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Introdução à Enfermagem


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EEnnffeerrmmaaggeemm 
Módulo I 
 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de um 
grande sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução.....................................................................................................................3 
Unidade 1 – Abordagem Inicial.....................................................................................4 
1.1 – Conceito ...........................................................................................................5 
1.2 – Abordagem histórica ........................................................................................9 
1.3 – Ética Profissional............................................................................................ 14 
1.4 – Papel do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e seus respectivos órgãos 
regionais ................................................................................................................. 21 
Unidade 2 – Carreira Profissional................................................................................ 24 
2.1 – Qualificação Profissional................................................................................ 25 
2.4 – Habilidades e competências para o desenvolvimento da carreira..................... 47 
2.5 – Como trabalhar o envolvimento emocional..................................................... 55 
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Introdução 
 
 Bem vindo ao Curso de Enfermagem. Espero que você adquira informações e 
conhecimentos preciosos que irão ajudá-lo a conhecer melhor esta profissão e quem 
sabe, seguir carreira nesta área da saúde é tão importante para os seres humanos. 
 
 O objetivo do curso é apresentar a enfermagem de forma ampla, abordando na 
primeira unidade, questões conceituais como a história da enfermagem, a ética 
profissional, discorrendo sobre os direitos e deveres do profissional e o seu 
compromisso de sigilo sobre seus pacientes, indicando a importância dos órgãos 
reguladores da profissão e destacando o papel do COFEN como instituição que rege a 
atividade dessa categoria. 
 
 Em um segundo momento, você vai aprender sobre a carreira profissional do 
enfermeiro, as qualificações profissionais existentes, destacando o papel de cada uma e 
sua respectiva formação técnica. Verá também como se comporta o mercado de trabalho 
com suas principais áreas de atuação, perfil dos profissionais e médias salariais. Verá 
ainda, nesta segunda unidade, as responsabilidades civis e criminais que um profissional 
assume quando exerce sua profissão e quais as habilidades e competências deve ter para 
desenvolver sua carreira. 
 
 Por fim, na última unidade do curso, você vai receber informações práticas como 
a importância dos protocolos de enfermagem, os cuidados que se deve ter com a 
higienização dos equipamentos e materiais de enfermagem e sua importância, bem 
como algumas técnicas que você poderá conhecer antes de tomar a decisão de se tornar 
um enfermeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Unidade 1 – Abordagem Inicial 
 
 Bem vindo! 
 
 Nesta unidade você vai receber informações conceituais sobre a enfermagem, 
como a importância de Florence Nightingale para o desenvolvimento da profissão, o 
significado do símbolo da enfermagem e uma abordagem histórica da profissão até os 
dias de hoje. 
 
 Vai conhecer também o Código de Ética Profissional com seus direitos e deveres 
e o papel do Conselho Federal de Enfermagem e seus respectivos órgão regionais. 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1.1 – Conceito 
 
 A Enfermagem pode ser definida como a arte de cuidar do próximo, pois emana 
da criatividade e competência de determinados indivíduos que se dedicam a restaurar a 
vida humana em todos os seus aspectos. Define-se também como uma ciência cuja 
essência, sujeita a constantes transformações científicas, é o cuidado ao ser humano. 
 
 Desta forma, podemos concluir que a enfermagem deve ser compreendida como 
a arte e a ciência de pessoas que buscam oferecer as melhores condições possíveis de 
cuidados para que o paciente tenha possibilidades de atingir sua plena recuperação. 
 
Florence Nightingale, fundadora da enfermagem moderna 
com embasamentos técnicos e científicos, definiu que o 
objetivo da enfermagem é manter o enfermo nas melhores 
condições possíveis, a fim de que a natureza possa atuar 
sobre ele. Ou seja, defende que a função do enfermeiro é 
cuidar, tendo-se clareza de que existe cuidado sem cura, mas 
não existe cura sem cuidado. 
 
 Esse cuidado pode ter um sentido mais amplo do que se possa imaginar, uma vez 
que engloba o ser humano em sua totalidade. Assim, podemos destacar: 
 
A enfermagem na proteção à saúde 
 
• Auxilia a comunidade no cuidado com a moradia; 
 
• Aborda questões de higiene ambiental 
 
• É agente no controle de contaminações e tratamentos de dejetos e lixos 
 
• Transmite noções de saúde para eliminação de agentes de doenças 
 
 
6 
 
• Orienta na prevenção de doenças 
 
• Orienta nos cuidados com higiene corporal e alimentar. 
 
A enfermagem na promoção da saúde 
 
• Oferece orientações sobre alimentação, educação sanitária, controle da 
natalidade e métodos de contracepção, riscos de doenças sexualmente 
transmissíveis, entre outros. 
 
• Estimula o bem-estar, a saúde mental e corporal, a prática de esportes e o lazer. 
 
A enfermagem na prevenção de doenças 
 
• Aplica e controla o uso de vacinas 
 
• Efetua notificações de doenças contagiosas aos setores de saúde pública 
 
• Ensina como prevenir acidentes e doenças crônicas. 
 
A enfermagem na área curativa 
 
• Oferece atendimento a todas as necessidades de pessoas doentes, quer 
seja em domicílio, hospital ou qualquer outro lugar que o pronto 
atendimento seja necessário. 
 
A enfermagem na reabilitação 
 
• Reintegra as pessoas à sociedade de forma saudável e segura. 
 
 
 
 
 
7 
 
A enfermagem na área do ensino 
 
• Participa do processo de formação, capacitação, aperfeiçoamento e 
atualização de novos profissionais. 
 
A enfermagem na área da ciência 
 
• Participa de estudos no sentido de verificar se os conceitos com os quais 
trabalha podem ser confirmados e se os mesmos se correlacionam à 
verdade científica e social. 
 
Simbologia 
 
Ainda sobre a definição de enfermagem, é interessante destacar sua simbologia 
representada por: 
 
 
 Enfermeiros Técnicos e Auxiliares de enfermagem 
 
 Cada componente das imagens possui um determinado significado, como 
veremos a seguir: 
 
 - Lâmpada: Caminho, ambiente; 
 
 - Cobra: Magia, alquimia; 
 
 - Cobra + cruz: Ciência; 
 
 
 
8 
 
 - Seringa: Técnica; 
 
 - Cor que representa a enfermagem: Verde esmeralda; 
 
 - Cor verde: Paz, tranquilidade, cura, saúde; 
 
 - Pedra símbolo da enfermagem: Esmeralda; 
 
 Destacamos ainda a canção símbolo da enfermagem, instituída pela Resolução 
265/2001 do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) que Institui a Música "Amor 
e Luz", vencedora do Festival Nacional sobre Profissionais da Vida, de autoria de W. 
Luz e N. Farias, como Canção Símbolo da Enfermagem Brasileira. 
 
"Amor e Luz" 
Autoria de W. Luz e N. Farias 
 
Amor e Luz 
A mão que toca e faz 
A dor ficar menor 
O seu olhar afaga 
Amor e Luz 
No silêncio das noites 
O guardião da vida 
Basta você chamar 
Vive a vida 
Pra tantas vidas 
Muitas vezes sem saída 
Nemo tempo cura às vezes essas feridas 
Mas um sedativo é sempre o ombro amigo 
Nem o tempo cura ás vezes essas feridas, 
Mas um sedativo é sempre o ombro amigo 
O Enfermeiro, a Enfermeira 
 
 
9 
 
Transcendem suas lutas pelos leitos 
O Enfermeiro, a Enfermeira 
Já é eleito em nossos corações amor e luz 
Amor e Luz 
Amor e Luz, uma bandeira branca avisa 
A vida sempre vale mais 
Amor e Luz 
Amor e Luz, chama acesa 
Vida em tantos hospitais 
Vive a vida... 
 
Confira o vídeo com a música no endereço: http://www.youtube.com/watch?v=EFEcQ3KLbCs 
 
1.2 - Abordagem histórica 
 
 Idade Antiga 
 
 Na Idade Antiga ou período pré-cristão, as doenças eram consideradas um 
castigo de Deus ou a manifestação do poder do demônio sobre os infiéis, de tal forma 
que a função de médicos e enfermeiros era exercida por sacerdotes e feiticeiras, no qual 
o tratamento para afastar os maus espíritos era realizado por meio de sacrifícios. 
 
 Os maiores expoentes desse período eram os hindus que, através de documentos 
do século VI a.C. que provavam seus conhecimentos sobre ligamentos, músculos, 
nervos, vasos linfáticos, antídotos para tipos de envenenamentos e o processo digestivo, 
realizavam alguns tipos de procedimentos como suturas, amputações e correções de 
fraturas. Foram os únicos nessa época que citaram a figura dos enfermeiros e exigiam 
deles, uma qualidade moral e conhecimentos técnicos. 
 
 Outra sociedade que se destacou com métodos de cuidados para seus doentes foi 
a chinesa que, ainda que realizados por sacerdotes, classificaram as doenças em três 
 
 
10 
 
níveis: benignas, médias e graves. Os chineses conheciam algumas doenças como 
varíola e sífilis e seus templos eram rodeados por plantas medicinais. Construíram 
hospitais de isolamento e casas de repouso e receitavam ferro e fígado para anemias, 
determinadas raízes para verminoses, mercúrio para sífilis, arsênico para doenças de 
pele e ópio quando precisavam anestesiar o paciente. 
 
