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PÉ E TORNOZELO “O tálus é o segundo maior osso do tarso e fica localizado superiormente ao calcâneo. É o único osso do tarso que se articula com os ossos da perna, medialmente com a tíbia e lateralmente com a fíbula. Recebe todo o peso do corpo e o transfere ao calcâneo.” “Calcâneo é o maior osso do pé humano, um dos sete que constituem o tarso, estrutura anatômica e funcional da parte superior do pé, próxima ao tornozelo. É o calcâneo que dá forma ao calcanhar.” O osso do Tálus é o único osso que se articula com os ossos da perna, fíbula mais lateralmente e tíbia medialmente em que se tem por meio de ligamentos. É por esse motivo que ao lesionar algum desses ossos, o gesso vai até a porção do pé e tornozelo a fim de imobilizar também os movimentos do Tálus que pode vir a provocar rotação ou translação dos ossos da perna e perder a estabilidade necessária para que se tenha uma consolidação da fratura. O movimento de flexão plantar e de dorsoflexão são feitos por meio do tornozelo, mais especificamente por meio da articulação tíbio talar, ou seja que reúne a tíbia e o tálus do tarso. Obviamente a dorsoflexão é mais limitada do que a flexão plantar, sendo o ângulo máximo de 20º enquanto a flexão plantar chega de 30º a 50º. EVERSÃO: dorsoflexão do tornozelo + pronação + abdução do antepé (dedos para fora). Apenas 5º. INVERSÃO: flexão plantar do tornozelo + supinação + adução do antepé (dedos para dentro). Cerca de 20º. PÉ TORTO CONGÊNITO O próprio nome já diz sobre a doença, é uma deformidade que ocorre em crianças recém-nascidas em que se tem um quadro de deformidade de todas as estruturas do pé e do tornozelo seja de ligamentos, articulações, tendões, ossos, vasos e nervos. Sendo o osso mais prejudicado o Tálus já que apresenta o colo encurtado e a superfície medial bem diminuída. A deformidade consiste em palavras simples quando essas crianças possuem um dos pés voltados para dentro, com os dedos para dentro. Em palavras técnicas, consiste em um quadro de inversão do pé, com flexão plantar além de adução do médio e antepé. O pé se apresenta cavo devido a justamente flexão plantar e dorso extensão. - Inversão da subtalar; - Flexão plantar do tornozelo + pé cavo; - Adução do médiopé e antepé; O pé torto congênito pode não apresentar uma causa, em que se tem o PTC idiopático, como também pode ter casos de pé torto postural que se resolve com manipulações, os neurológico e sindrômico que estão relacionados a outras anomalias congênitas. O sexo masculino é o mais afetado, sendo de 0,93 a cada 1000 nascidos, não tão comum. Pode ocorrer bilateral ou unilateral, quando unilateral, tem prevalência pela direita. O diagnóstico é essencialmente clínico já que os exames de imagem, em especial o Raio-X não são úteis visto que nas grandes maiorias das vezes é muito difícil posicionar o pé de maneira correta para realizar o exame. Deve-se fazer a dorsoflexão do pé, realizar uma eversão forçada máximo que conseguir e estabilizar o pé com algum peso ou apoio da própria criança. Os exames de imagem são mais utilizados a fim de se ter os dados necessários para comprovação da evolução desse tratamento ao longo do tempo, traçando ângulos segundo se tem o avanço do tratamento para notar diferenças nas crianças. O quadro clinico se apresenta com um pé torto inversão da articulação subtalar, flexão plantar do antepé e retropé e um pé cavo e adução do antepé e médiopé com os dedos para dentro. É denominado de pé equino também. O tratamento consiste na tentativa de retornar aquele pé para as condições normais, sem que se tenha alongamento ou comprometimento das estruturas danificadas, além de comprometimento funcional. O tratamento conservador mais utilizado é o uso de gesso seriado a fim de ir tendo a melhora gradualmente da posição do pé ao longo tempo assim como pode-se utilizar outras técnicas como órtese e máquina de mobilização passiva. O tratamento cirúrgico é reservado quando se tem falhas no tratamento conservador, especialmente do