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Tema 3 - Cultura peciária, conceitos iniciais e critério contábeis

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08/09/2022 21:16	T003
 
08/09/2022 21:16	T003
 
CULTURA PECUÁRIA,
CONCEITOS INICIAIS E CRITÉRIO CONTÁBEIS
Prof. Jucelaine Bitarello 
Atualizado por Prof. Gabriela de Bem Fonseca
Nesta unidade temática, você vai aprender
Quais os métodos de custos para a pecuária;
Os impactos das superveniências e insubsistências;
Pontos-chave para as Demonstrações Contábeis da atividade pecuária.
Introdução
A contabilidade rural remete ao pensamento da produção a partir do que é gerado e produzido no solo, porém não deve ser esse o único, mas sim o ponto de partida para conceber a dimensão das atividades distintas. Por exemplo: biodiesel, biomassa, etanol (fontes de energia), hidroponia (cultivo na água) etc.
A pecuária bovina de corte possui grande significância dentro do ambiente socioeconômico brasileiro. É uma atividade desenvolvida na quase totalidade dos municípios brasileiros como uma ampla variedade de raças, sistemas de produção, índices de produtividade, condições sanitárias e sistemas de comercialização, de acordo com as peculiaridades e exigências de cada região e do mercado que se destina.
Neste capitulo, veremos como são avaliados os estoques de acordo com o tipo de rebanho e, inclusive, os métodos de custos aplicados ao setor pecuário, em que o custo de comercialização é a essência da informação contábil para auxiliar na informação sobre o rebanho, superveniências e insubsistências ativas.
Bons estudos!
Cultura Pecuária, conceitos iniciais e Critérios Contábeis
Podemos definir pecuária como a arte de criar e tratar o gado. Há dois tipos de produção: extensiva (gado criado solto, sem alimentação suplementar, ocupando grande área territorial com um baixo rendimento) e a intensiva (quando o gado é criado confinado, com alimentação à base de suplemento, aumentando o seu ganho de peso, sua rentabilidade buscando um aprimoramento técnico e também suprindo períodos de secas).
Percebemos que estamos tratando com outros seres vivos e, para isso, precisamos deixar claro algumas fases na pecuária: cria, recria e engorda, sendo que em algumas propriedades há o desenvolvimento de ambas ao mesmo tempo, combinando os fatores produtivos, utilizando-se da mescla dos sistemas para obter maior rentabilidade.
 
Na cria, a atividade básica é a produção de bezerros, que só serão vendidos após o desmame. Na recria, a atividade básica é a partir do bezerro adquirido, a produção e a venda do novilho magro para a engorda. Na engorda, a atividade básica é, a partir do novilho magro adquirido, a produção e a venda do novilho.
Controlar um rebanho é um ponto sempre muito sensível na contabilidade pecuária em relação aos estoques. A contabilidade pecuária tem dois métodos de avaliação: um é pela avaliação do rebanho pelo custo histórico e o outro é pela avaliação ao preço de mercado.
 Avaliação do rebanho ao custo histórico: é o método em que os ativos são incorporados à entidade pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção. O valor de custo é reconhecido quando a contabilidade tiver condições de evidenciá-lo e assemelhasse ao tratamento dado à indústria. Quando da venda, baixa-se no Estoque (Ativo circulante) e debita-se o “Custo do Rebanho Vendido”.
 Avaliação pelo preço de mercado: o valor é o preço corrente de mercado (RIR/1999, art297). O método a valor de mercado considera o preço do plantel que normalmente é maior que o custo, reconhecendo-se um ganho econômico periodicamente (normalmente uma vez por ano) em virtude do crescimento natural do rebanho (Superveniência ativa). Dessa forma, o gado fica destacado na conta Estoque pelo seu valor de mercado (e não pelo custo) e no resultado é reconhecido o ganho econômico do período, ou seja, a diferença a maior do valor de mercado atual sobre o valor do período anterior Denomina-se “ganho econômico” uma vez que não houve entrada de dinheiro, mas valorização do plantel.
Os rebanhos na atividade pecuária podem ter características de diferentes tipos de animais. Por exemplo: bovinos, equinos, ovinos, bubalinos etc. Dentre esses tipos, existe ainda a diferenciação por raças. Por exemplo: bovinos – charolês, zebu, holandês, mestiço etc.; equinos: crioulo, marchador, sangue inglês etc.
Para a contabilidade, é aspecto interessante o sistema de produção, pois nele são observados e registrados os custos do sistema adotado pelo negócio da atividade pecuária. Assim, destacam-se dois sistemas: o primeiro é o sistema de produção extensivo, no qual o animal é produzido em grandes extensões de terras, sem suplemento alimentar e outros cuidados e o ambiente é na pastagem natural; o segundo é o sistema de produção intensivo, em que a quantidade de terra é menor e as pastagens normalmente não são nativas e há investimento maior na produção das pastagens, bem como nos custos veterinários e alimentação suplementar e/ou complementar como forragem, ração, sal etc.
Vamos nos aprofundar mais no segundo sistema, o sistema de produção intensivo, pois esse requer maior investimento e também maior acompanhamento para controle e registro dos custos do rebanho. Dessa forma, pode também ser dividido em dois sistemas de produção: o primeiro é o de produção intensivo a pasto, em que há o investimento no plantio e manutenção de pasto (capim de melhor qualidade) e complemento com mineralização (sal); o segundo é o sistema de produção intensivo em confinamento, em que o gado é criado confinado em pequenos espaços para promover sua engorda. A alimentação é a ração.
A classificação de rebanhos, especificamente o gado bovino, é dividida por categorias no estoque e imobilizado, haja vista que o objetivo central do estudo é compreender a contabilidade aplicada nas áreas específicas. Assim sendo, a classificação correta é fundamental para a informação contábil.
No caso do gado para corte e para reprodução, é comum que produtores rurais destinem parte do rebanho em formação para reprodução (ativo-estoque). É feita a seleção de acordo com a qualidade dos animais. Depois da seleção vai para o Ativo Imobilizado se o animal for classificado como propenso reprodutor ou matriz.
 