Por fim, mas não menos importante, podemos citar a sociedade grega 
que, graças a Hipócrates, um estudioso da medicina que deixou de lado a 
crença e a superstição de que as doenças eram causadas por maus 
espíritos, pode tornar a medicina mais científica. Para muitos, é 
considerado o Pai da medicina, pois em seus estudos pode constatar a relação de muitas 
epidemias com fatores climáticos, raciais, alimentares e do meio ambiente. Deixou 
estudos escritos nos quais era possível diagnosticar doenças como tuberculose, malária, 
caxumba, pneumonia, neurose, luxações e fraturas. Dedicou-se ainda a estudos sobre a 
anatomia humana, deixando anotações descritivas bastante claras que se referiam não só 
a instrumentos de dissecação, como também, a procedimentos práticos. 
 
 Já no período cristão, no ano de 335 d.C. pelo Édito de Milão, do Imperador 
Constantino, a igreja recebeu a liberação para que exercesse suas atividades 
assistenciais. Com isso, houve uma modificação na assistência aos doentes. Os pobres e 
enfermos que, desde o início do cristianismo eram objetos de cuidados por parte das 
igrejas, passaram a ser recolhidos às diaconias, ou seja, um espaço reservado pelas 
igrejas para atender a estes enfermos ou hospitais organizados para assistências a todo 
tipo de necessitados. 
 
 Enfermagem Moderna 
 
 Apesar de ser notório o avanço da medicina e a reorganização de hospitais, tendo 
o médico como principal responsável por essa reordenação, o seu ambiente físico não 
melhorou. Pelo contrário, com o avanço de doenças infecto-contagiosas e a falta de 
mão-de-obra preparada para atender aos doentes, as instituições hospitalares 
encontravam-se em condições piores do que em seu período anterior. É neste cenário 
 
 
11 
 
que nasce a enfermagem moderna através de Florence Nightingale que, convidada pelo 
Ministro da Guerra da Inglaterra, passou a trabalhar junto aos soldados feridos em 
combate na guerra da Criméia. 
 
 Nascida em 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses e possuía todos os 
atributos que lhe permitiam alcançar o sucesso: grande inteligência, determinação e 
perseverança. Depois de passar grande parte de sua juventude estudando e se 
preparando para se tornar enfermeira, parte em 1854 para Scutari com 38 voluntárias 
entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais para atender os feridos de guerra. 
 
 Até então, os soldados encontravam-se abandonados com um índice de 
mortalidade que beirava os 40%. Com atuação em todas as áreas da enfermagem, desde 
a organização dos trabalhos até a limpeza do chão, Miss Nightingale conseguiu reduzir 
este índice de mortalidade para 2%. Com isso, ganhou o respeito de soldados e oficiais, 
sendo tratada por eles como um anjo da guarda que percorria as enfermarias em busca 
de feridos para serem atendidos. Porém, ainda durante o período de guerra, contraiu a 
tifo e, em sua volta para casa, em 1958, passou a levar uma vida de inválida, 
transformando sua força no campo em trabalhos intelectuais. 
 
 Desta forma, criou em 1859, com o prêmio que recebeu do governo inglês, a 
primeira escola de enfermagem da história, por entender que este seria o único caminho 
para mudar os rumos da profissão. Fundou então, a escola de enfermagem no Hospital 
Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas de enfermagem 
que surgiram posteriormente. 
 
 Sua escola baseava-se em quatro fundamentos principais: 
 
1 – O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto 
qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro público; 
2 – As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação com os hospitais, 
mas manter sua independência financeira e administrativa; 
 
 
12 
 
3 – Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar de 
pessoas não envolvidas em enfermagem; 
4 – As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residência à 
disposição, que lhes oferecesse ambiente confortável e agradável, próxima ao 
hospital. 
 
 Além dos fundamentos mencionados, o sistema de ensino deveria seguir três 
princípios básicos: 
 
1 – Direção da escola por uma enfermeira. 
 
2 – Mais ensino metódico, em vez de apenas ocasional. 
 
3 – Seleção de candidatos do ponto de vista físico, moral, intelectual e aptidão 
profissional. 
 
História da enfermagem no Brasil 
 
 No Brasil, a história da enfermagem se mistura com a própria história de nosso 
país, pois surgiu junto com as Casas de Misericórdias que foram fundadas em nossas 
terras, trazidas pela Coroa Portuguesa. 
 
 A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos em 1543 e 
depois espalhadas por Vitória, Olinda, Ilhéus e mais tarde, por todo o território nacional. 
Podemos considerar como grande destaque desse período, o Padre José de Anchieta 
que, além de ensinar a catequese, também se preocupava com a saúde de nossa 
população, fazendo por diversas vezes o papel de médico e enfermeiro. 
 
 Até o final do século XIX, não havia um trabalho formal para formação de 
profissionais na área da enfermagem. No entanto, assim como Florence Nightingale que 
se destacou na Europa por sua colaboração na Guerra da Criméia e a inauguração da 
primeira escola de enfermagem da história, no Brasil, nós também tivemos uma mulher 
 
 
13 
 
que, à frente de seu tempo, rompeu com os preconceitos da época e realizou grandes 
esforços para salvar vidas. 
 
 Este anjo da guarda brasileira, chamava-se Ana Justina 
Ferreira que após seu casamento, ficou conhecida como Ana Nery. 
Depois de tornar-se viúva e ver seus dois filhos serem convocados 
para servir a Pátria na Guerra do Paraguai (1864-1870) não resistiu 
à separação da família e escreveu uma carta ao Presidente da 
Província se colocando a disposição para também servir a sua Pátria 
durante a guerra e conseguir manter-se próxima de sua família. 
 
 Assim,parte para os campos de batalha e não mede esforços no atendimento aos 
feridos. Após cinco anos esforçando-se para atender a todos, volta ao Brasil e é acolhida 
com todas as honras de um herói de guerra. 
 
Escolas de enfermagem no Brasil 
 
A primeira escola de enfermagem no Brasil, chamada pelo governo de Escola 
Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras foi fundada em 1890, no Rio de Janeiro, 
junto ao Hospital Nacional de Alienados do Ministério dos Negócios do Interior, para 
atender inicialmente aos hospitais civis e militares e posteriormente as atividades de 
saúde pública. Hoje, esta escola denomina-se Escola de Enfermagem Alfredo Pinto e 
pertence à Universidade do Rio de Janeiro – UNI-RIO. 
 
 Além da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, outras escolas se destacaram, 
como veremos a seguir: 
 
Escola da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro – Iniciou seu funcionamento em 1916 
com um curso de socorrista para suprir as necessidades que surgiam com a Primeira 
Guerra Mundial. Os diplomas expedidos por esta escola eram registrados inicialmente 
no Ministério da Guerra e considerados oficiais. Atualmente, esta escola encerrou suas 
atividades. 
 
 
14 
 
Escola Ana Nery – Os cursos tiveram inicio em 1923 com apenas 14 alunas e se tornou 
fundamental durante um surto de varíola que possibilitou enfermeiras e alunas 
trabalharem juntas para combaterem a doença. O resultado foi positivo, pois, enquanto 
em epidemias anteriores a taxa de mortalidade era de 50%, com este trabalho, 
conseguiram reduzir para 15%. 
 
Escola de Enfermagem Carlos Chagas – Fundada em 1933 pelo diretor de saúde 
pública de Minas Gerais, foi a primeira escola a funcionar fora da Capital da República 
e a diplomar mulheres religiosas no Brasil. 
 
Escola de Enfermagem Luisa de Marillac – Esta escola representou um avanço na 
enfermagem nacional, uma vez que abriu suas portas tanto para jovens estudantes 
quanto para religiosas de todas as congregações. É a mais antiga escola de religiosas do 
Brasil e faz parte da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 
 
Escola Paulista de Enfermagem – Fundada em 1939, foi responsável pela renovação 
da enfermagem na capital paulista. Uma de suas contribuições mais importantes é a 
instituição do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica que deu origem a 
tantos outros ministrados em diversas escolas do país. 
 
Escola de Enfermagem da USP – Fundada em 1944, destaca-se o curso de formação de 
Professores e Administração de Enfermagem com duração de um ano, além dos Cursos 
de Habilitação em Obstetrícia e Enfermagem Médico-Cirúrgica. 
 
1.3 - Ética Profissional 
 
 Assim como em qualquer outra profissão, os profissionais de enfermagem 
devem seguir um código de ética estabelecido pelo Conselho Federal de Enfermagem. 
 
 No entanto, antes de falarmos sobre a ética profissional de enfermeiros, é 
necessário definirmos o que é ética. 
 
 
15 
 
"A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o 
que são, mas que não são fáceis de explicar, quando 
alguém pergunta".(VALLS, Álvaro L.M. O que é 
ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7) 
 
 Segundo o Dicionário Aurélio, ÉTICA é: "o estudo dos juízos de apreciação que 
se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do 
mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". 
 
