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Didática e Metodologia do Ensino da Geografia

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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
da GeoGrafia
Prof. Carlos Odilon da Costa
1a Edição
didática e 
MetodoloGia 
do ensino
Elaboração:
Prof. Carlos Odilon da Costa
Copyright © UNIASSELVI 2022
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C837d
Costa, Carlos Odilon da
 
 Didática e metodologia do ensino da Geografia. / Carlos Odilon 
da Costa – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
 
 238 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0466-6
 
 
 1. Ensino da Geografia. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 370
Acadêmico, bem-vindo ao estudo da Disciplina Didática e Metodologia do 
Ensino da Geografia. Por meio deste livro didático você aprenderá o ofício de professor 
e refletirá sobre ele, em particular na Geografia.
Esta disciplina, em certo sentido, tem como foco o processo de aprendizagem 
e das inter-relações na sua globalidade, isto é, tudo o que nos ensinam ou o que 
ensinamos está ligado a uma didática específica, seja na escola, em casa, no trabalho 
ou simplesmente no nosso cotidiano. Dessa forma, está inteiramente ligada às teorias 
da educação e as metodologias de ensino e aprendizagens.
A disciplina possui o caráter pedagógico, voltada para o ensino, de grande 
importância na formação de professores. Também é importante para todo e qualquer 
profissional que se preocupe com a transformação da vida das pessoas, tanto no 
aspecto quantitativo quanto qualitativo. 
Na Unidade 1, abordaremos os Recursos Didáticos e Procedimentos Metodológicos 
para o Ensino de Geografia, para que você compreenda que o processo do ensinar e 
aprender, torna-se um elemento imprescindível fornecendo suporte para os professores (e 
futuros professores) desenvolverem a sua prática educativa, à medida que amplia a forma 
pela qual pensam as ações, refletindo sobre o sentido social e político de sua prática no 
âmbito da sala de aula e onde mais acontecer o processo educativo.
 
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos o Ensino de Geografia: Planejamento, 
Avaliação e Construção de Conhecimentos, enfocando que o planejamento e avaliação 
estão presentes em quase todas as nossas ações, pois norteiam a realização das 
atividades. Portanto, são essenciais em diferentes setores da vida social, tornando-
se imprescindível também na atividade docente. As ausências desses dois elementos 
podem ter como consequência, aulas monótonas e desorganizadas, desencadeando o 
desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes. 
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre o Ensino de Geografia e a BNCC, você 
perceberá que a Geografia é incorporada desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, 
uma mudança estrutural importante da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na 
nova abordagem proposta pelo documento, a ênfase recai sobre o pensamento espacial 
e o raciocínio geográfico. Para se aproximar dos objetivos de aprendizagem, o professor 
também precisa se apropriar de conteúdos procedimentais.
Bons estudos!
Prof. Carlos Odilon da Costa
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa 
facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como 
um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará você 
a entender melhor o que são essas informações adicionais 
e o porquê você poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é uma 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - RECURSOS DIDÁTICOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA 
 O ENSINO DE GEOGRAFIA ............................................................................... 1
TÓPICO 1 - INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ESCOLAR .............................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 GEOGRAFIA ESCOLAR: BREVE HISTÓRIA ........................................................................3
3 GEOGRAFIA ESCOLAR: TEMAS E CONCEITOS .................................................................. 7
3.1 ESPAÇO GEOGRÁFICO .........................................................................................................................8
3.2 NATUREZA .............................................................................................................................................12
3.3 PAISAGEM ............................................................................................................................................ 13
3.4 LUGAR ...................................................................................................................................................22
3.5 TERRITÓRIO ..........................................................................................................................................253.6 REGIÃO .................................................................................................................................................. 27
3.7 REDES .....................................................................................................................................................31
4 GEOGRAFIA ESCOLAR E A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO............... 34
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 44
TÓPICO 2 - A DIDÁTICA NA GEOGRAFIA ESCOLAR ...........................................................47
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................47
2 INTRODUÇÃO À DIDÁTICA ................................................................................................47
2.1 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DE ENSINO .................................................................................. 48
2.2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS ........................................................................................54
2.2.1 Tendência liberal tradicional ...................................................................................................54
2.2.2 Tendência liberal renovada progressivista .........................................................................54
2.2.3 Tendência liberal renovada não diretivo .............................................................................55
2.2.4 Tendência liberal tecnicista ...................................................................................................55
2.3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS .........................................................................55
2.3.1 Tendência progressista libertadora .......................................................................................55
2.3.2 Tendência progressista libertária .........................................................................................56
2.3.3 Tendência progressista crítico-social dos conteúdos ....................................................56
3 DIDÁTICA, DISCIPLINARIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE 
 E TRANSDISCIPLINARIDADE ...........................................................................................57
3.1 DISCIPLINARIDADE .............................................................................................................................58
3.2 INTERDISCIPLINARIDADE.................................................................................................................59
3.3 TRANSDISCIPLINARIDADE ...............................................................................................................60
4 INTRODUÇÃO À DIDÁTICA NA GEOGRAFIA ESCOLAR ................................................... 61
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 63
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 64
TÓPICO 3 - AS METODOLOGIAS NA GEOGRAFIA ESCOLAR .............................................67
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................67
2 INTRODUÇÃO ÀS METODOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: TEORIAS DE APRENDIZAGENS 
 E DE ENSINO ......................................................................................................................67
3 ENSINAR E APRENDER GEOGRAFIA POR MEIO DE PROJETOS ..................................... 71
4 PRINCIPAIS ABORDAGENS METODOLÓGICAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA ................73
4.1 GEOGRAFIA TRADICIONAL ................................................................................................................ 74
4.2 GEOGRAFIA CRÍTICA ......................................................................................................................... 75
4.3 GEOGRAFIA PÓS-CRÍTICA ................................................................................................................ 77
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 80
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 84
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 85
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................87
UNIDADE 2 — ENSINO GEOGRAFIA: PLANEJAMENTO, AVALIAÇÃO E CONSTRUÇÃO 
 DE CONHECIMENTOS ................................................................................... 91
TÓPICO 1 — O PLANEJAR NA GEOGRAFIA ESCOLAR ....................................................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 93
2 INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO NO ENSINO DA GEOGRAFIA ................................. 93
3 PLANEJAMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL NA GEOGRAFIA E BNCC .......................99
4 PLANEJAMENTO NO ENSINO MÉDIO NA GEOGRAFIA E BNCC ....................................105
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 113
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 114
TÓPICO 2 - O AVALIAR NA GEOGRAFIA ESCOLAR ...........................................................117
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................117
2 INTRODUÇÃO AO AVALIAR NO ENSINO DA GEOGRAFIA ...............................................117
3 AVALIAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL NA GEOGRAFIA E BNCC ..............................120
4 AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO NA GEOGRAFIA E BNCC .............................................123
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................126
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 127
TÓPICO 3 - GEOGRAFIA E CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS 
 NO SÉCULO XXI ..............................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................129
2 GEOGRAFIA AMBIENTAL EM SALA DE AULA ................................................................129
3 GEOGRAFIA CULTURAL EM SALA DE AULA ..................................................................133
4 CARTOGRAFIA E GEOTECNOLOGIAS EM SALA DE AULA ............................................134
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................143
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................146
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................148
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................150
UNIDADE 3 — ENSINO DE GEOGRAFIA E A BNCC ............................................................ 151
TÓPICO 1 — BNCC E A EDUCAÇÃO BÁSICA ......................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................153
2INTRODUÇÃO À BNCC ....................................................................................................153
3 BNCC: EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL ............................................. 157
3.1 EDUCACÃO INFANTIL ....................................................................................................................... 157
3.2 ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................................. 159
4 BNCC: ENSINO MÉDIO ....................................................................................................162
4.1 ITINERÁRIOS FORMATIVOS .............................................................................................................168
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 176
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................178
TÓPICO 2 - BNCC E GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ........................................ 181
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 181
2 ENSINO DA GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................... 181
2.1 O EU, O OUTRO E O NÓS ..................................................................................................................182
2.2 CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS  ................................................................................................183
2.3 TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS ..............................................................................................185
2.4 ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO .........................................................................186
2.5 ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES ...........................188
3 ENSINO DE GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS........................190
4 ENSINO DE GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS FINAIS ......................... 200
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................215
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 217
TÓPICO 3 - BNCC E GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO .......................................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................219
2 ENSINO DE GEOGRAFIA E ENSINO MÉDIO ....................................................................219
3 ENSINO DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO: COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ........221
4 ENSINO DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO: BNCC E A SALA DE AULA ..................... 229
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 232
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 235
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 236
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 238
1
UNIDADE 1 -
RECURSOS DIDÁTICOS 
E PROCEDIMENTOS 
METODOLÓGICOS PARA 
O ENSINO DE GEOGRAFIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• verificar a importância do ensino da Geografia na sala de aula;
• compreender a trajetória do ensino de Geografia na Educação Básica;
 
• conhecer metodologias e recursos para o ensino de Geografia na atualidade;
• conhecer as atuais tendências no ensino de Geografia e as categorias de análise 
geográfica do espaço;
• identificar as principais orientações metodológicas nos documentos oficiais;
• analisar metodologias e recursos quanto à adequação às atribuições atuais do ensino 
da Geografia e da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ESCOLAR 
TÓPICO 2 – A DIDÁTICA NA GEOGRAFIA ESCOLAR 
TÓPICO 3 – AS METODOLOGIAS NA GEOGRAFIA ESCOLAR
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, você estudará a Geografia escolar que cumpre importante 
papel na formação do indivíduo em sua integralidade; podendo auxiliar a ampliar suas 
concepções de mundo, a compreender as transformações e processos que ocorrem através 
da interação dinâmica entre os elementos da natureza, possibilitando ainda uma melhor 
apreensão das relações que se estabelecem entre sociedade e natureza.