gesso, em que não é possível reduzir as deformidades ou acabam se tendo um comprometimento funcional importante desse paciente. O tratamento cirúrgico consiste na colocação de pinos de preferência extraósseos para que se tenha possibilidade de ajustes conforme o tempo. Lembrando sempre que um cuidado essencial com problemas funcionais das estrutura deformadas. As complicações tratamento conservador são decorrentes de um excesso de força (hiperpressão) e de uma técnica inadequada durante a manipulação. Quando a correção do equino é tentada antes da correção da adução e do varo, pode instalarse deformidade em "mata-borrão" sendo que excesso de pressão na superfície articular pode ocasionar rigidez e deformidade. As complicações inerentes ao tratamento cirúrgico são a lesão do feixe vasculonervoso, necrose de pele e a infecção no trajeto dos pinos. Além dessas, podemos encontrar as deformidades residuais, recidivas em até 25% dos casos, fraqueza muscular, hipercorreção e joanete dorsal. ALTERAÇÕES DE ARCO PLANTAR Todo pé é formado por uma abobada plantar, conjunto de todos os elementos do pé, ossos, ligamentos, tendões, as articulações, vasos e nervos associados em harmonia em que se tem o papel de amortecer a marcha por meio de 03 arcos: anterior, externo e interno. “Existem 3 arcos que compõe a planta do pé e que são os arcos uteis nos movimentos da pisada. Esses arcos do pé que compõe a abóboda são formados por três pontos entre si: o ponto C onde se localiza na região do calcâneo, local em que se tem maior quantidade de pressão na pisada, o ponto A localizado no primeiro metatarso e o ponto B que é localizado no quinto metatarso. O primeiro arco que é o arco interno é formado no ponto C com o ponto A, segundo arco é formado do ponto C com o ponto B chamado externo e o arco anterior consiste no ponto A e ponto B. Esses 03 arcos são responsáveis pela formação da abóboda e pisada do pé, garantindo estabilidade e dissipação igual de carga” Algumas pessoas podem ter alterações nesses arcos do pé e consequentemente na abobada plantar, o que prejudica a marcha, forçando mais de um lado do pé, podendo em longos períodos trazer consequências que levem a piores condições clínicas, desgaste de articulações e problemas ósseos. Aqueles que possuem redução dos arcos, possuem os pés mais planos, denominados de pé chatos. Existem os outros como os nenês com pé torto congênito que devido a inversão e flexão plantar possuem um pé com os arcos do pé mais avantajados são denominados pé cavo. Existem ainda diferentes tipos de pisadas, que também são responsáveis por alterações da marcha, assim como causar sobrecargas em determinadas estruturas que podem vir a ser lesionadas ao longo do tempo: aqueles indivíduos que possuem uma marcha com apoio da porção externa do pé próxima ao dedo mindinho apresenta uma pisada supina ou supinada, enquanto aqueles que possuem uma pegada com a porção interna do pé apresenta uma pisada pronada ou pronação. Observe que na pisada pronada, a porção medial do osso calcâneo é a que sofre maior sobrecarga possível, mas que se apresenta mais lateralizada do que as outras pisadas, já na pisada supinada a porção mais medial em comparação a pisada normal apresenta uma sobrecarga, como se fosse um triangulo de pisada. Quando mais interno, menor será o ângulo de pisada, quanto mais externo ou lateralizado do pé for, maior será o ângulo. O diagnóstico de alterações no formato dos arcos é feito por meio do podoscopio que avalia o desenho da planta do pé do paciente, a fim de determinar se possui pé chato, pé cavo ou pé normal. O mesmo ocorre com as passadas. - PÉ NORMAL: é aquele no qual a largura mínima do istmo não chega à metade dalargura máxima do antepé. - PÉ PLANO DE 1º GRAU: a largura mínima do istmo é maior ou igual à metade da largura máxima do antepé. - PÉ PLANO DE 2º GRAU: há contato da borda interna do pé com o solo, mas a abóbada é mantida. É como se o arco interno tivesse cedido, mas a abóbada não tivesse caído. - PÉ PLANO DE 3º GRAU: desaparecimento