Curso_ 222RGR0628A - DESIGN DE PERSONAGENS4

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DESIGN DE DESIGN DE 
PERSONAGENSPERSONAGENS
Esp. Michele Perrone Fi lho
IN IC IAR
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introdução
Introdução
Muitas são as variáveis dentro de uma história. A sua profusão de elementos,
por exemplo, pode gerar uma quantidade in�nita de moldes a serem criados,
recriados e adaptados. Essas in�nitas possibilidades de criações e gerações de
novos contos faz com que seja uma área constante e extremamente frutífera.
Porém, existe uma base comum para todas as histórias: a narrativa.
Não se pode dizer quando o ser humano se tornou humano, mas uma coisa é
certa: a narrativa foi gerada juntamente conosco. Toda evolução, seja
tecnológica, social, intelectual ou de qualquer natureza humana, precede e
sucede um contexto narrativo.
Dessa forma, a narrativa é e sempre será o principal elemento dentro de um
contexto histórico, real ou �ctício, da Bíblia Sagrada a Bram Stoker, a narrativa
está presente na história e não pode ser separada do contexto humano.
Nesta unidade, serão apresentadas formas de se criar uma boa narrativa para
um personagem.
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Todo personagem tem, geralmente, por objetivo atrair o espectador.
Personagens que não atraem fatalmente podem cair no esquecimento ou
estragar todo o roteiro. Dessa forma, é necessário que os personagens sejam
lembrados pelos seus mais diversos atributos, buscando, assim, gerar
empatia ao espectador.
Desenvolvimento Visual 6Desenvolvimento Visual 6
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Dessa forma, a narrativa deve trazer personagens que encantem o
espectador seja para o bem seja para o mal. Nesse sentido, pode-se criar
narrativas para animações, jogos ou mesmo histórias em quadrinhos, dentre
outros. Ou seja, a narrativa estará profundamente ligada ao seu desenho,
pois este apresentará os personagens narrados, participando, assim, do
vislumbre do espectador. É necessário que o desenho tenha bastante
atrativos a �m de prender a atenção do espectador. Isso ajuda na imersão
deste na história e faz com que ele passe a vivenciá-la em sua mente.
Detalhamento
A riqueza de detalhes com que um personagem é desenhado faz total
diferença entre atrair ou não o espectador. Essa atenção gerada pode ser a
diferença entre ter uma grande produção em mãos e ter apenas uma
animação de uma temporada, ou um jogo que não vende tantas cópias
quanto seria possível.
Figura 4.1 - O Gollum (Smeagol) - O Senhor dos Anéis 
Fonte: Theo's Little Bot / Wikipedia.
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Figura 4.2 - O Máskara 
Fonte: New Line Cinema / Wikipedia.
Muitas vezes, valer-se de cores chamativas e vestimentas extravagantes pode
dar certo. Porém, isso somente acontece quando o personagem está de
acordo com o seu roteiro.
Nem sempre detalhar um personagem diz respeito a criar um desenho mais
complexo, ou com mais linhas, sombras, elementos. O detalhe pode estar
ligado a expressar inteiramente o que aquele personagem deve passar.
Considere como exemplo o Ursinho Pooh ou o Mickey Mouse, ambos não têm
muitos detalhes, mas expressam exatamente a ideia de seu autor.
Assim, deve-se ter em mente o que o roteiro deve ser sempre analisado,
objetivando focar nas características do personagem descritas com o intuito
de gerar um personagem contextualizado com a história.
De�inindo um estilo
Estilo é a forma de identi�car que alguém ou algo pertence a um grupo
especí�co. No caso do estilo de desenho, este, de acordo com suas
características, pode pertencer aos mangás, HQ, cartoons, etc. Dessa forma,
pode-se observar não somente o estilo artístico providencial de um grupo,
como também o estilo do ilustrador.
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O estilo é uma das peças chave para se prender a atenção do espectador.
Deve sempre ser lembrado que o desenho do personagem não é o único
motivo pelo qual uma pessoa assiste a uma animação, lê um gibi ou joga um
jogo. Porém, quanto maior for a atenção ao estilo da ilustração, mais chamará
a atenção do target.
Uma animação que trabalhou bem o estilo foi Os Simpsons, na qual cada
elemento, tanto do roteiro quanto da ilustração, foi analisado e reanalisado.
