Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: Biomedicina DISCIPLINA: Hemoterapia e Banco de Sangue NOME DO ALUNO: Michelle dos Anjos Viana Bucci R.A: 2105755 POLO DE MATRÍCULA: Praia Grande - Tupi POLO DE PRÁTICA: Rangel DATA DAS AULAS PRÁTICAS: 11/11/2023 PRAIA GRANDE, 13 DE NOVEMBRO DE 2023. ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 1 ATIVIDADE OBRIGATÓRIA 2 RESULTADOS E DISCUSSÃO DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS ROTEIRO: 1 AULA: 1 DATA DA AULA: 11/11/2023 Venopunção com Sistema a Vácuo A venopunção com sistema a vácuo é um método utilizado para coletar amostras de sangue. O sistema a vácuo usa tubos de coleta que são preenchidos automaticamente devido à pressão negativa no interior. Isso ajuda na precisão da coleta e na redução do risco de contaminação. Para a realização desta atividade, seguimos o passo a passo do procedimento de acordo com o roteiro. Segue abaixo o procedimento e imagens: PROCEDIMENTO: 1. Rosqueamos a agulha no adaptador (canhão). Não removemos a capa protetora de plástico da agulha; 2. Ajustamos o garrote e escolhemos a veia; 3. Fizemos a antissepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool 70%; 4. Fizemos a punção e após introduzimos o tubo no suporte, pressionando-o até o limite; 5. Soltamos o garrote assim que o sangue começou a fluir no tubo; 5. Separamos a agulha do suporte com a ajuda do frasco desconectador; 7. Descartamos no recipiente adequado para material perfurocortante; Figuras 1 e 2 – Venopunção com sistema a vácuo. Fonte: Própria. Conclusão: Realizamos os passos de uma coleta de venopunção, com sistema a vácuo e com o auxílio do professor, tanto no procedimento como no resultado, explicando as implicações para esse procedimento. ROTEIRO: 2 AULA: 1 DATA DA AULA: 11/11/2023 Tipagem ABO A tipagem sanguínea é um teste muito importante para saber o tipo de sangue antes de se fazer uma transfusão sanguínea, pois pode haver incompatibilidade entre o doador e o receptor e, em casos de emergência, pode haver necessidade dessa transfusão. Há vários grupos sanguíneos herdados independentemente entre si, sendo que são conhecidos diversos sistemas de grupos sanguíneos. Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, MNS, Kell, Lewis etc. O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional e no ensino da imunologia, por ser o mais imunogênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh. Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo. Fazem parte deste sistema três genes A, B e O, que codificam enzimas carreadoras que têm a função de transportar açúcares específicos para uma substância precursora na superfície dos eritrócitos, resultando nos antígenos ABO. O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene B, sendo que um foi herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B e seu genótipo é AB. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Regularmente, as pessoas expostas a um antígeno que não possuem, podem responder com a produção de um anticorpo específico para este antígeno. Entretanto, há alguns antígenos que possuem uma estrutura que se assemelha muito com antígenos de bactérias e plantas, aos quais estamos constantemente expostos. Nestes casos ocorre a produção de anticorpos a partir do contato com as bactérias e plantas, e não ao antígeno eritrocitário. Neste grupo encontramos os antígenos do sistema ABO. Por este processo, os indivíduos com idade superior a seis meses, possuem o anticorpo contra o antígeno que não tem na superfície de seus eritrócitos, pois já foram expostos a essas bactérias e plantas através da alimentação. Estes anticorpos são chamados de isoaglutininas ou aglutininas naturais e são da classe IgM. E, baseando-se na presença de antígenos eritrocitários e/ou anticorpos específicos, tem-se a seguinte classificação sanguínea ABO: Tabela 1 – Classificação sanguínea ABO. Fonte: Retirada do roteiro de aulas práticas de Imunologia Básica. Para a realização desta atividade, seguimos o passo a passo do procedimento. Segue abaixo o procedimento e imagens dos resultados: PROCEDIMENTO: 1. Colocamos uma gota de sangue em cada lâmina (A e B); 2. Colocamos uma gota de SoroClone Anti-A e Anti-B; 4. Misturamos bem, individualmente, o soro e o sangue com um palito de dente; 5. Asseguramos a mistura perfeita entre o soro e o sangue fazendo oscilar a lâmina com movimentos basculantes. Figuras 3 e 4 – Soros Anti-A e Anti-B. Fonte: Própria. Figuras 5, 6 e 7 – Aplicação do sangue, soros e homogeneização. Fonte: Própria. Figura 8 – Resultado obtido. Fonte: Própria. Conclusão: Foi possível identificar que o sangue é O por conta da falta de aglutinação do sangue em contato com os soros reagentes (A e B). ROTEIRO: 3 AULA: 1 DATA DA AULA: 11/11/2023 Tipagem Rh “O sistema Rh é o sistema de grupo sanguíneo mais complexo, e, depois do ABO, o de maior importância clínica; necessariamente, devem-se