completo da abobada plantar. - PÉ PLANO DE 4º GRAU: corresponde ao pé em balanço. A largura do apoio é maior na parte central que na anterior e posterior As complicações incluem Síndrome do Túnel do Tarso, as Tendinites por excessiva força nos tendões, disfunções de postura, alterações de marcha, desvios posturais de joelho e coluna, artrose de joelho, quadril e coluna espinhal. Em mente sempre que os efeitos são sempre em cascata. O tratamento do PÉ PLANO consiste em fortalecer fibular longo, flexor comum dos dedos, flexor próprio do quinto dedo. Andar no bordo externo dos pés, andar na ponta dos pés, elevação do corpo na ponta dos pés, puxar um pano com a ponta dos pés, andar na areia fofa. Os tratamentos do PÉ CAVO consistem em fortalecer a musculatura flexora dorsal do pé (fibular anterior, extensor comum dos dedos, tibial anterior). Andar no bordo interno dos pés, flexão dorsal do pé, alongamento com o antepé apoiado no espaldar, andar para traz com o apoio dos calcanhares. “O tratamento consiste sempre em voltar o pé na posição que seria ideal, ou seja, se no caso do pé cavo apresenta- se um pé com flexão dos dedos, flexão plantar e utilização dos músculos fibulares longo e curto. Deve-se realizar os movimentos contrários e fortalecer os músculos que faz esses movimentos: extensão dos dedos, fortalecer então os extensores dos dedos, dorsoflexão do pé responsável do musculo tibial anterior e fibular anterior, fortalecendo esses músculos portanto.” ENTORSE DE TORNOZELO Estima-se que cerca de 10.000 pessoas sofram com algum entorse de tornozelo a cada dia, sendo que 85% desse tipo de entorse ocorre lateralmente com inversão do pé ou de supinação provocando rotura dos ligamentos laterais dos tornozelo acometido. Os principais ligamentos acometidos são os ligamentos do fibulo-talar, calcâneo talar anterior e posterior ou ainda as fraturas de avulsionamento com traço horizontal maléolo fibular. Lembrando que rompimento dos ligamentos pode ser parcial ou total e que os ligamentos são estruturas do corpo responsáveis por unir um osso ao outro. Nos casos de entorse lateral que corresponde a maioria do casos de torção ligamentar, na região medial em que teve uma flexão ocorre preservação do ligamento deltoide e em casos mais raros pode ocorrer lesão do maléolo tibial ou maléolo medial. Lembrando que o ligamento deltoide é um forte ligamento que impede ocorrência de movimentos de eversão em que se pode ter fraturas. Estabiliza a região medial tornozelo. Em casos de lesão por eversão ou pronação que são muito mais raros os casos ocorrem lesões preferencialmente nos ligamentos mediais, em especial no ligamento deltoide o que não ocorre nos entorses laterais. Podem ocorrer ainda fraturas por avulsão do traço horizontal do maléolo tibial ou maléolo medial. No lado lateral quando acometido é mais grave, podendo ocorrer prejuízo das articulações e fraturas importantes no local conforme a posição da sindesmose acometida. Nos casos em que a fratura for supra-sindesmal a sindesmose estará lesada. Quando a fratura for infra-sindesmal a sindesmose estará íntegra. Quando a fratura for trans- sindesmal a sindesmose pode ou não estar lesada. Para uma fratura supra-sindesmal com a sindesmose íntegra o trauma é direto sem a incidência torcional. “A sindesmose é o termo usado em anatomia para uma articulação composta por dois ossos ligados por uma faixa de tecido fibroso ou membrana. No organismo, temos algumas sindesmoses entre os ossos da tíbia e fíbula, por exemplo. Na sindesmose tibiotársica, encontramos vários ligamentos, que fazem essa articulação” O entorse como já dito consiste no rompimento parcial ou total dos ligamentos podendo ser classificado conforme os graus da lesão, sendo o grau I correspondente a quadros em que se tem apenas distensão ligamentar, grau II onde se tem ruptura parcial dos ligamentos e grau III quando se tem ruptura completa do ligamento. O quadro clínico de um entorse representa edema elevado com muita dor associada, impotência funcional e quadros de