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Doenças do Trato Respiratório na Infância

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INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA: 
 Diagnóstico sindrômico: dificuldade para respirar, dor de ouvido, 
coriza, dor de garganta... 
 Qual altura do trato respiratório acometido? Buscar sinais chave! 
- Estridor = obstrução das vias de condução extrapleurais 
(principalmente laringe) 
- Taquipneia = doença nas vias aéreas inferiores 
 -- Até 2 meses: > 60 irpm (60 dias/60 irpm) 
 -- 2-12 meses: > 50 irpm 
 -- 1-5 anos: > 40 irpm 
 -- 5-8 anos: > 30 irpm 
 -- > 8 anos: > 20 irpm 
- Sem taquipneia e sem estridor = infecção das vias aéreas superiores 
- Com estridor e FR variável = doenças periglóticas 
- Com taquipneia, sem estridor = pneumonia 
IVAS: 
Resfriado Comum (Rinossinusite/Rinofaringite): 
Etiologia: 
- RINOVÍRUS (50%) 
- CORONAVÍRUS 
- Parainfluenza, influenza, VSR (agentes tipicamente relacionados a 
outras doenças: parainfluenza = laringite viral aguda; VSR = bronquiolite 
viral aguda; influenza = gripe) 
Quadro clínico: 
- Obstrução nasal e coriza (pode ficar amarelada no 3º-4º dia) 
- Pode haver roncos na ausculta pulmonar 
- Tosse predominantemente noturna (30%) 
- Hiperemia de mucosas 
- Febre (pode ser alta) 
Tratamento: 
- Antipiréticos, se febre (NÃO PODE AAS: se possibilidade de infecção 
por varicela zoster ou influenza, existe o risco de síndrome de Reye = 
insuficiência hepática + encefalopatia). Quais? Dipirona, paracetamol ou 
ibuprofeno em doses baixas (único AINE que pode usar nesse caso) 
- Soro nasal + Aumento na ingestão de líquidos 
- Não usar: mucolíticos, antitussígenos, descongestionante (não 
prescrever para menores de 6 anos, pois não há benefício e há risco de 
efeito colateral) 
Complicações: 
- OMA e sinusite bacteriana aguda 
Otite Média Aguda (OMA) 
Conceitos: 
- Inflamação da orelha média (complicação mais comum do resfriado) 
- Mais comum em < 2 anos: tuba auditiva mais curta e horizontalizada 
Quadro clínico: 
- DOR (queixa específica/irritabilidade) ± OTORREIA geralmente 
precedida por PRODROMOS CATARRAIS (resfriado prévio) 
Confirmação: 
 Otoscopia 
- Normal: transparente/brilhante/côncava/móvel 
- OMA: hiperemiada/opaca/abaulada/otorreia 
Obs: se otorreia (excluída otite externa) ou MT abaulada = OMA! 
Etiologia: 
- PNEUMOCOCO > H. INFLUENZAE NÃO TIPÁVEL > M. CATARRHALIS 
Tratamento: 
- Analgésicos e antipiréticos (dipirona, paracetamol, ibuprofeno dose baixa) 
Quando fazer antibiótico? 
 -- Se < 6 MESES (entre 6m e 2 anos: somente se BILATERAL) 
 -- Com OTORREIA 
 -- Quadro grave (DOR MODERADA-GRAVE; FEBRE > 39ºC; DOR > 48H) 
 -- Nos demais casos, é POSSÍVEL observar! 
 
 
Qual ATB? AMOXICILINA 45MG/KG/DIA 10 DIAS 
- Se Pneumococo (resistência intermediária/alteração da afinidade PBP): 
80-90mg/kg/dia (fazer se menor de 2 anos/creche/uso recente de ATB 
- Se H. influenzae ou M. catarrhalis (beta-lactamase): associar clavulanato 
(fazer se falha terapêutica) 
- Se otite + conjuntivite = hemófilo: fazer amoxicilina-clavulanato direto! 
