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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL Alunos: Luys Eduardo Oliveira e André Luiz Cacioli RELATÓRIO DO EXPERIMENTO 9 - DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MICELAR CRÍTICA DE UM SURFACTANTE POR MEDIDAS DE TENSÃO SUPERFICIAL NOVEMBRO/FLORIANÓPOLIS 1. OBJETIVOS O experimento tem como objetivo determinar a tensão superficial e a concentração micelar crítica de soluções de surfactantes (detergentes) em meio aquoso. 2. INTRODUÇÃO A força exercida no plano da superfície de líquidos medida perpendicularmente à direção da força é definida como tensão superficial (γ) dessa forma, a tensão superficial é força por unidade de comprimento, ou seja, dina/cm em cgs ou no SI mN/m (mili Newton por metro). Deste modo, 1 dina/cm = 1 mN/m 1 dina/cm = 1 erg/cm2 e 1 mN/m = 1 mJ/m2. De acordo com a regra de Gibbs de 1878, caso a adição de um soluto a uma solução aquosa aumentar a tensão superficial, a superfície limite irá ser mais diluída em relação ao interior da solução. Da mesma forma, caso a adição de um soluto a uma solução aquosa diminuir a tensão superficial da solução, a concentração no seu interior será menos do que a concentração na superfície limite. No experimento normalmente os eletrólitos fortes como KCL e NaCl aumentam a tensão superficial, e no caso dos eletrólitos fracos ou substâncias orgânicas eles diminuem a tensão superficial da água. Uma amostra dessa situação muito bem conhecida são os detergentes, que reduzem a tensão superficial da água. Os detergentes, também nomeado de surfactantes (surface active agents), são de suma importância pois sua classe de substâncias são fundamentalmente utilizados para compor emulsões, microesferas, suspensões e aerossol, dessa forma sendo aproveitado pelas indústrias químicas, farmacêuticas e cosmetológicas. Assim, sendo a base na formulação de material de limpeza cosméticos e alguns fármacos, por exemplo. A substância capaz de diminuir a tensão superficial (γ) da água é um surfactante. Esta situação decorre do aumento da concentração na superfície da solução, chamando esse processo de excesso na superfície. Da mesma forma, os surfactantes apresentam uma estrutura química com uma região hidrofóbica (cadeia de hidrocarbonetos nomeada de cauda) e uma região hidrofílica ( grupo polar ou iônico nomeado de cabeça). Exemplo demonstrado na figura 1. Consequentemente, a cauda tem afinidade pela água (substâncias polares) e a cabeça tem afinidade pelo ar ou óleo (substâncias apolares). Por esse motivo, em meio aquoso os surfactantes tendem a migrar para a superfície buscando posicionar-se de forma com que a cauda mantenha contato com o ar e a cabeça volte-se para a solução, figura 2(2). A energia livre no sistema (energia de Gibbs) é a menor nesse arranjo. O aumento da concentração de surfactante diminui a tensão superficial da concentração. O limite chamado de concentração micelar crítica (CMC), é o limite da quantidade de moléculas presentes no filme superficial (homogêneo) formado pelo surfactante, figura 2 (4). Após a CMC, caso seja aumentado a concentração, a tensão superficial permanecerá constante. Em solução, as moléculas do surfactante acima da CMC se remodelam com o objetivo de reduzir a energia livre do sistema em estruturas denominadas micelas. A região apolar está unida no interior da micela e a região polar é voltada para o meio aquoso. Figura 2. Modelo do comportamento de um surfactante em água. Em baixo da CMC, o aumento da concentração faz a tensão superficial variar linearmente. Ocorrências de desvios da linearidade decorrem em condições de concentração muito baixa ou acima da CMC. Ver figura 3. Os surfactantes podem ser caracterizados como catiônicos, aniônicos e anfóteros de acordo com as características das regiões hidrofílicas. 