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Prévia do material em texto

Educação Ambiental
Introdução aos Problemas Ambientais e 
Atividades Correlacionadas
Desenvolvimento do material
Gil Leonardo Aliprandi Lucido
1ª Edição
Copyright © 2022, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia 
autorização, por escrito, da Unigranrio.
Sumário
Introdução aos Problemas Ambientais e Atividades 
Correlacionadas
Para Início de Conversa... ............................................................................... 3
Objetivos .................................................................................................... 3
1. Reconhecer a Questão Ambiental Atual ............................................... 4
1.1 Meio Ambiente ....................................................................................... 4
1.2 Ecologia .................................................................................................... 5
1.3 Ética e Meio Ambiente ......................................................................... 5
2. Construir o Conceito de Meio Ambiente ............................................... 6
2.1 Pré-história Ambiental ......................................................................... 7
2.2 Pós-História Ambiental ........................................................................ 11
2.2.1 Antiguidade e Meio Ambiente ....................................................... 11
2.2.2 E na Idade Média? ............................................................................. 13
3. Identificar as Consequências das Atividades 
Humanas sobre o Meio Ambiente .......................................................... 18
Referências .................................................................................................... 19
Para Início de Conversa...
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre o tema principal desta unidade, 
seria interessante discutirmos sobre o termo educação. Afinal, o que é 
Educação? Existe diferença entre Educação e Educação Ambiental? A 
própria Educação pode ser dividida didaticamente em Educação Formal 
e Educação Informal. A primeira é aquela que basicamente recebemos 
na escola durante um período de tempo e que contempla uma série 
de métodos pedagógicos formalizados escritos e orais. Já a informal é 
aquela que aprendemos em casa, em família ou entre parentes, amigos, 
grupos sociais, de forma aleatória, geralmente oral.
Segundo Marandino (2017), além dessas duas classificações, ainda existe 
um terceiro tipo de educação, chamada de Educação Não formal, em 
que qualquer atividade organizada fora do sistema formal de educação 
atenda a pessoas previamente identificadas como aprendizes e que 
possui objetivos bem definidos de aprendizagem. E onde se encaixa a 
Educação Ambiental nesse contexto? Ela poderia ser considerada tanto 
um tipo de Educação Formal quanto Informal ou Não Formal, mas com 
temática específica - meio ambiente. Então, na verdade, falar sobre 
Educação Ambiental é verdadeiramente falar sobre Educação de uma 
forma mais ampla; ou seja, não se pode discutir Educação Ambiental 
sem discutirmos a educação de uma maneira geral, principalmente em 
lugares onde essa Educação Formal é restrita ou pouco estruturada. Num 
contexto nacional, discutir Educação Ambiental é, na verdade, ampliar as 
possibilidades de ter acesso à Educação Formal. Mas também pode ser 
uma boa oportunidade de ampliar a Educação Informal e talvez a Não 
Formal.
Objetivos
 ▪ Definir o sistema conceitual básico da educação ambiental.
 ▪ Reconhecer a educação ambiental das 
organizações.
 ▪ Identificar as principais 
tendências atuais da 
educação ambiental.
Educação Ambiental 3
1. Reconhecer a Questão Ambiental Atual
Primeiramente, é de suma importância definir o que é meio ambiente, já 
que o tema trata de educação voltada para as questões ambientais. 
1.1 Meio Ambiente
De acordo com Ibrahin (2014), o termo ambiente é composto de dois 
vocábulos latinos: amb, que significa ao redor, e o verbo ire (ir), que 
formam a palavra ambire, ou seja, “ir, olhar, caminhar ao redor”. Ainda 
segundo a autora, o meio ambiente é estudado por diversas áreas do 
conhecimento humano, como nas ciências biológicas e exatas: ecologia, 
biologia, química, física, geografia, assim como nas ciências humanas: 
direito, filosofia, economia, antropologia, sociologia, entre outras. No 
campo do direito, o conceito de meio ambiente foi definido na Lei 
6.938/81, por meio da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA): “o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas” (IBRAHIN, 2014).
Existem outras possíveis classificações descritas por Ibrahin (2014) que 
vale a pena destacar no Quadro 1:
Tipos Descrição
Meio ambiente natural
Constituído pelos elementos da fauna (animais domésticos 
e silvestres), flora (plantas nativas ou exóticas), fontes de 
água (rios, lagos, subterrânea, mares etc.), ar atmosférico e 
solos (planícies, montanhas, vales, cavernas etc.).
Meio ambiente artificial
Formado pelas edificações presentes nas áreas urbanas e 
espaços públicos (parques e jardins, praças, ruas, avenidas 
etc.), além de todo mobiliário urbano, como postes, 
corrimãos, escadas, guarda-corpos, passarelas, coberturas 
etc.
Meio ambiente de 
trabalho
Composto pelas ações de proteção ao homem no seu 
local de trabalho (empresas, comércio, indústrias, serviços 
públicos, prestação de serviços), incluindo a prevenção de 
acidentes, as condições e as normas de segurança, saúde e 
higiene da atividade laboral.
