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DEGRADACAO DE LIPIDIOS (1)

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DEGRADACAO DE LIPIDIOS 
INTRODUÇÃO 
As gorduras ingeridas na dieta pra serem 
absorvidas precisam ser emulsificadas 
pelos sais biliares, formando micelas, isso 
deixa as gorduras mais acessíveis a ação de 
lipases que no intestino vão degrada-las em 
triacilgliceróis (TG) e se difundem na 
mucosa intestinal onde são incorporados 
em quilomícrons (QM) com colesterol pra 
serem distribuídos ou armazenados. Esses 
QM se difundem na corrente sanguínea e 
chegam aos tecidos onde podem ser 
armazenados em gotículas lipídicas ou 
serem oxidados como combustíveis. 
 
BETA OXIDAÇÃO OU DEGRADAÇÃO DE 
LIPIDEOS 
A degradação de lipídeos é chamada de beta 
oxidação, é o processo em que ácidos 
graxos que estão em forma de reserva nos 
tecidos em gotículas lipídicas, são 
convertidos em acetilCoA pra serem 
utilizados como fonte de energia, esse 
processo ocorre na mitocôndria. 
No processo são 
formadas moléculas 
de acetil coA, que 
vão entrar no ciclo 
de Krebs e serem 
oxidadas a NADH, 
FADH 2 formando 
potenciais redutores 
e indo para cadeia 
respiratória pra 
gerar ATP. 
 
 
TRIAGLICÉROIS 
Os triaglicerois não são tão bons 
combustíveis, porque eles têm alguns 
obstáculos na geração de energia, primeiro, 
eles são bem hidrofóbicos e precisam ser 
emulsificados, eles precisam ser 
transportados no sangue por proteínas, e 
eles precisam ser ativados para serem 
degradados. 
 
MOBILIZAÇÃO DOS LIPÍDEOS 
Um corpo considerado “magro” ele mobiliza 
mais lipídeos pra catálise, enquanto um 
corpo “gordo” tem uma sinalização menor 
pra catálise, e sintetiza e armazena mais do 
que quebra. 
Então o metabolismo de lipídeos é um vai ou 
racha, ou eu sintetizo lipídeos, ou eu estou 
degradando lipídeos, e os hormônios já 
conhecidos de vocês insulina e glucagon, 
que sinalizam pra armazenar (insulina), vai 
induzir a síntese, e o glucagon vai induzir a 
degradação. 
Na superfície de adipócitos existe uma 
lipase hormônio sensível (HSL) e perilipinas 
família de proteínas que restringem o 
acesso a gotículas lipídicas, evitando 
mobilização prematura de lipídeos. Então, 
só quando os níveis de glicose baixam, o 
glucagon vai induzir a mobilização desses 
lipídeos, ele liga a um receptor no adipócito, 
uma proteína G, acoplado a uma 
adenililciclase, ativando uma KA 
dependente de cAMP, que fosforila a lipase 
hormônio sensível (HSL), e perilipinas, na 
membrana do adipócito. 
A perilipinas se solta da CGI e se associa 
com TG lipase (ATGL) que auxiliam na 
degradação do triacilglicerol, em 
diacilglicerol. A periliina também se associa 
a HLS e degrada diacilglicerol em mono. E 
uma terceira monoacilglicerol lipase (MGL) 
degrada monoacil em ácido graxo. O ácido 
graxo então vai pra corrente sanguínea, 
lembrando que ele sempre está ligado a 
uma albumina sérica, pra ser carreado e de 
lá é transportado pra uma célula como o 
miócito pra ser usado como fonte de 
energia e aí começar a beta oxidação de 
fato. 
 
Em resumo, a beta oxidação é processo em 
que ácidos graxos são convertidos em 
acetilCoA pra serem utilizados como fonte 
de energia na mitocôndria. O glucagon vai 
induzir a mobilização desses lipídeos, PKA 
dependente de cAMP, que fosforila a lipase 
hormônio sensível (HSL), essa fosforilação 
também ativa perilipinas, na membrana do 
adipócito que auxiliam na degradação do TG, 
até ácido graxo. 
O ácido graxo então vai pra corrente 
sanguínea, ligado a uma albumina sérica, 
até uma célula como o miócito pra ser 
usado como fonte de energia e aí começar a 
beta oxidação de fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DA CARNITINA 
 
 
ETAPAS DA BETAOXIDAÇÃO 
O ácido graxo é ATIVADO para ser 
catabolizado e as etapas do catabolismo de 
lipídeos são: 
ETAPA 1 – 4 PASSOS 
 
 
No miócito, vindo da corrente sanguínea, o 
ácido graxo precisa de uma ativação, essa 
ativação é a inserção de uma molécula de 
coenzima A no ácido graxo, formando um 
acil graxo coa, reação feita pela Acil COA 
Sintetase, a custas de uma molécula de 
ATP. A exemplo, um palmitoil coa. Mas isso 
ainda ocorre no citosol da célula e ele 
precisa passar pra mitocôndria pra sofrer 
beta oxidação. 
 Nem todo acetil coA vai entrar no ciclo 
de Krebs pra fazer NADH e FADH2. 
Eles podem formar, uma outra 
molécula, corpos cetônicos! 
. 
 