Complicações: 
Perfuração Timpânica 
- Ocorre CICATRIZAÇÃO ESPONTÂNEA após algumas semanas 
- Se permanecer por 3 meses, avaliar intervenção cirúrgica com especialista 
Efusão Persistente ou OM Serosa 
- SEM INFLAMAÇÃO EXUBERANTE/pode acontecer antes ou depois de uma 
OMA/inflamação se resolve, mas AINDA FICA LÍQUIDO/NÍVEL HIDROAÉREO 
- A conduta é ACOMPANHAR (regride ESPONTANEAMENTE em 3 meses (se 
permanecer, avaliação com otorrino = colocação do ‘tubo de ventilação’) 
Mastoidite Aguda 
- PERIOSTITE + DESAPARECIMENTO DO SULCO RETROAURICULAR + 
DESLOCAMENTO DO PAVILHÃO 
- Tratamento: INTERNAR + EXAME DE IMAGEM PARA AVALIAR GRAVIDADE 
(TC) + ATB PARENTERAL (ceftriaxone, amox-clav). É um quadro preocupante, 
pois pode evoluir para osteomielite! 
Sinusite Bacteriana Aguda 
Conceitos: 
- Nascimento: etmoidal + rudimento seio maxilar (só fica pneumatizado lá 
pelos 4 anos) 
- Menor de 5 anos: a sinusite é em etmoidal ou maxilar 
- Seio frontal: só lá por volta dos 7 anos e completamente aerado no início da 
adolescência (cefaleia não é comum na infância)! 
Quadro clínico: 
- Quadro arrastado (SINTOMAS > 10 DIAS – TOSSE DIURNA). 
- Quadro grave (> 3 dias de febre > 39ºC – secreção purulenta) 
- Quadro “que piora” (resfriado > melhorou > piorou) 
Diagnóstico: 
- CLÍNICO! 
- NÃO É NECESSÁRIO EXAMES DE IMAGEM EM < 6 ANOS! 
Etiologia 
- Mesmos agentes da OMA (PNEUMOCOCO > H. INFLUENZAE > MORAXELA) 
Tratamento: 
- AMOXICILINA “ATÉ MELHORAR + 7 DIAS” (na prática: 10-14 dias) 
- Solução salina nasal 
Complicações: 
Celulite Orbitária 
- Complicação da sinusite de seio etmoidal que evolui com PROPTOSE + DOR 
À MOVIMENTAÇÃO + EDEMA NA CONJUNTIVA (infecção da órbita e tecidos 
adjacentes). Pode comprometer o nervo óptico. 
- Conduta: INTERNAR + TC + ATB. Drenagem se não resolver. 
Obs: é diferente da Celulite Periorbitária (APENAS A PÁLPEBRA 
ACOMETIDA/ÓRBITA E TECIDOS ADJACENTES NÃO ESTÃO 
ACOMETIDOS/MOBILIDADE PRESERVADA/SEM PROPTOSE) 
Diagnóstico Diferencial: 
Corpo Estranho: rinorreia unilateral/fétida/sanguinolenta 
Rinite Alérgica: prurido e espirros/palidez de mucosa/eosinófilos 
Sífilis Congênita: rinite sifilítica (1º 3 meses/secreção sanguinolenta) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Faringite Bacteriana 
Etiologia: 
- STREPTOCOCOS BETA HEMOLÍTICO DO GRUPO A (S. PYOGENES) 
Quadro clínico: 
- Paciente típico: criança de 5-15 ANOS 
- Quadro de EVOLUÇÃO ABRUPTA (!) NÃO PRECEDIDO POR IVAS 
- Febre alta e DOR DE GARGANTA + NÃO TEM TOSSE (!) 
- Pode ser diagnóstico diferencial de abdome agudo na infância 
(vômitos/dor abdominal) 
- EXSUDATO AMIGDALIANO (viral também pode dar) + HIPEREMIA DE 
PILAR ANTERIOR + PETÉQUIAS NO PALATO (!) 
- ADENOMEGALIA CERVICAL DOLOROSA (geralmente cervical anterior) 
Diagnóstico Complementar: 
- TESTE RÁPIDO (↑E = se positivo, trata; se negativo, pede cultura) 
- CULTURA (↑S = padrão-ouro) 
“Se o teste rápido for positivo, por mais que não seja o padrão-ouro, 
posso iniciar o tratamento!” 
