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Material Didatico O Quilombo dos Palmares

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS 
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA 
 
 
 
 
 
QUILOMBO DOS PALMARES: 
A HISTÓRIA NARRADA 
 
 
Carlos Eduardo Nicolette 
 
 
Ensino de História: Teoria e Prática 
Prof. Dr. Maurício Cardoso 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2015 
INTRODUÇÃO 
O Quilombo dos Palmares é um importante tópico a ser discutido nos 
livros didáticos de ensino básico. Nota-se que nem sempre o assunto é abordado 
nestes materiais, sobretudo porque, sua história é omitida perante outros temas. 
Neste sentido, procurou-se construir um capítulo de livro didático que ilustrasse a 
história de Palmares e, sua relação com a memória que sobrevive ainda hoje nas 
comunidades remanescentes de quilombo. 
Para tanto, adotamos uma postura narrativa ao contar essa história, 
procurando aliar o conteúdo crucial para a compreensão do Quilombo dos 
Palmares a uma estrutura que facilitasse uma leitura não acadêmica. Visando 
assim, atingir um público de ensino médio, sugerindo, mais especificamente, o 2º 
ano. 
O uso de quadros com informações adicionais, assim como imagens, 
possibilitou que a leitura levasse a diferentes pontos de compreensão, fazendo uso 
do apoio visual para a imaginação histórica. Os recursos narrativos usados se 
referiram, em maior medida, à tentativa de fazer o leitor se aproximar dos 
personagens da história, colocando-os como agentes de suas ações. 
 
 1 
1. O enredo e a harmonia do Quilombo dos Palmares 
O maior refúgio de escravos fugidos da história do Brasil se chamou Quilombo dos 
Palmares, contando em seu auge com 20 mil pessoas. Ele existiu no período em que o Brasil 
ainda era colônia de Portugal. Seu principal líder foi Zumbi. Há indícios de que o quilombo 
dos Palmares tenha surgido no ano de 1630 e sido completamente exterminado em 1710. 
Os quilombos foram uma forma de 
rebelião contra a condição de escravo e chegaram 
a oferecer resistência contra o sistema escravista, 
que obrigava homens e mulheres trazidos da 
África a prestarem serviços forçados. Os escravos 
trabalhavam de maneira desumana e sem 
qualquer tipo de remuneração. Foi na região da 
Serra da Barriga, na então Capitania de 
Pernambuco, que Ganga Zumba, Zumbi e outros 
escravos fugidos formaram o Quilombo dos 
Palmares. Este foi atacado diversas vezes. 18 até 
ser derrotado, demonstrando assim sua grande 
organização política e militar. 
Os quilombolas de Palmares viviam da agricultura de subsistência, da pesca e da caça. 
Plantavam milho, banana, feijão, mandioca, laranja e cana-de-açúcar. Faziam artesanato com 
cerâmica, tecido de palha e os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, 
de tal forma que os colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por 
munição com os quilombolas. 
Vale destacar que Ganga Zumba foi o 
primeiro grande líder de Palmares e só depois Zumbi. 
Em 1678, Ganga Zumba teve papel fundamental ao 
viajar para Recife, a fim de negociar um acordo com 
o governador de Pernambuco, Pedro de Almeida. O 
acordo determinava que, a partir daquela data, todos 
os escravos fugidos que buscassem refúgio em 
Palmares seriam entregues às autoridades 
Descobrindo a origem 
 
Mocambo: significa um refúgio de 
escravos fugidos, que se organizam 
em torno deste para sua subsistência. 
Quilombo: assim como o 
mocambo, a palavra tem origem 
africana e remete à formação de 
diferentes regiões com propósitos 
bélicos em comum, ou seja, podem 
sem ser vários mocambos. Foi uma 
denominação comum adotada pelos 
portugueses para se referir ao 
conjunto de mocambos formados na 
região serrana de Pernambuco. 
Mapa da localização de Palmares na Capitania de 
Pernambuco no ano de 1670. Retirada de: 
http://www.blackpast.org/files/blackpast_images/Palma
res.jpg 
http://www.blackpast.org/files/blackpast_images/Palmares.jpg
http://www.blackpast.org/files/blackpast_images/Palmares.jpg
 