 De forma mais clara, ética é um conjunto de valores morais e princípios que 
norteiam a conduta humana na sociedade. A ética trabalha para que haja equilíbrio e 
bom funcionamento social. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com 
as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. 
 
 Neste contexto, o enfermeiro tem sob sua responsabilidade, não só o dever de 
manter um padrão de comportamento com seus pacientes, mas também com seus 
empregadores e colegas de trabalho. 
 
 De forma ampla e resumida, este Código de Ética e Disciplina estabelece alguns 
preceitos principais, os quais destacamos a seguir. 
 
São DIREITOS dos profissionais de enfermagem: 
 
1) Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os 
pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos. 
 
2) Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, 
científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família 
e coletividade. 
 
3) Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias 
ao exercício profissional. 
 
 
16 
 
4) Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não conste a 
assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e 
emergência. Da mesma forma, poderá recusar-se a executar prescrição em caso de 
identificação de erro ou ilegibilidade. 
 
5) Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituição pública 
ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições dignas para o exercício 
profissional ou que desrespeite a legislação do setor de saúde, ressalvadas as situações 
de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua decisão ao 
Conselho Regional de Enfermagem. 
 
6) Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que promovam a 
própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados, e dispor de 
material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as normas vigentes. 
 
7) Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou 
equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica. 
 
8) Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício profissional 
e do setor saúde. 
 
9) Registrar no prontuário, e em outros documentos próprios da enfermagem, 
informações referentes ao processo de cuidar da pessoa. 
 
10) Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em 
razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao 
sigilo. 
 
São RESPONSABILIDADES e DEVERES dos profissionais de enfermagem: 
 
1) Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, 
competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. 
 
 
17 
 
2) Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na 
diversidade de opinião e posição ideológica. 
 
3) Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos 
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
 
4) Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza. 
 
5) Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em condições que ofereçam 
segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais decorrentes de 
movimentos reivindicatórios da categoria. 
 
6) Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos 
direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de enfermagem. 
 
7) Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu 
representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem estar. 
 
8) Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo 
vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte. 
 
9) Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, 
negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde. 
 
10) Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de emergência, 
epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais. 
 
11) Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao 
processo de cuidar. 
 
12) Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias para 
assegurar a continuidade da assistência.18 
 
13) Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua 
atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o 
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. 
 
14) Orientar, na condição de enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade, sobre o 
dever do sigilo profissional. 
 
Fica PROIBIDO aos profissionais de enfermagem: 
 
1) Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de membro da equipe de 
enfermagem, equipe de saúde e de trabalhadores de outras áreas, de organizações da 
categoria ou instituições. 
 
2) Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato, que 
infrinja postulados éticos e legais. 
 
3) Negar assistência de enfermagem em qualquer situação que se caracterize como 
urgência ou emergência. 
 
4) Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de 
seu representante legal, exceto em iminente risco de morte. 
 
5) Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação. 
 
6) Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a morte do 
cliente. 
 
7) Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da 
possibilidade de riscos. 
 
8) Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos previstos na 
legislação vigente e em situação de emergência. 
 
 
19 
 
9) Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a segurança da pessoa. 
 
10) Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em caso 
de emergência. 
 
11) Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de violência. 
 
12) Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como permitir que suas 
ações sejam assinadas por outro profissional. 
 
13) Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício 
profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem. 
 
14) Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de 
concorrência desleal. 
 
15) Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas ou jurídicas 
para conseguir qualquer tipo de vantagem. 
 
16) Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo, para impor 
ordens, opiniões, atentar contra o pudor, assediar sexual ou moralmente, inferiorizar 
pessoas ou dificultar o exercício profissional. 
 
17) Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou particular de que 
tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou de outrem. 
 
18) Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional. 
19) Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que caracterizem 
concorrência desleal. 
 
 
 
 
 
20 
 
Como dicas complementares ao Código de Ética, ficam as seguintes sugestões: 
 
1) Respeite sempre seus pacientes. Antes de entrar em seu quarto, bata à porta com 
cuidado. Cuide para que esteja coberto por um lençol, sempre que precisar realizar 
qualquer exame ou exercícios terapêuticos. 
 
2) A ficha médica do paciente contém informações particulares que devem ser 
resguardadas e respeitadas. Portanto, apenas as pessoas diretamente envolvidas em seu 
tratamento, devem ter acesso a elas. 
 
3) Seja sempre atencioso com seus pacientes. Tenha certeza que ele não gostaria de 
estar na situação em que se encontra. 
 
4) Não se refira a seus pacientes por apelidos, doenças ou números de quartos. Trate-os 
com o respeito que gostaria de ser tratado. 
 
5) Tenha cuidado com os objetos pessoais de seus pacientes, prevenindo assim 
complicações tanto para você quanto para o hospital. 
 
6) Não se coloque como conselheiro espiritual de seus pacientes. Sempre que ele 
solicitar e você puder atender, recorra a igreja da qual ele faz parte, sempre que este tipo 
de apoio for necessário. Se o paciente exigir um apoio religioso especial, comunique 
antes ao seu superior. 
 
7) Evite falar de sua vida e seus problemas pessoais ou familiares a não ser que se trate 
de questões do cotidiano e não tragam problemas maiores aos seus pacientes. 
 
8) Evite falar alto e fazer muito barulho no ambiente hospitalar. Isso pode incomodar o 
paciente e os seus familiares. 
 
9) Ter boas maneiras é inerente a qualquer profissional. Lembre-se que os visitantes são 
convidados dentro do hospital e tratá-los com respeito e educação é uma obrigação. 
 
 
21 
 
10) Não aceite gratificações como dinheiro ou presentes caros. Você está fazendo o seu 
trabalho e isso não é favor algum. 
 
11) Jamais faça refeições no quarto do paciente e em hipótese alguma prove da comida 
que lhe é servida, ainda que ele insista. 
 
12) Não desperdice o material fornecido pelo hospital e tenha cuidado com os 
equipamentos. Levar para casa objetos da empresa em que trabalha é roubo. Da mesma 
forma é roubo se aproveitar dos medicamentos que se encontram no estoque do hospital. 
 
13) Jamais trabalhe sob efeito de drogas ou álcool. Além de colocar em risco a vida de 
seu paciente, você pode ser demitido por justa causa. 
 
Código de Ética: 
http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7323&sectionID=37 
 
1.4 - Papel do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e seus 
respectivos órgãos regionais 
 
 O principal órgão de controle da profissão de enfermagem é o Conselho Federal 
de Enfermagem (COFEN) que foi criado em 1973, por meio da Lei 5.905, para 
normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiro, técnicos e auxiliares de 
enfermagem, zelando pela qualidade dos serviços prestados por seus integrantes, pelo 
cumprimento da Lei do Exercício Profissional e buscando sempre o reconhecimento e 
valorização da profissão. O COFEN é representado em cada um dos estados brasileiros 
por seus órgãos regionais chamados Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN). 
 
 As principais atribuições do COFEN são: 
 
- Normatizar e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom 
funcionamento dos Conselhos Regionais; 
 
 
22 
 
- Esclarecer dúvidas apresentadas pelos COREN's; 
 
- Apreciar decisões dos COREN's, homologando, suprindo ou anulando atos praticados 
por este; 
 
- Aprovar contas e propostas orçamentárias de autarquia, remetendo-as aos órgãos 
competentes; 
 
- Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional; 
 
- Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei. 
 
 O COFEN por sua vez, possui seus Conselhos Regionais (COREN) distribuídos 
em 27 Estados brasileiros que se encarregam de zelar pela execução, decisão e 
normatização das regras de conduta dos profissionais cadastrados em cada um de seus 
Conselhos Regionais. 
 
 Esse sistema de disciplina e fiscalização do exercício da profissão é dividido em 
três objetivos: 
 
1) Área Disciplinar Normativa: Estabelece critérios de orientação e aconselhamento, 
para o exercício de enfermagem, baixando normas visando o exercício da profissão, 
bem como atividade na área de enfermagem nas empresas, consultórios de enfermagem, 
observando as peculiaridades atinentes à classe e a conjuntura de saúde do país. 
 
2) Área Disciplinar Corretiva: Instaura processos em casos de infrações ao Código de 
Ética dos Profissionais de Enfermagem, cometidas pelos profissionais inscritos e, no 
caso de empresa, processos administrativos, dando prosseguimento aos respectivos 
julgamentos e aplicações das penalidades cabíveis, encaminhando às repartições 
competentes os casos de alçada destas. 
 
 
 
23 
 
3) Área Fiscalizatória: Realiza atos e procedimentos para prevenir a ocorrência de 
infrações à legislação que regulamenta o exercício da enfermagem, inspecionando e 
examinando os locais públicos e privados, onde a enfermagem é exercida, anotando as 
irregularidades e infrações verificadas, orientandopara sua correção e colhendo dados 
para a instauração dos processos de competência do COREN 
 
Cabe ainda aos COREN´s: 
 
- Deliberar sobre inscrições no Conselho e seus cancelamentos; 
 
- Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observando as diretrizes gerais do 
COFEN; 
 
- Executar as instruções e resoluções do COFEN; 
 
- Expedir carteira e cédula de identidade profissional, indispensável ao exercício da 
profissão, a qual tem validade em todo território nacional; 
 
- Fiscalizar e decidir os assuntos referentes à Ética Profissional, impondo as penalidades 
cabíveis; 
 
- Elaborar a proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno, 
submetendo-os a aprovação do COFEN; 
 
- Zelar pelo conceito da profissão e dos que a exercem; 
 
- Propor ao COFEN medidas visando a melhoria do Exercício Profissional; 
 
- Eleger sua diretoria e seus delegados eleitores a nível central e regional; 
 
- Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas pela Lei 5.905/73 e pelo 
COFEN. 
 
