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1 Louyse Jerônimo de Morais Exames laboratoriais em reumatologia Referência: aula da prof. Germana Ribeiro Caso clínico Sra. Severina, 35 anos, procurou você na UBS, referindo quadro de dor e edema em pequenas articulações das mãos há 6 meses. Refere astenia e hiporexia durante o período. Ao exame físico, havia presença de artrite em punhos. Exames solicitados 1. Provas de atividade inflamatória: PCR e VHS 2. Hemograma 3. Autoanticorpos Hemograma e perfil do ferro O que se encontra no hemograma de um paciente com inflamação há 6 meses? Anemia de doença crônica. A anemia de doença crônica nada mais é do que conseguir absorver o ferro, mas sem que este seja liberado da célula. Devido ao estado inflamatório crônico, acontece a liberação de IL-6 e IL-1 pelo macrófago, o que faz o fígado produzir a hepcidina, que está no centro da fisiopatologia da anemia da doença crônica. A hepcidina tanto vai reduzir a absorção do ferro intestinal como vai dificultar a liberação do ferro de dentro da célula a fim de ser transferido para a formação de células hematopoiéticas. Além disso, a liberação da IL-1 e dos fatores inflamatórios, principalmente TNF, pelo macrófago, vai estimular, no fígado, a redução da eritropoetina e, a nível da medula óssea, leva à redução da eritropoiese. No hemograma, observa-se que os estoques de ferro podem estar até normais, mas eles não conseguem ser liberados da célula. A anemia é normocítica e normocrômica. É uma anemia hipoproliferativa, devido à baixa de reticulócitos. A partir disso, pede-se o perfil do ferro para investigar. Perfil do ferro No perfil do ferro, observa-se ferro baixo, transferrina baixa, saturação de transferrina baixa, porém a ferritina vai estar aumentada ou normal. A ferritina é um reagente de fase aguda, podendo estar aumentada em qualquer estado de inflamação. Contudo, se for um estado inflamatório de muito longa data, a ferritina pode vir normal. Isso, no entanto, não é o esperado em uma anemia ferropriva, por exemplo, em que a ferritina deve estar baixa. Provas de atividade inflamatória Consiste em um grupo heterogêneo de proteínas sintetizadas no fígado como parte da resposta inflamatória aguda, sob estímulo de citocinas, principalmente IL-6. Os níveis dessas proteínas vão depender do tamanho da inflamação. Quanto maior a inflamação, maior o nível, conforme vai tratando, vai reduzindo. • Exemplos de reagentes de fase aguda: fibrinogênio, haptoglobina, PCR, amiloide A, ferritina, alfa-1-antripsina. o O que mais usamos no dia a dia, pela facilidade e preço, é o PCR. Sempre que se vê reagente de fase aguda aumentado, deve-se pensar em três etiologias principais: 1) infecção, 2) doença inflamatória autoimune ou 3) neoplasias. Pode acontecer também no trauma, em grandes cirurgias, acidentes e em lesão tecidual aguda. Proteína C reativa - PCR Trata-se de uma proteína sintetizada no fígado sob estímulo das citocinas inflamatórias, principalmente IL-6 e TNF. Ela tem funções de reconhecimento e ativação inflamatória. Inclusive, pode ativar via clássica do complemento. Além disso, é mais específica que o VHS e apresenta aumento e quedas rápidas, em questão de horas. Sendo assim, é um exame mais sensível para avaliar evolução da doença e resposta ao tratamento. • PCR aumentado: processos inflamatórios, neoplasias, traumas, infecções, condições não patológicas – idade avançada e obesidade. Quanto maior a idade, maior o PCR basal. Nos afrodescendentes, o PCR é um pouco mais aumentado também. Se paciente obeso assintomático, não achar que ele está doente por elevação do PCR. Estamos falando, é claro, de pequenos aumentos, pois estados inflamatórios costumam elevar em duas a três vezes o valor basal. Velocidade de hemossedimentação - VHS É um teste funcional, diferentemente do PCR, que é a dosagem direta de uma proteína. Assim, ele vai avaliar a velocidade de sedimentação da hemácia. 