Antes de começar a passar no canal Fox, a animação era feita de uma forma
mais simples, com menos ilustradores, prazo mais curto e menos
acabamento no desenho. Um dos grandes acertos dessa época foi a cor dos
personagens, que por serem amarelos, chama a atenção do público enquanto
zapeiam os canais. Dessa forma, ao ver um personagem amarelo, é natural a
pessoa, que não conhece o programa, parar para observar do que se trata a
animação.
Com essa customização, Os Simpsons se tornaram um dos desenhos mais
vistos do mundo e o Homer Simpson passou a ser um personagem de
in�uência mundial, em que algumas de suas pautas passaram a ser
analisadas até mesmo por jornalistas pelo mundo.
Figura 4.3 - Homer Simpson - Os Simpsons 
Fonte: Matt Groening / Wikipedia.
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Dessa forma, o estilo do desenho será desenvolvido de acordo com as
necessidades do roteiro e as aptidões do desenhista que estiver no
desenvolvimento da ilustração. Porém, um bom desenhista tem a
particularidade de poder adaptar-se a qualquer narrativa ao seu estilo, com
alterações simples e concisas.
praticar
Vamos Praticar
Toda narrativa tem por característica um personagem. Esse personagem pode ser
bom, ruim, alto, baixo, porém, ele tem um objetivo especí�co. Qual o objetivo
principal em criar um personagem?
a) Padronizar o estilo da ilustração.
b) Atrair o espectador.
c) Cumprir o roteiro.
d) Reproduzir a narrativa.
e) Gerar contexto histórico
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Apesar das alterações e variações, com o passar dos séculos, a narrativa
sempre fez parte da história dos seres humanos. Na pré-história, a estrutura
narrativa se dava por intermédio das pinturas rupestres nas cavernas que
contavam suas histórias, sejam de caçadas, batalhas ou qualquer outra
informação que era considerada importante o su�ciente para ser
apresentada às gerações futuras.
Atualmente, a narrativa pode ser vista na TV, no cinema, nos teatros, em
�lmes, em livros, em animações, nos jogos, etc. Essa mesma narrativa pode
ser expressa por linguagem oral, escrita, visual ou dramatúrgica. Muitos são
os formatos atuais que uma narrativa pode tomar, mas toda narrativa sempre
acompanha uma estrutura especí�ca.
Estrutura narrativa
Apesar das diversas formas de se aplicar uma narrativa, certas estruturas e
elementos permanecem imutáveis, devido ao próprio contexto da vida
humana. Uma narrativa sempre acompanha uma estrutura básica, a saber:
Narrativa 1Narrativa 1
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Ação dramática;
Con�ito;
Tensão.
A partir destes elementos, a narrativa se desenvolve. 
Dessa forma, pode-se ver que a narrativa espera, naturalmente, uma
cadência de acontecimentos, tal qual a vida real. Ela conta com a exposição de
fatos seguindo a Lógica de Encadeamento.
Lógica de Encadeamento: uma ação (anterior a história ou que se
apresente no início) que gera a causa de algo, em que a sua
consequência é, naturalmente, um con�ito a ser transpassado.
Essa estrutura pode ser encontrada em qualquer narrativa, Star Wars, O
Poderoso Chefão, GTA, Cavaleiros do Zodíaco etc. Toda história tende a
apresentar naturalmente essa estrutura, que contempla: a ação dramática; o
con�ito; e a tensão.
1. Ação Dramática (narrativa dramática): EEstudo da narrativa no
teatro. Açõesdramáticas são ações que se dão por meio de um
con�ito (jogos, �lmes, teatro etc.). A ação é sempre voltada a busca
de um objetivo em especí�co, para o Thanos em Os Vingadores, era
conseguir as Joias do In�nito para destruir metade dos seres vivos do
Universo; já para os Vingadores, era impedir a ação do Thanos.
Figura 4.4 - Estrutura de Narrativa 
Fonte: Elaborada pelo autor.
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2. Con�ito: É o obstáculo a ser transpassado para atingir o objetivo.
Normalmente, se apresenta enquanto progressivo, o que gera tensão
na narrativa.
3. Tensão: A tensão não pode ser linear, deve ser sempre progressiva e,
às vezes, mais ou menos carregada, mas sua curva normalmente
acompanha a história.
