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INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA: Diagnóstico sindrômico: dificuldade para respirar, dor de ouvido, coriza, dor de garganta... Qual altura do trato respiratório acometido? Buscar sinais chave! - Estridor = obstrução das vias de condução extrapleurais (principalmente laringe) - Taquipneia = doença nas vias aéreas inferiores -- Até 2 meses: > 60 irpm (60 dias/60 irpm) -- 2-12 meses: > 50 irpm -- 1-5 anos: > 40 irpm -- 5-8 anos: > 30 irpm -- > 8 anos: > 20 irpm - Sem taquipneia e sem estridor = infecção das vias aéreas superiores - Com estridor e FR variável = doenças periglóticas - Com taquipneia, sem estridor = pneumonia IVAS: Resfriado Comum (Rinossinusite/Rinofaringite): Etiologia: - RINOVÍRUS (50%) - CORONAVÍRUS - Parainfluenza, influenza, VSR (agentes tipicamente relacionados a outras doenças: parainfluenza = laringite viral aguda; VSR = bronquiolite viral aguda; influenza = gripe) Quadro clínico: - Obstrução nasal e coriza (pode ficar amarelada no 3º-4º dia) - Pode haver roncos na ausculta pulmonar - Tosse predominantemente noturna (30%) - Hiperemia de mucosas - Febre (pode ser alta) Tratamento: - Antipiréticos, se febre (NÃO PODE AAS: se possibilidade de infecção por varicela zoster ou influenza, existe o risco de síndrome de Reye = insuficiência hepática + encefalopatia). Quais? Dipirona, paracetamol ou ibuprofeno em doses baixas (único AINE que pode usar nesse caso) - Soro nasal + Aumento na ingestão de líquidos - Não usar: mucolíticos, antitussígenos, descongestionante (não prescrever para menores de 6 anos, pois não há benefício e há risco de efeito colateral) Complicações: - OMA e sinusite bacteriana aguda Otite Média Aguda (OMA) Conceitos: - Inflamação da orelha média (complicação mais comum do resfriado) - Mais comum em < 2 anos: tuba auditiva mais curta e horizontalizada Quadro clínico: - DOR (queixa específica/irritabilidade) ± OTORREIA geralmente precedida por PRODROMOS CATARRAIS (resfriado prévio) Confirmação: Otoscopia - Normal: transparente/brilhante/côncava/móvel - OMA: hiperemiada/opaca/abaulada/otorreia Obs: se otorreia (excluída otite externa) ou MT abaulada = OMA! Etiologia: - PNEUMOCOCO > H. INFLUENZAE NÃO TIPÁVEL > M. CATARRHALIS Tratamento: - Analgésicos e antipiréticos (dipirona, paracetamol, ibuprofeno dose baixa) Quando fazer antibiótico? -- Se < 6 MESES (entre 6m e 2 anos: somente se BILATERAL) -- Com OTORREIA -- Quadro grave (DOR MODERADA-GRAVE; FEBRE > 39ºC; DOR > 48H) -- Nos demais casos, é POSSÍVEL observar! Qual ATB? AMOXICILINA 45MG/KG/DIA 10 DIAS - Se Pneumococo (resistência intermediária/alteração da afinidade PBP): 80-90mg/kg/dia (fazer se menor de 2 anos/creche/uso recente de ATB - Se H. influenzae ou M. catarrhalis (beta-lactamase): associar clavulanato (fazer se falha terapêutica) - Se otite + conjuntivite = hemófilo: fazer amoxicilina-clavulanato direto! Complicações: Perfuração Timpânica - Ocorre CICATRIZAÇÃO ESPONTÂNEA após algumas semanas - Se permanecer por 3 meses, avaliar intervenção cirúrgica com especialista Efusão Persistente ou OM Serosa - SEM