- Hemograma: leucocitose + neutrofilia + desvio p/ esquerda 
Tratamento: 
- PENICILINA BENZATINA DU 
- AMOXICILINA 10 DIAS (pode fazer dose única diária) 
- Se alergia: macrolídeos (AZITROMICINA 5 DIAS) 
Diagnóstico Diferencial: 
Mononucleose 
- EBV + FADIGA + adenopatia generalizada + ESPLENOMEGALIA + 
LINFOCITOSE COM ATIPIA + quadro mais arrastado + EXANTEMA PÓS-
AMOXICILINA + edema de face 
Adenovirose 
- VÍRUS SAFADO (pode causar diarreia, ITU, IVAS, etc) conjuntivite + 
sintomas de IVAS (FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL) + pode aparecer em 
qualquer local do corpo + típico em LACTENTE/PRÉ-ESCOLAR + 
LINFADENOPATIA PRÉ-AURICULAR 
Herpangina 
- COXSACKIE A + ÚLCERAS (em região posterior da cavidade) + 
LACTENTE E PRÉ-ESCOLAR + VESÍCULAS EM MÃOS E PÉS (“síndrome 
mão-pé-boca”) 
PFAPA “FPAFA” (febre periódica, aftas, faringite, adenite) 
- Quando pensar? AFTAS + QUADROS RECORRENTES + CULTURAS 
NEGATIVAS + NÃO RESPONDE À PENICILINA/AMOXICILINA 
- Tratamento? CORTICOIDE (em geral, basta dose única/resposta 
dramática/quadro benigno/mais comum em pré-escolares) 
Complicações Supurativas: 
Abscesso Peritonsilar 
- Quadro clínico: amigdalite + mais comum em ADULTOS JOVENS + 
disfagia/sialorreia/TRISMO/DESVIO DA ÚVULA 
- Tratamento: internação (controverso) + ATB parenteral (COBRIR 
STREPTOCOCOS DO GRUPO A + ANAERÓBIOS = CLINDAMICINA) + 
DRENAGEM (aspiração por agulha ou incisão e drenagem) 
Abscesso Retrofaríngeo 
- Espaço retrofaringeo: fica posterior à parede posterior da faringe e 
anteriormente aos corpos vertebrais (até os 5 anos é ocupado por 
linfonodos, que depois dessa idade vão involuindo) 
- Quadro clínico: MENORES DE 5 ANOS + IVAS recente + febre alta e dor 
de garganta + disfagia e sialorreia + DOR À MOBILIZAÇÃO DO PESCOÇO 
(TORCICOLO) + estridor (raro!) 
- Diagnóstico: radiografialateral do pescoço = AUMENTO DO ESPAÇO 
RETROFARINGEO ou TC de pescoço (confirmação) 
- Etiologia/tratamento: S. PYOGENES, ANAERÓBIOS, S. AUREUS = 
INTERNAÇÃO + ATB PARENTERAL (CEFTRIAXONE, AMOX-CLAV, AMPI-
SULB) 
- Avaliar indicação de drenagem (DRENAR SE ABSCESSO MUITO 
GRANDE/OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA/SEM MELHORA CLÍNICA) 
 
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS DE VIAS DE CONDUÇÃO EXTRAPLEURAIS: 
“Com estridor, FR variável” 
Epiglotite Aguda 
Quadro Clínico: 
- AGUDO E FULMINANTE + febre alta e toxemia 
- DOR DE GARGANTA, DISFAGIA E SIALORREIA 
- ESTRIDOR + POSIÇÃO EM TRIPÉ 
- Perceba: não há tosse metálica e nem rouquidão! 
Diagnóstico: 
- CLÍNICO! Rx (se dúvida): sinal do polegar 
Conduta Imediata: 
- GARANTIR IMEDIATAMENTE VIA ÁREA: IOT/traqueostomia + deixar a 
criança quieta (POSIÇÃO CONFORTÁVEL/NÃO VISUALIZE OROFARINGE/NÃO 
SOLICITE EXAMES/OXIGÊNIO) 
Etiologia: 
- HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B 
- Pneumococo, S. pyogenes, S. aureus 
Tratamento: 
- Depois da conduta imediata, realizar ATB (ceftriaxone, cetotaxima, 
ampicilina-sulbactan ou amoxicilina-clavulanato) 
Laringotraqueobronquite Viral Aguda (Crupe Viral) 
Quadro clínico: 
- PRÓDROMOS CATARRAIS + febre baixa + TOSSE METÁLICA (CRUPE) 
- ROUQUIDÃO (é uma doença infraglótica: acomete corda vocal) 
- ESTRIDOR 
- Perceba: não é um quadro abrupto e aqui está presente tosse metálica e 
rouquidão! 