Porém, para que essa estrutura seja apresentada de forma coerente, são
necessários alguns elementos que formam a composição narrativa.
Elementos da narrativa
Figura 4.5 - Narrativa - “Era uma vez” 
Fonte: Nito500 / 123RF.
A todo momento, nos deparamos com narrativas: seja em uma novela, uma
animação, um game e, até mesmo, em nossa mente, às vezes, nos pegamos
gerando uma narrativa sem muito esforço. Porém, deve ser lembrado que
uma narrativa naturalmente pode acompanhar dois formatos: o histórico e o
�ctício.
Histórico : Quando a narrativa conta uma história verídica: um fato
histórico ou bibliográ�co.
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Fictício : Quando a narrativa conta uma história que não é real,
mesmo que contenham elementos reais. Dessa forma, a �cção pode
ser vista como uma imitação da realidade ou uma exposição de fatos
�ctícios em que ações humanas são imitadas ou representadas por
um ou mais personagens.
Com base nesses dois formatos, são criadas todas as histórias que
conhecemos. Porém, para se criar uma narrativa, são necessárias
características especí�cas. Cinco elementos são importantes para a criação
de uma narrativa: enredo; personagens; narrador; espaço; tempo.
Esses elementos da narrativa foram descritos inicialmente por Vladimir
Propp (1895-1970) em Morfologia do Conto Maravilhoso . Com base nesse livro
e em suas análises, hoje, se desenvolve a área de roteirização e narrativa.
Enredo
Fato que está sendo contado no decorrer da história. Não existe história sem
enredo. O enredo é dividido em três partes.
1. Começo: nesta etapa, é apresentada a introdução : o espectador
passa a conhecer a início da história (normalmente, nessa etapa, são
apresentados os 5 elementos da narrativa) e surge a apresentação
do con�ito;
2. Meio: nesta etapa, o con�ito deve se desenvolver, cativando, assim, o
espectador. Próximo da etapa �nal, mas ainda no meio, se inicia o
clímax da história;
3. Fim: neste momento, o clímax chega ao seu auge, sendo gerada por
sua vez a conclusão , ou seja: o desenrolar de toda a história.
Personagens
Os personagens são todas as pessoas ou seres que participam da história. Em
Toy Story , por exemplo, são os brinquedos (objetos); em Peter Pan , são todos
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os personagens, dos humanos aos místicos; em Steve Jobs , são todas as
pessoas que aparecem no �lme, mais o próprio personagem principal.
Figura 4.6 - Personagem 
Fonte: Tithi Luadthong / 123RF.
Pode-se fazer um bom personagem de qualquer animal, objeto ou pessoa.
Narrador
O narrador é um dos principais elementos dentro de uma narrativa,
sobretudo porque sem ele não existe narrativa.
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Figura 4.7 - Narrador 
Fonte: Rattanasiri Inpinta / 123RF.
Existem três formas em que um narrador pode aparecer:
Narrador personagem: o qual pode ou não ser o protagonista da
história.
Narrador observador: narrador que observa a ação, descreve a
história em terceira pessoa, mas não se apresenta no contexto, nem
sabe de fatos mais profundos dos personagens como sentimentos e
pensamentos.
Narrador onisciente: sabe de todos os sentimentos e pensamentos
dos personagens. Esse é o formato mais comum, pois facilita na
descrição da história.
Espaço
Espaço diz respeito ao local onde está acontecendo a narrativa.
Normalmente, o narrador pode apresentar elementos ou a�rmar um local,
podendo estes serem existentes na realidade ou não.
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Figura 4.8 - Espaço 
Fonte: Alexutemov / 123RF.
Referência espacial: é quando o autor descreve o local, seja parte
do local (como o cômodo de uma casa), geogra�camente (como um
país, cidade, coordenadas) ou até mesmo objetos do local (uma
penteadeira ao lado da porta que �ca à frente da cama, por
exemplo).
Tempo
O tempo não necessariamente é data, era, século, hora. É sim uma ordem
cronológica dos acontecimentos, em que mesmo que sejam descritas fora de
ordem, esta deve apresentar a existência de uma ordem cronológica em sua
sequência lógica.
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Figura 4.9 - Tempo 
Fonte: Dima Sobko / 123RF.
Referência temporal: é quando o autor cita ou uma data ou um
intervalo de tempo.
