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Tema 5 - Sistema cooperativo conceitos iniciais, societários e contábeis

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08/09/2022 21:34	T005
 
08/09/2022 21:34	T005
 
SISTEMA COOPERATIVO:
CONCEITOS INICIAIS, SOCIETÁRIOS E CONTÁBEIS.
Prof. Jucelaine Bitarello 
Atualizado por Prof. Gabriela de Bem Fonseca
Nesta unidade temática, você vai aprender
· Quais são as características básicas societárias de uma cooperativa;
· A organização do sistema cooperativa baseado em princípios;
· A característica tributária base das cooperativas.
Introdução
Neste capítulo, iniciaremos nossos estudos sobre a temática que envolve as empresas cooperativas. Começa-se a denominá-las de empresa, pois elas estão equiparadas a qualquer outro tipo de negócio, haja vista que a mesma se compõe com finalidade, meio e fim. Isso será apresentado de forma a deixar clara essa complexidade quanto aos arranjos que podem ser feitos mediante as atividades e ações que as cooperativas podem realizar no conjunto de suas operações.
Foi trazida à luz também a reflexão sobre a estrutura organizacional das cooperativas, com vista ao cooperado, para que ele se sinta incluso no negócio da cooperativa e, assim, se tenha a responsabilidade por seus atos em conjunto com seus representantes de diretorias, mediante a participação efetiva nas assembleias: geral e extraordinária. São, ainda, apresentados alguns exemplos de atos cooperativos e não cooperativos.
O presente capítulo não tem a pretensão de esgotar um tema tão complexo e cheio de ramificações como o cooperativismo, mas, sim, tem a intenção de apresentar conceitos basilares a esse sistema econômico.
Bons estudos.
Sistema Cooperativo: Conceitos Iniciais, Societários e Contábeis
Como forma de iniciar nossos estudos, vamos iniciar pela palavra cooperar, que se originou do latim e se traduz como operar, trabalhar de forma conjugada. Nesse sentido, a conceituação mais difundida para o cooperativismo foi definida em 1995, no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que ensina que uma cooperativa é uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade conjunta e de gestão democrática.
O cooperativismo é um fenômeno social, nascido das necessidades das pessoas que apresentem três características básicas: propriedade, em que todos são donos; gestão, em que todos têm o direito de votar e opinar; e repartição, todos têm direito a dividir os resultados.
Existem 7 princípios que retratam os valores de um sistema cooperativo, revistos e definidos pela ACI em 1995 e vigentes até hoje, a partir dos quais todas cooperativas, de qualquer parte do mundo, devem se orientar pelas seguintes diretrizes fundamentais: 
1. Adesão livre e voluntária
2. Gestão democrática dos membros
3. Participação econômica dos membros
4. Autonomia e independência
5. Educação, formação e inovação
6. Inter cooperação
7. Interesse pela comunidade
Por terem esses princípios universais, as cooperativas são uma avançada e sui generis forma de organização da sociedade civil. Ela proporciona o desenvolvimento socioeconômico aos seus integrantes e à comunidade, resgatando a cidadania por meio da participação, do exercício da democracia, da liberdade e da autonomia no processo de organização da economia e do trabalho. Através de uma Cooperativa, são implantados produtos e serviços para satisfazer determinadas necessidades de seus associados com o objetivo de viabilizar a sua atividade.
Para melhor entendimento prático, listamos diferenças entre uma sociedade cooperativa e uma sociedade mercante: 
As diferenças, em suma, podem ser resumidas assim: enquanto a cooperativa prioriza as pessoas, a empresa mercantil prioriza o capital. Ou seja, a sociedade cooperativa busca, em primeiro lugar, atender às necessidades de serviços às pessoas, e a sociedade mercantil evidencia em primeiro plano o lucro.
Esse conjunto de diferenças fez com que existissem muitos tipos de cooperativas no Brasil, destacamos a seguir alguns deles: 
A Lei do Cooperativismo, Lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971, define a política nacional de Cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. Esse extenso código de 117 artigos define a constituição a partir do Estatuto Social e define as funções e os funcionamentos das assembleias. Na referida Lei, é estabelecido que as cooperativas sejam de 1º, 2º ou 3º Graus e devem estar registrados na organização das cooperativas do seu estado, e essas devem estar filiadas à OCB.
As cooperativas podem ser classificadas como Cooperativas Singulares – Cooperativas de 1º Grau se caracterizam pela prestação direta de serviços aos associados. São constituídas por, no mínimo, 20 pessoas físicas. Excepcionalmente, podem participar pessoas jurídicas que não tenham a intenção de lucro.
Cooperativas de 2º Grau, Cooperativas Centrais ou Federações de Cooperativas é a constituição de, no mínimo, três sociedades que tenham como objetivo organizar em comum e em maior escala os serviços das filiadas, facilitando a utilização recíproca dos serviços.
Cooperativas de 3º Grau ou Confederação das Cooperativas são constituídas por, no mínimo, três centrais ou federações de cooperativas de qualquer ramo e têm como função organizar em comum e em maior escala os serviços das filiadas.
Na forma geral, as cooperativas estão organizadas no seguinte tripé: Assembleia Geral, Conselho de Administração e Conselho Fiscal. O sentido triangular é a força que dá solidez para a cooperativa tratar dos interesses de todos os cooperados.
Assim, os interesses internos são discutidos por esses órgãos internos que se reúnem de forma ordinária ou extraordinária, dependendo da natureza da matéria a ser discutida e deliberada. Conforme o Art. 44 da Lei 5.764/71 trata da “Assembleia Ordinária” e Art. 45 e 46 trata da “Assembleia Extraordinária”.
Em relação à Assembleia Geral Ordinária, deve ser convocada anualmente, nos primeiros três meses seguintes do exercício, quando deve deliberar na ordem do dia os seguintes assuntos: 
· Prestação de contas dos órgãos de administração, acompanhado do parecer do Conselho Fiscal, contendo relatório da gestão, balanços, demonstrativos das sobras ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade e do próprio parecer do Conselho Fiscal;
· Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se no primeiro caso, as parcelas para os Fundos Obrigatórios.
Quanto aos Fundos obrigatórios, visto na citação, recomenda-se visitar a Lei 5.764/71 em seu Art. 28, pelo menos 10% são destinados para o Fundo de Reserva e pelo menos 5% para o Fundo de Assistência Técnica - FATES. Cabe destacar, ainda, que a Assembleia Geral pode criar outros fundos rotativos.
 
