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4 - Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares

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Diagnóstico laboratorial de infecções 
cardiovasculares
Apresentação
As infecções cardiovasculares microbianas podem acometer diversas regiões do coração, tais como 
o endocárdio (válvulas cardíacas), o pericárdio e o miocárdio. Os agentes etiológicos dessas 
infecções são variados microrganismos, como vírus, protozoários e fungos, mas com destaque para 
as bactérias. As infecções são iniciadas em diversas regiões do corpo, porém podem se complicar 
quando bactérias atingem o sangue, que em indivíduos sadios é estéril, podendo carrear os 
patógenos até algumas das estruturas cardíacas, causando a patologia. 
O sistema imunológico produz fatores inflamatórios em resposta à infecção do sangue pelas 
bactérias, a chamada bacteremia, e em casos em que essas respostas se espalham pelo corpo, pode 
ocorrer o agravamento da situação do paciente, levando a quadros como a sepse e o choque 
séptico. Diversos métodos diagnósticos são utilizados nesses tipos de infecção, dos quais se 
destaca a hemocultura.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá compreender como ocorrem as infecções 
cardiovasculares, quais são os agentes etiológicos mais frequentes e os sítios mais afetados. Os 
sintomas e os quadros clínicos causados pelas infecções também serão apresentados, bem como os 
métodos de diagnóstico e tratamento das principais infecções cardiovasculares.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever o sangue como um tecido estéril.•
Identificar as bactérias causadoras de infecções cardíacas e sepse.•
Determinar as etapas de diagnóstico por hemocultura.•
Infográfico
A endocardite infecciosa é a infecção do endocárdio e pode ser causada por bactérias que 
colonizam essa região do coração, bactérias que, em muitos casos, são provenientes da boca. 
No Infográfico a seguir, você verá como é importante a manutenção da saúde bucal na prevenção 
da endocardite e como a infecção pode ser evitada.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/fa483741-8895-4ee7-89d3-c8b2bf66c1a2/ef2e8318-ce10-4998-be14-645e6d173a88.png
Conteúdo do livro
As patologias cardiovasculares de origem infecciosa atingem o coração nos seus mais diversos 
sítios: endocárdio, válvulas cardíacas, miocárdio e pericárdio. Os agentes etiológicos dessas 
infecções são diversos, em especial os microrganismos virais e bacterianos. No caso das bactérias, 
uma vez na corrente sanguínea, podem causar diversas complicações graves, apresentando alta 
taxa de mortalidade. Portanto, as técnicas diagnósticas para identificar e compreender essas 
infecções são extremamente relevantes. 
No capítulo Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares, da obra Microbiologia clínica, 
você irá conhecer um pouco mais sobre os tipos de infecções, os agentes etiológicos, os quadros 
infecciosos no sangue e as técnicas de diagnóstico dessas infecções.
Boa leitura. 
MICROBIOLOGIA 
CLÍNICA
César Henrique Yokomizo
Diagnóstico laboratorial de 
infecções cardiovasculares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever o sangue como um tecido estéril.
 � Identificar as bactérias causadoras de infecções cardíacas e sepse.
 � Determinar as etapas de diagnóstico por hemocultura.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as infecções bacterianas que acometem 
o coração, em especial as que afetam o endocárdio, o miocárdio e o 
pericárdio. As infecções bacterianas cardiovasculares podem ter agentes 
etiológicos provenientes de infecções em outros órgãos, que conseguem 
migrar pelo sangue e colonizar regiões do coração previamente dani-
ficadas. O sangue, que em indivíduos sadios é um tecido estéril, pode 
acabar invadido por bactérias patogênicas, causando graves problemas de 
saúde — desde uma bacteremia mais branda até variações mais danosas, 
como choque séptico e sepse, que são quadros infecciosos sistêmicos. 
Você também vai ver os principais agentes etiológicos bacterianos 
dessas infecções, bem como os métodos diagnósticos para identificação 
desses patógenos, em especial a técnica de hemocultura. Por fim, vai ver 
as formas de tratamento em casos de infecções cardiovasculares.
1 Sangue, bacteremia, sepse e choque séptico
Infecções cardiovasculares são doenças graves, potencialmente letais em muitos 
casos, que afetam prioritariamente o coração, um órgão muscular que tem como 
principal função fazer o sangue circular por todo o corpo. O coração funciona 
como uma bomba peristáltica, bombeando o sangue por todo o corpo através 
dos vasos sanguíneos, que compõem o sistema circulatório (LEVINSON, 2016). 
O sangue é um tecido líquido, coloidal, composto por uma variedade de 
tipos celulares que se encontram suspensos no plasma, sua matriz extracelular. 
Em indivíduos sadios o sangue é estéril, ou seja, não são encontrados micror-
ganismos potencialmente patogênicos nele. No entanto, algumas situações 
podem levar bactérias e outros patógenos a alcançarem a corrente sanguínea 
e causarem diversos quadros patológicos, como a bacteremia e, em casos mais 
graves, o choque séptico e a sepse.
