência mecânica do concreto (fcj = 31,6Mpa) com o do Cimento (fck cimento = 32 Mpa) em função da curva de Abrams apresentado na figura 20. Figura 19: Tabela de desvio padrão em função da condição de preparo do concreto. Fonte: (ESCARIZ 2019). 42 Desse modo obtivemos um resultado de 0,49 para relação de água/cimento (a/c). - Consumo de Água Em seguida partimos para a determinação de consumo dos materiais, começando pelo consumo de água, o qual foi determinado pela relação do diâmetro máximo do agregado graúdo (brita 1) de 19 mm e do valor de abatimento de 50 mm (concreto massa) pela figura 21: Figura 20: Curva de Abrams. (Editado pelo autor, 2019) Fonte: (ESCARIZ 2019). Figura 21: Tabela de determinação do consumo de água. Fonte: (ESCARIZ 2019). 43 Com essa relação obtivemos o resultado de 195 L/m³ de consumo de água (Ca). - Consumo de Cimento O consumo de cimento foi calculado a partir dos resultados adquiridos da relação água/cimento e do consumo de água, como mostra a equação abaixo: Cc = Ca / (a/c) Onde, Ca é o consumo de água e “a/c” é a relação de água cimento. Com isso obtivemos o seguinte resultado: Cc = 195 / 0,49 Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo de Agregado Graúdo Em seguida foi determinado o valor de consumo do agregado graúdo. Para esse cálculo foi necessário determinar o volume desse agregado através da relação do módulo de finura do agregado miúdo (MF = 2,6) e do diâmetro máximo do agregado graúdo (19mm) com o auxílio da figura 22: Figura 22: Tabela de determinação do consumo de agregado graúdo. Fonte: (ESCARIZ 2019). 44 Com isso o volume do agregado graúdo encontrado foi de 0,690. A partir do volume encontrado foi calculado o seu consumo através da equação abaixo: Cb = Vb x ɣb Onde, Vb é o volume do agregado graúdo, e ɣb é a massa unitária compacta do agregado graúdo. Substituindo os valores obtivemos o seguinte resultado: Cb = 0,690 x 1500 Cb = 1035 kg Como nesse projeto foi usado apenas um tipo de agregado graúdo, no caso a brita 1, esse foi o consumo final do agregado graúdo. - Consumo de Agregado Miúdo Posteriormente foi determinado o consumo do agregado miúdo natural. Calculando primeiramente o seu volume através da equação abaixo: Vareia = 1 – ( (Cc/δcimento) + (Cb/δbrita) + (Ca/δágua) ) Onde, Cc, Cb, Ca são respectivamente os consumos calculados de cimento, brita e água, δ é a massa específica reais de cada elemento. Substituindo os valores obtivemos o seguinte resultado: Vareia = 1 – ( (397,96/3100) + (1035/2670) + (195/1000) ) Vareia = 0,289 m³ Com o volume da areia, foi calculado o consumo de agregado miúdo (Careia): Careia = Vareia x δareia 45 Fazendo a substituição dos dados, obtivemos o seguinte resultado: Careia = 0,289 x 2650 Careia = 765,85 kg - Apresentação do Traço Depois de ter feito todos os cálculos do consumo de cada material, foi realizado a apresentação do traço do concreto, o qual indica a quantidade de materiais por metro cúbico que fazem parte do concreto de cimento Portland para um fck de 25Mpa aos seus 28 dias composto de 100% dos agregados miúdos e graúdos naturais. A apresentação do traço do concreto foi dado pela seguinte forma: 𝐶𝑐 𝐶𝑐 ∶ 𝐶 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝐶𝑐 ∶ 𝐶 𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑐 ∶ 𝐶 á𝑔𝑢𝑎 𝐶𝑐 Substituindo os valores obtivemos o seguinte traço: 397,96 397,96 ∶ 765,85 397,96 ∶ 1035 397,96 ∶ 195 397,96 1 : 1,924 : 2,60 : 0,489 Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo para confecção dos Corpos de Prova Com traço do concreto por m³ em mãos, foi necessário realizar o cálculo do consumo de cada material para a confecção de 3 corpos de prova com fôrmas cilíndrica de diâmetro de 10 cm e altura de 20cm cada. A partir dessas informações foi calculado o volume de uma forma cilíndrica, onde chegamos ao seguinte resultado: 1 CP = π x r² x h 1 CP = π x 0,05² x 0,2 1 CP = 0,00157m³ 46 Com o valor do volume de uma fôrma, foi multiplicado pelo número de corpo de prova que foi feito para cada traço, para chegar ao valor do volume total. Volume total = (Nº de corpo de prova) x (volume da fôrma) Volume Total = 3 x 0,00157 Volume Total = 0,00471 m³ Para a confecção dos corpos de prova foi considerado uma folga de 10% a