E, por último no Tópico 3 apresentaremos como o desenvolvimento da 
competência do raciocínio geográfico pensado a partir das estratégias pedagógicas 
e das espacialidades por meio do aporte teórico-metodológico das categorias de 
análise da Geografia são disponibilizados em sala de aula por parte dos professores 
de Geografia. Na Geografia Escolar breve história, entraremos nesta reflexão a partir do 
período moderno, tempo histórico de consolidação da Geografia enquanto Ciência e 
apresentaremos essa Ciência no Brasil.
Por sua vez, em Geografia Escolar temas e conceitos, serão apresentados os 
temas e conceitos importantes da Geografia que possui conceitos e especialidades 
distintas e são importantes instrumentos de análise do espaço geográfico, constituído a 
partir das relações humanas com a natureza.
 
E a Geografia Escolar e a construção do pensamento geográfico, compreende 
um conjunto de temas que perpassam a construção do pensamento geográfico em 
distintas dimensões e perpassa as tramas que envolvem a docência, configurando 
elementos considerados essenciais ao ensino de Geografia.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 GEOGRAFIA ESCOLAR: BREVE HISTÓRIA
Acadêmico, como você percebeu no título deste tópico, vamos apresentar de 
forma mais breve o caminho percorrido pela Geografia enquanto ensino escolar. No 
contexto mais global entraremos de maneira rápida, pois em diversas disciplinas do 
seu curso, você encontrará um vasto material comentando sobre a Geografia Escolar 
no contexto mundial. Focaremos com mais profundidade a Geografia Escolar no Brasil.
4
A Geografia, a partir do momento de ser tratada como ciência, apresentou 
algumas concepções ou correntes de pensamento que nortearam o trabalho daqueles 
que se dedicaram a estudá-la. Duas grandes escolas fundamentaram o pensamento 
geográfico no mundo do final do século XIX e início do século XX: a alemã, considerada 
“determinista” e a francesa, denominada “possibilista”. Essas duas escolas constituíram-
se em referências clássicas da Geografia. A partir delas é que surgiram outras correntes 
de pensamento nesta área do conhecimento humano.
De acordo com Heinsfeld (2012, p. 27):
No século XIX, a Geografia adquiriu o status de ciência. Um dos 
primeiros passos para esta concretização foi transformá-la em uma 
matéria universitária. Foi na Prússia, um dos reinos alemães, que surge 
a Geografia universitária, método de transmissão de conhecimento de 
grande importância para a formação das escolas geográficas nacionais.
Um dos mais importantes antecedentes da criação de uma Geografia 
universitária foi proporcionado pelo filósofo Immanuel Kant, que representa o iniciador 
dessa tradição científica, fazendo uma rigorosa reflexão filosófica sobre os conceitos de 
espaço, posição e região.
Na universidade de Königsberg, no semestre de verão, Kant sempre 
ministravaum curso de conhecimento do mundo físico. É a partir 
dele que o caráter descritivo da Geografia pode ser compreendido. 
Para ele, o conhecimento advém da percepção pelos sentidos, 
havendo um sentido interno que revela o homem e um “sentido 
externo”, que revela a natureza (Geografia física). A percepção orienta 
a experiência que para isto precisa ser sistematizada. À Geografia 
cabe esta sistematização, no plano do espaço, cabendo à história 
sistematizá-la no plano do tempo (HEINSFELD, 2012, p. 27-28).
Na concepção Kantiana, a Geografia física comportava vários ramos: uma 
Geografia moral, uma Geografia política, uma Geografia matemática, uma Geografia 
comercial, uma Geografia teológica, uma Geografia literária. Tanto a história como a 
Geografia alargam, pois, o campo de conhecimentos do ponto de vista do tempo 
e do espaço. A história é uma narrativa enquanto a Geografia é uma descrição. Por 
conseguinte, pode-se ter uma descrição da natureza, mas não uma história da natureza. 
A Geografia e a história preenchem a totalidade do campo de conhecimentos: a Geografia 
o do espaço, e a história o do tempo. 
5
NOTA
Os cientistas prussianos Alexander von Humboldt e Karl Ritter dividem 
a condição de fundadores da Geografia moderna, dando à Geografia 
um caráter sistematizado. Os dois pertencem à geração que vivenciou a 
Revolução Francesa e, juntos, fundam a Sociedade Geográfica de Berlim. 
Ambos vão dar à Geografia um caráter científico, contribuindo para o 
desenvolvimento dessa ciência 
FONTE: HEINSFELD, A. História do pensamento geográfico ocidental. 
Passo Fundo: PPGH/UPF, 2012, p. 28.
As concepções acerca da Geografia como ciência influenciaram o que e de 
que forma ela foi ensinada nas escolas. Em momentos marcados por uma concepção 
positivista, essa ciência traduzia-se numa disciplina que se pautava pela descrição 
acrítica e determinista da paisagem. No contexto brasileiro, a disciplina teve início no 
século XIX, inicialmente no Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, depois foi 
sendo incorporada ao currículo oficial das demais escolas do país.
A introdução da disciplina no século XIX no país teve como objetivo a 
formação de cidadãos a partir da difusão da ideologia do nacionalismo 
patriótico. A Geografia foi caracterizada como uma disciplina voltada 
para a transmissão de dados e informações gerais sobre os territórios 
do mundo em geral e dos países em particular (CAVALCANTI, 1998, 
p. 18).
Nas palavras de Moreira (1998), a Geografia consolidou-se, assim, como uma 
ciência a favor do Estado e da manutenção da ordem vigente ao ficar atrelada à descrição 
e explicação superficial e aparente da realidade, a Geografia pouco contribuiu para a 
compreensão do espaço geográfico como resultado da materialidade do trabalho. Nas 
escolas, essa Geografia de base empirista e descritiva ficou conhecida como tradicional, 
perdurando por muitos anos não só na estrutura curricular, mas também nas práticas 
pedagógicas apresentadas pelos professores. Traduzia-se pela tentativa de explicação 
quantitativa e objetiva da realidade, pela ideia predominante de neutralidade da ciência 
e pela abordagem da relação ser humano/natureza sem privilegiar as relações sociais, 
abstraindo o ser humano das explicações espaciais.
 A essa forma de conduzir a aula, Paulo Freire usa em seus escritos o termo 
Educação Bancária.
Na visão bancária da educação, o saber é uma das doações que se 
julgam os sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda 
numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão 
– a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos 
de alienação da ignorância, segundo a qual se encontra no outro 
(FREIRE, 1987, p. 67).
6
DICA
Paulo Freire (1987), em sua conhecida obra intitulada Pedagogia do 
Oprimido, conceitua a Educação Bancária como imposição do conhecimento 
realizada pelo professor sobre o aluno na medida em que o professor já os 
havia adquirido e os dispõe, sendo, assim, possível sua ação de depósito 
desse conhecimento nos alunos. Representa todo e qualquer tipo de 
educação tradicional, onde o professor, considerado como ser dotado 
de conhecimento, irá transmiti-lo aos alunos. Mais que isso, o professor 
deposita nos alunos os conteúdos, com o intuito de sacá-los no dia da 
avaliação, uma educação desprovida de sentido.