Etiologia: 
- PARAINFLUENZA (75%) 
Exames Complementares: 
- Radiografia simples: AFILAMENTO/ESTREITAMENTO INFRA-GLÓTICO (SINAL 
DA TORRE OU DA PONTA DO LÁPIS) 
Tratamento: 
- Com estridor em repouso: NEBULIZAÇÃO COM ADRENALINA (efeito 
temporário) + CORTICOIDE (dexametasona IM ou VO)  liberar para casa 
quando ausência de estridor em repouso após 2h 
- Sem estridor em repouso: CORTICOIDE 
Diagnóstico diferencial: 
Laringite Estriduolosa (Crupe Espasmódico) 
- DESPERTAR SÚBITO SEM PRÓDROMOS (rouquidão + tosse metálica + estridor) 
Traqueíte Bacteriana 
- Infecção pelo S. AUREUS 
- Quadro clínico: febre alta + PIORA CLÍNICA + RESPOSTA PARCIAL OU 
AUSENTE À ADRENALINA 
- Tratamento: INTERNAÇÃO + ATB PARENTERAL (OXACILINA OU 
VANCOMICINA) + CONSIDERAR IOT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INFECÇÃO DE VIAS AÉREAS INFERIORES: 
“Com taquipneia, sem estridor” 
A grande representante é a PNEUMONIA: 
“Pode ser bacteriana, atípica, viral (bronquiolite)” 
Características Clássicas: 
- Bacteriana: quadro agudo/grave 
- Atípica: evolução insidiosa 
- Viral (bronquiolite): sibilos 
Pneumonia Bacteriana 
Etiologia: 
 Se > 2 meses: 
- S. PNEUMONIAE (+ comum) 
- H. INFLUENZAE (seja não tipável, seja tipo B) 
- S. AUREUS (quando pensar? = quadro grave; acompanhada de complicações, 
como derrame pleural; com alguma porta de entrada cutânea) 
 Se < 2 meses: 
- S. AGALACTIAE (GRUPO B) 
- GRAM-NEGATIVOS ENTÉRICOS (principalmente E.coli) 
Quadro clínico: 
- PRÓDROMOS CATARRAIS. “Na criança, o quadro não é tão agudo assim.” 
- Febre alta e tosse 
- Sinais clássicos (ESTERTORES CREPITANTES, AUMENTO DO FTV, 
BRONCOFONIA, PECTORILÓQUIA) 
- TAQUIPNEIA (!) 
Quais os sinais de gravidade? 
- TIRAGEM (SUBCOSTAL). 
- BATIMENTO DE ASA NASAL. 
- GEMÊNCIA. 
- CIANOSE. “Representa uma PNM MUITO grave. Franca IRPa” 
Diagnóstico Complementar: 
 Radiografia de tórax 
- Auxílio no diagnóstico: corrobora a suspeita. Se normal, não afasta a doença. 
- Ajuda a ver a extensão do processo pneumônico: se hemitórax opaco, 
pensar em atelectasia ou derrame pleural volumoso. Se 
aerobroncograma = pneumonia muito extensa. 
- Pneumonia lobar (“comprometimento homogêneo dos lobos”): mais 
comum no S. pneumoniae 
- Broncopneumonia (“lesões não respeitam a segmentação pulmonar”): 
mais comum no S. aureus 
- Permite avaliação de complicações: derrame pleural (↓FTV, ausência 
ou ↓MV, percussão maciça ou submaciça, velamento de seio 
costofrênico) 
Obs 1: no derrame pleural, S. pneumoniae é o mais comum (por mais 
que seja um achado característico da pneumonia por S. aureus) 
Obs 2: cuidado no RX com o timo (sinal da vela do barco), principalmente 
em lactentes. 
 Outros exames: 
- Hemograma: leucocitose 
- Hemocultura: taxa de positividade baixa 
- Líquido pleural: se derrame pleural 
Possíveis complicações... 
Pneumatoceles 
- Cavitações de paredes finas 
- Muito sugestivas de pneumonia por S. aureus 
- Desaparece com a melhora do quadro 
Abcesso Pulmonar 
- Cavitação de parede espessa 
- Mais sugestivas de pneumonia por anaeróbios ou S. aureus 
 
 
 
 
 
Tratamento: 
 Indicações de hospitalização: 
- IDADE < 2 MESES (se < 2 meses + taquipneia = pneumonia GRAVE!) 