deformidades. Pode aparecer ainda hematomas devido ao sangramento e acometimento de vasos. E na maioria das vezes o tratamento é conservador com gelo no local e imobilização sendo que a maioria se resolve espontânea principalmente os ligamentos laterais. Em 10% a 30% dos pacientes apresentam sintomas crônico como sinovite e tendinite persistente, dor e edema, além de rigidez do tornozelo, fraqueza muscular, limitação dos movimentos e instabilidade crônica. Nesses casos pode-se recomendar o tratamento cirúrgico com reparto daqueles ligamentos laterais acometidos. No caso dos entorses por eversão ou pronação o deltoide se recupera bem, também de maneira espontânea, lesões articulares na sindesmoses podem ser necessários intervenção cirúrgica e colocação de pinos estabilizadores. FASCEÍTE PLANTAR A fasceíte plantar consiste em um processo inflamatório da região da aponeurose plantar, uma porção de conjuntivo que recobre os ossos do pé e tornozelo desde o calcâneo até os metatarsos. Quando um indivíduo levanta calcanhar para o início da marcha, o ângulo entre as diferentes parte do pé aumentam e a aponeurose é tracionada distalmente ao levantar o calcanhar. Durante atividades vigorosas, pode ocorrer ruptura na origem, que é comum à aponeurose plantar e aos flexores curtos dos dedos dos pés. Lesões também podem ocorrer durante um rápido movimento de virar-se, o que causa pressão marcante nos tecidos da sola do pé. Geralmente atletas de alto nível que apresentam cargas de alto peso, erro de treinamento, relevos irregulares podem provocar uma tensão muito grande nessa região e causar o rompimento do ligamento e aponeurose. Pessoas que são obesas por sobrecarga e impacto, idosos, pés planos e pés calvos por conta da distribuição desigual nos pontos de carga (A, B, C) e um encurtamento das cadeias musculares posterior. O diagnóstico é essencialmente clínico e leva em conta as particularidades dos sintomas e os fatores de risco e outros exames de imagem como Raio-X e USG podem ser úteis a fim de diagnósticos diferenciais principalmente em quadro de esporão de calcâneo. A queixa mais comum é a dor e a rigidez na parte inferior do calcanhar. A dor é muitas vezes matinal. O esforço físico durante o dia pode recorrer o desconforto. Normalmente este desconforto é em queimação ou facada, e pode ser sentido também na parte mais central da planta do pé. Lembrando que os locais mais comuns de se ter algum tipo de processo inflamatório é justamente a origem da fáscia plantar ou aponeurose, próximas ao calcâneo. Sendo por esse motivo que geram rigidez nessa região associada dor e principalmente incomodo ao realizar movimentos. O tratamento é conservador a base de analgésicos locais e fisioterapia com garrafas de agua, bolinhas de tênis, além de alongamentos com dorsoflexão do pé para fortalecer a região. Pode-se realizar o tratamento cirúrgico em casos de as medidas conservadoras não funcionarem. Sendo os tratamentos podendo variar de 6 a 8 semanas. ESPORÃO CALCÂNEO É um tipo de fasceíte plantar mas que se caracteriza por um crescimento ósseo no calcâneo, fato que não ocorria na fasceíte plantar. O esporão, que é o osso formado, não ocorre na fáscia plantar, mas sim no musculo flexor curto dos dedos, adjacente a fáscia. Apenas 50% das pessoas com fasceíte plantar tem esporão e 10% das pessoas sem doresna região calcâneo também tem esporão, assim via de regra, não há indicação cirúrgica para ressecção do esporão. O esporão do calcâneo é um resultado do crescimento anormal de um pequeno segmento do osso do calcanhar, que se forma na parte de baixo ou na região posterior desse osso, próximo à inserção do tendão de Aquiles. Essa projeção óssea anômala é causada por microtraumatismos que ocorrem por encurtamento da fáscia plantar ou dos tendões, uma vez que essas estruturas passam a exercer tração excessiva e permanente sobre o periósteo (membrana resistente que recobre a face externa dos ossos) do calcanhar, por longos períodos. Quando os sintomas se manifestam, a principal queixa costuma ser dor