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DIREITO COMERCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Identificar o que vem a ser empresa, o empresário e a sociedade em- presária. > Distinguir empresa de empresário e empresário individual de sociedade empresária. > Reconhecer esses institutos e sua correta regulamentação. Introdução O desenvolvimento de um país forte está ligado a uma economia forte, pau- tada na livre concorrência e na paridade entre os agentes econômicos, o que tem como pressuposto a regulamentação das atividades econômicas e a sua fiscalização pelos órgãos governamentais. Nesse sentido, ganha relevância a correta abrangência das atividades que impulsionam a economia, especialmente as empresariais. Neste capítulo, vamos definir o que é empresa, empresário e sociedade empresária, abordando a evolução do Direito Comercial até sua nova concep- ção como Direito Empresarial. Também vamos refletir sobre a nova Teoria da Empresa adotada pelo Código Civil brasileiro de 2002, em que as atividades Empresário individual e sociedades empresárias Eduardo Kucker Zaffari exercidas ganham relevo e proteção legal, visando ao desenvolvimento da indústria e do comércio nacionais. A empresa, o empresário e a sociedade empresária A união de pessoas para se atingir o mesmo fim existe desde a antiguidade mais remota. Francisco Cavalcante Pontes de Miranda, considerado um dos maiores doutrinadores que o país já teve, dava notícia de que, na antiguidade remota da Babilônia, os antigos firmavam sociedades mediante contratos que se extinguiam com a morte de seus partícipes, por meio da liquidação realizada pelos seus herdeiros. Na Grécia, as diferentes sociedades poderiam ter os mais diversos fins, desde comerciais, industriais, religiosos, até a união de guerreiros em associação (PONTES DE MIRANDA, 2012). Ao atualizar a obra de Pontes de Miranda, Alfredo de Assis Gonçalves Neto traz a moderna con- cepção de contrato de sociedade, elemento caracterizador do que virá a ser a união de esforços por um fim comum, afirmando que “contrato de sociedade é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas se vinculam, reciprocamente, a colimar fim comum, mediante coatividade” (PONTES DE MIRANDA, 2012, p. 64). Esse conceito do atualizador da obra permite a compreensão de que a manifestação de vontade de uma ou mais pessoas para a obtenção de pres- tações de interesse comum é a causa da contratação em sociedades. São re- lações jurídicas formadas contratualmente para a consecução de fins comuns. Exatamente nesse sentido, o art. 981 do Código Civil brasileiro prescreve que “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 2002, documento on-line). As expressões “fundo de comércio” e “estabelecimento comercial” referem-se ao conjunto de bens corpóreos e incorpóreos da atividade empresarial. Embora a primeira tenha origem francesa e a segunda expressão decorra da doutrina italiana, são usualmente empregadas como sinônimos pela doutrina brasileira. Empresário individual e sociedades empresárias2 O direito brasileiro adotou a Teoria da Empresa desenvolvida na Itália para a caracterização dos atos empresariais, em que se valorizam as atividades de produção e circulação de bens ou serviços, excluindo-se as de cunho intelectual, científico, literário ou artístico. Negrão (2020, p. 33) afirma que “é empresarial a atividade econômica organizada para a produção ou a cir- culação de bens ou de serviços”, arrematando que “será empresário aquele que exercer profissionalmente esta atividade”. Embora esse conceito exclua algumas atividades, como as intelectuais e artísticas, não se deve olvidar que algumas entidades empresariais fornecerão bens e serviços ligados às atividades excluídas, como as empresas de entretenimento que se utilizam de atividades artísticas para atingir seus fins (p. ex., as emissoras de sinal de televisão). Diferentes abordagens podem ser adotadas para a compreensão do perfil da empresa, do empresário e da sociedade empresária. O primeiro aspecto que pode ser estudado é o aspecto subjetivo da empresa, em que se compreende o estudo da pessoa que exerce a atividade empresarial, seja essa pessoa natural ou jurídica (quando se organiza como sociedade empresária). Aqui se leva em conta quem exerce a atividade. A segunda abordagem que pode ser adotada é o aspecto objetivo da empresa, concentrando-se nos bens corpóreos e incorpóreos utilizados no ato empresarial. Afirma-se