Meio ambiente cultural
Formado pelo patrimônio histórico (monumentos, 
construções etc.), artístico (estátuas, painéis, exposições 
etc.), arqueológico (sítios primitivos, escavações etc.), 
espeleológico (grutas e cavernas), cultural (tradições, 
danças, música etc.), paisagístico (mirantes naturais, trilhas 
etc.) e turístico (visitação a pontos históricos, culturais, 
paisagísticos etc.).
Quadro 1: Classificações de meio ambiente
Fonte: Ibrahin (2014).
Educação Ambiental 4
Seja qual for o tipo de meio ambiente identificado, todos são importantes 
e complementares. Logo, quando se fala do meio ambiente e suas 
questões, não se deve dissociar dos diferentes tipos e, sim, levar todos os 
quatro tipos em consideração, ao mesmo tempo.
1.2 Ecologia
Ibrahin (2014) define Ecologia como “uma ciência que estuda as relações 
e as interações dos seres vivos com seu meio físico e entre si”. O termo 
Ecologia é formado a partir das palavras gregas, oikos, que significa casa, 
e logos, que significa estudo, ou seja, é o estudo do local onde se vive.
Em 1869, o biólogo e médico Ernst Heinrich Haechel utilizou pela 
primeira vez o termo Ecologia ao propor um estudo das relações entre 
os seres vivos e o ambiente em que vivem. Hoje em dia, é muito comum 
o emprego incorreto dos termos ecologia e meio ambiente como 
sinônimos, relacionando-os com temas como a conservação ambiental, 
a qualidade de vida, a poluição, a contaminação dos rios, entre outros.
Como descrito anteriormente, o meio ambiente engloba toda a natureza 
“natural”, constituída por solo, ar, água, fauna, flora, assim como a natureza 
humana, formada por prédios, materiais, construções e alterações 
produzidas pelo homem. Além disso, abrange também a chamada 
natureza cultural, que embute os bens culturais, históricos, artísticos e 
paisagísticos. É importante observar que nem todos os ecossistemas são 
naturais, pois também existem ecossistemas sociais. A ecologia seria o 
estudo de todas as relações ambientais, das interações entre os seres 
vivos e com o seu próprio meio (IBRAHIN, 2014).
1.3 Ética e Meio Ambiente
Para Ibrahin (2014), a ética ambiental é um instrumento que analisa e 
indica o comportamento adequado do ser humano na sua relação como meio ambiente e todos os ecossistemas naturais do qual ele depende. 
São incontáveis os exemplos de falta de ética do ser humano nesta 
relação: desde o mais simples cidadão, passando pelo comerciante, 
até o mais poderoso empresário, seja numa grande cidade ou numa 
cidade pacata do interior, pode-se observar: descarte incorreto de 
resíduos nas calçadas, nas praias, nos córregos ou, ainda; formação de 
lixões; lançamento irregular de esgotos em valões ou em rios; uso de 
combustíveis fósseis em veículos automotores desrregulados; comércio 
ilegal de animais silvestres; realização proposital de desmatamentos 
e queimadas como forma de limpeza do solo para cultivo; invasão de 
áreas de proteção ambiental para construções irregulares; exploração 
de áreas protegidas para exploração mineral etc.
Educação Ambiental 5
São tantas as violações, que chega a ser vergonhoso. Fica claro que 
há uma crise ética em curso, uma verdadeira crise de valores sociais e 
ambientais, como descreve Ibrahin (2014). Essa crise ética é despercebida 
por grande parte das populações em todo o planeta, mas é ela que pode 
levar a espécie humana a sua extinção. Há uma necessidade premente 
de se formar uma consciência coletiva que supere a ignorância da 
maioria da população ou a ganância e o negacionismo de alguns grupos 
financeiros, mais interessados no presente do que no futuro. 
Segundo Ibrahin (2014), é por meio da Educação Ambiental que o homem 
pode reverter esse comportamento nefasto, criando uma consciência 
ambiental ética. Ela seria a ferramenta 
perfeita para a mudança de pensamento 
sobre o valor dos elementos naturais: 
água, ar, solo, animais, plantas etc. 
A capacidade que a Educação 
Ambiental tem de disseminar esses 
conceitos éticos é gigantesca, pois 
ela pode ser aplicada em qualquer 
ambiente: em casa, com a família, na 
comunidade, na escola, no trabalho e 
em todas as atividades humanas. 
O processo de conscientização ambiental ético passa pela necessidade 
explícita de aprender a lidar com as situações cotidianas mais simples, 
como a preservação das espécies animais e vegetais, o consumo 
consciente dos recursos naturais, o apoio às causas ambientais como 
a proteção de florestas e áreas de preservação ambiental, entre outras 
iniciativas. Às vezes, há situações que parecem ser intangíveis para o 
cidadão comum, que, por ignorância, desleixo ou até desprezo, não se 
vê motivado a se conscientizar. Nesse ponto, surge o fator sociopolítico 
da Educação Ambiental. Em uma sociedade capitalista minimamente 
organizada e estruturada, a participação nas decisões políticas públicas 
é fundamental para o exercício de um comportamento coletivo ético, ou 
seja, é preciso participar para se sentir responsável pelo meio ambiente 
(IBRAHIN, 2014).