2.1. Procedimento experimental para determinar a CMC Da mesma forma que os pontos de fusão e ebulição ou o índice de refração de substância, a CMC de um surfactante também é uma propriedade física muito importante, ela pode ser determinada pela variação de propriedades físicas como tensão superficial, condutividade elétricas, entre outros, em conformidade da concentração do surfactante. Uma descontinuidade na curva é obtida graficamente onde indica o valor da CMC, Figura 3 Equação 1. A isoterma de adsorção de Gibbs é a relação entre a tensão superficial e a concentração de um surfactante, demonstrada na Equação 1: γ =− Γ𝑅𝑇𝑙𝑛𝐶 (1) Na equação: γ : é a tensão superficial; Γ : é o excesso de concentração; 𝑅 : a constante universal dos gases (8,314 J/mol.K ou 8,314x10³ mJ/m²); 𝑇 : é a temperatura em Kelvin na qual o experimento foi realizado; 𝑙𝑛𝐶 : é o logaritmo natural da concentração. A resolução da Equação 1 é feita graficamente (figura 3) por γ vs 𝑙𝑛𝐶, onde o coeficiente angular (a) da equação da reta (y = ax + b) é igual a − Γ𝑅𝑇. Dessa forma, a área ocupada obtida por moléculas na superfície da solução é a relação entre a área (A) e o número de avogadro (N = 6,02x10²³), demonstrado na equação 2: O surfactante dodecil sulfato de sódio (SDC) ou lauril sulfato de sódio (C12H25SO4NA, ver figura 1) é bastante usado em cosméticos e produtos de limpeza em geral, sendo também utilizado neste experimento. 2.2. Tensiômetro de Du Nouvy (equipamento para a medida da tensão superficial) O dispositivo de precisão que é utilizado para medidas de tensão superficial ou interface de líquidos como soros, óleos , cosméticos, detergentes , suspensões coloidais, proteínas em solução, entre outros, chama-se tensiômetro de Du Nouy. Os resultados são reprodutíveis aproximadamente entre 0,05 dina/cm (no sistema cgs, é a unidade de força por unidade de comprimento, equivalente a mN/m ou mJ/m² no sistema internacional SI) e tem potencial de serem obtidos pela leitura direta na escala do aparelho. É necessário fazer correções nas medidas quando se almeja medidas mais precisas. Basicamente o tensiômetro de Du Nouy constitui-se de uma balança de torção que utiliza de um fio para aplicar a força necessária para fazer a remoção do anel de platina da superfície do líquido a ser experimentado. O anel deve ser acondicionado em uma embalagem especial quando não estiver sendo utilizado, pois qualquer erro poderá anular sua utilização, este anel também é facilmente removido para ser limpo. Dessa forma, deve-se tomar medidas de precauções para não inutilizar o anel, sendo assim, as precauções são : Não aumentar a tensão sobre o fio a mais de 90 dina/cm, pois pode causar o rompimento; Como o anel é feito de material inerte e facilmente deformável e feito de platina (material caro) deve-se tomar muito cuidado para não danificá-lo. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. Materiais Utilizados 3.1.1. Reagentes: Dodecil sulfato de sódio (SDS) ou Lauril sulfato de sódio; água deionizada. 3.1.2. Equipamentos: Tensiômetro de Du Nouy; balança e termômetro. 3.1.3. Vidrarias: 1 béquer de 50 mL; 9 balões volumétricos de 50 mL; frasco para medida da tensão superficial; frascos lavadores. 3.1.4. Outros: papel para pesagem; espátula 3.2. Mediu-se e anotou-se a temperatura da água a ser usada no preparo das soluções. 3.3. Preparou-se 50 mL de uma solução 0,10 mol L-1 do SDS da seguinte maneira: Onde: M : Molaridade da solução (em mol L-1), m: massa do SDS (em g), MM : Massa molar do SDS (288,38 g mol-1) V : Volume (em L). Pesou-se o SDS em um béquer pequeno e se adicionou água aos poucos até dissolver. Transferiu-se a mistura para um balão de 50 mL, lavando o béquer várias vezes e colocando a água de rinsagem no balão. Tomou-se o cuidado para não ultrapassar os 50 mL. 3.4. Usando a solução 0,10 mol L-1 como estoque, preparou-se 50 mL das soluções 1 a 4 da tabela abaixo. Foram feitos os cálculos usando M1V1 = M2V2, calculou-se os valores de V1 e se completou a tabela. Onde: M1: a molaridade da solução estoque V1: o volume de solução estoque que se precisou transferir para o balão e completar com água;M2: a molaridade da solução final; V2: o volume final (50 mL). 