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Medicina FTC – 2020.1 Catarina Viterbo Exames Complementares – Prof. Sergio Suzart – 16/03/2020 MARCADORES DE ATIVIDA INFLAMATÓRIA Resposta de fase aguda Fase aguda → dor articular + edema Isso ocorre devido a liberação de interleucinas (IL-1/IL-6) que vai gerar essa reação devido recrutamento de algumas células. As células T-helper e os macrófagos liberam as interleucinas e o TNF. Essa resposta vai gerar os sinais flogisticos. Como por exemplo um edema em membro inferior ou na articulação acometida. A célula que tem um vasomediador vai liberar marcadores inflamatórios que podem ser pró ou anti- inflamatórios. Os pro-inflamatórios → IL-1, IL-6, TNF. Vão gerar os sinais flogisticos e ajudam no reparo da estrutura acometida. Mediadores derivados de células. Mastócitos→Liberam histamina e a prostaglandina que estão associados a via da COX Macrófagos e células endoteliais→ Liberam NO Leucócitos→ Liberam Leucotrienos Proteínas de fase na fase aguda • Positivas: se elevam durante o processo • Negativas: diminuem São muito pedidas • Proteína C reativa • VHS Ferritina Apesar de não ser pedido como um marcador inflamatório, quando está elevado pode se pensar em processo inflamatório. Fibrinogênio. Faz parte da cascata de coagulação e está relacionado com o sistema complemento, pode ser um marcador interessante do processo inflamatório. Apesar de não ser pedido para isso. Importante: Para saber a progressão do processo inflamatório ou se está melhorando se pede VHS e Proteína C Reativa. Proteínas de Fase Aguda Aumenta→ PCR Diminui→ Albumina e transferrina Padrão dos marcadores inflamatórios a injúria tecidual Proteína C Reativa: Primeira a aparecer quando se tem uma injúria tecidual. Depois decai completamente. Albumina: Fica baixa, quase negativa. Por isso não é um marcador fidedigno do processo inflamatório. Fibrinogênio: Aumente na proporção da injúria. Mas não decai completamente como a PCR. Só começa a decair depois de 21 dias. Proteínas de atividade inflamatória A proteína C reativa consegue detectar uma lesão primária tecidual incial melhor do que as outras proteínas envolvidas na lesão tecidual. Comparação entre diferentes provas para medir a resposta de fase aguda POSITIVO NEGATIVO VHS Barata, rápida e simples de realizar Pouco sensível, influenciada por vários fatores, tanto da técnica com no tamanho das hemácias. PCR Aparece mais precocemente em resposta a inflamação Maior custo. Tem vários índices e quanto mais índices mais caros VISCOSIDADE DO PLASMA Bom indicador de fase aguda depois das primeiras 24h Custo elevado, tecnicamente difícil de realizar e não está disponível em todos os laboratórios. Velocidade de hemossedimentação Técnica simples. Colhe-se o sangue e coloca nas pipetas com anticoagulante em um suporte e conta-se uma hora para as hemácias sedimentarem. As hemácias são carregadas negativamente juntamente com outras proteínas relacionadas com a coagulação. Quanto mais elementos positivos tiver as hemácias serão neutralizadas e formam elementos chamado “rouleaux”, que forma uma massa e faz elas sedimentarem mais rápido. Contribuem para essa neutralização são fibrinogênio e gamagloblina em altas concentrações. Pessoas quem tem alteração nesses elementos consequentemente vão alterar o VSH. A parte de cima mais clara é o plasma. A pipeta é milimetrada e vai marcar a altura do sedimento de hemácias (parte mais escura). Essa diferença vai mostrar o que sedimento de hemácias. Essa sedimentação é comparada na primeira e segunda hora do teste. O normal para adultos varia de 1 a 10mm por hora O problema do teste que vários fatores podem alterar. (Operador dependentes→ não colocar as pipetas de forma ereta, inclinação (falso negativo), deixar de passar o tempo certo(falso positivo) Quanto > VHS > Inflamação. Condições anormais associadas a VHS Olhar no slide Anemia, doenças reumatológicas, câncer, infecções de pele → Podem alterar VSH não é um exame patognomônicos. É um teste inespecífico. Condições que dificultam o aumento de VHS Anemia, Coagulação intravascular disseminada, coqueluche, esferocitose hereditária, hipofibrinogenemia, ICC, Policitemia, Uso de antinflamatório. Condições que aumenta VHS na ausência de inflamação Olhar no slide A importância desse exame seria fazer uma triagem do processo ou ver a evolução do processo da doença. Não é um marcador diagnóstico. Fatores que modificam VSH Olhar no slide todos. Idade, gravidez, vários processos como anormalidade de eritrócitos, a própria técnica através de problemas da diluição, quando se faz a coleta com a pipetagem se coloca menos sangue, temperatura ambiente Produção de proteína de fase aguada Dano tecidual → Fígado