- Comprometimento respiratório grave (TIRAGEM SUBCOSTAL, QUEDA DE 
SATURAÇÃO (< 92% EM AR AMBIENTE, CIANOSE) 
- Grave comprometimento do estado geral (LETARGIA, TORPOR, 
“VOMITANDO TUDO QUE INGERE”, “INCAPAZ DE INGERIR ALIMENTOS OU 
LÍQUIDOS”) 
- Doença de base (não existe uma lista específica. Alguns exemplos: 
CARDIOPATIA GRAVE, IMUNODEPRESSÃO, FIBROSE CÍSTICA) 
- Complicação ou extensão radiológica (DERRAME PLEURAL, ABSCESSO, 
PNEUMATOCELE) 
 Escolha antimicrobiana: 
Tratamento Ambulatorial (> 2 meses) 
- AMOXICILINA (VO) por 7-10 dias 
- Reavaliar em 48 horas 
Tratamento Hospitalar (> 2 meses) 
- PENICILINA CRISTALINA (IV) se pneumonia GRAVE = não cobre algumas 
cepas de hemófilos, S. aureus, cepas resistentes de pneumococo. 
- OXACILINA + CEFTRIAXONE (OU CLORANFENICOL) se pneumonia MUITO 
GRAVE (cianose, insuficiência respiratória) 
Tratamento hospitalar (< 2 meses) 
- AMPICILINA + AMINOGLICOSÍDEO (não existe tratamento ambulatorial para 
< 2 meses!) 
E quando houver FALHA TERAPÊUTICA? 
É importante descartar falta de adesão, pneumonia viral e resistência bacteriana 
Se falha após 48-72 horas: 
(1) Faz RX DE TÓRAX para descartar derrame pleural! 
 Se derrame pleural: 
- Fazer TORACOCENTESE 
 -- Se for empiema (pús, pH < 7,2, glicose < 40, bactérias em gram ou cultura): 
DRENAGEM + MANTER TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 Se não tiver empiema/derrame: 
- Pensar em resistência bacteriana ou falta de adesão ao tratamento = TROCAR 
O ATB. 
Obs: SE A CRIANÇA JÁ CHEGA COM DERRAME PLEURAL, TEM QUE FAZER A 
TORACOCENTESE! 
E as PNEUMONIAS ATÍPICAS? 
“Quadro arrastado, cheio de manifestações extrapulmonares, não melhora 
com penicilina, causadas por agentes que não crescem em meios de cultura 
convencionais” 
Pneumonia “Atípica” 
Etiologia: 
- MYCOPLASMA PNEUMONIAE (eventualmente C. pneumoniae) 
- Paciente típico: CRIANÇAS MAIORES QUE 5 ANOS! 
Clínica: 
- Pneumonia + ODINOFAGIA + ROUQUIDÃO + DOR NO OUVIDO (MIRINGITE 
BOLHOSA) + ANEMIA HEMOLÍTICA POR IGM 
- Também há relação com Guillain-Barré, Steven-Johson e Raynaud 
Tratamento: 
- MACROLÍDEO (azitromicina, eritromicina ou claritromicina) 
Pneumonia Afebril do Lactente 
Etiologia: 
- CHLAMYDIA TRACHOMATIS: relação com PARTO VAGINAL (ou cesárea com 
bolsa rota prévia, menos comum em prova) e COLONIZA CONJUNTIVA E 
NASOFARINGE! 
Quadro clínico: 
- CONJUNTIVITE NO RN + início insidioso (AFEBRIL) + tosse intensa (sintoma 
marcante no início do quadro)+ taquipneia (pneumonia no 1º TRIMESTRE, 
GERALMENTE 1-3 MESES) 
Obs: não é comum, mas pode haver sibilo (não confunda com bronquiolite). 
 
 
Exames complementares: 
- Hemograma: EOSINOFILIA. “Ninguém sabe exatamente o porquê.” 
- RX: INFILTRADO INTERSTICIAL e eventualmente HIPERINSUFLAÇÃO. 
Tratamento: 
- MACROLÍDEOS (eritromicina ou azitromicina) 
Obs: Eritromicina está tipicamente relacionada com estenose 
hipertrófica de piloro (“vômitos não biliosos”, massa palpável). É 
importante evitar o uso em < 6 semanas. 
Diagnóstico Diferencial: 
Coqueluche 
Agente? BORDETELLA PERTUSSIS 
Fases Clínicas? 
- Fase catarral: 1-2 SEMANAS DE RESFRIADO PRÉVIO 
- Fase paroxística: ACESSOS DE TOSSE (“GUINCHO”) sucedidos por 
EPISÓDIOS DE VÔMITO (“TOSSE EMETIZANTE”) + NÃO HÁ TAQUIPNEIA 
(embora as bancas costumem colocar)  O PACIENTE ESTÁ BEM ENTRE 
OSACESSOS DE TOSSE. 
