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ECT – ESCOLA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Mecânica dos Solos I Prof. Emerson Romão Titulação: Engenheiro Civil, MSc., MBA, PMP emerson.silva@unigranrio.edu.br AULA 5 (Hidráulica nos Solos) Prof. Emerson Romão Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Água no solo: • Frequentemente ocupa a maior parte ou a totalidade dos vazios do solo; • Submetida a diferenças de potencial ele se desloca no seu interior; • Esse deslocamento e as tensões provocadas influem no comportamento mecânicos dos solos: • A quantidade de água infiltrada em uma escavação pode ser estimada pelo cálculo das vazões; • A diminuição dos índices de vazios e seus consequentes recalques associados; • A influência do fluxo e da percolação da água na tensão neutra e em consequência nas tensões efetivas e por fim na estabilidade; • Como modelo para entendimento do fluxo da água no solo em casos reais, utilizamos o permêametro; Prof. Emerson Romão Água no solo: Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Lei de Darcy (1850): • Darcy verificou experimentalmente como os fatores geométricos influenciavam a vazão da água, criando a expressão: • A relação entre a carga (h) e a distância ao longo da qual ela se dissipa (L) é chamada gradiente hidráulico (i), logo: • Sendo a vazão (Q) igual ao produto da velocidade de escoamento (v) pela área do permeâmetro (A), temos: Onde: - k = coeficiente de permeabilidade - A = área do permeâmetro - Q = Vazão Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Determinação do coeficiente de permeabilidade (k): • Permeâmetro de carga constante: A carga h é mantida por um tempo, com a água percolada sendo colhida e seu volume medido, possibilitando a obtenção da vazão. Com o conhecimento dos demais parâmetros (i e A) é obtida a permeabilidade (k) Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Determinação do coeficiente de permeabilidade (k): • Permeâmetro de carga varíavel: Verifica-se o tempo que a água na bureta superior lava para baixar da altura inicial (hi) para a altura final (hf). A vazão que passa no solo é a vazão de água que passa na bureta, logo: Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Determinação do coeficiente de permeabilidade (k): • Ensaios de campo – pode-se calcular o coeficiente te permeabilidade de um solo no campo a partir da medição de vazão, por exemplo na perfuração de uma sondagem. Para isto deve-se conhecer diversos parâmetros: altura livre da perfuração (não envolta pelo tubo de revestimento), posição do N.A., espessuras das camadas, etc. Estes ensaios são menos precisos que os de laboratório. • Métodos indiretos – em um solo saturado o recalque se dá por meio da saída de água dos vazios. Portanto pode-se relacionar de forma indireta a velocidade do recalque com a velocidade da saída da água dos vazios, e em consequência com sua permeabilidade. Hidráulica nos Solos Determinação do coeficiente de permeabilidade (k) Prof. Emerson Romão Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Adaptado de Gerscovich, Denise. Apostila Fluxo em solos Determinação do coeficiente de permeabilidade (k) • Influência do estado do solo: Taylor correlaciona o coeficiente de permeabilidade do solo com seu índice de vazios (areias) • Influência do grau de saturação: k é menor em um solo não saturado em virtude das bolhas de ar existentes • Influência da estrutura e anisotropia: a disposição relativa dos grãos influencia na permeabilidade • Influência da temperatura: a viscosidade do líquido, que sofre influência na temperatura influência no fluxo Prof. Emerson Romão Hidráulica nos Solos Adaptado de Gerscovich, Denise. Apostila Fluxo em solos Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Para o estudo do movimento de água é necessário conhecer seu estado de energia, ou seja, seu potencial. O movimento de água pode ser estudado como a resultante de uma diferença de potencial, tomado sempre em relação a um referencial, Gerscovich (2016). • Como demonstrado por Bernoulli, a carta total ao longo de qualquer linha de fluxo mantem-se constante (fluído incompressível): Energia de Elevação ( )→ igual ao trabalho cedido para se elevar uma partícula de água de uma determinada cota de referência para outra cota. Energia de Pressão ( ) → igual ao trabalho cedido para alterar a pressão de um valor de referência ( ) para outro valor Energia cinética ( ) → igual ao trabalho cedido para variar a velocidade da partícula de um valor de referência (v=0) para outro valor Define-se como carga (h)= Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Carga total Carga da elevação → Carga de pressão → Carga cinética → ² ² Carga total → Em solos, a velocidade de fluxo é muito baixa logo → Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Carga Hidráulica em um permeâmetro de carga constante: Hidráulica nos Solos Adaptado de Gerscovich, Denise. Apostila Fluxo em solos 0 0 Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Tensão Efetiva sob condição de Fluxo permanente: Hidráulica nos Solos Adaptado de Gerscovich, Denise. Apostila Fluxo em solos - - - - Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Força de Percolação : Quando a água percola através do esqueleto sólido gera uma força (força de percolação) que atua nas partículas de solo. Hidráulica nos Solos Adaptado de Gerscovich, Denise. Apostila Fluxo em solos A+ A+ ou Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Gradiente Hidráulico Crítico: com o fluxo ascendente, se a carga hidráulica aumenta a ponto de anular a tensão efetiva, a força grão a grão é nula. O ponto em que isto ocorre é denominado Gradiente Hidráulico crítico. Hidráulica nos Solos Quando o Fluxo ascendente: Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Gradiente Hidráulico Crítico: • Em areias, onde não há a componente da coesão e sua resistência se deve exclusivamente à tensão efetiva, quando esta se anula o solo perde completamente sua resistência no fenômeno que chama de areia movediça; • Este fenômeno ocorre em areia finas quando atingido o icrit • Em areias grossas e pedregulhos este fenômeno é muito mais raro, uma vez que seria necessária uma vazão ascendente muito grande para o peso do solo se anula-se; • Areia movediça é raramente encontrada na natureza, mas o homem é capaz de criar este fenômeno nas suas obras; Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Prof. Emerson Romão Carga Hidráulica: • Piping: Os depósitos naturais de areia não são homogêneos, tendo ocorrência de concentração de zonas mais permeáveis. Estas regiões concentram a maior parte do fluxo, gerando tensões efetivas nulas na região de descarga. Esta perda de resistência gera erosão, que por sua vez aumenta a concentração de fluxo em um processo progressivo. Forma-se um furo no interior do solo e a este fenômeno chamamos de piping, entubamento ou erosão progressiva, que é responsável pela maior parte das rupturas em barragens • Redução do gradiente de saída: material mais permeável na saída, concentrando a perda de carga na camada inferior; • Levantamento de fundo: ocorre em depósitos argilosos assentes sobre camadas arenosas com fluxo ascendente; Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Tipos de fluxo: • Fluxo unidimensional: direção do fluxo e gradiente constantes (ex.:permêametros estudados anteriormente); • Fluxo Tri-dimensional: água se deslocando seguindo qualquer direção (ex.fluxo para um poço) • Fluxo Bi-dimensional: partículas de água se deslocando em trajetórias curvas porém em planos paralelos. É ocaso da percolação em fundações de barragens, cujo conhecimento é de vital importância para o projeto de estabilidade das mesmas, o que faz com este caso seja de especial interesse para a Engenharia. Hidráulica nos Solos Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Redes de Fluxo: ao analisarmos um permeâmetro simples com o emprego do referencial teórico das aulas anteriores podemos observar: Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos A B Dados: k=0,05cm/s ; Corpo de prova com (12x8x1)cm 8,0 1,0 Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Redes de Fluxo: pensando no problema em termos de rede de fluxo, temos: Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos A B 2,0 2,0 - 4 canais de fluxo, separados pelas linhas de fluxo na vertical; - Em cada canal de fluxo passa uma mesma vazão; - As linhas na horizontal representam as equipotenciais (6 equipotenciais); - Os pontos na mesma linha equipotencial tem a mesma carga de pressão; - Em cada linha de equipotencial parte da carga é dissipada (no sentido do fluxo) - Os 6cm de diferença de carga entre A e B, são dissipados em 6 vezes iguais, de 1cm cada; Foi traçada uma rede de fluxo, onde: - NF= Número de canais de fluxo (Nf= 4,0 no ex.) - ND= Número de faixas de perda de potencial (Nf= 6,0 no ex.) - b= largura do canal de fluxo - l=distância entre equipotenciais Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Redes de Fluxo: pensando no problema em termos de rede de fluxo, temos: Hidráulica nos Solos Perda de carga entre equipotentciais Gradiente hidráulico Vazão Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Redes de Fluxo Bi-dimensional: Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Redes de Fluxo Bi-dimensional: Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos Prof. Emerson Romão Fluxo Bi-dimensional: • Redes de Fluxo Bi-dimensional: Hidráulica nos Solos Adaptado de PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos
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