É importante lembrar que ter consciência ambiental ética não 
significa ser contra o progresso da sociedade, mas, sim, a favor de seu 
desenvolvimento de forma sustentável, ambiental, econômica e social.
2. Construir o Conceito de Meio Ambiente
Historicamente, é importante descrever a trajetória do pensamento 
ambientalista ao longo do tempo e da evolução humana. Segundo 
Gomes (2008), como as sociedades primitivas eram desprovidas 
Educação Ambiental 6
de conhecimentos científicos, existia apenas o senso comum de 
aprendizagem, que se pautava muito mais pelo pavor e pela completa 
dependência perante os fenômenos naturais.
2.1 Pré-história Ambiental
Ao longo de milhões de anos, o homem foi construindo sua história 
como espécie ecumêmica no planeta, conforme algumas situações:
1. Observando e entrando em contato com diferentes espécies, tanto 
animais, quanto vegetais, de acordo com as diferentes estações do 
ano, em seus diferentes nichos e ecossistemas.
2. Construindo e desenvolvendo uma linguagem falada no decorrer de 
milhares de anos.
3. Caçando animais como um ser nômade errante, que posterior e 
paulatinamente foi sendo substituído pela domesticação de animais, 
tanto para alimentação: aves, suínos, caprinos, bovinos, quanto para 
companhia: cães e gatos, e até para o trabalho: cavalos e bovinos.
4. Fazendo coleta extrativa de plantas, inicialmente, como nômade, 
mas depois substituindo pelo plantio de vegetais, transformando-o 
numa espécie sedentária, ou seja, em um agricultor e pastor.
5. Registrando os eventos de seu cotidiano por meio de escrita, 
primeiramente pictórica (Figura 1) e, posteriormente, alfabética 
(Figura 2).
O homem primitivo caçava animais selvagens pequenos e médios, 
menores que ele, e também se arriscava a caçar animais grandes, bem 
maiores do que ele. Para isso, imitava as estratégias de outros animais, 
como os lobos e os leões. Aliás, esses eram alguns dos poucos animais 
que o homem pré-histórico não caçava e não queria enfrentar. Esse pode 
ser um dos motivos pelo qual homens primitivos e lobos se aproximaram, 
em uma mútua colaboração para melhorar suas possibilidades de 
alimentação e autoproteção. Com o passar do tempo, essa proximidade 
transformou-se em companhia e domesticação. (SILVA, 2011).
Figura 1: Arte rupestre: o que é, história, características e particularidades. Fonte: Wikipedia.
Educação Ambiental 7
Figura 2: Evolução da linguagem escrita
Fonte: Wikipedia.
Enquanto o ser humano manteve-se passivo e submisso às condições 
adversas dos fenômenos naturais, climáticos e geográficos, ainda 
desprovido de conhecimento suficiente e de condições materiais e 
psicológicas para atuar sobre o meio ambiente, sua interação com 
essas condições sempre foram negativas e, às vezes, fatais. A partir do 
momento em que ele amplia essa interação com o meio natural onde 
vivia, convivendo com várias espécies animais e vegetais e com novos e 
diferentes fenômenos naturais (por exemplo, neve ou furações), passa a 
adquirir cada vez mais novos conhecimentos, que, juntamente com sua 
capacidade de ação, tornou-o um verdadeiro agente transformador de 
seu habitat (GOMES, 2008).
Com base em Amaro e Rodrigues (2009), 
o Homo Habilis e o Homo Erectus 
seriam os primeiros espécimes 
humanos a provocar impactos 
ambientais minimamente 
significativos. Eles também 
foram os primeiros da espécie a 
adotar as primeiras ferramentas 
fabricadas com pedras lascadas 
e partes de ossos. Tais utensílios 
aumentavam a eficiência das 
caçadas a grandes animais, que 
eram mais nutritivos e forneciam muito 
mais calorias do que os alimentos de origem vegetal. Dessa 
forma, observou-se o que foi considerado como o primeiro registro de 
desequilíbrio ambiental provocado pelo homem, com a sua inclusão 
como um novo e voraz predador na cadeia alimentar já existente.
Alguns autores defendem que a história da humanidade começou 
verdadeiramente com um povo denominado Cromagnon (uma 
subespécie de humanos), cujo desenvolvimento tecnológico na obtenção 
de ferramentas de ossos e pedras ainda era desconhecido.
Educação Ambiental 8
Figura 3: O Homem de Cro-Magnon. Fonte: No convívio com a história
Assim, bandos de humanos começaram a caçar presas maiores e de 
diversas formas, com armas mais sofisticadas como arco e flecha, lanças 
e arpões, além de outras técnicas de caça como rochas rolando ladeiras 
abaixo ou a utilização do fogo para encurralar os animais em penhascos, 
onde eram forçados a se jogar. Logo, a ideia de que o homem pré-histórico 
consumia somente o essencial para sua sobrevivência, sem nenhum 
tipo de desperdício, era falsa. Alguns ambientalistas presumem que 
também foi nessa época que algumas espécies de animais começaram 
a experimentar o processo de extinção, como ocorreu com os mamutes 
(AMARO; RODRIGUES, 2009).