 2 
portuguesas por Ganga Zumba. Em troca, o Rei dos 
palmarinos teria a garantia de que nenhum filho de 
Palmares seria escravizado. A preservação deste 
quilombo estaria garantida e os quilombolas 
poderiam manter relações comerciais com os 
colonos. No entanto, alguns dias após esse encontro 
e sua volta para Palmares, Ganga Zumba foi 
encontrado morto em circunstâncias misteriosas, 
fazendo com que seu sobrinho Zumbi chegasse ao 
comando militar dos quilombolas, posição esta em 
que permaneceu até o fim de sua vida. 
No primeiro momento, Zumbi substituiu a 
estratégia de defesa passiva por um tipo de 
estratégia de guerrilha, com a prática de ataques 
surpresa a engenhos, libertando escravos e tomando 
para si armas, munições e suprimentos, que foram 
usados em novos ataques, bem como na defesa de sua 
liberdade. 
Após algumas investidas infrutíferas contra o quilombo dos Palmares, o então 
governador da Capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, contratou o paulista 
Domingos Jorge Velho para destruir a 
ameaça entoada pelos palmarinos. A 
partir daquele contrato, assinado na tarde 
de 03 de março de 1687, os ataques se 
intensificaram. 
 
2. A guerra de Palmares 
Mesmo dispondo de vasta 
experiência em guerras de extermínio, os 
paulistas tiveram grandes dificuldades em 
vencer as estratégias de resistência 
Retrato de Zumbi, mostrando um homem 
forte, mas de expressão tranquila e olhar 
franco. Autor: Manuel Victor. Retirado de 
http://ipco.org.br/ipco/wpcontent/uploads/2
013/11/Zumbi.jpg 
Zumbi e os quilombolas de Palmares na guerra contra os 
paulistas. Ilustração de Henrique Kipper, 1993. Retirado 
de:http://www.oieduca.com.br/misc/quilombo_palmares/imag
es/gal5.jpg 
http://ipco.org.br/ipco/wpcontent/uploads/2013/11/Zumbi.jpg
http://ipco.org.br/ipco/wpcontent/uploads/2013/11/Zumbi.jpg
http://www.oieduca.com.br/misc/quilombo_palmares/images/gal5.jpg
http://www.oieduca.com.br/misc/quilombo_palmares/images/gal5.jpg
 
 3 
quilombola. Domingos Jorge Velho também teve problemas em contornar a inimizade surgida 
com os colonos da região, vítimas de saques 
dos bandeirantes em diversas ocasiões. 
Então, sob o forte calor de janeiro de 
1694, após um ataque frustrado, as forças dos 
bandeirantes iniciaram uma empreitada 
vitoriosa, com um contingente de seis mil 
homens bem armados e municiados, inclusive 
com artilharia de fogo. Foi o fim da 
resistência palmarina. Após este ataque, o 
quilombo dos Palmares não foi mais o 
mesmo: tentou resistir a duras penas e com 
poucos integrantes, mas só sobreviveu até 
1710. 
Além disso, o quilombola Antônio 
Soares foi capturado e, mediante a promessa de Domingos Jorge Velho de que seria libertado 
caso revelasse o paradeiro de Zumbi, 
acabou entregando o local em que ele se 
escondia. 
Então, após meses de buscas feitas 
pelos paulistas, no dia 20 de novembro 
de 1695, Zumbi dos Palmares foi 
encurralado. Fez-se uma batalha, em que 
o quilombola foi assassinado por 
Domingos Jorge Velho. A cabeça de 
Zumbi foi cortada e levada para o 
Recife, sendo exposta em praça pública 
no Pátio do Carmo. Ficou no alto de um 
mastro e no centro da praça. Essa cena 
teve a intenção de servir como exemplo 
para todos os demais escravos. Como 
registro deste acontecimento, segue ao 
Certifico que assistindo neste Sertão do 
Palmar fazendo guerra aos negros levantados que 
nele habitam vendo-os fortificados com uma cerca tão 
grande e com inumerável poder deles juntos dentro 
dela, me foi forçoso pedir ao Senhor Governador me 
socorresse com gente para poder de uma vez acabar 
com os ditos negros. 
 
Certifico que assistindo neste sítio e cerco em que 
impus aos negros levantados do Palmar os fez obrigar 
a empenharemse por um rochedo tão inominável que 
os mais deles pereceram e se espedaçaram pelo dito 
rochedo. 
 
