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CENTRO UNIVERSITÁRIO REDENTOR MEDICINA Bruno Côrte Real Guimarães - 1904019 Bruno Faria de Paula - 1804599 Caio Wagner Togneri Salles Amaral - 2000724 Daniel Balmant Anacleto - 2001982 Guilherme Rodrigues Pacheco - 2004056 Haphyner Valory Ribeiro - 1904262 João Pedro Botelho Chagas - 2001849 João Vitor Braga Rocha - 2001957 Leonardo Rios Sanches - 2000730 Matheus Gropo Celebrini - 2000706 Renato Bittencourt Pacheco - 2001784 Romário Lima Fernandes - 1904264 SEMINÁRIO SOBRE ONCOLOGIA - CÂNCER DE MAMA PROFº KAMILA MULLER Itaperuna - RJ 2022 CENTRO UNIVERSITÁRIO REDENTOR MEDICINA SEMINÁRIO SOBRE ONCOLOGIA - CÂNCER DE MAMA PROFº KAMILA MULLER Trabalho Acadêmico apresentado ao curso de Medicina da UniRedentor, como requisito de avaliação para obtenção parcial de nota na disciplina de Saúde Coletiva, sob orientação da professora Kamila Muller. Itaperuna - RJ 2022 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO —------------------------------------------------------------------------- 3 2. DESENVOLVIMENTO —--------------------------------------------------------------- 5 2.1. MAMOGRAFIA —------------------------------------------------------------------ 6 2.2. ALTERAÇÕES GENÉTICAS QUE PREDISPÕEM O CÂNCER DE MAMA —------------------------------------------------------------------------------------8 2.3. DISPARIDADE ENTRE OS SEXOS —--------------------------------------- 9 3. CONCLUSÃO —------------------------------------------------------------------------ 10 4. REFERÊNCIAS —---------------------------------------------------------------------- 12 2 1. INTRODUÇÃO Define-se a oncologia como um ramo da ciência médica que lida com tumores e com câncer. Dessa forma, tem-se na formação da palavra “Oncologia” duas acepções, a palavra grega "onkos" (onco) que tem como significado massa, volume, tumor e no termo "logia” que significa estudo, portanto oncologia é o estudo dos tumores. Ainda nesse contexto, dentro da oncologia encontra-se a atividade responsável por tratar o câncer, e o tratamento é bem diferente de outros, uma vez que é requerido uma equipe multidisciplinar, em decorrência da possibilidade de desencadear o surgimento de outras doenças no paciente que se encontra imunodeprimido e frágil pelos diversos efeitos colaterais causados pelas medicações utilizadas. O câncer está entre as principais causa de mortalidade no mundo, nos pacientes com idade inferior à 70 anos, e esse dado independe do índice de desenvolvimento humano (IDH), sendo assim se tornando um problema de saúde pública, o que deu início às ações em saúde voltadas exclusivamente para o câncer, entre elas podemos destacar o Novembro Azul dedicado principalmente à prevenção do câncer de próstata e o Outubro Rosa dedicado principalmente a prevenção do câncer de mama. Assim, nas últimas décadas, percebe-se um significativo aumento da incidência do câncer de mama e, consequentemente, da morbimortalidade associada à essa doença. De acordo com estudos, o câncer de mama é resultado da interação de fatores genéticos com estilo de vida, hábitos reprodutivos e meio ambiente. Todos os cânceres de mama têm origem genética. Acredita-se ainda que cerca de 90% a 95% deles sejam esporádicos (não-familiares) e decorram de mutações somáticas que se verificam durante a vida, e que de 5% a 10% sejam hereditários (familiares) decorrente de uma herança de uma mutação germinativa no momento do nascimento, que confere a estas mulheres suscetibilidade ao câncer de mama. 3 No câncer de mama, a detecção rápida torna o prognóstico muito melhor, pois assim é possível dar início à um tratamento precoce, nos casos onde a doença é diagnosticada em um estágio mais avançado, o tratamento se torna menos eficiente pois pode ser que haja uma maior possibilidade de resistência ao tratamento, com isso aumentando o risco de morte. De acordo com dados disponibilizados em 2020, pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) as