3.5. Aplicou-se o mesmo procedimento do item 3.4, mas usando a solução 1,0x10^-3 mol/L como estoque, preparou-se 50 mL das soluções 5 a 9 3.6. Medida de tensão superficial Foi necessário fazer a limpeza do material com cautela, uma vez que a tensão superficial é sensível à presença de impurezas. 3.6.1. Começamos determinando a tensão superficial da água pura, fazendo no quatro leituras. Como parâmetro, sabe-se que a tensão superficial da água pura a 20°C deve ser ~72,0 dina/cm ou 72,0 mN/m ou 72,0 𝑚𝐽/𝑚 2 3.6.2. Colocamos o líquido (~20 mL) no frasco apropriado e limpo. 3.6.3. Colocamos a escala do medidor na posição zero e com o parafuso (B), Figura 4. Abaixamos a plataforma até a posição mais baixa. 3.6.4. Colocamos o frasco na plataforma (T, Figura 4). Com o parafuso (B) na sua posição mais baixa, suspendemos a plataforma e o frasco até o anel tocar a superfície do líquido. 3.6.5. Aumentamos a tensão do fio de torção usando o parafuso (A) até o ponteiro do marcador coincidir com o zero do espelho. Aumentamos a torção do fio e abaixamos a plataforma simultaneamente, mantendo o ponteiro sempre coincidindo com o zero do espelho até que o anel se desprende da superfície do líquido. 3.6.6. O valor lido na escala no ponto de desprendimento é a força exercida pela superfície do líquido sobre o anel, ou seja, a tensão superficial aparente. 3.6.7. Foram feitas 3 leituras para cada uma das soluções preparadas. Determinamos a tensão superficial também para a solução estoque 0,1 mol L-1 e para a água pura. Os resultados do procedimento podem ser observados na Tabela 2, onde anotamos o valor médio das medidas de tensão superficial. 4. TRATAMENTO DE DADOS 4.1. Veja item 3.4 e 3.5 e complete a tabela 1 com os volumes necessários para preparar as soluções de 1 a 9. Descreva o procedimento usado para preparar as soluções e explique porque foram usadas duas soluções de estoque de concentração diferente. Tabela 1: Estoque: 0,10 mol/L Estoque: 0,001 mol/L Solução 1 2 3 4 5 6 7 8 9 M2 (mol/L) 0,1 5,0x10^-2 1,0x10^-2 5,0x10^-3 1,0x10^-3 5,0x10^-4 1,0x10^-4 5,0x10^-5 5,0x10^-5 V2 (mL) estoque 25 5 2,5 0,5 25 5 2,5 0,5 Para o preparo das soluções, o grupo fez uma série de diluições através do uso de duas soluções de estoque, para obter as concentrações desejadas. Com o objetivo de conseguirmos resultados mais precisos, usamos a solução estoque de 0,1 mol/L para preparar as soluções numeradas de 1 a 5. Para as demais, foi utilizado a solução estoque de 1,0x10^-3mol/L e, assim, o volume pipetado não seria muito pequeno, o que poderia aumentar a chance de erro no preparo da solução. 4.2. Faça um gráfico de tensão superficial (γ = 𝑚𝐽/𝑚 ) vs. lnC (C em mol/L) (ver Figura 3). Obs: lembre-se que 𝑚𝐽/𝑚 2 = 𝑑𝑖𝑛𝑎/𝑐𝑚 = 𝑚𝑁/𝑚 Gráfico em anexo. Tabela 2: Valor médio de três medidas Concentração (M) lnC Tensão superficial mN m⁻¹ 0,1 -2,3 31 0,05 -2,99 36 0,01 -4,6 34 0,005 -5,3 32 0,001 -6,91 43 0,0005 -7,6 51 0,0001 9,21 62 0,00005 -9,9 75 0,00001 -11,51 80 água 80 4.3. Determine o valor da concentração micelar crítica, CMC (ver Figura 3). Procure na literatura o valor da CMC para o SDS e compare com o valor obtido experimentalmente. Calcule o erro experimental e discuta sobre a divergência do valor encontrado. Observe a temperatura CMCgráfico = 6,75x10^-4 (lnC = -7,3) CMCliteratura = 8,2x10^−3 mol/L a 25° C ] Erro experimental = 91,7% Tal valor de erro se dá pela diferença de temperatura do CMC da literatura e da temperatura experimental, além de possíveis erros aleatórios imprevisíveis e sistemáticos. Que resultam na diferença entre o valor da literatura e do obtido pelo experimento. 4.4. Resolva a equação 1 e obtenha o valor do excesso superficial (Γ) de surfactante na monocamada adsorvida na superfície da água. Para obter Γ, determine o coeficiente angular, da porção linear do gráfico (imediatamente antes da descontinuidade). (Ver Figura 3, Equação 1). Use o coeficiente angular, y = ax + b; onde 𝑎 = . Use ∆𝑦 ∆𝑥 =− Γ𝑅𝑇 𝑅 = 8, 314. 10 e T = a temperatura (K) obtida 3𝑚𝐽/𝑚𝑜𝑙. 𝐾 experimentalmente. 