Nas últimas décadas do século XX é que a concepção tradicional de Geografia 
e suas repercussões no currículo escolar começaram a perder força no cenário 
educacional brasileiro. Podemos citar os livros didáticos de Melhem Adas, os encontros 
organizados pela Associação de Geógrafos do Brasil (AGB) também contribuíram para o 
movimento de renovação do ensino de Geografia, o que se ampliou a partir da década 
de 1980 com a redemocratização do país.
Cavalcanti (1998) afirma que as reformulações da ciência geográfica enquanto 
conjunto de reflexões mais gerais sobre os fundamentos epistemológicos, ideológicos e 
políticos, levaram a alterações significativas no campo de ensino da Geografia, agregando 
a essa discussão elementos importantes da análise marxista e de suas categorias. A 
partir das discussões iniciais sobre o caráter ideológico da Geografia, passaram a ser 
incorporados elementos importantes para a análise dos arranjos espaciais, passando a 
serem interpretados em sua totalidade e de forma dialética. 
A nova Geografia proposta, comprometida com o papel transformador do professor 
e da sociedade, passou a ser denominada Geografia Crítica. Embora tenha levado muitos 
anos a chegar às escolas, essa nova perspectiva de ensino ganhou força nos espaços 
universitários e de discussão acadêmica, principalmente pelos anos de 1990. 
Em certo sentido, a Geografia apresentou avanços, pois passou a priorizar 
as relações sociais, o trabalho, a produção e a transformação do espaço geográfico, 
analisando a apropriação da natureza em função dos interesses sociais, portanto, numa 
sociedade capitalista, sempre desigual e contraditória. A Geografia, além de explicar o 
mundo, passou a ser compreendida como ciência que contribui para transformá-lo.
Nos ventos dessas mudanças, podemos ainda citar a LDB (BRASIL, 1996), 
que estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional de forma democrática. Os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), referenciais para a renovação e reelaboração 
da proposta curricular, reforçavam a importância de cada escola formular seu projeto 
educacional, compartilhado por toda a equipe, para que a melhoria da qualidade da 
7
educação resulte da corresponsabilidade entre todos os educadores. E na atualidade a 
BNCC é o documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo 
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das 
etapas e modalidades da Educação Básica.
A partir da década de 2000, no Ensino da Geografia, foram incorporadas as 
abordagens e tendências pós críticas, pós-modernas, com temas e conceitos voltados 
às questões de gênero, sustentabilidade, gerações e temporalidades, virtualidade, entre 
outros assuntos atuais. Portanto, vivemos uma diversidade de métodos, de abordagens 
e concepções de ensinar e aprender.
Uma aula interessante que você, acadêmico, poderá elaborar a partir destes 
conhecimentos, trabalhados neste tópico, com seus alunos, seria a partir do Tema: A 
importância da Geografia na vida humana. Você pode preparar de forma expositiva, 
ou com recursos tecnológicos, por exemplo uso de computadores, retroprojetores 
(Datashow), ou cartolinas. Pode envolver os alunos com um projeto de trabalho, partindo 
desta pergunta: quais benefícios o estudo da Geografia traz para a vida em sociedade? 
Deixe os alunos refletirem, pesquisarem e se envolverem nas aulas.
Até o próximo assunto!
DICA
A Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) é uma entidade civil, sem fins 
lucrativos, que reúne geógrafas e geógrafos, professoras e professores, 
estudantes de Geografia, e pessoas de outras áreas que se alinham aos 
princípios daentidade, preocupados com a promoção do conhecimento 
científico, filosófico, ético, político e profissional da Geografia para que se 
possa oferecer à crítica da sociedade uma abordagem geograficamente 
consistente dos seus/nossos problemas. Acesse o site e fique por dentro 
desta associação: https://www.agb.org.br/.
3 GEOGRAFIA ESCOLAR: TEMAS E CONCEITOS
Acadêmico, vamos estudar, neste momento, uma série de conceitos que são 
considerados fundamentais para o Ensino da Geografia, denominados por alguns 
autores como categorias da Geografia. Portanto, os principais conceitos são: espaço 
geográfico, lugar,  paisagem,  região, território, natureza e redes. Para se entender o 
espaço geográfico é preciso também compreender outros conceitos denominados 
categorias de análise na Geografia.
8
De acordo com a BNCC (BRASIL, 2020, p. 361), 
Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos, mobilizando o 
pensamento espacial e aplicando procedimentos de pesquisa e 
análise das informações geográficas, os alunos podem reconhecer: a 
desigualdade dos usos dos recursos naturais pela população mundial; 
o impacto da distribuição territorial em disputas geopolíticas; e a 
desigualdade socioeconômica da população mundial em diferentes 
contextos urbanos e rurais. Desse modo, a aprendizagem da 
Geografia favorece o reconhecimento da diversidade étnico-racial 
e das diferenças dos grupos sociais, com base em princípios éticos 
(respeito à diversidade e combate ao preconceito e à violência de 
qualquer natureza). Ela também estimula a capacidade de empregar 
o raciocínio geográfico para pensar e resolver problemas gerados na 
vida cotidiana, condição fundamental para o desenvolvimento das 
competências gerais previstas na BNCC. Nessa direção, a BNCC 
está organizada com base nos  principais conceitos  da Geografia 
contemporânea, diferenciados por níveis de complexidade. Embora 
o  espaço  seja o conceito mais amplo e complexo da Geografia, 
é necessário que os alunos dominem outros conceitos mais 
operacionais e que expressem aspectos diferentes do espaço 
geográfico: território, lugar, região, natureza e paisagem.
3.1 ESPAÇO GEOGRÁFICO
A BNCC cita que o espaço geográfico é o conceito mais amplo e complexo da 
Geografia, por isso vamos iniciar por ele. 
O que é o espaço geográfico?
Espaço Geográfico é o espaço habitado, transformado e utilizado pelo ser 
humano. É a porção da superfície terrestre que abriga as sociedades, envolvendo 
também os pontos utilizados para a exploração e extração de recursos naturais. 
Não se trata apenas de um “palco” ou um “produto”, pois ele é resultado e, também, 
resultante das ações humanas.
Além do próprio ser humano, compõem o espaço geográfico todas as suas 
obras e os meios naturais que interferem em suas atividades, como as cidades, as 
plantações e o meio rural, as indústrias, os objetos, os rios, os climas etc.
A produção do espaço geográfico, ou seja, o processo pelo qual o ser humano 
transforma e habita o meio em que vive depende da natureza. A partir da exploração 
e extração dos recursos naturais, o ser humano desenvolve as suas atividades para 
a sua reprodução e sobrevivência.
9
Essa transformação aconteceu desde o surgimento do ser humano. 
Sociedades antigas ou agrupamentos tribais utilizaram-se dos recursos naturais 
para o desenvolvimento de sua vida em sociedade, transformando o espaço natural 
em geográfico. Assim, surgiram as primeiras civilizações. Até mesmo os povos 
nômades utilizavam e transformavam a natureza, produzindo o espaço geográfico.
Com o passar do tempo, o processo de transformação e produção do espaço 
foi se intensificando graças ao aprimoramento das técnicas, que permitiram que o 
homem melhorasse sua capacidade de desenvolvimento. Isso acontece desde os 
tempos pré-históricos, quando o ser humano aprendeu a produzir ferramentas e 
estratégias de cultivo que auxiliassem na produção e extração de alimentos.
FONTE: Adaptado de: <https://www.preparaenem.com/Geografia/o-que-espaco-geografico.htm>. 
Acesso em: 21 ago. 2021.
INTERESSANTE
O espaço geográfico é um dos principais conceitos da Geografia, uma vez que 
se trata do objeto de estudo dessa ciência. Assim como em outros campos do 
conhecimento, não existe uma única forma de definir o espaço geográfico. 
Desde a corrente da Geografia tradicional, passando pela quantitativa, pela 
crítica e chegando até a humanista e a cultural, muitos autores contribuíram 
para a construção do entendimento acerca do que seja o espaço geográfico.
MAPA MENTAL ESPAÇO GEOGRÁFICO
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/Geografia/espaco-geografico.htm>. Acesso em: 11 nov. 2021.
10
Vamos colocar em prática o que você já aprendeu sobre o espaço geográfico.
QUADRO 1 – PLANO DE AULA
Série/Ano: 6º e 7º
Disciplina: Geografia. 
Conteúdo: O planeta Terra: mudanças no espaço geográfico.