Com estes cinco elementos, a narrativa já pode ser estruturada, seja para um
jogo, para um �lme ou para uma animação.
reflita
Re�ita
Como seria criar uma narrativa da sua vida, apresentando
toda a estrutura narrativa e o seu desenvolvimento até o
momento atual. Em qual momento da curva de tensão estaria
hoje?
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praticar
Vamos Praticar
A �cção pode ser entendida como uma imitação da realidade ou uma exposição de
fatos �ctícios em que ações humanas são imitadas ou representadas por um ou
mais personagens. Existem cinco elementos para a criação de uma narrativa. Quais
são eles?
a) Con�ito; personagens; narrador; espaço; tempo.
b) Enredo; con�ito; narrador; espaço; ação dramática.
c) Enredo; tensão; narrador; espaço; con�ito.
d) Enredo; personagens; narrador; espaço; tempo.
e) Ação Dramática; personagens; narrador; con�ito; tensão.
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Um personagem muito conhecido, tanto por suas características físicas
quanto pelo desenvolvimento de sua história é o Kratos de God of War. Seu
roteiro foi tão bem criado, que muitas pessoas compravam o jogo não mais
apenas para se divertir jogando, mas, também, para saber como seria a
continuação de sua história, ou seja: como se desenvolveria a sua narrativa
dali para frente.
Todos acontecimentos dentro de uma narrativa acompanham algumas
perguntas:
O QUÊ? (Qual é o acontecimento que determina a história?);
QUEM? (Com qual personagem acontece esse ocorrido?);
COMO? (De que forma esse fato se deu?);
ONDE? (Onde esse fato ocorreu?);
QUANDO? (Qual foi o momento em que aconteceu?);
POR QUÊ? (O que gerou este ocorrido?).
A partir do momento em que essas perguntas estejam respondidas, gerar
uma narrativa a partir dessas respostas �ca mais fácil. Dessa forma, deve-se
Narrativa 2Narrativa 2
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desenvolver o roteiro do personagem e alinhar toda a sua narrativa. Lembre-
se de que toda história criada está sendo desenvolvida por um motivo
especí�co, podendo ser para um �lme, um jogo ou uma animação. Dessa
forma, o alinhamento das informações é fundamental para a continuidade do
processo de produção.
Narrativa visual
A história deve se desenvolver tanto por intermédio do tempo e do espaço,
quanto na vida dos personagens. É natural que o personagem mude de roupa
ao porte físico, ou em seu modo de agir, no decorrer de uma história. Assim,
essas mudanças devem ser aparentes em seu físico.
No �lme O náufrago , lançado em 2000, o personagem, ao �nal de sua
jornada, estava diferente, não apenas em seu comportamento,mas
�sicamente: a jornada o havia alterado. Outra alteração a ser lembrada é na
animação Hércules , da Disney, lançada em 1997: o personagem apresenta
diversas mudanças físicas no decorrer de sua jornada. 
Figura 4.10 - Hércules (1997) 
Fonte: Walt Disney / Wikipedia.
Essas mudanças desenvolvem uma narrativa visual do personagem. Porém,
tão importante quanto as mudanças físicas mais drásticas, são as alterações
de humor e emoções que compõem qualquer história. Nenhum personagem
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pode estar a todo momento com a mesma �sionomia ou com a mesma
postura.
No decorrer de qualquer empreitada, coisas boas e ruins ocorrem e,
naturalmente, tendem a interferir no comportamento dos personagens.
Dessa forma, cada etapa da narrativa deve ser analisada e escrita para que as
expressões sejam perfeitamente recriadas visualmente, seja em uma
animação, um �lme ou em qualquer outro meio.
Decupagem
O processo de desenvolvimento de uma narrativa, geralmente, é complexo,
demorado e demanda muito esforço e treino. Esse esforço não tende a
diminuir, pelo  contrário, apenas aumentar. Considere que seu projeto de
narrativa foi bem visto por uma empresa de animação, e agora eles querem
gerar um curta-metragem a partir da sua história. Qual seria o processo
necessário para que a sua história se torne uma animação?
Esse é o processo de decupagem , é nele que a história deixa de ser apenas
um texto corrido e passa a ser dividido em cenas. O seu intuito é facilitar a
projeção dos personagens na cena, de forma que eles evidenciem a ação que
está ocorrendo em cada cena. Dessa forma, enquadramentos são analisados,
posições de câmeras e a localização geográ�ca de cada personagem e objeto
em cena.