forte na região do calcanhar, que alivia com repouso e intensifica sob esforço. É comum que surja depois de um período de descanso, assim que a pessoa se levanta e apoia o peso do corpo sobre o pé afetado ou, então, depois de ficar em pé, imóvel, por muito tempo, ou após realizar atividades físicas intensas. Nessas situações, a dor chega a ser tão forte que a pessoa não consegue ficar em pé e caminhar. O esporão do calcâneo pode, ainda, estar associado à dor aguda e penetrante como a de uma facada, quando o centro do calcanhar é pressionado. Importante registrar que, nesses casos, o esporão não é a causa da dor nos pés. Ela é provocada pela inflamação crônica que se instalou nos tecidos ao redor da lesão óssea. O diagnóstico diferencial em relação a fasceíte plantar se dá pelo Raio-X já que muitas das vezes pode-se ter esses sintomas muito semelhantes em ambos os casos, já que o esporão não deixa de ser uma fasceíte com inflamação da fáscia plantar e crescimento de um osso próximo ao tendão de Aquiles no musculo flexor curto dos dedos. “A fascite plantar e o esporão de calcâneo são dois problemas distintos, mas que, por muitas vezes, são confundidos entre si. Isso geralmente ocorre porque as regiões de sintomatologias são bastante semelhantes e suas causas podem ser as mesmas. Apesar de ambas as patologias tirarem o sono de muita gente, elas não são exatamente a mesma coisa. A principal diferença é que a fascite plantar afeta o tecido fibroso, enquanto o esporão é um pequeno crescimento ósseo. Por isso, é essencial um diagnóstico correto, pois, dessa forma, o tratamento será muito mais eficaz, evitando transtornos futuros e aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Essencialmente, a fascite plantar é a inflamação de um tecido fibroso chamado fáscia plantar, que recobre a musculatura dos pés e se estende do calcanhar até a ponta dos dedos do pé. Alguns de seus principais sintomas envolvem dores na sola do pé e calcanhar, que costumam ser mais intensas assim que os primeiros passos do dia são dados ou em situações como subir escadas, após a prática de atividades físicas intensas e após permanecer em pé por longos períodos. Além disso, inchaço e sensação de queimação são comuns. Já o esporão de calcâneo é um pequeno crescimento ósseo, em forma de espícula, que se desenvolve no osso calcâneo (osso do calcanhar), no local onde a fáscia se prende. Em relação aos sintomas, o esporão pode causar dor bem localizada no calcanhar, que geralmente vem acompanhada de dor no arco plantar e rigidez na musculatura da panturrilha. Vale ressaltar que a presença do esporão não significa, necessariamente, que haverá sintomas de dor. Mas, há casos onde o esporão pode causar uma inflamação nos tecidos adjacentes, ocasionando fortes dores.” O tratamento são os mesmos da fasceíte plantar, com uma fisioterapia e tratamento conservador. Lembrando que é importante o uso de palmilhas ou chinelos ortopédicos que atuam prevenindo e melhorando os resultados nesses casos, ambos. BURSITE DE TORNOZELO E PÉ As bursites são inflamações das bursas ou bolsas que são as estruturas cheias de liquido que protegem e evitam com que os tendões e músculos ficam raspando nos ossos a fim de não desgastarem essas estruturas. As principais bolsas nas regiões de tornozelo e pé são que se localizam na região do calcâneo, englobando o tendão mais famoso do pé que é o tendão de Aquiles do calcâneo e da própria pele. E outra bolsa importante é a do Hálux ou do dedão que protege essa região óssea, além da bolsa do maléolo medial ou tibial e do maléolo lateral. As principais bursites de tornozelo e pé encontram-se nas regiões do Tendão de Aquiles, causando dor na região do calcanhar, mais para cima, diferentemente da fasceíte ou do esporão e a bursite de Hálux que se apresenta como as saliências das regiões mediais do Hálux como se fossem os processos inflamatórios. TENDINITE DOS FIBULARES A tendinite ou tenossinovite dos fibulares é um processo inflamatório que acomete os tendões e as bainhas devido a pequenos