Objetivo da aula: • entender o papel do homem na transformação do espaço 
geográfico. • Visualizar as mudanças geográficas cometidas pelo homem e pela 
natureza. • Obter informações sobre diferentes países e cidades.
Recursos didáticos: • Google Earth (https://www.google.com.br/earth/) • Sistema 
Operacional: Windows (XP, Vista, 7, 8 ou 10); Mac OS X 10.6.0 ou superior; Linux LSB 4.0. 
• Memória de Sistema (RAM), mínimo de 512 MB. • Disco Rígido 500MB de espaço livre. 
• Placa Gráfica DirectX 9 e 3D, com 64 MB de VRAM. • Datashow para apresentação e 
demonstração do software. • Laboratório de informática para utilização do software 
pelos alunos. 
Habilidades desenvolvidas com o uso do software: • analisar imagens geográficas; 
• extrair informações em mapas geográficos; • utilizar uma ferramenta básica de 
geoprocessamento. 
Duração da atividade: duas aulas.
Procedimentos metodológicos/didáticos: No primeiro encontro/aula desta 
proposta de ensino, utilizando o Datashow, o professor deverá demonstrar o software 
e algumas de suas funcionalidades. É necessário que os alunos aprendam como 
(1) navegar pelo globo, (2) efetuar uma pesquisa, (3) selecionar as informações que 
desejam visualizar e (4) utilizar a linha do tempo. Nesta demonstração pode-se utilizar 
um exemplo de mudança geográfica em nosso país, como a cidade de Brasília ao 
passar dos anos. Também é interessante demonstrar imagens sobre o desmatamento 
ao longo dos anos. Já no segundo encontro/aula, em um laboratório, os alunos terão 
acesso ao software e irão utilizá-lo para realizar atividades. Pode-se dividir os alunos 
em pequenos grupos. Nesta aula, o papel do professor é de orientador, estimulando 
e guiando os alunos na exploração das informações que estão disponíveis no Google 
Earth. Atividade Proposta para a Aula em Laboratório: para aula em laboratório, o 
professor deverá elaborar um formulário a ser preenchido pelos alunos durante a 
realização da atividade com o software. Neste formulário devem conter informações 
gerais como: os locais pesquisados, o que mudou ao longo do tempo e qual a conclusão 
da equipe após ver essas mudanças. É interessante selecionar áreas distintas para 
cada grupo, como um país para cada equipe. A partir disto, os alunos deverão buscar 
uma área onde ocorreram mudanças geográficas realizadas pelo homem e outra pela
11
natureza. A princípio, o professor deve listar cidades-base, como as capitais, para 
auxiliar os alunos no início. Através do recurso da linha do tempo, os alunos devem 
verificar e diferenciar as mudanças ocorridas pelo homem e pela natureza, além 
de colher os dados disponíveis pelo painel de camadas e guardar as informações 
encontradas. Ao final da atividade, os alunos deverão retornar ao professor o formulário 
com todas as informações encontradas e a conclusão. Opcionalmente, cada equipe 
pode fazer uma breve apresentação expondo seus resultados.
Avaliação: Os alunos serão avaliados com base no formulário entregue ao professor 
ou pela apresentação realizada. Deve-se focar na conclusão em que os alunos 
chegaram ao término da atividade, expondo sua visão sobre o assunto abordado.FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3F4bFFW>. Acesso em: 20 ago. 2021.
DICA
Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos 
da Geografia 
Milton Santos concebeu este livro em colaboração com Denise Elias, visando 
debater algumas realidades do presente e os conceitos delas resultantes. 
Para isso, procurou situar a Geografia no contexto do mundo atual, buscando, 
ademais, rediscutir categorias tradicionais e sugerir algumas linhas de reflexão metodológica, 
tomando como ponto de partida as metamorfoses do espaço habitado. Para o autor, não é 
suficiente falar do espaço, é preciso também definir categorias de análise à luz da história concreta, 
diferenciando-o, assim, da paisagem e da configuração territorial, ainda que essas compareçam 
como categorias fundamentais para seu entendimento. Nessa discussão, tem papel fundamental, 
o reconhecimento da imbricação crescente entre o natural e o artificial, tema que permite retomar 
a discussão sobre a dicotomia entre Geografia física e Geografia humana.
FONTE. <https://www.amazon.com.br/>. Acesso em: 17 nov. 2021.
12
3.2 NATUREZA
Inserida em um contexto de rápidas e constantes transformações, a sociedade 
humana encontra-se submersa em uma complicada e complexa rede de eventos 
sociais e ambientais. Particularmente, na Geografia, essas transformações verificam-
se com muita intensidade, já que, o seu objeto de estudo é composto tanto pelo social 
como pelo natural. 
Na Geografia, a natureza é interpretada como natural; artificial; ou até mesmo 
social; ela está sempre presente na base do espaço e da sociedade presente neste 
espaço. Assim, a natureza se encontra subjacente à maioria dos estudos em Geografia. 
Diante desse fato, algumas reflexões podem ser realizadas: o que o geógrafo 
entende por natureza? As concepções de natureza divergem nas várias abordagens 
geográficas? Ou, ainda, qual é a relação sociedade/natureza que as concepções de 
natureza utilizadas nas pesquisas legitimam? Qual é o papel consolidado pela Geografia 
dentro das pesquisas acerca da natureza? E, mais especificamente o que é natureza? 
Quais são as origens dessas concepções? Qual é a relação entre essas concepções, 
suas justificativas e os objetivos das pesquisas geográficas? (POLON, 2020).
Veja, acadêmico, são perguntas para você refletir acerca da importância de se 
aprofundar no conceito de natureza e a relação com ensino da Geografia. Na Geografia, 
as opiniões não são homogêneas, mas prevalecem as reflexões que denotam a um 
estado de primeira natureza, sendo o ambiente terrestre não alterado pela ação 
antrópica, portanto, transformado apenas pela própria ação do meio.
 
E uma segunda natureza, assim denominada devido às alterações sofridas 
pela presença do ser humano, despossuindo o lugar de originalidade. As contradições 
existentes na Geografia em referência aos conceitos são próprias de uma ciência que 
tem em seu fundamento conflitos ainda ativos, como aquele das perspectivas da 
Geografia Humana e da Geografia Física.
DICA
Significado de antrópico
Resultante da ação do homem, especialmente em relação às modificações 
no ambiente, na natureza, causadas por essa ação. Relacionado com o 
homem (raça humana) e com o seu tempo de existência no planeta Terra.
FONTE: <https://www.dicio.com.br/antropico/>. Acesso em: 11 nov. 2021.
13
Caro acadêmico, partindo-se dessas considerações, restam perguntas: como 
o professor trabalha com o meio ambiente sem saber ao certo qual natureza está 
defendendo? Será que ele poderá contribuir para a resolução dos problemas ambientais 
em sala de aula, sem antes refletir que natureza é essa? Como afirma Leff (2001, p. 217),
Os problemas ambientais são, fundamentalmente, problemas do 
conhecimento. Daí podem ser derivadas fortes implicações para 
toda e qualquer política ambiental – que deve passar por uma 
política do conhecimento e, também, para a educação. Apreender a 
complexidade ambiental não constitui um problema de aprendizagens 
do meio, e sim de compreensão do conhecimento sobre o meio.
Você, enquanto professor em sala de aula, junto com os alunos, vai interpretar a 
realidade social e natural por um conceito amplo na Geografia, para muitos é objeto de 
estudo desta ciência: “Espaço Geográfico”. Com apoio de outros importantes conceitos, 
conhecidos como categorias de análise, um deles é o de natureza. Esse conceito é 
muito presente principalmente na Geografia Ambiental (área dos estudos geográficos 
que se preocupa em compreender a ação do ser humano sobre a natureza, produzindo 
o seu meio de vida e a sua transformação). 
O professor poderá propor em suas aulas, diversas atividades fundamentadas nas 
questões ambientais, de sustentabilidade (capacidade de cumprir com as necessidades 
do presente sem comprometê-las das gerações futuras), de meio ambiente entre outras 
temáticas que surgirão a partir do conceito natureza.
DICA
A Geografia do século XXI, as condições da natureza e as relações sociais 
Conferência proferida na 30ª Semana Acadêmica de Licenciatura em Geografia, 
na Universidade Federal do Mato Grosso, em Rondonópolis, em 2019. Realizada 
pela professora doutora Maria Adélia Aparecida de Souza. Acesse: https://www.
youtube.com/watch?v=CQB16-z1fB4.