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Figura 4.11 - Decupagem 
Fonte: Tawhy / 123RF.
Dessa forma, a decupagem gera fatias de espaço e fatias de tempo de uma
história, facilitando, assim, a sua animação ou gravação (se for um �lme). Esse
ato gera um documento em que são anotados cada um dos elementos
necessários para a criação da animação.
Um dos grandes nomes da decupagem na história dos cinemas foi o
produtor, diretor, roteirista e ator Alfred Hitchcock, que era conhecido por ser
extremamente detalhista e minucioso nessa etapa.
A decupagem é o objeto principal para uma �lmagem, sem ela, tanto os
personagens quanto os câmeras e demais pro�ssionais não saberiam o que
fazer e em qual momento.
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praticar
Vamos Praticar
“Tão importante quanto as mudanças físicas mais drásticas, são as alterações de
humor e emoções que compõem qualquer história. Nenhum personagem pode
estar a todo momento com a mesma �sionomia, ou com a mesma postura”.
Esse trecho diz respeito a qual tema dentro da narrativa e roteirização?
a) Decupagem.
b) Estrutura narrativa.
c) Lógica de encadeamento.
d) Elementos de narrativa.
e) Narrativa visual.
saiba mais
Saiba mais
Para mais informações acerca de decupagem
assista ao vídeo “O que é Decupagem? 
| Dicionário Cinematográ�co”, de ArteCines.
ASS I ST IR
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Considerando que o texto narrativo é por característica uma história gerada
pelo encadeamento de uma sequência de fatos, a narrativa de um
personagem deve apresentar esses mesmos elementos, entrelaçando a
história do personagem com a história em si.
Roteiro para animação
Para o processo de elaboração de uma animação, é necessário que o roteiro
esteja bem de�nido e toda a narrativa (tanto dos personagens quanto da
história em completo) esteja alinhada.
O roteiro é onde são apresentados os elementos que irão compor a
animação. Os mais comumente utilizados são: tema, problema, personagem,
cenário, enredo, meta e história. Deve ser compreendido que existe diferença
entre o roteiro e a narrativa. O roteiro é, normalmente, dividido em atos que
focam nos con�itos da história; é um processo descritivo dos con�itos e suas
relações.  Pode haver diferenças entre uns e outros roteiros, porém, esses são
os dados mais utilizados normalmente.
Narrativa 3Narrativa 3
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Já a narrativa apresentará os elementos contextualizando e induzindo
sentimentos, vontades e emoções ao espectador.
Vamos a um exemplo:
1. Roteiro: O personagem X entra no bar, senta na cadeira, pede uma
bebida forte e nota que está sendo observado.
2. Narrativa: Ao chegar na porta do bar, com sua placa já apagada,
uma porta de madeira que já não fecha e nem abre por completo, o
personagem “X” resolve entrar. Ao passar pelo salão, com o carpete
corroído, cheiro de mofo no ar, se senta em uma banqueta, olha para
o atendente - um homem já idoso que, possivelmente, não o
enxergava bem, devido as suas cataratas - pede uma bebida - “A mais
forte que você tiver nesta espelunca!” - ele diz. E, em um lampejo de
sensações, nota que está sendo observado.
Dessa forma, pode-se notar que um completa os outros: uma mesma história
pode apresentar narrativas diferentes, que, por sua vez, podem mudar o
rumo do roteiro.
Normalmente, para a criação de uma animação, anterior ao roteiro, tem-se o
storyline e, após ele, o storyboard .
Storyline : Momento em que se descreve uma sinopse da animação e
os diálogos.
Storyboard : Nesse momento, são criados quadros com as
ilustrações das cenas, como em uma história em quadrinhos. Um
storyboard bem feito é uma animação bem feita.
Storyline
É no storyline que será apresentada a sinopse da animação, as informações
necessárias para a posterior criação do roteiro. O principal elemento
apresentado nessa etapa é o con�ito, seu desenvolvimento e seu desfecho.
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CONFLITO : É o problema que gera a história e deve ser solucionado
para a �nalização da mesma.
Assim, ao se criar o storyline , tem-se a estrutura necessária para a criação do
roteiro.