A sepse ou infecção generalizada (antigamente conhecida como septicemia 
ou infecção no sangue) é considerada uma síndrome patológica complexa e 
potencialmente fatal. A sepse ocorre como uma resposta inflamatória sistê-
mica, exacerbada e que se torna descontrolada. Ela inicia quando ocorre uma 
infecção, sendo as bactérias os agentes etiológicos mais frequentes dessa 
infecção inicial. 
A inflamação sistêmica é a forma que o organismo apresenta para com-
bater o microrganismo patogênico. Na resposta, o sistema imunológico libera 
diversos mediadores químicos, que são transportados pelo sangue e causam 
a expansão da inflamação para diversas regiões do organismo, levando à 
disfunção e/ou falência de vários órgãos. A disfunção ou falência são, em 
geral, decorrentes de queda da pressão arterial, oxigenação celular e tecidual 
deficitárias e de complicações relacionadas à coagulação sanguínea. Os sinto-
mas mais comumente associados à sepse são: febre intensa, calafrios, falta 
de ar, suor intenso, desorientação, dor intensa, taquicardia e falta de ar 
(BROOKS et al., 2014).
A sepse pode ser classificada em três níveis distintos, tendo como critério 
seu grau de evolução, acompanhe:
 � Sepse: grau inicial, no qual a infecção já causou a resposta inflamató-
ria no sangue e o paciente apresenta, no mínimo, mais dois sintomas 
inerentes à sepse.
 � Sepse grave: grau de evolução, em que a infecção já extravasou dos 
vasos sanguíneos, comprometendo o funcionamento de um ou mais 
órgãos do corpo.
 � Choque séptico: grau mais avançado e grave da sepse, no qual ocorre 
uma queda abrupta na pressão arterial, que já não pode mais ser con-
trolada ou reestabelecida por medicação por via intravenosa; ocorre a 
falência de órgãos e, eventualmente, a morte do paciente.
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares2
Veja mais sobre os níveis da sepse na Figura 1. O choque séptico é o grau 
de evolução da sepse de maior mortalidade, pois o paciente apresenta diversos 
sintomas em decorrência da pressão arterial muito baixa, como hipotermia nas 
extremidades do corpo (braços e pernas), calafrios, dificuldade para respirar, 
baixa taxa de produção de urina. Devido à baixa oxigenação do cérebro, 
ocorre confusão mental e desorientação. Medidas emergenciais nessa situação 
incluem utilização de oxigênio suplementar, injeção de fluídos intravenosos 
(por exemplo, soro), antibioticoterapia e medicamentos para restabelecer a 
pressão arterial. A mortalidade de pacientes que chegam ao grau de choque 
séptico está entre 30–40%, taxa extremamente elevada que denota a gravidade 
da sepse (GUAREZE; BORDIGNON, 2016).
Figura 1. Etapas da sepse. 
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
MORTE
1. Origens da infecção
2.Bactéria na 
corrente sanguínea
3. Saída 
dos vasos 
sanguíneos
4. Disfunção dos órgãos
3Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
Os casos nos quais a invasão da corrente sanguínea ocorre sem grandes 
complicações — diferentemente de infecções mais graves como a sepse, 
em que os microrganismos se propagam no sangue e induzem uma resposta 
inflamatória sistêmica — recebem o nome de bacteremia. A etiologia da 
bacteremia pode se dar de forma espontânea, em infecções teciduais, ou como 
consequência do uso de cateteres intravenosos e/ou geniturinários, ou ainda, 
após alguns procedimentos odontológicos, gastrointestinais, geniturinários, 
cuidados com feridas, ou outros procedimentos que dão oportunidade de 
bactérias patogênicas alcançarem a corrente sanguínea. 
Embora, na maioria dos casos, cause sintomas leves, a bacteremia pode 
causar o espalhamento das infecções em casos sem controle, levando, por 
exemplo, à endocardite, especialmente em pacientes mais suscetíveis por 
terem anormalidades das válvulas cardíacas. O desenvolvimento de outros 
sintomas mais graves no geral são indicativos de infecções mais sérias, que 
podem levar à sepse ou choque séptico (BROOKS et al., 2014).
Alguns parâmetros clínicos e laboratoriais, além da confirmação e iden-
tificação do agente etiológico no sangue, podem ser usados como referência 
para diagnosticar a sepse, que são os seguintes: 
 � temperatura corporal superior a 38°c ou inferior a 36°C;
 � frequência cardíaca superior a 90/minuto;
 � frequência respiratória acima de 20/minuto ou pressão arterial de gás 
carbônico (PaCO2) menor do que 32 mmHg;
 � número de leucócitos sanguíneos maior do que 12.000/µl ou menor 
do que 4000/µl, ou maior do que 10% de bastonetes e metamielócitos.