INFLAMAÇÃO EXUBERANTE/pode acontecer antes ou depois de uma OMA/inflamação se resolve, mas AINDA FICA LÍQUIDO/NÍVEL HIDROAÉREO - A conduta é ACOMPANHAR (regride ESPONTANEAMENTE em 3 meses (se permanecer, avaliação com otorrino = colocação do ‘tubo de ventilação’) Mastoidite Aguda - PERIOSTITE + DESAPARECIMENTO DO SULCO RETROAURICULAR + DESLOCAMENTO DO PAVILHÃO - Tratamento: INTERNAR + EXAME DE IMAGEM PARA AVALIAR GRAVIDADE (TC) + ATB PARENTERAL (ceftriaxone, amox-clav). É um quadro preocupante, pois pode evoluir para osteomielite! Sinusite Bacteriana Aguda Conceitos: - Nascimento: etmoidal + rudimento seio maxilar (só fica pneumatizado lá pelos 4 anos) - Menor de 5 anos: a sinusite é em etmoidal ou maxilar - Seio frontal: só lá por volta dos 7 anos e completamente aerado no início da adolescência (cefaleia não é comum na infância)! Quadro clínico: - Quadro arrastado (SINTOMAS > 10 DIAS – TOSSE DIURNA). - Quadro grave (> 3 dias de febre > 39ºC – secreção purulenta) - Quadro “que piora” (resfriado > melhorou > piorou) Diagnóstico: - CLÍNICO! - NÃO É NECESSÁRIO EXAMES DE IMAGEM EM < 6 ANOS! Etiologia - Mesmos agentes da OMA (PNEUMOCOCO > H. INFLUENZAE > MORAXELA) Tratamento: - AMOXICILINA “ATÉ MELHORAR + 7 DIAS” (na prática: 10-14 dias) - Solução salina nasal Complicações: Celulite Orbitária - Complicação da sinusite de seio etmoidal que evolui com PROPTOSE + DOR À MOVIMENTAÇÃO + EDEMA NA CONJUNTIVA (infecção da órbita e tecidos adjacentes). Pode comprometer o nervo óptico. - Conduta: INTERNAR + TC + ATB. Drenagem se não resolver. Obs: é diferente da Celulite Periorbitária (APENAS A PÁLPEBRA ACOMETIDA/ÓRBITA E TECIDOS ADJACENTES NÃO ESTÃO ACOMETIDOS/MOBILIDADE PRESERVADA/SEM PROPTOSE) Diagnóstico Diferencial: Corpo Estranho: rinorreia unilateral/fétida/sanguinolenta Rinite Alérgica: prurido e espirros/palidez de mucosa/eosinófilos Sífilis Congênita: rinite sifilítica (1º 3 meses/secreção sanguinolenta) DOENÇAS DO TRATO RESPIRATÓRIO NA INFÂNCIA – AMOSTRA GRATUITA @ casalmedresumos Faringite Bacteriana Etiologia: - STREPTOCOCOS BETA HEMOLÍTICO DO GRUPO A (S. PYOGENES) Quadro clínico: - Paciente típico: criança de 5-15 ANOS - Quadro de EVOLUÇÃO ABRUPTA (!) NÃO PRECEDIDO POR IVAS - Febre alta e DOR DE GARGANTA + NÃO TEM TOSSE (!) - Pode ser diagnóstico diferencial de abdome agudo na infância (vômitos/dor abdominal) - EXSUDATO AMIGDALIANO (viral também pode dar) + HIPEREMIA DE PILAR ANTERIOR + PETÉQUIAS NO PALATO (!) - ADENOMEGALIA CERVICAL DOLOROSA (geralmente cervical anterior) Diagnóstico Complementar: - TESTE RÁPIDO (↑E = se positivo, trata; se negativo, pede cultura) - CULTURA (↑S = padrão-ouro) “Se o teste rápido for positivo, por mais que não seja o padrão-ouro, posso iniciar o tratamento!” - Hemograma: leucocitose + neutrofilia + desvio p/ esquerda Tratamento: - PENICILINA BENZATINA DU - AMOXICILINA 10 DIAS (pode fazer dose única diária) - Se alergia: macrolídeos (AZITROMICINA 5 DIAS) Diagnóstico Diferencial: Mononucleose - EBV + FADIGA + adenopatia generalizada + ESPLENOMEGALIA + LINFOCITOSE COM ATIPIA + quadro mais arrastado + EXANTEMA PÓS- AMOXICILINA + edema de