mais do volume total, com isso obtivemos um novo volume total. Volume Total = 1,1 x 0,00471 Volume Total = 0,005181 m³ Em seguida foi possível calcular a quantidade de cada material para o volume de 3 corpos de prova, multiplicando o consumo de cada material calculado anteriormente, com o volume total calculado de três formas considerando a folga de 10%. Com isso obtivemos as seguintes quantidades finais de cada elemento para a confecção dos corpos de prova do concreto de cimento Portland composto de 100% dos agregados miúdos e graúdos naturais. - Cimento = 397,96 x 0,005181 = 2,062 kg - Areia = 765,85 x 0,005181 = 3,968 kg - Brita 1 = 1035 x 0,005181 = 5,362 kg - Água = 195 x 0,005181 = 1,01 kg 2° CONDIÇÃO Os procedimentos de cálculo do traço foi o mesmo para todas as condições, e os valores já obtidos de resistência de dosagem, relaçãoágua/cimento, consumo de água, consumo de cimento e consumo de agregado graúdo não sofreram alterações em todas as condições. Apenas o consumo de agregado miúdo, já que foi imposta condições de quantidades diferentes com o acréscimo gradativamente de agregado miúdo reciclado. Com isso foi feito do cálculo do consumo de cada agregado miúdo, tanto o natural, quanto o reciclado 47 para cada condição. A segunda condição foi para um concreto de cimento Portland para um fck de 25Mpa aos seus 28 dias, composto de 75% de agregado miúdo, 25% de agregado miúdo reciclado e 100% de agregado graúdo natural. - Resistência de dosagem Fcj = 31,6 Mpa - Relação Água/Cimento a/c = 0,49 - Consumo de Cimento Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo de Agregado Graúdo Cb = 1035 kg - Consumo de Agregado Miúdo - Volume de areia Vareia = 0,289 m³ A partir do volume de areia calculado da 1º Condição, foi feito o cálculo do novo volume de areia de acordo com a porcentagem do agregado miúdo natural e reciclado, respectivamente 75% e 25%. Vareia natural 75% = 0,289 x 0,75 Vareia natural 75% = 0,21675 m³ Vareia reciclado 25% = 0,289 x 0,25 Vareia reciclado 25% = 0,07225 m³ Feitos os cálculos dos novos volumes de agregado miúdo tanto do natural quanto do reciclado, foi possível calcular o consumo de cada agregado miúdo, multiplicando o novo volume calculado com a massa específica real da areia, o qual foi considerado para ambos os agregados miúdo natural e reciclado. - Consumo Agregado miúdo natural Careia natural = 0,21675 x 2650 Careia natural = 574,387 kg 48 - Consumo Agregado miúdo reciclado Careia reciclada = 0,07225 x 2650 Careia reciclada = 191,4625 kg - Apresentação do Traço Com isso foi realizado a apresentação do traço para a 2º Condição. 397,96 397,96 ∶ 574,387 397,96 ∶ 191,4625 397,96 ∶ 1035 397,96 ∶ 195 397,96 1 : 1,443 : 0,481 : 2,60 : 0,489 Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo para confecção dos Corpos de Prova Com o volume total já calculado na 1º condição, considerando os 10% de folga (Volume Total = 0,005181 m³), foi possível calcular o consumo de cada agregado para a confecção dos três corpos de prova para a 2º condição desse projeto. - Cimento = 397,96 x 0,005181 = 2,062 kg - Areia Natural = 574,387 x 0,005181 = 2,976 kg - Areia Reciclada = 191,462 x 0,005181 = 0,992 kg - Brita 1 = 1035 x 0,005181 = 5,362 kg - Água = 195 x 0,005181 = 1,01 kg 3° CONDIÇÃO A terceira condição foi para um concreto de cimento Portland para um fck de 25Mpa aos seus 28 dias, composto de 50% de agregado miúdo, 50% de agregado miúdo reciclado e 100% de agregado graúdo natural. - Resistência de dosagem Fcj = 31,6 Mpa - Relação Água/Cimento a/c = 0,49 49 - Consumo de Cimento Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo de Agregado Graúdo Cb = 1035 kg - Consumo de Agregado Miúdo - Volume de areia Vareia = 0,289 m³ A partir do volume de areia calculado da 1º Condição, foi feito o cálculo do novo volume de areia de acordo com a porcentagem do agregado miúdo natural e reciclado, respectivamente 50% e 50%. Vareia natural 50% = 0,289 x 0,50 Vareia natural 50% = 0,1445 m³ Vareia reciclado 25% = 0,289 x 0,50 Vareia reciclado 25% = 0,1445 m³ Feitos os cálculos dos novos volumes de agregado miúdo tanto do natural quanto do reciclado, foi calculado o consumo de cada agregado miúdo, multiplicando o novo volume calculado com a massa específica real da areia, o qual foi considerado para ambos os agregados miúdo natural e reciclado. - Consumo Agregado miúdo natural Careia natural = 0,1445 x 2650 Careia natural = 382,925 kg - Consumo Agregado miúdo reciclado Careia reciclada = 0,1445 x 2650 Careia reciclada = 382,925 kg - Apresentação do Traço Com isso foi realizado a apresentação do traço para a 3º Condição. 