E no tal dia ainda se lhe estreparam dois homens do 
alcance do dito inimigo em cujo alcance se mataram 
mais de duzentos negros e se aprisionaram perto dequatrocentos (...). 
Certifico que depois do sítio em que pus os Negros do 
Palmar na última desesperação, da qual se urgiu a 
sua total destruição. 
 
Serra da Barriga, nove de Fevereiro 1694 anos. 
 
 Domingos Jorge velho 
Os Quilombos nos dias atuais 
 
Existem diversas comunidades quilombolas 
no Brasil que têm suas raízes ligadas aos 
antigos quilombos. Estas comunidades têm 
grande dificuldades para adquirir uma 
infraestrutura de tutela do governo, pois suas 
terras são constantemente alvo de madeireiros, 
mineradores e grandes fazendeiros. 
Se fossem reunidas todas as áreas dessas 
comunidades quilombolas, elas formariam um 
território do tamanho da Itália ou do estado de 
São Paulo - são mais de 30 milhões de hectares 
habitados por uma população estimada em 2,5 
milhões de pessoas. Elas estão espalhadas por 
mais de 800 municípios em todos os estados, à 
exceção do Acre e de Roraima. 
 
 4 
lado a carta em que Domingos Jorge Velho informou o governador sobre o ocorrido: 
Neste documento, Domingos Jorge Velho reafirmou sua posição de destaque no jogo 
de poder entre aquele que domina perante a escravidão e o dominado. O documento ainda traz 
informações acerca de um possível número de escravos assassinados, bem como, também, o 
fato de o paulista ter comunicado então governador de Pernambuco da destruição do 
quilombo. Portanto, ilustra o desfecho do emblemático Palmares. 
3. Para sempre Zumbi: Dia da Consciência Negra 
O “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, celebrado em 20 de novembro, 
foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A figura de 
Zumbi dos Palmares é reivindicada pelo movimento negro como símbolo de legitimação 
destas conquistas. O dia da Consciência Negra também é visto como fruto dessa 
reivindicação. Nesta data são realizados congressos e reuniões que discutem temas 
relacionados ao preconceito racial, as dificuldades encontradas no mercado de trabalho, a 
marginalização e discriminação, tratando-se também de temas como beleza negra, moda, 
conquistas e resistências. 
Outra conquista importante não apenas para o movimento negro, mas também para o 
patrimônio histórico, é a memória do quilombo dos Palmares, que ainda permanece viva 
para aqueles que visitam o local onde o quilombo fora instituído. Atualmente, nesta região 
lá existe o “Parque Memorial Quilombo dos Palmares”, onde é preservado o cenário dessa 
história de resistência à escravidão. Existe, também, a “Fundação Cultural Palmares”, a qual 
organiza saraus, encontros entre comunidades da região e outras atividades culturais 
relacionadas ao quilombo. 
ACESSANDO PARA APRENDER 
 
● Fundação Cultural Palmares: http://www.palmares.gov.br/?lang=en 
● Revista dos Palmares: http://www.palmares.gov.br/?page_id=6320 
● Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga: 
http://serradabarriga.palmares.gov.br/ 
● Samba enredo sobre Palmares. Salgueiro, 1960: http://letras.mus.br/salgueiro-
rj/683006/ 
 
http://www.palmares.gov.br/?lang=en
http://www.palmares.gov.br/?page_id=6320
http://serradabarriga.palmares.gov.br/
http://letras.mus.br/salgueiro-rj/683006/
http://letras.mus.br/salgueiro-rj/683006/
 
 5 
4. Referências Bibliogr áficas 
FONSECA JÚNIOR, Eduardo. Zumbi dos Palmares: Herói negro da nova consciência 
nacional. São Paulo: Editora Atheneu, 2003. 
FUNARI, Pedro Paulo; CARVALHO, Aline Vieira de. Palmares ontem e hoje. Editora Rio 
de Janeiro: Zahar, 2005. 
GOMES, Flávio dos Santos. De Olho em Zumbi dos Palmares: histórias, símbolos e 
memória social. São Paulo: Claro Enigma, 2011. 
MORAES, José Geraldo Vinci de. História Geral e do Brasil – Volume Único. 3ª edição. 
São Paulo: Editora Atual, 2009. 
REIS, João José. GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1996.

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