3.3 PAISAGEM
A discussão em torno do conceito de paisagem é um tema antigo. Desde a 
sistematização da Geografia como ciência no século XIX, vem sendo discutido para a 
efetiva compreensão das relações sociais e naturais de um determinado espaço. Em 
diferentes regiões do planeta, o conceito paisagem vem sendo utilizado, divergindo 
dentro de múltiplas abordagens.
14
O conceito de paisagem está relacionado a tudo que os sentidos humanos 
podem perceber e apreender da realidade de determinado espaço geográfico ou parte 
dele, e está diretamente relacionado à sensibilidade humana. Embora, a visão seja o 
principal sentido com o qual se observa a realidade, outros sentidos também podem 
participar da identificação da paisagem, introduzindo-se informações como sons e 
odores na descrição da paisagem, método através da qual ela pode ser bem explorada.
Na atualidade, a noção de paisagem tem sido para os geógrafos e cientistas 
de outras áreas (biólogos, agrônomos, ecólogos, arquitetos, entre outros), o ponto de 
partida para o entendimento das complexas relações entre o homem e a natureza, 
buscando através dela uma compreensão global da natureza, bem como possibilita 
projeções de uso, gestão de espaço e planejamento territorial. 
Paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem 
as heranças que representam as sucessivas relações localizadas 
entre o homem e a natureza. Ou ainda, a paisagem se dá como 
conjunto de objetos concretos (SANTOS,1997 apud SUERTEGARAY, 
2001, p. 5). 
Nesse sentido, pode-se conceber que a paisagem se constitui como resultado 
do estabelecimento de uma inter-relação entre a esfera natural e a humana, na medida 
em que a natureza é percebida e apropriada pelo homem que, historicamente, constitui 
o reflexo dessa organização.
Por ser uma ciência social, o debate em relação à paisagem, suscita na Geografia 
uma diversidade conceitual. Maximiano (2004, p. 88), enfatiza que “a paisagem não 
seria a simples junção de elementos geográficos, mas a combinação dinâmica, estável 
dos elementos físicos, biológicos e antrópicos, porque a paisagem não é apenas natural, 
mas é total, com todas as implicações da participação humana”.
Também o geógrafo Arturo García Romero destaca que a interação entre os 
elementos naturais e antrópicos é essencial no entendimento da paisagem. “A dinâmica 
da paisagem se define por sua complexidade, pela integração de todas as partes numa 
unidade que existe e age em conjunto” (ROMERO, 2002, p. 23).
Assim, Claval (1999) atribui ao ser humano à responsabilidade de transformar 
a paisagem, bem como, de imprimir nela transformações diferenciadas, criando 
uma preocupação maior com os sistemas culturais do que os elementos naturais da 
paisagem. A paisagem é humanizadanão só pela ação humana, mas pelo modo de 
pensar. Dessa forma, a paisagem é concebida como uma representação cultural. Nessa 
analogia, o autor não privilegia uma definição conceitual onde recaia a conotação natural 
ou cultural. Demonstra entender a paisagem de forma sistêmica, percebendo nela uma 
unidade que na sua acepção é indissociável.
15
FIGURA 1 – DIFERENÇAS ENTRE ESPAÇO E PAISAGEM
FONTE: <https://bit.ly/3wEnxva>. Acesso em: 14 set. 2021.
Assistimos, no advento do século XXI, à emergência das questões ambientais 
que se avolumam. Esse fenômeno está intimamente ligado à perda da qualidade de 
vida dos seres humanos, devido ao caráter predatório e degradador do meio ambiente 
relacionado a uma apropriação desregrada da natureza, culminando na alteração 
constante das paisagens. Nesse sentido, é nítida a necessidade de se focar a paisagem 
como elemento transformado e condicionador, que compõe aspectos culturais 
relevantes da sociedade, que exprime valores, posturas e a própria existência humana 
como ser explorador e ao mesmo tempo contemplador. 
As paisagens, em suas dinâmicas e inter-relações, alertam os grupos humanos 
no sentido de refletir e verificar que as intervenções antrópicas podem ser danosas ao 
desconfigurarem a caracterização delas. O ser humano procura adequar a natureza as 
suas necessidades e, com isso, promove transformações drásticas no meio em que 
vive, sendo que algumas delas podem ser negativas e irrecuperáveis. Nesse sentido, 
essa categoria de análise do espaço assume importância considerável no âmbito da 
Geografia, na medida em que se torna um instrumento importante para a implantação 
de propostas ambientais, que colaborem com a preservação dos recursos naturais. 
A paisagem também se constitui como uma realidade atual construída através 
do acúmulo de acontecimentos ou eventos passados, uma vez que, o que é observado 
em uma paisagem da atualidade passou por um processo de constantes mudanças. 
Esse aspecto pode ser percebido através da observação de fotografias de uma mesma 
paisagem referente a períodos diferentes, nas quais se pode perceber o que permanece 
e o que foi alterado, para formar a paisagem atual. 
Caro acadêmico, sugerimos um projeto de pesquisa junto aos alunos sobre a 
temática Paisagens.
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Aula – Os lugares e suas diferentes paisagens
Autor: Suely Aparecida Gomes Moreira
Coautor(es): Cláudia Regina M. G. Fernandes
Ensino Médio. 
Geografia Tema: O ser humano criador de paisagem e modificador de paisagem
Dados da aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
- compreender o conceito de paisagem;
- identificar os elementos naturais e sociais presentes nas diferentes paisagens;
- entender como uma paisagem pode revelar um pouco sobre a dinâmica da 
natureza e dos seres humanos que nela vivem.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
Conceitos de lugar, território e espaço geográfico.
Estratégias e recursos da aula:
Sugerimos que estas atividades sejam desenvolvidas em sala de aula, no caso 
de projetos como "Um Computador por Aluno" (UCA), ou em um laboratório de 
informática.
A partir dos conhecimentos dos alunos sobre as paisagens que eles visualizam em seu 
espaço de vivência, ou durante uma viagem, ou ainda por imagens veiculadas pela 
TV ou internet, instigue seus alunos a refletirem sobre as diferenças existentes entre 
cada uma delas, auxiliando-os a organizar um projeto de pesquisa para refletirem 
sobre esta temática. Antes de apresentar a proposta de pesquisa, sugerimos que 
seja realizado um debate interdisciplinar com os professores de diversas áreas, 
como a Geografia, a Biologia, a Sociologia, a Filosofia, a Língua Portuguesa, a Artes, 
dentre outras, com o intuito de instigar a curiosidade dos alunos sobre as diferenças 
culturais e o trabalho do homem na construção das paisagens urbanas e rurais.
Atividade 1
Os diferentes lugares e suas paisagens
Passo a passo
- Inicie a conversa apresentando aos alunos imagens de paisagens, posteriormente, 
algumas questões motivadoras:
• Que elementos naturais e culturais podem ser identificados numa paisagem?
• Quais as características da paisagem mais lhe despertaram a atenção?
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• Como podemos definir uma paisagem?
 Permita que os alunos expressem suas opiniões e, em seguida, explique que a 
melhor forma de compreender essas e outras questões, com profundidade, é 
elaborando e desenvolvendo um projeto de pesquisa, que se constitui basicamente 
das seguintes etapas:
• tema (o que pesquisar?);
• problema (qual pergunta eu quero responder com a pesquisa);
• justificativa (por que pesquisar?);
• objetivos (para que pesquisar – onde se quer chegar?);
• metodologia (como chegar? Qual melhor caminho?);
• resultados (quais as respostas/descobertas?).
 
- Oriente os alunos para formarem grupos de trabalho, para o desenvolvimento das 
atividades a seguir.
 
Elaboração do projeto de pesquisa
Passo a passo
- Definição do tema: auxilie os alunos a reconhecerem o assunto a ser pesquisado. 
Explique que o tema desta aula é: Os diferentes lugares e suas paisagens.
- É importante explicar aos alunos que para desenvolvermos uma pesquisa, a 
definição do tema é somente o ponto de partida. Além disso, precisamos ter clareza 
por que é importante pesquisar esse tema (justificativa), o que desejamos descobrir 
sobre ele (situação-problema), o que pretendemos alcançar com a pesquisa 
(objetivos) e como vamos conseguir realizar a pesquisa (metodologia e fontes).
- Delimitação da situação-problema: auxilie os discentes a definirem qual o 
questionamento/interesse central que motivou a pesquisa sobre o tema, partir 
do debate sugerido no início da aula.
- Nessa aula a situação-problema é: Como os elementos que compõem uma 
paisagem podem nos contar um pouco sobre a dinâmica da natureza e dos seres 
humanos que ali vivem? 