2 Louyse Jerônimo de Morais No laboratório, vai colocar a hemácia em um tubo de ensaio e vai ver o quanto ela percorre em milímetros ao longo de uma hora. Essa distância percorrida é que vai dar o resultado do exame. Portanto, é uma medida indireta do estado inflamatório, porque conforme se aumenta o nível dos reagentes de fase aguda [principalmente fibrinogênio], vai ocorrendo um aumento dessa velocidade de hemossedimentação. • Refere-se à distância que a hemácia percorre em um tubo especificado ao longo de 1h. Por conta disso, é capaz de medir, indiretamente, o estado inflamatório. O fibrinogênio e outras proteínas plasmáticas são capazes de reduzir as cargas eletrostáticas sobre a superfície das hemácias. Isso vai induzir agregação celular, fenômeno de rouleax [empilhamento de hemácias como moedas, devido ao aumento das proteínas plasmáticas] e sedimentação mais rápida. • Aumento do VHS: aumento do fibrinogênio plasmático [gestação, diabetes, DRC, IC], idade, anemia, sexo feminino, obesidade. Eventualmente vai chegar alguém com esse exame alterado, mas que não vai ter nenhuma doença. É importante saber o que altera esse exame para não dar diagnóstico em pessoas saudáveis. • Redução do VHS: policitemia vera, agamaglobulinemia, aumento de viscosidade plasmática, microcitose. o Resumindo, tudo o que reduzir as proteínas que facilitam a passagem da hemácia. Eletroforese de proteínas séricas É outro exame que pode ser utilizado em pacientes com estado inflamatório crônico ou agudo, embora seja mais específico, pelo fato de ser muito caro. Ele é capaz de quantificar diretamente os reagentes de fase aguda, bem como todas as proteínas séricas. É como se fosse uma análise detalhada de cada fração de proteínas. Vai dar como resultado do exame um gráfico, em que cada curva é uma fração de proteína diferente. Assim, haverá alterações características nas proteínas refletidas na eletroforese. A proteína que é mais concentrada no sangue é a albumina, então ela normalmente apresenta um pico bem alto na eletroforese, o restante é bastante parecido. Normalmente, nas doenças reumatológicas, vê-se um aumento policlonal, porque aumentou todos os agentes de fase aguda, então pode ter pico na fração gama, mas ele não vai fazer uma ponta bem aguda, formando, na verdade, um aumento mais espaçado. A diferença para uma neoplasia hematológica, como o mieloma, é que vai envolver várias proteínas – policlonal. • Redução da albumina e aumento de outras frações: inflamação, cirrose hepática e má- absorção. • Gama globulina aumentada: infecções crônicas, doenças autoimunes, doenças linfoproliferativas e doenças hepáticas • Inflamação aguda: aumento de α2-globulina e de qualquer uma das outras frações, na verdade. • Gamopatias monoclonais: o principal é o mieloma, que vai dar um pico. Importante reconhecer o gráfico. 3 Louyse Jerônimo de Morais Procalcitonina É um exame que não tem relação direta com doenças inflamatórias. É um propeptídeo da calcitonina produzido pela glândula tireoide – produzido uma fase antes da calcitonina. Seu aumento ocorre nas infecções bacterianas. Isso vai ajudar a diferenciar infecções e atividade de doença autoimune. É importante em imunossuprimidos, que dá dúvida se é atividade de doença [LES, por exemplo] ou se é infecção bacteriana, porque esses pacientes normalmente infectam muito. Além disso, as infecções podem mimetizar ou induzir atividade de doença. A limitação desse exame é o custo. Retornando ao caso clínico... Então, sua paciente apresentava anemia da doença crônica, aumento de PCR e VHS, pico policlonal na eletroforese de proteínas