Os mamutes eram animais pré-históricos, antepassados dos elefantes 
asiáticos, que foram extintos no período Holocênico, cerca de 6000 
anos atrás, principalmente em razão das mudanças climáticas ocorridas 
naquele período, com o aumento das temperaturas e o derretimento dos 
glaciares, seu principal habitat. Sem alimento e sem habitat adequado, 
tornaram-se presas mais fáceisdo ser humano, que praticamente ajudou 
com seu processo de extinção. (SEDWICK, 2021).
Ainda de acordo com Amaro e Rodrigues (2009), outro fato histórico 
marcante na evolução humana que direta ou indiretamente afetou 
o meio ambiente ocorreu há cerca de onze mil e quinhentos anos, no 
Oriente Médio, onde foi identificada, literalmente, a primeira comunidade 
humana. Os pesquisadores encontraram construções mais sofisticadas 
em comparação com as dos caçadores e coletores. Apesar das áridas 
condições climáticas da região, eles dominavam a agricultura e 
estocavam grãos. Isso foi considerado um grande marco no surgimento 
das civilizações modernas, pois indicava a interferência do homem no 
ciclo natural ambiental, com a seleção de plantas e a escolha daquelas 
que fossem mais lucrativas.
Desde o aparecimento da espécie humana na superfície da Terra, suas 
relações com todo o ecossistema já existente, seus diferentes biomas, 
Educação Ambiental 9
além, claro, das outras espécies animais e vegetais, têm sido muito 
ambíguas: ao mesmo tempo conflitante e de inigualável aprendizado, 
perturbador e de extrema cumplicidade, usurpador e de intensa troca 
mútua.
Tal evolução passou a ter maior importância a partir do momento que 
a espécie humana deixou de ser simplesmente mais uma entre tantas 
espécies animais que vagavam no planeta, em busca de alimentos e 
de abrigo para sobreviver, e passou a dominar elementos da natureza, 
como o fogo, a água, o solo, os minerais, as árvores e outros animais, 
respectivamente, para: se aquecer, cozinhar, proteger-se de predadores, 
dessedentar, fazer higiene, plantar, confeccionar ferramentas, alimentar 
e fazer companhia. Esse domínio sobre as demais espécies animais e 
vegetais foram fazendo com que a espécie humana começasse a se 
destacar e se distanciar das forças naturais que compunham o meio 
ambiente.
A formação de grupos sociais, tal qual outras espécies animais (lobos, 
leões, golfinhos etc.), permitiu ao ser humano uma evolução ainda maior 
em termos de desenvolvimento social e, posteriormente, econômico. 
Eventualmente, esse desenvolvimento foi ficando cada vez mais 
dissociado das atividades naturais, apesar da eterna dependência dos 
elementos naturais como chuva, vento, solo, para o plantio de alimentos 
em escalas cada vez maiores.
De acordo com Mucci e Philippi Jr. (2014), 
a Terra vem sofrendo alterações desde o 
aparecimento da forma mais primitiva 
de vida. Desde aquele primeiro 
ser unicelular que evoluiu no 
imenso caldo de cultura que eram 
os oceanos, e que, ao encontrar 
condições favoráveis multiplicou-
se milhões de vezes, até dominar 
quase todo o meio aquático. A 
partir desse processo relativamente 
simples, inúmeras alterações ocorreram 
nos ambientes físico, químico e biológico, 
adequando-os cada vez mais aos organismos mais complexos que, por 
meio da seleção natural, conseguiram sobreviver ou desapareceram ao 
longo de todo esse processo evolutivo. 
Apesar de todas essas alterações provocadas pela evolução natural, 
o aparecimento da espécie humana é considerado o marco inicial da 
degradação ambiental do planeta. Dotado de elevada capacidade de 
raciocínio, forte senso de proteção e alto poder de abstração, o Homo 
sapiens sapiens é capaz de modificar o local onde se encontra, de forma 
a torná-lo cada vez mais apto a sobreviver em qualquer região do 
planeta. Entretanto, isso o torna, ao mesmo tempo, seu maior poluidor. 
Educação Ambiental 10
Realmente, hoje em dia, o ser humano consegue ocupar praticamente 
todas as regiões da superfície do planeta (MUCCI apud PHILIPPI Jr., 
2014).
2.2 Pós-História Ambiental
Na Era Antiga - que sucedeu a Pré-história e que, portanto, já faz parte 
da história humana registrada em documentos escritos, talhados, 
desenhados, pintados ou expressos através de alguma forma de 
comunicação oral ou visual -, surgiu a visão antropocêntrica do universo, 
na qual o homem está no seu centro e tudo gira ao seu redor de acordo 
com sua vontade e determinação. O termo antropocêntrico já descreve 
bem o que isso significa: antropos, homem, e centrum, no centro. Logo, 
nesse tipo de pensamento, o ser humano se considera superior a todos 
os demais seres. 