neoplasias mamárias estimadas foram de 66.280 novos casos, sendo 29,7% do total de cânceres nesta população. Além disso, cita-se alguns fatores de risco para o câncer de mama que incluem: ● fatores de risco muito elevado: Mãe ou irmã com câncer de mama na pré-menopausa, antecedente de hiperplasia epitelial atípica ou neoplasia lobular in situ e suscetibilidade genética comprovada (mutação de BRCA1-2). ● fatores de risco medianamente elevado: Mãe ou irmã com câncer de mama na pós-menopausa, nuliparidade, antecedente de hiperplasia epitelial sem atipia ou macrocistos apócrinos). ● fatores de risco pouco elevados: Menarca precoce (≤ 12 anos), menopausa tardia (≥ 55 anos), primeira gestação de termo depois de 34 anos, obesidade, dieta gordurosa, sedentarismo, terapia de reposição hormonal por mais de 5 anos e ingestão alcoólica excessiva). METODOLOGIA: Iniciando a abordagem da metodologia pelo tipo de estudo o presente artigo é caracterizado por tratar de um estudo descritivo com o caráter ecológico. Além disso, a metodologia deste artigo apresentará a abordagem quantitativa dos dados coletados sobre o câncer de mama no Brasil. Esses dados foram apurados a partir dos acessos ao site público DATASUS. Dessa maneira se torna prescindível a aprovação por parte do Comitê de Ética. Assim como citado acima, a coleta dos dados epidemiológicos foi feita a partir do acesso ao DATASUS pelo site do Departamento de Informática do SUS e enriquecido pelos dados do site do INCA. A pesquisa foi separada em macrorregiões do país, onde também se baseou no 4 período de 2009 a 2018. Além disso, foi utilizado a mortalidade por região e por faixa etária como variáveis abordadas sobre o tema. A respeito da análise de dados, foi incentivado o caráter descritivo ao decorrer do artigo com o objetivo de apresentar as taxas de incidências nas regiões através de tabelas e gráficos. 2. DESENVOLVIMENTO O maior desafio para o tratamento do câncer de mama é o diagnóstico precoce da doença, sendo assim torna-se necessário a utilização de políticas públicas para realizarem campanhas de prevenção e de conscientização das mulheres a fim de que elas possam estar cientes de como as mulheres mesmo podem estar fazendo um auto exame. Desta forma, é importante o papel desempenhado pela “Campanha Outubro Rosa” na conscientização da população através da positiva participação da mídia brasileira nessa difícil missão. Com o decorrer do estudo foi possível observar que em diferentes regiões há diferenças nelas, onde há maior destaque para as regiões Sul e Sudeste do país, onde apresentam o maior número de casos, mas não o maior número de mortes, fato esse que colabora para a hipótese de que nessas regiões há melhor assistência à saúde se comparar com as demais regiões. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos. Para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. As maiores taxas de incidência esperadas foram na Austrália e Nova Zelândia, nos países do Norte da Europa e na Europa Ocidental. Independentemente da condição socioeconômica do país, a incidência desse câncer se coloca entre as primeiras posições das neoplasias malignas femininas. Vale ressaltar a importância de uma equipe multidisciplinar para o tratamento do câncer de mama buscando o tratamento integral da paciente. Ademais, as modalidades terapêuticas incluem: a intervenção cirúrgica e radioterapia para 5 tratamento loco-regional e a quimioterapia e hormonioterapia para tratamento sistêmico. Figura 1: Inca/G1. Casos de câncer de mama no Brasil são mais numerosos no Centro-Sul. 2.1 - MAMOGRAFIA As imagens de uma mamografia são realizadas com a ajuda de um aparelho chamado mamógrafo, processo em que o mesmo acaba aplicando pequenas porções de raios-X para obter as imagens das mamas. Dessa forma, esse exame consegue identificar microcalcificações existentes, assimetrias, nodulações ououtras lesões nas mamas, que não seriam identificados exclusivamente pelo método da palpação. Orienta-se a realização de tal exame em mulheres que estejam na faixa etária entre 50 a 69 anos bienalmente, porém uma mulheres que possuam algum parente de primeiro grau (mãe, filha ou irmã) com histórico de câncer de mama antes dos cinquenta anos, há indicação para que essas realizem o exame 10 anos antes do caso mais precoce em que a parente teve a doença. 