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Produção textual e oral

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Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC
Docente: Camila Gusmão
Disciplina: Produção textual e oral
Discente: Joelma Crisostomo dos Santos
A principal contribuição dos estudos da Linguistíca de Saussure sobre a produção oral reside no fato de situá-la no campo da descrição física dos sons, na implicação dos mesmos na cadeia sintagmática e paradigmática. Dessa forma, no que diz respeito à fala como um componente indispensável à formação acadêmica de professores, a principal contribuição reside na instrumentalização do professor para o tratamento dos problemas fono-ortográficos, tais como a explicação da interferência da fala na grafia, revelada tanto pela troca de letras quanto pelas junturas no interior de grupos fonológicos e, também, no apagamento gráfico de traços de pronúncia átona, entre outros.
Para Bakhtin a oralidade mostra-se de grande importância como dado linguístico, pois é através dela que, primeira, se manifestam as enunciações, tanto no círculo doméstico e familiar, quanto em outros que requerem a presença face a face dos interlocutores e requerem, como ocorre hoje, a “palavra” do enuncia- dor, mesmo que ele não esteja na presença do seu interlocutor. No centro dessa discussão, surge o conceito de enunciação, como manifestação dialógica da linguagem. Ou seja, enquanto na perspectiva saussuriana falava-se em sistema abstrato, na perspectiva bakhtiniana focaliza- se a linguagem em funcionamento. 
Outros campos de estudos linguísticos importantes para o estudo da oralidade, são a Semântica, Pragmática e Análise do Discurso, porque não fazem distinção entre um fato linguístico produzido oralmente de outro produzido por escrito como eventos de usos linguísticos. Assim, suas contribuições destinam-se, principalmente, a fornecer categorias que iluminam o ensino da compreensão do texto falado, a exemplo da ironia. De modo resumido e breve, podemos dizer que o foco dos estudos semânticos é a descrição, sob diversas perspectivas, do sig- nificado e de sua construção, como resultado de uma relação entre palavras, interactantes, propósitos e referente, seja este um objeto, um conceito, um ser, uma experiência existencial, uma abstração, etc. A esses estudos interessam, ainda, a dialogia, a enunciação e a argumentatividade. Da pragmática, da Teoria dos Atos de fala e da Sociopragmática, depreende-se um importante componente da compreensão dos textos falados, que é a relação entre signo e sujeito-falante. 
Oralidade é uma prática social interativa, com fins comunicativos, que se apresenta através de variados gêneros textuais materializados na realidade sonora. Portanto, tratar o oral como objeto ensinável é refletir sobre os gêneros orais, estejam eles no domínio tipicamente falado (oralidade) ou nos domínios mistos, quando se dão as “mesclagens de modalidade”. O ensino da oralidade deve ocorrer através do trato com gêneros orais específicos, sobretudo gêneros da esfera pública formal, nesse processo, a reflexão sobre os critérios extralinguísticos inerentes a esses gêneros, pode contribuir decisivamente para a sua análise, avaliação e produção. As propostas didáticas deve priorizar as práticas de uso da linguagem, nas diversas esferas sociais, por meio de atividades contextualizadas de compreensão e produção de textos orais e escritos. A organização didática do oral, como objeto de ensino-aprendizagem, deve partir do estudo das características (multimodais) que envolvem a produção e a compreensão de gêneros orais específicos (públicos formais), tendo em vista a interdependência entre oralidade e letramento.
Muitos alunos demonstram dificuldade para escrever e reproduzem a língua oral nas tarefas de produção de textos. Eles escrevem como falam. É importante que o professor trabalhe a oralidade, mostrando as diferenças e semelhanças entre estas duas modalidades linguísticas, fala e escrita. O estudante precisa saber que não existe uma gramática pronta para a língua falada e que há diferenças léxicas na constituição de textos falados e de textos escritos, uma vez que, na escrita, deve-se utilizar vocabulário mais amplo, construções sintáticas diferentes das usadas na língua oral, menos interjeições e outras diferenças. Além disso, o docente deve reforçar com os alunos a noção de que a interação da fala se dá pessoalmente, face a face, e a da escrita não. Por isso, a fala não é previamente planejada e a escrita, sim. A escrita pode ser revisada, mas a fala não admite recriação; ao escrever podem ser feitas consultas, e ao falar não. A fala demonstra seu processo de criação; a escrita mostra o resultado.

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