2.2.1 Antiguidade e Meio Ambiente
Segundo Ibrahin (2014), para o pensador e filósofo grego Aristóteles 
(384-322 a.C.), graças à sua capacidade de raciocinar e discursar, o 
homem se posiciona no topo de uma pirâmide natural, em que a base 
é sustentada pelos recursos minerais, que servem aos vegetais, os quais 
alimentam os animais que, de uma maneira geral, sustentam o homem.
Figura 4: Aristóteles: um biólogo e pensador por natureza
Fonte: Wikipedia.
Posteriormente, desenvolveu-se a chamada teoria heliocêntrica (helios, 
Sol; centrico, centro, central), na qual o centro do universo não mais 
seria o planeta Terra, mas, sim, o Sol. Esse conceito também passou a ser 
aplicado ao homem, que deixou de ser a espécie central do planeta.
Para Gomes (2008), na Antiguidade, com o surgimento das classes sociais, 
houve um aumento expressivo das atividades produtivas, o que acabou 
Educação Ambiental 11
levando à criação de um excedente de produção, que era controlado por 
aqueles que comercializavam esses produtos, os mercadores. A partir daí, 
surgem grupos sociais que se organizam e criam sistemas de controle 
da sociedade, autocráticos e imperialistas, cuja principal característica 
era ocupar e dominar política e economicamente grandes territórios. 
Isso acabou promovendo o aparecimento da escravidão e da exploração 
cada vez mais intensa dos recursos naturais (água, árvores, solos etc.) 
disponíveis nessas regiões. Consequentemente, também aumentaram 
progressivamente os processos de degradação ambiental, visto que se 
perdeu o sentido de preservação, em virtude da imensidão dos territórios 
explorados.
É interessante observar que, na história da humanidade, seja nos 
povos orientais ou nos povos ocidentais, havia uma preocupação dos 
governantes com as questões ambientais, principalmente com relação 
à água. As primeiras leis codificadas registradas estavam relacionadas 
ao uso racional da água como um bem de suma importância para as 
elites dominantes e para a população em geral. Cerca de 4000 a.C., os 
sumérios já regulavam a irrigação de lavouras no sistema de terraços. 
O mesmo também acontecia com os povos que ocupavam as margens 
de grandes rios, como os egípcios no Rio Nilo, os persas nos Rios Tigre 
e Eufrates, os hindus no Rio Ganges e os chineses no Rio Hoang-Tsé 
(GOMES, 2008). 
Havia também os romanos, que eram peritos na utilização racional da 
água, com canais e sistemas de armazenamento. Existia àquela época 
uma grande preocupação em educar a população em relação ao consumo 
da água que abastecia as cidades, ou seja, já havia um trabalho de 
conscientização da importância e da disponibilidade do recurso natural. 
Entretanto, com o aparecimento dos banhos térmicos, cujo calor era 
gerado pela queima de madeira em fornos, observou-se uma demanda 
gigantesca pelo recurso natural, o que provocou desmatamentos 
significativos em vastas regiões da Grécia Antiga, Roma e Fenícia. 
Gomes (2008) também registrou a construção de sistemas de canais 
em galerias subterrâneas por povos orientais, africanos, asiáticos, além 
dos romanos, os quais transportavam a água sem desperdício pela 
evaporação desde as montanhas até as cidades nas planícies. Também 
deve-se registrar os famosos aquedutos romanos que transportavam a 
água em terrenos acidentados por elevação.
Figura 5: Aqueduto Cláudia. Fonte: Wikipedia.
Educação Ambiental 12
2.2.2 E na Idade Média?
Ainda segundo o raciocínio de Gomes (2008), o surgimento de cidades 
na Europa Medieval impulsionou o comércio e a indústria, criando 
uma nova classe social identificada como burgueses (moradores dos 
burgos), que passaram a ocupar novas áreas urbanas. Pode-se observar 
neste movimento que a expansão das áreas urbanas é algo milenar na 
estrutura dascidades e das populações. Evidentemente, isso deve ter 
impactado as condições de abastecimento de água, coleta de esgotos e 
condições sanitárias em geral. Aparecem organizações que controlam os 
processos produtivos, as chamadas oficinas, que seriam as precursoras 
das futuras fábricas que viriam posteriormente a participar da 1ª 
Revolução Industrial.
Gomes (2008) indica que esta seria a semente do capitalismo, que 
já acumulava capital de forma muito primitiva, com a geração de 
mercadorias e produtos controlados e comercializados por grupos de 
mercadores. A partir desse momento, pode-se verificar uma necessidade 
cada vez maior de utilização dos recursos naturais como água, madeira, 
minérios, que compunham os insumos utilizados principalmente para a 
geração de energia nas novas fábricas. Além, claro, das matérias-primas 
propriamente ditas, dependendo do processo industrial. As mais famosas 
na época estavam relacionadas à indústria têxtil, que foi pioneira nesta 
revolução, utilizando fibras de diversas plantas, como o algodão e o 
linho, que eram trazidas das colônias europeias na Ásia e nas Américas, 
ou de animais, como o bicho da seda, do extremo oriente asiático. 
Um importante legado deixado pelos camponeses da Idade Média foi 
o sistema de rodízio no cultivo com três áreas, que mantinha os solos 
férteis e ajudava a preservar o meio ambiente da região, além de conter 
a expansão agrícola no sistema itinerante de cultivo.