libera → Proteína C Outras células que participam: tecido conectivo, célula endotelial, epitelial, e todas as outras que liberam marcadores inflamatórios importantes. Liberam em menor quantidade que no hepatócito. Proteína C Reativa Indicações→ Infecção aguda e crônica, neoplasias, IAM, doenças infecciosas, inflamações sistêmicas. Limitações: custo. Não é diagnóstico só se observa alguma inflamação em curso. Patologias relacionadas ao valor muito baixo de PCR: Esclerodermia, dermatomiosites. Nem todas as doenças inflamatórias vão dar um PCR estourado. Condições que elevam PCR Algumas situações não são patologias. Exercício eleva discretamente a PCR. Já no infarto tem uma PCR mais elevada. PCR ultrassensível: usado para verificar a evolução do infarto. PCR convencional: rastreio de doença inflamatória. Infecção bacteriana, como o meningococo, elevam bastante o PCR. Elevação da PCR em reumatologia Não é diagnóstico. Mas é encontrado elevado em várias patologias. Olhar SLIDE quais são. Envolvimento da PCR em Processos celulares Interleucinas como a IL-11 estimulam a síntese de PCR. A PCR pode se ligar ao sistema complemento fazendo o processo de opsonização. Ela aumenta essas interleucinas (IL-1ɑ, IL-1β, TNF-ɑ) que são muito importantes pra ativar o processo inflamatório. Além do processo inflamatório existem outros processo celulares envolvidos. Locais extra-hepáticos da PCR Neurônio, célula epitelial, célula da coronária, macrófago alveolar, rim produzem PCR. Mas em menor quantidade que no hepatócito. Diferentes formas da PCR e funções • nPCR: Ativação plaquetária, prevenção da captura de plaquetas por neutrófilos • mPCR: Potente atividade pró-trombótica Na injúria tecidual a PCR é a primeira que se eleva. Depois ela vai decrescendo paliativamente. • Mais precoce. 2 a 48h tem seu pico máximo. VSH(azul) na fase aguada tem um pico maior, consegue ver quando a injúria tem mais de 5 a 7 dias O VHS pode aumentar de dias a semanas e a PCR de horas a dias. PCR declina rapidamente enquanto o VHS entre 1 a 2 semanas. A idade e o sexo alteram significativamente o VHS, o que não acontece com o PCR. Tem vários fatores que confundem a técnica do VHS como já foi discutido, até o jeito de ajeitar a pipeta. E com o PCR é muito raro isso acontecer. Tudo isso mostra que tem uma vantagem muito grande em pedir PCR comparando com o VHS Fizeram os dois exames, mas notou que o VSH estava elavado e a PCR baixa frequentemente em doenças em ossos e articulações, do tecido conjuntivo, câncer e insuficiência renal. JÁ PCR elevador e VSH baixo: infecções urinárias, gastrointestinais, pulmonares e AR. Importante→ Se o VHS estiver elevado não necessariamente o PCR vai estar Autoanticorpos em Reumatologia Olhar no slide. Nem sempre a gente pede provas reumatológicas a gente pode dizer que é uma doença 100% reumatológica. Condições associadas a FR Em artrite reumatoide eu tenho 70% da frequência, mas aparece em Sjogren, em Lupus,em esclerodermia, tem em vasculite. Isso mostra que o FR isolado não vai dar o diagnóstico. Paciente sem alteração de 5-25% tem FR alterado. Anticorpo antinuclear Também é um exame que sozinho não diz muita coisa. É positivo em 100% dos lúpus induzido por drogas e 99% no lúpus mas também em 96% na S. de Sjogren e 40% da AR. A grande maioria tem o Anticorpo antinuclear negativo. Desses positivos aqui a maioria é clinicamente insignificante. Do que sobra dos positivos uma parte são doenças reumatológicas Olhar o slide → Lupus tem uma boa sensibilidade, de 95 a 100%. Mas doença do tecido conjuntivo mista é 100% a sensibilidade para anticorpo antinuclear. Colangite autoimune não é uma doença reumatológica e tem 100% de sensibilidade. Esclerose sistêmica, se eu pensar num marcador pra esclerose é 100% de especificidade se pedir o Scl-70. Lupus 97%, então quando eu peço pra Lupus tenho que pensar em pedir o anti-dsDNA Ab após desconfiar segundo os critérios maiores e menores de Lupus, a maioria é clínico. Então pede-se o anti-dsDNA apesar de ele ter baixa sensibilidade. Esse quadro é muito importante! • O DNA fita dupla é importante pra Lupus. • Ro e La é importante pra Sjogren. • ScL-70 é importante para esclerodermia. • Anticentromero é importante para esclerodermia mais cutânea. Prevalência do FAN Olhar SLIDE FAN é um marcador mais feito das doenças reumatológicas. Pede o FAN e o FR e a partir daí que você abre o leque para os outros marcadores mais específicos para a sua suspeita. O fator antinuclear tem um que vai pegar a célula e ver contando os núcleos nos exames, os tipos e as variações. Se são concêntricos, se é pontilhado, se é homogêneo que é importante para caracterizar. Por isso fazer o FAN e ver os tipos de FAN é importante.