o aspecto objetivo por considerar o estabelecimento empresarial e aquilo que é necessário para a realização dos fins da sociedade. Outra abordagem que poderá caracterizar a atividade empresarial é o aspecto funcional, pois vai se considerar a própria atividade desenvolvida pela sociedade ou empresário para que se atinjam os fins propostos por ela. Noutros termos, nessa abordagem consideram-se as atividades realizadas pela entidade que a caracterizam como empresa ou sociedade empresária. Um quarto aspecto, que no Brasil não se considera na Teoria da Empresa, por estar afeto à legislação trabalhista, é o aspecto corporativo, também chamado “institucional”. Nesse aspecto, é estudado e analisado o esforço empregado pelos colaboradores e empregados da empresa para que se realizem as atividades empresariais. Embora seja fundamental o esforço empregado pelos colaboradores da empresa na união entre capital e trabalho, esse último aspecto é estudado pelo Direito do Trabalho e recebe regramento próprio (NEGRÃO, 2020). Ulhoa Coelho (2019, p. 47) afirma que “empresário é a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma atividade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços”. Pode-se afirmar que será empresário aquele que detém conhecimentos específicos para compreender os ganhos e riscos de deter- minada atividade, optando por empreender em certa atividade econômica. Empresário individual e sociedades empresárias 3 Atendendo-se ao prescrito no art. 968 do Código Civil, o registro da atividade empresarial se fará no Registro Público de Empresas Mercantis, em que deverão constar os dados do empresário, a sua firma, o capital empreendido, o objeto e a sede da empresa (BRASIL, 2002). Diante da regulação das atividades empresariais em diferentes textos normativos, gera-se alguma confusão entre as diferentes expressões adotadas, o que torna necessária a elucidação sobre o emprego de cada uma delas. O principal equívoco é confundir a pessoa do empresário com as sociedades empresárias e seus sócios. O uso coloquial para denominar as entidades que exercem atividades empresariais acaba por induzir erro. Tecnicamente falando, a empresa é a atividade empresarial a que ela se propõe, conforme seu aspecto funcional. A empresa é uma atividade exercida, não a pessoa jurídica propriamente dita. O uso comum da expressão leva ao equívoco popular de considerar a empresa como a sociedade em si. A enti- dade composta para o exercício de atividades empresariais será denominada “sociedade empresária” quando ela for composta por diferentes sócios unidos para atingir um determinado fim econômico. Sendo assim, não está correto denominar os sócios de uma sociedade empresária como “empresários”, devendo-se chamar a eles “sócios” dessa sociedade empresária. Essa socie- dade empresária poderá ser composta por pessoas naturais e/ou pessoas jurídicas, todas denominadas simplesmente como “sócios”. Observe-se, en- tretanto, que a atividade empresarial poderá ser realizada por uma pessoa natural que se registra para tal fim, sem necessariamente se associar com terceiros. Nessa hipótese, vai se estar à frente de um empresário que exerce atividades empresariais sem compor uma sociedade empresarial composta por diferentes sócios. Distinguindo-se empresa de empresário e empresário individual de sociedade empresária Um ponto que costuma gerar alguma confusão é o uso indistinto dos termos“empresário” e “comerciante”. A doutrina e a legislação brasileiras empregam o nome “Direito Comercial” para se referir ao ramo do Direito destinado a estudar os meios socialmente estruturados para a resolução de conflitos Empresário individual e sociedades empresárias4 decorrentes de relações correlatas à atividade de produção e circulação de bens e serviços. Essa tradição foi reforçada com o advento do Código Comercial — Lei nº 556, de 25 de junho de 1850 (BRASIL, 1850a). Entretanto, a riqueza das atividades que movimentam a economia, incluindo as atividades bancárias, securitárias e de prestação de diversos serviços, ampliou o es- pectro de estudo desse ramo do Direito. Daí a necessidade de evolução para uma designação mais abrangente, encontrando-se no Direito Empresarial a possibilidade de inserção de uma gama muito maior de atividades a serem reguladas. Numa tentativa de unificar e atualizar a legislação outrora deno- minada como “Comercial”, O Código Civil de 2002 estabeleceu em seu art. 966 o Direito da Empresa (BRASIL, 