4.5. Calcule a área ocupada por molécula de detergente na superfície da água. Use a Equação 2, 𝐴 = 1/𝑁Γ para encontrar o valor da área ocupada do surfactante na superfície em ( /molécula) e converta o resultado em /𝑚2 Â2 molécula. Veja o apêndice 1. ( 1 m = Âe 1 = )1010 𝑚2 1020 Â2 4.6. O valor da área ocupada por molécula encontrada é adequado ou é um valor absurdo? Reflita a respeito e comente sobre o valor encontrado, lembrando que o comprimento da ligação entre carbono-carbono para um hidrocarboneto de cadeia linear é de aproximadamente 1,4 Å O valor obtido: 40,7 /molécula é absurdo quando comparado ao da ligaçãoÂ2 citada acima, essa diferença enorme no valor apresentado pode se dar pela alta taxa de erro experimental que obtivemos no experimento. Mas em observação ao experimento realizado o filme superficial se mostrou completo, entendendo que as moléculas estão próximas , mostrando a repulsão além da solvatação com a água, aumentando seu volume na área ocupada. 4.7. Observe o perfil do gráfico experimental que obteve para o SDS de γ vs lnC veja se houve um mínimo próximo ao valor da CMC, ver Figura 3. Para esta resposta pode usar como base a ref. 1 Observando o gráfico, chegamos a conclusão que o valor mínimo obtido está próximo ao CMC. 5. QUESTIONÁRIO 5.1. Defina tensão superficial e tensão interfacial. Na Física, a tensão superficial é um efeito que ocorre na camada superficial de um líquido que leva a sua superfície a se comportar como uma membrana elástica. As moléculas situadas no interior de um líquido são atraídas em todas as direções pelas moléculas vizinhas e, por isso, a resultante das forças que atuam sobre cada molécula é praticamente nula. As moléculas da superfície do líquido, entretanto, sofrem apenas atração lateral e inferior. Esta força para o lado e para baixo cria a tensão na superfície, que faz a mesma comportar-se como uma película elástica. A noção de tensão superficial aplica-se também à superfície de separação entre duas substâncias, sendo então denominada tensão interfacial. Ao contrário da tensão superficial de um líquido, a tensão interfacial de um par de substâncias pode ser negativa; neste caso a energia potencial de coesão diminui à medida que a área da interface aumenta, e este aumento se produz espontaneamente por ser a adesão entre as moléculas mais intensa do que a coesão entre elas. Por exemplo, certos óleos minerais flutuando sobre água tendem a espalhar-se até constituírem uma película monomolecular (o que sugere um processo para medir o número de Avogadro). Para muitos fins práticos é desejável que as tensões superficial e interfacial sejam tão baixas quanto possível; é o caso dos lubrificantes (que devem espalhar-se por todos os pontos das superfícies deslizantes); dos detergentes (que devem insinuar-se entre duas substâncias para separar uma da outra); de drogas medicinais. 5.2. Comente a regra de Gibbs para a tensão superficial. Dê 2 exemplos de substâncias que aumentem a tensão superficial e duas substâncias que diminuem a tensão superficial da água. No interior, ou na superfície, o surfactante tem potenciais químicos característicos. O potencial químico é a Energia Livre de Gibbs associada à adição de uma molécula em uma determinada fase. Portanto, se há um ganho de energia livre associado à migração de uma molécula do interior do líquido para sua superfície, o trabalho necessário para aumentar essa mesma superfície deve ser diminuído pela mesma quantidade. Desta forma, existe uma associação direta entre a tensão superficial de um líquido na presença de um surfactante e a diferença de potencial químico do surfactante na superfície relativamente ao meio da solução. Não havendo variação de pressão ou temperatura, a variação da energia livre corresponde à variação dos potenciais químicos.Sendo que eletrólitos fortes, como NaCl, HCl e HI, tendem a aumentar a tensão superficial, enquanto eletrólitos fracos, como o ácido acético e hidróxido de magnésio, diminuem. 