 
24 
 
Unidade 2 – Carreira Profissional 
 
Olá, 
 
 Nesta unidade você vai conhecer a carreira do profissional de enfermagem e sua 
qualificação profissional, diferenciando os profissionais nas categorias de enfermagem, 
técnico e auxiliar. Quando falamos em carreira profissional, logo pensamos em alguns 
requisitos que qualquer profissional deve apresentar para alcançar o sucesso como, 
dedicação, seriedade, esforço, determinação entre outros atributos que, certamente o 
levarão a ser um profissional diferenciado e requisitado no mercado de trabalho. 
 
 No entanto, no caso da profissão de enfermagem, estes requisitos ganham outra 
dimensão, uma vez que o enfermeiro, técnico ou auxiliar, assim como os médicos, 
trabalham com a única e exclusiva função de preservar vidas e fazer tudo o que é 
possível para mantê-las saudáveis. 
 
 Na maioria dos casos precisam estar preparados para atuar em situações adversas 
de dor e sofrimento que exigem desses profissionais uma sensibilidade que só será 
atingida se houver muito amor pelo trabalho que desempenham. 
 
 Assim, nesta unidade, você terá contato com algumas informações que podem 
auxiliá-lo na carreira de modo a prepará-lo para se tornar um grande profissional. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
2.1 – Qualificação Profissional 
 
 A área de enfermagem se divide em três categorias: Os Enfermeiros, os Técnicos 
de Enfermagem e os Auxiliares de Enfermagem. Estas três categorias unidas formam a 
equipe de enfermagem da qual o enfermeiro é o líder. Porém, cada uma delas, exige 
uma formação e atividades específicas que veremos detalhadamente a seguir: 
 
 O Enfermeiro 
 
Seu Papel: 
 
 Como vimos na unidade anterior, no início dos tempos, o enfermeiro era visto 
como um profissional que tinha a simples função de cuidar e acompanhar a recuperação 
de um paciente, atuando como mero coadjuvante nesse processo de cura. No entanto, 
com o passar dos anos e a criação de programas de saúde pelo governo, abrindo com 
isso novos campos de atuação, o enfermeiro passou a exercer papel fundamental na 
manutenção da saúde do ser humano, uma vez que deixou de exercer apenas a 
assistência a partir da doença e passou a lidar também com a promoção da saúde. 
 
 Como ponte entre o paciente, seus familiares e a equipe médica, o enfermeiro é 
figura indispensável em qualquer área da medicina, respondendo entre outras coisas 
pela coleta de informações dos doentes que irão ajudar a estabelecer um diagnóstico 
para que o corpo médico tome a melhor decisão em relação ao tratamento dispensado a 
estes pacientes. Cabe a ele também, cuidar da higiene, alimentação e orientação dos 
pacientes, bem como da administração de remédios e aplicação de curativos. 
 
Formação Exigida: 
 
 Para se tornar um enfermeiro, é preciso frequentar um curso superior com 
duração de quatro anos. Os profissionais graduados em enfermagem adquirem uma 
formação generalista desenvolvendo um conjunto de competências e habilidades 
 
 
26 
 
específicas que lhe permite atuar de modo autônomo ou em equipes multiprofissionais 
nos diversos cenários da prática profissional. 
 
 Geralmente, estes cursos apresentam os seguintes conteúdos em suas grades 
curriculares: 
 
1) Fundamentos da Enfermagem 
 
História da enfermagem 
 
Bioética 
 
Legislação em enfermagem 
 
Ética profissional 
 
Bioestatística 
 
Epidemiologia 
 
Saúde ambiental 
 
Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem I 
 
Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem II 
 
Metodologia da assistência de enfermagem 
 
Metodologia da assistência de enfermagem 
 
Metodologia da pesquisa 
 
 
 
27 
 
Introdução ao trabalho científico 
 
2) Bases Biológicas e Sociais da Enfermagem 
 
Anatomia 
 
Embriologia 
 
Bioquímica 
 
Biologia celular 
 
Genética e evolução 
 
Histologia 
 
Fisiologia 
 
Processos patológicos gerais 
 
Biofísica 
 
Parasitologia 
 
Microbiologia 
 
Imunologia 
 
Antropologia filosófica 
 
Psicologia aplicada à saúde 
 
 
 
28 
 
Sociologia da saúde 
 
Farmacologia 
 
3) Assistência de Enfermagem 
 
CLÍNICA 
 
Enfermagem clínica 
 
Enfermagem em geriatria e gerontologia 
 
Enfermagem em oncologia 
 
Enfermagem psiquiátrica 
 
Enfermagem em neurologia 
 
CIRÚRGICAS 
 
Enfermagem cirúrgica 
 
Enfermagem em socorro de urgência 
 
Enfermagem em UTI e URPA 
 
Enfermagem em centro cirúrgico 
 
SAÚDE COLETIVA 
 
Enfermagem em saúde da mulher I 
 
 
 
29 
 
Enfermagem em saúde da mulher II 
 
Enfermagem em saúde da criança e do adolescente 
 
Enfermagem em saúde coletiva I 
 
Enfermagem em saúde coletiva II 
 
Enfermagem em saúde mental 
 
Enfermagem Doenças transmissíveis 
 
Fitoterapia 
 
4) Administração em Enfermagem 
 
Administração Aplicada a Enfermagem 
 
Administração do Processo do Trabalho de Enfermagem 
 
Administração em Enfermagem em Ambiente e Rede Básica dos Serviços de Saúde 
 
Atividades pertinentes: 
 
Segundo a Lei 7.498/86 que rege a profissão, compete ao enfermeiro: 
 
I - Privativamente: 
 
- Direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de 
saúde, pública ou privada e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; 
 
 
 
30 
 
- Organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e 
auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; 
 
- Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de 
assistência de Enfermagem; 
 
- Consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; 
 
- Consulta de Enfermagem; 
 
- Prescrição da assistência de Enfermagem; 
 
- Cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; 
 
- Cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos 
de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; 
 
II - Como integrante da equipe de saúde: 
 
- Participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; 
 
- Participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; 
 
- Prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina 
aprovada pela instituição de saúde; 
 
- Participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; 
 
- Prevenção e controle sistemático de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis 
em geral; 
 
 
 
31 
 
- Prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante 
a assistência de Enfermagem; 
 
- Assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera; 
 
- Acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; 
 
- Execução do parto sem distocia, ou seja, sem dificuldades encontradas na evolução de 
um trabalho de parto, tornando uma função difícil, impossível ou perigosa para a mãe;- Educação visando à melhoria de saúde da população; 
 
Cabe ainda ao enfermeiro conforme Portaria n.º 814/GM, de 01 de junho de 2001: 
 
- Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-
Hospitalar Móvel; 
 
- Prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e 
com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de 
tomar decisões imediatas; 
 
- Prestar a assistência de enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém nato; 
 
- Participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em 
urgências, particularmente nos programas de educação continuada; 
 
- Fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; 
 
- Subsidiar os responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as 
necessidades de educação continuada da equipe; 
 
- Conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas. 
 
 
32 
 
O Técnico de Enfermagem 
 
Seu Papel: 
 
 O Técnico de Enfermagem é o profissional, integrante da equipe de 
enfermagem, sob supervisão do enfermeiro que presta assistência ao paciente cuidando 
de seu conforto, higiene e demais cuidados com o máximo de atenção, paciência e 
carinho. De forma menos complexa, atua na promoção e recuperação da saúde das 
pessoas, além de administrar tratamento prescrito pelo enfermeiro. 
 
 O técnico de enfermagem precisa ter vocação para cuidar de doentes, pois trata-
se de uma rotina, em muitos casos, extenuante, uma vez que o técnico estará em contato 
direto com os pacientes, sendo responsável por tarefas como alimentar, dar banho, 
realizar procedimentos de curativos e trocas de curativos, enfim, todos os 
procedimentos necessários para o pronto restabelecimento do paciente. 
 
 Recomenda-se ainda que, para atuar nesta profissão, o futuro profissional deve 
possuir algumas qualidades, como boa disposição física, capacidade de concentração, 
disposição para trabalhar em equipe cumprindo ordens e determinações, tenha 
tranquilidade para trabalhar em meio a sangue e pessoas acidentadas, tenha capacidade 
de raciocinar e agir sob extrema pressão, equilíbrio emocional, pró-atividade, firmeza e 
habilidade com as mãos, e principalmente, muita vontade em ajudar o próximo. 
 