2002). Nesse sentido, embora se possam usar as expressões “comerciante” e “empresa” ou “Direito Comercial” e “Direito Empresarial” para designar os mesmos fenômenos, as últimas expressões são certamente mais abrangentes e modernas. Dois são os sistemas que regulam a teoria empresarial na tradição ro- mânica do Direito: o francês e o italiano. O sistema francês, que surge com o Código Comercial francês de 1808, identifica atos de comércio que permitem a divisão das atividades em civis e comerciais, evoluindo para distinguir-se da antiga objetivação de que seriam comerciantes apenas aqueles que esti- vessem inscritos em determinadas corporações. Essa evolução no sistema francês permitiu que pudesse ser considerado comerciante (termo usado à época, quando do advento daquele Código) qualquer cidadão que realizasse um ato de comércio. Ao falar desse sistema, Negrão (2020, p. 33) explica que o conceito objetivo de comerciante no sistema francês é “aquele que pratica atos de comércio com a habitualidade e profissionalidade”. Por sua vez, o sistema italiano trouxe uma nova perspectiva na medida em que abandonou a concepção francesa de dividir as atividades (civis e comerciais), integrando-as e excepcionando quando não forem as atividades tipicamente empresariais (ULHOA COELHO, 2019). As diferentes espécies de pessoas jurídicas de direito privado es- tão descritas no art. 16 do Código Civil brasileiro, em que constam as associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas e os partidos políticos. Destas, apenas as sociedades poderão exercer atividades empresariais (BRASIL, 2002). Empresário individual e sociedades empresárias 5 A inclusão da atividade empresarial no Código Civil brasileiro de 2002 retrata a adoção no Direito brasileiro do sistema italiano, segundo o qual será empresarial toda atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou serviços, excluindo-se, conforme prescreve o parágrafo único do art. 966 do Código Civil, “quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa” (BRASIL, 2002, documento on-line). Desse modo, as atividades empresariais serão aquelas que tiverem as características elencadas a seguir, segundo Negrão (2020). � Economicidade: faz-se necessária a circulação ou criação de riquezas, assim como de bens e serviços patrimonialmente valoráveis. � Organização: compreende tanto o trabalho quanto a tecnologia, os insumos e o capital, sejam estes próprios ou alheios. � Profissionalidade: a atividade não deve ser ocasional, mas habitual e com a assunção em nome próprio dos riscos da empresa. Essas características demonstram a superação da fase do subjetivismo existente na Idade Média, que considerava comerciante apenas quem estivesse inscrito em uma corporação, em direção a uma maior abertura àqueles que pretendessem o exercício do comércio. Foi a adoção da Teoria da Empresa, cujo foco seria a caracterização das atividades empresariais, que permitiu a valorização e proteção da empresa (esta como atividade) em relação aos seus integrantes. Focando-se no aspecto subjetivo da empresa, Chagas (2019, p. 94) caracteriza empresário como “o empreendedor que, individualmente, predispõe-se a exercer a atividade empresarial”, salientando que o risco de tal escolha, em caso de insucesso do empreendimento a que se dispõe, recairá sobre “o patrimônio particular do empreendedor”, que “responderá pelo passivo a descoberto da atividade empresarial”. Teixeira (2019, p. 59), ressaltando a literalidade das características constantes no Código Civil, leciona que “empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, de acordo com o art. 966 do Código Civil de 2002”. Chagas (2019) alerta que o exercício da atividade empresarial de forma individual impede que a pessoa Empresário individual e sociedades empresárias6 natural empresária invoque o princípio da separação patrimonial em seu favor. Teixeira (2019, p. 59) destaca a importância do empresário ao afirmar que este “é um ativador do sistema econômico. Ele é o elo entre os capitalistas (que têm capital disponível), os trabalhadores (que oferecem a mão de obra) e os consumidores (que buscam produtos e serviços)”. Não se deve confundir, entretanto, a empresa como atividade exercida pelo empresário individual com a empresa como atividade exercida pela sociedade empresária. Se a empresa é a atividade econômica organizada para a circulação de bens e serviços, tendo como fim o lucro, o empresário será aquele que exerce a