face Adenovirose - VÍRUS SAFADO (pode causar diarreia, ITU, IVAS, etc) conjuntivite + sintomas de IVAS (FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL) + pode aparecer em qualquer local do corpo + típico em LACTENTE/PRÉ-ESCOLAR + LINFADENOPATIA PRÉ-AURICULAR Herpangina - COXSACKIE A + ÚLCERAS (em região posterior da cavidade) + LACTENTE E PRÉ-ESCOLAR + VESÍCULAS EM MÃOS E PÉS (“síndrome mão-pé-boca”) PFAPA “FPAFA” (febre periódica, aftas, faringite, adenite) - Quando pensar? AFTAS + QUADROS RECORRENTES + CULTURAS NEGATIVAS + NÃO RESPONDE À PENICILINA/AMOXICILINA - Tratamento? CORTICOIDE (em geral, basta dose única/resposta dramática/quadro benigno/mais comum em pré-escolares) Complicações Supurativas: Abscesso Peritonsilar - Quadro clínico: amigdalite + mais comum em ADULTOS JOVENS + disfagia/sialorreia/TRISMO/DESVIO DA ÚVULA - Tratamento: internação (controverso) + ATB parenteral (COBRIR STREPTOCOCOS DO GRUPO A + ANAERÓBIOS = CLINDAMICINA) + DRENAGEM (aspiração por agulha ou incisão e drenagem) Abscesso Retrofaríngeo - Espaço retrofaringeo: fica posterior à parede posterior da faringe e anteriormente aos corpos vertebrais (até os 5 anos é ocupado por linfonodos, que depois dessa idade vão involuindo) - Quadro clínico: MENORES DE 5 ANOS + IVAS recente + febre alta e dor de garganta + disfagia e sialorreia + DOR À MOBILIZAÇÃO DO PESCOÇO (TORCICOLO) + estridor (raro!) - Diagnóstico: radiografialateral do pescoço = AUMENTO DO ESPAÇO RETROFARINGEO ou TC de pescoço (confirmação) - Etiologia/tratamento: S. PYOGENES, ANAERÓBIOS, S. AUREUS = INTERNAÇÃO + ATB PARENTERAL (CEFTRIAXONE, AMOX-CLAV, AMPI- SULB) - Avaliar indicação de drenagem (DRENAR SE ABSCESSO MUITO GRANDE/OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA/SEM MELHORA CLÍNICA) INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS DE VIAS DE CONDUÇÃO EXTRAPLEURAIS: “Com estridor, FR variável” Epiglotite Aguda Quadro Clínico: - AGUDO E FULMINANTE + febre alta e toxemia - DOR DE GARGANTA, DISFAGIA E SIALORREIA - ESTRIDOR + POSIÇÃO EM TRIPÉ - Perceba: não há tosse metálica e nem rouquidão! Diagnóstico: - CLÍNICO! Rx (se dúvida): sinal do polegar Conduta Imediata: - GARANTIR IMEDIATAMENTE VIA ÁREA: IOT/traqueostomia + deixar a criança quieta (POSIÇÃO CONFORTÁVEL/NÃO VISUALIZE OROFARINGE/NÃO SOLICITE EXAMES/OXIGÊNIO) Etiologia: - HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B - Pneumococo, S. pyogenes, S. aureus Tratamento: - Depois da conduta imediata, realizar ATB (ceftriaxone, cetotaxima, ampicilina-sulbactan ou amoxicilina-clavulanato) Laringotraqueobronquite Viral Aguda (Crupe Viral) Quadro clínico: - PRÓDROMOS CATARRAIS + febre baixa + TOSSE METÁLICA (CRUPE) - ROUQUIDÃO (é uma doença infraglótica: acomete corda vocal) - ESTRIDOR - Perceba: não é um quadro abrupto e aqui está presente tosse metálica e rouquidão! Etiologia: - PARAINFLUENZA (75%) Exames Complementares: - Radiografia simples: AFILAMENTO/ESTREITAMENTO INFRA-GLÓTICO (SINAL DA TORRE OU DA PONTA DO LÁPIS) Tratamento: - Com estridor em repouso: NEBULIZAÇÃO COM ADRENALINA (efeito temporário) + CORTICOIDE (dexametasona IM ou VO) liberar