5.3. Defina micelas? Procure na literatura modelos de micelas e dê exemplos das diferentes formas. (Físico-Química): Agregado de moléculas em suspensão que constitui uma das fases de um colóide. Ex: O sabão dissolve-se na água e forma micelas. As micelas são estruturas esféricas estáveis formadas por centenas de moléculas anfipáticas, isto é, moléculas caracterizadas por uma região polar (hidrofílica) e não polar (hidrofóbica). Assim como as moléculas que as compõem, as micelas têm um centro fortemente hidrofóbico e sua superfície é “coberta” por grupos polares hidrofílicos.Eles resultam, na maioria dos casos, da mistura de um grupo de moléculas anfipáticas com água, por isso é uma maneira de “estabilizar” as regiões hidrofóbicas de muitas moléculas juntas, fato que é motivado pelo efeito hidrofóbico e organizado pelas forças de van der Waals.Os modelos de micelas existentes: temos as esféricas, cilíndricas, bicamadas e inversas. Além disso, as micelas podem formar diferentes conformações de copolímeros, diblocos e triblocos. Tanto os detergentes quanto os sabões, assim como certos lipídios celulares, podem formar micelas, que têm relevância funcional, pelo menos em animais, do ponto de vista da absorção de gordura e do transporte de substâncias solúveis em gordura. Foram propostos vários modelos, entre eles podemos citar: o modelo de gota de óleo que foi proposto por Hartley, o modelo de micela porosa proposto por Menger, o modelo de blocos proposto por Fromherz e o modelo de celas proposto por Dill & Flory. 5.4. Discuta a regra de Traube para os surfactantes. Veja ref. 2 A regra de Traube diz: “Numa solução diluída de surfactante, quanto maior a cadeia carbônica maior a atividade tensoativa, numa série homóloga de reagentes”. Então o comprimento da cadeia hidrocarbônica e a atividade de superfície são expressadas conforme a regra, já a concentração molar é requerida para produzir diminuição equivalente da tensão superficial, com isso a tensão da água diminui para cada grupo de adicionado na cadeia hidrocarbônica de soluto. Também é𝐶𝐻 2 possível aplicar a regra de Traube em tensão interfacial em interfaces de óleo-gordura. 5.5. Descreva outros métodos que poderiam ser usados para determinar a tensão superficial. O método da placa de Wilhelmy: Esse método segue lógica similar ao anel de Du Nouy, no entanto, a emersão não se prolonga até o momento de rompimento, sendo cessada quando o ângulo de contato da placa com a superfície ou interface se aproxima a 0. A força medida pelo equipamento apresenta um comportamento mais dinâmico do que o anel de Du Nouy, uma vez que, o anel, apenas mede a força máxima do momento de ângulo de contato 0, enquanto que a placa, permanecendo em contato com o fluido, obtém a média da variação das forças aplicadas na sua geometria ao longo do tempo. Esse princípio é de suma importância para avaliar a influência de surfactantes na interface, uma vez que, a mesma, está em constante alteração devido ao movimento do surfactante dentro e fora da interface. Adaptando a equação (1) para a geometria da placa, a tensão superficial pode ser medida da seguinte forma: O mesmo procedimento de calibração do tensiômetro é utilizado para que seja desconsiderado o peso da placa quando a mesma se encontra na posição de equilíbrio com a interface, de acordo com a Figura . Para se estabelecer uma voltagem de referência, associada a uma carga de 4,905mN, distribuída por duas vezes o comprimento L da placa, escreve-se: Com a máquina regulada para ler uma voltagem de 0.122 Volts quando a placa estiver submetida a uma carga de 4,905mN, e aplicando-se a equação (4), tem-se, em mN/m: 5.6. Descreva o que ocorre com a distribuição de íons em interfaces carregadas, segundo o modelo de Stern. Defina Plano de Cisalhamento, Eletroforese e Potencial zeta. Uma determinada região entre o sólido e o final de uma camada, onde os contra íons ocupam posições rígidas com relação à superfície, é conhecida como Camada de Stern. A espessura dessa camada, em geral, é pequena equivalente a poucas fileiras de moléculas de água. Supostamente a distância das interações específicas