Formação Exigida: 
 
 Para se tornar um técnico de enfermagem é preciso frequentar um curso técnico, 
de nível médio, por dois anos em instituição autorizada pelo Ministério da Educação, 
que tem o objetivo de formar profissionais aptos a atuarem em todas as atividades de 
enfermagem com destaque ao apoio ao diagnóstico (preparação e acompanhamento de 
exames), à educação para a saúde, à proteção e prevenção, à recuperação e reabilitação 
e à gestão da saúde. 
 
 
 
33 
 
 Geralmente, esses cursos oferecem aulas em laboratórios e estágios 
supervisionados em hospitais conveniados, onde o aluno tem a oportunidade de 
vivenciar a demanda do dia a dia nesses ambientes. 
 
 De maneira específica, estes cursos buscam: 
 
- Capacitação profissional para que estes alunos prestem assistência de enfermagem 
com competência e responsabilidade. 
 
- Formação ampla, que atenda as necessidades nos diferentes níveis assistenciais, seja 
na área hospitalar, saúde coletiva ou empresarial. 
 
- Desenvolvimento de ações educacionais para que o profissional técnico em 
enfermagem se perceba como agente de promoção da saúde e prevenção de doenças, 
colocando o paciente como partícipe da ação assistencial. 
 
- Conscientização do futuro técnico em enfermagem da necessidade de aprimorar 
constantemente seus conhecimentos e habilidades, através de formação contínua. 
 
Atividades pertinentes: 
 
 Além das atividades já citadas acima, cabe ainda ao técnico de enfermagem: 
 
- Assistir ao enfermeiro no planejamento, programação, orientação e supervisão das 
atividades de assistência de enfermagem; 
 
- Prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave, sob supervisão 
direta ou à distância do profissional enfermeiro; 
 
- Participar de programas de treinamento e aprimoramento profissional especialmente 
em urgências/emergências; 
 
 
 
34 
 
- Compreender o processo saúde/doença com determinação social, reconhecendo no 
mercado de trabalho a estrutura organizacional formal e informal, a cultura e política 
institucional, as funções e responsabilidades de cada membro da saúde, enquanto 
prestadores de serviço ao cliente interno e externo; 
 
 - Prestar assistência de enfermagem integral ao paciente em todos os níveis de 
atendimento a saúde tendo como bases a fundamentação técnico-científica específica 
em Enfermagem; 
 
 - Participar como agente de transformação nos diferentes processos de trabalho da 
enfermagem; 
 
 - Realizar atividades de cunho administrativo relacionado a recursos materiais, 
ambientais e humanos, conhecendo a dimensão intelectual e operacional deste processo; 
 
 - Desenvolver competências e habilidades necessárias para a assistência de 
enfermagem especializada ao paciente/cliente dentro de seu âmbito de atuação. 
 
O Auxiliar de Enfermagem 
 
Seu Papel: 
 
 Não há muitas diferenças entre o auxiliar de enfermagem e o técnico de 
enfermagem. Ambos podem trabalhar em diversos tipos de unidade de saúde, como 
hospitais, ambulatórios e prontos socorros, em laboratórios de análises clínicas, asilos, 
clínicas particulares, entre outros, sempre sob a supervisão de um enfermeiro. 
 
 Da mesma forma, ambos estão capacitados profissionalmente para ter contato 
direto com os pacientes, administrando medicamentos ou cuidando de curativos. 
 
 No entanto, o que pode diferenciar um profissional do outro, é que o técnico de 
enfermagem é um profissional melhor qualificado no aspecto técnico, em vista da 
 
 
35 
 
exigência de curso técnico de nível médio, e isso lhe dá o direito de trabalhar em setores 
fechados como UTIs (Unidades de terapia Intensiva), centros cirúrgicos e trabalhos com 
saúde mental, enquanto o auxiliar de enfermagem além de não possuir acesso a essa 
unidades de saúde, possui participação em nível de execução simples, realizando ações 
de tratamentos básicos como cuidados de higiene e conforto aos pacientes. O técnico de 
enfermagem também pode auxiliar o enfermeiro em toda a parte administrativa como 
montagens de escalas, distribuições de folgas, controles de equipamentos hospitalares, 
entre outros. 
 
Formação Exigida: 
 
 Para se tornar um Auxiliar de Enfermagem é preciso ter concluído o ensino 
fundamental e possuir mais de 17 anos. Deve frequentar um curso técnico de 
aproximadamente 14 meses que irá preparar o profissional para atuar no auxílio aos 
enfermeiros. 
 
Atividades pertinentes: 
 
- Preparar os pacientes para consultas e exames, orientando-os sobre as condições de 
realização dos mesmos; 
 
- Colher ou auxiliar o paciente na coleta de material para exames de laboratório; 
 
- Orientar e auxiliar o paciente, prestando informações relativas à higiene, alimentação, 
utilização de medicamentos e cuidados específicos em tratamento de saúde; 
 
- Verificar os sinais vitais e as condições gerais dos pacientes, segundo prescrição 
médica e de enfermagem; 
 
- Preparar e administrar medicações por via oral, tópica, intradérmica, subcutânea, 
intramuscular, endovenosa e retal, segundo prescrição médica; 
 
 
36 
 
- Realizar registros da assistência de enfermagem prestada ao paciente e outras 
ocorrências a ele relacionadas; 
 
- Circular e instrumentar em salas cirúrgicas e obstétricas, preparando-as conforme o 
necessário; 
 
- Executar atividades de limpeza, desinfecção, esterilização do material e equipamento, 
bem como sua conservação, preparo, armazenamento e distribuição, comunicando ao 
superior eventuais problemas; 
 
- Propor a aquisição de novos instrumentos para reposição daqueles que estão avariados 
ou desgastados;- Coletar leite materno no lactário ou no domicílio; 
 
- Realizar controles e registros das atividades do setor e outros que se fizerem 
necessários para a realização de relatórios e controle estatístico; 
 
- Fazer curativos; 
 
- Prestar cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua segurança. 
 
2.2 – Mercado de trabalho 
 
 Hoje, o profissional de enfermagem não é mais aquela pessoa que tinha como 
única função cuidar de pacientes doentes. O mercado de trabalho tem evoluído 
constantemente, exigindo profissionais mais completos, de preferência, generalistas em 
suas áreas. Assim, não basta apenas uma boa faculdade, o mercado exige cada vez mais 
cursos de especialização na área da saúde. 
 
 
 
37 
 
 Com esta evolução do mercado, surgiram novos setores que antes, não se 
imaginava serem gerenciados ou coordenados por um profissional de enfermagem. É o 
caso do cargo de gerente de novos projetos, implantando a abertura de novas alas 
hospitalares, criando novos protocolos para clínicas médicas ou até ministrando 
treinamentos de equipes para manuseio de novos equipamentos. 
 
 A criação do SUS e do Programa Saúde da Família, que recruta enfermeiros e 
auxiliares de enfermagem para atender comunidades carentes, buscando a prevenção de 
doenças e orientação das famílias, proporcionou um aumento no número de novos 
postos de trabalho que ainda estão sendo preenchidos. É importante lembrar que a 
disponibilidade dessas vagas vai depender da região em que pretende atuar. Segundo o 
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP), as regiões Norte e 
Nordeste, são as regiões que mais oferecem novas vagas de trabalho. 
 
 Vale ressaltar também, uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do 
Rio de Janeiro (UERJ) que revela algumas tendências do mercado de trabalho dos 
profissionais de enfermagem. Entre elas, podemos destacar os quadros de perfil desses 
profissionais e a oferta e demanda do mercado. 
 
Vamos a eles: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Perfil Profissional 
 
� 88,9% dos profissionais são mulheres. 
 
� 64,3% dos profissionais estão na faixa etária de 35 e 55 anos de idade. 
 
� 55,5% dos profissionais de enfermagem são os principais responsáveis 
pelas despesas familiares. 
 
� 35,2% têm entre 16 e 25 anos de formados e 20,3% se formaram após o 
ano 2000. 
 
� 85,84% realizaram alguma modalidade de pós-graduação, 78,8% 
fizeram especialização e 23,7% possuem uma segunda especialização. 
 
� 31,2% concluíram o curso depois de 2000. 
 Fonte: obsnetims.org.br 
 
Demanda Profissional 
 
� 91,9% dos enfermeiros já estão trabalhando com até um ano de 
formado. 
 
� 94,4% dos graduados a partir de 2000 conseguiram emprego com menos 
de um ano de formado. 
 
� 52,5% dos participantes declararam o serviço público como a primeira 
atividade. 
 
� 43,6% declaram possuir dois empregos e 10,7% declararam possuir três 
empregos. 
 Fonte: obsnetims.org.br 
 
 
 
39 
 
 Diante dos quadros, apenas confirmamos as expectativas de mercado de que a 
profissão está em ampla expansão, uma vez que mais de 90% dos profissionais que se 
formam, conseguem seu primeiro emprego em até um ano de formado. 
 
Áreas de atuação 
 
 De maneira genérica, podemos destacar quatro áreas em que o profissional de 
enfermagem pode desenvolver suas atividades: 
 
Área da Assistência – Atua em contato direto com os pacientes prestando assistência, 
estabelecendo diagnósticos de enfermagem e plano assistencial a ser executado. Pode 
desenvolver este trabalho no âmbito hospitalar planejando e implementando ações de 
enfermagem em hospitais, clínicas, centros cirúrgicos, Home Cares, Unidades de 
Terapia Intensiva, entre outros. 
 