séricas e procalcitonina baixa. A partir dos dados acima, sabe-se que ela possui uma inflamação sistêmica, mas qual é a doença? Para isso, é preciso lançar mão da pesquisa de autoanticorpos. AutoanticorposSão imunoglobulinas capazes de reconhecer antígenos existentes nas células e nos órgãos do próprio indivíduo. Podem estar presentes em doenças autoimunes, como artrite reumatoide [AR], lúpus eritematoso sistêmico [LES], esclerose sistêmica [ES], vasculites sistêmicas, síndrome de Sjogren. É importante frisar que não estão presentes apenas em doenças reumatológicas, mas também em hepatite autoimune, doença de Crohn [DC], retocolite ulcerativa [RCU] etc. Vale lembrar que os autoanticorpos podem estar presentes em pessoas saudáveis, então não é um teste de rastreio – por isso que vem depois de proteínas de fase inflamatória. Deixa para o fim, apenas para dar nome para a doença inflamatória. Alguns desses exames vão servir para monitorizar atividade de doença e influenciam como fatores prognósticos [identificar doença mais grave ou mais leve]. Metodologia • Exposição do soro do paciente a uma fonte de antígenos • Avaliar se há anticorpos que se liguem aos antígenos de interesse • Para cada tipo de teste é importante avaliar a diluição do soro • Ex.: IFI, ELISA, imunodifusão, hemaglutinação. No soro tem o autoanticorpo e, na placa, vai ter o antígeno. Quando o soro entra em contato com o antígeno, ele vai induzir uma reação. Se for na imunofluorescência, vai colocar um corante de fluoresceína e, quando for olhar no microscópio, onde teve a reação antígeno-anticorpo, vai estar iluminado. Anticorpo anti-célula – FAN É feito com base na imunofluorescência [IFI] para pesquisa de autoanticorpos contra antígenos celulares. Antigamente, pensava-se que o FAN era só contra anticorpos nucleares, e foi isso que deu o nome ao exame [anticorpo “anti-núcleo”]. Posteriormente, com o desenvolvimento das técnicas de IFI, viu-se que existiam antígenos da célula e não do núcleo, reagindo da mesma maneira. É por isso que hoje em dia chama de “anti-célula” e não de “anti-núcleo”. Normalmente, o substrato são células humanas epiteliais tipo 2, que são derivadas de tumor humano epitelial. • Células humanas epiteliais tipo 2 – Hep 2 [derivadas de tumor humano epitelial] • Avaliação: presença ou ausência de autoanticorpos, concentração, padrão morfológico na IFI. • Positividade: quando título ≥ 1:80 Normalmente, o padrão que se vê no microscópio tem relação com anticorpos. Por exemplo, FAN homogêneo é associado com anticorpo anti-DNA. É um teste como se fosse funcional, vendo um conjunto de auto-anticorpos. Se anti-DNA presente, vai dar esse padrão, porque ele está no núcleo da célula. Se for citoplasmático, vai dar um outro padrão – anti-P, por exemplo. Isso é legal porque, se você ver um FAN núcleo-homogêneo, já se sabe que é muito sugestivo 4 Louyse Jerônimo de Morais de LES. O padrão do microscópio sugere um anticorpo específico, que pode ser dosado também. Autoanticorpos do LES • Anti-nucleossomo: atualmente, é o mais específico para o LES, sendo um marcador precoce da doença. • Anti-DNAds: aparecimento mais tardio, prognóstico desfavorável – nefropatia e neuropatia; especificidade de 95%; marca atividade de doença. Os indivíduos que têm acometimento tanto renal como do SNC do lúpus são considerados muito graves, então quando do anti-DNA vem presente, já se sabe que o paciente tem risco alto de desenvolver atividade renal e em SNC, o que indica prognóstico ruim. O anti-DNA é um marcador de atividade de doença, diferentemente do anti-nucleossomo. Conforme trata, pode até ficar negativo. O anti-nucleossomo, uma vez positivo, continua dessa forma, então não varia com remissão, por exemplo. São exames que vão ajudar no diagnóstico da