são viabilizadas (ligações covalentes, ligações de hidrogênio etc.). No caso da adsorção de surfactantes ou de moléculas poliméricas, no entanto, a camada de Stern torna-se mais espessa devido ao comprimento dessas moléculas. Portanto, os íons adsorvidos nessa camada estão sujeitos a interações específicas e/ou eletrostáticas.A interação específica em muitos casos supera a repulsão eletrostática possibilitando a adsorção de co-íons em uma superfície eletricamente carregada. Os íons mais afastados, no seio da solução, estão dispersos como no modelo de Gouy-Chapman que leva em consideração a agitação térmica dos íons. Plano de Cisalhamento: Plano que separa o líquido da camada de Gouy. A tensão tem as mesmas unidades que a pressão: força por área. O estresse normal ocorre quando um componente é colocado em tensão ou compressão. Se uma haste de metal for esticada verticalmente, uma tensão interna tenderá a resistir a novas deformações. Essa tensão ocorre em seções transversais horizontais da barra. A tensão é considerada normal porque é direcionada em um ângulo reto ou normal para os planos de tensão horizontais. Eletroforese: é uma técnica baseada na separação de partículas em um determinado gel de acordo com sua massa e carga. É utilizado um gel de poliacrilamida que forma uma malha constituída por uma rede de polímeros que permite a migração de moléculas. Moléculas de menor peso molecular terão mais facilidade em atravessar a malha do gel, se posicionando assim mais próximas do catodo; enquanto as moléculas com maior peso apresentam maior dificuldade e se posicionam mais próximas do anodo. A distância que o fragmento percorreu a partir do ponto de aplicação é comparada com a distância que outros fragmentos de tamanhos conhecidos percorreram no mesmo gel. Potencial Zeta: é o potencial elétrico no plano de cisalhamento de nanopartículas, gotículas ou colóides. As nanopartículas dispersas em um meio líquido geram uma carga na superfície, a assim chamada camada dupla. Esta é compensada pela adição de contra-íons à carga superficial. Quando uma partícula se move numa solução, os íons movem-se com ela e ocorre uma queda de potencial entre as diferentes camadas.(pode ser um indicador da estabilidade de uma dispersão, suspensão ou emulsão. Em geral, quanto maior for a magnitude do potencial, tanto melhor será a estabilidade da dispersão ou emulsão. Para a estabilidade, não importa o sinal (positivo ou negativo) que a dispersão tenha. Todavia, o sinal da dispersão pode ter enorme influência na aplicação da dispersão. ) 5.7. Como agem os xampus e condicionadores? Que tipo de surfactantes são usados nestes cosméticos? Ambos possuem, em sua formulação, moléculas de surfactantes. Os xampus e condicionadores diferem, basicamente, na carga do surfactante: o xampu contém surfactantes aniônicos, enquanto que os condicionadores têm surfactantes catiônicos. A necessidade do uso de xampus e condicionadores se dá pelo fato de que o surfactante presente, solubiliza a sujeira, óleo excessivo, presentes no cabelo. Após o uso do xampu, o cabelo fica carregado eletrostaticamente, devido à repulsão entre as moléculas de surfactantes (negativas), portanto o uso do condicionador com seus surfactantes catiônicos tem-se uma neutralização, pois estes arrastam as moléculas de xampu ainda presentes no cabelo. O condicionador proporciona uma maior oleosidade, e uma diminuição das cargas presentes. 5.8. Que tipo de resíduo foi gerado neste experimento e como foram tratados ou armazenados? Explique. O experimento gerou soluções de dodecil sulfato de sódio (SDS). Com isso foram geradas diversassoluções em diferentes concentrações, as soluções mais concentradas foram guardadas para utilizá-lo com essa finalidade, enquanto que as soluções mais diluídas foram descartadas na pia. Como ele é um detergente SDS não é tóxico, mas em excesso pode causar danos ao meio ambiente. 