Outros pontos que devem ser deliberados na Assembleia Ordinária anual são:
· Eleição dos componentes dos órgãos de administração, do Conselho Fiscal e de outros, quando for o caso;
· Fixação, quando previsto, do valor dos honorários, gratificações e cédula de presença dos membros do Conselho de Administração ou da Diretoria e do Conselho Fiscal.
Verificando as duas citações, especificamente para a validação, as deliberações devem ser aprovadas por dois terços dos cooperados presentes, caso não, as mesmas são consideradas nulas. Relevante aspecto é que os votos dos membros de administração e fiscalização não são considerados para a aprovação dos relatórios, do balanço e das contas, e isso os desonera, se aprovado, de qualquer responsabilidade.
Importante ressalvar que as Cooperativas de Crédito não seguem as regras anteriormente citadas, pois essas são fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, pois mesmo os relatórios sendo aprovados pela Assembleia Ordinária, em ambos os casos, não isenta a responsabilidade dos gestores sobre: erro, fraude, simulação ou infrações estatutárias.
Pelo ângulo da participação na gestão, a participação do cooperado é fundamental que o mesmo tenha incorporadoa ação participativa, comparecendo às assembleias e deliberando com seus pares a virtude da educação cooperativa e vigilante aos princípios e valores que são o baluarte da organização.
Agora que já conhecemos mais da parte legal, doutrinária e de gestão das cooperativas, vamos à parte inicial tributária. As ações das cooperativas são classificadas em atos cooperativos e não cooperativos. 
A Lei 5.764/71 define:
· Ato cooperativo como atos praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais.
· Ato não cooperativo está́ explícito no artigo 86 da mesma lei, na ocasião em as cooperativas fornecem bens e serviços a não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e esteja de acordo com a lei.
O legislador também previu que o ato cooperativo não implica operação de mercado ou contrato de compra e venda de produto ou mercadoria, logo, verifica-se como consequência do resultado das operações com terceiros não associados a oferta deste ao regime de tributação de acordo com o Artigo 111 da Lei 5.764/71.
 