para casa quando ausência de estridor em repouso após 2h - Sem estridor em repouso: CORTICOIDE Diagnóstico diferencial: Laringite Estriduolosa (Crupe Espasmódico) - DESPERTAR SÚBITO SEM PRÓDROMOS (rouquidão + tosse metálica + estridor) Traqueíte Bacteriana - Infecção pelo S. AUREUS - Quadro clínico: febre alta + PIORA CLÍNICA + RESPOSTA PARCIAL OU AUSENTE À ADRENALINA - Tratamento: INTERNAÇÃO + ATB PARENTERAL (OXACILINA OU VANCOMICINA) + CONSIDERAR IOT INFECÇÃO DE VIAS AÉREAS INFERIORES: “Com taquipneia, sem estridor” A grande representante é a PNEUMONIA: “Pode ser bacteriana, atípica, viral (bronquiolite)” Características Clássicas: - Bacteriana: quadro agudo/grave - Atípica: evolução insidiosa - Viral (bronquiolite): sibilos Pneumonia Bacteriana Etiologia: Se > 2 meses: - S. PNEUMONIAE (+ comum) - H. INFLUENZAE (seja não tipável, seja tipo B) - S. AUREUS (quando pensar? = quadro grave; acompanhada de complicações, como derrame pleural; com alguma porta de entrada cutânea) Se < 2 meses: - S. AGALACTIAE (GRUPO B) - GRAM-NEGATIVOS ENTÉRICOS (principalmente E.coli) Quadro clínico: - PRÓDROMOS CATARRAIS. “Na criança, o quadro não é tão agudo assim.” - Febre alta e tosse - Sinais clássicos (ESTERTORES CREPITANTES, AUMENTO DO FTV, BRONCOFONIA, PECTORILÓQUIA) - TAQUIPNEIA (!) Quais os sinais de gravidade? - TIRAGEM (SUBCOSTAL). - BATIMENTO DE ASA NASAL. - GEMÊNCIA. - CIANOSE. “Representa uma PNM MUITO grave. Franca IRPa” Diagnóstico Complementar: Radiografia de tórax - Auxílio no diagnóstico: corrobora a suspeita. Se normal, não afasta a doença. - Ajuda a ver a extensão do processo pneumônico: se hemitórax opaco, pensar em atelectasia ou derrame pleural volumoso. Se aerobroncograma = pneumonia muito extensa. - Pneumonia lobar (“comprometimento homogêneo dos lobos”): mais comum no S. pneumoniae - Broncopneumonia (“lesões não respeitam a segmentação pulmonar”): mais comum no S. aureus - Permite avaliação de complicações: derrame pleural (↓FTV, ausência ou ↓MV, percussão maciça ou submaciça, velamento de seio costofrênico) Obs 1: no derrame pleural, S. pneumoniae é o mais comum (por mais que seja um achado característico da pneumonia por S. aureus) Obs 2: cuidado no RX com o timo (sinal da vela do barco), principalmente em lactentes. Outros exames: - Hemograma: leucocitose - Hemocultura: taxa de positividade baixa - Líquido pleural: se derrame pleural Possíveis complicações... Pneumatoceles - Cavitações de paredes finas - Muito sugestivas de pneumonia por S. aureus - Desaparece com a melhora do quadro Abcesso Pulmonar - Cavitação de parede espessa - Mais sugestivas de pneumonia por anaeróbios ou S. aureus Tratamento: Indicações de hospitalização: - IDADE < 2 MESES (se < 2 meses + taquipneia = pneumonia GRAVE!) - Comprometimento respiratório grave (TIRAGEM SUBCOSTAL, QUEDA DE SATURAÇÃO (< 92% EM AR AMBIENTE, CIANOSE) - Grave comprometimento do estado geral (LETARGIA, TORPOR, “VOMITANDO TUDO QUE INGERE”, “INCAPAZ DE INGERIR ALIMENTOS OU LÍQUIDOS”) - Doença de base (não existe uma lista específica. Alguns exemplos: CARDIOPATIA GRAVE, IMUNODEPRESSÃO, FIBROSE CÍSTICA) - Complicação