- Justificativa da pesquisa e seus objetivos: refletir com os alunos sobre o porquê 
da importância de identificar os elementos naturais e culturais que compõem 
uma paisagem, além de compreender que é a combinação deles que constituem 
as paisagens terrestres. Esta reflexão pode se basear na ideia de que, além de 
observar os elementos naturais e culturais visíveis em uma paisagem, com suas 
variadas cores, formas e tamanhos, é importante apreendê-la por meio de outros 
sentidos, como o tato, o olfato e a audição. Dessa maneira, a paisagem deve ser 
compreendida como sendo tudo aquilo que está presente em uma determinada 
extensão do espaço terrestre e que pode ser abrangido pelos nossos sentidos, 
envolvendo, portanto, tanto os elementos visíveis como os não visíveis presentes 
nesse lugar. É por meio da observação de uma paisagem – natural ou cultural – 
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que identificamos a maneira como no decorrer do tempo as pessoas, organizadas 
em sociedade, transformam o espaço geográfico.
- Problemática/questões da pesquisa: auxiliar os alunos a definirem questões que 
complementam e orientam a investigação da situação-problema.
- Na pesquisa aqui proposta, estas questões podem ser: Como identificar os 
elementos naturais e culturais numa paisagem?; Quais são os instrumentos 
e técnicas utilizados na transformação da paisagem natural em paisagem 
cultural?; De que maneira as paisagens podem revelar como os grupos sociais se 
relacionam entre si e com a natureza do lugar onde vivem?
- Metodologia da pesquisa: discutir com os alunos os procedimentos e métodos de 
pesquisa mais adequados para: levantar e coletar as fontes (pesquisa em sites de 
busca na Internet, privilegiando endereços de pesquisas escolares; documentários 
e produções discentes e docentes postadas no Youtube, em blogs e outros sites; 
boxes de livros didáticos que trazem indicações de estudo da paisagem; entrevistas 
com professore etc.), as fontes possíveis de serem encontradas são múltiplas e 
variam conforme os procedimentos utilizados para levantá-las, o contexto social 
onde os discentes envolvidos na pesquisa estão inseridos; explorar as fontes e 
refletirsobre a situação-problema e questões da pesquisa (atividades de leitura, 
discussão em grupo; comparação entre as fontes para observar como explicam 
os conceitos abordados na pesquisa; registrar e socializar as descobertas feitas 
(produção de relatório individual e/ou coletivo, construção de blog na Internet; 
criação de slides/pôsteres para apresentar em seminários; encenações e outros). 
Para organizar essas atividades, é importante definir um cronograma e quem serão 
os responsáveis por cada etapa/atividade da pesquisa.
- Nesta pesquisa propomos utilizar mostra de dois vídeos (Rio de Janeiro e Bonito) 
e a letra da música "Paisagem da Janela", de Milton Nascimento, para facilitar a 
compreensão da problemática proposta para esta pesquisa. O professor deve solicitar 
aos grupos que pesquisem sobre alguns pontos referentes ao assunto e ao nosso 
objeto específico. Eles devem encontrar as seguintes modalidades de fontes:
• artigos científicos;
• artigos em revistas de grande circulação;
• sites institucionais e voltados a escolas, que abordem o tema com propriedade.
 
Resultados: no momento da elaboração do projeto de pesquisa oriente os alunos 
em relação aos registros, elaboração dos relatórios e socialização dos resultados 
da pesquisa. 
- Sugerimos que o registro das descobertas realizadas com esta pesquisa seja feito 
por meio da produção de relatório coletivo, incentivando a cooperação e a colaboração 
de todos os membros do grupo, e a socialização dos conhecimentos adquiridos seja 
feita através da elaboração de slides para serem apresentados em seminários.
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Pesquisa
- Após elaborar e registrar o projeto de pesquisa, conforme descrito nas atividades 
anteriores inicia-se o desenvolvimento de cada etapa da pesquisa, a partir da 
situação-problema: Como os elementos que compõem uma paisagem podem nos 
contar um pouco sobre a dinâmica da natureza e dos seres humanos que ali vivem?
- Pergunte aos alunos:
• Que elementos naturais e culturais podem ser identificados nas paisagens "?
• Que características prevalecem numa paisagem urbana e numa paisagem rural?
 
- Permita que os grupos discutam as questões anteriores, façam registros em 
arquivos Kword e expressem verbalmente suas observações. O objetivo, neste 
momento, é identificar o conhecimento prévio dos grupos sobre um dos pontos 
fundamentais para este trabalho: auxiliá-los a compreenderem que os elementos 
que compõem uma paisagem podem nos contar um pouco sobre a dinâmica 
da natureza e dos seres humanos que ali vivem. Assim, oriente-os para que 
consultem as fontes de pesquisa, buscando compreender que os elementos 
naturais são aqueles que se originam de processos e fenômenos da natureza, 
por exemplo, a vegetação, a fauna, a flora, as formas de relevo, os tipos de clima 
e de solos, os cursos d’água, dentre outros. Já os elementos culturais ou sociais 
são aqueles criados pelos seres humanos, utilizando diferentes técnicas, como 
as edificações nos centros urbanos (casas prédios, viadutos, avenidas etc.) ou, 
ainda, as lavouras, as pontes, as hidrelétricas etc.
Auxilie-os, também, a entenderem que cada lugar, seja em nosso país ou em 
qualquer parte do mundo, possui especificidades decorrentes da combinação de 
uma série de elementos, sejam eles naturais ou concebidos pela ação humana. 
A percepção do observador sobre a paisagem
Passo a passo
- Agora, sugerimos que o professor utilize como metodologia a letra da música 
"Paisagem da janela", de autoria do compositor e intérprete Milton Nascimento, 
disponíveis no endereço http://letras.terra.com.br/milton-nascimento/47443/.
Paisagem da Janela
Milton Nascimento
Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um voo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal
Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
20
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou
Você não quis acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quis acreditar
E eu apenas era
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvores
Sem querer descanso nem dominical
Cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral
Do quarto de dormir
Você não quis acreditar
Mas isso tão normal
Você não quis acreditar
Mas isso tão normal
Um cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Você não quis acreditar
....
- Após ouvir a música e ler a letra com os alunos, questione:
• Que elementos predominam nessa paisagem (naturais e culturais)?
• É possível identificar elementos invisíveis existentes nesse lugar? Quais?
• Como essa paisagem foi descrita?
 
- Permita que os grupos discutam as questões anteriores, façam registros 
em arquivos Kword e expressem verbalmente suas observações. O objetivo, 
neste momento, é identificar o conhecimento prévio dos grupos e auxiliá-los a 
compreenderem que, em princípio, é muito comum a definição de paisagem terrestre 
como sendo a constituição de todos os elementos naturais e sociais, combinados 
entre si. No entanto, esclareça aos alunos que a ideia de paisagem compreende 
tudo que está presente em uma determinada extensão do espaço terrestre e que 
pode ser abarcado por todos os nossos sentidos, o que compreende os elementos 
visíveis e não visíveis presentes nesse lugar, ou seja, além dos elementos concretos 
que compõem a paisagem, com suas diversas cores, formas e tamanhos, ela 
compreende também a percepção do observador por meio de outros órgãos de 
sentido, como o tato, o olfato, e a audição.
- Esclareça, também, que existem elementos na paisagem que revelam fluxo 
(trânsito de pessoas e automóveis, circulação de mercadorias por trem, avião ou 
navio, transmissão de informações (torres de TV, rádio, telefones etc.).
21
 Socialização dos resultados das pesquisas e considerações finais
Passo a passo
- Agora, oriente os grupos para que apresentem uma sistematização dos 
conhecimentos adquiridos ao longo da pesquisa. Ressaltamos que esta atividade 
pode ser realizada ao longo de todo o desenvolvimento da investigação e, ao final, 
os registros sejam revistos e reconstruídos com o intuito de produzir um texto 
mais bem elaborado, com base nos dados coletados no decorrer do processo de 
pesquisa, propiciando uma reflexão da situação-problema.
- Oriente os alunos sobre o significado das considerações finais de uma pesquisa. 
Explique que nesta etapa os grupos devem expressar o que concluíram desse 
processo e apontar para outras possibilidades de continuação desse estudo, por 
eles ou por outros pesquisadores interessados no tema. 
- Como sugerido no início desta aula, cada grupo deve fazer uma exposição, de 
forma resumida, utilizando slides.