tomar precauções com doadores, pacientes, gestantes e recém-nascidos.” (VIZZONI, 2016.) “Na prática transfusional, o sistema Rh é o sistema mais importante depois do sistema ABO, tendo sido responsável por casos de doença hemolítica do recém- nascido de intensidade variável, chegando mesmo a ser grave e levar a óbito fetal, além de ter sido responsabilizado por reações transfusionais hemolíticas graves. Ainda que cinquenta antígenos estejam relacionados ao sistema Rh, apenas 5 (D, C, c, E, e) são responsáveis pela grande maioria dos problemas clínicos associados a esse sistema.” (GARCIA, 2021.) No fator Rh (positivo ou negativo), a compatibilidade entre doadores e receptores de sangue é fundamental para garantir transfusões seguras. Aqui estão as combinações compatíveis: - Se o paciente é Rh positivo, ele pode receber sangue de um doador Rh positivo ou Rh negativo. - Se o paciente é Rh negativo, ele pode receber sangue apenas de um doador Rh negativo. Em resumo, a combinação dos sistemas ABO e Rh determina a compatibilidade. Doar sangue é uma prática crucial para salvar vidas, e os bancos de sangue seguem rigorosos protocolos para garantir que as transfusões sejam seguras e eficazes. Para a realização desta atividade, seguimos o mesmo passo a passo da atividade 2 para que fosse descoberto o fator Rh do paciente. Segue abaixo imagens: Figura 9 – Soro Anti-D. Fonte: Própria. Figuras 10, 11 e 12 – Aplicação do sangue, soros e homogeneização. Fonte: Própria. Figura 13 – Resultado obtido. Fonte: Própria. Conclusão: Foi possível identificar que o RH é positivo porque o antígeno Rh estava presente nas células vermelhas do sangue (o soro Anti-D fez com que o sangue aglutinasse, como vemos na imagem acima). ROTEIRO: 1 AULA: 2 DATA DA AULA: 11/11/2023 Teste Coombs Direto e Indireto “O teste de Coombs é um método que utiliza anticorpos criados contra as imunoglobulinas de diferentes espécies (anticorpos heterólogos) para detectar a presença de autoanticorpos na superfície dos eritrócitos [...] Existem duas versões do teste de Coombs: o teste de Coombs direto e o teste de Coombs indireto. As duas versões diferem de certa maneira na mecânica, porém ambas são baseadas no mesmo princípio: a utilização de anti-imunoglobulinasheterólogas para detectar uma reação entre imunoglobulinas e antígeno. No teste de Coombs direto, as anti-imunoglobulinas são adicionadas às partículas (por exemplo, eritrócitos) que se suspeita tenham anticorpos ligados aos antígenos em sua superfície. Se, por exemplo, um recém-nato é suspeito de ter a doença hemolítica do recém-nascido causada pelos anticorpos IgG anti-Rh maternos ligados aos seus eritrócitos, a adição de imuno-globulina anti-humana a uma suspensão dos eritrócitos da criança (teste de Coombs direto) causaria a aglutinação dos eritrócitos. Em alguns casos, o teste de Coombs direto falha devido ao potencial zeta. O teste de Coombs indireto pode então ser utilizado para determinar se o soro da mãe contém anticorpos anti-Rh. Neste caso, os reagentes anti-imunoglobulinas são adicionados apenas após o soro materno ser combinado com eritrócitos Rh+. Desta forma, o teste de Coombs direto mede o anticorpo ligado, enquanto o teste indireto mede o anticorpo sérico.” (COICO, 2010). Para a realização desta atividade, seguimos as etapas dos procedimentos descritas no roteiro. Segue abaixo passo a passo dos procedimentos e imagens com os resultados: PROCEDIMENTO – Teste de Coombs direto 1. Preparamos uma suspensão de hemácias a 3% em PBS; 2. Em um tubo limpo, adicionamos uma gota de suspensão celular; 3. Lavamos as hemácias 3 vezes em PBS, tendo o cuidado de eliminar o sobrenadante completamente e ressuspender o glóbulo de células depois de cada lavagem; 4. Adicionamos gotas de soro antiglobulino humano poliespecífico ao glóbulo celular seco; 5. Misturamos bem e centrifugamos 3500rpm em centrífuga sorológica durante 20 segundos (3 vezes); 6. Ressuspendemos as células, agitando suavemente. PROCEDIMENTO – Teste de Coombs indireto 1. Em um tubo, adicionar 2 gotas do soro a ser analisado; 2. Adicionamos uma gota de suspensão a 3% de hemácias que tenham sido lavadas 3 vezes e ressuspendidas em PBS. Misturamos e incubamos a 37 ºC por 15 minutos. 