Os bastonetes são neutrófilos imaturos, pertencentes à série branca do sangue. 
Quando em baixa quantidade, eles podem indicar baixa produção de neutrófilos ou 
até mesmo a destruição dessas células; já em alta quantidade, podem ser indicativos de 
infecção bacteriana aguda. Os metamielócitos também são glóbulos brancos imaturos 
granulocíticos. Representam um estágio de desenvolvimento após os mielócitos e sua 
quantificação serve como indicativo de infecção.
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares4
As focos primários de infecção mais comuns que podem levar à sepse são os seguintes 
(GUAREZE; BORDIGNON, 2016):
 � dispositivos intravasculares (19%);
 � trato geniturinário (17%);
 � trato respiratório (12%);
 � intestino e peritônio (5%);
 � pele (5%);
 � trato biliar (4%);
 � abscesso intra-abdominal (3%);
 � outros sítios (8%);
 � sítios desconhecidos (27%).
2 Infecções cardiovasculares bacterianas
As regiões do coração onde ocorrem as infecções mais conhecidas e estudadas 
são as válvulas cardíacas (endocárdio), o pericárdio e o miocárdio, cada uma 
com suas especificidades e agentes etiológicos.
Endocardite
A endocardite é uma infecção das válvulas do coração, o endocárdio. Trata-se 
de um processo decorrente da colonização do endotélio valvular por patógenos 
provenientes da corrente sanguínea. Quando esse patógeno é uma bactéria, 
recebe o nome de endocardite bacteriana, tendo diversas bactérias poten-
cialmente patogênicas, como as mostradas no Quadro 1. 
5Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
As endocardites causadas por Staphylococcus aureus têm maior gravidade 
e são denominadas agudas. Já as endocardites causadas por Streptococcus e 
Enterococcus são chamadas de subagudas, pois têm um quadro mais arrastado 
e menor mortalidade. 
Fonte: Adaptado de Levinson (2016).
Categoria Patógeno
Válvula natural
Início comunitário
Associada aos cuidados de saúde
Usuários de drogas
Estreptococos do grupo viridans, 
Staphylococcus aureus, Streptococcus 
bovis, espécies de Enterococcus
S. aureus, espécies de Enterococcus, 
Staphylococcus epidermidis
S. aureus, bastonetes gram-negativos, 
como Pseudomonas, 
espécies de Candida
Válvula prostética
Precoce
Tardia
S. epidermidis, S. aureus
S. aureus, estreptococos do 
grupo viridans, espécies de 
Enterococcus, S. epidermidis
Marca-passo ou desfibrilador S. epidermidis, S. aureus
Cultura negativa Uso precedente de antibióticos, 
espécies de Bartonella, Coxiella 
burnetii, espécies de Brucella, 
Tropheryma whipplei
Quadro 1. Etiologia das endocardites infecciosas
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares6
A penetração dos patógenos na corrente sanguínea pode ocorrer através do 
local onde houve uma cirurgia dental, pelo local onde foi inserido um cateter 
intravenoso ou em usuários de drogas intravenosas, no local onde estas são 
aplicadas. As bactérias têm grande capacidade de aderir à superfície endote-
lial danificada (Figura 2), inclusive utilizando mecanismos bioquímicos de 
produção de substâncias (glicocálice), que potencializam essa adesão. Após 
a consolidação da adesão e da infecção pela bactéria, ocorre um processo 
chamado de vegetação, em que vários microrganismos e trombos se organizam 
na região, causando a destruição da válvula e levando ao aparecimento de 
sintomas como a regurgitação valvar, podendo ocorrer também migração dos 
patógenos para o miocárdio circundante. Também podem cair fragmentos na 
corrente sanguínea, levando a acidentes vasculares encefálicos (AVE), nos 
casos mais graves. 
Os sintomas mais comuns em casos de endocardite são febre e calafrios. 
Os sintomas nos casos de endocardite subaguda podem incluir falta de ar, can-
saço, perda do apetite, dores pelo corpo e suores noturnos (LEVINSON, 2016). 
Figura 2. Coração infectado no endocárdio.
Fonte: Adaptada de joshya/Shutterstock.com.
Aorta
Tronco pulmonar
Veias pulmonares 
esquerdas
Artéria coronária esquerda
Ventrículo esquerda
Ventrículo
direito
Artéria 
coronária
direita
Veias 
pulmonares 
direitas
Átrio direito
Veia cava superior
7Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
Pericardite
A pericardite é uma a inflamação do pericárdio que tem múltiplas causas. 
Apresenta-se tanto como doença primária quanto secundária, em geral benigna 
e autolimitada, e pode evoluir para um derrame ou constrição pericárdica, 
aumentando dessa forma sua morbidez. Visualize na Figura 3 a diferença 
entre um pericárdio saudável e um com pericardite.