- Explique que o slide se caracteriza por apresentar, por meio de ilustrações, 
textos reduzidos e cores, uma mensagem clara e direta do tema escolhido. As 
ilustrações assemelham-se ao slogan, que exprimem numa frase a ideia central 
do que se quer transmitir. Um slide deve ser motivador, instrutivo e divulgador, 
podendo ser confeccionados usando figuras geométricas (quadrado, triângulo e 
circunferência) ou desenhos de traços (figuras de palito). A apresentação deve ser 
clara e objetiva, ou seja, eliminar tudo o que é supérfluo e que possa dispersar a 
atenção do observador. 
- Incentive, também, a construção de um blog na internet para a divulgação 
dos resultados, troca de experiências e de reflexões, sugestões, dentre outras 
possibilidades.
Observação: para saber como criar blogs, os grupos devem, com o auxílio do laptop, 
acessar o site: https://support.google.com/blogger/answer/1623800?hl=pt e seguir 
as instruções dadas. 
- A partir dos resultados apresentados pelos grupos, reforce a ideia de que uma 
observação atenta das paisagens pode revelar o modo como a sociedade 
desenvolve suas atividades, o que as pessoas estão fazendo em um determinado 
momento e como se relacionamentre si e com a natureza do lugar onde vivem.
- Os diferentes grupos sociais utilizam diferentes instrumentos e técnicas de 
trabalho na transformação da paisagem natural em paisagem cultural.
- A percepção de uma paisagem depende da intenção do observador, portanto, a 
exposição dos resultados de cada grupo de pesquisa varia de acordo com o seu 
objetivo e sua relação com o lugar observado.
Avaliação
Entendemos que a avaliação deve acontecer durante todo o processo, considerando a 
participação, o desempenho e a colaboração dos alunos em cada atividade proposta. 
No entanto, considera-se relevante, após o desenvolvimento das atividades:
22
1. Pesquisa: verificar a capacidade dos alunos para realizarem pesquisa:
- Valorizar a busca de informações sobre o tema em sites de pesquisa, em cada 
uma das atividades propostas.
2. Exposições: constatar se houve a compreensão dos conceitos estudados.
- Discutir com os alunos sobre o que mudou em seus pontos de vista em relação 
aos conceitos abordados após a realização de cada atividade.
3. Comportamento individual e coletivo: observar as atitudes individuais e em grupo 
e constatar se houve mudanças significativas concernentes ao respeito a si 
mesmo e aos outros colegas.
4. Trabalho em grupo: avaliar a capacidade dos discentes para desenvolver 
ambientes de aprendizagem colaborativa.
- Observar a disponibilidade, iniciativa e colaboração do aluno ao trabalhar em grupo.
FONTE: Adaptado de <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40107>. 
Acesso em: 19 set. 2021.
DICA
Paisagem: é o resultado de todos os elementos presentes em um local, A 
paisagem não é o espaço, pois se tirarmos a paisagem de um determinado 
lugar, o espaço não deixará de existir. A paisagem é mutável, isto é, ela se 
transforma ao longo do tempo, em função das diversas formas de produção 
do espaço pelas atividades humanas e naturais. 
Paisagem natural: é tudo que vem de origem da natureza sem sofrer alteração pela ação 
humana como montanhas, rios, florestas etc.
Paisagem humanizada: é aquela que sofreu transformações pela ação humana, como 
construções de casas e estradas, indústria, pontes e muito mais.
FONTE: <https://bit.ly/3F4PwY8>. Acesso em: 12 set. 2021.
Nosso próximo assunto é sobre o conceito de lugar na Geografia.
3.4 LUGAR
No cotidiano, utilizamos a expressão lugar para indicarmos uma localidade para 
onde se vai ou se foi. A expressão é usada como um tipo de referência necessária em 
ocasiões diversas, sem que se pense muito a respeito de suas implicações.
A humanidade busca a construção de sua Geografia, desde a Antiguidade, na 
identificação de seus lugares: lugar onde a caça é boa, em que se conseguem bons 
frutos, proteção e sobrevivência. De acordo com Moreira (1998), nas experiências 
socioespaciais, por meio das vivências de cada lugar, as construções geográficas 
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vão se configurando como memória que se constrói coletivamente, dando expressão 
aos lugares. Historicamente, a necessidade de marcar os lugares e deixar sinais que 
permitissem ao ser humano voltar, bem como estabelecer relação entre o lugar e a 
experiência vivida ali e traçar caminhos para diferentes lugares dá origem à necessidade 
de elaborar mapas e outras representações cartográficas. 
O lugar, portanto, relaciona-se à própria configuração histórica da Geografia 
como prática social, como necessidade humana. “O aprendizado relacionado ao 
reconhecimento dos lugares e de seus significados em nossas vidas se inicia muito 
antes de entrarmos na escola e depende diretamente das relações sociais nas quais 
estamos inseridos” (MOREIRA, 1998, p. 5). 
Os lugares estão relacionados às ideias de identidade e pertencimento, ainda 
que em graus diferentes. Por exemplo, nossa casa é um lugar carregado de significados 
de pertencimento singular, ao passo que o planeta Terra é um lugar com sentido 
de pertencimento, porém ampliado não só em sentido escalar, como também nas 
experiências vividas. Portanto, o lugar não é somente um ponto definido por coordenadas 
geográficas, um ponto no espaço, uma localização física ou uma representação 
cartográfica; ele é a articulação da espacialidade com as relações sociais estabelecidas 
entre seres humanos e os elementos que compõem esse espaço.
O conceito lugar é discutido na ciência geográfica, especialmente pelas 
perspectivas crítica e humanística. Para Santos (1997, p. 46), os lugares não são meras 
localizações escalares e pontuais, mas reflexos das complexidades sociais que se 
fazem no tempo histórico e se mostram no espaço: “[a] cada lugar geográfico concreto 
corresponde, em cada momento, um conjunto de técnicas e de instrumentos de trabalho, 
resultado de uma combinação específica que também é historicamente determinada”. 
Outra análise fundamental do autor é sua referência geográfica ao contexto 
da globalização. Para Santos (1997), uma análise geográfica na perspectiva totalidade-
mundo só é possível em relação aos lugares, em uma correlação universal – particular 
– particular – universal. Em sua análise, Santos (1997) apresenta dois níveis relevantes 
geograficamente: o do mundo e o do lugar. Os eventos, os acontecimentos, especialmente 
agora, com a globalização, concretizam nos lugares as possibilidades de ação que 
retiram do mundo, integrando o que é universal e o que é do indivíduo. “O nível global e 
local do acontecer é conjuntamente essencial ao entendimento do mundo e do lugar” 
(SANTOS, 1997, p. 131). O lugar é um subespaço, reflexo das contradições da sociedade 
capitalista, com suas diferenças no espaço que podem ser fontes de rentabilidade e 
investimentos ou o oposto, denominado como produtividade geográfica.
Santos (1997) relaciona a diversidade de aspectos componentes da espacialidade 
geográfica aos lugares. Um desses aspectos fundantes da sociedade é o trabalho. O autor 
considera que, atualmente, a informação se tornou o motor da divisão do trabalho, divisão 
que se materializa nos lugares. 
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Na obra intitulada Da totalidade ao lugar, Santos (2005) alerta para o risco de 
ideias pós-modernistas que sugerem a não existência do lugar. Segundo o autor, essas 
ideias banalizam, homogeneízam e esvaziam o lugar, utilizando metáforas que não 
servem para a análise da realidade. 
Santos (1997), na análise do lugar em relação à globalização, que ele denomina 
como perversa, alerta para o que ele chama de a força dos lugares. Esse aspecto leva em 
conta as resistências que os lugares apresentam em seus cotidianos. Há movimentos 
da sociedade civil que podem ser ampliados em busca de outra globalização. O lugar, 
nesse sentido, não é passivo, mas ativo em propor uma globalização que valorize o ser 
humano e é na atualidade a principal base de divisão do trabalho, o cotidiano, como 
conceito que caminha subjacente ao lugar, ganha novas dimensões, inclusive espaciais. 
Ana Fani Alessandri Carlos (1996), em análise geográfica específica do lugar 
também na perspectiva crítica, afirma que nele se manifesta o que é global de forma 
contraditória, sendo esse um ponto de articulação entre o local e o mundial. É, portanto, 
a realidade carregada de significado, uma parte da totalidade. Esse “próximo” (pensando 
a globalização na relação tempo-espaço) não é mais algo isolado do todo, mas uma 
representação, uma “amostra” desse todo do mundo, da sociedade e de sua essência. 