3. Lavamos as hemácias 1 vez em PBS, tendo o cuidado de eliminar o sobrenadante completamente e ressuspender o glóbulo de células depois da lavagem; 4. Adicionamos gotas de soro antiglobulino humano poliespecífico ao glóbulo celular seco; 5. Misturamos bem e centrifugamos 3500rpm em centrífuga sorológica durante 20 segundos; 6. Ressuspendemos as células, agitando suavemente. Figuras 14, 15 e 16 – Soro sanguíneo, sangue e soro anti-humano. Fonte: Própria. Figuras 17, 18, 19 e 20 – Passo a passo – Teste de Coombs direto. Fonte: Própria. Figuras 21, 22 e 23 – Passo a passo – Teste de Coombs indireto. Fonte: Própria. Conclusão: Como é possível perceber nas imagens acima, ambos os testes deram negativos, o que significa que não foram detectados anticorpos ou complemento na superfície das células vermelhas do sangue durante o teste. ROTEIRO: 2 AULA: 2 DATA DA AULA: 10/11/2023 Discussão de Caso Clínico Caso clínico 1 Paciente oncopediátrica do sexo feminino, 4 anos, A positivo, PAI negativo, diagnosticada com neuroblastoma e transfundida com uma alíquota de 170 mL de CHFI em um serviço ambulatorial. Após 48h, a paciente foi admitida em outro hospital com a prescrição de uma alíquota de CHFI. Embora a amostra ainda estivesse dentro do prazo estabelecido pela legislação vigente de 72h e a bolsa- mãe disponível, por precaução, nova amostra foi coletada. Durante os testes pré- transfusionais foi constatada presença de hemólise na amostra, PAI negativo com prova de compatibilidade positiva. Paciente foi transfundida com outra unidade sem intercorrência. Após 120h da primeira transfusão, o banco de sangue foi notificado em relação à reação transfusional hemolítica, com os seguintes sintomas relatados: febre, urina escura, mal-estar, náuseas e vômitos, icterícia, dor abdominal e queda do nível inicial de Hb. A partir da ciência da reação transfusional, até o momento desconhecida pelo banco de sangue, as três amostras da paciente foram submetidas à repetição dos testes imuno- hematológicos (tipagem ABO/RhD, PAI, prova de compatibilidade, teste direto da antiglobulina e retipagem ABO/RhD do hemocomponente). Após investigação laboratorial, constatou-se ausência de anticorpo irregular nas três amostras e prova de compatibilidade positiva somente na amostra intermediária (48h após transfusão). Na amostra coletada após 120h não foram encontrados indícios de reação transfusional, inclusive com o título do anticorpo indetectável, sendo assim, consequentemente, a prova de compatibilidade da bolsa em questão também estava negativa. Para discussão: descreva os eventos associados, discuta as hipóteses para as situações descritas e as condutas a serem adotadas para diagnóstico e acompanhamento do caso. R: Os eventos descritos sugerem uma reação transfusional hemolítica tardia em uma paciente oncopediátrica. Veja abaixo algumas considerações e hipóteses associadas a esse cenário: 1. Hemólise na amostra inicial (48h após transfusão): - A presença de hemólise na amostra sugere que houve destruição das células sanguíneas. Isso pode estar relacionado a uma incompatibilidade sanguínea ou outra condição. 2. Prova de compatibilidade positiva na amostra intermediária (48h após transfusão): - A positividade na prova de compatibilidade indica a presença de anticorpos ou complemento ligados às células vermelhas do sangue, indicando uma possível reação transfusional. 3. Sintomas relatados pela paciente após 120h da transfusão: - Os sintomas, como febre, urina escura, mal-estar, náuseas, vômitos, icterícia, dor abdominal e queda do nível de hemoglobina, são consistentes com uma reação transfusional hemolítica. 4. Amostra coletada após 120h sem indícios de reação transfusional: - A ausência de indícios de reação nessa amostra levanta a possibilidade de que a reação foi temporária, mas pode ter implicações sérias. Considerando esses pontos, é crucial adotar as seguintes condutas: - Investigação adicional: Realizar testes específicos para identificar o anticorpo envolvido na reação, além de avaliar a possibilidade de outros fatores que possam ter contribuído para a hemólise. - Acompanhamento clínico: Monitorar continuamente a paciente quanto a complicações e sintomas. A comunicação entre os serviços de saúde é fundamental para garantir uma abordagem abrangente. - Revisão de procedimentos: Analisar os procedimentos de coleta, armazenamento e transfusão de sangue para identificar possíveis falhas ou fontes de incompatibilidade. - Intercâmbio de informações: Facilitar a troca de informações entre os hospitais e bancos de sangue envolvidos para melhor compreensão do caso e aprimoramento de protocolos. Essa situação complexa destaca a importância da vigilância constante, colaboração entre profissionais de saúde e procedimentos rigorosos para garantir a segurança nas transfusões sanguíneas, especialmente em pacientes pediátricos e oncológicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COICO, Richard / SUNSHINE, Geoffrey – Imunologia – Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2010. Acesso em: 13 nov. 2023. GARCIA, Patrícia Carvalho – Livro Texto – Hemoterapia e Banco de Sangue – São Paulo: Editora Sol, 2021. GONÇALVES, Flávio Buratti / MELO, Pollyana M. S. / MESSIAS, Sandra H. N. – Livro Texto – Imunologia Básica – São Paulo: Editora Sol, 2021. Acesso em: 13 nov. 2023. VIZZONI, Alexandre G. - Fundamentos e Técnicas em Banco de Sangue - São Paulo: Editora Saraiva, 2016. E-book. ISBN 9788536520971. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520971/. Acesso em: 13 nov. 2023.
Compartilhar