doença, inclusive, alguns fazem parte dos critérios diagnósticos. Primeiro pede FAN, se padrão sugestivo + clínica compatível, pede os outros autoanticorpos, para ver se a doença é mais grave ou não e se está em atividade ou não. São exames muito específicos para o LES, não são testes de rastreio – não pede em pessoas assintomáticas. • Anti-P: específico do LES e associado à psicose lúpica. Indica mau prognóstico. • Anti-Sm: 15 a 30% dos pacientes com LES; específico, porém pouco sensível. Não sofre influência da atividade de doença – é mais para diagnóstico. Para avaliar atividade de doença, avalia anti- DNAds, o restante é mais diagnóstico e prognóstico. Outra coisa que altera é o complemento sérico, principalmente fração C3 e C4, mas isso será visto na aula específica de LES. Autoanticorpos da artrite reumatoide • Fator reumatoide: é um autoanticorpo que vai se dirigir contra a fração cristalizável [Fc] da molécula de IgG. Normalmente, é uma proteína IgM. o Sensibilidade: 60 a 90% o Especificidade: 85% para AR o Pode estar presente: HBV, HCV, pessoas saudáveis, neoplasias [principalmente hematológicas], sífilis. o Altos títulos [2 a 3x LSN]: pior prognóstico Tem pessoas com linfoma ou outras neoplasias hematológicas que começam a produzir muita IgM. Isso, no exame de sangue, vai dar um fator reumatoide falsamente positivo. Por conta disso, também não é teste de rastreio, é só para quem tem sintoma. Se quadro sintomático sugestivo, pede esse exame. Caso ele venha com valores duas a três vezes o limite superior da normalidade, indica prognóstico ruim, ou seja, doença mais deformante ou com acometimento extra articular. • Anticorpos anti-peptídeos citrulinados [anti-CCP]: normalmente esse autoanticorpo e o fator reumatoide são os mais conhecidos para a artrite reumatoide. É bastante específico e sensível. o Mais específicos [95%] o Tabagismo o Pior prognóstico: progressão radiográfica, dano articular. Na fisiopatologia da AR, vai haver a citrulinização de algumas proteínas, esse é o processo central. Isso pode ser induzido pelo cigarro, ou seja, fumantes apresentam maior risco de desenvolver AR; às vezes, anos antes de desenvolver a doença, já começa o processo, que pode positivar o exame. A presença desse autoanticorpo induz um pior prognóstico, com presença de erosões precoces, dano articular e deformidades, principalmente quando está em altos títulos. O que é preciso memorizar? Saber que não é um teste de rastreio, então só vai pedir para quem você acha que tem sintomas compatíveis. Nem sempre quando vem positivo indica LES, pois existem vários tipos de autoanticorpos associados à positividade desse exame. Importante gravar que ele também não é teste de rastreio e que pode vir positivo em pessoas saudáveis, além de estar também associado com hepatites e neoplasias hematológicas. 5 Louyse Jerônimo de Morais Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos – ANCA Esses anticorpos podem estar presentes em diversas doenças. Na reumatologia, associa-se com vasculites de pequenos vasos ou ANCA-associadas [antigamente, granulomatose de Wegener e síndrome de Churg-Strauss; isso foi abolido, porque esses epônimos se referem a pessoas nazistas]. São anticorpos dirigidos contra grânulos azurófilos dos neutrófilos e lisossomos dos monócitos. Podem ser dosados com base na IFI. • IFI com neutrófilos fixados no etanol ou formalina • ELISA: não chama mais de ANCA, e sim de anti- mieloperoxidase [MPO] ou anti-proteinase 3 [RP3]. O teste de ELISA é muito mais caro do que o IFI, então se você quiser dosar MPO ou PR3, vai sair um custo maior para o paciente. São exames bem mais específicos do que feitos pelo IFI. O ANCA da imunofluorescência flutua muito e pode vir presente em outras doenças. No ELISA, por outro lado, é muito específico de vasculite sistêmica. Quando o paciente tem sintomas típicos, já vale a pena pedir direto o MPO e o PR3, se disponível. Como se solicita? Solicita só ANCA. Na IFI, ele que vai dizer o padrão, se é C ou P-ANCA [citoplasmático ou perinuclear, respectivamente]. O P-ANCA pode estar presente nas doenças inflamatórias intestinais.