Fique de olho!
Cabe destacar aqui que essa matéria não está pacificada dentro da Receita Federal e existem diversas teses que buscam reconsiderar a questão do ato cooperativo.
As empresas cooperativas, assim como qualquer outro segmento de empresa, oferecem aos Órgãos Fazendários tributos de toda ordem, diga-se assim, que nenhuma organização está totalmente imune ao recolhimento do tributo, haja vista que o tributo se compõe por: impostos, taxas e contribuições.
Como já falamos no presente capítulo, existem cooperativas para diversos nichos de mercado, logo, é natural que a parte tributária esteja diretamente ligada a esses nichos. Podemos citar uma diversidade de tributos e taxas pagos pelos serviços de comercialização que aqui estão somados e avaliados na proporção paga pelo cooperado à cooperativa, no caso de uma cooperativa agrícola, por exemplo 7% para aves, 11% para ovos, 15% para frutas e 16,5% para verduras, sempre incluindo a parcela para o FUNRURAL. Nessas proporções estão embutidas também taxas de 1,1% e 1,5% sobre o valor da produção para a elevação do capital da cooperativa. Sobre o capital, o cooperado só usufrui os juros de 8% ao ano e só pode retirá-lo em caso de morte ou de desligamento da sociedade cooperativa.
Seguindo ainda as citações de Loureiro (1981, p. 147-148), ela menciona mais algumas taxas que devem ser recolhidas em situações distintas ao cooperado agrícola, como:
Para o caso de um cooperado desejar levantar financiamento na cooperativa de crédito, haverá de associar-se a ela, pois trata de organização diversa da anterior, cabendo-lhe recolher novas quotas-partes para a formação do capital e também taxas de serviços e tributos da cooperativa rateados entre os cooperados.
Na relação de trabalho, a Lei 5.764/71 estabelece como regra geral para todas as cooperativas a não existência de vínculo empregatício entre elas e seus associados. Mais tarde, em 1994, por meio da Lei 8.949/94, tal regra legal foi incorporada na Consolidação das leis do Trabalho – CLT, adequado tratamento tributário ao ato cooperativo dos trabalhadores cooperados que referese a não incidência de encargos sociais referente aos serviços prestados pelos cooperados, tais como INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), os demais direitos trabalhistas como férias, 13º salário, repouso semanal remunerado e outros se aplicam normalmente.
Nota-se, assim, que fica afastada a incidência de encargos sociais trabalhistas sobre serviços prestados por cooperados à cooperativa. 
No entanto, há que se atentar para a prestação de serviço FIM e MEIO, que podem ser definidas como:
· Negócio Fim: as operações e serviços realizadas entre a cooperativa e seus cooperados;
· Negócio Meio: caracteriza-se na realização de serviços com pessoas prestadoras de serviços fora do quadro de cooperados.
Podemos resumir o conceito da seguinte forma: o resultado das operações praticadas com terceiros são levados à tributação como renda tributável, incidindo todos os tributos inerentes, tais como PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para Financiamento Nacional para Seguridade Social), IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) CSSL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e ICMS (Imposto sobre Circu- lação de Mercadoria e Serviços de Transportes), quando for o caso, inclusive ISS (Imposto Sobre Serviço).
Pode-se dizer que os serviços característicos de ato cooperativo estão em prol dos associados e não incide tributação, ou seja, serviços executados por cooperados.
Quanto ao financiamento da cooperativa, a Lei 5.764/71 deixa claro que as despesas das sociedades serão cobertas pelos associados mediante rateio na proporção direta da fruição de serviço. Na sequência, apresentam-se alguns exemplos de transações realizadas pelas cooperativas, em que incide a tributação.
 Venda do Ativo Permanente é uma transação a qual gera uma receita, sendo que a mesma não está ligada diretamente com o objetivo principal da cooperativa.
 Prestação de serviços a terceiros são aqueles pelos quais a sociedade venha a utilizar as atividades de pessoas físicas ou jurídicas que atuem dentro do mesmo objeto social dos cooperados, alheios aos quadros dos sócios, para cumprimento dos contratos com os usuários. Na ocasião do pagamento desse serviço, proporciona-se a receita e esta é levada à tributação.
 Aplicação Financeira, as operações que se referem às Aplicações Financeiras merecem uma análise mais profunda. Todo o montante dos rendimentos auferidos pela aplicação deve ser levado à tributação. A aplicação Financeira em nome da cooperativa caracteriza-se como renda tributável, exceto se o investimento for igual ou inferior a 5% (cinco por cento) do faturamento por ela auferido no exercício, no entanto, a parcela excedente deve ser oferecida à tributação, pois esse investimento assegura a proteção do patrimônio dos associados.
Esses exemplos são apenas uma amostragem da vasta oferta de produtos que as cooperativas podem oferecer a terceiros e o vasto espaço de relações de serviço que pode estabelecer com agentes não cooperados. Então, após as abordagens da caracterização e tipos de tributos que incidem sobre os atos não cooperativos, acredita-se que fica o leitor instigado a buscar leituras adjacentes que complementem o conhecimento sobre os atos cooperativos e não cooperativos.
https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000219GS001/t005	1/23
https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000219GS001/t005	1/23

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