ou extensão radiológica (DERRAME PLEURAL, ABSCESSO, PNEUMATOCELE) Escolha antimicrobiana: Tratamento Ambulatorial (> 2 meses) - AMOXICILINA (VO) por 7-10 dias - Reavaliar em 48 horas Tratamento Hospitalar (> 2 meses) - PENICILINA CRISTALINA (IV) se pneumonia GRAVE = não cobre algumas cepas de hemófilos, S. aureus, cepas resistentes de pneumococo. - OXACILINA + CEFTRIAXONE (OU CLORANFENICOL) se pneumonia MUITO GRAVE (cianose, insuficiência respiratória) Tratamento hospitalar (< 2 meses) - AMPICILINA + AMINOGLICOSÍDEO (não existe tratamento ambulatorial para < 2 meses!) E quando houver FALHA TERAPÊUTICA? É importante descartar falta de adesão, pneumonia viral e resistência bacteriana Se falha após 48-72 horas: (1) Faz RX DE TÓRAX para descartar derrame pleural! Se derrame pleural: - Fazer TORACOCENTESE -- Se for empiema (pús, pH < 7,2, glicose < 40, bactérias em gram ou cultura): DRENAGEM + MANTER TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Se não tiver empiema/derrame: - Pensar em resistência bacteriana ou falta de adesão ao tratamento = TROCAR O ATB. Obs: SE A CRIANÇA JÁ CHEGA COM DERRAME PLEURAL, TEM QUE FAZER A TORACOCENTESE! E as PNEUMONIAS ATÍPICAS? “Quadro arrastado, cheio de manifestações extrapulmonares, não melhora com penicilina, causadas por agentes que não crescem em meios de cultura convencionais” Pneumonia “Atípica” Etiologia: - MYCOPLASMA PNEUMONIAE (eventualmente C. pneumoniae) - Paciente típico: CRIANÇAS MAIORES QUE 5 ANOS! Clínica: - Pneumonia + ODINOFAGIA + ROUQUIDÃO + DOR NO OUVIDO (MIRINGITE BOLHOSA) + ANEMIA HEMOLÍTICA POR IGM - Também há relação com Guillain-Barré, Steven-Johson e Raynaud Tratamento: - MACROLÍDEO (azitromicina, eritromicina ou claritromicina) Pneumonia Afebril do Lactente Etiologia: - CHLAMYDIA TRACHOMATIS: relação com PARTO VAGINAL (ou cesárea com bolsa rota prévia, menos comum em prova) e COLONIZA CONJUNTIVA E NASOFARINGE! Quadro clínico: - CONJUNTIVITE NO RN + início insidioso (AFEBRIL) + tosse intensa (sintoma marcante no início do quadro)+ taquipneia (pneumonia no 1º TRIMESTRE, GERALMENTE 1-3 MESES) Obs: não é comum, mas pode haver sibilo (não confunda com bronquiolite). Exames complementares: - Hemograma: EOSINOFILIA. “Ninguém sabe exatamente o porquê.” - RX: INFILTRADO INTERSTICIAL e eventualmente HIPERINSUFLAÇÃO. Tratamento: - MACROLÍDEOS (eritromicina ou azitromicina) Obs: Eritromicina está tipicamente relacionada com estenose hipertrófica de piloro (“vômitos não biliosos”, massa palpável). É importante evitar o uso em < 6 semanas. Diagnóstico Diferencial: Coqueluche Agente? BORDETELLA PERTUSSIS Fases Clínicas? - Fase catarral: 1-2 SEMANAS DE RESFRIADO PRÉVIO - Fase paroxística: ACESSOS DE TOSSE (“GUINCHO”) sucedidos por EPISÓDIOS DE VÔMITO (“TOSSE EMETIZANTE”) + NÃO HÁ TAQUIPNEIA (embora as bancas costumem colocar) O PACIENTE ESTÁ BEM ENTRE OSACESSOS DE TOSSE. - Fase de convalescença (nada muito característico) Obs: se < 3 meses: o quadro é principalmente de tosse arrastada + apneia + cianose (pode haver convulsão). Infecção respiratória com apneia no primeiro trimestre de vida = tem que pensar em