6 Figura 2: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSyGnuhC5sks-r8qa7tS_DhEQZ09 EMj7QI-NA&usqp=CAU Um dos resultados de tal exame ocorre por um sistema de classificação BI-RADS onde ele padroniza os laudos e categoriza cada tipo de exame. Sendo ela: sendo 0 para imagens inconclusivas e 6 para certeza de risco de malignidade. O que significa o resultado BI-RADS é um padrão mundial para leitura dos laudos das mamografias. Ele se utiliza de representação numérica: sendo 0 um exame considerado inconclusivo, onde faz-se necessário associar a outros exames, 1 indica um exame normal (manter rotina anual), 2 ocorrência de alguma alteração benigna (manter rotina anual), 3 provavelmente alteração benigna (mamografia em 6 meses), 4 ocorrência de alteração suspeita já é indicado biópsia, 5 a alteração é muito suspeita (biópsia) e 6 lesão maligna - usado para pacientes que já sabem o diagnóstico (avalia-se tratamento pré-operatório). Algumas vezes, o ginecologista solicitante poderá, se achar necessário, indicar a paciente ao oncologista ou mastologista se julgar necessário. De forma eventual, exames complementares podem ser solicitados (como a ressonância das mamas e ultrassonografia). 7 Categoria Interpretação Risco de Malignidade Recomendação 0 Avaliação incompleta Não é possível determinar Requer avaliação adicional 1 Exame negativo (normal) 0% A orientação é seguir o rastreamento de rotina 2 Achado benigno 0% A orientação é seguir o rastreamento de rotina 3 Achado provavelmente benigno ≤ 2% Requer um controle evolutivo da lesão 4 Achado suspeito 2 a 95% Realizar estudo histopatológico 5 Achado altamente sugestivo de malignidade ≥95% Realizar estudo histopatológico 6 Malignidade comprovada por biópsia 100% A orientação é seguir o tratamento específico Figura 3: Tabela da classificação BI-RADS. 2.2 - ALTERAÇÕES GENÉTICAS QUE PREDISPÕEM O CÂNCER DE MAMA Conforme é estudado sobre o câncer de mama, mais é destacada a importância da herança genética ou o fato de como ter genes susceptíveis é representada como causa primária em aproximadamente 12% dos cânceres de mama. A probabilidade aumenta de acordo com o número de parentes de primeiro grau (mãe e irmãs) afetadas. Logo, o histórico de câncer familiar das pacientes se mostra de extrema relevância para o rastreio. Essas mutações estão relacionadas, na sua maior parte, aos genes BRCA1 e BRCA2. (Robbins & Cotran, 2010). Ademais, o desenvolvimento do câncer varia de acordo com o BRCA afetado. Em casos de alteração em BRCA1 tem-se o aumento da penetrância do câncer, além da ligação com o controle da resposta celular, associado à puberdade e à 8 gestação, que promove mudanças nos níveis de estrogênio e, consequentemente, induz instabilidade genética. Já nas mutações do BRCA2 nota-se uma maior diversificação nos tumores secundários, que sofrem metástase e atingem outros órgãos do sistema digestório, como o pâncreas, estômago, vesícula biliar, etc (CASTRALLI & BAYER, 2019). Figura 4: Alterações frequentes que surgem em tumores mamários e ovarianos de pacientes portadores de mutações germinativas em BRCA1 e BRCA2. 2.3. DISPARIDADE ENTRE OS SEXOS Diferente da crença popular o câncer de mama não ocorre apenas em mulher, mais tem sim uma maior incidência em mulheres, de um ponto de vista biológico isso ocorre porque as mulheres ao longo da vida têm maior atividade na região afetada, nela ocorre ação de hormônios durante o crescimento, quando se tem uma filho também temos ação de hormônios estimulando a produção de leite, enquanto os homens não passam por metade dessas transformações o que reduz o risco do desenvolvimento do câncer porém ainda existem outros fatores que influenciam o surgimento como genéticos, ambientais e imunológicos. Estima-se que 1% dos casos de câncer de mama sejam em homens. 