traumas por meio de movimentos repetitivos entorses ou alterações anatômicas locais que causam essa lesão no tecido tendíneo. A etiologia pode ser inflamatórias, roturas parciais ou em casos mais graves roturas totais dos tendões fibulares que ligam os músculos fibulares longo e curto aos ossos. Essas lesões inflamatórias são decorrentes de alterações locais anatômicas, traumas de repetição ou torções de tornozelo que podem levar ao comprometimento tendíneo. Se caso essa resposta inflamatória não ser tratada, pode evoluir para rotura parcial ou até total dos tendões. O quadro clínico é de um relato de dor na região lateral do tornozelo e instabilidade, dor ou desconforto concentrado ao longo do trajeto dos fibulares é referido na palpação retro maleolar (maléolo lateral) e, piora com dorsoflexão passiva e eversão resistida do retropé. A dor também pode ser relatada durante o alongamento passivo desses tendões, flexão plantar resistida e eversão do primeiro raio. Edema localizado doloroso de longa duração (mais do que três meses) pode ser encontrado nas tendinopatias. A tendinopatia dos fibulares pode ser acompanhada de crepitação dos tendões e de inversão involuntária do pé durante caminhada, principalmente em solo rígido. O diagnóstico de uma tendinopatia pode ser demonstrada por ressonância magnética ou ultrassonografia, além claro do diagnóstico clínico. No entanto, os exames de imagem são fundamentais para que se possa ser visualizado quais estruturas foram acometidas, como por exemplo em casos de entorse pode acometer o ligamento fibulo-talar, ou os calcâneo-talar anterior e posterior. O tratamento é conservador com medicação analgésica e anti-inflamatória, assim como fisioterapia, repouso e gelo em casos de lesões agudas ou entorses. O tratamento tipo cirúrgico ocorre em situação de ausência de melhora ao se fazer o tratamento conservador. SÍNDROME DE TÚNEL DO TARSO A síndrome do túnel do tarso é semelhante a Síndrome da Túnel do Carpo em que ocorre compressão nervosa, nesse caso, do nervo tibial que liga o calcanhar a sola do pé em que se tem dor nos tornozelos, pés e algumas vezes, dos dedos. As causas de compressão podem ser inúmeras, tanto causa extrínseca como lesões por esmagamento, fraturas, lesões por estiramento e luxações. Assim como causas intrínsecas como tumores, proeminências ósseas, gânglios linfáticos e vasos sanguíneos anormais como varizes. Casos de pés de pronação exagerada durante corrida ou caminhada podem vir a distribuir carga maior nesse nervo, levando então aos compressão. Por ser uma neuropatia, espera-se sintomas relacionados aos nervos, sejam eles positivos ou negativos: além de ter dor localizada na região medial do tornozelo e pé pode-se ter alteração de sensibilidade local com formigamentos, a redução de sensibilidade ao toque leve e temperatura, os distúrbios motores com atrofia da musculatura do pé e as anormalidades de caminhada com hiperpronação a fim de aliviar as dores podem aparecer.Lembrando que as dores podem ser confundidas com fasceíte plantar. O diagnóstico é feito clinicamente por meio de testes que venham a testar a funcionalidade dos nervos: 1. TESTE DE TINEL: ao realizar a batida no maléolo medial do paciente, este sentirá formigamento ou choque dentro das regiões plantares, calcanhar e dáctilos. 2. TESTE DORSIFLEXÃO-EVERSÃO; 3. TESTE DE TENSÃO NEURAL (NERVO TIBIAL): extensão do nervo ou estiramento realizando dorsoflexão e eversão a fim de esticar o nervo e perceber se o paciente sente dor ou não quando tensionado o nervo tibial no caso. Ao estimular o nervo tibial com movimentos de eversão e dorsoflexão do pé o paciente apresentará os sintomas de dores ou choques nas regiões dos dermátomos que são os correspondentes aquele nervo tibial como mostrado nessa imagem acima. Pode-se realizar ainda eletromiografia do nervo tibial para diagnóstico mais preciso, mas não sendo sempre disponível. O tratamento conservador, que é o mais usado, consiste em medicação analgésica e anti-inflamatória, além de se fazer infiltração