Tempos Modernos para o Meio Ambiente
O primeiro registro na história da humanidade de êxodo rural ocorreu 
justamente no período final da Idade Média, na transição para a Idade 
Moderna, quando a estrutura feudal cada vez mais insustentável, 
começou a se desfazer com a migração dos camponeses para as cidades. 
Evidentemente, isso trouxe para essas cidades uma série de desafios em 
termos ambientais, como a disponibilidade de água potável, sistemas de 
captação de esgotos, alimentos, medicamentos etc. 
De acordo com o relato de Gomes (2008), a decadência da Idade Média 
levou consigo uma série de hábitos relacionados às questões culturais 
e sociais de preservação ambiental e higiene. Houve uma espécie de 
retrocesso das comunidades estabelecidas nas cidades observados em 
vários pontos:
 ▪ Redução da quantidade de banhos, tanto em áreas públicas quanto 
em locais particulares.
 ▪ Aumento da disposição inadequada de lixo e entulhos de todos os 
tipos nas vias públicas, inclusive animais mortos.
Educação Ambiental 13
 ▪ Disseminação de epidemias nas maiores cidades, principalmente 
de varíola e cólera, como ficou registrado na Europa Central, devido 
basicamente à falta de higiene de seus habitantes.
O estabelecimento de normas de saneamento básico para o meio 
urbano começou a surgir na 2ª metade do século XV em diversas cidades 
europeias, como Nuremberg e Frankfurt, na Alemanha, que orientavam 
seus moradores com relação à disposição de lixo nos espaços públicos. 
Grande parte do conhecimento científico, filosófico, de saúde e ambiental 
das antigas civilizações greco-romanas foi conservada até os dias de 
hoje, mas alguns hábitos culturais e de higiene acabaram se perdendo 
com o tempo, assim como importantes conhecimentos relacionados à 
preservação ambiental, principalmente da água, da vegetação e dos solos.
Figura 6: Representação de feira de negócios na Alemanha. Fonte: Portal Radar.
Nessa época, no século XIV, principalmente na Europa Ocidental, a visão 
antropocêntrica voltou a ganhar força, agora com um viés racionalista, 
que partia do pressuposto de que a razão era um atributo exclusivo da 
espécie humana. Esse racionalismo moderno do ser humano denota uma 
situação de superioridade e de ambição em relação às demais espécies 
do planeta, fazendo com que toda a natureza e os demais seres vivos 
estejam à sua disposição e subordinação.
Em contraposição ao antropocentrismo, surgiu, muito tempo depois, 
o chamado ecocentrismo (oikos, casa; centrum, central), que coloca o 
homem, juntamente com outros seres, como parte da natureza. Conforme 
essa nova visão, a natureza passa a ser o centro do universo, e não 
mais o homem. Isso trouxe uma nova perspectiva, na qual a proteção 
ambiental e da natureza estaria acima do próprio homem. Esse conceito 
responsabiliza o homem pela utilização ilimitada dos recursos naturais 
e, consequentemente, devastação da natureza, extinção de espécies 
animais e vegetais, desertificação de solos etc.
Existe uma discussão posta por Ibrahin (2014) que questiona as duas 
vertentes, antropocêntrica e ecocêntrica, com relação à exploração 
desses recursos naturais. Pode o homem extrair até o esgotamento de 
qualquer recurso natural? Pode o homem se desenvolver sem provocar 
algum tipo de impacto ambiental? Quais são os limites dessa relação? 
Afinal, quem serve a quem? Ou melhor, existe alguém servindo a 
Educação Ambiental 14
alguém? Talvez a resposta para todos esses questionamentos possa ser 
resumida em uma única palavra: preservação. Hoje em dia, não há mais 
nenhuma dúvida de que o ser humano depende muito mais da natureza 
e de seus recursos - água, minerais, vegetais, microorganismos etc. do 
que propriamente do ser humano. Portanto, se a espécie humana não 
impor limites à sua sanha de consumo de bens naturais, impactando 
irreversivelmente o meio ambiente, não haverá mais condições de 
manter sua própria sobrevivência no planeta.
Como estamos hoje em dia?
Há um entendimento generalizado de que o grande responsável pela 
degradação ambiental é o modelo econômico de desenvolvimento 
capitalista, predominantemente vigente na maioria dos países em todo 
o mundo. Esse modelo caracteriza-se pelo esgotamento máximo dos 
recursos disponibilizados pela natureza, muitas vezes, acima do seu 
próprio potencial e sempre buscando acumular e ampliar ainda mais o 
capital auferido.
Para Gomes (2008), existem alguns fatores responsáveis pelos 
impactos ambientais, em razão do emprego do modelo econômico de 
desenvolvimento capitalista, como:
 ▪ A visão iluminista da natureza, na qual esta deve servir ao homem, 
que seria o dono do meio ambiente.
 ▪ A ideologia proposta pelo modelo capitalista de produção facilita 
a acumulação de capital, favorecendo o capital financeiro, em 
detrimento dos pequenos e médios produtores sem capital, que 
normalmente atuam regionalmente, em escala quase artesanal, com 
baixos impactos ambientais.