 Pode também, realizar trabalhos no campo da psiquiatria atendendo pacientes 
com distúrbios psíquicos ou comportamentais em unidades de hospitais ou centros 
especializados. Pode ainda, prestar serviços no âmbito ambulatorial oferecendo 
assistência em consonância com as políticas públicas de saúde. 
 
 Por fim, pode atuar junto à comunidade em que o paciente está inserido, 
oferecendo ações de promoção e prevenção à saúde, buscando sempre a melhoria da 
qualidade de vida da população. 
 
Área da Pesquisa – O profissional que atua por esta área, elabora e executa projetos de 
pesquisa ou extensão, individual ou em parceria com outros profissionais. Participa de 
projetos e execução de pesquisa em qualquer área social. 
Área da Administração – Nesta área o profissional de enfermagem realiza uma série 
de trabalhos na área administrativa como a coordenação e assessoria dos trabalhos 
realizados pela equipe de enfermagem, a participação no planejamento, organização, 
coordenação, execução e avaliação dos serviços de enfermagem. Realiza a gestão de 
 
 
40 
 
órgãos de saúde, tanto de instituições públicas quanto privadas. Participa de consultoria, 
auditoria e emissão de pareceres sobre atividades de enfermagem. 
 
Área do Ensino – No âmbito do ensino, o profissional atua como educador em saúde, 
ministrando programas de saúde para turmas de 1º e 2º graus. Planeja, coordena e 
executa curso de auxiliar e técnico de enfermagem. Exerce docência no 3º grau em 
qualquer disciplina constante do currículo de sua formação profissional. Participa de 
programas de pós-graduação. Elabora e executa programas de educação continuada. 
Promove treinamento em serviço para equipe de enfermagem e profissionais de saúde. 
 
 Porém, de maneira mais específica, podemos destacar algumas áreas que estão 
em ascensão na profissão de enfermagem: 
 
Assessoria e consultoria: Auditar os procedimentos hospitalares de enfermagem e 
auxiliar na montagem de unidades de saúde. 
 
Atendimento domiciliar: Cuidar de pacientes em sua residência, dando continuidade 
ao tratamento hospitalar. Auxiliar o paciente em exercícios terapêuticos e cuidar de sua 
higiene e de seu bem-estar. 
 
Enfermagem geral: Comandar equipes de técnicos e auxiliares de enfermagem no 
atendimento a pacientes. 
 
Enfermagem geriátrica: Atender idosos, doentes ou não, em domicílios, casas de 
repouso, clínicas e hospitais. 
 
Enfermagem médico-cirúrgica: Ministrar cuidados pré e pós-operatórios em prontos-
socorros, clínicas e hospitais. 
 
Enfermagem obstétrica: Dar assistência integral a gestantes, parturientes e lactantes, 
acompanhando o pré-natal, realizando exames e auxiliando o médico no parto e no pós-
parto. Dar orientações sobre planejamento familiar. 
 
 
41 
 
Enfermagem pediátrica: Acompanhar e avaliar o crescimento e o desenvolvimento da 
criança. Incentivar o aleitamento materno e orientar os pais quanto às técnicas e aos 
cuidados com os recém-nascidos. 
 
Enfermagem psiquiátrica: Ajudar no tratamento de pacientes com distúrbios 
psicológicos. 
 
Enfermagem de resgate: Participar de equipes de salvamento de vítimas de acidentes 
ou de calamidades públicas. 
 
Enfermagem do trabalho: Dar atendimento ambulatorial em empresas e acompanhar 
programas de prevenção e manutenção da saúde dos funcionários. 
 
Enfermagem de saúde pública: Orientar a população sobre a prevenção de doenças e 
promover a saúde da coletividade. Atender pacientes em hospitais, centros de saúde, 
creches e escolas. Formar, capacitar e supervisionar os agentes de saúde. 
 
Gestão da qualidade: Avaliar e planejar os processos assistenciais com o objetivo de 
aumentar a segurança dos pacientes. 
 
Gestão de projetos: Administrar e controlar as atividades destinadas a projetos 
multidisciplinares, como abertura de uma ala hospitalar ou implementação de um novo 
protocolo em clínicas ou hospitais. 
Fonte: guiadoestudante.com.br 
 
Média de ganhos salariais 
 
 Apenas como referência, destacamos o piso salarial da categoria no Estado de 
São Paulo, determinado pelo Sindicato da categoria: 
 
- Auxiliar de Enfermagem: R$ 846,64 
 
 
 
42 
 
- Técnicoem Enfermagem: R$ 867,80 
 
- Enfermeiro Graduado: R$ 1.679,00 
 
 O salário de um profissional de enfermagem pode variar muito, uma vez que 
seus rendimentos dependerão do local em que trabalha, a região do país em que se 
encontra, a carga horária que cumpre e a quantidade de empregos que ocupa. 
 
 Apesar de tantas variantes, podemos estabelecer que o salário médio para um 
Auxiliar de Enfermagem que presta cuidados com menor complexidade, pode variar 
entre R$ 600,00 a R$ 1.200,00. 
 
 Já para um Técnico de Enfermagem que oferece cuidados com maior 
complexidade, além de atendimentos a pacientes em Unidades de Terapia Intensiva 
(UTI´s), Centros Cirúrgicos e outros, pode variar de R$ 800,00 a R$ 1.500,00. 
 
 Por outro lado, o Enfermeiro, por ser um profissional com curso superior e 
assumir maiores responsabilidades, pode ter rendimentos na faixa de R$ 1.700,00 a R$ 
6.000,00, dependendo do cargo que ocupa, lembrando sempre que um enfermeiro 
graduado e com especializações pode alcançar cargos de gestão. 
 
Turnos de Trabalhos 
 
A pessoa que busca trilhar sua carreira profissional no campo da saúde, através 
da enfermagem, precisa estar ciente de que este caminho, em muitos casos, pode ser 
tortuoso. É importante ressaltar que o profissional de enfermagem possui uma carga 
horária de trabalho que não lhe permite desfrutar de finais de semana ou feriados. 
 
Geralmente, quando assume um cargo, este profissional vai participar de uma 
tabela de escalas que definirá os dias em que estará à disposição de seu empregador, 
podendo ter de trabalhar em qualquer dia da semana, inclusive em feriados importantes 
 
 
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como natal, ano novo ou carnaval. Geralmente, essa escala é realizada para atender 
turnos de 12/36 ou seja, trabalham 12 horas e descansam 36 horas. 
 
O grande risco embutido neste modelo de trabalho é o precedente perigoso que 
se abre para o profissional que precisa complementar sua renda e passa a atuar em mais 
de um emprego, o que não é indicado, uma vez que ele não consegue descansar o 
suficiente para repor suas horas de sono e atuar com eficiência. Certamente, esta atitude 
vai prejudicar o seu desempenho e consequentemente a sua carreira profissional. 
 
 Já o enfermeiro graduado, cumpre carga horária de 4 a 6 horas diária, geralmente 
de segunda a sexta feira e eventuais plantões. Este profissional tem mais acessibilidade 
a mais de um emprego devido à sua carga horária ser menor e sem afetar ou 
comprometer a sua necessidade de descanso entre um emprego e outro. 
 
A rotina do Enfermeiro 
 
 A rotina de um enfermeiro começa ao chegar em seu trabalho e conversar com o 
enfermeiro do turno anterior para inteirar-se do que aconteceu com os pacientes nas 
últimas horas. 
 
 Em seguida, começa a organizar as funções de todos os técnicos e auxiliares de 
enfermagem que estão sob suas ordens. Aqui, ele precisa fazer a escala de trabalho, 
dividir as responsabilidades dentro de sua equipe e orientá-los sobre os cuidados e 
atendimentos que precisam ser dispensados aos pacientes. 
 
 Enquanto os técnicos e auxiliares cuidam da alimentação, higiene e medicação 
dos pacientes, o enfermeiro estabelece as prioridades do dia e realiza o controle de 
estoques de medicamentos e materiais hospitalares. Verifica também se está escalado 
para participar de procedimentos como cirurgias. 
 
 Em seguida, visita os pacientes, de preferência conversando com cada um deles 
e verificando os exames e sinais vitais, para só então, autorizar a entrada de familiares. 
 
 
44 
 
 Ainda durante o seu dia de trabalho, precisa programar ações de treinamentos 
para sua equipe a fim de deixá-los sempre atualizados sobre novas atividades e 
protocolos de enfermagem, participa, ainda que indiretamente de cirurgias, pois é ele 
quem tem o primeiro contato com o paciente na chegada ao bloco cirúrgico, sendo 
responsável por avaliar os sinais vitais e certificar se os procedimentos anteriores à 
cirurgia foram tomados como exemplo, se o paciente está em jejum, se a pressão arterial 
está normal, entre outras preocupações. 
 
 No seu dia a dia, o enfermeiro deve estar preparado também para lidar com 
emoções que se apresentam a todo instante tanto em momentos de alegria quanto em 
momentos de dor. Claro que em momentos de alegria, o enfermeiro se sente mais à 
vontade, pois não tem nada mais gratificante do que informar uma família de que seu 
parente está curado e indo para casa. 
 