coqueluche! Diagnóstico? PESQUISA DA BORDETELLA EM NASOFARINGE. Em prova, costumam colocar REAÇÃO LEUCEMOIDE (leucocitose muito intensa) + LINFOCITOSE. Tratamento? MACROLÍDEO (AZITROMICINA/CLARITROMICINA) Bronquiolite Viral Aguda 1º episódio de sibilância associado a uma infecção viral em uma criança < 2 anos Etiologia: - VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR) em 50-75% dos casos - RINOVÍRUS E METAPNEUMOVÍRUS humano em segundo plano Quadro clínico: - < 2 anos + PRÓDROMOS CATARRAIS + FEBRE E TOSSE (importante dado para diferenciar da pneumonia afebril do lactente) + TAQUIPNEIA (!) - SIBILOS (!) (importante para diferenciar da pneumonia bacteriana) Obs: a partir do 2º episódio de sibilância, não chamamos mais de bronquiolite, mas de “lactente sibilante” (nesses casos, pode ser asma...) Diagnóstico: - CLÍNICO! Exames Complementares: - Hemograma: costuma ser normal (ou discreta linfocitose) - Pesquisa de antígenos virais no aspirado nasofaríngeo (pode ajudar na diferenciação com pneumonia bacteriana) - Radiografia de tórax: sinais de HIPERINSUFLAÇÃO (retificação da cúpula diafragmática, aumento dos espaços intercostais, hipertransparência pulmonar); atelectasia Obs: a hiperinsuflação pulmonar pode gerar FÍGADO E BAÇO PALPÁVEIS! Diagnóstico Diferencial: Sibilante Transitório Precoce - “Criança que sibilou (episódios repetidos) nos PRIMEIROS 2-3 ANOS DE VIDA e depois parou de sibilar.” = provável BRONQUIOLITE. Sibilante Persistente - “Criança que sibilou (episódios repetidos) nos PRIMEIROS 2-3 ANOS E QUE CONTINUOU SIBILANDO.” = provável ASMA. Sibilante de Início Tardio - “Criança que SÓ COMEÇOU A SIBILAR COM 5-7 ANOS DE VIDA.” = provável ASMA. Obs: aos 2-3 anos de idade, como saber se é bronquiolite (sibilante transitório precoce) ou asma (sibilante persistente)? Falam a favor de ASMA: (1) episódios recorrentes; (2) história familiar positiva; (3) rinite alérgica e eczema atópico; (4) eosinofilia (> 3%) Tratamento: - NÃO HÁ TRATAMENTO ESPECIFICO (quadro autolimitado de ± 2-3 semanas) - INTERNAR SE SINAIS DE GRAVIDADE, FATORES DE RISCO PARA EVOLUÇÃO MAIS GRAVE (doença de base, prematuridade...) Se internar... - OXIGENOTERAPIA (se saturação < 90%) - NUTRIÇÃO (a taquipneia dificulta a alimentação VO) - HIDRATAÇÃO (dar preferência a soluções isotônicas) - BETA-2-AGONISTA (?): teste terapêutico (se melhorar: mantém com intervalos regulares; se não melhorar: suspende). Entretanto, ao final de 2014, em um novo guideline da AAP, foi recomendado que NÃO SEJA MAIS FEITO! Caiu questão na Santa Casa de SP. - NBZ COM SALINA HIPERTÔNICA (encurta o período de internação hospitalar) somente se a criança estiver HOSPITALIZADA. - NÃO USAR CORTICOIDE! Não é benéfico... - NÃO SE RECOMENDA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA (adora cair em prova)! Prevenção PALIVIZUMABE: anticorpo contra o VSR - 5 doses (1x/mês) - Começar 1 mês antes da “estação” MS < 1 ano: prematuro < 29 semanas < 2 anos com cardiopatia congênita ou doença pulmonar na prematuridade SBP Mesmas indicações MS + < 6 meses prematuro entre 29-32 semanas
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