 ▪ O emprego de um sistema político-financeiro-econômico de caráter 
neoliberal, que investe na globalização dos processos econômicos, 
que reduz a presença do Estado e pode influenciar negativamente as 
decisões sobre questões ambientais.
 ▪ O modelo de desenvolvimento econômico não sustentável, na 
verdade, é insustentável, pois provoca a degradação das áreas que 
contêm biomas naturais, em razão da prática de monoculturas 
extensivas de exportação. No Brasil, é o caso do cerrado, largamente 
ocupado ou por esses cultivos ou por rebanhos animais.
 ▪ O processo de industrialização de bens de consumo duráveis, como 
os automóveis, que são os principais agentes poluidores do ar e de 
redução da mobilidade urbana nas grandes cidades (Figura 7).
 ▪ O crescimento populacional desenfreado nas grandes cidades reduz 
a qualidade de vida da população, em razão do aumento da poluição 
atmosférica, hídrica e dos solos e da ocupação desordenada dos 
espaços urbanos.
Educação Ambiental 15
Figura 7: Linha de produção da Volkswagen em fábrica do ABC paulista, em 1970 Fonte: Quatro 
Rodas.
O termo SAN (Segurança Alimentar e Nutricional) é definido como:
[...] a realização do direito de todos ao acesso regular e 
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, 
sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, 
tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que 
respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e 
ambientalmente sustentáveis. (KEPPLE; SEGALL-CORRÊA, 2011, p. 
187-199).
Essa definição brasileira de SAN ocorre emtermos de qualidade e 
quantidade de alimentos adequados para toda a população, de todas as 
classes sociais, sem excluir, do âmbito de ações requisitadas, as classes 
mais abastadas.
E a Educação Ambiental?
Para Philippi Jr. (2014), desde o começo do século XX, a consciência 
ecológica vem crescendo, recebendo cada vez mais apoio da população 
em geral, o que acaba promovendo a criação de políticas públicas 
e leis ambientais. A partir da década de 1970, pode-se observar o 
quão importante a educação ambiental se tornou para a preservação 
do planeta. Em 1977, em Tbilisi, na Geórgia, em uma conferência 
internacional, discutiu-se a necessidade de toda a sociedade adotar uma 
abordagem interdisciplinar para o conhecimento e maior compreensão 
das questões ambientais. 
É importante comparar algumas definições e conceitos quando se trata 
de meio ambiente e educação ambiental. A Lei Federal 6.938/81, que 
dispõe sobre a PNMA, considera a educação ambiental uma de suas 
bases principais, que é voltada para todos os níveis de ensino, inclusive 
a educação comunitária, com o intuito de capacitar seus indivíduos 
para a participação ativa na defesa do meio ambiente. Conforme a Lei 
9.795/99, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental: 
Educação Ambiental 16
‘‘ Todos têm direito à educação ambiental, componente essencial e permanente da 
educação nacional, que deve ser exercida de forma articulada em todos os níveis 
e modalidades de ensino, sendo de responsabilidade do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente (SISNAMA), do Sistema Educacional, dos meios de comunicação, 
do Poder Público e da sociedade em geral. (BRASIL, 1999).’’
Em seu artigo 5º, estão estabelecidos alguns objetivos básicos, como:
‘‘ Incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável 
na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo‐se a defesa da 
qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania e o 
fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como 
fundamentos para o futuro da humanidade. (PHILIPPI JR., 2014, p. 6).’’
Segundo Ibrahin (2014), a Educação Ambiental é a maior ferramenta 
de capacitação ambiental da população, que pode subsidiar formas de 
superar os principais problemas ambientais da atualidade de maneira 
ética e segura. Essa ética ambiental é a base para alavancar a Educação 
Ambiental como uma espécie de herança de geração para geração. Com 
ela, a Educação Ambiental estará apta a promover o desenvolvimento 
econômico de maneira sustentável.
Com uma Educação Ambiental responsável e bem estruturada, é possível 
aprender com os erros cometidos no passado, para remediá-los no 
presente e evitá-los no futuro. O maior preceito da Educação Ambiental 
é justamente a promoção do desenvolvimento sustentado que permita 
às futuras gerações os mesmos recursos 
ou mais que os atuais. Atitudes 
simples como economizar água 
na higiene pessoal (banhos 
e escovação bucal), reciclar/
reutilizar resíduos secos ou 
compostar resíduos úmidos 
orgânicos, manter todos os locais 
limpos (principalmente públicos), 
economizar energia, tanto elétrica 
(iluminação, aparelhos domésticos 
etc.), quanto térmica (gás combustível 
para aquecimento de água ou preparação 
de alimentos), entre outros fazem a diferença.
Cabe ao poder público, por meio das secretarias federal, estadual 
ou municipal de educação, promover atividades pedagógicas de 
sensibilização e de conscientização das comunidades, principalmente 
nas escolas públicas e particulares, mas também nas associações de 
moradores, clubes sociais e esportivos, conselhos de classe profissional 
etc. Também as empresas privadas podem ser incentivadas a promover 
atividades de Educação Ambiental junto a seus funcionários, familiares 
e comunidades de seu entorno.