2.3 – Responsabilidades Civil e Criminal 
 
 O profissional de enfermagem, assim como qualquer outro profissional no 
desempenho de suas atividades, deve assumir as responsabilidades pelos atos que 
pratica. Neste sentido, a atuação de um profissional de enfermagem que causa danos à 
saúde de um paciente está sujeito a repercussão legal nas esferas cível e criminal. 
 
 A Justiça entende que o elemento básico da responsabilidade reside no erro 
profissional causado por imperícia, negligência e imprudência. Esta afirmação é 
ratificada pelo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, que em seu art. 16 
define expressamente que a responsabilidade do enfermeiro é “Assegurar ao cliente 
uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, 
negligência ou imprudência.” 
 
 Antes de continuarmos é importante definir o que são estas três ações: 
 
 
 
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Imperícia – É um ato realizado por pessoa que não possui competência técnica para 
fazê-lo, ou seja, falta conhecimento técnico para o exercício da profissão. 
Negligência – Podemos definir como a falta de cuidado com o paciente, agindo com 
desleixo, preguiça e descuido, podendo resultar na falta de observação dos deveres que 
as condutas exigem. Caracteriza-se principalmente pela desatenção, passividade ou 
mesmo omissão. 
 
Imprudência – Significa tomar uma atitude sem um cuidado necessário, agindo de 
maneira precipitada e até mesmo impulsiva. 
 
 O artigo 16 do Código de Ética vai ao encontro de outras previsões legais que 
regulam nosso ordenamento jurídico, como o art. 186 (“Aquele que por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.) e o art. 951 (“O 
disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por 
aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou 
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou 
inabilitá-lo para o trabalho”.), ambos do Código Civil brasileiro, em que o vocábulo 
“paciente” no texto legal pode ser aplicado diretamente ao profissional de enfermagem. 
 
 De forma exemplificativa, citaremos um problema muito comum quando se trata 
de Responsabilidade Civil nesta área específica de atuação. Trata-se da separação de 
medicamentos que costuma ser exercida pela equipe de enfermagem, principalmente 
por técnicos e auxiliares, sob a supervisão de um enfermeiro. 
 
 Destacamos essa responsabilidade, pois a maioria dos profissionais da área 
entende que a administração de medicamentos é uma das mais sérias responsabilidades 
que pesa sobre o exercício profissional do enfermeiro e demais integrantes de sua 
equipe. 
 
 Para que você entenda onde se encaixa a responsabilidade judicial desse 
profissional, é preciso entender um conceito jurídico. Para que um profissional responda 
 
 
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judicialmente a um processo civil, é necessário vinculá-lo a uma responsabilidade civil 
comprovada, ou seja, é necessário que sua atitude contenha três elementos: 
 
1) Conduta – O profissional precisa realizar uma ação ou omissão. 
 
2) Resultado – A sua conduta precisa ocasionar um prejuízo moral ou físico no paciente. 
 
3) Nexo Causal – Precisa haver ligação entre a conduta realizada e o resultado final 
alcançado. 
 
 Assim, se durante a administração de medicamentos o profissional realizou umadeterminada ação ou omissão que causou prejuízo moral ou físico a um paciente e se 
comprovou esta relação do ato com o prejuízo, é cabível um processo civil de 
indenização, cuja condenação dependerá das consequências ou possíveis conseqüências 
na saúde do paciente. 
 
 Vale ressaltar ainda que a administração de medicamentos não se restringe 
apenas a separar comprimidos. Pode-se incluir aqui as injeções de substâncias estranhas, 
introdução inadvertida de ar por via venosa (aplicação de injeção com bolhas de ar), 
administração de medicamentos por via errada, preparo de drogas erradas por não 
entender ou não interpretar corretamente a leitura da prescrição médica. 
 
 Quanto à responsabilidade criminal, o profissional que causar prejuízo à saúde 
de um paciente poderá incorrer em algumas condutas definidas na legislação como 
crime, como veremos a seguir: 
 
1) O artigo 121 do Código Penal Brasileiro, trata do homicídio simples. O profissional 
que agir com imprudência, negligência ou imperícia e, desta ação ou omissão, resultar 
na morte do paciente, responderá por crime de homicídio culposo, ou seja, sem a 
intenção de matar. Neste caso, poderá ser condenado a uma pena de um a três anos de 
detenção. 
 
 
47 
 
2) No mesmo Código Penal, em seu artigo 129, podemos avaliar o crime de lesão 
corporal. Assim, se de uma ação ou omissão do profissional resultar danos a integridade 
física ou a saúde do paciente, causando-lhe incapacidade para as ocupações habituais, 
por mais de trinta dias, perigo de vida, debilidade permanente de membro, sentido ou 
função ou aceleração de parto, sofrerá pena de reclusão que poderá variar de um a cinco 
anos. Em casos mais graves como incapacidade permanente para o trabalho, 
enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro, sentido ou função, 
deformidade permanente ou aborto, a pena poderá durar de dois a oito anos. 
3) O Código Penal trata ainda de assuntos ligados diretamente à profissão de 
enfermagem. O seu artigo 280, expressa o crime de fornecimento de medicamento em 
desacordo com receita médica que, se praticado de forma intencional, pode resultar em 
pena de um a três anos ou multa e se for culposa, pode resultar em pena de dois meses a 
um ano. 
 
Desta forma, destaca-se a importância do trabalho em equipe (médicos, 
enfermeiros, auxiliares e farmacêuticos) para o sucesso de uma assistência adequada ao 
paciente e da importância de qualquer ação da equipe de enfermagem ser realizada com 
toda a atenção e cercada de cuidados, com a finalidade de se eliminar qualquer risco de 
falhas que possam ser motivos de processos judiciais por imperícia, negligência e 
imprudência, como vimos no início deste capítulo. 
 
2.4 – Habilidades e competências para o desenvolvimento da carreira 
 
 Antes de falarmos das habilidades e competências exigidas para o 
desenvolvimento de uma carreira na área de enfermagem, é importante lembrar que, 
acima de tudo, o profissional dessa área precisa estar sempre atualizado, pois trata-se de 
uma área que passa por constantes modificações em métodos e técnicas. 
 
 Quando falamos em habilidades e competências para exercer a profissão, esses 
dois termos podem não ficar muito claros para alguns alunos. Por isso vamos tentar 
definí-los da melhor maneira possível. 
 
 
 
48 
 
 Em nosso ponto de vista, tratamos competências como as características que o 
mercado exige de um profissional para que ele consiga desempenhar seu trabalho com 
qualidade. Já habilidades, são características pessoais, direcionadas a área da 
enfermagem, que um profissional possui ou que possa vir a desenvolver, de forma a 
qualificar ainda mais seu trabalho. 
 
Competências: 
 
Disponibilidade de Horário – Pela sua própria natureza, a profissão de enfermeiro 
exige do profissional dedicação plena à sua atividade, pois a saúde não tem data nem 
horário marcados para as intercorrências que requerem a presteza do profissional. 
As unidades de saúde, hospitais e entidades que necessitam dos serviços de enfermagem 
normalmente prestam este serviço durante as 24 horas do dia e os plantões para tal 
atendimento não podem funcionar sem a presença do profissional prestador. 
Diante disso, o profissional que pretende seguir carreira nesta área, com sucesso e 
reconhecimento deve estar ciente de que seus horários de trabalho podem variar de 
acordo com a necessidade do seu empregador, sacrificando, via de regra, a sua vida 
pessoal. Embora estejamos falando em disponibilidade de horário, na realidade a 
profissão exige uma grande dose de sacrifício e a capacidade de conciliação das 
atividades profissionais com o atendimento aos interesses pessoais, tanto no aspecto 
social, comunitário quanto nas necessidades familiares.O profissional que realiza seu 
trabalho com amor e dedicação, não fica incomodado com os percalços de horários. 
Tudo fica para trás quando o profissional consegue perceber a confiança, satisfação e a 
felicidade expressas nos rostos de seus pacientes. 
 
Trabalho sob pressão – O profissional de enfermagem deve estar treinado para ter 
equilíbrio e bom senso para resistir às pressões da atividade. As pressões podem ser de 
natureza intrínseca ou interna e de natureza extrínseca ou externa. 
 
Pressões internas – A atividade de atendimento a saúde carrega uma enorme dose de 
pressão psicológica com relação às necessidades do paciente, desde a dificuldade em 
administrar certos medicamentos em doses e horários específicos ou auxílio às 
 
 
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necessidades fisiológicas e higiênicas do paciente até assistir ao momento da morte de 
um de seus pacientes. 
 
Pressões externas – Da mesma forma, o equilíbrio deve ser primordial no trato as 
ansiedades das pessoas próximas ao paciente, tanto parentes quanto amigos. 
Geralmente, essas pessoas reagem de forma inadequada e até grosseira com a forma de 
atendimento, por mais profissional e correta que seja, cobrando, questionando e 
criticando a atuação do dia a dia. O profissional deve entender essa situação e procurar 
atender da melhor forma possível as expectativas e transmitir segurança a fim de que a 
família possa sentir que o paciente não está sofrendo perdas por ineficiência ou 
negligência no tratamento. 
 