Figura 3. Coração infectado no pericárdio. 
Fonte: Adaptada de Artemida-psy/Shutterstock.com.
Pericárdio saudável Pericardite
As pericardites são classificadas de acordo com a evolução e a forma de 
apresentação clínica, acompanhe: 
 � Pericardite aguda: manifesta-se como uma síndrome febril, em que 
as vias aéreas superiores são frequentemente acometidas, somada a 
sintomas como dor torácica e atrito pericárdico, dor em pontada, re-
pentina e forte, no meio do peito, que varia de intensidade de acordo 
com a mudança de posição. Atos como o de tossir, engolir e/ou respirar 
fundo agravam a intensidade da dor na pericardite aguda. 
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares8
 � Pericardite crônica: uma evolução da pericardite aguda, na qual a 
dor no centro do peito pode irradiar para as costas, pescoço e om-
bro esquerdo, com essa dor aumentando se a pessoa respira fundo. 
Dependendo do tipo e gravidade do quadro de inflamação, pode vir 
acompanhada de outros sintomas, como tosse seca, cansaço, febre baixa, 
palpitações, dispneia (falta de ar), sensação de fraqueza e inchaço no 
abdômen, pernas e pés.
As causas de pericardite são divididas em infecciosas e não infecciosas. 
A pericardite bacteriana se manifesta geralmente com derrame pericárdico, e 
sua origem pode estar em situações como pneumonia, empiema, disseminação 
hematogênica, pós-cirurgia cardíaca ou torácica. Tem ampla gama de agentes 
infecciosos como causa. 
A pericardite tuberculosa tem diminuído com o controle efetivo da tuber-
culose pulmonar, mas mostra-se presente principalmente em pacientes HIV 
positivos. Já o envolvimento autoimune do pericárdio acontece, especialmente, 
nos casos de lúpus eritematoso sistêmico,artrite reumatoide, esclerodermia, 
polimiosite e dermatomiosite. Veja alguns dos agentes etiológicos de pericar-
dites infecciosas no Quadro 2.
Fonte: Adaptado de Levinson (2016).
Viral
Cocksackie, herpes, enterovírus, CMV, HIV, 
EBV, varicela, rubéola, influenza, etc.
Bacteriana
Pneumococo, meningococo, Haemophilus, Chlamydia, 
micobactérias, micoplasma, Leptospira, etc.
Fúngica Candida, Histoplasma
Parasitária Toxoplasma, Entamoeba histolytica, etc.
Quadro 2. Causas de pericardite
9Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
Miocardite
Infecção do miocárdio, a miocardite decorre de diversas causas, tanto in-
fecciosas quanto não infecciosas, com maior prevalência para a miocardite 
secundária decorrente de infecção viral. Visualize na Figura 4 a diferença 
entre um coração saudável e um com miocardite.
Figura 4. Coração infectado no miocárdio.
Fonte: Adaptada de Artemida-psy/Shutterstock.com.
Coração saudável Miocardite
Em outras formas de infecção não viral, podemos ter o desenvolvimento 
de miocardite por Clostridium e Corynebacterium diphtheriae, Meningoco-
cos, Streptococcus, Listeria e Borrelia burgdorferi, que se manifesta como 
doença de Lyme. Na América do Sul, em especial em algumas regiões do 
Brasil, a miocardite chagásica, decorrente de doença de Chagas causada 
por Trypanosoma cruzi, é a forma de miocardite ou cardiomiopatia dilatada 
de maior prevalência.
As manifestações clínicas da doença são bastante variáveis, como dila-
tação e disfunção ventricular assintomática (formas subclínicas), ou mesmo 
manifestações clínicas agudas de insuficiência cardíaca descompensada, 
fulminante com quadro de choque cardiogênico, dor precordial mimetizando 
doença coronariana, palpitações, síncope ou lipotimia e morte súbita. 
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares10
Nos casos de miocardite bacteriana, ocorre agressão bacteriana direta 
aos miócitos. Além disso, a produção importante de toxinas (com níveis de 
toxicidade variáveis dependendo do agente etiológico) e a resposta inflamatória 
intensa, com a produção de níveis elevados de citocinas, são responsáveis 
pelo dano celular, com predomínio de infiltrado de macrófagos e células NK 
(natural killer).
Febre reumática
A febre reumática (FR) é a doença reumática mais comum em crianças na 
idade escolar e adolescentes. Ocorre como complicação de infecção de gar-
ganta causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, podendo afetar 
várias partes do corpo, entre elas o coração. A FR se manifesta no coração 
na forma de cardite, que é o tipo complicação mais temerária, uma vez que, 
possivelmente, deixará sequelas, sendo uma das principais causas de cirurgia 
cardíaca no Brasil. 