- Fase de convalescença (nada muito característico) 
Obs: se < 3 meses: o quadro é principalmente de tosse arrastada + 
apneia + cianose (pode haver convulsão). Infecção respiratória com 
apneia no primeiro trimestre de vida = tem que pensar em coqueluche! 
Diagnóstico? PESQUISA DA BORDETELLA EM NASOFARINGE. Em prova, 
costumam colocar REAÇÃO LEUCEMOIDE (leucocitose muito intensa) + 
LINFOCITOSE. 
Tratamento? MACROLÍDEO (AZITROMICINA/CLARITROMICINA) 
Bronquiolite Viral Aguda 
1º episódio de sibilância associado a uma infecção viral em uma criança < 2 anos 
Etiologia: 
- VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR) em 50-75% dos casos 
- RINOVÍRUS E METAPNEUMOVÍRUS humano em segundo plano 
Quadro clínico: 
- < 2 anos + PRÓDROMOS CATARRAIS + FEBRE E TOSSE (importante 
dado para diferenciar da pneumonia afebril do lactente) + TAQUIPNEIA 
(!) 
- SIBILOS (!) (importante para diferenciar da pneumonia bacteriana) 
Obs: a partir do 2º episódio de sibilância, não chamamos mais de 
bronquiolite, mas de “lactente sibilante” (nesses casos, pode ser asma...) 
Diagnóstico: 
- CLÍNICO! 
Exames Complementares: 
- Hemograma: costuma ser normal (ou discreta linfocitose) 
- Pesquisa de antígenos virais no aspirado nasofaríngeo (pode ajudar na 
diferenciação com pneumonia bacteriana) 
- Radiografia de tórax: sinais de HIPERINSUFLAÇÃO (retificação da 
cúpula diafragmática, aumento dos espaços intercostais, 
hipertransparência pulmonar); atelectasia 
Obs: a hiperinsuflação pulmonar pode gerar FÍGADO E BAÇO 
PALPÁVEIS! 
Diagnóstico Diferencial: 
Sibilante Transitório Precoce 
- “Criança que sibilou (episódios repetidos) nos PRIMEIROS 2-3 ANOS DE 
VIDA e depois parou de sibilar.” = provável BRONQUIOLITE. 
Sibilante Persistente 
- “Criança que sibilou (episódios repetidos) nos PRIMEIROS 2-3 ANOS E 
QUE CONTINUOU SIBILANDO.” = provável ASMA. 
Sibilante de Início Tardio 
- “Criança que SÓ COMEÇOU A SIBILAR COM 5-7 ANOS DE VIDA.” = 
provável ASMA. 
Obs: aos 2-3 anos de idade, como saber se é bronquiolite (sibilante 
transitório precoce) ou asma (sibilante persistente)? Falam a favor de 
ASMA: (1) episódios recorrentes; (2) história familiar positiva; (3) rinite 
alérgica e eczema atópico; (4) eosinofilia (> 3%) 
 
Tratamento: 
- NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECIFICO (quadro autolimitado de ± 2-3 semanas) 
- INTERNAR SE SINAIS DE GRAVIDADE, FATORES DE RISCO PARA EVOLUÇÃO 
MAIS GRAVE (doença de base, prematuridade...) 
Se internar... 
- OXIGENOTERAPIA (se saturação < 90%) 
- NUTRIÇÃO (a taquipneia dificulta a alimentação VO) 
- HIDRATAÇÃO (dar preferência a soluções isotônicas) 
- BETA-2-AGONISTA (?): teste terapêutico (se melhorar: mantém com 
intervalos regulares; se não melhorar: suspende). Entretanto, ao final de 2014, 
em um novo guideline da AAP, foi recomendado que NÃO SEJA MAIS FEITO! 
Caiu questão na Santa Casa de SP. 
- NBZ COM SALINA HIPERTÔNICA (encurta o período de internação hospitalar) 
somente se a criança estiver HOSPITALIZADA. 
- NÃO USAR CORTICOIDE! Não é benéfico... 
- NÃO SE RECOMENDA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA (adora cair em prova)! 
Prevenção 
PALIVIZUMABE: anticorpo contra o VSR 
- 5 doses (1x/mês) 
- Começar 1 mês antes da “estação” 
MS 
 < 1 ano: prematuro < 29 semanas 
 < 2 anos com cardiopatia congênita ou doença pulmonar na 
prematuridade 
SBP 
 Mesmas indicações MS + 
 < 6 meses prematuro entre 29-32 semanas

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