Organização – O trabalho na área da saúde exige controles rígidos de atendimento ao 
paciente, obrigando o profissional a estabelecer uma rotina rigorosa para manutenção 
dos horários, dosagens de medicamentos e ações de atendimento perfeitamente 
ordenadas e corretas. 
Para tanto, cada profissional deve ter o cuidado de, ao assumir o seu posto, organizar o 
seu dia, momento a momento, de modo a garantir eficácia no seu trabalho, tanto quanto 
ao atendimento ao paciente como aos registros individuais que deve produzir para que o 
histórico de cada atuação possa ser interpretado e facilite a continuidade do trabalho por 
profissional que suceda o seu plantão. 
 
Conhecimento técnico – Nenhuma competência é mais importante do que o 
conhecimento técnico da profissão. Nos dias de hoje, não há mais lugar para 
enfermeiros empíricos, ou seja, profissionais cuja atividade está baseada na experiência 
acumulada ao longo do tempo. A medicina avança a passos largos e a cada dia são 
descobertas novas formas de atendimento, novas vacinas, novos remédios para doenças 
que antes, acreditavam não haver solução. O profissional que deseja crescer na 
profissão, deve estar antenado com o progresso da medicina e entender que o 
conhecimento se transforma a cada dia. Para tanto, o profissional deve procurar 
participar de comissões de estudos, participar de encontros técnicos, frequentar palestras 
 
 
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e congressos e ser um estudioso constante do desenvolvimento terapêutico e 
medicamentoso. 
 
Tomadas de decisão – O trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado 
na capacidade de tomar decisões visando o uso apropriado dos equipamentos médicos,de proteção pessoal e ambiental, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de 
medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, os 
mesmos devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir 
as condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas com ou sem supervisão 
médica. 
 
Da presteza de uma ação de enfermagem pode ser salva uma vida. Como exemplo, um 
paciente que engasga ao ingerir um alimento ou medicamento, deve ser atendido 
imediatamente, seguindo os procedimentos adequados para que este engasgo não 
coloque a vida do paciente em risco. 
 
O enfermeiro deve estar permanentemente alerta e em alguns casos, não pode esperar 
autorização ou supervisão do médico sob pena de perder o paciente. 
 
Educação permanente – Os profissionais devem ser capazes de aprender 
continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os 
profissionais de saúde devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso 
com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, 
proporcionando condições para que haja beneficio mútuo entre os futuros profissionais 
e os profissionais dos serviços, inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade 
acadêmico/profissional, a formação e a cooperação através de redes nacionais e 
internacionais. 
 
Respeito à hierarquia – Cada profissão é autônoma até o limite de sua competência. O 
profissional deve entender que em um corpo clínico há uma divisão de 
responsabilidades que deve ser obedecida. Não é necessário e nem recomendável a 
subserviência. Cada profissional deve respeitar seu superior sem aviltar suas próprias 
 
 
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responsabilidades em seu campo de atuação. Da perfeita sintonia entre chefia e 
subordinado, respeitando-se os limites de cada um, está a eficácia e acerto da atividade. 
De outro modo, não havendo o devido respeito à autoridade, certamente, estará 
estabelecido o conflito que pode culminar com o prejuízo das partes envolvidas e 
também dos pacientes que estão sob seus cuidados. 
 
Na maioria das vezes deverá ser exercida uma grande dose de paciência, com sacrifício 
até de princípios pessoais, em favor do bom andamento das atividades. 
Ordem e Limpeza – O ambiente de trabalho, principalmente na área da saúde, deve 
estar permanentemente limpo. Ao iniciar suas atividades, o profissional deve verificar 
seus equipamentos, suas ferramentas e estar seguro de que seu uso está perfeitamente 
adequado. Da mesma forma, o chão, mesas, cadeiras, armários e estoques de 
medicamentos devem estar limpos, ordenados e sem faltas importantes. 
 
Habilidades: 
 
Boa comunicação – A boa comunicação para um profissional de enfermagem é 
fundamental para seu sucesso no mercado de trabalho, afinal, uma de suas funções 
principais, além de prestar assistência, é transmitir informações a sua equipe e seus 
pacientes e familiares de forma a orientar corretamente sobre os procedimentos que 
devem ser seguidos e tranqüilizar a família e o próprio paciente com as informações 
exatas do que está acontecendo ou vai acontecer. Sua comunicação deve ser clara, 
pausada e com o uso de palavras apropriadas. 
 
Existem alguns requisitos básicos da comunicação profissional, que vale a pena 
ressaltarmos: 
 
A Boa Comunicação exige paixão – Ame a sua profissão, pois quanto mais gostar 
dela, mais fácil será transmitir a informação que precisa ser transmitida; 
 
 
 
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A Boa Comunicação exige clareza – Falar com uma linguagem diferente do paciente 
que você atenderá, pode parecer arrogância. Atenda-o de forma simples e com 
objetividade que assim, a comunicação torna-se mais eficiente. 
 
A Boa Comunicação exige presença – Tão importante quanto as palavras proferidas, é 
o tom de voz, expressão facial, postura, gesticulações e vestimentas. 
 
Relacionamento interpessoal – O trabalho em um ambiente eclético em que, de um 
lado o profissional convive com pacientes e familiares dos mais diversos níveis sociais e 
de educação e de outro lado, colegas de trabalho com as mais diversas características 
pessoais e profissionais, a habilidade de conviver e se relacionar com os diferentes é 
talvez a característica mais importante para manter um ambiente saudável com uma 
prestação de serviços de alta eficácia. 
 
O profissional de enfermagem está sujeito às variações que essas diferenças podem 
ocasionar e, neste caso, é fundamental saber entender as expectativas de cada um 
considerando sempre que cada indivíduo tem uma forma de agir e pensar próprias, não 
podendo tratar de forma igual, pessoas desiguais. 
 
Assim, é indispensável ao profissional da saúde a prática da empatia, ou seja, colocar-se 
no lugar do outro para tentar entender o que o outro está sentindo. Desta forma, vai 
conseguir cultivar o bom senso e desenvolver um senso de equilíbrio de forma a 
diminuir as tensões presentes no ambiente e elevar a auto-estima das pessoas que estão 
passando pelos problemas. 
 
Controle emocional – Tanto o paciente quanto seus familiares possuem o direito de 
serem informados da situação a que estão submetidos, os riscos inerentes e os cuidados 
exigidos para o sucesso no tratamento. Este tipo de informação pode ser extremamente 
difícil e demanda uma carga de estresse alta tanto para o profissional quanto para o 
paciente. 
 
 
 
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Aliado a este fator, está o fato desse profissional conviver com a vida e a morte num 
mesmo ambiente requerendo de cada um, equilíbrio e tranqüilidade para que sua 
atuação não seja prejudicada pela ansiedade, desespero ou descontrole emocional. 
 
Liderança – Ser líder não é compor um quadradinho no organograma da empresa, mas 
estar apto a correr riscos e ter iniciativa quando a situação assim o requerer. Vários 
procedimentos de enfermagem são requeridos de forma emergencial, sendo 
prejudicados pela falta de liderança no momento da assistência, uma vez que 
profissionais que poderiam prestar esta assistência, acabam aguardando a autorização 
para a realização do procedimento, culminando com a perda do paciente. 
 
A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada 
de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz. 
 
Próatividade – Assim como liderar, o profissional de enfermagem deverá agir sempre 
em tempo para evitar que problemas se agravem. Cabe ao profissional ter uma ampla 
visão da condição do paciente para agir preventivamente a fim de que novos problemas 
se instalem e com isso, tornem-se mais difíceis de serem combatidos. 
 
Dicas para encarar pacientes difíceis 
 
 Para finalizar este capítulo, disponibilizamos algumas dicas do livro “Como 
administrar conflitos profissionais” de Peg Pickering que podem dar uma dimensão da 
importância das características acima para o bom desempenho de seu trabalho. 
 
Dez dicas para acalmar pacientes difíceis: 
 
1 - Não é pessoal. Por estar na linha de frente, você é o saco de pancadas que irá 
absorver as frustrações do paciente com relação a problemas e conflitos. Não é você, é a 
situação. 
 
 
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2 - Mantenha a tranqüilidade. Responder à raiva do paciente da mesma maneira irá 
apenas piorar a situação. Não perca o controle: fique tranqüilo, calmo, não fique 
nervoso nem defensivo. 
 
3 - Dilua a raiva. Deixe o paciente desabafar, ele precisa disso. No entanto enquanto 
ele faz isso, nada do que você disser irá causar algum impacto sobre ele. Devido ao 
estado altamente emocional do paciente, a lógica de suas respostas ou explicações será 
simplesmente ignorada por ele e irá torná-lo mais volátil. 
 
4 - Seja solidário. O paciente não quer apenas que você entenda o problema, mas 
também a sua reação. Nesse momento, essa situação é a coisa mais importante para ele 
e a indiferença ou atitude defensiva de sua parte irá deixá-lo ainda mais irritado. 
 
5 - Ouça com atenção.