A cardite é a inflamação de uma ou mais válvulas do coração, diagnosti-
cada pela presença de sopro. A lesão pode ser leve ou grave, com insuficiência 
cardíaca. Além de ouvir o sopro, o médico completará a avaliação com exames 
como ecocardiograma e eletrocardiograma. Ocorre mais ou menos uma semana 
a três meses após a infecção de orofaringe. O tratamento consiste em repouso 
e uso de um anti-inflamatórios potentes, como corticosteroides.
A febre reumática é uma doença autoimune. A infecção promove a produção de 
anticorpos que atacam a bactéria, mas que também atingem células e tecidos saudáveis 
do paciente. As proteínas das bactérias do grupo estreptococo se assemelham muito 
às proteínas do coração, das articulações e do sistema nervoso central, causando o 
comprometimento da atividade cardíaca gerada pela doença. A bactéria não é o 
agente causal direto da doença, mas, por desencadear o processo inflamatório, leva o 
organismo a se voltar contra si mesmo —característica típica das doenças autoimunes. 
11Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
3 Diagnóstico de infecções cardíacas 
A hemocultura, metodologia que emprega a cultura de uma amostra de sangue 
em meios específicos, é uma das ferramentas diagnósticas mais utilizadas em 
casos de suspeita de bacteremia ou sepse, uma vez que a técnica é de fácil 
execução e fornece informações altamente relevantes nesses casos. Com a 
hemocultura é possível identificar a presença de patógenos viáveis no sangue, 
o que é de grande importância diagnóstica, já que eles podem causar sepse e 
são responsáveis por uma alta taxa de mortalidade. A hemocultura se torna 
ainda mais importante em casos graves, em que o paciente apresenta febre 
persistente, mas que outros exames microbiológicos não acusaram a infecção. 
Nos pacientes que chegam ao grau de sepse grave, de 30 a 50% apresentam 
resultados positivos de hemocultura. 
A coleta de hemoculturas não é realizada para todos os quadros infecciosos. 
Por exemplo, nos casos das infecções bacterianas mais comuns, não é indicada 
a coleta de hemoculturas, pois a positividade dos exames é baixa, gerando 
apenas aumento nos custos do tratamento dado ao paciente, sem benefícios 
de contrapartida. Para infecções como sinusites, amigdalites, infecções de 
pele e tecido subcutâneo, é indicado o tratamento por antibióticos descritos 
na literatura e empiricamente eficazes contra os agentes etiológicos.
A coleta de sangue para hemocultura é indicada nos seguintes casos: 
 � suspeita de endocardite;
 � suspeita de sepse ou bacteremia;
 � infecções hospitalares (antes ou após a troca de esquema de tratamento 
por antibióticos);
 � febre com origem desconhecida; 
 � infecções em pacientes imunodeprimidos;
 � meningites (em conjunto com a coleta de líquor, que é mais importante 
que a hemocultura nesses casos);
 � pneumonias graves.
A solicitação de hemoculturas é sempre realizada pelo médico assistente, 
responsável pelo paciente. Os materiais e equipamentos básicos para realizar 
a coleta do sangue são seringas hipodérmicas descartáveis estéreis, gaze 
estéril, frascos de coleta para armazenar o sangue, agulhas hipodérmicas 
descartáveis estéreis e cateteres borboleta, álcool a 70% (com ou sem iodo) e 
estufa bacteriológica. 
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares12
Coleta do sangue
Alguns procedimentos para a rotina de coleta de sangue devem seguir este 
padrão: 
 � a coleta do sangue deve preceder o início de qualquer terapia 
antimicrobiana;
 � é coletado o periférico, que é imediatamente transferido aos frascos de 
hemocultura para evitar/mitigar a contaminação sangue;
 � a manipulação das amostras deve ser feita com extrema cautela, pois 
elas estão potencialmente contaminadas e podem causar graves doenças 
infectocontagiosas; 
 � antes do descarte, as amostras devem ser primeiramente autoclavadas. 
Os princípios da técnica são simples, acompanhe: 
 � o frasco de hemocultura contendo a amostra de sangue é incubado na 
temperatura de 35–37°C por até 7 dias (14 dias para casos de suspeita 
de endocardites); 
 � se houver crescimento no frasco, observado pela turvação e aumento 
do volume, o material é repicado em placas de Petri contendo diferentes 
tipos de meio de cultura, que variam de acordo com o agente etiológico; 
 � a triagem é feita, identificando o agente etiológico e determinando seu 
perfil em resposta a antibióticos e outros fármacos. 