com cortisona que melhora a inflamação local, repouso, palmilhas ortopédicas para corrigir casos de pronação e fisioterapia. Observa-se que ao realizar nesses casos a pronação do pé, obrigatoriamente se faz também a eversão e dorsoflexão, provocando um tensionamento do nervo tibial, piorando o quadro. E o tratamento cirúrgico é feito para uma maior liberação do ligamento “Retináculo dos Flexores”, que é a cobertura do túnel do tarso, e exploração do túnel com a descompressão do Nervo Tibial. Em casos de se ter massas compressivas dentro do canal, estas devem ser removidas e os fatores causais tratados. DEFORMIDADE DE HANGLUNG É a deformidade característica em mulheres que utilizam saltos por elevados períodos de tempo ou sapatos que são muito apertados, principalmente no calcanhar. Uma carga excessiva de peso nesses locais faz com que surja alteração do osso e tecidos no pé. Uma proeminência óssea na parte superior do calcanhar (Tuberosidade Posterior do Calcâneo) que leva ao desenvolvimento de uma inflamação nos tecidos à sua volta, entre o calcanhar e o tendão de Aquiles, podendo causar bursite retrocalcânea. A deformidade de Hanglung é semelhante ao esporão calcâneo, sendo que uma ocorre na porção abaixo do calcâneo e outra na tuberosidade. O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico em que se observa uma proeminência no calcanhar superior próximo ao tendão de Aquiles e por meio do Raio-X que mostrará a proeminência óssea. O tratamento conservador consiste no uso de analgésicos e anti-inflamatórios, infiltração de cortisona para aliviar os processos inflamatórios, repouso, palmilhas ortopédicas e fisioterapia. Nesses casos, o tratamento cirúrgico é o mais indicado a partir de duas técnicas: bursectomia e ressecção da porção superior da tuberosidade posterior do calcâneo onde teve a proeminência óssea. NEUROMA DE NORTON O neuroma de Morton é uma doença que afeta os pés causando dor, sensibilidade e incômodo no local. Também conhecido como síndrome de Morton ou metatarsalgia de Morton. No neuroma de Morton, o paciente sofre um espessamento no tecido ao redor dos nervos dos pés, localizados no 3º e 4º metatarsos. Sapatos apertados e salto alto são fatores etiológicos mecânicos que causam. O neuroma é um nódulo benigno com a compressão nos nervos plantar medial e plantar lateral. O diagnóstico é feito por meio do Exame de ressonância nuclear magnética do antepé, que demonstra através de cortes axiais a de presença do neuroma. Imagem de ressonância magnética no corte axial, demonstrando, delimitado pelo círculo branco, neuroma interdigital no 3º espaço O quadro clínico é fortes dores na região dos metatarsos (ponta do pé) e pode ainda proporcionar formigamento e choque nos pés e nos dedos, devido a hiperpressão na região. O tratamento conservador inclui analgésicos, repouso, as palmilhas ortopédicas e fisioterapia. Enquanto o cirúrgico inclui procedimento para retirada do neuroma que está comprimindo os nervos. FRATURAS O osso do Tarso é frequentemente fraturado, sendo que 75% das fraturas são articulares e acometem também as articulações. Geralmente as maiores causas são quedas de alturas muito elevadas, acidente de transito e trauma na região axial. O traço de fratura divide osso em 2 fragmentos principais: posterior-lateral e anterior-lateral e também anterior- medial. Frequentemente pode ocorrer até 5 fragmentos até cominação total do osso. Quadro Clínico: - Dor - Calor - Rubor - Edema e Flictenas - Perda da Função Complicações: - Síndrome Compartimental (10%) - Lesão do N. Tibial Posterior - Atrofia muscular - Osteíte - Distrofia Simpática Reflexa (DSR) O tratamento é bastante controverso com classificação inconsistente, múltiplos protocolos, falta de uniformidade na avaliação. Fraturas do tipo extra-articulares: possui melhor prognóstico em que se realiza uma avulsão da tuberosidade posterior com uma fixação com parafusos esponjosos e gesso. Já o tratamento do conservador com gesso por 3-4 semanas.
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