Educação Ambiental 17
Figura 8: Exemplo de reunião corporativa com tema da reciclagem. Fonte: Dreamstime.
3. Identificar as Consequências das Atividades 
Humanas sobre o Meio Ambiente
Conforme Fantin e Oliveira (2014), existem duas tendências ambientais 
importantes sobre as teorias que abordam as questões ambientais 
e o ambientalismo: o denominado Ambientalismo Tecnocêntrico, 
fundamentado na manutenção das estruturas vigentes pelo incentivo às 
instituições públicas, reguladoras, educacionais e de planejamento do 
enfrentamento das questões ambientais.
Essa tendência se divide em duas correntes: intervencionista e 
acomodacionista. A primeira crê na ciência, no mercado e na gestão 
dos recursos para contornar as dificuldades sazonais a partir da 
engenhosidade humana e do desenvolvimento tecnológico. A segunda 
reconhece que os impactos ao meio ambiente devem ser controlados 
e que devem ser feitas modificações que considerem a componente 
ambiental.
A segunda tendência ambiental descreve o Ambientalismo Ecocêntrico, 
cuja redistribuição do poder permite uma descentralização econômica 
com maior justiça e participação social, em que duas correntes são 
apresentadas: a gaianista, regida pela filosofia da ecologia profunda, 
em que todos os seres vivos e elementos naturais possuem a mesma 
importância, e a ecossocialista, que acredita que os problemas 
ambientais estão relacionados às questões sociais de injustiça e de 
exclusão econômica e política.
Mais recentemente, o termo ambientalismo recebeu duas novas 
interpretações:
 ▪ Ecologia radical: reúne a ecologia tradicional, o protecionismo, o 
conservacionismo, a ecologia profunda, a economia ecológica, entre 
outras linhas que têm um enfoque ecológico e se dividem em duas 
outras vertentes teóricas: a biocêntrica e a ecológica, propriamente 
dita.
Educação Ambiental 18
- Na biocêntrica: a biota (espécies diferentes que habitam a mesma 
comunidade biológica) é mais importante do que a comunidade 
humana presente no equilíbrio ecológico.
- Na ecológica: há um olhar mais científico sobre as questões 
ambientais, diferente dos primeiros ambientalistas.
 ▪ Ecologia política: a proposta é uma análise dos problemas ambientais 
sob a ótica socioeconômica e política.
Observa-se que o grande dilema da humanidade em relação às questões 
ambientais é sobre o que verdadeiramente é mais importante para 
as pessoas que vivem neste planeta: sobreviver ou viver e deixar um 
legado digno para as futuras gerações? Não é uma resposta simples, e 
não há uma solução imediata. Sob diferentes pontos de vista, pode-se 
ter variadas respostas e propostas de solução.
Dependendo da classe social e do local no planeta, a prioridade será 
a sobrevivência, mesmo que em detrimento das questões ambientais. 
Ou seja, para os mais pobres e vulneráveis, a sobrevivência será mais 
importante do que se preocupar em proteger o meio ambiente, proteger 
florestas e consumir menos produtos industrializados etc.
A questão socioeconômica se impõe. Mesmo nas classes sociais mais 
abastadas, não há qualquer garantia de que esse pensamento seja muito 
diferente, porém a chance de haver maior conscientização e preocupação 
com as questões ambientais aumentam significativamente. Logo, 
conclui-se que tudo depende fortemente da Educação. E não somente 
da Educação Ambiental, mas principalmente da Educação mais ampla, 
que permite a redução das desigualdades sociais e a possibilidade de 
as pessoas passarem a viver e pensar nas condições de vida atuais e 
futuras. 
Referências
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sólidos gerados pelos homens pré-históricos até a Revolução Neolítica. 
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[...] . Pelotas: Ufpel, 2009. p. 01-05. Disponível em: https://www2.ufpel.
edu.br/cic/2009/cd/pdf/CH/CH_01353.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.
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GOMES, H. A caminhada do homem e a questão ambiental. Revista 
Fragmentos de Cultura-Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, v. 
18, n.2, p. 265-281, 2008.
IBRAHIM, F. I. D. Educação ambiental: estudo dos problemas, ações e 
instrumentos para o desenvolvimento da sociedade. São Paulo: Saraiva, 
2014 (Minha Biblioteca).
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KEPPLE, A. W.; SEGALL-CORRÊA, A. M. Conceituando e medindo segurança 
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https://bdm.unb.br/handle/10483/3053
https://bdm.unb.br/handle/10483/3053
	Introdução aos Problemas Ambientais e Atividades Correlacionadas
	Para Início de Conversa...
	Objetivos
	1. Reconhecer a Questão Ambiental Atual
	1.1 Meio Ambiente
	1.2 Ecologia
	1.3 Ética e Meio Ambiente
	2. Construir o Conceito de Meio Ambiente
	2.1 Pré-história Ambiental
	2.2 Pós-História Ambiental
	2.2.1 Antiguidade e Meio Ambiente
	2.2.2 E na Idade Média?
	3. Identificar as Consequências das Atividades Humanas sobre o Meio Ambiente
	Referências

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