Alguns dos meios de cultura contidos nos frascos mais utilizados têm 
a seguinte composição: 
 � Meio TSB:
 ■ frascos contendo 9 (pediátrico), 45 ou 90 mL de meio TSB (tryptic 
soy broth, ou caldo tríptico de soja), onde são inoculados 1,5 ou 
10 mL de sangue, resultando em uma proporção 1:10 de sangue e 
meio de cultura; 
 ■ adição de SPS (sodium polyanethole sulfonate, ou polianetol sul-
fonato de sódio) ou EDTA (ethylenediamine tetraacetic acid, ou 
ácido etilenodiamino tetra-acético), que agem como anticoagulante e 
inibem as atividades imunogênicas e da enzima lisozima, impedindo 
a fagocitose; 
13Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
 ■ dióxido de carbono (CO2) e vácuo, para garantir anaerobiose; 
 ■ alguns meios podem incluir sacarose, que serve como suporte os-
mótico impedindo a lise e a dissolução dasbactérias. 
 � Meio BHI:
 ■ frascos com 45 mL de meio BHI (brain heart infusion, ou infusão 
cérebro-coração), onde são inoculados 5 mL de sangue (proporção 
1:10);
 ■ adição de SPS, CO2, processo de vácuo e PABA (para-aminobenzoic 
acid, ou ácido paraminobenzoico) para inibir sulfonamidas).
A quantidade/volume de amostras coletadas varia de acordo com a idade 
e o peso do paciente, como mostra o Quadro 3; geralmente, recomenda-se a 
coleta de 2 amostras de hemocultura, de locais diferentes, podendo chegar a 
4, mas não excedendo essa quantidade, pois gera aumento desnecessário nos 
custos do tratamento. A definição de “amostra” equivale a uma punção, que, 
após coletada, será dividida em dois frascos para adultos ou um frasco para 
pacientes pediátricos de até 13 kg. Essa quantidade de coleta permite isolar o 
agente etiológico com sucesso em mais de 95% dos casos. 
Fonte: Adaptado de Araujo (2012).
Crianças 
até 13 kg
Crianças de 
13 a 36 kg
Crianças > 
36 kg e adultos
Frasco 
AERÓBIO
1 a 4 mL 5 mL 5 a 10 mL
Frasco 
ANAERÓBIO
- 5 mL 5 a 10 mL
Volume total/
amostra
1 a 4 mL 10 mL 20 mL
Quadro 3. Volume da coleta de sangue para hemocultura e tipos de frascos
Cada punção realizada em adultos, geralmente, é dividida em 2 frascos 
(Quadro 3): 1 frasco para hemocultura de agentes aeróbios, como Neisseria spp. 
ou Pseudomonas spp., e um frasco para agentes anaeróbios (enterobactérias 
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares14
ou estafilococos, que são anaeróbios facultativos). Em crianças, esses volumes 
mudam em função do peso e volemia (quantidade de sangue circulante), como 
mostrados no Quadro 4.
Fonte: Adaptado de Araujo (2012).
Peso 
(kg)
Volemia 
(mL)
Volume de sangue 
por amostra (mL) Volume total 
de sangue p/ 
cultura (mL)
% da 
volemia
Cultura 
nº 1
Cultura 
nº 2
< = 1 50–99 2 - 2 4
1,1–2 100–200 2 2 4 4
2–12,9 > 200 4 2 6 3
13–36 > 800 10 10 20 2,5
> 36 > 2.200 20–30 20–30 40–60 1,8–2,7
Quadro 4. Volume de coleta de sangue sugeridos para crianças e lactentes
O melhor momento para a coleta de hemoculturas é durante o aumento da 
febre ou no pico febril. Nos casos de suspeita de endocardite em particular, 
indica-se a coleta de 3 ou mais amostras; já em casos de suspeita de infecção 
sanguínea ligada a cateter central, recomenda-se a coleta de 2 hemocultu-
ras e 1 cultura de ponta de cateter. Em casos nos quais o médico opta pela 
permanência do cateter, é possível coletar 1 amostra de ponta de cateter e 
2 de sangue periférico (GUAREZE et al., 2016). Outras recomendações mais 
genéricas são resumidas no Quadro 5.
Para realizar a leitura/diagnóstico da hemocultura manual, segue-se um 
protocolo de 7 dias de incubação dos frascos, com agitação/inversão periódica 
dos mesmos. Essa agitação é um fator essencial para obter resultados positivos. 
Durante os 7 dias, realiza-se subcultivos em placas e, tanto os frascos quanto 
esses subcultivos, ficam mantidos à 35 ± 2°C. 
15Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
Fonte: Adaptado de Araujo (2012).
Condição ou síndrome infecciosa Recomendações
Suspeita de bacteremia ou fungemia 
primária ou secundária (endocardite, 
meningite, osteomielite, artrite, 
pneumonia etc.).
Obter 2–3 amostras, uma após a outra, 
de diferentes sítios anatômicos, logo 
após o início dos sintomas.
Febre de origem indeterminada 
(p. ex., abcessos ocultos, febre 
tifoide, brucelose ou outra síndrome 
infecciosa não diagnosticada).