atividade, o que poderá ser realizado na forma individual ou coletiva. Ao passo que o empresário individual é o titular da atividade empresarial sem qualquer outro empresário (sócio) em sociedade, na sociedade empresária há a união de duas ou mais pessoas, naturais ou jurídicas, na qualidade de sócios. A sociedade empresária também poderá ser denominada “empresário coletivo”, pois a empresa terá mais de um titular. Regulamentação da atividade empresarial O Direito Comercial brasileiro se inicia com a vinda da família imperial brasi- leira, no início do século XIX, mais precisamente com a abertura dos portos às nações amigas pela Corte recém-chegada ao Brasil após o bloqueio naval imposto por Napoleão a Portugal. No ano de 1808, diversos atos legais per- mitiram a implantação de indústrias em solo brasileiro, que tinham a missão de atender às mais de 10 mil pessoas chegadas de Portugal, mas igualmente à Coroa inglesa, que fornecia proteção a Portugal em troca de facilidades comerciais. Por exemplo, os produtos importados pela Inglaterra advindos de Portugal eram taxados à razão de 16%, ao passo que os produtos impor- tados do Brasil eram taxados à de 15%. Em 1808, instalou-se na colônia um Tribunal da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação (ULHOA COELHO, 2019). O retorno de parte da família imperial a Portugal, em 1815, reclamou um maior desenvolvimento comercial pátrio, pois o crescimento econômico propiciado pela vinda da Corte no início daquele século demonstrou que a colônia era mais atraente que o velho continente. Esse vigor econômico do país que se iniciava redundou no Código Comercial de 1850 — Lei nº 556/1850, regulamentada pelo Decreto nº 737, de 25 de novembro de 1850 (BRASIL, 1850b). No documento, estabelecia-se que (BRASIL, 1850a, documento on-line): Empresário individual e sociedades empresárias 7 Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufaturados, ou para alugar o seu uso. § 2º As operações de câmbio, banco e corretagem. § 3º As empresas de fabricas; de com missões; de depósitos; de expedição,con- signação e transporte de mercadorias; de espetáculos públicos. § 4º Os seguros, fretamentos, risco, e quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo. § 5º A armação e expedição de navios. Inspirado no Código Comercial francês, o novel regulamento à época destacava os atos de comércio, com expressa submissão dos comerciantes ao Tribunal do Comércio. Essa divisão entre uma jurisdição civil e outra comercial representava a adoção do sistema francês de Direito Comercial, o que se rompe apenas a partir da década de 1960, quando o ordenamento comercial brasileiro se aproxima do sistema italiano. Não obstante tenha vigorado por longo período, Teixeira (2019, p. 43) afirma que o revogado Código “é até hoje elogiável em razão da técnica e da precisão. Teve como inspiração os Códigos Comerciais da França, da Espanha e de Portugal”. O Código Civil brasileiro de 2002, embora a sua longa tramitação entre os anos de 1975 e 2002, aderiu à doutrina italiana com a incorporação da união da disciplina privada da atividade econômica (BRASIL, 2002). O sistema italiano de Teoria da Empresa, que é adotado no Brasil atualmente, foi desenvolvido pelo jurista italiano Alberto Asquini (1889–1972). Dentre as diversas obras escritas pelo autor, destacam-se Curso de Direito Comercial e Título de Crédito. Será empresário, conforme prescreve o art. 966 do Código Civil, aquele que exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, excluindo-se as atividades intelectual, de natureza científica, literária ou artística. Os profissionais liberais estarão submetidos a essa regulamentação caso insiram a sua atividade em uma or- ganização empresarial, o que se afere pela expressão “elemento de empresa” constante no parágrafo único desse artigo (BRASIL, 2002). Empresário individual e sociedades empresárias8 O Livro II do Código Civil, denominado “Do Direito da Empresa” e dedicado à atividade empresarial, afirma ser possível, quando atendidos os requisitos específicos, a caracterização de empresário e a execução coletiva de seu patrimônio por meio da falência, bem como o requerimento da recuperação judicial, ambos previstos na Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (BRASIL, 2002, 2005). Observe-se que, para o gozo dessas prerrogativas, é necessária a inscrição de empresário, conforme consta no art. 967 do Código Civil, segundo o qual “é obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade” (BRASIL, 2002, documento on-line). De acordo com Mamede (2019, p. 148), “a recuperação judicial é instituto, medida e procedimento que se defere apenas em favor de empresas, ou seja, que somente pode ser requerida por empresários ou sociedades empresárias”. Chagas (2019) afirma que é necessária a conjunção do exercício da atividade empresarial como um aspecto formal (o registro no órgão competente há pelo menos dois anos) e um aspecto material (de ativi- dade real e efetiva da atividade empresarial pelo prazo mínimo de dois anos). O empresário caracterizado no Código Civil, em seu art. 966, pode ser denominado “de gênero”, cuja espécie poderá ser individual ou coletiva. O empresário individual encontra seu regramento legal na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que é a legislação básica das empresas de pequeno porte, o microempresário e o microempresário individual. Esse documento define expressamente que todo e qualquer benefício previsto na lei se aplica ao microempreendedor individual, mesmo que se destine ao microempresário ou a empresa de pequeno porte (BRASIL, 2006). Mamede (2019) adverte que o Código Civil divide as sociedades em simples e empresárias, sendo estas últimas aquelas em que as sociedades exercem as atividades de empresa e estão sujeitas a registro. As sociedades empresárias poderão se dividir em sociedade em nome coletivo (art. 1.039 e seguintes do Código Civil), sociedade em comandita simples (art. 1.045 e seguintes do Código Civil), sociedade limitada (art. 1.052 e seguintes do Código Civil), sociedade anônima (art. 1.088 e seguintes do Código Civil) e sociedade em comandita por ações (art. 1.090 e seguintes do Código Civil) (BRASIL, 2002). Em relação às sociedades por ações, deve-se destacar a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que versa sobre as sociedades por ações, regulamentando o seu funcionamento (BRASIL, 1976). Empresário individual e sociedades empresárias 9 Neste capítulo, você pôde compreender a distinção entre empresa, empre- sário e sociedade empresária, conhecendo a evolução do Direito Comercial até sua nova concepção como Direito Empresarial. Além disso, refletimos sobre a nova Teoria da Empresa adotada pelo Código Civil brasileiro de 2002. Referências BRASIL. Decreto nº 737, de 25 de novembro de 1850. Determina a ordem do Juízo no Pro- cesso Commercial. Brasília: Presidência da República, 1850. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/historicos/dim/DIM0737.htm. Acesso em: 16 set. 2022. BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Na- cional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Brasília: Presidência da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: 16 set. 2022. BRASIL. Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. Código Comercial. Brasília: Presidência da República, 1850. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LIM/LIM556. htm. Acesso em: 16 set. 2022. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília: Presidência da República, 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 16 set. 2022. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Presidência da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/ l10406compilada.htm. Acesso em: 16 set. 2022. BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extra- judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília: Presidência da República, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em: 16 set. 2022. CHAGAS, E. E. Direito empresarial esquematizado. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. MAMEDE, G. Direito empresarial brasileiro: falência e recuperação de empresas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2019. NEGRÃO, R. Manual de direito empresarial. São Paulo: Saraiva, 2020. PONTES DE MIRANDA, F. C. Contrato de sociedade: sociedade de pessoas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. (Coleção Tratado de Direito Privado, t. 49). TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática. São Paulo: Saraiva, 2019. ULHOA COELHO, F. Curso de direito comercial: direito de empresa. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. Empresário individual e sociedades empresárias10 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito- res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Empresário individual e sociedades empresárias 11
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