397,96 397,96 ∶ 382,925 397,96 ∶ 382,925 397,96 ∶ 1035 397,96 ∶ 195 397,96 1 : 0,962 : 0,962 : 2,60 : 0,489 Cc = 397,96 kg/m³ 50 - Consumo para confecção dos Corpos de Prova Com o volume total já calculado na 1º condição, considerando os 10% de folga (Volume Total = 0,005181 m³), foi possível calcular o consumo de cada agregado para a confecção dos três corpos de prova para a 3º condição desse projeto. - Cimento = 397,96 x 0,005181 = 2,062 kg - Areia Natural = 382,925 x 0,005181 = 1,984 kg - Areia Reciclada = 382,925 x 0,005181 = 1,984 kg - Brita 1 = 1035 x 0,005181 = 5,362 kg - Água = 195 x 0,005181 = 1,01 kg 4° CONDIÇÃO A quarta e última condição, foi para um concreto de cimento Portland para um fck de 25Mpa aos seus 28 dias, composto de 25% de agregado miúdo natural, 75% de agregado miúdo reciclado e 100% de agregado graúdo natural. - Resistência de dosagem Fcj = 31,6 Mpa - Relação Água/Cimento a/c = 0,49 - Consumo de Cimento Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo de Agregado Graúdo Cb = 1035 kg - Consumo de Agregado Miúdo - Volume de areia Vareia = 0,289 m³ A partir do volume de areia calculado da 1º Condição, foi feito o cálculo do novo volume de areia de acordo com a porcentagem do agregado miúdo natural e reciclado, respectivamente 25% e 75%. Vareia natural 25% = 0,289 x 0,25 Vareia natural 25% = 0,07225 m³ 51 Vareia reciclado 75% = 0,289 x 0,75 Vareia reciclado 75% = 0,21675 m³ Feitos os cálculos dos novos volumes de agregado miúdo tanto do natural quanto do reciclado, foi calculado o consumo de cada agregado miúdo, multiplicando o novo volume calculado com a massa específica real da areia, o qual foi considerado para ambos os agregados miúdo natural e reciclado. - Consumo Agregado miúdo natural Careia natural = 0,07225 x 2650 Careia natural = 191,4625 kg - Consumo Agregado miúdo reciclado Careia reciclada = 0,21675 x 2650 Careia reciclada = 574,387 kg - Apresentação do Traço Com isso foi realizado a apresentação do traço para a 4º Condição. 397,96 397,96 ∶ 191,4625 397,96 ∶ 574,387 397,96 ∶ 1035 397,96 ∶ 195 397,96 1 : 0,481 : 1,443 : 2,60 : 0,489 Cc = 397,96 kg/m³ - Consumo para confecção dos Corpos de Prova Com o volume total já calculado na 1º condição, considerando os 10% de folga (Volume Total = 0,005181 m³), foi possível calcular o consumo de cada agregado para a confecção dos três corpos de prova para a 4º condição desse projeto. - Cimento = 397,96 x 0,005181 = 2,062 kg - Areia Natural = 191,4625 x 0,005181 = 0,992kg - Areia Reciclada = 574,387 x 0,005181 = 2,976 kg - Brita 1 = 1035 x 0,005181 = 5,362 kg - Água = 195 x 0,005181 = 1,01 kg 52 4.4 Confecção e Moldagem dos Corpos de Prova Com todos os cálculos realizados e todos os consumos de cada material em mãos, foi possível a realização da confecção e moldagem dos corpos de prova seguindo a recomendações da NBR 5738. Todos os procedimentos foram realizados no CTEA, onde estavam disponíveis os materiais e equipamentos necessários para a realização da confecção dos corpos de prova, além do auxílio dos técnico do CTEA. Primeiramente foi feita a pesagem de cada material de suas respectivas condições. Para a realização da pesagem, primeiro foi necessário colocar o recipiente vazio e em seguida tarar a balança, visto na figura 23, com o intuito de zerar o peso do recipiente e obtermos apenas o peso do cimento ou agregado o qual foi pesado. Esse procedimento foi realizado para todos os agregados utilizados em nas condições impostas nesse projeto. Com a balança tarada, foi pesado primeiro o cimento, ilustrado na figura 24, o qual foi calculado o peso de 2,062 kg. Esse valor foi o mesmo para ambas condições, ou seja, esse procedimento de pesagem foi repetido para as quatro condições desse projeto. Figura 23: Balança tarada. Fonte: Acervo do autor, 2019. 53
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