É no lugar que se concretizam as questões do mundo, de maneira contraditória e nada 
harmoniosa, próximas e distantes, onde os fenômenos se desmistificam. 
Em síntese, o lugar permite a compreensão desse espaço, pois revela, em seu 
cotidiano, os movimentos dessa produção social. Esse posicionamento nos leva a crer 
que, por suas especificidades, o lugar permite compreender as problemáticas do mundo 
por meio de sua espacialidade. O mundo se descortina através do lugar e revela, na 
espacialidade do cotidiano, do vivido, as relações sociais constituídas historicamente. 
A ideia de particular, identidade, reconhecimento e pertencimento,são representativas 
de uma realidade global, inclusive no que concerne às desigualdades. A produção social 
que se dá em cada lugar não é autônoma e não se faz de forma alheia à determinação da 
divisão social do trabalho, atrelada à própria configuração do espaço geográfico. O que 
se revela no lugar não é apenas a história de um povo, mas o peso da história humana. 
Portanto, os aspectos do lugar que são captados pelo corpo, pelos sentidos, pelo uso 
do espaço, o espaço da vida, aspectos mais considerados na perspectiva humanística 
de Geografia. A apropriação do espaço por meio de sua vivência, seja pelo trabalho, 
pelo lazer ou por outro motivo, o torna lugar e esses significados do lugar lhe conferem 
características de humano.
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DICA
Para incrementar suas aulas referente ao tema Lugar, na Geografia, 
sugerimos o uso do Google Earth.
O Google Earth é um aplicativo de mapas em três dimensões mantido pelo 
gigante das buscas. Ele permite passear virtualmente por qualquer lugar 
do planeta, graças às imagens capturadas por satélite. Explore o mundo após 
fazer o download de Google Earth, programa grátis, em português e disponível 
para Windows, Mac, Linux, Android e iOS.
FONTE: <https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/google-earth.html>. Acesso 
em: 15 set. 2021.
3.5 TERRITÓRIO
No tema anterior, o conceito de lugar foi relacionado a pertencimento, identidade 
por sua vez o território é concebido como uma ferramenta útil para compreender 
as diferentes formas de apropriação do espaço, seu uso e ocupação. Auxilia na 
compreensão das relações de poder existentes na sociedade e que justificaram sua 
delimitação em certos momentos históricos, assim como sua alteração e acréscimos ao 
longo do tempo.
O conceito de território é alicerçado em dois pressupostos básicos:
O primeiro pressuposto é: território é diferente de espaço. Não só diferente, como 
lhe é posterior; origina-se do espaço. Mesmo a mera imagem do território que esteja 
contida em uma representação (cartográfica) indica que o espaço preexiste ao território. 
O segundo pressuposto é: a simples imagem do território equivale a uma 
apropriação simbólica do espaço como forma primária do território. Ela também abre 
a possibilidade de se pensar a territorialidade, que surge quando pessoas e grupos 
realizam uma ocupação do espaço, ainda que momentânea, esporádica e mais ou 
menos perceptível em seu movimento, conforme a escala em que for visualizada. 
Podemos, ainda, ensaiar as características comuns ao território: possuir área, 
recursos, povo, poder, limites e fronteiras. É assim que vemos o território ao pensarmos 
nos conflitos agrários, lutas por demarcação de terras, bem como no zoneamento 
urbano, na criação de corredores ecológicos ou estabelecimento de áreas verdes nos 
grandes centros, e assim por diante. 
No início da ciência geográfica moderna, o território foi entendido como o solo, 
chão, e o povo, a população. Era o substrato sobre o qual se organizava a sociedade, 
mas de um modo a constituir um Estado Moderno. Para Ratzel (1990, p. 73), “não é pos-
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sível conceber um Estado sem território e sem fronteiras [...] assim, também a sociedade 
mais simples só pode ser concebida junto com o território que lhe pertence. O fato de 
esses dois organismos estarem ligados ao seu solo é a consequência natural da ligação 
evidente que une a criatura humana à Terra”.
Na perspectiva de olhar o território a partir da temática conflitos, sem a 
compreensão desse termo, leva ao engano de que os territórios seriam frutos de (des)
apropriações consensuais, invasões sem força opositora ou guerras sem mortos e 
feridos (consciência ingênua/mítica). Entretanto, o que é possível compreender, é 
que não pode haver território sem divergências, antagonismos, embates, ofensivas, 
resistências e reações (consciência crítica).
Conceito de território
Embora seja um termo polissêmico, podemos entender que o território 
se apresenta em diferentes escalas no espaço e no tempo. As escalas espaciais 
referem-se ao fato de que um território pode apresentar-se desde níveis mais amplos, 
como os territórios nacionais ou áreas de domínio de um determinado governo, até 
pontos locais, como os territórios de controle de narcotraficantes em bairros e ruas 
específicos de uma cidade. Já as escalas temporais referem-se àqueles territórios que 
se modificam em um determinado período, em que em um momento sua ocorrência 
representa um dado domínio, enquanto, em outro, já não é mais daquela forma. Quando 
um determinado grupo ou instituição estabelece sobre uma dada realidade a sua 
expressão territorial, falamos em territorialidade. Em alguns casos, ela expressa-se em 
locais não contínuos, interligados entre si, caracterizando os territórios-rede. De toda 
forma, a expressão dos territórios é a da relevância das práticas socioespaciais, que 
atuam, direta e indiretamente, no processo de transformação do espaço geográfico 
em suas paisagens, regiões e lugares.
FONTE: Adaptado de <https://www.preparaenem.com/Geografia/conceito-territorio.htm>. Acesso em: 
20 set. 2021.
NOTA
Santos (1993) reconhece que o território não é apenas fundamento do Estado-
nação, mas, como território usado, designa o conjunto de objetos e ações, 
sinônimo de espaço humano e habitado, além de acolher novos recortes, 
podendo ser formado no período contemporâneo por lugares contíguos e 
lugares em rede. Em textos, já dos anos 2000, é que Santos (2000a, 2002) 
concebe o território como chave explicativa para o período contemporâneo, 
mais marcado pela globalização do dinheiro e transnacionalização dos 
intercâmbios sob o paradigma do meio técnico-científico informacional. 
O território usado, para o autor, aparece como uma categoria de análise se comportando 
como o “fundamento do trabalho, lugar de residência, das trocas materiais e espirituais e do 
exercício da vida (SANTOS apud FUINI 2015, p. 254-255).
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3.6 REGIÃO
O termo região é geralmente usado no cotidiano, sendo empregado em referência 
a uma área do espaço mais ou menos delimitada. Na Geografia, o conceito de região 
refere-se a uma porção superficial designada a partir de uma característica que lhe é 
marcante ou que é escolhida por aquele que concebe a região em questão. Portanto, 
existem regiões naturais, regiões econômicas, regiões políticas, entre muitos outros 
tipos. É um dos conceitos mais difundidos e tradicionais da Geografia. Sua concepção 
remonta às origens do próprio pensamento geográfico.
De acordo com Haesbaert (2019, p. 118),
Como todo conceito funda e/ou responde a uma questão, devemos 
nos indagar sobre qual seria a principal problemática mobilizada 
pelo conceito de região e que, justificando a permanência do termo, 
de alguma forma se mantém ao longo da história do pensamento 
geográfico. Pode-se afirmar que, como base para a grande distinção 
– e relação – entre Geografia Geral ou Sistemática e Geografia 
Regional, o todo e as partes, região diz respeito em primeiro lugar 
às questões elementares que envolvem a diferenciação do espaço 
geográfico, permitindo identificar suas partes ou singularidades 
através de diferenças de natureza ou tipo e diferenças de grau (como 
as desigualdades).
Em certo sentido, a região não existe diretamente, mas é uma construção 
intelectual humana, essa noção está vinculada ao conceito de  regionalismo, que 
expressa o conjunto de costumes, expressões linguísticas e outros valores que 
apresentam variação entre uma região e outra, dando uma identidade coletiva para os 
diferentes lugares.
Para alguns pesquisadores, a dinâmica econômica é um elemento diferenciador/
identificador de regiões, segundo Haesbaert (2019, p. 119): 
O principal elemento diferenciador/identificador de regiões refere-
se à dinâmica econômica, nascem, assim, regiões como a região 
polarizada ou funcional urbana, comandada pelas diferentes funções 
econômicas de cada centro urbano e a hierarquia estabelecida entre 
eles, especialmente através do seu papel comercial e de prestação

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