Obter 2–3 amostras, uma após a 
outra, de diferentes sítios anatômicos, 
inicialmente. Se negativas nas 
primeiras 24–48h de incubação, obter 
mais duas amostras, uma após a outra, 
de diferentes sítios anatômicos.
Suspeita de bacteremia ou fungemia 
com hemoculturas persistentemente 
negativas.
Considerar métodos alternativos 
de hemoculturas, específicos 
para aumentar a recuperação 
de micobactérias, fungos ou 
microrganismos fastidiosos.
Quadro 5. Indicações de coleta de acordo com suspeita de casos
Para o primeiro subcultivo (cultura cega), determina-se que seja realizado 
após 12–18 horas do início da hemocultura, em uma placa de ágar chocolate 
com incubação em atmosfera de CO2, e incubado por pelo menos 48 horas, 
observando-se diariamente o possível crescimento de unidades formadoras de 
colônias (UFC). A análise visual dos frascos deve ser realizada diariamente, 
partindo-se das 6–12 horas de início da hemocultura, no intuito de verificar 
sinais de hemólise, turbidez, produção de gás ou bolhas, crescimento de bio-
filmes ou grumos, ou seja, qualquer alteração física visível no conteúdo do 
frasco, até o sétimo dia de cultura, sinalizando possibilidade de positividade. 
No caso de detecção de alterações, realiza-se subcultivo imediato da amostra 
e preparação de uma lâmina para microscopia, a ser usada em coloração de 
Gram (ARAUJO, 2012).
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares16
Métodos automatizados de hemocultura
Além do método de hemocultura manual, existem outros métodos que, muitas 
vezes, são mais eficientes, como os semiautomatizados e os automatizados. 
Método de lise-centrifugação 
Este sistema foi considerado o padrão-ouro para hemoculturas durante muitos 
anos. Foi desenvolvido pelos laboratórios WampoleTM (sistema Isolator®) 
e é constituído de tubo a vácuo para sangue colhido de adulto ou de criança. 
O tubo contém uma substância hemolítica para leucócitos e hemácias, que 
causa a liberação de microrganismos intracelulares. Depois disso, os tubos 
são centrifugados, despreza-se o sobrenadante, e o pellet formado, que pos-
sivelmente contém o agente etiológico, é utilizado para semear algum meio 
em placa de cultura, incluindo meios para Legionella, micobactérias e fungos 
(ARAUJO, 2012).
Método semiautomatizado
Nos sistemas semiautomatizados, os frascos de cultura são constituídos de uma 
parte para laminocultivo com duas faces, que fica acoplada à parte superior de 
um recipiente plástico que contém TSB suplementado com extrato de levedura 
e SPS. Também é possível acrescentar outras substâncias, com a finalidade de 
neutralizar agentes antimicrobianos. O laminocultivo contêm diversos meios, 
como ágar Sabouraud, ágar MacConkey e ágar chocolate. Os frascos inferiores 
que ficam acoplados ao laminocultivo são alocados em estufa específica, que 
verte os caldos periodicamente sobre o laminocultivo por inversão. 
No frasco também há um indicador colorimétrico de CO2, que acusa a 
positividade da cultura. Outros exames, como a identificação etiológica, 
o antibiograma e a bacterioscopia, são realizados retirando-se colônias de-
senvolvidas diretamente do laminocultivo, sem a necessidade de subcultivo 
(ARAUJO, 2012).
17Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
Método automatizado
A hemocultura automatizada requer um equipamento específico para a incu-
bação e inversão dos frascos. Existem diversos equipamentos automatizados 
no mercado, e as principais vantagens desse tipo de hemocultura, quando 
comparada com o método manual, dizem respeito à velocidade de obtenção 
de resultados e à menor necessidade de trabalho laboratorial técnico. 
A maioria dos protocolos recomenda 5 dias de incubação; no entanto, os 
resultados positivos são obtidos majoritariamente nas primeiras 48 horas de 
cultivo. Na maioria dos equipamentos automatizados, as metodologias têm 
como princípio tecnológico a detecção fluorimétrica ou colorimétrica. Existem 
outras diversas vantagens e benefícios do uso dessa metodologia, como os 
listados a seguir:
 � monitoramento contínuo (leituras intervaladas em minutos); 
 � maior sensibilidade e rapidez para detecção de positividade da amostra 
(agitação);
 � permite a criação de um banco de dados, contendo informações dos 
patógenos isolados e sua localização demográfica; 
 � mitigação do risco de contaminação; 
 � amostras negativas não são repicadas; 
 � economia de tempo (resultados mais rápidos) e de insumos; 
 � risco de contaminação durante a manipulação praticamente não existe;� são usados frascos de plástico, que são mais leves e oferecem menor 
risco associado a acidentes.
Como principal desvantagem, o custo financeiro da utilização do método 
ainda é alto, muitas vezes sendo mais aconselhável utilizar o método manual. 