 
 
 
 
CORPOS CETÔNICOS 
O cérebro, que usa preferencialmente 
glicose como combustível, pode se adaptar 
ao uso de aceto acetato ou -b-
hidroxibutirato em condições de jejum 
prolongado, quando a glicose não está 
disponível. A produção e exportação dos 
corpos cetônicos do fígado para tecidos 
extra-hepáticos permite a oxidação 
contínua de ácidos graxos no fígado quando 
acetil- CoA não está sendo oxidada no ciclo 
do ácido cítrico. 
No Fígado, que está sob ação da 
gliconeogênese, lembrem só nele, o acetil 
coA, não entra no ciclo de Krebs e é 
desviado pra formar corpos cetônicos, esse 
acetil coA sofre reação da tiolase, que 
forma acetoacetil coa, em seguida a HMG 
coa sintetase forma HMG CoA ou beta 
didroxiBmetilglutaril CoA, e a HMG coA 
forma o aceto acetato. 
 
 
Esse aceto acetato pode formar acetona, 
por uma descarboxilação não enzimática, 
ou ela B-hidroxibutirato desidrogenase 
forma B hidroxibutirato. E essa formação de 
acetona ou B hidroxibutirato, é importante 
porque a acetona sendo volátil, é o que dá o 
hálito cetonicos ou bafo cetonicos, 
característico como um sinal da degradação 
de ácidos graxos, visto bastante em 
diabéticos com glicemia não controlada. 
O b-hidroxibutirato por sua vez, nos tecidos 
como cérebro que usam corpos cetonicos 
como fonte de energia faz uma reação 
reversa nesses tecidos e forma acetil coa 
novamente, aí sim, usando como fonte de 
energia no ciclo de Krebs, então isso é uma 
adaptação do fígado pra distribuir corpos 
cetonicos e alimentar tecidos que usam 
glicose ou preferencialmente glicose como 
fonte de energia. 
 
 
Em resumo, vimos que ocorrerem 4 etapas 
na beta oxidação onde uma molécula de 
ácido graxo ativada, sofre reação de várias 
enzimas que vão ao final quebrar essa 
molécula no carbono beta, de dois em dois 
carbonos, gerando acetil coa e uma 
molécula de ácido graxo remanescente 
ligado a CoA. Nessa etapa NADH e FADH2 
são formados. 
O acetil coa entra no ciclo de Krebs, e o 
NADH e o FADH2 na fosforilação oxidativa e 
ao final temos em torno de 108 moléculas de 
ATP pra uma de ácido graxo de 16 c, por 
exemplo. Entretanto, no fígado, o acetil coa 
não vai pro ciclo de Krebs e sim é desviado 
para a formação de coros cetonicos que são 
distribuídos pelo fígado e utilizados por 
tecidos como cérebro como fonte de 
energia. 
 
Em jejum prolongado e diabetes, o glucagon 
é o hormônio atuante, ele está sinalizando 
pra gliconeogênese. Então todas 
regulações relativas a esse hormônio, vão 
acontecer no fígado, exemplo, a inibição da 
PDH por acetil CoA e ativação da PC. Nesse 
caso o acetil coA não entra no ciclo e desvia 
pra formar corpos cetonicos. Portanto, no 
fígado, o acetil Coa é direcionado pra 
produção de corpos cetônicos. 
 
 
 
CETOACIDOSE DIABÉTICA - CLÍNICA 
A formação de corpos cetonicos é de muito 
interesse na clínica, principalmente em 
diabéticos, a falta do controle da glicemia 
gera a cetose ou cetoacidose diabética, ou 
seja, aumento de corpos cetonicos no 
sangue. 
 
A doença se caracteriza pela falta absoluta 
ou relativa de insulina, hiperglicemia, 
desidratação, perda de eletrólitos, acidose 
metabólica e cetose – condições que se 
iniciam pelo descontrole ou por omissão 
das doses de insulina. Sendo a principal 
causa de morte em crianças diabéticas e 
tem alta incidência de admissão em 
emergências pediátricas e também não é 
raro em pacientes com CAD sofrem edema 
cerebral, aumentando em 64% as chances 
de letalidade da doença. A prevenção da 
morbimortalidade, portanto, é ofoco 
principal do atendimento. 
 
 
 
 
REGULAÇÃO DA OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS 
GRAXOS 
A regulação entre degradação e síntese vai 
depender principalmente da regulação 
hormonal, então se insulina está atuando, 
ela ativa a ACC a produzir malonil coA, 
inibindo a degradação, pela inibição da acil 
carnitina acil transferase e estimulando a 
síntese. Já o glucagon, ele fosforila a ACC, 
tonando –a inativa, inibindo a síntese, 
diminuindo os níveis de malonil coa, e 
estimulando a degradação. 
 
Carnitina pra emagrecer adianta? É um dos 
suplementos mais vendidos pra 
emagrecimento, como podem ver nesse 
site, uma nutricionista recomenda o uso e 
justifica que que a carnitina transporta 
gordura pra ser degradada na mitocôndria.

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