Storyboard
É no storyboard que o roteiro começa a ganhar vida e passa para o papel. Esse
documento indica quais ações o animador deve tomar, para se ter uma boa
animação.
Figura 4.12 - Storyboard 
Fonte: Liudmila Basenko / 123RF.
O storyboard é criado a partir de quadros como que em um gibi, que
apresentam cenas especí�cas para a criação da animação.
Linguagem audiovisual
Quando se cria uma narrativa, normalmente, se pensa em um narrador
contando uma história, um cenário e personagens interagindo. Contudo, do
ponto de vista audiovisual, esse trabalho torna-se mais completo. É nesse
momento que quando o personagem entra em uma sala, a porta range, os
tacos da casa fazem barulho, os raios de sol entram de forma singela, por
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uma fresta em uma telha quebrada. Cada um desses elementos sonoros e
visuais fazem parte integrante da narrativa, sem eles, ela seria vazia e com
pouca vida.
Ressalta-se que toda linguagem tem um objetivo especí�co que é a
comunicação. Dos cães que arrastam a sua tigela para ganhar ração, a uma
tese de doutorado, a linguagem é utilizada para a comunicação. No meio
audiovisual não é diferente: o seu objetivo é unicamente a comunicação.
Figura 4.13 - Linguagem Audiovisual 
Fonte: Silverjohn / 123RF.
Dessa forma, para se criar todos esses elementos, torna-se necessário uma
documentação em que se apresenta cada uma das cenas, seu tempo
(duração e posição na timeline ), na qual se passará, qual a posição dos
objetos e personagens da cena, além de predominância de cores e posição de
câmera. Esse documento é entregue aos animadores e diretores que
alinharam cada uma das cenasde acordo com as necessidades especí�cas e
com o roteiro criado.
Outra questão muito importante é conhecer em qual meio esse projeto será
veiculado, pois cada meio acompanha uma estrutura física especí�ca e, no
caso de uma animação ou uma �lmagem, esse conhecimento é essencial.
Uma das grandes diferenças dessa área para as demais é a possibilidade de
se mudar de quadros e cenas, para assim poder atingir melhor o espectador.
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Gerando, por sua vez, a empatia necessária para a animação ser bem falada e
vendida.
praticar
Vamos Praticar
Para o processo de elaboração de uma animação, é necessário que o roteiro esteja
bem de�nido e toda a narrativa (tanto dos personagens quanto da história em
completo) esteja alinhada. Normalmente, para a criação de uma animação, anterior
ao roteiro, tem-se uma etapa anterior importante e uma posterior. Assinale a
alternativa que apresenta corretamente essas etapas respectivamente.
a) Storyboard e personagem.
b) Con�ito e narrativa.
c) Personagem e storyline .
d) Storyline e o storyboard.
e) Narrativa e storyboard .
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indicações
Material
Complementar
LIVRO
Morfologia do conto maravilhoso
Vladimir Propp
Editora: Forense Universitária
ISBN: 8521803540
Comentário: Este livro apresenta toda a estrutura
necessária para a criação de um roteiro. A partir dele
que os demais livros acerca do tema são criados; é o
principal livro da área.
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FILME
O poderoso chefão
Ano: 1972
Comentário: Este �lme apresenta a narrativa de um
personagem, tomando o local principal da história. É
possível compreender perfeitamente a estrutura
narrativa e principalmente a narrativa do personagem.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer .
TRA ILER
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conclusão
Conclusão
A função da narrativa é clara na cultura. Ela tem a função de disseminar uma
mensagem, seja ela uma história real ou �ctícia. Assim, a narrativa do
personagem tem a função de descrever parte desta história, trazendo maior
empatia ao público quando interage (lendo, assistindo, ouvindo ou jogando)
com esse personagem.
Assim, dentro de todo contexto de uma história, a narrativa de um
personagem, do vilão ao herói, passando pelos personagens secundários,
todos, sem distinção, têm a sua importância nesta. Sempre com o a�nco de
induzir o leitor a querer saber cada vez mais sobre a própria história.
Dessa forma, todo personagem que tem sua estrutura bem engenhada, tende
a atrair a atenção do espectador, seja em uma animação, um �lme, um livro
ou um jogo; a atenção aos detalhes é uma das principais características de um
bom roteirista.
referências
Referências
Bibliográ�cas
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