O gado que será comercializado, como bezerro, novilho magro ou novilho gordo, deverá ser classificado no estoque. O gado destinado à procriação ou ao trabalho, que não será vendido (no momento não há intenção de vender o gado, embora no futuro venha a ser vendido) reprodutor-touro ou matriz-vaca, será classificado no ativo permanente imobilizado.
O ciclo operacional na pecuária também é segregado em curto e longo prazo na pecuária e estão intimamente ligados aos períodos do plantel (período que decorre do nascimento do bezerro até a venda e o respectivo recebimento do dinheiro) que costuma durar por volta de três a quatro anos. O estoque e também as obrigações constantes dentro do prazo de um ciclo operacional enquadraram-se no circulante, respectivamente do ativo e passivo.
Os conceitos centrais da estrutura das demonstrações financeiras se aplicam integralmente na contabilidade pecuária. No entanto, cabe destacar que no Balanço Patrimonial na atividade pecuária, os grupos de contas mais relevantes concentram-se nos ESTOQUES e no IMOBILIZADO. Não se pode desprezar que a conta do INTANGÍVEL é um destaque crescente no atual momento que passa a pecuária brasileira, em que a genética animal está em destaque para os negócios internacionais no quesito “carne bovina”.
Já na Demonstração de Resultado do Exercício, faz-se necessário atentar às superveniências e insubsistências ativas. As superveniências representam ganhos do rebanho em relação ao ativo da empresa pelo nascimento de animais e que são reconhecidos no Ativo Circulante (Débito) e no Resultado (Crédito). As insubsistências representam reduções do ativo da empresa, causados por perdas, fatos anormais, fortuitos e imprevistos.
Custeio Pecuária 
A adoção do método de acumulação de custo é o aspecto norteador para os estudos da contabilidade rural.
Em relação ao método de custo, o custo histórico como base de valor pode ser definido como o método que considera paraefeito de registro os valores de aquisição ou os valores relativos ao custo de produção dos ativos a serem incorporados à entidade. Lembrando que para a atividade pecuária há um aspecto relevante a ser considerado: por vezes, o “valor histórico não se aplica e sim se considera o valor de mercado. Assim, pode-se verificar nitidamente que o estoque de animais muda de valor de acordo com seu crescimento natural.
Quanto à técnica utilizada para a avaliação dos custos da pecuária, todos os custos acumulados no período são divididos pelo número de animais que compõem o rebanho (estoque + permanente), o que resulta no custo médio por cabeça”. Dessa forma, os animais que estão no estoque receberão seu custo, o qual será baixado no momento da venda; e os animais que estão no permanente não recebem os custos, os quais serão atribuídos aos bezerros nascidos e aos que estão por nascer.
Para o método de controle de estoque, o recomendado é o sistema Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai – PEPS. Essa lógica está na cronologia etária dos animais, em que os mais
 