5.9. Assista aos seguintes vídeos e responda: (https://www.cursinhoparamedicina.com.br/video-aulas/aulas-quimica/tensao- superficia l-e-surfactantes/ , neste site https://www.youtube.com/watch?v=7Jsn_QLew-c) 5.9.1. Explique porque o clip de papel afundou quando uma gota de detergente foi adicionada à água. Por causa da adição de detergente ou sabão, onde eles são tensoativos ou surfactantes, assim, eles diminuem a tensão superficial da água , ocorrendo o não suporte do peso dos clips de papel, fazendo-os afundar. 5.9.2. Explique porque as gotas de líquidos possuem forma esférica. Todo líquido em queda adota o formato esférico, onde todas as moléculas da superfície estão sendo atraídas para o interior, assim, sua tendência é sempre reduzir o máximo a sua área superficial, conforme, cálculos matemáticos a forma esférica é que possui menor área superficial para um dado volume. Quando se trata de um aumento no volume em (gotículas de água ou outros líquidos) a forma esférica se mostra mais achatada , por conta da gravidade. 5.9.3. Explique porque diferentes líquidos puros possuem diferentes valores da tensão superficial. Pelo fato, em que, as ligações intermoleculares nos líquidos envolvem ligações, assim, quanto maior for sua força intermolecular, maior será a tensão superficial de um líquido apresentado. 6. CONCLUSÃO O experimento conclui-se permitindo o compreendimento da determinação da concentração micelar crítica de surfactante. Onde só pode ser determinado através do equipamento chamado Tensiômetro de Du Nouvy, que nos auxilia na apresentação de medida de tensão superficial. https://www.youtube.com/watch?v=7Jsn_QLew-c Observamos, a partir de cálculos e da representação gráfica, a concentração necessária de surfactante para o início da formação de micelas e que o surfactante diminui a tensão superficial da água, apresenta: 6,75x10^-4 mol/L (lnC = -7,3) diferente aos resultados experimentais da literatura, podendo ser problemas técnicos a realização do experimento e referentes a temperatura. Além disso, foi calculados o erro experimental de 91,7%, o que consta a concluir que pode ter havido mudança de temperatura, erros sistemáticos e aleatórios, bem como a presença de impurezas 7. BIBLIOGRAFIA Debacher, N. A.; Experimento 9 - Determinação da Concentração Micelar Crítica de um Surfactante por Medidas de Tensão Superficial, 2022 Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Serviço de Documentação e Informação - Arquivo; “Tensão Superficial” Disponível em: https://biblioteca.fe.up.pt/arquivo/glossario/tensao-superficial/index.html ALGO SOBRE ;Prof: Netto. Luiz Ferraz . “Tensão Interfacial” . Disponível em: https://www.algosobre.com.br/fisica/tensao-interfacial.html "micela", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, disponível em: https://dicionario.priberam.org/micela . Maestrovirtuale; “Micelas,estrutura, função e formação” . Disponível em: https://maestrovirtuale.com/micelas-estrutura-funcao-e-formacao/ . PUC-RIO; “AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE MEDIÇÃO DA TENSÃO INTERFACIAL DO SISTEMA ÁGUA/HEPTOL” MOREIRA. Orientador: MENDES. Disponível em: https://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios _pdf/ctc/MEC/MEC-Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.p df . MARTINO. Química a Ciência Global; “Tensão Superficial”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7Jsn_QLew-c . https://biblioteca.fe.up.pt/arquivo/glossario/tensao-superficial/index.html https://www.algosobre.com.br/fisica/tensao-interfacial.html https://dicionario.priberam.org/micela https://maestrovirtuale.com/micelas-estrutura-funcao-e-formacao/ https://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios_pdf/ctc/MEC/MEC-Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.pdf https://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios_pdf/ctc/MEC/MEC-Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.pdf https://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2017/relatorios_pdf/ctc/MEC/MEC-Pedro%20Henrique%20de%20Lima%20Ripper%20Moreira.pdf https://www.youtube.com/watch?v=7Jsn_QLew-c
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