• C-ANCA / PR3: retocolite ulcerativa, granulomatose com poliangiite [GPA]. • P-ANCA/MPO: poliangiite microscópica [PAM], glomerulonefrite rapidamente progressiva [GNRP], granulomatose eosinofílica [GEPA]. Autoanticorpos na esclerose sistêmica 1. Anticorpos antinucleares [FAN] • Padrão: centromérico, nucleolar, misto. 2. Anti-SCL70 ou anti-topoisomerase 1 • Sensibilidade: 20-40% • Especificidade: 99% • Forma difusa, associada a úlceras digitais • Pode ter também doença intersticial pulmonar • Pior prognóstico 3. Anti-centrômero • Prevalência 20 a 50% • Forma limitada • Baixa especificidade • Presente na cirrose biliar primária, SS, LES. Pode-se pedir anti-centrômero, mas ele também pode vir através do FAN – padrão centromérico. 4. Anti-RNA polimerase III • Sensibilidade: 30% • Especificidade: 100% • Forma difusa, associado à crise renal esclerodérmica • Melhor sobrevida. Caso clínico 2 Paciente feminina, 35 anos, admitido no OS com monoartrite de joelho direito há 3 dias. Qual é a sua primeira conduta? Realizar a punção articular e análise do líquido sinovial. Líquido sinovial O líquido sinovial é um transudato de plasma, acrescido de sacarídeos de alto peso molecular, produzidos por sinoviócitos tipo B. Ele é cheio de polissacarídeos e líquido plasmático, então a coloração normal dele é de um amarelo bem claro. Características macroscópicas do líquido sinovial normal • Volume < 3,5 ml [quanto menor a articulação, menor o volume normal]. • Líquido: amarelo-claro, citrino e transparente. o Líquidos opacos: aumento de leucócitos ou hemácias • Cor normal: incolor ou amarelado • Viscosidade: viscoso é o normal. o Quando inflamatório, reduz viscosidade. Anti-CCP e fator reumatoide são usados para diagnóstico de AR, sendo que o anti-CCP é mais específico, mas FR é mais barato. Lembrar que anti- CCP pode estar associado ao tabagismo. O que é preciso memorizar? O anti-SCL70 é associado à forma difusa, é o mais específico e representa um pior prognóstico. O anti-centrômero é o da forma limitada e pouco específico. O anti-RNA polimerase III está associado com a crise renal esclerodérmica. 6 Louyse Jerônimo de Morais O líquido pode ser de quatro tipos: não inflamatório, inflamatório [turvo], séptico e hemático. O líquido séptico é totalmente opaco, com maior aumento de celularidade, e o líquido hemático, por sua vez, é sanguinolento e pode estar na hemartrose. O que se deve pedir após punção do líquido sinovial? Análise citológica, cultura/gram e pesquisa de cristais. Citologia • Normal < 2000 células / mm³ o Exemplo: osteoartrite, osteonecrose, hemocromatose, trauma • Líquido inflamatório: > 2000 células, porém < 50 mil células/mm³. Presente nas doenças reumatológicas e qualquer doença inflamatória; líquido turvo, mas não opaco, normalmente com cultura negativa. • Líquido séptico: 50 – 150 mil células / mm³, > 70% polimorfonucleares, também presente na gota. • Hemático: pode estar presente em caso de trauma, hemartrose, tumor e em coagulopatias. Bacterioscopia e gram • Sensibilidade do gram para artrites infecciosas: 29 a 50% • Coloração de ziehl-neelsen para pesquisa de BAAR – pouco sensível, geralmente precisa de biópsia da sinóvia. • Cultura bacteriana o Sensibilidade de 75 a 95% nas artrites sépticas não gonocócicas. Detecção de cristais • Gota: identificação de cristais de monourato de sódio de líquido sinovial. • Outros tipos de cristais: hidroxiapatita, colesterol.