velhos são os primeiros a saírem do estoque por ocasião da venda para outros confinamentos ou abate.
A fonte de custo unitário por animal é a partir dos seguintes itens:
 Reprodutor – soma-se à depreciação do reprodutor no período de sua manutenção para gerar o bezerro. Dividindo esse custo pelo número de crias que se pretende obter no período, ter-se-á a parcela do custo do reprodutor atribuído a cada bezerro.
 Matriz – sua depreciação no período mais sua manutenção (gestão e lactação) será atribuída ao bezerro.
 Custo com a manutenção do bezerro – compreende os custos no período de lactação até que se atinja o peso desejado para a venda. Multiplica-se o número de dias do período pelo custo diário de manutenção do animal em estoque, adicionando outros custos.
É relevante, para melhor entendimento e contabilização dos termos da contabilidade pecuária, que se busque a compreensão das diferenciações de Produto Agrícola e Ativo Biológico. Conforme o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis, assim temos:
 Produto Agrícola: é o produto colhido, obtido a partir de um ativo biológico de uma entidade.
 Ativo Biológico: são os animais e/ou plantas vivos, que originam os produtos agrícolas. A transformação abrange o processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que causa modificação qualitativa e quantitativa no ativo biológico.
Verificando o CPC 29, é claro e compreensível que a contabilização se dá pelo reconhecimento inicial dos custos e das despesas do ativo biológico se suas variações no decorrer do desenvolvimento são o valor justo, em que as receitas ou despesas são apresentadas na demonstração do resultado do período.
Superveniências e insubsistências – perdas naturais ou acidentais
Essas modificações podem ser motivadas por acontecimentos imprevisíveis, que por vezes estão fora do alcance da administração do negócio. Como o foco está na atividade agrícola e pecuária, é relevante que se tenha presente os conhecimentos adquiridos em outras disciplinas da contabilidade, a citar: de um lado, há eventos que ocorrem de forma voluntária e/ou involuntária que afetam o patrimônio; de outro, a contabilidade como ciência tem a capacidade de interpretar os fatos como eventos possíveis de serem qualificados e quantificados para o registro contábil.
Pode-se mencionar que a aquisição de equipamento em propriedade rural é um fato contábil voluntário, ao passo que a morte de algum animal ou alguma plantação pode ser considerado um fato contábil involuntário. No entanto, ambos afetam o patrimônio da empresa, que por vezes não estão avalizados pela administração. Assim, todo e qualquer fato é passível de reconhecimento e registro na contabilidade rural.
Diante dessa contextualização, podemos citar como exemplo crias nascidas durante o exercício social de uma empresa rural devem ser escrituradas como superveniências ou insubsistências ativas, da seguinte forma:
Superveniências ativas – a cria nascida deverá ser debitada à conta do Ativo a que se destina e creditada a Superveniências Ativas pelo preço real de custo ou pelo preço corrente de mercado, devendo ser computado no resultado do mês ou semestre para determinação do lucro real.
Insubsistências ativas – o gado que perecer deverá ser creditado à conta do Ativo em que se achavam registrado e debitadas as Insubsistências Ativas pelo preço real de custo ou pelo preço corrente de mercado, podendo ser deduzido do resultado do mês ou semestre para determinação do lucro real.
Em relação às Insubsistências ativas, registram-se os fatos: naturais – a cria que foi abortada, gerada morta, bezerro natimorto; acidentais – a matriz prenha sofreu acidente, em que pode morrer a matriz, perder a prenhes, gerar uma cria defeituoso e necessário o seu sacrifício.
Assim, verificando o conceito vamos ilustrar a contabilização desses fatos:
1. Superveniência Ativa pelo nascimento da cria:
D – Estoque: Valor de custo ou preço de mercado C – Superveniências Ativas: Variação Patrimonial Líquida
2. Pela apuração do resultado:
D – Custo do Rebanho no período: Apuração do resultado
C – Receita Econômica: Ganho econômico
3. Insubsistência Ativa pelo perecimento da cria:
D – Insubsistências Ativas: Variação Patrimonial Liquida
C – Estoque: Valor de custo ou preço de mercado
4. Pela apuração do resultado:
D – Dedução da Receita econômica: Perda econômica
C – Custo do rebanho no período: Apuração do resultado
A partir das considerações e registros exemplificados nos parágrafos anteriores, a Demonstração do Resultado do Exercício pode ser ilustrada da seguinte forma:
Receita Bruta
Receita do gado bovino
Variação Patrimonial Líquida Superveniências ativas
(-) Insubsistências ativas
https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000219GS001/t003	1/16
https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000219GS001/t003	1/16

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