9 Figura 5: Tabela da incidência de caso de câncer separado por sexo na Região Sudeste do Brasil. Esta tabela apresenta as taxas brutas e ajustadas da incidência de neoplasias malignas a cada 100 mil habitantes e o número de novos casos de cânceres, segundo sexo e localização primária na região sudeste no ano de 2020. 3. CONCLUSÃO O câncer de mama é o tipo que mais atinge as mulheres em todo o mundo, tanto em países subdesenvolvidos, quanto em países desenvolvidos. Em 2020, a estimativa é de aproximadamente 2,3 milhões de novos casos em todo o mundo, representando aproximadamente 24,5% de todos os tipos de tumores diagnosticados em mulheres. As taxas de incidência oscilam entre as diferentes regiões do planeta, sendo que, em países desenvolvidos, essa taxa tende a ser maior. 10 O Brasil, apresenta uma estimativa de 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com uma taxa de risco aproximada de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Por fim, conclui-se que o número de mortes de mulheres com câncer de mama no período entre 2009 e 2018 foi de mais de 144.000. Outras pesquisas mais recentes indicam que durante o período de 2020 tivemos 17.825 mortes devido ao câncer de mama e atualmente em 2022 tivemos a incidência de aproximadamente 66.280 novos casos de câncer de mama. O controle da mortalidade foi dividido por estados onde a região sul lidera em número de mortes, seguido por região centro-oeste, acompanhado por região sudeste, após a região nordeste e por último a com a menor taxa de mortalidade no período acima descrito é a região norte. Quando entramos no comparativo para a mortalidade do câncer de mama por 100.000 mulheres, a região sudeste apresenta maior percentual e por último temos a região norte. Logo, os mais diversos estudos indicam uma pior qualidade de vida das mulheres submetidas à mastectomia em relação àquelas submetidas a cirurgias conservadoras da mama. Além disso, mulheres mais velhas tendem a sentir menos o impacto da doença quando comparadas com mulheres mais jovens. Mulheres submetidas à terapia sistêmica (como quimioterapia) normalmente apresentam pior escore de qualidade de vida global, saúde geral, função física e social. Dessa forma, durante a busca pela melhoria na qualidade da assistência a mulheres com câncer da mama, esses indicadores de qualidade de vida são capazes de auxiliar na prática clínica, ajudam a traçar estratégias de intervenção terapêutica, avaliar as chances de risco e sucesso da recuperação pós-cirúrgica e no tratamento oncológico, além de criar parâmetros para definição de ações no sentido de promoção de saúde individual ou coletiva. 11 4. REFERÊNCIAS CASTRALLI, Heloísa Augusta; BAYER, Valéria Maria Limberger. Câncer de mama com etiologia genética de mutação em BRCA1 e BRCA2: uma síntese da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 3, p. 2215-2224, 2019. CESAR, Lindcy Maticolli et al. Câncer de mama e próstata no Brasil: análise epidemiológica/Breast cancer and prostate in Brazil: epidemiological analysis. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, p. 1 of 5-1 of 5, 2021. Estimativa/2020 Incidência de Câncer no Brasil, pág.82 Macedo, Gabriel S., Alemar, Barbara and Ashton-Prolla, PatriciaReviewing the characteristics of BRCA and PALB2-related cancers in the precision medicine era. Genetics and Molecular Biology [online]. 2019, v. 42, n. 1 suppl 1 [Accessed 15 October 2022] , pp. 215-231. Ministério da Saúde INCA, Câncer de mama: como falar sobre isso?, 7ªedição 27/09/2022 Robbins e Cotran, Bases patológicas das doenças / Vinay Kumar... [et al.] ; [tradução de Patrícia DiasFernandes... et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2010. 12
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