Em laboratórios grandes, que dispõem de recursos financeiros e aplicam as 
metodologias automatizadas, é comum o uso de meios de cultura que têm 
resinas ou carvão ativado, que causam a inibição da ação de antimicrobianos 
e são extremamente úteis em casos em que os pacientes já receberam antibio-
ticoterapia prévia à hemocultura.
Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares18
Em relação aos frascos, aqueles utilizados para cultivos aeróbios precisam 
ter uma área de suficiente de volume de ar que permita o crescimento de 
bactérias aeróbias estritas, como, por exemplo, Pseudomonas aeruginosa e 
algumas leveduras. Já os frascos anaeróbios devem ter uma mistura de gases 
livres que não contenham oxigênio, mantendo-se o vácuo durante a coleta. No 
que diz respeito aos meios de cultivo, entre as diversas marcas e variedades, 
os desempenhos são muito semelhantes para a identificação dos patógenos 
mais frequentes (GUAREZE; BORDIGNON, 2016).
BROOKS, G. F. et al. Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2014. 
GUAREZE, G. M.; BORDIGNON, J. C. Estudo comparativo entre hemocultura automa-
tizada e manual em um laboratório do sudoeste do Paraná, Brasil. Revista RBAC, v. 48, 
n. 3, 2016. Disponível em: http://www.rbac.org.br/artigos/estudo-comparativo-entre-
-hemocultura-automatizada-e-manual-em-um-laboratorio-do-sudoeste-do-parana-
-brasil-48n-3/. Acesso em: 17 jun. 2020.
LEVINSON, W. Microbiologia médica e imunologia. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. 
(Lange).
Leitura recomendada
TRABULSI, L. R. (ed.); ALTERTHUM, F. (coord.). Microbiologia. 6. ed. São Paulo: Atheneu, 
2015. 
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
19Diagnóstico laboratorial de infecções cardiovasculares
Dica do professor
As infecções cardiovasculares podem ser ocasionadas por diferentes agentes etiológicos, portanto, 
é de extrema importância a correta classificação dessa etiologia. A pericardite é uma infecção que 
ocorre no pericárdio, tendo como agentes etiológicos mais frequentes os vírus e as bactérias. No 
seu quadro mais complexo é denominada pericardite aguda. 
Nesta Dica do Professor, você saberá mais sobre os marcadores laboratoriais que auxiliam no 
diagnóstico de pericardite aguda. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/08f845ddcc4ab3e2c27dfff7511f9de3
Na prática
A miocardite é uma condição inflamatória do músculo cardíaco que pode acometê-lo de maneira 
focal ou difusa e, em alguns casos, conjuntamente afetar o pericárdio. Ela apresenta diversos 
gatilhos em sua etiologia, desde infecciosos, com destaque aos vírus, mas também bactérias, 
fungos, helmintos, protozoários, riquétsias e espiroquetas, até autoimunes, como lúpus eritematoso 
sistêmico, granulomatose com poliangeíte, etc., além de hipersensibilidade a medicamentos e/ou 
drogas ilícitas, radioterapia, intoxicação por metais pesados, endocrinopatias, entre outros. 
Tem também associação com o HIV. Em estudo realizado por pesquisadores da África do Sul, 44% 
dos pacientes com cardiomiopatia associada ao HIV apresentavam miocardite, sendo que a 
infecção por vírus cardiotrópicos estava presente em todos eles.
Na Prática, conheça o caso de um paciente de 24 anos relatando, inicialmente, sintomas 
relacionados a uma infecção do trato urinário que evoluiu para um quadro de miocardite.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b7ce89b8-5401-4e41-9d2b-debb8256f0af/d50f13d8-5fc7-4796-ab77-42b08993d58a.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Miocardite
No link a seguir, você terá acesso a mais informações sobre a miocardite, inflamação do miocárdio 
que pode ser causada por infecção, toxinas e medicamentos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Endocardite
Neste artigo, são apresentadas diversas informações sobre a endocardite, uma infecção bacteriana 
que provoca inflamação na membrana que reveste a parede interna do coração e as válvulas 
cardíacas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Yersinia pestis
Neste vídeo do Instituto Butantan, é apresentado o momento de infecção de células do sistema 
imune por bactérias Yersinia pestis, agente causador da peste, doença zoonótica de roedores 
transmitida aos seres humanos, principalmente, por picadas de pulgas infectadas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/doen%C3%A7a-peric%C3%A1rdica-e-miocardite/miocardite
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/endocardite/
https://www.youtube.com/embed/fFFYfxbDHN8
O que é sepse? (Sepse explicada em 3 minutos)
Neste vídeo, é apresentada uma síntese das causas da sepse e outras informações pertinentes a 
esse quadro, que são extremamente relevantes, tais como os modos de prevenção e a urgência que 
deve ser dedicada aos casos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/C5YhzXWCfxs

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